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DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941 
LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS 
PARTE GERAL 
 Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal, sempre que 
a presente lei não disponha de modo diverso. 
 Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território 
nacional. 
 Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. 
Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de 
outra, qualquer efeito jurídico. 
 Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção. 
 Art. 5º As penas principais são: 
 I – prisão simples. 
 II – multa. 
 Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em 
estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto 
ou aberto. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) 
 § 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados 
a pena de reclusão ou de detenção. 
 § 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias. 
 Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção 
depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no 
estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. 
 Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando 
escusaveis, a pena pode deixar de ser aplicada. 
 Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o 
Código Penal sobre a conversão de multa em detenção. 
 Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em prisão 
simples se faz entre os limites de quinze dias e três meses. 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser 
superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos. 
 Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo 
não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem 
como conceder livramento condicional. (Redação dada pela Lei nº 6.416, 
de 24.5.1977) 
 Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes 
interdições de direitos: 
 I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa 
de habilitação especial, licença ou autorização do poder público; 
 lI – a suspensão dos direitos políticos. 
 Parágrafo único. Incorrem: 
 a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo de 
contravenção cometida com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever 
a ela inerente; 
 b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa de liberdade, enquanto 
dure a execução do pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva. 
 Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os medidas de segurança 
estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local. 
 Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a que se referem os ns. I e II 
do art. 78 do Código Penal: 
 I – o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de embriaguez 
pelo álcool ou substância de efeitos análogos, quando habitual a embriaguez; 
 II – o condenado por vadiagem ou mendicância; 
 Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho, de 
reeducação ou de ensino profissional, pelo prazo mínimo de um ano: 
(Regulamento) 
 I – o condenado por vadiagem (art. 59); 
 II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo); 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário ou em 
casa de custódia e tratamento é de seis meses. 
 Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a internação, 
submeter o indivíduo a liberdade vigiada. 
 Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. 
 
PARTE ESPECIAL 
CAPÍTULO I 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA 
 Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão 
da autoridade, arma ou munição: 
 Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco contos de 
réis, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitue crime contra a ordem política 
ou social. 
 Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da 
autoridade: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis 
a três contos de réis, ou ambas cumulativamente. 
 § 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi condenado, 
em sentença irrecorrivel, por violência contra pessoa. 
 § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de 
duzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição: 
 a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o determina; 
 b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de 
arma a tenha consigo; 
 c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente 
alienado, menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la. 
 Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar 
aborto: (Redação dada pela Lei nº 6.734, de 1979) 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. (Redação dada pela 
Lei nº 6.734, de 1979) 
 Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um 
conto de réis, se o fato não constitue crime. 
 Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é 
maior de 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) 
 Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as 
formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental: 
 Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. 
 § 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade 
competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, 
sem as formalidades legais. 
 § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa de 
quinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições 
legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele, 
internada. 
 Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo 
anterior, sem autorização de quem de direito: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil 
réis a cinco contos de réis. 
 
CAPÍLULO II 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO 
 Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente 
na prática de crime de furto: 
 Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos mil réis a 
três contos de réis. 
 Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou 
roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente 
na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima: 
 Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil réis a dois 
contos de réis. 
 Art. 26. Abrir alguem, no exercício de profissãode serralheiro ou oficio análogo, a 
pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado 
previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar nu 
objeto: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis 
a um conto de réis. 
 
CAPÍTULO III 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA 
 Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via 
pública ou em direção a ela: 
 Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três 
contos de réis. 
 Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, 
ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em 
suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa 
deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso. 
 Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na 
execução, dar-lhe causa: 
 Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitue crime contra a 
incolumidade pública. 
 Art. 30. Omitir alguem a providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção 
que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe: 
 Pena – multa, de um a cinco contos de réis. 
 Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não 
guardar com a devida cautela animal perigoso: 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um 
conto de réis. 
 Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
 a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa 
inexperiente; 
 b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia; 
 c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. 
 Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a 
motor em aguas públicas: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos mil réis a 
dois contos de réis. 
 Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo 
em perigo a segurança alheia: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de trezentos mil réis 
a dois contos de réis. 
 Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a vôos baixos, fora da 
zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a 
esse fim: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil 
réis a cinco contos de réis. 
 Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei 
ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes: 
 Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a 
dois contos de réis. 
 Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
 a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo 
destinado a evitar perigo a transeuntes; 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 b) remove qualquer outro sinal de serviço público. 
 Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou 
do uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguem: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, 
coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum 
ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguem. 
 Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa 
ofender ou molestar alguem: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 
CAPÍTULO IV 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA 
 Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reunam 
periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, 
organização ou administração da associação: 
 Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três 
contos de réis. 
 § 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no 
todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de carater secreto. 
 § 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, 
quando lícito o objeto da associação. 
 Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, 
em solenidade ou ato oficial, em assembléia ou espetáculo público, se o fato não 
constitue infração penal mais grave; 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis 
a dois contos de réis. 
 Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar 
qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto: 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis 
a dois contos de réis. 
 Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios: 
 I – com gritaria ou algazarra; 
 II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições 
legais; 
 III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; 
 IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que 
tem a guarda: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis 
a dois contos de réis. 
 
CAPÍTULO V 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA 
 Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inexperiente 
ou rústica possa confundir com moeda: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Art. 45. Fingir-se funcionário público: 
 Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três 
contos de réis. 
 Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não 
exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprêgo seja 
regulado por lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944) 
 Pena – multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui infração 
penal mais grave. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944) 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
CAPÍTULO VI 
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 
 Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem 
preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil 
réis a cinco contos de réis. 
 Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de 
antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros: 
 Pena – prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos de réis. 
 Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de 
indústria, de comércio, ou de outra atividade: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis. 
 
CAPÍTULO VII 
DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES 
 Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessivel ao 
público, mediante o pagamentode entrada ou sem ele: (Vide Decreto-Lei nº 
4.866, de 23.10.1942) (Vide Decreto-Lei 9.215, de 30.4.1946) 
 Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos 
de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de 
decoração do local. 
 § 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou participa 
do jogo pessoa menor de dezoito anos. 
§ 2o Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 200.000,00 
(duzentos mil reais), quem é encontrado a participar do jogo, ainda que pela internet 
ou por qualquer outro meio de comunicação, como ponteiro ou apostador. 
 (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015) 
 § 3º Consideram-se, jogos de azar: 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da 
sorte; 
 b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam 
autorizadas; 
 c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva. 
 § 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessivel ao público: 
 a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente 
participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa; 
 b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se 
proporciona jogo de azar; 
 c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de 
azar; 
 d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se 
dissimule esse destino. 
 Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização legal: 
 Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez contos de 
réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis existentes no local. 
 § 1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expõe à venda, tem sob sua 
guarda para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação bilhete de 
loteria não autorizada. 
 § 2º Considera-se loteria toda operação que, mediante a distribuição de bilhete, 
listas, cupões, vales, sinais, símbolos ou meios análogos, faz depender de sorteio a 
obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra natureza. 
 § 3º Não se compreendem na definição do parágrafo anterior os sorteios 
autorizados na legislação especial. 
 Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio, bilhete de loteria, rifa ou 
tômbola estrangeiras: 
 Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de um a cinco contos 
de réis. 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob sua 
guarda. para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação, bilhete de 
loteria estrangeira. 
 Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de loteria estadual em 
território onde não possa legalmente circular: 
 Pena – prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de um a três contos de réis. 
 Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob sua 
guarda, para o fim de venda, introduz ou tonta introduzir na circulação, bilhete de 
loteria estadual, em território onde não possa legalmente circular. 
 Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria estrangeira: 
 Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de duzentos mil réis a um 
conto de réis. 
 Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou tem sob sua guarda lista 
de sorteio de loteria estadual, em território onde esta não possa legalmente circular. 
 Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura de bilhetes, lista de 
sorteio, avisos ou cartazes relativos a loteria, em lugar onde ela não possa legalmente 
circular: 
 Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois 
contos de réis. 
 Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou avisos de loteria, 
onde ela não possa legalmente circular: 
 Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de cem a quinhentos mil réis. 
 Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rádio, cinema, ou 
qualquer outra forma, ainda que disfarçadamente, anúncio, aviso ou resultado de 
extração de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes não seria legal: 
 Pena – multa, de um a dez contos de réis. 
 Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar 
qualquer ato relativo à sua realização ou exploração: 
 Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos 
de réis. 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de 
réis, aquele que participa da loteria, visando a obtenção de prêmio, para si ou para 
terceiro. 
 Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido para o 
trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à 
própria subsistência mediante ocupação ilícita: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. 
 Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado 
meios bastantes de subsistência, extingue a pena. 
 Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que 
cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis 
a dois contos de réis. 
 Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa de 
custódia e tratamento. 
 Art. 63. Servir bebidas alcoólicas: 
 II – a quem se acha em estado de embriaguez; 
 III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais; 
 IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequentar 
lugares onde se consome bebida de tal natureza: 
 Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a 
cinco contos de réis. 
 Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo: 
 Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil 
réis. 
 § 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, 
realiza em lugar público ou exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em 
animal vivo. 
 § 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a 
trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público. 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 Art. 65. Molestar alguem ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por 
motivo reprovavel: 
 Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis 
a dois contos de réis. 
 
CAPÍTULO VIII 
DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente: 
 I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função 
pública, desde que a ação penal não dependa de representação; 
 II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou 
de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e 
a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal: 
 Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. 
 Art. 67. Inumar ou exumar cadaver, com infração das disposições legais: 
 Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil réis a dois 
contos de réis. 
 Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou 
exigidos, dados ou indicaçõesconcernentes à própria identidade, estado, profissão, 
domicílio e residência: 
 Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. 
 Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e multa, 
de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue infração penal mais 
grave, quem, nas mesmas circunstâncias, f'az declarações inverídicas a respeito de sua 
identidade pessoal, estado, profissão, domicílio e residência. 
 Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do monopólio postal da União: 
 Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de três a dez contos de 
réis, ou ambas cumulativamente. 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
DISPOSIÇÕES FINAIS 
 Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, caça e pesca, revogam-se 
as disposições em contrário. 
 Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942. 
 
 
CONTRAVENÇÕES PENAIS 
DECRETO-LEI N. 3.688/41 
■ PARTE GERAL DAS CONTRAVENÇÕES 
■ Introdução 
 
■ Distinção entre crime e contravenção 
- art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal: 
“Art. 1º Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de 
reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou 
cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a 
que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou 
ambas, alternativa ou cumulativamente”. 
 
- crimes: 
a) reclusão; 
b) reclusão e multa; 
c) reclusão ou multa; 
d) detenção; 
e) detenção e multa; 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
f) detenção ou multa. 
- contravenções: 
a) prisão simples; 
b) prisão simples e multa; 
c) prisão simples ou multa; 
d) multa. 
 
■ Aplicação das regras gerais do Código Penal 
Art. 1º Aplicam-se às contravenções as regras gerais do Código Penal, 
sempre que a presente Lei não disponha de modo diverso. 
 
■ Territorialidade 
Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território 
nacional. 
■ Voluntariedade, dolo e culpa 
Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão 
voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz 
depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico. 
 
Damásio de Jesus: 
“hoje, (...), adotada a teoria finalista da ação e vedada a responsabilidade 
objetiva pela reforma penal de 1984, o disposto na última parte do art. 3º, 
em que se diz prescindir a contravenção de dolo ou culpa, salvo casos 
excepcionais, está superado: a contravenção, assim como o crime, exige 
dolo ou culpa, conforme a descrição típica. O dolo se apresenta como 
elemento subjetivo implícito no tipo; a culpa, como elemento normativo. 
Ausentes, o fato é atípico. Veja-se, entretanto, que a admissão da 
modalidade culposa, nas contravenções, é diferente do sistema do Código 
Penal. Neste, a culpa deve ser expressa (art. 18, parágrafo único). Nas 
hipóteses em que a infração é culposa, a Lei das Contravenções Penais não 
emprega as expressões usuais do Código Penal, como ‘se o crime é 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
culposo’, ‘no caso de culpa’ etc. A existência da modalidade culposa, nas 
contravenções, decorre da própria descrição legal do fato. Ex.: ‘dar causa a 
desabamento de construção por erro no projeto’ (art. 31, caput). A culpa 
decorre da própria natureza do fato definido na norma. É necessário, 
portanto, que a lei contravencional contenha referência à modalidade 
culposa, empregando termos indicativos da ausência de cuidado na 
realização da conduta. Ausentes, significa que a contravenção só admite 
dolo, sendo atípico o fato culposo. Assim, as vias de fato são estritamente 
dolosas, uma vez que o art. 21 da Lei das Contravenções Penais não 
contém redação recepcionando o comportamento culposo”. 
 
■ Tentativa 
Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção. 
 
■ Penas principais 
Art. 5º As penas principais são: 
I — prisão simples; 
II — multa. 
 
- art. 11 do Código Penal. 
 
■ Reincidência 
Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma 
contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha 
condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, 
por motivo de contravenção. 
- art. 63 do CP: 
Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, 
depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o 
tenha condenado por crime anterior. 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
 
■ Erro de direito 
Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando 
escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. 
 
 
■ Limite das penas 
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser 
superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta 
contos de réis. 
 
■ Suspensão condicional da pena e livramento condicional 
Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender, por 
tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de 
prisão simples, bem como conceder livramento condicional. 
 
- sursis - Código Penal - art. 77: 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
a) que a pena imposta na sentença não seja superior a dois anos; 
b) que não seja cabível a substituição por pena restritiva de direitos; 
c) que as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal sejam favoráveis ao 
condenado; 
d) que o réu não seja reincidente. 
 
■ Penas acessórias 
Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes 
interdições de direitos: 
I — a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício 
dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder público; 
II — a suspensão dos direitos políticos. 
Parágrafo único. Incorrem: 
a) na interdição sob n. I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo 
de contravenção cometida com abuso de profissão ou atividade ou com 
infração de dever a ela inerente; 
b) na interdição sob n. II, o condenado a pena privativa de liberdade, 
enquanto dure a execução da pena ou a aplicação da medida de segurança 
detentiva. 
 
Dispositivo tacitamente revogado. 
 
■ Medidas de segurança e internação em manicômio judiciário ou em casa de 
custódia e tratamento 
Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, as medidas de segurança 
estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local. 
 
Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário 
ou em casa de custódia e tratamento é de 6 meses. 
Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a 
internação, submeter o indivíduo a liberdade vigiada. 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
■ Presunção de periculosidade 
Art. 14. Presumem-se perigosos, além dos indivíduos a que se referem os 
ns. I e II do art. 78 do Código Penal: 
I — o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de 
embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos, quando habitual 
a embriaguez; 
II — o condenado por vadiagem ou mendicância. 
 
Dispositivo tacitamente revogado. 
■ Internação em colônia agrícola ou em instituição de trabalho, de reeducação ou de 
ensino profissional 
Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho, de 
reeducação ou de ensino profissional, pelo prazo mínimo de um ano: 
I — o condenado por vadiagem (art. 59); 
II — o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo). 
 
Dispositivo revogado pela Lei n. 7.209/84. 
 
■ Ação penal 
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. 
 
■ Infração de menor potencial ofensivo 
- Juizado Especial Criminal. 
 
■ Competência exclusiva da Justiça Estadual 
- art. 109, VI, 2ª parte da Constituição Federal. 
Súmula 38 do Superior Tribunal de Justiça: 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
“compete à Justiça Estadual Comum, na vigênciada Constituição de 1988, 
o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de 
bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades”. 
PRINCIPAIS REGRAS DA PARTE GERAL DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES 
■ As regras da Parte Geral do Código Penal aplicam-se às contravenções (art. 1º). 
 
■ Apenas as contravenções cometidas no Brasil são punidas pela lei brasileira (art. 2º). 
 
■ Para que seja punida a contravenção, basta que a ação ou a omissão sejam 
voluntárias, exceto quando o próprio tipo penal exigir dolo ou culpa (art. 3º). 
 
■ Não se pune a tentativa de contravenção (art. 4º). 
 
■ As penas principais previstas para as contravenções são a prisão simples e a multa 
(art. 5º). 
 
■ A prática de contravenção só gera reincidência se o réu já tiver sido condenado em 
definitivo por algum crime ou, no Brasil, por outra contravenção (art. 7º). 
 
■ A pena pode deixar de ser aplicada em caso de ignorância ou de errada 
compreensão da lei, desde que o erro seja escusável (art. 8º). 
 
■ A pena da prisão simples não pode exceder a cinco anos (art. 10). 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
■ O juiz pode conceder o sursis, por prazo de um a três anos, bem como conceder 
livramento condicional, se presentes os requisitos da Parte Geral do Código Penal (art. 
11). 
 
■ A ação é pública incondicionada (art. 17). 
 
■ PARTE ESPECIAL DAS CONTRAVENÇÕES 
PARTE ESPECIAL DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS 
Capítulo I — Das Contravenções Referentes à Pessoa; 
Capítulo II — Das Contravenções Referentes ao Patrimônio; 
Capítulo III — Das Contravenções Referentes à Incolumidade Pública; 
Capítulo IV — Das Contravenções Referentes à Paz Pública; 
Capítulo V — Das Contravenções Referentes à Fé Pública; 
Capítulo VI — Das Contravenções Relativas à Organização do Trabalho; 
Capítulo VII — Das Contravenções relativas à Polícia de Costumes; 
Capítulo VIII — Das Contravenções Referentes à Administração Pública. 
 
■ Das contravenções referentes à pessoa (Capítulo I) 
■ Fabrico, comércio ou detenção de arma ou munição 
Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem 
permissão da autoridade, arma ou munição: 
Pena — prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas 
cumulativamente, se o fato não constitui crime contra a ordem política ou 
social. 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
1. Introdução 
- Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). 
- armas brancas: faca, punhal, soco inglês, espada etc. 
 
2. Objetividade jurídica 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Condutas típicas 
a) fabricar; 
b) importar; 
c) exportar; 
d) ter em depósito; 
e) vender. 
 
6. Objeto material 
 
7. Elemento normativo do tipo 
 
8. Elemento subjetivo 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
9. Consumação 
 
10. Tentativa 
 
■ Porte de arma 
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem 
licença da autoridade: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, ou ambas 
cumulativamente. 
 
1. Introdução 
 
2. Objetividade jurídica 
“a contravenção de porte de arma é de mera conduta, não havendo como 
indagar da intenção do agente. O elemento subjetivo da mesma reside tão 
só na voluntariedade da ação ou omissão...” (Tacrim/SP, RT 485/332). 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Elementos do tipo 
a) Trazer consigo. 
b) Fora de casa ou da dependência desta. 
- “casa”: 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
I — qualquer compartimento habitado; 
II — aposento ocupado de habitação coletiva; 
III — compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer sua atividade ou 
profissão. 
 
O art. 150, § 5º, do Código Penal: 
I — hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto 
aberta — diz respeito às partes comuns do estabelecimento; 
II — taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero — portar arma 
branca no interior de um bar caracteriza a contravenção. 
 
c) Sem licença da autoridade. 
 
6. Objeto material 
“Caracteriza a contravenção do art. 19 da LCP a conduta do agente que 
leva em seu veículo facão com lâmina de 39 centímetros de comprimento, 
arma de extrema periculosidade e insuscetível de ensejar obtenção de 
porte” (Tacrim/SP, Rel. Lioz Ambra, Roloflash 1.095/456). 
 
“Quando alheada à sua função de barbear, a navalha é arma proibida, 
porque o seu destino possa ser o da ofensa à pessoa” (TJDF 138/245)”. 
“Configura-se a contravenção de porte de arma se, ao ser preso em 
flagrante por tentativa de furto, o acusado trazia consigo um soco-inglês, 
cuja destinação, sabidamente, é a de praticar ofensas físicas” (Tacrim/SP, 
RT 609/351). 
 
“Porte de arma — Agente surpreendido com armas impróprias, tais como 
facas, estiletes, navalhas, bengalas e spray de gás — Caracterização — 
Possibilidade — Apesar de a faca ser considerada arma imprópria, por sua 
potencialidade ofensiva e também por se prestar a ataque e defesa de 
quem a porta, com possibilidade de dano físico, pode ser elemento 
caracterizador da conduta do art. 19 da Lei das Contravenções Penais, o 
mesmo ocorrendo com navalhas, estiletes, bengalas e spray de gás” 
(Tacrim/SP, Rel. Silveira Lima, RJD 23/311). 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
“Pratica a contravenção do art. 19 da LCP o agente que se apresenta em 
lugar público, portando à cintura uma faca pontiaguda, com 20 cm de 
lâmina, com eventual propósito de ataque ou defesa, não sendo seu 
instrumento de trabalho, sendo certo que, com tal conduta, coloca em 
risco a incolumidade pública, que é o bem jurídico tutelado” (Tacrim/SP, 
RJTacrim 36/210). 
 
“Contravenção penal — Porte de faca em via pública — Absolvição — 
Inadmissibilidade — Alegada utilização da faca como instrumento de 
trabalho. Acusado surpreendido, sentado no meio-fio, embriagado, à meia-
noite, fora de seu trabalho. Porte da faca com intenção nitidamente 
ofensiva. Condenação mantida” (Tacrim/SP, Rel. Teodomiro Mendez, j. 
08/06/1999, Rolo-flash 1248/445). 
 
“Contravenção penal — Porte de arma — Faca e chicote tipo “muchacho” 
— Instrumentos utilizáveis em ataque e defesa, quando as circunstâncias 
de tempo, lugar e modo evidenciam o desvio de sua finalidade específica. 
Assim, configuram-se a faca e o chicote, como armas, por suas naturezas 
vulnerantes lesivas à integridade corporal ou à vida” (Tacrim/SP, Rel. 
Walter Theodosio, RJD 3/102). 
 
“salvo quando se trate de zona rural onde o próprio serviço do rurícola 
exige o instrumento e é costume seu porte, responde pela contravenção 
do art. 19 do Estatuto Especial aquele que, sem autorização policial, traz 
consigo faca ‘peixeira’” (Tacrim/SP, Rel. Camargo Sampaio, Jutacrim 
30/157). 
 
7. Consumação 
 
8. Tentativa 
 
9. Concurso de crimes 
 
10. Confisco da arma 
- art. 91, II, “a”, do Código Penal, 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
11. Causa de aumento de pena 
 
12. Figuras equiparadas 
 
■ Anúncio de meio abortivo 
Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar 
aborto. 
Pena — multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Conduta típica 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Vias de fato 
Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém: 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, se o fato não 
constitui crime. 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço até a metade, se a vítima 
é maior de 60 anos. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Sujeito ativo 
 
3. Sujeito passivo 
 
4. Elemento objetivo do tipo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
7. Subsidiariedade 
 
8. Causa de aumento de pena 
- Lei n. 10.741/2003 — Estatuto do Idoso. 
 
9. Ação penal 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
10. Jurisprudência 
“Vias de fato — Agente que desfere um tapa no rosto da vítima — 
Configuração. Configura a contravenção penaldo art. 21 da LCP a conduta 
do agente que desfere um tapa no rosto da vítima” (Tacrim/SP, Rel. Osni 
de Souza, 09/12/1999, Rolo-flash 1.285/326). 
 
“Responde por vias de fato o agente que, encontrando-se em estado de 
embriaguez, desfere empurrão em quem se nega a servir-lhe novas doses 
de bebida alcoólica” (Juricrim-Franceschini, n. 2.557). 
 
“Vias de fato — Tapas e pontapés, que não redundaram em ofensa à 
integridade física ou à saúde — Não revelação de intenção deliberada de 
ferir — Infração caracterizada — Caracteriza-se a contravenção de vias de 
fato pela violência que não redunde em ofensa à integridade corporal ou à 
saúde, nem revele ânimo de ferir...” (TJMG, RT 229/580). 
 
■ Internação irregular em estabelecimento psiquiátrico 
Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as 
formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental: 
Pena — multa. 
§ 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar à autoridade 
competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de 
urgência, sem as formalidades legais. 
§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou 
multa, aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se ou 
despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele internada. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Condutas típicas 
a) Receber e internar em estabelecimento psiquiátrico, sem as formalidades legais, 
pessoa apresentada como doente mental. 
b) Deixar de comunicar à autoridade competente, no prazo legal, internação que tenha 
admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais. 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
c) Deixar retirar-se ou despedir de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele internada, 
sem observar as prescrições legais. 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Indevida custódia de doente mental 
Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no 
artigo anterior, sem autorização de quem de direito: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Conduta típica 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Das contravenções referentes ao patrimônio (Capítulo II) 
■ Instrumento de emprego usual na prática de furto 
Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado 
usualmente na prática de crime de furto: 
Pena — prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Condutas típicas 
a) Fabricar. 
b) Ceder. 
c) Vender. 
 
3. Objeto material 
a) Gazua. 
b) Outro instrumento empregado normalmente para a prática de furtos. 
 
4. Sujeito ativo 
 
5. Sujeito passivo 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
6. Consumação 
 
7. Tentativa 
 
8. Absorção 
 
■ Posse não justificada de instrumento de emprego usual na prática de furto 
Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condenado por crime de furto 
ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido 
como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou 
instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde 
que não prove destinação legítima: 
Pena — prisão simples, de dois meses a um ano, e multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Conduta típica 
 
3. Objeto material 
 
4. Sujeito ativo 
 
5. Sujeito passivo 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
6. Consumação 
 
7. Tentativa 
 
8. Jurisprudência 
“Não caracteriza o tipo contravencional descrito no art. 25 do Dec-Lei 
3.688/41 a posse de gazuas consideradas aptas pela polícia a acionar e/ou 
destravar mecanismos de fechaduras, as quais se encontravam ocultas sob 
o tapete do veículo dirigido pelo acusado, se este nunca foi condenado por 
furto ou roubo e se não é notoriamente conhecido como vadio ou 
mendigo” (TJSP, Rel. Dante Busana, RT 778/572). 
 
“Caracteriza a contravenção do art. 25 da LCP a conduta do agente que, já 
condenado definitivamente por furto, é surpreendido, em seu automóvel, 
na posse de mixas empregadas na prática de tal crime, e não prova a sua 
destinação legítima” (Tacrim/SP, Rel. Penteado Navarro, j. 27/07/1997, 
Rolo-flash 1117/109). 
 
9. Não recepção do dispositivo pela Constituição Federal 
“Não há como deixar de reconhecer o anacronismo do tipo penal que 
estamos a analisar. Não se pode admitir a punição do sujeito apenas pelo 
fato do que ele é, mas pelo que faz”, afirmou. “Acolher o aspecto subjetivo 
como determinante para caracterização da contravenção penal equivale a 
criminalizar, em verdade, a condição pessoal e econômica do agente, e não 
fatos objetivos que causem relevante lesão a bens jurídicos importantes ao 
meio social”. 
 
■ Violação de lugar ou objeto 
Art. 26. Abrir, alguém, no exercício de profissão de serralheiro ou ofício 
análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não 
se tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho 
destinado à defesa de lugar ou objeto: 
Pena — prisão simples de 15 dias a 3 meses, ou multa. 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Conduta típica 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Exploração da credulidade pública 
Art. 27. Explorar a credulidade pública mediante sortilégios, predição do 
futuro, explicação de sonho, ou práticas congêneres: 
Pena — prisão simples, de um a seis meses, e multa. 
 
revogada 
■ Das contravenções referentes à incolumidade pública (Capítulo III) 
 
■ Disparo de arma de fogo 
Art. 28, caput — Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas 
adjacências, em via pública ou em direção a ela: 
Pena — prisão simples, de um a seis meses, ou multa. 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
Essa conduta, atualmente, constitui crime previsto no art. 15 da Lei n. 10.826/2003 
(Estatuto do Desarmamento). 
 
■ Deflagração perigosa de fogo de artifício 
Art. 28, parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias 
a dois meses, ou multa, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, 
em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa 
deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Condutas típicas 
a) Em lugar habitado ou em suas adjacências. 
b) Em via pública ou em direção a ela. 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Desabamento de construção 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
Art. 29. Provocar o desabamento de construção, ou, por erro no projeto ou 
na execução, dar-lhe causa: 
Pena — multa, se o fato não constitui crime contra a incolumidade pública. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Condutas típicas 
a) Provocar desabamento de construção. 
b) Dar causa ao desabamento de construção por erro no projeto ou na execução. 
“Desabamento de construção — Telhado de cinema que rui em virtude de 
defeito na sua execução — Nexo de causalidade material entre tal fato e a 
ação do acusado. Existindo um nexo de causalidade material entre o 
desabamento de construção e o erro no projeto ou na execução da obra, 
caracterizada está a infração a que alude o art. 29 da LCP” (ASP, Rel. Tomas 
Carvalhal, RT 229/420). 
 
“O crime descrito no art. 256, parágrafo único, do CP só se configura 
quando exposta a perigo comum a generalidade de pessoas. Se tal não 
ocorre, cabe considerar a hipótese prevista no art. 29 da LCP” (Tacrim/SP, 
Rel. Nelson Schiesari, Jutacrim 74/113). 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
■ Perigo de desabamento 
Art. 30. Omitir alguém providência reclamada pelo estado ruinoso de 
construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe: 
Pena —multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Conduta típica 
“O termo construção, empregado no art. 30 da LCP, deve ser tomado na 
acepção genérica, para compreender também os edifícios e casas. Não 
distingue a lei o estado ruinoso, se total ou parcial, cogitando apenas da 
necessidade de remoção das causas de perigo (...)” (Tacrim/SP, Rel. 
Hoeppner Dutra, RT 272/475). 
 
“Contravenção penal — Perigo de desabamento — Elemento psíquico 
indeclinável para configurar-se a infração — A contravenção relativa a 
perigo de desabamento, ou de omissão de cautelas tendentes a remover o 
perigo de desabamento (art. 30 da Lei das Contravenções Penais) somente 
se estrutura com o elemento psíquico, consistente na voluntariedade da 
omissão” (RT 370/173). 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Omissão de cautela na guarda ou condução de animais 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
Art. 31, caput — Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa 
inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal perigoso: 
Pena — prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
a) na via pública abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia a 
pessoa inexperiente. 
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia. 
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. 
 
1. Objetividade jurídica 
2. Elementos do tipo 
a) Deixar em liberdade o animal. 
b) Confiar a guarda do animal a pessoa inexperiente. 
c) Não guardar o animal com as cautelas devidas. 
“Omissão de cautela na guarda ou condução de animais — Ataque ou lesão 
a determinada pessoa — Desnecessidade — Existência de risco e 
voluntariedade. Para a caracterização da contravenção de omissão de 
cautela na guarda ou condução de animais, prevista no art. 31 da LCP, é 
desnecessário que os animais ataquem ou lesionem determinada pessoa, 
bastando o risco, independentemente do resultado, e também a 
voluntariedade” (Tacrim/SP, Rel. Walter Swensson, j. 16/04/1997, Rolo-
flash 1104/421). 
 
“A contravenção de que trata o art. 31 do Dec-Lei n. 3.688/41 se 
caracteriza pela potencialidade do perigo à integridade física decorrente da 
falta de cautela ou omissão, na guarda de animal bravio. Em ocorrendo, 
como efetivamente aconteceu, ofensa à integridade física de outrem, 
mordido pelo animal cuja guarda se negligenciou, configurado está o crime 
de lesão corporal culposa” (Tacrim/SP, Rel. Saraiva Fernandes, RT 
717/410). 
 
3. Figuras equiparadas 
Art. 31, parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
a) na via pública abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia a 
pessoa inexperiente. 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
Art. 31, parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia. 
 
Art. 31, parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. 
 
 
4. Sujeito ativo 
 
5. Sujeitos passivos 
 
6. Consumação 
 
7. Tentativa 
 
■ Falta de habilitação para dirigir veículo 
Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou 
embarcação a motor em águas públicas: 
Pena — multa. 
 
1. Introdução 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
- Súmula 720 do Supremo Tribunal Federal: 
“O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato 
perigo de dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no 
tocante à direção sem habilitação em vias terrestres”. 
 
2. Objetividade jurídica 
 
3. Elementos do tipo 
 
4. Sujeito ativo 
 
5. Sujeito passivo 
 
6. Consumação 
 
7. Tentativa 
 
8. Absorção 
 
■ Direção não licenciada de aeronave 
Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
2. Elementos do tipo 
- art. 106 do Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei n. 7.565/86), é 
“todo aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e circular no 
espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas 
ou coisas”. 
 
Bento de Faria, 
“a carta de habilitação é o brevet, isto é, o documento que reconhece e 
atesta a capacidade para a função. Licença é o que comprova a autorização 
concedida ao seu titular a fim de permitir-lhe exercitar as funções para as 
quais adquiriu e conserva a capacidade. E como esta não basta, o seu 
exercício — de direção — deve ser sempre autorizado e tal se verifica pela 
licença”. 
 
Manuel Carlos da Costa Leite, 
“a falta de licença de voo para a aeronave, por não preencher ela as 
condições de segurança acauteladoras da incolumidade pública também se 
enquadra na contravenção do art. 33”. 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Direção perigosa de veículo na via pública 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, 
pondo em perigo a segurança alheia: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
a) Dirigir. 
b) Veículo. 
c) Via pública. 
“Contravenção penal — Direção perigosa de veículo na via pública — 
Inocorrência — Manobras perigosas levadas a efeito pelo acusado no pátio 
da Faculdade em que é aluno — Absolvição mantida — Inteligência do art. 
34 da LCP — A direção perigosa de veículo, punível a título de 
contravenção, há de se verificar, necessariamente, em via pública, (...)” 
(Tacrim/SP, Rel. Lauro Alves, RT 478/331). 
 
d) Pondo em perigo a segurança alheia. 
“O Código de Trânsito Brasileiro não revogou o art. 34 da LCP, uma vez que 
não esgotou em seus artigos toda e qualquer modalidade de direção 
perigosa, mas somente especificou práticas que entendeu mais gravosas a 
ponto de erigi-las à categoria de crimes, permanecendo a contravenção em 
nosso ordenamento, como norma penal de caráter geral, a fim de 
subsumirem-se nelas as demais condutas de direção perigosa” (Tacrim/SP, 
Rel. Roberto Mortari, j. 05/12/2000, Rolo-flash 1.374/487). 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeitos passivos 
“Direção perigosa de veículo na via pública — Art. 34 da LCP — Perigo 
abstrato — Configuração — Suficiência — Para a configuração da 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
contravenção do art. 34 da LCP é exigido apenas o perigo abstrato” 
(Tacrim/SP, Rel. Damião Cogan, j. 02/12/1999, Rolo-flash 1.284/20138); 
 
“Direção perigosa de veículo na via pública — Demonstração da existência 
de perigo imediato e direto a pessoa determinada — Desnecessidade — 
Perigo difuso. Suficiência. A integração da figura contravencional do art. 34 
da LCP dispensa demonstração da existência de perigo imediato e direto a 
pessoa determinada, sendo suficiente a prova do perigo difuso a que a 
direção perigosa sujeita a todos os que se utilizam da via pública, pois é a 
incolumidade pública o bem jurídico tutelado” (Tacrim/SP, Rel. Correa de 
Moraes, j. 10/12/1998, Rolo-flash 1.209/193). 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
7. Absorção 
 
8. Distinção 
 
■ Abuso na prática da aviação 
Art. 35. Entregar-se, na prática da aviação, a acrobacias ou a voos baixos, 
fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos 
lugares destinados a esse fim: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
“Infringe o disposto no art. 35 da LCP, o piloto que faz evoluções com seu 
aparelho sobre a cidade a menos de 300 metros de altitude” (Tacrim/SP, 
Rel. Sylvio Cardoso Rolim, RT 354/323). 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
7. Distinção 
 
■ Sinais de perigo 
Art. 36. Deixar de colocar na via pública sinalou obstáculo, determinado 
em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeunte: 
Pena — prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: 
a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou 
obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes. 
b) remove qualquer outro sinal de serviço público. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Arremesso ou colocação perigosa 
Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso 
comum, ou de uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar 
alguém: 
Pena — multa. 
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas 
cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em 
lugar de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar 
alguém. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Emissão de fumaça, vapor ou gás 
Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que 
possa ofender ou molestar alguém: 
Pena — multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeitos passivos 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Das contravenções referentes à paz pública (Capítulo IV) 
 
■ Associação secreta 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reúnam 
periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, 
objetivo, organização ou administração da associação: 
Pena — prisão simples, de um a seis meses. 
§ 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que 
cede, no todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de 
caráter secreto. 
§ 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, 
quando lícito o objeto da associação. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
- requisitos: 
a) a associação de, no mínimo, seis pessoas; 
b) a ocorrência de reuniões periódicas. 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
7. Perdão judicial 
Manuel Carlos da Costa Leite, 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
“sabida a atração que exerce sobre o homem, o misterioso, o secreto, todo 
menino sente profunda atração por sociedade de aspectos secretos, por 
sinais e cumprimentos em códigos particulares etc. Nem todo indivíduo 
adulto consegue libertar-se dessas tendências da meninice. Parece-me que 
o juiz, convencendo-se de que a ocultação nada objetiva de ilícito, mas 
simplesmente atender a uma exigência da psicologia dos participantes da 
associação, deverá deixar de aplicar a pena. A sociedade pode ter fim lícito 
como também pode ter finalidade ilícita, embora não sendo para objetivos 
criminosos”, 
 
■ Provocação de tumulto e conduta inconveniente 
Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou 
desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo 
público, se o fato não constitui infração penal mais grave: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
a) Provocar tumulto. 
b) Portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso. 
 
a) Solenidade ou ato oficial. 
b) Assembleia. 
c) Espetáculo público. 
 
“Quando se trata de reunião festiva oferecida por sociedade particular a 
seus sócios, a provocação de tumulto ou o comportamento inconveniente 
ou desrespeitoso não configura a contravenção do art. 40 da lei específica, 
por faltar-lhe um requisito elementar: o acesso público ao espetáculo” 
(Tacrim/SP, Rel. Marcondes Rangel, RT 369/208). 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
7. Subsidiariedade expressa 
 
■ Falso alarma 
Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou 
praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
 
3. Sujeito ativo 
- Lei n. 5.250/67 (Lei de Imprensa) X ADPF n. 130. 
 
4. Sujeito passivo 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Perturbação do trabalho ou do sossego alheios 
Art. 42. Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios: 
I — com gritaria ou algazarra; 
II — exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as 
prescrições legais; 
III — abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; 
IV — provocando ou não procurando impedir barulho produzido por 
animal de que tem guarda: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
a) Gritaria ou algazarra. 
“entende-se por algazarra a produção de ruídos mesmo que não provindos 
exclusivamente da voz humana. Assim, infringe o art. 42, inciso I, da LCP 
quem, perturbando o sossego alheio, de modo estrepitoso, sai à rua de 
madrugada batendo latas ou promovendo barulhenta queima de fogos de 
estampido” (Tacrim/SP, Rel. João Guzzo, Jutacrim 19/194). 
 
b) Exercício de profissão incômoda ou ruidosa. 
“Incorre nas sanções do art. 42, II, da LCP, o agente que, responsável por 
uma lanchonete, promove apresentações de música ao vivo e ao ar livre, 
causando barulho durante o repouso noturno, além dos horários 
estabelecidos no alvará expedido pela Prefeitura, que autoriza atividades 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
artísticas no estabelecimento” (Tacrim/SP, Rel. Gonzaga Franceschini, RJD 
15/140). 
 
“O disposto no art. 42, inc. II, da LCP, é norma penal em branco, cuja 
eficácia depende de outra norma que lhe dê vida. Não se encontrando 
disciplinado pelo poder competente o funcionamento de indústrias e 
fábricas, impossível a punição pela lembrada contravenção” (Tacrim/SP, 
Rel. Valentim Silva, Jutacrim 29/95); 
 
“A infração do art. 42 da LCP reside na violação das normas extrapenais 
regulamentadoras do exercício da profissão ruidosa ou incômoda. Se tais 
normas inexistem, resulta claro que a figura contravencional não pode, de 
modo algum, integrar-se analogamente aliás ao que ocorre nas hipóteses 
clássicas de vacatio legis, pois este é o fenômeno com que, em última 
análise, se depara nos casos de lei penal em branco, ainda não 
regulamentada” (Juricrim-Franceschini, n. 2.376). 
 
c) Abuso de instrumentos sonoros ou de sinais acústicos. 
d) Provocar ou não procurar impedir barulho provocado por animal de que tenha a 
guarda. 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
“a contravenção do art. 42 somente se aperfeiçoa quando o ruído 
produzido perturba diversas pessoas, de modo que, se o barulho resultante 
de instrumentos sonoros incomoda só um indivíduo, não chegando a afetar 
a tranquilidade e sossego de grande número de famílias vizinhas, 
caracteriza-se o art. 65 da mesma lei” (Tacrim/SP, Rel. Junqueira 
Sangirardi, RJD 25/395); 
e 
“para a caracterização da contravenção do art. 42 da LCP, é necessário que 
uma pluralidade de pessoas sofram a perturbação, sendo insuficiente o 
transtorno de um só indivíduo, máxime se inexiste prova do abuso” 
(Tacrim/SP, Rel. Canellas de Godoy). 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
“a simples suscetibilidade de um indivíduo, a sua maior intolerância ou a 
irritabilidade de um neurastênico não é que gradua a responsabilidade. A 
perturbação deve, assim, ser incômoda aos que habitam um quarteirão, 
residem em uma vila, se recolhem a um hospital, frequentam uma 
biblioteca” (Tacrim/SP, Rel. Canguçu de Almeida, Jutacrim 75/379). 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Das contravenções referentesà fé pública (Capítulo V) 
■ Recusa de moeda de curso legal 
Art. 43. Recusar-se a receber pelo seu valor, moeda de curso legal no país: 
Pena — multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
 
3. Sujeito ativo 
4. Sujeitos passivos 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
■ Imitação de moeda para propaganda 
Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa 
inexperiente ou rústica possa confundir com moeda: 
Pena — multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Simulação da qualidade de funcionário público 
Art. 45. Fingir-se funcionário público: 
Pena — prisão simples, de um a três meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
a) Fingir. 
b) Funcionário público. 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Uso ilegítimo de uniforme ou distintivo 
Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública 
que não exercer; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação 
cujo emprego seja regulado por lei: 
Pena — multa, se o fato não constitui infração penal mais grave. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
Usar. 
Uniforme. 
Distintivo. 
- norma penal em branco. 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
3. Caráter subsidiário 
 
4. Sujeito ativo 
 
5. Sujeito passivo 
 
6. Consumação 
 
7. Tentativa 
 
■ Das contravenções relativas à organização do trabalho (Capítulo VI) 
 
■ Exercício ilegal de profissão ou atividade 
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a 
exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu 
exercício: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
“a contravenção de exercício ilegal de profissão ou atividade do art. 47 da 
LCP, é norma penal em branco que exige complementação por outro 
dispositivo legal, devidamente mencionado na peça acusatória para 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
permitir e possibilitar a plena e ampla defesa...” (Tacrim/SP, Rel. Corrêa 
Dias, Jutacrim 82/213). 
 
-Estatuto da Ordem dos Advogados — Lei n. 8.906/94) 
- engenheiro (Decreto Federal n. 23.569/33) 
- corretor de imóveis (Lei n. 6.530/78). 
“A jurisprudência dos Tribunais — inclusive aquela emanada do Supremo 
Tribunal Federal — tem assinalado, tratando-se de exercício ilegal da 
Advocacia, que a norma inscrita no art. 47 da Lei das Contravenções Penais 
aplica-se tanto ao profissional não inscrito nos quadros da Ordem dos 
Advogados do Brasil quanto ao profissional, que, embora inscrito, 
encontra-se suspenso ou impedido, estendendo-se, ainda, essa mesma 
cláusula de tipificação penal, ao profissional com inscrição já cancelada. 
Precedentes” (STF — HC 74.471, Rel. Min. Celso de Mello, 1ª Turma, 
julgado em 18/03/1997, DJe 053, 20/03/2009, p. 299); 
e 
“o advogado que, após sofrer suspensão disciplinar pela OAB, pratica o 
exercício da profissão não comete o crime previsto no art. 205 do CP e sim 
a contravenção penal do art. 47 do Dec.-lei 3.688/41, pois a expressão 
‘decisão administrativa’ contida no primeiro tipo, tomada em seu sentido 
técnico-administrativo, somente pode ser entendida como atos ou 
resoluções emanados dos órgãos da administração pública, onde entidades 
disciplinadoras de profissões liberais não se incluem” (Tacrim/SP, Rel. 
Lopes da Silva, RT 748/644). 
 
- art. 282 do Código Penal. 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeitos passivos 
 
5. Consumação 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
“a infração do art. 47 da LCP é de perigo e não de dano, sendo irrelevante à 
sua configuração a eventual inexistência de prejuízo” (Tacrim/SP, Rel. 
Camargo Aranha, Jutacrim 53/344). 
 
“O exercício da advocacia com base em inscrição na OAB obtida com o uso 
de diploma falso de bacharel em direito caracteriza a contravenção penal 
prevista no artigo 47 da Lei das Contravenções Penais. Por outro lado, a 
habitualidade exigida para a caracterização do exercício ilegal da profissão 
não se configura quando há a prática de um único ato privativo da 
profissão, configurando-se, porém, se, ainda que num processo apenas, 
seja em causa própria, seja em favor de terceiro, o acusado praticar vários 
atos processuais, como ocorreu na hipótese sob julgamento. Habeas 
corpus indeferido” (STF — HC 75.022, Rel. Min. Moreira Alves, 1ª Turma, 
julgado em 26/06/1997, DJ 29/08/1997, p. 40218). 
 
“Contravenção penal — Exercício ilegal de profissão ou atividade — 
Habitualidade — Desnecessidade à tipificação do ilícito — O art. 47 da LCP 
considera ilícito o só fato de anunciar o exercício irregular de atividade ou 
profissão. Assim, mesmo que o agente não tenha, efetivamente, praticado 
ato algum da apontada atividade ou profissão, o simples anúncio de que o 
faz configura a contravenção” (Tacrim/SP — Rel. Rafael Granato, Jutacrim 
52/242). 
 
6. Tentativa 
 
■ Exercício ilegal do comércio de coisas antigas e obras de arte 
Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de 
antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos e raros: 
Pena — prisão simples, de um a seis meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Conduta típica 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Matrícula ou escrituração de indústria e profissão 
Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração 
de indústria, de comércio, ou de outra atividade: 
Pena — multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
- art. 967 do Código Civil. 
- art. 1.179 do Código Civil, 
“o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema 
de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme 
de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a 
levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico”. 
 
- art. 1.180 prevê que, 
“além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode 
ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou 
eletrônica”. 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
■ Das contravenções relativas à polícia de costumes (Capítulo VII) 
 
■ Jogo de azar 
Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessível 
ao público, mediante pagamento de entrada ou sem ele: 
Pena — prisão simples, de três meses a um ano, e multa, estendendo-se os 
efeitos da condenação à perda dos móveis e objetos de decoração do local. 
(...) 
§ 2º Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, 
quem é encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador. 
§ 3º Consideram-se, jogos de azar: 
a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente 
da sorte; 
b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde 
sejam autorizadas; 
c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva. 
§ 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao público: 
a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles 
habitualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a 
ocupa; 
b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se 
proporciona jogo de azar; 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza 
jogo de azar; 
d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se 
dissimule esse destino. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
a) Estabelecer. 
b) Explorar. 
“jogo de azar domésticoou equiparado a doméstico, mesmo a dinheiro, 
realizado como simples passatempo, sem aliciamento de vontades ou 
aproveitamento de inexperiência ou de paixão viciosa para auferição de 
lucros diretos (não de mero ‘barato’), não constitui ilícito, mas mera 
distração penalmente inócua” (Tacrim/SP, Rel. Azevedo Franceschini, 
Jutacrim 20/95); 
e 
“A reunião de várias pessoas amigas ou conhecidas em residência 
particular, para a prática de carteado a dinheiro, não configura a infração 
do art. 50 da LCP. Além de não ser aquele lugar acessível a qualquer 
pessoa, mas apenas a convidados, tal modalidade de jogo não sofreu 
nenhuma restrição no território nacional” (Tacrim/SP, RT 213/381). 
 
- jogo de azar: 
a) O jogo em que o ganho ou a perda dependem exclusivamente ou principalmente da 
sorte (alínea “a”). 
“para a tipificação da contravenção do jogo de azar é necessário que se 
prove também que a prática tenha como finalidade o lucro, o que não se 
confunde com despesas feitas pelos participantes, normalmente bebidas, 
salgadinhos etc.” (Tacrim/SP, Rel. Rubens Gonçalves, RJD 8/83). 
 
 
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Contravenções Penais 
b) As apostas sobre corrida de cavalos fora do hipódromo ou de local onde sejam 
autorizadas (alínea “b”). 
c) As apostas sobre qualquer outra competição esportiva (alínea “c”). 
 
3. Sujeito ativo 
Apostador. 
Ponteiro. 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
“a contravenção do art. 50 da lei especial exige a prova de habitualidade da 
conduta ao seu reconhecimento” (Tacrim/SP, Rel. Lauro Alves, Jutacrim 
48/224); 
e 
“Contravenção penal — Jogo de azar — Prova da habitualidade — 
Indispensabilidade — A contravenção de jogo de azar exige sempre a 
habitualidade” (Tacrim/SP, Rel. Camargo Sampaio, Jutacrim 48/224). 
 
6. Tentativa 
 
7. Efeito da condenação 
 
■ Jogo do bicho 
Art. 58. Realizar o denominado “jogo do bicho”, em que um dos 
participantes, considerado comprador ou ponto, entrega certa quantia 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
com a indicação de combinações de algarismos ou nome de animais, a que 
correspondem números, ao outro participante, considerado o vendedor ou 
banqueiro, que se obriga mediante qualquer sorteio ao pagamento de 
prêmios em dinheiro: 
Penas — de seis meses a um ano de prisão simples e multa ao vendedor ou 
banqueiro, e de quarenta a trinta dias de prisão celular ou multa ao 
comprador ou ponto. 
 
1. Introdução 
revogada pelo art. 58 do Decreto-lei n. 6.259/44. 
 
2. Objetividade jurídica 
 
3. Elementos do tipo 
 
4. Sujeito ativo 
O Superior Tribunal de Justiça, aliás, editou a Súmula 51, concluindo que 
“a punição do intermediário no jogo do bicho independe da identificação 
do apostador ou do banqueiro”. 
 
5. Sujeito passivo 
 
6. Consumação 
 
7. Tentativa 
■ Vadiagem 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para 
o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de 
subsistência, ou prover a própria subsistência mediante ocupação ilícita: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Condutas típicas 
a) Entregar-se à ociosidade. 
b) Prover a própria subsistência mediante ocupação ilícita. 
 
3. Causa extintiva da punibilidade 
 
4. Sujeito ativo 
 
5. Sujeito passivo 
 
6. Consumação 
 
7. Tentativa 
 
■ Mendicância 
Art. 60, caput — Mendigar, por ociosidade ou cupidez: 
Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses. 
 
Essa contravenção penal foi expressamente revogada pela Lei n. 11.983/2009. 
 
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Contravenções Penais 
■ Importunação ofensiva ao pudor 
Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de 
modo ofensivo ao pudor: 
Pena — multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
2. Elementos do tipo 
- Importunar. 
- Pudor, segundo Nélson Hungria, é o sentimento de timidez ou de vergonha de que se 
sente possuída a pessoa normal diante de certos fatos ou atos que ferem a decência. 
“Configuração da contravenção de importunação ofensiva ao pudor — 
Indivíduo que, com fins eróticos, se encosta em menores na multidão que 
assistia a um desfile — O ato importunativo a que alude o art. 61 da LCP 
pode consistir em palavras, gestos ou atitudes: manifestações indecorosas, 
aproximação excessiva de certas partes do corpo, buscando o contato 
ofensivo do pudor, tocamento ou roçamento, além de outras modalidades 
em que o espírito libidinoso é fértil” (Tacrim/SP, Rel. Moreno Gonzales, RT 
417/269). 
“Incide na norma incriminadora do art. 61 da Lei das Contravenções Penais 
aquele que, num coletivo, “bolina” a passageira, passando a mão em suas 
nádegas” (Juricrim-Franceschini n. 2.262). 
 
“Ninguém ignora que, nos veículos de transporte coletivo, principalmente 
em determinadas horas do dia, são comuns e naturais os apertos, 
empurrões e contatos, às vezes inevitáveis. Mas a par disso, são essas 
ocasiões, precisamente, as procuradas por certos indivíduos para tocarem, 
com as mãos ou pernas, nas mulheres que lhes fiquem pegadas” 
(Tacrim/SP, Rel. Olavo Lima Guimarães, RT 230/278). 
 
“O beijo roubado, assim como o toque superficial e fugaz, por sobre as 
vestes, nos seios de uma mulher, não caracterizam a prática de ato 
libidinoso diverso da conjunção carnal e sim a conduta indecorosa de 
importunação ofensiva ao pudor” (TJSC, Rel. Milton Macedo Machado, RT 
727/577). 
 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
“Passar a mão, ou beliscar, ou apertar as nádegas de mulher que passa na 
rua, caracteriza a contravenção do art. 61, pois é um ato ofensivo ao pudor 
da vítima” (Tacrim/SP, Rel. Pedro Gagliardi, RT 690/353). 
 
“Importunação ofensiva ao pudor — Agente que importuna a vítima em 
público de modo ofensivo, fazendo propostas amorosas e indecorosas — 
Caracterização” (Tacrim/SP, Rel. Rulli Junior, j. 11/02/1999, Rolo-flash 
1221/345). 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeito passivo 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
7. Distinção 
a) Ato obsceno (art. 233 do CP). 
b) Estupro (art. 213 do CP). 
c) Assédio sexual (art. 216-A do CP). 
 
■ Embriaguez 
Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo 
que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia: 
Pena — prisão simples de quinze dias a três meses, ou multa. 
 
1. Objetividade jurídica 
 
DIREITO PENAL IV 
Contravenções Penais 
 
2. Elementos do tipo 
a) Que o sujeito esteja embriagado. 
b) Que se apresente nesse estado publicamente. 
c) Exposição própria ou alheia a situação de perigo ou escândalo. 
 
3. Sujeito ativo 
 
4. Sujeitos passivos 
 
5. Consumação 
 
6. Tentativa 
 
7. Jurisprudência 
“Configura a contravenção de embriaguez prevista no art. 62, caput, da Lei 
das Contravenções Penais, a conduta do agente que, fazendo uso 
imoderado de bebida alcoólica, provoca escândalo na frente de casa, 
chegando a derrubar seu genitor e seus familiares” (Tacrim/SP, Rel. 
Fernando Matallo, j. 24/04/1997, Rolo-flash 1.102/353). 
 
“Incorre nas penas do art. 62 da LCP o agente que, apresentando-se 
publicamente em estado de embriaguez, provoca escândalo e coloca em 
risco sua própria saúde ao quebrar copos e comer cacos de vidro, sendo 
irrelevante a ausência de danos efetivos à sua saúde, vez que para a 
corporificação da contravenção basta a simples possibilidade de sua 
ocorrência” (Tacrim/SP, Rel. Canellas de Godoy, j. 30/01/1996, Rolo-flash 
1.017/418). 
 
 
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Contravenções Penais 
“Para a configuração da contravenção do art. 62 da LCP, não basta o 
simples fato de o agente se apresentar publicamente embriagado, exigindo 
a lei que o mesmo provoque atos de desordem, escândalo ou algazarras, 
que possam colocar em perigo os circunstantes ou ele próprio” (Tacrim/SP, 
Rel. Péricles Piza, RJD 22/432). 
 
“O simples fato de se encontrar alguém bêbado não basta ao 
reconhecimento da contravenção de embriaguez. Indispensável

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