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Exercícios - Modernismo no Brasil - parte 4

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Página 1
Copyright (c) 2013 - 2020 Stoodi Ensino e Treinamento a Distância S.A. - Todos os direitos reservados
91. PUC-CAMPINAS 2016
A evolução dos maquinismos humanos é uma evidência do
progresso tecnológico. No Modernismo de 22, há alguma
euforia com os avanços da era industrial e da mecanização,
tal como se pode observar
a. em tendências nacionalistas e primitivistas, como as do
Verde-amarelismo, grupo em que sobressaem os nomes de
Cassiano Ricardo e Menotti del Picchia.
b. na valorização de uma “pauliceia desvairada”, tal como
Mário de Andrade interpretou o novo ritmo cultural e
econômico em que se desenvolvia sua cidade.
c. em nomes como Lima Barreto e Euclides da Cunha,
escritores que saudaram com otimismo a superação dos
hábitos conservadores de nossa cultura.
d. em obras como Os sertões e Sagarana, que historiam a
passagem de uma cultura rural para uma cultura
fundamentada em hábitos metropolitanos.
e. na poesia de Cecília Meireles, voltada para o
reconhecimento e a afirmação do que havia de inventivo em
outras artes, como o cinema e a arquitetura.
 
92. UNB 2012
Orações
Quantas orações andam por aí impressas em folhetinhos
maus, vendidas nas grandes livrarias e nos alfarrabistas,
exportadas para a província em grossos maços, ou
simplesmente manuscritas, de mão em mão, amarradas ao
pescoço dos mortais em forma de breve! Há, nessa estranha
literatura, edições raras, exemplares únicos que se compram
a peso de ouro; orações árabes dos negros muçulmins, cuja
tradução não se vende nem por cinquenta mil réis; orações
de pragas africanas, para dizer três vezes com um obi na
boca; orações para todas as coisas possíveis e impossíveis.
O homem é o animal que acredita — principalmente no
absurdo. Levei muito tempo a colecionar essas súplicas
bizarras. Há mais de mil (...). Há até orações a santos que o
Papa desconhece e nunca foram canonizados, como a
oração de S. Gurmim, boa para a dor de calos, e a de S.
Puiúna, infalível nas nevralgias. Os homens vivem no
mistério das palavras conciliadoras.
João do Rio. A alma encantadora das ruas. São Paulo: Companhia de Bolso,
2012, p. 71.
A obra de João do Rio, embora não esteja diretamente
associada às obras dos modernistas de 22, compartilha com
elas algumas características. Uma dessas características é
a. a valorização do multiculturalismo como elemento-chave
da formação da sociedade brasileira.
b. a proposta de incorporação ao português do Brasil do
vocabulário de línguas de matrizes indígenas e africanas.
c. a contestação da autoridade religiosa cristã exercida
sobre os costumes da população.
d. a revisão da sintaxe padrão da língua portuguesa,
assumindo-se ostensivamente formas da oralidade na
escrita.
 
93. UPE 2015
Em relação à Morte e vida severina, de João Cabral de Melo
Neto, coloque V para as afirmativas verdadeiras e F para as
falsas.
 
( ) Trata-se do relato da história de um retirante que,
tomando como modelo Vidas secas, deixa seu torrão natal e
vai para a metrópole em busca de melhor qualidade de vida.
Assim, Severino, protagonista do Auto de Natal
pernambucano, chega ao Recife e consegue ascender
socialmente, pois é contratado para trabalhar em uma
fábrica atingindo seus objetivos.
 
( ) Integra o texto cabralino uma cena intitulada Funeral do
lavrador, composta por redondilhas, a qual foi musicada por
Chico Buarque de Holanda, na década de 1970, momento
de plena ditadura. Contudo, o texto não sofreu nenhuma
censura do sistema constituído, por não apresentar
ideologia, na época, considerada subversiva.
 
( ) Morte e vida severina segue a estrutura de um auto.
Como romance que é, em treze capítulos, a personagem
central desloca-se da Serra da Costela, situada no interior de
Alagoas, vem margeando o Rio Capibaribe, chega ao Recife,
onde se encontra com Mestre Carpina.
 
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( ) O texto de João Cabral é composto por versos
metrificados, redondilhas, numa perfeita harmonia entre a
personagem e a linguagem, peculiar à literatura popular
desde os autos do teatrólogo português Gil Vicente até a
atualidade.
 
( ) Nos versos: “E se somos Severinos / iguais em tudo na
vida, / morremos de morte igual, / mesma morte severina: /
que é a morte de que se morre / de velhice antes dos trinta”,
encontramos o uso de aliterações que trazem musicalidade
ao texto. Além disso, a palavra severina exerce uma função
adjetiva, pois qualifica o substantivo morte de modo criativo
e inusitado.
 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência
CORRETA.
a. F- F- F- V- V 
b. V- V- V- F- V 
c. V- V- F- F- V 
d. V- F- V- F- V 
e. V- V- V- F- F 
 
94. PUC-CAMPINAS 2015
Lê-se numa crônica de Manuel Bandeira, escrita em 1934:
 
Tenho um amigo que andou alguns anos na Alemanha onde
gozou, como bom brasileiro, da liberdade de costumes que
vai por lá. Mas parece que houve um momento em que se
descuidou, e o resultado foi uma paternidade, bravamente
aceita. Voltou para o Brasil, veio depois a vitória nazista, e
agora chega uma carta em que se lhe pede que prove
perante os tribunais alemães a sua qualidade de ariano. (...)
A carta acabava como acabam hoje todas as cartas dos
alemães que se conformaram com o nazismo – com um
“Heil Hitler!”, como quem diz “ciao”.
(Crônicas inéditas. São Paulo: Cosac Naify, 2009, p. 160. Org. por Julio
Castañon Guimarães)
 
Soube-se depois que esse “amigo” a que discretamente se
referia Manuel Bandeira era Sérgio Buarque de Holanda,
autor de Raízes do Brasil, um clássico da época, assim
como o foi Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre.
 
 
A respeito do texto acima é correto afirmar:
a. Os livros de Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre,
considerados clássicos da época, foram importantes para a
eclosão do movimento abolicionista.
b. Autor de finas crônicas, Manuel Bandeira foi sobretudo um
poeta modernista capaz de produzir alta poesia com base
em experiências vividas no mais simples cotidiano.
c. O autor do texto sugere que as expressões “Heil Hitler” e
“ciao”, em suas respectivas línguas, são formas de
tratamento informais e afetivas. 
d. Depreende-se das informações desse texto de 1934 que a
tenebrosa tese da superioridade ariana nasceu com o
desenvolvimento da Segunda Guerra.
e. As publicações e os acontecimentos históricos referidos
no texto podem ser considerados antecedentes das
vanguardas modernistas no Brasil e na Europa.
 
95. PUC-CAMPINAS 2015
No famoso poema de Manuel Bandeira “Vou-me embora pra
Pasárgada”, leem-se estes versos:
 
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d´água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar.
 
Percebe-se que a Pasárgada do poeta
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a. é o país do futuro em que todos nos livraremos das
memórias.
b. é o espaço de utopias inteiramente estranhas ao poeta.
c. compõe-se tanto de lendas como de lembranças felizes.
d. compõe-se de melancolias e desesperanças.
e. é a ilha em que o poeta aprenderá a cultivar a solidão.
 
96. ENEM PPL 2011
Morte e vida Severina
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia.
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio Janeiro: Nova Aguilar, 1994
(fragmento).
Nesse fragmento, parte de um auto de Natal, o poeta retrata
uma situação marcada pela
a. presença da morte, que universaliza os sofrimentos dos
nordestinos. 
b. figura dohomem agreste, que encara ternamente sua
condição de pobreza.
c. descrição sentimentalista de Severino, que divaga sobre
questões existenciais.
d. miséria, à qual muitos nordestinos estão expostos,
simbolizada na figura de Severino.
e. opressão socioeconômica a que todo ser humano se
encontra submetido.
 
97. UNIFESP 2002
Uma linha de coerência se esboça através dos zigue-zagues
de sua vida. Ora espiritualista, ora marxista, criando um dia o
Pau-Brasil, e logo buscando universalizá-lo em antropofagia,
primitivo e civilizado a um tempo, como observou Manuel
Bandeira, solapando o edifício burguês sem renunciar à
habitação em seus andares mais altos, Oswald manteve
sempre intata sua personalidade, de sorte a provocar, ainda
em seus últimos dias, a irritação ou a mágoa que inspirava
quando fauve modernista de 1922.
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa.)
 
Na crônica de Carlos Drummond de Andrade, há uma
referência ao movimento da Antropofagia, do qual
participaram vários escritores modernistas. Os poetas,
artistas e intelectuais que participaram desse movimento
antropófago, quaisquer que sejam suas fases, são:
a. Gilberto Freyre, Mário de Andrade, Cassiano Ricardo e
Jorge de Lima.
b. Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Raul Bopp e
Antonio de Alcântara Machado.
c. Vinícius de Moraes, Jorge de Lima, Cecília Meireles e
Murilo Mendes.
d. Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Oswald
de Andrade e Jorge de Lima.
e. Gilberto Freyre, Graciliano Ramos, Alceu Amoroso Lima e
Oswald de Andrade.
 
98. ENEM PPL 2009
Resolvo-me a contar, depois de muita hesitação, casos 
passados há dez anos — e, antes de começar, digo os 
motivos por que silenciei e por que me decido. Não conservo 
notas: algumas que tomei foram inutilizadas e, assim, com o 
decorrer do tempo, ia-me parecendo cada dia mais difícil, 
quase impossível, redigir esta narrativa. Além disso, julgando 
a matéria superior às minhas forças, esperei que outros mais 
aptos se ocupassem dela. Não vai aqui falsa modéstia, como 
adiante se verá. Também me afligiu a idéia de jogar no papel 
criaturas vivas, sem disfarces, com os nomes que têm no 
registro civil. Repugnava-me deformá-las, dar-lhes 
pseudônimo, fazer do livro uma espécie de romance; mas
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teria eu o direito de utilizá-las em história presumivelmente
verdadeira? Que diriam elas se se vissem impressas,
realizando atos esquecidos, repetindo palavras contestáveis
e obliteradas?
RAMOS, Graciliano. Memórias do cárcere. Rio de Janeiro: Record, 2000, v.1,
p. 33.
 
Em relação ao seu contexto literário e sócio-histórico, esse
fragmento da obra Memórias do Cárcere, do escritor
Graciliano Ramos, 
a. inova na ficção intimista que caracteriza a produção
romanesca do modernismo da década de 30 do século XX. 
b. aborda literariamente teses socialistas, o que faz do
romance de Graciliano Ramos um texto panfletário. 
c. é marcada pelo traço regionalista pitoresco e romântico,
que é retomado pelo autor em pleno modernismo. 
d. apresenta, em linguagem conscientemente trabalhada, a
tensão entre o eu do escritor e o contexto que o forma.
e. configura-se como uma narrativa de linguagem rebuscada
e sintaxe complexa, de difícil leitura. 
 
99. UNESPAR 2011
A segunda geração modernista na prosa, também conhecida
como modernismo regionalista, tem como expoentes: Jorge
Amado, além de:
a. José Lins do Rego e Clarice Lispector.
b. Érico Veríssimo e Rachel de Queiroz.
c. Graciliano Ramos e Guimarães Rosa.
d. Mario e Oswald de Andrade.
e. João Cabral de Melo Neto e Patrícia Galvão.
 
100. UEMA 2016
Procura da Poesia 
[...] Penetra surdamente no reino das palavras. 
Lá estão os poemas que esperam ser escritos. 
Estão paralisados, mas não há desespero, 
há calma e frescura na superfície intata. 
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. 
[...] 
Não forces o poema a desprender-se do limbo. 
Não colhas no chão o poema que se perdeu. 
Não adules o poema. Aceita-o 
omo ele aceitará sua forma definitiva e concentrada 
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
em mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara: ermas de melodia e conceito,
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
ANDRADE, Carlos Drummond de. A Rosa do Povo. 1 ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 2012.
A Rosa do Povo, de Drummond, foi publicada em 1945, ao
final da Segunda Guerra Mundial, e traz alguns poemas que
enfocam anseios e questionamentos advindos desse
momento histórico. Levando em conta o verso “Trouxeste a
chave?”, pode-se inferir uma voz
a. orgulhosa, que indicia um falante seguro no processo de
seleção vocabular poética.
b. crítica, que se refere à escassez vocabular dos dicionários
quanto às palavras que atendem à linguagem poética.
c. introspectiva, que sinaliza para o leitor a tensão do
enigma, resistência x disponibilidade, da palavra ao discurso
poético.
d. convincente, que exige a necessidade de inventar
palavras novas para atualizar a linguagem poética.
e. doutrinária, que ensina o leitor a aprisionar as palavras
para a criação de uma linguagem poética.
 
101. ENEM 2011
TEXTO I
 
O meu nome é Severino, 
não tenho outro de pia. 
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Como há muitos Severinos, 
que é santo de romaria, 
deram então de me chamar 
Severino de Maria; 
como há muitos Severinos 
com mães chamadas Maria, 
fiquei sendo o da Maria 
do finado Zacarias, 
Mas isso ainda diz pouco: 
há muitos na freguesia, 
por causa de um coronel 
que se chamou Zacarias 
e que foi o mais antigo 
senhor desta sesmaria. 
Como então dizer quem falo 
ora a Vossas Senhorias? 
MELO NETO, J. C. Obra Completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento).
 
TEXTO II
João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a,
aqui, ao retirante Severino, que, como o Capibaribe, também
segue no caminho do Recife. A autoapresentação do
personagem, na fala inicial do texto, nos mostra um Severino
que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois
seus traços biográficos são sempre partilhados por outros
homens.
SECCHIN, A. C. João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks,
1999 (fragmento).
 
Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na
análise crítica (Texto II), observa-se que a relação entre o
texto poético e o contexto social a que ele faz referência
aponta para um problema social expresso literariamente pela
pergunta “Como então dizer quem fala / ora a Vossas
Senhorias?”.
A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio
da
a. descrição minuciosa dos traços biográficos do
personagem-narrador.
b. construção da figura do retirante nordestino como um
homem resignado com a sua situação.
c. representação, na figura do personagem-narrador, de
outros Severinos que compartilham sua condição.
d. apresentação do personagem-narrador como uma
projeção do próprio poeta, em sua crise existencial
e. descrição de Severino, que, apesar de humilde,
orgulha-se de ser descendente do coronel Zacarias.
 
102. PUC-CAMPINAS 2016
Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo
Prado (escritor a quem Mário de Andrade dedicou
Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu,
porém, alcançou êxito excepcional: quatro edições entre
1928 e 1931. O momento era propício para tentar
explicações do Brasil, país que se via a si mesmo como um
ponto de interrogação. Terra tropical e mestiça condenada
ao atraso ou promessa de um eldorado sul-americano?
(BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo:Ática, 1988, p. 137)
 
A tendência de se aprofundar o conhecimento do Brasil,
numa linha nacionalista e tropical, no período referido no
texto, está indiciada já em expressões que identificam obras
e grupos literários, tais como
a. Vamos caçar papagaios e Verde-amarelismo.
b. A frauta de Pã e Tropicália.
c. Os sertões e Pós-modernismo.
d. A cinza das horas e Futurismo.
e. Sentimento do mundo e Neoliberalismo.
 
103. UNESPAR 2011
São características do Segundo Tempo da Poesia
Modernista (anos 30):
 
I) Liberdade temática, o verso livre.
II) Gosto da expressão atualizada.
III) Poesia de cosmovisão, com tom intimista.
IV) Revivificação da cultura brasileira, sobretudo o folclore.
V) Tom combativo, eufórico, de empolgação.
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Está(ão) correta(s):
a. I e IV.
b. III e V.
c. I, II e III.
d. II, III e IV.
e. III, IV e V.
 
104. FCMMG 2006
“A literatura, na prosa dos ficcionistas, na inspiração dos
poetas, na invenção da vida transposta ao teatro, é um
mundo inexaurível de documentos que podem servir ao
historiador médico”.
(NAVA, Pedro. A medicina de Os Lusíadas. Cotia: Ateliê, 2004. p.18)
 
Guimarães Rosa era médico. Depreende-se dos trechos
abaixo um certo interesse ligado à medicina, EXCETO:
a. “Daí, mais para adiante, dei para tremer com uma febre.
Terçã. Mas o sentido do tempo o senhor entende, resenha
duma viagem. Contar que o senhor fosse.”
b. “Mas, entre as vertentes, no Corguinho rabo serelepe que
passamos, de beiras de terra preta, só os animais foram que
beberam a toda sede: que, nós, mesmo da água corrente a
gente se receava. Donde é que decorre a peste?”
c. “Matou – enquanto ele estava dormindo – assim despejou
no buraquinho do ouvido dele, por um funil, um terrível
escorrer de chumbo derretido. O marido passou, lá o que diz
– do oco para o ocão – do sono para a morte, e lesão no
buraco do ouvido dele ninguém não foi ver, não se notou.”
d. “A ver como veja: tem sofrimento legal padecido, e
mordido remordido sofrimento; assim do mesmo que tem
roubo sucedido e roubo roubado. Me entende? Dias que
marquei: foram onze. Certo que a guerra ia indo.”
 
105. UNIPAM 2013
O leitor ideal, de Mário Quintana
 
O leitor ideal para o cronista seria aquele a quem bastasse
uma frase.
Uma frase? Que digo? Uma palavra!
O cronista escolheria a palavra do dia: “Árvore”, por
exemplo, ou “Menina”.
Escreveria essa palavra bem no meio da página, com
espaço em branco para todos os lados, como um campo
aberto para os devaneios do leitor.
Imaginem só uma meninazinha solta no meio da página.
Sem mais nada.
Até sem nome.
Sem cor de vestido nem de olhos.
Sem se saber para onde ia...
Que mundo de sugestões e de poesia para o leitor!
E que cúmulo de arte a crônica! Pois bem sabeis que arte é
sugestão...
E se o leitor nada conseguisse tirar dessa obra-prima,
poderia o autor alegar, cavilosamente, que a culpa não era
do cronista.
Mas nem tudo estaria perdido para esse hipotético leitor
fracassado, porque ele teria sempre à sua disposição, na
página, um considerável espaço em branco para tomar seus
apontamentos, fazer os seus cálculos ou a sua fezinha...
Em todo caso, eu lhe dou de presente, hoje, a palavra
“Ventania”. Serve?
(QUINTANA, Mário. Porta giratória. São Paulo: Globo, 1988)
 
Esse texto de Mário Quintana classifica-se como
a. romântico, já que o autor pressupõe a existência de um
leitor ideal.
b. realista, já que o autor ironiza a falta de devaneios de
alguns leitores.
c. simbolista, já que a imaginação do autor sobrepõe-se ao
que é leitura de fato.
d. modernista, já que o autor aborda o tema por meio de
uma sintaxe liberta de formalismos.
 
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106. UNIPAM 2012
Numere a 2ª coluna, composta de fragmentos de textos
poéticos, com a 1ª, composta de diferentes modos como a
vida pode ser abordada por escritores de épocas distintas.
(1) Vida como momento de consciência de efemeridades.
(2) Vida como momento de distanciamentos amorosos.
(3) Vida como momento de reflexões metafísicas.
(4) Vida como momento de refúgios sem destinos.
 
( ) Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar? [....]
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor. [...]
(Carlos Drummond de Andrade)
( ) Nise? Nise? onde estás? Aonde espera
Achar te uma alma, que por ti suspira,
Se quanto a vista se dilata, e gira,
Tanto mais de encontrar te desespera! [...]
Nem ao menos o eco me responde!
Ah como é certa a minha desventura!
Nise? Nise? onde estás? aonde? aonde?
(Cláudio Manuel da Costa)
( ) Discreta e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia: [...]
 
Oh não aguardes, que a madura idade 
Te converta em flor, essa beleza 
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
(Gregório de Matos)
( ) Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,
Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso! [...]
Tenho por palácio as longas ruas;
Passeio a gosto e durmo sem temores;
Quando bebo, sou rei como um poeta,
E o vinho faz sonhar com os amores.
(Álvares de Azevedo)
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA
a. 4 – 1 – 3 – 2
b. 3 – 2 – 1 – 4
c. 1 – 4 – 2 – 3
d. 2 – 3 – 4 – 1
 
107. UFRGS 2015
Assinale a alternativa correta sobre a Semana de Arte
Moderna.
a. A Semana de Arte Moderna, liderada por intelectuais e
políticos paulistas, foi o evento que coroou o Modernismo
Brasileiro, com a publicação de Macunaíma , de Mario de
Andrade.
b. O Modernismo foi um movimento isolado, ocorrido na
cidade de São Paulo, sem repercussão nacional.
c. A briga entre Graça Aranha e Anita Malfatti serviu de
inspiração para a concepção da Semana.
d. A prática dos Manifestos, muito comum nas vanguardas
europeias, foi repetida pelos modernistas, como forma de
veicular seus ideais estéticos e sociais.
e. As vanguardas europeias, por seu caráter destruidor e
localista, são copiadas e seguidas pelos artistas brasileiros,
como Monteiro Lobato, Murilo Mendes e Raul Bopp.
 
108. UFRGS 2015
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Leia as seguintes afirmações sobre a obra de Graciliano
Ramos.
 
I - No romance Angústia , Luís da Silva narra seu dilema de
ou casar-se com a vizinha Marina ou mudar-se para o Rio de
Janeiro para trabalhar como funcionário público.
 
II - Em São Bernardo , Paulo Honório, narrador protagonista,
recupera sua trajetória de sucesso econômico, mas
de fracasso afetivo.
 
III- No romance Vidas secas , é narrada a dura trajetória de
uma família de retirantes, que luta contra as
condições adversas, tanto naturais como sociais. 
 
 
Quais estão corretas?
a. Apenas I.
b. Apenas II.
c. Apenas I e II.
d. Apenas II e III.
e. I, II e III.
 
109. ENEM PPL 2009
A poesia que floresceu nos anos 70 do século XX é inquieta,
anárquica, contestadora. A “poesia marginal”, como ficou
conhecida, não se filia a nenhuma estética literária em
particular, embora seja possível ver nela traços de algumas
vanguardas que a precederam, como no poema a seguir.
 
S.O.S
Chacal (...)
nós que não somos médicos psiquiatras
nem ao menos bons cristãos
nos dedicamos a salvar pessoas
que como nós
sofrem de um mal misterioso: o sufoco
CAMPEDELLI, Samira Y. Poesia Marginal dos Anos 70. São Paulo: Scipione,
1995 (adaptado).
 
Da leitura do poema e do texto crítico acima, infere-se que a
poesia dos anos 70 
a. recuperoutraços da produção de vanguarda modernista. 
b. eliminou o diálogo com as artes visuais e as artes
plásticas. 
c. utilizou com frequência versos metrificados e temas
românticos. 
d. valorizou a linguagem poética das formas consagradas. 
e. atribuiu ao espaço poético um lugar de fuga e escapismo. 
 
110. PUC-CAMPINAS 2016
Considere o texto abaixo.
 
Contraditoriamente, foi o patrocínio da fração mais
europeizada da aristocracia rural de São Paulo, aberta às
influências internacionais, que permitiu o florescimento das
inovações estéticas. O café pesou mais do que as indústrias.
Os velhos troncos paulistas, ameaçados em face da
burguesia e da imigração, se juntaram aos artistas numa
grande “orgia intelectual”, conforme a definição de Mário de
Andrade. Segundo ele, “foi da proteção desses salões
literários [promovidos pela aristocracia rural] que se alastrou
pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.”
(MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de província. São Paulo:
Editora 34, 2011, p. 11)
 
Sobre o movimento a que o texto se refere é correto afirmar
que, além de ter sido uma manifestação intelectual e
artística,
a. foi um movimento político de contestação à ordem social
vigente, na medida em que rompeu com o conservadorismo
elitista dominante nas artes. 
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b. expressou a pujança do movimento operário e sua
oposição à dominação oligárquica ao utilizar as novas
maneiras de encarar as artes.
c. foi um movimento de protesto em relação às formas de
expressão primitivista, que até então predominavam nas
artes plásticas e na literatura.
d. reafirmou os valores artísticos do Brasil rural e patriarcal,
assim como a permanência da estética naturalista e
simplista da arte nacional.
e. transformou-se num marco de resistência artística à
política tradicional da República Velha e ao modernismo
norte-americano dominante.
 
111. ENEM 2009
Confidência do Itabirano
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade
e comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres e sem
horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil,
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
ANDRADE, C. D. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003.
Carlos Drummond de Andrade é um dos expoentes do
movimento modernista brasileiro. Com seus poemas,
penetrou fundo na alma do Brasil e trabalhou poeticamente
as inquietudes e os dilemas humanos. Sua poesia é feita de
uma relação tensa entre o universal e o particular, como se
percebe claramente na construção do poema Confidência do
Itabirano.
Tendo em vista os procedimentos de construção do texto
literário e as concepções artísticas modernistas, conclui-se
que o poema acima
a. representa a fase heroica do modernismo, devido ao tom
contestatório e à utilização de expressões e usos linguísticos
típicos da oralidade.
b. apresenta uma característica importante do gênero lírico,
que é a apresentação objetiva de fatos e dados históricos.
c. evidencia uma tensão histórica entre o “eu” e a sua
comunidade, por intermédio de imagens que representam a
forma como a sociedade e o mundo colaboram para a
constituição do indivíduo.
d. critica, por meio de um discurso irônico, a posição de
inutilidade do poeta e da poesia em comparação com as
prendas resgatadas de Itabira.
e. apresenta influências românticas, uma vez que trata da
individualidade, da saudade da infância e do amor pela terra
natal, por meio de recursos retóricos pomposos.
 
112. UFRGS 2015
Leia abaixo a letra da canção Baby – composição de
Caetano Veloso e interpretação de Gal Costa – que integra o
álbum Tropicália ou Panis et Circencis.
 
 
Baby
 
Você 
precisa saber da piscina 
Da margarina 
Da Carolina 
Da gasolina
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Você precisa saber de mim
 
Baby baby
Eu sei que é assim
 
Você precisa tomar um sorvete
Na lanchonete
Andar com a gente
Me ver de perto
Ouvir aquela canção do Roberto
 
Baby baby
Há quanto tempo
 
Você precisa aprender inglês
Precisa aprender o que eu sei
E o que eu não sei mais
E o que eu não sei mais
 
Não sei, comigo vai tudo azul
Contigo vai tudo em paz
Vivemos na melhor cidade
Da América do Sul
Da América do Sul
 
Você precisa
Você precisa
Não sei
Leia na minha camisa
 
Baby baby
I love you
 
 
Considere as seguintes afirmações sobre a canção Baby .
 
 
I - As expressões em língua estrangeira (“Baby”, “I love you”)
e a constatação de que “você precisa aprender inglês”
demonstram postura favorável aos Estados Unidos do grupo
tropicalista que renegava a língua e a cultura brasileiras.
 
II - A repetição de “você precisa” impõe uma situação
conativa, na qual o sujeito cancional faz apelos diretos ao
interlocutor.
 
III- O paralelismo rimado inclui, entre as mercadorias
“piscina”, “margarina” e “gasolina”, a canção Carolina , de
Chico Buarque. 
 
 
Quais estão corretas?
a. Apenas I.
b. Apenas II.
c. Apenas I e II.
d. Apenas II e III.
e. I, II e III.
 
113. PUC-CAMPINAS 2016
Considere o texto abaixo.
 
Contraditoriamente, foi o patrocínio da fração mais
europeizada da aristocracia rural de São Paulo, aberta às
influências internacionais, que permitiu o florescimento das
inovações estéticas. O café pesou mais do que as indústrias.
Os velhos troncos paulistas, ameaçados em face da
burguesia e da imigração, se juntaram aos artistas numa
grande “orgia intelectual”, conforme a definição de Mário de
Andrade. Segundo ele, “foi da proteção desses salões
literários [promovidos pela aristocracia rural] que se alastrou
pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.”
(MARQUES, Ivan. Cenas de um modernismo de província. São Paulo:
Editora 34, 2011, p. 11)
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O “espírito destruidor” que costuma atuar num movimento de
vanguarda está presente e bem tipificado nesta formulação
de um manifesto estético do Modernismo:
 
a. Das tuas águas tão verdes não havemos de nos afastar.
b. Sê como o sândalo, que perfuma o machado que o fere.
c. Ainda se rebelam na Hélade os engenheiros de nossa
reconstrução.
d. Penetra surdamente no reino das palavras.
e. É preciso expulsar o espírito bragantino e as ordenações.
■
 
114. UFAC 2011
Carlos Drummond de Andrade é um grande poeta da
denominada Segunda Geração do Modernismo cujas
principais características são:
 
I. Grande preocupação com a renovação da linguagem.
II. Arte pela arte. 
III. Produção com forte dimensão social.
 
Das afirmações anteriores: 
a. Somente a afirmação I está correta.
b. Somente a afirmação II está correta.
c. Somente a afirmação III está correta.
d. As afirmações I e III estão corretas.
e. As afirmações II e III estão corretas. 
 
115. UPF 2014
Conheci que Madalena era boa em demasia, mas não
conheci tudo de uma vez. Ela se revelou pouco a pouco, e
nunca se revelou inteiramente. A culpa foi minha, ou antes, a
culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste.
E, falando assim, compreendo que perco o tempo. Com
efeito, se me escapa o retrato moral de minha mulher, para
que serve esta narrativa? Para nada, massou forçado a
escrever.
Quando os grilos cantam, sento-me aqui à mesa da sala de
jantar, bebo café, acendo o cachimbo. Às vezes as ideias
não vêm, ou vêm muito numerosas – e a folha permanece
meio escrita, como estava na véspera. Releio algumas
linhas, que me desagradam. Não vale a pena tentar
corrigi-las. Afasto o papel.
Emoções indefiníveis me agitam – inquietação terrível,
desejo doido de voltar, tagarelar novamente com Madalena,
como fazíamos todos os dias, a esta hora. Saudade? Não,
não é isto: é desespero, raiva, um peso enorme no coração.
Procuro recordar o que dizíamos. Impossível. As minhas
palavras eram apenas palavras, e as dela tinham alguma
coisa que não consigo exprimir. Para senti-las melhor, eu
apagava as luzes, deixava que a sombra nos envolvesse até
ficarmos dois vultos indistintos na escuridão.
Lá fora os sapos arengavam, o vento gemia, as árvores do
pomar tornavam-se massas negras.
GRACILIANO RAMOS – São Bernardo
 
A única afirmação que não corresponde ao texto acima é
que Paulo Honório, personagem-narrador:
a. atribui a sua dificuldade em conhecer e compreender
Madalena às condições desfavoráveis em que formou a sua
própria personalidade.
b. confia na capacidade da sua memória para narrar a sua
vida com Madalena e compreender a personalidade dela.
c. considera que há uma diferença capital entre a sua
personalidade e a de sua mulher, quanto a sensibilidade e
linguagem.
d. escreve a sua narrativa para tentar compreender a
personalidade de Madalena, mas teme não conseguir tal
objetivo.
e. experimenta grandes dificuldades para compor a sua
narrativa, mas sente que não pode desistir desse trabalho
 
116. UNESP 2002
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Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente.
Filosoficamente.
 
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os
individualismos, de todos os coletivismos. De todas as
religiões. De todos os tratados de paz.
 
Tupi, or not tupi, that is the question.
Fragmento do Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade
 
Analisando as ideias contidas nesses fragmentos,
observa-se que
a. O Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade, apesar
do que parece, não se articula ao movimento antropófago do
Modernismo brasileiro, cuja expressão máxima se deu em
Macunaíma, de Mário de Andrade. 
b. Em Tupi or not tupi, that is the question, está implícita a
crítica ao espírito de nacionalidade, falseado pelo
estrangeirismo exacerbado entre nós, até os adventos do
Modernismo. 
c. Ainda nos fragmentos citados, deve-se entender a
aversão à cultura européia, e não a dialética de conjunção
das raízes nacionais à cultura européia. 
d. A leitura dos três fragmentos acaba por desvendar a
crítica à cultura brasileira, que não estaria muito distante do
primitivismo antropofágico. 
e. O Manifesto Antropófago é contrário à mobilidade cultural
advinda da mobilidade do pensamento e dos valores do
homem em sociedade. 
 
117. PUC-CAMPINAS 2016
Atente para estes versos de Manuel Bandeira, extraídos do
poema “Minha terra”:
 
Revi afinal o meu Recife. 
Está de fato completamente mudado. 
Tem avenidas, arranha-céus. 
É hoje uma bonita cidade.
 
Diabo leve quem pôs bonita a minha terra.
 
Nesses versos o poeta pernambucano
a. renuncia ao estilo modernista, voltando ao verso clássico
para poder saudar sua antiga cidade.
b. admite que ele e sua cidade tiveram muito a ganhar com
o irrecorrível processo de modernização.
c. reconhece que a modernização altera as convicções que
ele alimentava no passado.
d. opõe a constatação do progresso de sua cidade à sua
imagem afetiva guardada na memória.
e. ironiza a beleza da cidade moderna enquanto idealiza a
melancolia das cidadezinhas.
 
118. ENEM PPL 2015
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.
 Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com
água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.
 
 
Um dos procedimentos consagrados pelo Modernismo foi a
percepção de um lirismo presente nas cenas e fatos do
cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico resgata a
poesia desses elementos a partir do(a)
a. reflexão irônica sobre a importância atribuída aos estudos
por sua mãe.
Página 13
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b. sentimentalismo, oposto à visão pragmática que
reconhecia na mãe.
c. olhar comovido sobre seu pai, submetido ao trabalho
pesado.
d. reconhecimento do amor num gesto de aparente
banalidade.
e. enfoque nas relações afetivas abafadas pela vida
conjugal.
 
119. MACKENZIE 2014
Poema Tirado de uma Notícia de Jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no
morro da
Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu
afogado.
Manuel Bandeira
 
Sobre a primeira fase do Movimento Modernista, ao qual a
crítica vincula Manuel Bandeira, todas as alternativas estão
corretas, EXCETO:
a. buscava inspiração nas ideologias concretistas para
simplificação poética.
b. objetivava o rompimento com as estruturas artísticas do
passado.
c. apresentava, em um primeiro momento, um caráter
anárquico e destruidor.
d. valorizava a língua “brasileira”.
e. a postura nacionalista, do final dos anos 1920,
apresentava uma vertente crítica e uma vertente ufanista.
 
120. UNIFESP 2008
É por causa do meu engraxate que ando agora em plena
desolação. Meu engraxate me deixou.
Passei duas vezes pela porta onde ele trabalhava e nada.
Então me inquietei, não sei que doenças mortíferas, que
mudança pra outras portas se passaram em mim, resolvi
perguntar ao menino que trabalhava na outra cadeira. O
menino é um retalho de hungarês, cara de infeliz, não dá
simpatia alguma. E tímido, o que torna instintivamente a
gente muito combinado com o universo no propósito de
desgraçar esses desgraçados de nascença. “Está vendendo
bilhete de loteria”, respondeu antipático, me deixando numa
perplexidade penosíssima: pronto! Estava sem engraxate!
Os olhos do menino chispeavam ávidos, porque sou um dos
que ficam fregueses e dão gorjeta. Levei seguramente um
minuto pra definir que tinha de continuar engraxando
sapatos toda a vida minha e ali estava um menino que, a
gente ensinando, podia ficar engraxate bom.
(Mário de Andrade, Os Filhos da Candinha.)
 
A desolação por que passa o narrador resulta
 
a. do sumiço do engraxate, por quem o narrador, ao valer-se
dos serviços, criara certa afeição.
b. da ausência do engraxate, de cujos serviços, mesmo
precários, aquele se valia.
c. da presença do menino hungarês, pouco aberto ao
diálogo, em substituição obrigatória ao antigo engraxate
d. do sumiço do engraxate com quem ele evitava a todo
custo criar laços afetivos.
e. da necessidade dos serviços do tímido menino hungarês,
que certamente não chegaria a ser bom engraxate
 
GABARITO: 91) b, 92) a, 93) a, 94) b, 95) c, 96) d, 97) b, 98)
d, 99) b, 100) c, 101) c, 102) a, 103) c, 104) d, 105) d, 106)
b, 107) d, 108) d, 109) a, 110) a, 111) c, 112) d, 113) e, 114)
d, 115) b, 116) b, 117) d, 118) d, 119) a, 120) a,

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