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DIREITO PENAL IV Contravenções Penais DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941 LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS PARTE GERAL Art. 1º Aplicam-se as contravenções às regras gerais do Código Penal, sempre que a presente lei não disponha de modo diverso. Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico. Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção. Art. 5º As penas principais são: I – prisão simples. II – multa. Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor penitenciário, em estabelecimento especial ou seção especial de prisão comum, em regime semi-aberto ou aberto. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) § 1º O condenado a pena de prisão simples fica sempre separado dos condenados a pena de reclusão ou de detenção. § 2º O trabalho é facultativo, se a pena aplicada, não excede a quinze dias. Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusaveis, a pena pode deixar de ser aplicada. Art. 9º A multa converte-se em prisão simples, de acordo com o que dispõe o Código Penal sobre a conversão de multa em detenção. Parágrafo único. Se a multa é a única pena cominada, a conversão em prisão simples se faz entre os limites de quinze dias e três meses. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos. Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condicional. (Redação dada pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977) Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições de direitos: I – a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder público; lI – a suspensão dos direitos políticos. Parágrafo único. Incorrem: a) na interdição sob nº I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo de contravenção cometida com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente; b) na interdição sob nº II, o condenado a pena privativa de liberdade, enquanto dure a execução do pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva. Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, os medidas de segurança estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local. Art. 14. Presumem-se perigosos, alem dos indivíduos a que se referem os ns. I e II do art. 78 do Código Penal: I – o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos, quando habitual a embriaguez; II – o condenado por vadiagem ou mendicância; Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho, de reeducação ou de ensino profissional, pelo prazo mínimo de um ano: (Regulamento) I – o condenado por vadiagem (art. 59); II – o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo); DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário ou em casa de custódia e tratamento é de seis meses. Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a internação, submeter o indivíduo a liberdade vigiada. Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. PARTE ESPECIAL CAPÍTULO I DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PESSOA Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da autoridade, arma ou munição: Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de um a cinco contos de réis, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitue crime contra a ordem política ou social. Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade: Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a três contos de réis, ou ambas cumulativamente. § 1º A pena é aumentada de um terço até metade, se o agente já foi condenado, em sentença irrecorrivel, por violência contra pessoa. § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição: a) deixa de fazer comunicação ou entrega à autoridade, quando a lei o determina; b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma a tenha consigo; c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado, menor de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la. Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto: (Redação dada pela Lei nº 6.734, de 1979) DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Pena - multa de hum mil cruzeiros a dez mil cruzeiros. (Redação dada pela Lei nº 6.734, de 1979) Art. 21. Praticar vias de fato contra alguem: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis, se o fato não constitue crime. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental: Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. § 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar a autoridade competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais. § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele, internada. Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de quem de direito: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. CAPÍLULO II DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES AO PATRIMÔNIO Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de crime de furto: Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. Art. 25. Ter alguem em seu poder, depois de condenado, por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou DIREITO PENAL IV Contravenções Penais mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima: Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, e multa de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 26. Abrir alguem, no exercício de profissãode serralheiro ou oficio análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar nu objeto: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a um conto de réis. CAPÍTULO III DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À INCOLUMIDADE PÚBLICA Art. 28. Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela: Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso. Art. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa: Pena – multa, de um a dez contos de réis, se o fato não constitue crime contra a incolumidade pública. Art. 30. Omitir alguem a providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe: Pena – multa, de um a cinco contos de réis. Art. 31. Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal perigoso: DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de cem mil réis a um conto de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: a) na via pública, abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia à pessoa inexperiente; b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia; c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em aguas públicas: Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis. Art. 35. Entregar-se na prática da aviação, a acrobacias ou a vôos baixos, fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Art. 36. Deixar do colocar na via pública, sinal ou obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeuntes: Pena – prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes; DIREITO PENAL IV Contravenções Penais b) remove qualquer outro sinal de serviço público. Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou do uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguem: Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguem. Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguem: Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. CAPÍTULO IV DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À PAZ PÚBLICA Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reunam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da associação: Pena – prisão simples, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. § 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que o cede, no todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de carater secreto. § 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação. Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembléia ou espetáculo público, se o fato não constitue infração penal mais grave; Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto: DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 42. Perturbar alguem o trabalho ou o sossego alheios: I – com gritaria ou algazarra; II – exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III – abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; IV – provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem a guarda: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. CAPÍTULO V DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À FÉ PÚBLICA Art. 43. Recusar-se a receber, pelo seu valor, moeda de curso legal no país: Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda: Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 45. Fingir-se funcionário público: Pena – prisão simples, de um a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a três contos de réis. Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprêgo seja regulado por lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944) Pena – multa, de duzentos a dois mil cruzeiros, se o fato não constitui infração penal mais grave. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 6.916, de 2.10.1944) DIREITO PENAL IV Contravenções Penais CAPÍTULO VI DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos ou raros: Pena – prisão simples de um a seis meses, ou multa, de um a dez contos de réis. Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria, de comércio, ou de outra atividade: Pena – multa, de duzentos mil réis a cinco contos de réis. CAPÍTULO VII DAS CONTRAVENÇÕES RELATIVAS À POLÍCIA DE COSTUMES Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessivel ao público, mediante o pagamentode entrada ou sem ele: (Vide Decreto-Lei nº 4.866, de 23.10.1942) (Vide Decreto-Lei 9.215, de 30.4.1946) Pena – prisão simples, de três meses a um ano, e multa, de dois a quinze contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis e objetos de decoração do local. § 1º A pena é aumentada de um terço, se existe entre os empregados ou participa do jogo pessoa menor de dezoito anos. § 2o Incorre na pena de multa, de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), quem é encontrado a participar do jogo, ainda que pela internet ou por qualquer outro meio de comunicação, como ponteiro ou apostador. (Redação dada pela Lei nº 13.155, de 2015) § 3º Consideram-se, jogos de azar: DIREITO PENAL IV Contravenções Penais a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte; b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas; c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva. § 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessivel ao público: a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa; b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporciona jogo de azar; c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar; d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse destino. Art. 51. Promover ou fazer extrair loteria, sem autorização legal: Pena – prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa, de cinco a dez contos de réis, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos moveis existentes no local. § 1º Incorre na mesma pena quem guarda, vende ou expõe à venda, tem sob sua guarda para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação bilhete de loteria não autorizada. § 2º Considera-se loteria toda operação que, mediante a distribuição de bilhete, listas, cupões, vales, sinais, símbolos ou meios análogos, faz depender de sorteio a obtenção de prêmio em dinheiro ou bens de outra natureza. § 3º Não se compreendem na definição do parágrafo anterior os sorteios autorizados na legislação especial. Art. 52. Introduzir, no país, para o fim de comércio, bilhete de loteria, rifa ou tômbola estrangeiras: Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de um a cinco contos de réis. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob sua guarda. para o fim de venda, introduz ou tenta introduzir na circulação, bilhete de loteria estrangeira. Art. 53. Introduzir, para o fim de comércio, bilhete de loteria estadual em território onde não possa legalmente circular: Pena – prisão simples, de dois a seis meses, e multa, de um a três contos de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende, expõe à venda, tem sob sua guarda, para o fim de venda, introduz ou tonta introduzir na circulação, bilhete de loteria estadual, em território onde não possa legalmente circular. Art. 54. Exibir ou ter sob sua guarda lista de sorteio de loteria estrangeira: Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de duzentos mil réis a um conto de réis. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem exibe ou tem sob sua guarda lista de sorteio de loteria estadual, em território onde esta não possa legalmente circular. Art. 55. Imprimir ou executar qualquer serviço de feitura de bilhetes, lista de sorteio, avisos ou cartazes relativos a loteria, em lugar onde ela não possa legalmente circular: Pena – prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 56. Distribuir ou transportar cartazes, listas de sorteio ou avisos de loteria, onde ela não possa legalmente circular: Pena – prisão simples, de um a três meses, e multa, de cem a quinhentos mil réis. Art. 57. Divulgar, por meio de jornal ou outro impresso, de rádio, cinema, ou qualquer outra forma, ainda que disfarçadamente, anúncio, aviso ou resultado de extração de loteria, onde a circulação dos seus bilhetes não seria legal: Pena – multa, de um a dez contos de réis. Art. 58. Explorar ou realizar a loteria denominada jogo do bicho, ou praticar qualquer ato relativo à sua realização ou exploração: Pena – prisão simples, de quatro meses a um ano, e multa, de dois a vinte contos de réis. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Parágrafo único. Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, aquele que participa da loteria, visando a obtenção de prêmio, para si ou para terceiro. Art. 59. Entregar-se alguem habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses. Parágrafo único. A aquisição superveniente de renda, que assegure ao condenado meios bastantes de subsistência, extingue a pena. Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia: Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Se habitual a embriaguez, o contraventor é internado em casa de custódia e tratamento. Art. 63. Servir bebidas alcoólicas: II – a quem se acha em estado de embriaguez; III – a pessoa que o agente sabe sofrer das faculdades mentais; IV – a pessoa que o agente sabe estar judicialmente proibida de frequentar lugares onde se consome bebida de tal natureza: Pena – prisão simples, de dois meses a um ano, ou multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo: Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis. § 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza em lugar público ou exposto ao publico, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo. § 2º Aplica-se a pena com aumento de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Art. 65. Molestar alguem ou perturbar-lhe a tranquilidade, por acinte ou por motivo reprovavel: Pena – prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. CAPÍTULO VIII DAS CONTRAVENÇÕES REFERENTES À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Art. 66. Deixar de comunicar à autoridade competente: I – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função pública, desde que a ação penal não dependa de representação; II – crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal: Pena – multa, de trezentos mil réis a três contos de réis. Art. 67. Inumar ou exumar cadaver, com infração das disposições legais: Pena – prisão simples, de um mês a um ano, ou multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicaçõesconcernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência: Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis. Parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de um a seis meses, e multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, se o fato não constitue infração penal mais grave, quem, nas mesmas circunstâncias, f'az declarações inverídicas a respeito de sua identidade pessoal, estado, profissão, domicílio e residência. Art. 70. Praticar qualquer ato que importe violação do monopólio postal da União: Pena – prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, de três a dez contos de réis, ou ambas cumulativamente. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 71. Ressalvada a legislação especial sobre florestas, caça e pesca, revogam-se as disposições em contrário. Art. 72. Esta lei entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942. CONTRAVENÇÕES PENAIS DECRETO-LEI N. 3.688/41 ■ PARTE GERAL DAS CONTRAVENÇÕES ■ Introdução ■ Distinção entre crime e contravenção - art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal: “Art. 1º Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”. - crimes: a) reclusão; b) reclusão e multa; c) reclusão ou multa; d) detenção; e) detenção e multa; DIREITO PENAL IV Contravenções Penais f) detenção ou multa. - contravenções: a) prisão simples; b) prisão simples e multa; c) prisão simples ou multa; d) multa. ■ Aplicação das regras gerais do Código Penal Art. 1º Aplicam-se às contravenções as regras gerais do Código Penal, sempre que a presente Lei não disponha de modo diverso. ■ Territorialidade Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional. ■ Voluntariedade, dolo e culpa Art. 3º Para a existência da contravenção, basta a ação ou omissão voluntária. Deve-se, todavia, ter em conta o dolo ou a culpa, se a lei faz depender, de um ou de outra, qualquer efeito jurídico. Damásio de Jesus: “hoje, (...), adotada a teoria finalista da ação e vedada a responsabilidade objetiva pela reforma penal de 1984, o disposto na última parte do art. 3º, em que se diz prescindir a contravenção de dolo ou culpa, salvo casos excepcionais, está superado: a contravenção, assim como o crime, exige dolo ou culpa, conforme a descrição típica. O dolo se apresenta como elemento subjetivo implícito no tipo; a culpa, como elemento normativo. Ausentes, o fato é atípico. Veja-se, entretanto, que a admissão da modalidade culposa, nas contravenções, é diferente do sistema do Código Penal. Neste, a culpa deve ser expressa (art. 18, parágrafo único). Nas hipóteses em que a infração é culposa, a Lei das Contravenções Penais não emprega as expressões usuais do Código Penal, como ‘se o crime é DIREITO PENAL IV Contravenções Penais culposo’, ‘no caso de culpa’ etc. A existência da modalidade culposa, nas contravenções, decorre da própria descrição legal do fato. Ex.: ‘dar causa a desabamento de construção por erro no projeto’ (art. 31, caput). A culpa decorre da própria natureza do fato definido na norma. É necessário, portanto, que a lei contravencional contenha referência à modalidade culposa, empregando termos indicativos da ausência de cuidado na realização da conduta. Ausentes, significa que a contravenção só admite dolo, sendo atípico o fato culposo. Assim, as vias de fato são estritamente dolosas, uma vez que o art. 21 da Lei das Contravenções Penais não contém redação recepcionando o comportamento culposo”. ■ Tentativa Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção. ■ Penas principais Art. 5º As penas principais são: I — prisão simples; II — multa. - art. 11 do Código Penal. ■ Reincidência Art. 7º Verifica-se a reincidência quando o agente pratica uma contravenção depois de passar em julgado a sentença que o tenha condenado, no Brasil ou no estrangeiro, por qualquer crime, ou, no Brasil, por motivo de contravenção. - art. 63 do CP: Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais ■ Erro de direito Art. 8º No caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, quando escusáveis, a pena pode deixar de ser aplicada. ■ Limite das penas Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos de réis. ■ Suspensão condicional da pena e livramento condicional Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode suspender, por tempo não inferior a um ano nem superior a três, a execução da pena de prisão simples, bem como conceder livramento condicional. - sursis - Código Penal - art. 77: DIREITO PENAL IV Contravenções Penais a) que a pena imposta na sentença não seja superior a dois anos; b) que não seja cabível a substituição por pena restritiva de direitos; c) que as circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal sejam favoráveis ao condenado; d) que o réu não seja reincidente. ■ Penas acessórias Art. 12. As penas acessórias são a publicação da sentença e as seguintes interdições de direitos: I — a incapacidade temporária para profissão ou atividade, cujo exercício dependa de habilitação especial, licença ou autorização do poder público; II — a suspensão dos direitos políticos. Parágrafo único. Incorrem: a) na interdição sob n. I, por um mês a dois anos, o condenado por motivo de contravenção cometida com abuso de profissão ou atividade ou com infração de dever a ela inerente; b) na interdição sob n. II, o condenado a pena privativa de liberdade, enquanto dure a execução da pena ou a aplicação da medida de segurança detentiva. Dispositivo tacitamente revogado. ■ Medidas de segurança e internação em manicômio judiciário ou em casa de custódia e tratamento Art. 13. Aplicam-se, por motivo de contravenção, as medidas de segurança estabelecidas no Código Penal, à exceção do exílio local. Art. 16. O prazo mínimo de duração da internação em manicômio judiciário ou em casa de custódia e tratamento é de 6 meses. Parágrafo único. O juiz, entretanto, pode, ao invés de decretar a internação, submeter o indivíduo a liberdade vigiada. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais ■ Presunção de periculosidade Art. 14. Presumem-se perigosos, além dos indivíduos a que se referem os ns. I e II do art. 78 do Código Penal: I — o condenado por motivo de contravenção cometido, em estado de embriaguez pelo álcool ou substância de efeitos análogos, quando habitual a embriaguez; II — o condenado por vadiagem ou mendicância. Dispositivo tacitamente revogado. ■ Internação em colônia agrícola ou em instituição de trabalho, de reeducação ou de ensino profissional Art. 15. São internados em colônia agrícola ou em instituto de trabalho, de reeducação ou de ensino profissional, pelo prazo mínimo de um ano: I — o condenado por vadiagem (art. 59); II — o condenado por mendicância (art. 60 e seu parágrafo). Dispositivo revogado pela Lei n. 7.209/84. ■ Ação penal Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. ■ Infração de menor potencial ofensivo - Juizado Especial Criminal. ■ Competência exclusiva da Justiça Estadual - art. 109, VI, 2ª parte da Constituição Federal. Súmula 38 do Superior Tribunal de Justiça: DIREITO PENAL IV Contravenções Penais “compete à Justiça Estadual Comum, na vigênciada Constituição de 1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades”. PRINCIPAIS REGRAS DA PARTE GERAL DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES ■ As regras da Parte Geral do Código Penal aplicam-se às contravenções (art. 1º). ■ Apenas as contravenções cometidas no Brasil são punidas pela lei brasileira (art. 2º). ■ Para que seja punida a contravenção, basta que a ação ou a omissão sejam voluntárias, exceto quando o próprio tipo penal exigir dolo ou culpa (art. 3º). ■ Não se pune a tentativa de contravenção (art. 4º). ■ As penas principais previstas para as contravenções são a prisão simples e a multa (art. 5º). ■ A prática de contravenção só gera reincidência se o réu já tiver sido condenado em definitivo por algum crime ou, no Brasil, por outra contravenção (art. 7º). ■ A pena pode deixar de ser aplicada em caso de ignorância ou de errada compreensão da lei, desde que o erro seja escusável (art. 8º). ■ A pena da prisão simples não pode exceder a cinco anos (art. 10). DIREITO PENAL IV Contravenções Penais ■ O juiz pode conceder o sursis, por prazo de um a três anos, bem como conceder livramento condicional, se presentes os requisitos da Parte Geral do Código Penal (art. 11). ■ A ação é pública incondicionada (art. 17). ■ PARTE ESPECIAL DAS CONTRAVENÇÕES PARTE ESPECIAL DA LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS Capítulo I — Das Contravenções Referentes à Pessoa; Capítulo II — Das Contravenções Referentes ao Patrimônio; Capítulo III — Das Contravenções Referentes à Incolumidade Pública; Capítulo IV — Das Contravenções Referentes à Paz Pública; Capítulo V — Das Contravenções Referentes à Fé Pública; Capítulo VI — Das Contravenções Relativas à Organização do Trabalho; Capítulo VII — Das Contravenções relativas à Polícia de Costumes; Capítulo VIII — Das Contravenções Referentes à Administração Pública. ■ Das contravenções referentes à pessoa (Capítulo I) ■ Fabrico, comércio ou detenção de arma ou munição Art. 18. Fabricar, importar, exportar, ter em depósito ou vender, sem permissão da autoridade, arma ou munição: Pena — prisão simples, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas cumulativamente, se o fato não constitui crime contra a ordem política ou social. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 1. Introdução - Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). - armas brancas: faca, punhal, soco inglês, espada etc. 2. Objetividade jurídica 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Condutas típicas a) fabricar; b) importar; c) exportar; d) ter em depósito; e) vender. 6. Objeto material 7. Elemento normativo do tipo 8. Elemento subjetivo DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 9. Consumação 10. Tentativa ■ Porte de arma Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade: Pena — prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, ou ambas cumulativamente. 1. Introdução 2. Objetividade jurídica “a contravenção de porte de arma é de mera conduta, não havendo como indagar da intenção do agente. O elemento subjetivo da mesma reside tão só na voluntariedade da ação ou omissão...” (Tacrim/SP, RT 485/332). 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Elementos do tipo a) Trazer consigo. b) Fora de casa ou da dependência desta. - “casa”: DIREITO PENAL IV Contravenções Penais I — qualquer compartimento habitado; II — aposento ocupado de habitação coletiva; III — compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer sua atividade ou profissão. O art. 150, § 5º, do Código Penal: I — hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta — diz respeito às partes comuns do estabelecimento; II — taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero — portar arma branca no interior de um bar caracteriza a contravenção. c) Sem licença da autoridade. 6. Objeto material “Caracteriza a contravenção do art. 19 da LCP a conduta do agente que leva em seu veículo facão com lâmina de 39 centímetros de comprimento, arma de extrema periculosidade e insuscetível de ensejar obtenção de porte” (Tacrim/SP, Rel. Lioz Ambra, Roloflash 1.095/456). “Quando alheada à sua função de barbear, a navalha é arma proibida, porque o seu destino possa ser o da ofensa à pessoa” (TJDF 138/245)”. “Configura-se a contravenção de porte de arma se, ao ser preso em flagrante por tentativa de furto, o acusado trazia consigo um soco-inglês, cuja destinação, sabidamente, é a de praticar ofensas físicas” (Tacrim/SP, RT 609/351). “Porte de arma — Agente surpreendido com armas impróprias, tais como facas, estiletes, navalhas, bengalas e spray de gás — Caracterização — Possibilidade — Apesar de a faca ser considerada arma imprópria, por sua potencialidade ofensiva e também por se prestar a ataque e defesa de quem a porta, com possibilidade de dano físico, pode ser elemento caracterizador da conduta do art. 19 da Lei das Contravenções Penais, o mesmo ocorrendo com navalhas, estiletes, bengalas e spray de gás” (Tacrim/SP, Rel. Silveira Lima, RJD 23/311). DIREITO PENAL IV Contravenções Penais “Pratica a contravenção do art. 19 da LCP o agente que se apresenta em lugar público, portando à cintura uma faca pontiaguda, com 20 cm de lâmina, com eventual propósito de ataque ou defesa, não sendo seu instrumento de trabalho, sendo certo que, com tal conduta, coloca em risco a incolumidade pública, que é o bem jurídico tutelado” (Tacrim/SP, RJTacrim 36/210). “Contravenção penal — Porte de faca em via pública — Absolvição — Inadmissibilidade — Alegada utilização da faca como instrumento de trabalho. Acusado surpreendido, sentado no meio-fio, embriagado, à meia- noite, fora de seu trabalho. Porte da faca com intenção nitidamente ofensiva. Condenação mantida” (Tacrim/SP, Rel. Teodomiro Mendez, j. 08/06/1999, Rolo-flash 1248/445). “Contravenção penal — Porte de arma — Faca e chicote tipo “muchacho” — Instrumentos utilizáveis em ataque e defesa, quando as circunstâncias de tempo, lugar e modo evidenciam o desvio de sua finalidade específica. Assim, configuram-se a faca e o chicote, como armas, por suas naturezas vulnerantes lesivas à integridade corporal ou à vida” (Tacrim/SP, Rel. Walter Theodosio, RJD 3/102). “salvo quando se trate de zona rural onde o próprio serviço do rurícola exige o instrumento e é costume seu porte, responde pela contravenção do art. 19 do Estatuto Especial aquele que, sem autorização policial, traz consigo faca ‘peixeira’” (Tacrim/SP, Rel. Camargo Sampaio, Jutacrim 30/157). 7. Consumação 8. Tentativa 9. Concurso de crimes 10. Confisco da arma - art. 91, II, “a”, do Código Penal, DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 11. Causa de aumento de pena 12. Figuras equiparadas ■ Anúncio de meio abortivo Art. 20. Anunciar processo, substância ou objeto destinado a provocar aborto. Pena — multa. 1. Objetividade jurídica 2. Conduta típica 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Vias de fato Art. 21. Praticar vias de fato contra alguém: DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, se o fato não constitui crime. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de um terço até a metade, se a vítima é maior de 60 anos. 1. Objetividade jurídica 2. Sujeito ativo 3. Sujeito passivo 4. Elemento objetivo do tipo 5. Consumação 6. Tentativa 7. Subsidiariedade 8. Causa de aumento de pena - Lei n. 10.741/2003 — Estatuto do Idoso. 9. Ação penal DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 10. Jurisprudência “Vias de fato — Agente que desfere um tapa no rosto da vítima — Configuração. Configura a contravenção penaldo art. 21 da LCP a conduta do agente que desfere um tapa no rosto da vítima” (Tacrim/SP, Rel. Osni de Souza, 09/12/1999, Rolo-flash 1.285/326). “Responde por vias de fato o agente que, encontrando-se em estado de embriaguez, desfere empurrão em quem se nega a servir-lhe novas doses de bebida alcoólica” (Juricrim-Franceschini, n. 2.557). “Vias de fato — Tapas e pontapés, que não redundaram em ofensa à integridade física ou à saúde — Não revelação de intenção deliberada de ferir — Infração caracterizada — Caracteriza-se a contravenção de vias de fato pela violência que não redunde em ofensa à integridade corporal ou à saúde, nem revele ânimo de ferir...” (TJMG, RT 229/580). ■ Internação irregular em estabelecimento psiquiátrico Art. 22. Receber em estabelecimento psiquiátrico, e nele internar, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental: Pena — multa. § 1º Aplica-se a mesma pena a quem deixa de comunicar à autoridade competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais. § 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, aquele que, sem observar as prescrições legais, deixa retirar-se ou despede de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele internada. 1. Objetividade jurídica 2. Condutas típicas a) Receber e internar em estabelecimento psiquiátrico, sem as formalidades legais, pessoa apresentada como doente mental. b) Deixar de comunicar à autoridade competente, no prazo legal, internação que tenha admitido, por motivo de urgência, sem as formalidades legais. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais c) Deixar retirar-se ou despedir de estabelecimento psiquiátrico pessoa nele internada, sem observar as prescrições legais. 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Indevida custódia de doente mental Art. 23. Receber e ter sob custódia doente mental, fora do caso previsto no artigo anterior, sem autorização de quem de direito: Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica 2. Conduta típica 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 5. Consumação 6. Tentativa ■ Das contravenções referentes ao patrimônio (Capítulo II) ■ Instrumento de emprego usual na prática de furto Art. 24. Fabricar, ceder ou vender gazua ou instrumento empregado usualmente na prática de crime de furto: Pena — prisão simples, de seis meses a dois anos, e multa. 1. Objetividade jurídica 2. Condutas típicas a) Fabricar. b) Ceder. c) Vender. 3. Objeto material a) Gazua. b) Outro instrumento empregado normalmente para a prática de furtos. 4. Sujeito ativo 5. Sujeito passivo DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 6. Consumação 7. Tentativa 8. Absorção ■ Posse não justificada de instrumento de emprego usual na prática de furto Art. 25. Ter alguém em seu poder, depois de condenado por crime de furto ou roubo, ou enquanto sujeito à liberdade vigiada ou quando conhecido como vadio ou mendigo, gazuas, chaves falsas ou alteradas ou instrumentos empregados usualmente na prática de crime de furto, desde que não prove destinação legítima: Pena — prisão simples, de dois meses a um ano, e multa. 1. Objetividade jurídica 2. Conduta típica 3. Objeto material 4. Sujeito ativo 5. Sujeito passivo DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 6. Consumação 7. Tentativa 8. Jurisprudência “Não caracteriza o tipo contravencional descrito no art. 25 do Dec-Lei 3.688/41 a posse de gazuas consideradas aptas pela polícia a acionar e/ou destravar mecanismos de fechaduras, as quais se encontravam ocultas sob o tapete do veículo dirigido pelo acusado, se este nunca foi condenado por furto ou roubo e se não é notoriamente conhecido como vadio ou mendigo” (TJSP, Rel. Dante Busana, RT 778/572). “Caracteriza a contravenção do art. 25 da LCP a conduta do agente que, já condenado definitivamente por furto, é surpreendido, em seu automóvel, na posse de mixas empregadas na prática de tal crime, e não prova a sua destinação legítima” (Tacrim/SP, Rel. Penteado Navarro, j. 27/07/1997, Rolo-flash 1117/109). 9. Não recepção do dispositivo pela Constituição Federal “Não há como deixar de reconhecer o anacronismo do tipo penal que estamos a analisar. Não se pode admitir a punição do sujeito apenas pelo fato do que ele é, mas pelo que faz”, afirmou. “Acolher o aspecto subjetivo como determinante para caracterização da contravenção penal equivale a criminalizar, em verdade, a condição pessoal e econômica do agente, e não fatos objetivos que causem relevante lesão a bens jurídicos importantes ao meio social”. ■ Violação de lugar ou objeto Art. 26. Abrir, alguém, no exercício de profissão de serralheiro ou ofício análogo, a pedido ou por incumbência de pessoa de cuja legitimidade não se tenha certificado previamente, fechadura ou qualquer outro aparelho destinado à defesa de lugar ou objeto: Pena — prisão simples de 15 dias a 3 meses, ou multa. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 1. Objetividade jurídica 2. Conduta típica 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Exploração da credulidade pública Art. 27. Explorar a credulidade pública mediante sortilégios, predição do futuro, explicação de sonho, ou práticas congêneres: Pena — prisão simples, de um a seis meses, e multa. revogada ■ Das contravenções referentes à incolumidade pública (Capítulo III) ■ Disparo de arma de fogo Art. 28, caput — Disparar arma de fogo em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela: Pena — prisão simples, de um a seis meses, ou multa. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Essa conduta, atualmente, constitui crime previsto no art. 15 da Lei n. 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento). ■ Deflagração perigosa de fogo de artifício Art. 28, parágrafo único. Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a dois meses, ou multa, quem, em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, sem licença da autoridade, causa deflagração perigosa, queima fogo de artifício ou solta balão aceso. 1. Objetividade jurídica 2. Condutas típicas a) Em lugar habitado ou em suas adjacências. b) Em via pública ou em direção a ela. 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Desabamento de construção DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Art. 29. Provocar o desabamento de construção, ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa: Pena — multa, se o fato não constitui crime contra a incolumidade pública. 1. Objetividade jurídica 2. Condutas típicas a) Provocar desabamento de construção. b) Dar causa ao desabamento de construção por erro no projeto ou na execução. “Desabamento de construção — Telhado de cinema que rui em virtude de defeito na sua execução — Nexo de causalidade material entre tal fato e a ação do acusado. Existindo um nexo de causalidade material entre o desabamento de construção e o erro no projeto ou na execução da obra, caracterizada está a infração a que alude o art. 29 da LCP” (ASP, Rel. Tomas Carvalhal, RT 229/420). “O crime descrito no art. 256, parágrafo único, do CP só se configura quando exposta a perigo comum a generalidade de pessoas. Se tal não ocorre, cabe considerar a hipótese prevista no art. 29 da LCP” (Tacrim/SP, Rel. Nelson Schiesari, Jutacrim 74/113). 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa DIREITO PENAL IV Contravenções Penais ■ Perigo de desabamento Art. 30. Omitir alguém providência reclamada pelo estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe: Pena —multa. 1. Objetividade jurídica 2. Conduta típica “O termo construção, empregado no art. 30 da LCP, deve ser tomado na acepção genérica, para compreender também os edifícios e casas. Não distingue a lei o estado ruinoso, se total ou parcial, cogitando apenas da necessidade de remoção das causas de perigo (...)” (Tacrim/SP, Rel. Hoeppner Dutra, RT 272/475). “Contravenção penal — Perigo de desabamento — Elemento psíquico indeclinável para configurar-se a infração — A contravenção relativa a perigo de desabamento, ou de omissão de cautelas tendentes a remover o perigo de desabamento (art. 30 da Lei das Contravenções Penais) somente se estrutura com o elemento psíquico, consistente na voluntariedade da omissão” (RT 370/173). 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Omissão de cautela na guarda ou condução de animais DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Art. 31, caput — Deixar em liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela animal perigoso: Pena — prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: a) na via pública abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia a pessoa inexperiente. b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia. c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo a) Deixar em liberdade o animal. b) Confiar a guarda do animal a pessoa inexperiente. c) Não guardar o animal com as cautelas devidas. “Omissão de cautela na guarda ou condução de animais — Ataque ou lesão a determinada pessoa — Desnecessidade — Existência de risco e voluntariedade. Para a caracterização da contravenção de omissão de cautela na guarda ou condução de animais, prevista no art. 31 da LCP, é desnecessário que os animais ataquem ou lesionem determinada pessoa, bastando o risco, independentemente do resultado, e também a voluntariedade” (Tacrim/SP, Rel. Walter Swensson, j. 16/04/1997, Rolo- flash 1104/421). “A contravenção de que trata o art. 31 do Dec-Lei n. 3.688/41 se caracteriza pela potencialidade do perigo à integridade física decorrente da falta de cautela ou omissão, na guarda de animal bravio. Em ocorrendo, como efetivamente aconteceu, ofensa à integridade física de outrem, mordido pelo animal cuja guarda se negligenciou, configurado está o crime de lesão corporal culposa” (Tacrim/SP, Rel. Saraiva Fernandes, RT 717/410). 3. Figuras equiparadas Art. 31, parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: a) na via pública abandona animal de tiro, carga ou corrida, ou o confia a pessoa inexperiente. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Art. 31, parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: b) excita ou irrita animal, expondo a perigo a segurança alheia. Art. 31, parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: c) conduz animal, na via pública, pondo em perigo a segurança alheia. 4. Sujeito ativo 5. Sujeitos passivos 6. Consumação 7. Tentativa ■ Falta de habilitação para dirigir veículo Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação, veículo na via pública, ou embarcação a motor em águas públicas: Pena — multa. 1. Introdução DIREITO PENAL IV Contravenções Penais - Súmula 720 do Supremo Tribunal Federal: “O art. 309 do Código de Trânsito Brasileiro, que reclama decorra do fato perigo de dano, derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação em vias terrestres”. 2. Objetividade jurídica 3. Elementos do tipo 4. Sujeito ativo 5. Sujeito passivo 6. Consumação 7. Tentativa 8. Absorção ■ Direção não licenciada de aeronave Art. 33. Dirigir aeronave sem estar devidamente licenciado: Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, e multa. 1. Objetividade jurídica DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 2. Elementos do tipo - art. 106 do Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei n. 7.565/86), é “todo aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas”. Bento de Faria, “a carta de habilitação é o brevet, isto é, o documento que reconhece e atesta a capacidade para a função. Licença é o que comprova a autorização concedida ao seu titular a fim de permitir-lhe exercitar as funções para as quais adquiriu e conserva a capacidade. E como esta não basta, o seu exercício — de direção — deve ser sempre autorizado e tal se verifica pela licença”. Manuel Carlos da Costa Leite, “a falta de licença de voo para a aeronave, por não preencher ela as condições de segurança acauteladoras da incolumidade pública também se enquadra na contravenção do art. 33”. 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Direção perigosa de veículo na via pública DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Art. 34. Dirigir veículos na via pública, ou embarcações em águas públicas, pondo em perigo a segurança alheia: Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo a) Dirigir. b) Veículo. c) Via pública. “Contravenção penal — Direção perigosa de veículo na via pública — Inocorrência — Manobras perigosas levadas a efeito pelo acusado no pátio da Faculdade em que é aluno — Absolvição mantida — Inteligência do art. 34 da LCP — A direção perigosa de veículo, punível a título de contravenção, há de se verificar, necessariamente, em via pública, (...)” (Tacrim/SP, Rel. Lauro Alves, RT 478/331). d) Pondo em perigo a segurança alheia. “O Código de Trânsito Brasileiro não revogou o art. 34 da LCP, uma vez que não esgotou em seus artigos toda e qualquer modalidade de direção perigosa, mas somente especificou práticas que entendeu mais gravosas a ponto de erigi-las à categoria de crimes, permanecendo a contravenção em nosso ordenamento, como norma penal de caráter geral, a fim de subsumirem-se nelas as demais condutas de direção perigosa” (Tacrim/SP, Rel. Roberto Mortari, j. 05/12/2000, Rolo-flash 1.374/487). 3. Sujeito ativo 4. Sujeitos passivos “Direção perigosa de veículo na via pública — Art. 34 da LCP — Perigo abstrato — Configuração — Suficiência — Para a configuração da DIREITO PENAL IV Contravenções Penais contravenção do art. 34 da LCP é exigido apenas o perigo abstrato” (Tacrim/SP, Rel. Damião Cogan, j. 02/12/1999, Rolo-flash 1.284/20138); “Direção perigosa de veículo na via pública — Demonstração da existência de perigo imediato e direto a pessoa determinada — Desnecessidade — Perigo difuso. Suficiência. A integração da figura contravencional do art. 34 da LCP dispensa demonstração da existência de perigo imediato e direto a pessoa determinada, sendo suficiente a prova do perigo difuso a que a direção perigosa sujeita a todos os que se utilizam da via pública, pois é a incolumidade pública o bem jurídico tutelado” (Tacrim/SP, Rel. Correa de Moraes, j. 10/12/1998, Rolo-flash 1.209/193). 5. Consumação 6. Tentativa 7. Absorção 8. Distinção ■ Abuso na prática da aviação Art. 35. Entregar-se, na prática da aviação, a acrobacias ou a voos baixos, fora da zona em que a lei o permite, ou fazer descer a aeronave fora dos lugares destinados a esse fim: Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo DIREITO PENAL IV Contravenções Penais “Infringe o disposto no art. 35 da LCP, o piloto que faz evoluções com seu aparelho sobre a cidade a menos de 300 metros de altitude” (Tacrim/SP, Rel. Sylvio Cardoso Rolim, RT 354/323). 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa 7. Distinção ■ Sinais de perigo Art. 36. Deixar de colocar na via pública sinalou obstáculo, determinado em lei ou pela autoridade e destinado a evitar perigo a transeunte: Pena — prisão simples, de dez dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: a) apaga sinal luminoso, destrói ou remove sinal de outra natureza ou obstáculo destinado a evitar perigo a transeuntes. b) remove qualquer outro sinal de serviço público. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Arremesso ou colocação perigosa Art. 37. Arremessar ou derramar em via pública, ou em lugar de uso comum, ou de uso alheio, coisa que possa ofender, sujar ou molestar alguém: Pena — multa. Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, sem as devidas cautelas, coloca ou deixa suspensa coisa que, caindo em via pública ou em lugar de uso comum ou de uso alheio, possa ofender, sujar ou molestar alguém. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 5. Consumação 6. Tentativa ■ Emissão de fumaça, vapor ou gás Art. 38. Provocar, abusivamente, emissão de fumaça, vapor ou gás, que possa ofender ou molestar alguém: Pena — multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo 3. Sujeito ativo 4. Sujeitos passivos 5. Consumação 6. Tentativa ■ Das contravenções referentes à paz pública (Capítulo IV) ■ Associação secreta DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Art. 39. Participar de associação de mais de cinco pessoas, que se reúnam periodicamente, sob compromisso de ocultar à autoridade a existência, objetivo, organização ou administração da associação: Pena — prisão simples, de um a seis meses. § 1º Na mesma pena incorre o proprietário ou ocupante de prédio que cede, no todo ou em parte, para reunião de associação que saiba ser de caráter secreto. § 2º O juiz pode, tendo em vista as circunstâncias, deixar de aplicar a pena, quando lícito o objeto da associação. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo - requisitos: a) a associação de, no mínimo, seis pessoas; b) a ocorrência de reuniões periódicas. 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa 7. Perdão judicial Manuel Carlos da Costa Leite, DIREITO PENAL IV Contravenções Penais “sabida a atração que exerce sobre o homem, o misterioso, o secreto, todo menino sente profunda atração por sociedade de aspectos secretos, por sinais e cumprimentos em códigos particulares etc. Nem todo indivíduo adulto consegue libertar-se dessas tendências da meninice. Parece-me que o juiz, convencendo-se de que a ocultação nada objetiva de ilícito, mas simplesmente atender a uma exigência da psicologia dos participantes da associação, deverá deixar de aplicar a pena. A sociedade pode ter fim lícito como também pode ter finalidade ilícita, embora não sendo para objetivos criminosos”, ■ Provocação de tumulto e conduta inconveniente Art. 40. Provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo público, se o fato não constitui infração penal mais grave: Pena — prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo a) Provocar tumulto. b) Portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso. a) Solenidade ou ato oficial. b) Assembleia. c) Espetáculo público. “Quando se trata de reunião festiva oferecida por sociedade particular a seus sócios, a provocação de tumulto ou o comportamento inconveniente ou desrespeitoso não configura a contravenção do art. 40 da lei específica, por faltar-lhe um requisito elementar: o acesso público ao espetáculo” (Tacrim/SP, Rel. Marcondes Rangel, RT 369/208). DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa 7. Subsidiariedade expressa ■ Falso alarma Art. 41. Provocar alarma, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto: Pena — prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo 3. Sujeito ativo - Lei n. 5.250/67 (Lei de Imprensa) X ADPF n. 130. 4. Sujeito passivo DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 5. Consumação 6. Tentativa ■ Perturbação do trabalho ou do sossego alheios Art. 42. Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios: I — com gritaria ou algazarra; II — exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III — abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos; IV — provocando ou não procurando impedir barulho produzido por animal de que tem guarda: Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo a) Gritaria ou algazarra. “entende-se por algazarra a produção de ruídos mesmo que não provindos exclusivamente da voz humana. Assim, infringe o art. 42, inciso I, da LCP quem, perturbando o sossego alheio, de modo estrepitoso, sai à rua de madrugada batendo latas ou promovendo barulhenta queima de fogos de estampido” (Tacrim/SP, Rel. João Guzzo, Jutacrim 19/194). b) Exercício de profissão incômoda ou ruidosa. “Incorre nas sanções do art. 42, II, da LCP, o agente que, responsável por uma lanchonete, promove apresentações de música ao vivo e ao ar livre, causando barulho durante o repouso noturno, além dos horários estabelecidos no alvará expedido pela Prefeitura, que autoriza atividades DIREITO PENAL IV Contravenções Penais artísticas no estabelecimento” (Tacrim/SP, Rel. Gonzaga Franceschini, RJD 15/140). “O disposto no art. 42, inc. II, da LCP, é norma penal em branco, cuja eficácia depende de outra norma que lhe dê vida. Não se encontrando disciplinado pelo poder competente o funcionamento de indústrias e fábricas, impossível a punição pela lembrada contravenção” (Tacrim/SP, Rel. Valentim Silva, Jutacrim 29/95); “A infração do art. 42 da LCP reside na violação das normas extrapenais regulamentadoras do exercício da profissão ruidosa ou incômoda. Se tais normas inexistem, resulta claro que a figura contravencional não pode, de modo algum, integrar-se analogamente aliás ao que ocorre nas hipóteses clássicas de vacatio legis, pois este é o fenômeno com que, em última análise, se depara nos casos de lei penal em branco, ainda não regulamentada” (Juricrim-Franceschini, n. 2.376). c) Abuso de instrumentos sonoros ou de sinais acústicos. d) Provocar ou não procurar impedir barulho provocado por animal de que tenha a guarda. 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo “a contravenção do art. 42 somente se aperfeiçoa quando o ruído produzido perturba diversas pessoas, de modo que, se o barulho resultante de instrumentos sonoros incomoda só um indivíduo, não chegando a afetar a tranquilidade e sossego de grande número de famílias vizinhas, caracteriza-se o art. 65 da mesma lei” (Tacrim/SP, Rel. Junqueira Sangirardi, RJD 25/395); e “para a caracterização da contravenção do art. 42 da LCP, é necessário que uma pluralidade de pessoas sofram a perturbação, sendo insuficiente o transtorno de um só indivíduo, máxime se inexiste prova do abuso” (Tacrim/SP, Rel. Canellas de Godoy). DIREITO PENAL IV Contravenções Penais “a simples suscetibilidade de um indivíduo, a sua maior intolerância ou a irritabilidade de um neurastênico não é que gradua a responsabilidade. A perturbação deve, assim, ser incômoda aos que habitam um quarteirão, residem em uma vila, se recolhem a um hospital, frequentam uma biblioteca” (Tacrim/SP, Rel. Canguçu de Almeida, Jutacrim 75/379). 5. Consumação 6. Tentativa ■ Das contravenções referentesà fé pública (Capítulo V) ■ Recusa de moeda de curso legal Art. 43. Recusar-se a receber pelo seu valor, moeda de curso legal no país: Pena — multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo 3. Sujeito ativo 4. Sujeitos passivos 5. Consumação 6. Tentativa DIREITO PENAL IV Contravenções Penais ■ Imitação de moeda para propaganda Art. 44. Usar, como propaganda, de impresso ou objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda: Pena — multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Simulação da qualidade de funcionário público Art. 45. Fingir-se funcionário público: Pena — prisão simples, de um a três meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo DIREITO PENAL IV Contravenções Penais a) Fingir. b) Funcionário público. 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Uso ilegítimo de uniforme ou distintivo Art. 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou distintivo de função pública que não exercer; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou denominação cujo emprego seja regulado por lei: Pena — multa, se o fato não constitui infração penal mais grave. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo Usar. Uniforme. Distintivo. - norma penal em branco. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 3. Caráter subsidiário 4. Sujeito ativo 5. Sujeito passivo 6. Consumação 7. Tentativa ■ Das contravenções relativas à organização do trabalho (Capítulo VI) ■ Exercício ilegal de profissão ou atividade Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício: Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo “a contravenção de exercício ilegal de profissão ou atividade do art. 47 da LCP, é norma penal em branco que exige complementação por outro dispositivo legal, devidamente mencionado na peça acusatória para DIREITO PENAL IV Contravenções Penais permitir e possibilitar a plena e ampla defesa...” (Tacrim/SP, Rel. Corrêa Dias, Jutacrim 82/213). -Estatuto da Ordem dos Advogados — Lei n. 8.906/94) - engenheiro (Decreto Federal n. 23.569/33) - corretor de imóveis (Lei n. 6.530/78). “A jurisprudência dos Tribunais — inclusive aquela emanada do Supremo Tribunal Federal — tem assinalado, tratando-se de exercício ilegal da Advocacia, que a norma inscrita no art. 47 da Lei das Contravenções Penais aplica-se tanto ao profissional não inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil quanto ao profissional, que, embora inscrito, encontra-se suspenso ou impedido, estendendo-se, ainda, essa mesma cláusula de tipificação penal, ao profissional com inscrição já cancelada. Precedentes” (STF — HC 74.471, Rel. Min. Celso de Mello, 1ª Turma, julgado em 18/03/1997, DJe 053, 20/03/2009, p. 299); e “o advogado que, após sofrer suspensão disciplinar pela OAB, pratica o exercício da profissão não comete o crime previsto no art. 205 do CP e sim a contravenção penal do art. 47 do Dec.-lei 3.688/41, pois a expressão ‘decisão administrativa’ contida no primeiro tipo, tomada em seu sentido técnico-administrativo, somente pode ser entendida como atos ou resoluções emanados dos órgãos da administração pública, onde entidades disciplinadoras de profissões liberais não se incluem” (Tacrim/SP, Rel. Lopes da Silva, RT 748/644). - art. 282 do Código Penal. 3. Sujeito ativo 4. Sujeitos passivos 5. Consumação DIREITO PENAL IV Contravenções Penais “a infração do art. 47 da LCP é de perigo e não de dano, sendo irrelevante à sua configuração a eventual inexistência de prejuízo” (Tacrim/SP, Rel. Camargo Aranha, Jutacrim 53/344). “O exercício da advocacia com base em inscrição na OAB obtida com o uso de diploma falso de bacharel em direito caracteriza a contravenção penal prevista no artigo 47 da Lei das Contravenções Penais. Por outro lado, a habitualidade exigida para a caracterização do exercício ilegal da profissão não se configura quando há a prática de um único ato privativo da profissão, configurando-se, porém, se, ainda que num processo apenas, seja em causa própria, seja em favor de terceiro, o acusado praticar vários atos processuais, como ocorreu na hipótese sob julgamento. Habeas corpus indeferido” (STF — HC 75.022, Rel. Min. Moreira Alves, 1ª Turma, julgado em 26/06/1997, DJ 29/08/1997, p. 40218). “Contravenção penal — Exercício ilegal de profissão ou atividade — Habitualidade — Desnecessidade à tipificação do ilícito — O art. 47 da LCP considera ilícito o só fato de anunciar o exercício irregular de atividade ou profissão. Assim, mesmo que o agente não tenha, efetivamente, praticado ato algum da apontada atividade ou profissão, o simples anúncio de que o faz configura a contravenção” (Tacrim/SP — Rel. Rafael Granato, Jutacrim 52/242). 6. Tentativa ■ Exercício ilegal do comércio de coisas antigas e obras de arte Art. 48. Exercer, sem observância das prescrições legais, comércio de antiguidades, de obras de arte, ou de manuscritos e livros antigos e raros: Pena — prisão simples, de um a seis meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica 2. Conduta típica DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Matrícula ou escrituração de indústria e profissão Art. 49. Infringir determinação legal relativa à matrícula ou à escrituração de indústria, de comércio, ou de outra atividade: Pena — multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo - art. 967 do Código Civil. - art. 1.179 do Código Civil, “o empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico”. - art. 1.180 prevê que, “além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica”. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa ■ Das contravenções relativas à polícia de costumes (Capítulo VII) ■ Jogo de azar Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessível ao público, mediante pagamento de entrada ou sem ele: Pena — prisão simples, de três meses a um ano, e multa, estendendo-se os efeitos da condenação à perda dos móveis e objetos de decoração do local. (...) § 2º Incorre na pena de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis, quem é encontrado a participar do jogo, como ponteiro ou apostador. § 3º Consideram-se, jogos de azar: a) o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte; b) as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam autorizadas; c) as apostas sobre qualquer outra competição esportiva. § 4º Equiparam-se, para os efeitos penais, a lugar acessível ao público: a) a casa particular em que se realizam jogos de azar, quando deles habitualmente participam pessoas que não sejam da família de quem a ocupa; b) o hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se proporciona jogo de azar; DIREITO PENAL IV Contravenções Penais c) a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que se realiza jogo de azar; d) o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda que se dissimule esse destino. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo a) Estabelecer. b) Explorar. “jogo de azar domésticoou equiparado a doméstico, mesmo a dinheiro, realizado como simples passatempo, sem aliciamento de vontades ou aproveitamento de inexperiência ou de paixão viciosa para auferição de lucros diretos (não de mero ‘barato’), não constitui ilícito, mas mera distração penalmente inócua” (Tacrim/SP, Rel. Azevedo Franceschini, Jutacrim 20/95); e “A reunião de várias pessoas amigas ou conhecidas em residência particular, para a prática de carteado a dinheiro, não configura a infração do art. 50 da LCP. Além de não ser aquele lugar acessível a qualquer pessoa, mas apenas a convidados, tal modalidade de jogo não sofreu nenhuma restrição no território nacional” (Tacrim/SP, RT 213/381). - jogo de azar: a) O jogo em que o ganho ou a perda dependem exclusivamente ou principalmente da sorte (alínea “a”). “para a tipificação da contravenção do jogo de azar é necessário que se prove também que a prática tenha como finalidade o lucro, o que não se confunde com despesas feitas pelos participantes, normalmente bebidas, salgadinhos etc.” (Tacrim/SP, Rel. Rubens Gonçalves, RJD 8/83). DIREITO PENAL IV Contravenções Penais b) As apostas sobre corrida de cavalos fora do hipódromo ou de local onde sejam autorizadas (alínea “b”). c) As apostas sobre qualquer outra competição esportiva (alínea “c”). 3. Sujeito ativo Apostador. Ponteiro. 4. Sujeito passivo 5. Consumação “a contravenção do art. 50 da lei especial exige a prova de habitualidade da conduta ao seu reconhecimento” (Tacrim/SP, Rel. Lauro Alves, Jutacrim 48/224); e “Contravenção penal — Jogo de azar — Prova da habitualidade — Indispensabilidade — A contravenção de jogo de azar exige sempre a habitualidade” (Tacrim/SP, Rel. Camargo Sampaio, Jutacrim 48/224). 6. Tentativa 7. Efeito da condenação ■ Jogo do bicho Art. 58. Realizar o denominado “jogo do bicho”, em que um dos participantes, considerado comprador ou ponto, entrega certa quantia DIREITO PENAL IV Contravenções Penais com a indicação de combinações de algarismos ou nome de animais, a que correspondem números, ao outro participante, considerado o vendedor ou banqueiro, que se obriga mediante qualquer sorteio ao pagamento de prêmios em dinheiro: Penas — de seis meses a um ano de prisão simples e multa ao vendedor ou banqueiro, e de quarenta a trinta dias de prisão celular ou multa ao comprador ou ponto. 1. Introdução revogada pelo art. 58 do Decreto-lei n. 6.259/44. 2. Objetividade jurídica 3. Elementos do tipo 4. Sujeito ativo O Superior Tribunal de Justiça, aliás, editou a Súmula 51, concluindo que “a punição do intermediário no jogo do bicho independe da identificação do apostador ou do banqueiro”. 5. Sujeito passivo 6. Consumação 7. Tentativa ■ Vadiagem DIREITO PENAL IV Contravenções Penais Art. 59. Entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover a própria subsistência mediante ocupação ilícita: Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses. 1. Objetividade jurídica 2. Condutas típicas a) Entregar-se à ociosidade. b) Prover a própria subsistência mediante ocupação ilícita. 3. Causa extintiva da punibilidade 4. Sujeito ativo 5. Sujeito passivo 6. Consumação 7. Tentativa ■ Mendicância Art. 60, caput — Mendigar, por ociosidade ou cupidez: Pena — prisão simples, de quinze dias a três meses. Essa contravenção penal foi expressamente revogada pela Lei n. 11.983/2009. DIREITO PENAL IV Contravenções Penais ■ Importunação ofensiva ao pudor Art. 61. Importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor: Pena — multa. 1. Objetividade jurídica 2. Elementos do tipo - Importunar. - Pudor, segundo Nélson Hungria, é o sentimento de timidez ou de vergonha de que se sente possuída a pessoa normal diante de certos fatos ou atos que ferem a decência. “Configuração da contravenção de importunação ofensiva ao pudor — Indivíduo que, com fins eróticos, se encosta em menores na multidão que assistia a um desfile — O ato importunativo a que alude o art. 61 da LCP pode consistir em palavras, gestos ou atitudes: manifestações indecorosas, aproximação excessiva de certas partes do corpo, buscando o contato ofensivo do pudor, tocamento ou roçamento, além de outras modalidades em que o espírito libidinoso é fértil” (Tacrim/SP, Rel. Moreno Gonzales, RT 417/269). “Incide na norma incriminadora do art. 61 da Lei das Contravenções Penais aquele que, num coletivo, “bolina” a passageira, passando a mão em suas nádegas” (Juricrim-Franceschini n. 2.262). “Ninguém ignora que, nos veículos de transporte coletivo, principalmente em determinadas horas do dia, são comuns e naturais os apertos, empurrões e contatos, às vezes inevitáveis. Mas a par disso, são essas ocasiões, precisamente, as procuradas por certos indivíduos para tocarem, com as mãos ou pernas, nas mulheres que lhes fiquem pegadas” (Tacrim/SP, Rel. Olavo Lima Guimarães, RT 230/278). “O beijo roubado, assim como o toque superficial e fugaz, por sobre as vestes, nos seios de uma mulher, não caracterizam a prática de ato libidinoso diverso da conjunção carnal e sim a conduta indecorosa de importunação ofensiva ao pudor” (TJSC, Rel. Milton Macedo Machado, RT 727/577). DIREITO PENAL IV Contravenções Penais “Passar a mão, ou beliscar, ou apertar as nádegas de mulher que passa na rua, caracteriza a contravenção do art. 61, pois é um ato ofensivo ao pudor da vítima” (Tacrim/SP, Rel. Pedro Gagliardi, RT 690/353). “Importunação ofensiva ao pudor — Agente que importuna a vítima em público de modo ofensivo, fazendo propostas amorosas e indecorosas — Caracterização” (Tacrim/SP, Rel. Rulli Junior, j. 11/02/1999, Rolo-flash 1221/345). 3. Sujeito ativo 4. Sujeito passivo 5. Consumação 6. Tentativa 7. Distinção a) Ato obsceno (art. 233 do CP). b) Estupro (art. 213 do CP). c) Assédio sexual (art. 216-A do CP). ■ Embriaguez Art. 62. Apresentar-se publicamente em estado de embriaguez, de modo que cause escândalo ou ponha em perigo a segurança própria ou alheia: Pena — prisão simples de quinze dias a três meses, ou multa. 1. Objetividade jurídica DIREITO PENAL IV Contravenções Penais 2. Elementos do tipo a) Que o sujeito esteja embriagado. b) Que se apresente nesse estado publicamente. c) Exposição própria ou alheia a situação de perigo ou escândalo. 3. Sujeito ativo 4. Sujeitos passivos 5. Consumação 6. Tentativa 7. Jurisprudência “Configura a contravenção de embriaguez prevista no art. 62, caput, da Lei das Contravenções Penais, a conduta do agente que, fazendo uso imoderado de bebida alcoólica, provoca escândalo na frente de casa, chegando a derrubar seu genitor e seus familiares” (Tacrim/SP, Rel. Fernando Matallo, j. 24/04/1997, Rolo-flash 1.102/353). “Incorre nas penas do art. 62 da LCP o agente que, apresentando-se publicamente em estado de embriaguez, provoca escândalo e coloca em risco sua própria saúde ao quebrar copos e comer cacos de vidro, sendo irrelevante a ausência de danos efetivos à sua saúde, vez que para a corporificação da contravenção basta a simples possibilidade de sua ocorrência” (Tacrim/SP, Rel. Canellas de Godoy, j. 30/01/1996, Rolo-flash 1.017/418). DIREITO PENAL IV Contravenções Penais “Para a configuração da contravenção do art. 62 da LCP, não basta o simples fato de o agente se apresentar publicamente embriagado, exigindo a lei que o mesmo provoque atos de desordem, escândalo ou algazarras, que possam colocar em perigo os circunstantes ou ele próprio” (Tacrim/SP, Rel. Péricles Piza, RJD 22/432). “O simples fato de se encontrar alguém bêbado não basta ao reconhecimento da contravenção de embriaguez. Indispensável
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