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(SOVIERZOSKI, BELO; 2019) CAPÍTULO 1 - SISTEMAS NUMÉRICOS 1.1 Representação Numérica Em um sistema cuja base é b, um número positivo N pode ser representado pelo polinômio: 𝑁 = 𝑎𝑞−1. 𝑏 𝑞−1 + … + 𝑎0. 𝑏 0 + … + 𝑎−𝑝. 𝑏 −𝑝 = ∑ 𝑎𝑖 . 𝑞−1 𝑖=−𝑝 𝑏𝑖 Onde: a base b é um número inteiro maior que 1 e os números a são inteiros entre os valores: 0 ≤ 𝑎𝑖 ≤ (𝑏 − 1) A sequência de dígitos 𝑎𝑞−1 , 𝑎𝑞−2 , … , 𝑎0 compõe a parte inteira de N. A sequência de dígitos 𝑎−1 , 𝑎−2 , … , 𝑎−𝑝 compõe a parte fracionária de N. Os índices p e q designam os números de dígitos na parte fracionária e na parte inteira de N, respectivamente. O dígito 𝒂−𝒑 é denominado de dígito menos significativo, enquanto 𝒂𝒒−𝟏 é denominado de dígito mais significativo. Exemplos de bases usuais: Base 10 → sistema numérico decimal (0 ≤ 𝑎𝑖 ≤ 9) Base 2 → sistema numérico binário (0 ≤ 𝑎𝑖 ≤ 1) 𝑎𝑖 = {0,1} Base 8 → sistema numérico octal (0 ≤ 𝑎𝑖 ≤ 7) Base 16 → sistema numérico hexadecimal (0, 1, 2, 3, 4, 5,6,7,8,9, A, B, C, D, E, F) O complemento de um dígito a representado por a´, na base b, é definido como: a´ = (b-1) - a Exemplo: na base 10, o complemento do dígito 6 é 6´ = (10-1) – 6 = 3 Um número N na base b é representado por (N)b. Exemplos: (123,45)10 = 1.102 + 2.101 + 3.100 + 4.10-1 + 5.10-2 (1101,01)2 = 1.23 + 1.22 + 0.21 + 1.20 + 0.2-1 + 1.2-2 (321,02)4 = 3.42 + 2.41 + 1.40 + 0.4-1 + 2.4-2 (541,3)5 → não existe (representação errada) ⇒ ⇒ Base 5 ⇒ dígitos entre “0” e “4”, inclusive. 1.2 Conversão de Bases O número N, expresso na base b1, deve ser expresso na base b2. (N)b1 = (??)b2 1º. CASO: (conhece-se a aritmética da base b2) A aritmética da base b2 pode ser usada no processo de conversão. A conversão consiste em expressar o número (N)b1, como um polinômio em potências de b1 e calcular o polinômio usando a aritmética da base b2. Exemplos: converter para a base 10. (432,2)8 = 4.82 + 3.81 + 2.80 + 2.8-1 = 4.64 + 3.8 + 2.1 + 2.0,125 = = 256 + 24 + 2 + 0,25 = (282,25)10 (1101,01)2 = 1.23 + 1.22 + 0.21 + 1.20 + 0.2-1 + 1.2-2= = 1.8 + 1.4 + 0.2 + 1.1 + 0.0,5 + 1.0,25 = = 8 + 4 + 1 + 0,25 = (13,25)10 2º. CASO: (conhece-se a aritmética da base b1) É mais conveniente usar a aritmética da base b1. O processo de conversão considera, separadamente, a parte inteira e a parte fracionária de N. Seja (N)b1 a parte inteira, cujo valor na base b2 é dado por: (𝑁)𝑏1 = 𝑎𝑞−1. 𝑏2 𝑞−1 + 𝑎𝑞−2. 𝑏2 𝑞−2 + … + 𝑎1. 𝑏2 1 + 𝑎0. 𝑏2 0 Para se determinar os valores dos coeficientes a (incógnitas), divide-se o polinômio por b2. Assim: (SOVIERZOSKI, BELO; 2019) (𝑁)𝑏1 𝑏2 = 𝑎𝑞−1. 𝑏2 𝑞−2 + 𝑎𝑞−2. 𝑏2 𝑞−3 + … + 𝑎1 + 𝑎0 𝑏2 Q0 O dígito menos significativo de (N)b2, Q0, é igual ao primeiro resto da divisão. O próximo dígito (a1) é obtido pela divisão do quociente Qo por b2. ( 𝑄0 𝑏2 ) 𝑏1 = 𝑎𝑞−1. 𝑏2 𝑞−3 + 𝑎𝑞−2. 𝑏2 𝑞−4 + … + 𝑎1 𝑏2 Q1 Os coeficientes a restantes, são determinados repetindo-se as divisões dos quocientes, até que Qq-1 não possa mais ser dividido por b2. Exemplos: Converter os números para as bases numéricas indicadas. a) (548)10 = (??)8 b) (345)10 = (??)6 Se (N)b1 é uma fração, pode ser expresso na base b2 como: (𝑁)𝑏1 = 𝑎−1. 𝑏2 −1 + 𝑎−2. 𝑏2 −2 + … + 𝑎−𝑝. 𝑏2 −𝑝 O dígito mais significativo, a-1, pode ser obtido multiplicando-se o polinômio por b2. Se o produto for menor que 1, o termo a-1 é igual a zero. Se o produto for maior que 1, o termo a-1 é igual à parte inteira do produto. O próximo dígito, a-2, é determinado pela multiplicação da parte fracionária do produto anterior por b2 (processo iterativo). OBS.: Esse processo de conversão não necessariamente tem término. Exemplos: Converter para as bases indicadas. a) (0,3125)10 = (??)8 b) (0,375)10 = (??)2 c) (32,354)10 = (??)2 (SOVIERZOSKI, BELO; 2019) Exemplos: Efetuar as conversões indicadas. a) (132,42)5 = (??)13 i) (132,42)5 = (??)10 → A aritmética de b2 é conhecida (1º Caso) → (132,42)5 = 1.52 + 3.51 + 2.50 + 4.5-1 + 2.5-2 = (42,88)10 ii) (42,88)10 = (??)13 → A aritmética de b1 é conhecida (2º Caso) → (42,88)10 = (33,B5...)13 iii) (132,42)5 = (42,88)10 = (33,B5...)13 b) (??)5 = (33,B5)13 i) (33,B5)13 = (??)10 → A aritmética de b2 é conhecida (1º Caso) → (33,B5)13 = 3.131 + 3.130 + B.13-1 + 5.13-2 + 2.5-2 = (42,875...)10 ii) (42,875...)10 = (??)5 → A aritmética de b1 é conhecida (2º Caso) → (42,875...)10 = (132,414...)5 iii) (33,B5)13 = (42,875...)10 = (132,414...)5 (*) (*) observar o erro de conversão, provocado pela limitação no número de algarismos significativos. 1.3 Tabela de Comparação entre Bases Base 2 = 21 (Binário) Base 8 = 23 (Octal) Base 10 (Decimal) Base 16 = 24 (Hexadecimal) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 0 2 2 2 0 0 0 1 1 3 3 3 0 0 1 0 0 4 4 4 0 0 1 0 1 5 5 5 0 0 1 1 0 6 6 6 0 0 1 1 1 7 7 7 0 1 0 0 0 10 8 8 0 1 0 0 1 11 9 9 0 1 0 1 0 12 10 A 0 1 0 1 1 13 11 B 0 1 1 0 0 14 12 C 0 1 1 0 1 15 13 D 0 1 1 1 0 16 14 E 0 1 1 1 1 17 15 F 1 0 0 0 0 20 16 10 24 23 22 21 20 81 80 101 100 161 160 1.4 Conversão entre Bases (Binária ↔ Octal ↔ Hexadecimal) a) Binário para Octal e Binário para Hexadecimal: Exemplo: ( 0 0 1 0 1 0 1 0 0 )2 = 001010100 B ( 1 2 4 )8 = 124 O ( 0 5 4 )16= 054H b) Octal para Binário e Hexadecimal para Binário: Exemplo: Converter (346)8 e (A804)16 para binário. (030 0400 60)8 (00A00080000000 400)16 (011 100 110)2 (1010 1000 0000 0100)2 c) Hexadecimal para Octal e Octal para Hexadecimal: Pode-se usar a Base 2 para uma conversão intermediária Exemplo: (0 A0 0 800 10 )16 (0 6000 0000 3000 500)8 (1010 1000 0001)2 ( 110 000 011 101 )2 ( 5 2 0 1 )8 ( C 1 D )16 (SOVIERZOSKI, BELO; 2019) 1.5 Operações Aritméticas no Sistema Binário ADIÇÃO: 0 + 0 = 0 0 + 1 = 1 1 + 0 = 1 1 + 1 = 0 e “vai um” → Transporte para o próximo dígito (“Carry”) Exemplos: 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ← Transporte 1 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1 ← 2ª parcela + 1 0 0 1 1 + 1 1 1 0 0 0 1 1 ← 1ª parcela 1 0 1 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 ← Soma Generalizando: Sn = An + Bn + Carry SUBTRAÇÃO: 0 – 0 = 0 0 – 1 = 1 e “empresta um” → (“Borrow”) 1 – 0 = 1 1 – 1 = 0 Exemplos: 1 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 0 0 0 ← minuendo – 0 0 1 0 – 1 0 0 0 1 – 1 1 1 1 ← subtraendo – 1 – 1 1 1 1 ← “empresta um” 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 ← diferença Generalizando: Sn = An – Bn – Borrow MULTIPLICAÇÃO: A exemplo do que ocorre no sistema decimal, o algoritmo da multiplicação no sistema binário compreende adição e deslocamentos sucessivos. 0 x 0 = 0 0 x 1 = 0 1 x 0 = 0 1 x 1 = 1 Exemplos: 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 ← multiplicando x 1 0 1 x 1 0 0 1 ← multiplicador 1 1 1 1 1 ← “vai um” (transporte) 1 1 0 1 0 1 0 0 1 0 1 ← 1º produto parcial + 0 0 0 0 0 + 0 0 ← 2º e 3º produto parcial + 1 1 0 1 0 + 1 0 0 1 0 1 ← 4º produto parcial 1 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 1 ← produto DIVISÃO: O algoritmo de divisão no sistema binário utiliza multiplicação e subtração. Lembrar que: dividendo (D) divisor (d) e que: D = q·d + r resto (r) quociente (q) Exemplos: 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 1 01 1 0 0 1 0 1 0 1 – 1 1 0 1 0 1 0 1 – 1 0 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 0 1 0 1 – 1 1 0 1 0 – 1 0 1 0 0 0
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