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CONTEÚDO INTRODUÇÃO À ECONOMIA .................................................................. 5 Conceito de Economia ............................................................................ 5 Algumas definições............................................................................ 5 Conceitos Utilizados .......................................................................... 5 Histórico da economia no mundo ..................................................... 6 Termos Utilizados .............................................................................. 8 O Problema Fundamental da Economia ............................................ 8 Utilidades de Bens e Serviços ............................................................ 9 PERGUNTAS FUNDAMENTAIS .............................................................. 10 A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO ...................................... 11 Fatores de Produção (recursos produtivos) ......................................... 12 Economia de Mercado - Capitalista ...................................................... 15 Capitalismo ...................................................................................... 15 Características ................................................................................. 15 Economia Centralizada - Socialista ....................................................... 16 Socialismo ........................................................................................ 16 Características ...................................................................................... 17 Comunismo ........................................................................................... 18 TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA ..................................................... 18 Curva da Demanda ............................................................................... 19 TEORIA DA OFERTA ............................................................................. 20 Curva da Oferta .................................................................................... 20 Tabela e Gráfico da Oferta ................................................................... 21 TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO ................................................... 22 Função de Produção ............................................................................. 22 Custos de Produção, Receita e Lucros .................................................. 23 MERCADO .......................................................................................... 25 Tipos de Mercado ................................................................................. 25 Classificação das formas de mercado ................................................... 27 Concorrência perfeita ...................................................................... 27 Oligopólio ........................................................................................ 27 Concorrência imperfeita.................................................................. 28 Causas que explicam o aparecimento do monopólio ..................... 28 Alternativas para regularização do monopólio, por parte do governo......................................................................................................28 PONTO DE EQUILÍBRIO ........................................................................ 29 CONCEITO DE ELASTICIDADE ............................................................... 31 BENS COMPLEMENTARES E BENS SUBSTITUTOS .................................. 32 CONTABILIDADE SOCIAL...................................................................... 33 CONSUMO E POUPANÇA ..................................................................... 34 ECONOMIA MONETÁRIA ..................................................................... 35 Moeda e sua história ............................................................................ 35 Funções da Moeda ............................................................................... 36 SISTEMA FINANCEIRO ......................................................................... 37 Mercados do Sistema Financeiro Brasileiro ......................................... 38 Organização do Sistema Financeiro Nacional ...................................... 38 INFLAÇÃO ........................................................................................... 40 Algumas Causas da Inflação ................................................................. 41 Algumas Consequências da Inflação .................................................... 41 Tipos de Inflação ................................................................................... 42 Inflação no Brasil .................................................................................. 43 Deflação ................................................................................................ 44 SETOR EXTERNO ................................................................................. 44 Política Cambial .................................................................................... 44 Balança de Pagamento ......................................................................... 45 Organismos Internacionais ................................................................... 45 SETOR PÚBLICO .................................................................................. 46 Função Econômica do Setor Público .................................................... 46 Estrutura Tributária .............................................................................. 47 Déficit Público ....................................................................................... 48 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ............................. 49 Fatores Condicionantes do Crescimento Econômico ........................... 50 EMPREGO ........................................................................................... 50 Mercado de Trabalho ........................................................................... 50 Oferta e Demanda de Emprego ............................................................ 51 POLÍTICAS MACROECONÔMICAS ......................................................... 51 Definições ............................................................................................. 51 Metas de política macroeconômica ..................................................... 52 Instrumentos de política macroeconômica .......................................... 53 Política fiscal .................................................................................... 53 Política monetária ........................................................................... 53 Política cambial ..................................................................................... 53 Política de renda ................................................................................... 53 GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA .............................................................. 54 Processo de Globalização ..................................................................... 54 As Consequências da Globalização ....................................................... 55 NOTÍCIAS ............................................................................................ 56 Tendências do Globalizado Mercado Imobiliário Brasileiro ................. 56 Empresários Vendem Mercado Imobiliário Brasileiro na Europa ........ 58 Mercado Imobiliário brasileiro é a Bola da Vez .................................... 59 CORRETOR DE IMÓVEIS: UM PROFISSIONAL BEM QUALIFICADO .......... 60 FORMAÇÃO ........................................................................................ 61 ECONOMIA E MERCADO 5 INTRODUÇÃO À ECONOMIA Conceito de Economia Algumas definições Lionel Robbins – “A ciência que estuda o comportamento humano como toda relaçãoentre fins e meios escassos que tem usos alternativos”. John F. Due – “O estudo da organização que dirige a utilização de recursos escassos para a satisfação de desejos humanos”. Rosseti – É a ciência que tem como objetivo a Organização Nacional dos Fatores Produtivos, com vistas à produção de bens e serviços para efeito de atendimento das necessidades humanas. Paul Samuelson – “O estudo de como os homens decidem empregar recursos produtivos escassos, que poderiam ter aplicações alternativas, para produzir diversas mercadorias, ao longo do tempo distribuí-las para consumo, agora e no futuro, por pessoas e grupos da sociedade”. Conceitos Utilizados Economia é a ciência que cuida da melhor administração dos escassos recursos disponíveis para satisfação das necessidades humanas. Economia é o estudo da maneira pela qual a humanidade realiza a tarefa de organizar suas atividades de consumo e produção. É a ciência que estuda as variações e combinações na alocação dos fatores de produção na distribuição de renda, na oferta, procura e nos preços das mercadorias. Economia é o estudo da riqueza. Qualquer que seja a definição, verifica-se algumas características básicas: A escassez dos recursos; O objetivo de satisfazer a necessidade humana; Ciência que ensina a gerir ou administrar a utilização dos recursos escassos. Portanto, fundamentado no princípio da escassez, é a ciência que cuida da satisfação das necessidades ilimitadas diante da escassez dos recursos. ECONOMIA E MERCADO 6 Histórico da economia no mundo Na antiguidade os povos primitivos preocupavam-se certamente com a organização de sua atividade econômica e, em todas as épocas da história universal, as pequenas comunidades e as grandes nações procuraram resolver eficientemente seus problemas de natureza econômica. Mas, só a partir do século XVIII, quando as grandes descobertas técnicas e científicas alteraram profundamente o comportamento produtivo dos povos, foi que a economia apontou como ciência. No século XIX seu progresso foi extraordinário e nas últimas décadas do século atual seu estudo ganhou novo e inesperado impulso, passando, desde então, a interessar a todos os cidadãos. Este crescente interesse é, aliás, de fácil compreensão. Ele tem muito a ver com o surgimento das duas grandes guerras e com a crise econômica que abalou o mundo ocidental na década de 30. As nações envolvidas nos dois grandes conflitos mundiais procuraram estudar profundamente a organização de seus sistemas produtivos, pois, a guerra exigia a mobilização de ampla retaguarda industrial. Muitos instrumentos de análise econômica foram então desenvolvidos, aperfeiçoando-se principalmente nos intervalos das guerras, quando as nações ocidentais, abaladas pela Grande Depressão, voltaram-se ao estudo dos elementos determinantes do equilíbrio econômico para o restabelecimento da normalidade e para a rápida reabsorção das massas desempregadas. Na década de 30, John Maynard Keynes, notável economista inglês, arquiteto da moderna análise macroeconômica, surge com uma nova proposta ao pensamento econômico, denominado Keynesianismo. Modalidade de intervenção do Estado na vida econômica, sem atingir totalmente a autonomia da empresa privada e adotando as políticas sugeridas na sua principal obra: A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. Tais políticas propunham-se a solucionar o problema do desemprego pela intervenção estatal, desencorajando o entesouramento, em proveito das despesas produtivas, por meio da redução da taxa de juros e do incremento dos gastos públicos. De fato, sob o estímulo de grandes despesas governamentais, impostas pelo conflito mundial, a crise do desemprego deu lugar à escassez de mão de obra, na maioria dos países capitalistas. Surgiu a convicção de que o capitalismo poderia ser salvo, desde que os governos soubessem fazer uso de seu poder de cobrar impostos, reduzir juros, contrair empréstimos e gastar dinheiro. ECONOMIA E MERCADO 7 No final da Segunda Guerra Mundial, o mundo deparou-se com a necessidade de reorganização de seu sistema econômico, atordoado pela Grande Depressão e por duas Guerras Mundiais. Assim, em julho de 1944 realizou-se a Conferência de Bretton Woods, (New Hampshire, EUA), nome pelo qual ficou conhecida a Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, com representantes de 44 países, para planejar a estabilização da economia internacional e das moedas nacionais. Os acordos assinados em Bretton Woods tiveram validade para o conjunto das nações capitalistas, lideradas pelos EUA, resultando na criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O FMI é uma agência especializada da ONU (Organização das Nações Unidas), com sede em Washington e que faz parte do sistema financeiro internacional. Tem a finalidade de promover a cooperação monetária no mundo capitalista, coordenar as paridades monetárias (evitar desvalorizações e concorrências) e levantar fundos entre os diversos países membros, para auxiliar os que se encontrem em dificuldade nos pagamentos internacionais. O BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) é uma instituição financeira internacional ligada à ONU e conhecido também como World Bank (Banco Mundial). Teve como objetivo inicial financiar apenas projetos de recuperação econômica dos países atingidos pela guerra. Sediado em Washington, reúne 139 países (1980), fornece empréstimos diretos em longo prazo (15 a 25 anos) aos governos e empresas, com garantias oficiais, para projetos de desenvolvimento, assim como assistência técnica. O maior volume de recursos, desde que o banco começou a operar, em 1946, foi dirigido aos setores de energia, transporte e agricultura. As contribuições de cada país membro ao capital do BIRD, assim como o direito a voto, são estabelecidos proporcionalmente à participação do país no comércio internacional. O maior acionista são os EUA que tem o poder de veto sobre as decisões da organização. Na década de 80 assiste-se, também, ao aumento do número de acordos e mecanismos de integração regional, tendo como principais exemplos, a União Européia, o NAFTA (North-American Free Trade Agreement, ou Acordo de Livre Comércio Norte-Americano), a área de livre comércio asiática e o Mercosul. No ano de 1994, foi criada a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas e Caribe), formada pelos EUA, México e Canadá, atualmente em fase de negociação com outros países. A formação destes blocos regionais é bastante desigual, oscilando entre simples promessas de tratamento preferencial e tentativas de formação de um mercado único de ECONOMIA E MERCADO 8 produtos, até um sistema monetário unificado, passando pela formação de zonas de livre comércio e uniões aduaneiras. Na verdade, a formação desses blocos é resposta às dificuldades enfrentadas no mercado internacional, dado o declínio do multilateralismo, e também está associada às próprias modificações produtivas em curso. Termos Utilizados Fatores de produção – Elementos indispensáveis ao processo produtivo de bens materiais. São fatores de produção os recursos naturais, o capital, o trabalho e a tecnologia. Capital – Meio de produção que foi criado pelo trabalho e que é utilizado para produção de outros bens (máquinas, ferramentas, instalações, computadores, etc). O conceito de Capital como fator de produção é diferente da palavra Capital quando utilizada para designar uma quantia em dinheiro que uma pessoa qualquer possui para iniciar um determinado negócio. Modo de produção – Conceito da economia marxista que é definido pelo conjunto das forças produtivas e das relações de produção. O modo de produção confunde-se, de certa maneira, com a estrutura econômica da sociedade, englobando a produção, distribuição, circulação e consumo. O Problema Fundamental da EconomiaEntende-se por necessidades humanas a sensação da falta de alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la; em termos econômicos, as necessidades humanas dividem-se em três categorias: a) Primárias – São aquelas essenciais à sobrevivência humana, também chamadas de necessidades elementares, pois, são comuns a todas as pessoas (alimentação, vestuário, habitação, saúde, educação e lazer). b) Secundárias ou Supérfluas – São as que aparecem à medida que o grau de socialização do indivíduo vai se desenvolvendo. Por conseguinte, é necessário algum tempo para que as mesmas se incorporem aos hábitos de consumo da pessoa (ato de fumar, de beber e os demais vícios). ECONOMIA E MERCADO 9 c) Coletivas ou Públicas – São aquelas cujo volume de recursos e meios para satisfazê-las ultrapassam as possibilidades do indivíduo isoladamente, daí serem atendidas pelo poder público (segurança, comunicação, justiça, etc). Utilidades de Bens e Serviços Tudo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e as necessidades humanas classifica-se como bem, sendo assim, possui a característica fundamental para a sobrevivência, que é a utilidade. Utilidade é a propriedade que os bens e serviços têm de satisfazer as necessidades humanas. Os bens podem ser classificados, como: De Consumo – satisfaz diretamente as necessidades humanas. 1. Duráveis – permitem um uso prolongado (automóvel, televisor, etc); 2. Não duráveis – pressupõe sua destruição no momento do consumo, ou num período de tempo relativamente curto (vestuário, produto de higiene pessoal, alimentos etc). 3. De Produção – satisfaz indiretamente as necessidades humanas. Bens de capital – São Bens destinados à produção de outros bens (máquinas, equipamentos, instalações, computadores etc); Intermediários – são as matérias primas e os bens semi elaborados que entram na composição de outros bens (cimento, madeira, trigo, aço etc). Exemplo: Dependendo do destino, um mesmo bem pode ser de consumo ou produção. É o caso, entre outros, do leite. “In natura” é um bem de consumo. Se utilizado, porém, para a fabricação de laticínios é um bem de produção, porque será utilizado como matéria prima para a fabricação de outros bens. Serviço - é um produto da atividade humana que, sem assumir a forma de um bem material, satisfaz uma necessidade. O trabalho realizado ECONOMIA E MERCADO 10 pelo cabeleireiro, médico, professor, encanador, corretor de imóveis, vendedor ou um transportador, ou em outras atividades, tais como serviços oferecidos por um banco, borracharias, etc. Após tais colocações, pergunta-se: O que é necessário, basicamente, para a elaboração ou fabricação dos bens ou ofertas dos serviços econômicos? Resposta: Tecnologia (conhecimento), emprego de trabalho especializado, matérias primas, máquinas e equipamentos, etc. PERGUNTAS FUNDAMENTAIS Tendo em vista a escassa disponibilidade dos recursos, impossibilitando, na sua totalidade, o atendimento das necessidades humanas, todo sistema econômico deve tomar as decisões sobre a natureza e a quantidade dos bens que serão produzidos, portanto, todo o sistema econômico deve responder às seguintes questões: 1. O que e quanto produzir? Se os recursos são escassos e as necessidades ilimitadas, então é preciso escolher o que produzir, dentre várias alternativas concorrentes. 2. Como Produzir? É preciso escolher a melhor combinação dos recursos escassos para uma maior satisfação das necessidades. 3. Quando Produzir? É preciso escolher o melhor momento para produzir. Ex: produzir agasalhos antes da chegada das baixas temperaturas, para poder vendê-los quando a temporada fria chegar. 4. Onde Produzir? Produzir perto dos consumidores (mercado), ou junto das matérias primas, avaliar os custos de transporte dos produtos finais e das matérias primas, para melhor escolher a localização da fábrica. 5. Para quem produzir? É preciso saber qual é o mercado alvo, se é para cristãos ou muçulmanos, se é para citadinos, ou pessoas que vivem no campo, etc. Diante de tais considerações, observamos que não é fácil a constituição de um sistema econômico ideal, pois este deverá necessariamente harmonizar com perfeição a solução das questões fundamentais. ECONOMIA E MERCADO 11 A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO O problema de o que produzir pode ser ilustrado com a curva de transformação ou de possibilidades de produção, que representa as diferentes combinações de bens que podem ser produzidos, alternativamente, com um determinado conjunto de recursos. Para simplificar, admitiu-se que podem ser produzidos apenas dois bens: apartamentos e aviões de guerra, por exemplo, economia de paz versus economia de guerra. Suponhamos que essas possibilidades alternativas estejam definidas pelas combinações expressas na tabela a seguir: Tabela 1 – I Possibilidades de Produção UNIDADES PRODUZIDAS ALTERNATIVAS Apartamentos Aviões A 15 0 B 14 3 C 12 4 D 9 5 E 5 6 F 0 7 Essas diferentes combinações estão representadas por pontos do Gráfico I, onde as possibilidades de produção de apartamentos estão indicadas no eixo vertical (das ordenadas), e os aviões no eixo horizontal (das abscissas). Ligando-se esses pontos, Obtém-se uma curva que expressa todas as diferentes combinações possíveis de produção de apartamentos e aviões. ECONOMIA E MERCADO 12 Gráfico I A curva de transformação representa, assim, o limite ou a fronteira de possibilidades de produção. Sendo assim, todos os pontos (exemplos “J” e “K”) sobre a curva, indicam alternativas de pleno emprego dos recursos. Naturalmente, até aqui, estamos supondo que todos os recursos estão plenamente empregados. Pode ocorrer, porém, que alguns fatores de produção, estejam desempregados ou ociosos, como seria o caso representado pelo ponto “I e G”. Nesta hipótese, podemos aumentar a produção de um bem, sem diminuir a de outro. A curva é côncava para a origem, porque os recursos não são perfeitamente substituíveis, nos seus diferentes usos. Na medida em que queremos produzir mais aviões, teremos que pagar custos crescentes, em termos de unidades de apartamentos, a cuja produção seremos obrigados a renunciar. Isto decorre do fato de que teremos que subtrair recursos, utilizados na produção de apartamentos e empregá-los na produção de aviões, e essa substituição se processará de forma cada vez mais imperfeita. Podemos admitir também que a capacidade da economia cresceu, ou porque houve um aumento de recursos, ou porque surgiu uma melhora tecnológica, acarretando um deslocamento de toda a curva para a direita. Fatores de Produção (recursos produtivos) Ao estudarmos as necessidades humanas, verificamos que elas são constantemente renovadas. Daí precisarmos sempre de novos alimentos, novas roupas, mais transportes, novas casas, etc. Sob o ponto de vista econômico, o ato humano de criar bens e serviços, significa produzir. Deste modo, a produção pode ser classificada em: Produção de Bens Econômicos (alimentos, roupas, máquinas etc) e Produção ou Oferta de Serviços (transporte, comunicação, assistência hospitalar, justiça etc). O Homem não pode criar alguma coisa do nada. O que faz é a criação de bens, pelo aproveitamento de materiais, que através da extração, APARTAMENTOS AVIÕES ECONOMIA E MERCADO 13 transformação ou manipulação, passam a ter uma utilidade. Para atingir tal objetivo, o homem lança mão de fatores de produção ou recursos produtivos, tais como: 1. Recursos Naturais, são os elementos da natureza utilizados pelo homem, com a finalidade de produzir bens e serviços. Por exemplo: os minerais, a terra, a água, os animais etc. 2. Trabalho é toda a atividade correspondente à faculdade física, habilidade intelectual e capacidade empresarial dos seres humanos, que intervém no processo produtivo. A produção econômica é obtida com acombinação dos fatores de produção. Desses fatores, o trabalho recebe destaque especial, pois, são as pessoas que organizam e executam a produção econômica, bens e serviços, que proporcionam a satisfação das suas necessidades. O fator de produção Trabalho abrange parcela da população, que é economicamente mobilizável, isso exclui aquelas pessoas que estão inseridas na faixa etária pré-produtiva (crianças) e pós-produtiva (pessoas de idade avançada e aposentados). A população, economicamente mobilizável (parte da população produtiva) subdivide-se em: a) População economicamente ativa – constituída dos empregadores, empregados e autônomos. b) População economicamente inativa - constituída da população produtiva que, embora tenha qualificação profissional e idade de trabalhar, pode não estar trabalhando, ou se dedica a ocupações que não se consideram para o cálculo do produto agregado. A inatividade, desocupação ou desemprego, ocorrem de forma voluntária ou involuntária, a partir de fatores sazonais, cíclicos ou estruturais. 3. Capital é o conjunto de equipamentos, ferramentas, máquinas e instalações produzidas pelo homem, que não satisfazem diretamente as necessidades humanas, mas são utilizados na produção de bens. 4. Tecnologia é o conjunto de princípios científicos que se aplicam aos diversos ramos de atividade. ECONOMIA E MERCADO 14 A produção de bens e serviços numa sociedade realiza-se através da unidade de produção ou empresa, cada uma exigindo a organização e a combinação dos fatores de produção, existentes à disposição. A organização desses fatores produtivos (recursos naturais, trabalho, capital e tecnologia) nas empresas, bem como a direção de suas atividades, recaem sobre pessoas ou grupos, de caráter privado ou público. Na economia os diversos papéis são desempenhados pelos Agentes Econômicos que são: Famílias ou unidades familiares - são as que consomem bens e serviços, e oferecem seus recursos (principalmente trabalho e capital) às empresas; Empresas - são consideradas as unidades de produção básica que contratam e compram fatores com o objetivo de produzir e vender bens e serviços; Setor público - estabelece o marco jurídico institucional, no qual se desenvolve a atividade econômica. Apesar da diversidade de objetivos, as inúmeras unidades produtoras podem ser agrupadas em três setores básicos, que compõem o sistema econômico: 1. Setor primário – constituído pelas unidades produtoras, que utilizam intensamente os recursos naturais, através das seguintes atividades: extrativistas, pecuárias, agrícolas e pesqueiras; 2. Setor secundário – constituído pelas unidades produtoras dedicadas às atividades industriais, através das quais os bens são transformados; 3. Setor terciário – composto pelas unidades produtoras que prestam serviços como comércio, os transportes, as comunicações, as profissões liberais, os serviços da saúde, de educação, serviços públicos, etc. Recursos Naturais + Trabalho + Capital + Tecnologia = PRODUÇÃO ECONOMIA E MERCADO 15 Vejamos na tabela a seguir, uma visão aproximada do emprego de fatores de produção, nos diversos setores em economias desenvolvidas e subdesenvolvidas. SETORES ECONOMIAS SUBDESENVOLVIDAS ECONOMIAS DESENVOLVIDAS Primário Absorve grande parte da população ativa; Uso predatório da terra. Uso crescente e intensivo de capital; Pouco emprego relativo da força de trabalho. Secundário Pouco desenvolvido; Escasso emprego de equipamentos. Uso intensivo de capital. Terciário Amplo uso da força de trabalho, inclusive em atividades informais. Participação crescente de capital; Contínua absorção da força. Economia de Mercado - Capitalista Capitalismo Sistema econômico baseado na separação entre trabalhadores, que dispõem apenas da força de trabalho e a vendem em troca de salário, e capitalistas, que são os proprietários dos meios de produção, que contratam trabalhadores para produzir mercadorias com o objetivo de lucros. Características A produção se dirige para o mercado; A empresa constitui fator da economia capitalista; É livre a iniciativa, a propriedade privada e a liberdade de produção; O mercado é regulado pela lei da oferta e da procura; ECONOMIA E MERCADO 16 Os meios de produção encontram-se em mãos privadas; Objetiva o lucro. A produção intensifica-se estimulada pelo comércio; cresce a população, melhoram-se os transportes, ampliando-se o mercado; a unidade familiar torna-se ultrapassada e a produção passa a ser realizada em grandes unidades, chamadas empresas. O sistema de vínculos familiares se torna impotente para estabelecer um conjunto de direitos e deveres capaz de ordenar a produção de forma racional. A tranquilidade primitiva é substituída por conflitos abertos. Surgem o governo e o sistema de produção capitalista. Antes, todos os bens eram obtidos através da produção direta (economia natural); agora, alguns deles serão adquiridos por intermédio da troca, que equivale à produção indireta (economia de mercado). Economia Centralizada - Socialista Socialismo Conjunto de doutrinas e movimentos políticos voltados para o interesse dos trabalhadores, tendo por objetivo uma sociedade onde inexista a propriedade privada dos meios de produção. Pretende eliminar as diferenças entre classes sociais e planificar a economia para obter uma distribuição justa da riqueza social. A economia centralizada nasce baseando-se, primordialmente, da crítica aos mecanismos da economia de mercado. O funcionamento de uma economia de mercado leva ao desemprego e ao surgimento de frequentes crises que implicam graves desperdícios de recursos, portanto, o planejamento centralizado visa evitar tais perdas. Nas economias centralmente planificadas os meios de produção são propriedades estatais e as decisões chave são feitas na agência de planejamento. O funcionamento do sistema de planejamento centralizado está baseado nos seguintes princípios: O papel do poder central ou agência de planejamento distribui não só as tarefas do plano, mas também os meios de produção, tanto materiais como financeiros. As empresas não baseiam a sua atuação no cálculo econômico, isto é, na maximização dos lucros, ou minimização dos custos, e sim na realização do plano de metas. ECONOMIA E MERCADO 17 No crescimento da burocracia, o funcionamento do sistema requer a existência de um enorme aparato administrativo, pois, é a única forma de controlar as empresas. Conforme cresce o sistema produtivo, o aparato burocrático vai desenvolvendo-se em um ritmo progressivo. Características Os meios de produção são de propriedade pública (Estado); constituindo um bem do povo; O planejamento das atividades econômicas é realizado pelo Estado O plano fixa as condições de produção e consumo; Não existe concorrência; Ausência de lucro, a formação de riqueza é pública; A figura do empresário é substituída pelo representante do Estado; As atividades econômicas são realizadas por entidades estatais. Portanto, observamos que os sistemas econômicos assumem duas formas extremas, o Capitalismo e o Socialismo, que se diferenciam entre si, em função das seguintes características: 1. Propriedade dos meios de produção – No sistema capitalista existe a propriedade privada dos meios de produção, enquanto num sistema socialista essa propriedade é pública ou estatal. 2. Finalidade de produção – Os socialistas afirmam que, em seu sistema econômico, a finalidade da produção é atender de forma direta – sem interferência do mercado – as necessidades da coletividade, enquanto no sistema capitalista essas necessidades são atendidas de forma indireta, ou seja, via mercado, isto porque o objetivo imediato da produção é o lucro. 3. Planejamento das decisões – Em umsistema socialista as decisões econômicas são centralizadas em uma junta ou comissão nacional de planificação; enquanto no sistema capitalista o planejamento da atividade econômica é altamente descentralizado, isto é, as decisões são tomadas de forma independente, ao nível de cada empresa, cada família e de cada consumidor, participando do mecanismo de mercados competitivos, tendo por base o funcionamento do sistema ou comportamento dos preços. Atualmente, não se encontra nenhum exemplo de capitalismo puro (como o ECONOMIA E MERCADO 18 liberalismo econômico), a maioria dos países do mundo adotam o sistema de livre empresa e intervenção ou participação governamental, sobre o qual alguns economistas denominam de “sistema de economia mista”. Comunismo Esta doutrina defende a abolição da propriedade privada dos meios de produção, a distribuição igualitária dos bens produzidos pela sociedade e a organização da riqueza social, feita pela própria comunidade de produtores. As primeiras formas de organização humana são classificadas como modalidades de comunismo primitivo. TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA Na teoria microeconômica é fundamental a discussão em torno do conceito de utilidade, pois ela está na base da teoria do consumidor. Se um determinado bem é consumido pelas pessoas, é porque elas obtêm alguma utilidade desse bem. É necessário examinar os elementos que determinam a procura pelos bens, certamente, a utilidade de um bem é uma dessas razões, mas existem outros fatores de ordem objetiva, a renda, o gosto, os preços de outros bens, que irão determinar a procura das pessoas por um determinado bem. A demanda, ou procura, é a quantidade de um bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir a um determinado preço em certo período de tempo. A teoria do consumidor é elaborada a partir de hipóteses sobre a escolha entre diferentes bens e serviços, que sua renda permita adquirir. Como cada um dos bens tem um preço, a renda ou orçamento do consumidor esgota-se na compra desses bens que, naturalmente, vão lhe proporcionar utilidade. O consumidor, entretanto, escolherá os bens, serviços e quantidades que lhe proporcionem a maior utilidade possível, de acordo com a sua renda. Dx = f (px, p1, p2,........, pn, R, G) Onde: Dx Quantidade demandada do bem x; px Preço do bem x; p1, p2, ..., pn Preço dos bens consumidos pelos indivíduos; R Renda do consumidor; ECONOMIA E MERCADO 19 G Gosto do consumidor por outros bens. Em função de tantas variáveis, torna-se difícil estabelecer a quantidade demandada, ou a demanda de um bem. Portanto, para tornar operacional o conceito de demanda, precisamos, ou melhor, devemos presumir a condição COETERIS PARIBUS, que supõe apenas a variação do preço do bem em estudo, permanecendo constantes os preços dos outros bens, a renda e a preferência dos consumidores. Curva da Demanda Como a quantidade demandada (Dx) depende diretamente do nível dos preços (Px), podemos dizer que há uma relação funcional de dependência entre as variáveis Dx e Px. Esta relação pode ser expressa matematicamente por uma função elementar, cuja equação é dada por: Dx = f (Px) Para melhor nos familiarizarmos com este princípio, vamos considerar a escala de procura de um determinado produto, numericamente na tabela abaixo. Tabela Gráfico da Demanda PREÇOS $ QUANTIDADE DEMANDADA 0,40 50 0,80 40 1,20 30 1,60 20 2,00 10 ECONOMIA E MERCADO 20 Transportados os dados da tabela, para o gráfico cartesiano, obtivemos uma reta da procura ou demanda, que corresponderá aos conceitos até aqui estabelecidos. Observamos que seu andamento gráfico é decrescente e inclina-se para baixo (da esquerda para a direita), indicando- nos que os consumidores reagem inversamente ao nível dos preços, ou seja, a pessoa comprará mais de um bem a preços mais baixos. Convém observar, também, que o gráfico da função demanda pode assumir a forma de uma curva, conforme se disse antes, diante da existência de outros fatores que influenciam a procura por um bem. Portanto, a lei da Demanda ou lei da Procura define que, “Quanto maior for o preço de um bem, menor será a quantidade procurada desse bem”, ou seja, “Quanto menor for o preço de um bem, maior será a quantidade procurada desse bem”, observando-se a limitação imposta pela renda. - Fatores que influenciam na demanda: a) O Preço do Bem - O seu aumento diminui a demanda; b) A Renda, ou Salário do Consumidor - Para a maioria dos bens o esperado é que, quando ocorre aumento na renda, também acontece no consumo; e c) O Gosto e Preferência do Consumidor – Os hábitos e preferências dependem de uma série de circunstâncias (idade, sexo, tradições, moda, religião, até educação) e influenciam na demanda de um determinado bem (ou serviço). Mudanças nesses hábitos provocam mudanças na demanda. TEORIA DA OFERTA “Quanto maior for o preço de um bem, maior será a quantidade ofertada desse bem”. Curva da Oferta Diferentemente da demanda, a reta da oferta é ascendente, onde a análise é feita de duas maneiras. Primeiramente, é razoável admitir que ECONOMIA E MERCADO 21 quanto maior o preço de uma mercadoria, maior será o interesse do empresário em produzir mais, isto porque sua receita aumentará, e assim também seu lucro. Esta não é a única razão que o leva a proceder desta forma. A partir de certo ponto, com o aumento da produção, seus custos vão elevando, proporcionalmente, mais do que a quantidade de bens produzidos. Isso leva o empresário a vender sua produção a um preço cada vez maior, para que possa cobrir custos crescentes de produção, conforme estudaremos na tabela abaixo. Na economia de mercado os preços são determinados pela oferta, procura, competição, etc. Tabela e Gráfico da Oferta PREÇOS $ QUANTIDADE DEMANDADA 0,40 10 0,80 20 1,20 30 1,60 40 2,00 50 Portanto, podemos observar que na reta da oferta é sempre crescente (da esquerda para a direita) e para um preço de R$ 0,80, os empresários estão dispostos a ofertar 20 unidades. Mas, se o preço sobe para R$ 2,00, os empresários tendem a aumentar a oferta para 50 unidades. Como na função demanda, se levarmos em consideração as várias variáveis existentes, o gráfico da função oferta terá o comportamento de uma curva. - Fatores que influenciam na Oferta: a) O Preço do Bem – O seu aumento influencia, de forma direta, a oferta; ECONOMIA E MERCADO 22 b) Preços dos Fatores de Produção – Isso eleva os custos, ocasionando uma diminuição na lucratividade, o que leva o empresário a desestimular-se e, por conseguinte, diminuir a oferta; c) A Oferta e as Condições Climáticas – Alguns produtos, principalmente os agrícolas, sofrem diretamente com essa influência. Para determinarmos a oferta de um bem precisamos definir o custo e o preço, pois, é a partir desses elementos que se calcula o lucro do empresário. A reta da oferta, ou função oferta, foi obtida pelos economistas estudando a relação entre a quantidade ofertada de um bem e o seu preço de mercado. Portanto, a sua fórmula matemática pode ser expressa da seguinte forma (COETERIS PARIBUS): Qx = f (Px) Onde: Qx = Quantidade ofertada do bem x; Px = Preço do bem x. TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO A teoria de produção focaliza o lado da oferta do mercado, ou seja, os produtores que vão oferecer aos consumidores os bens e serviços por eles produzidos. Na teoria da produção, uma empresa ou firma, conceitualmente, será apenas uma unidade de produção. Função de Produção A função de produção indica qual a quantidade máxima de produto que pode ser produzida, dada uma determinada quantidade de fatores produtivos e uma determinada tecnologia. Este conceito pode ser aplicado a um produto ou a um serviço, a uma empresa, a um setor de atividade ou mesmo a toda uma economia.Alternativamente, a função produção pode ser definida como a especificação das mínimas necessidades de input, necessárias para produzir determinadas quantidades de output, dada a tecnologia disponível. ECONOMIA E MERCADO 23 Pode ser representada graficamente pela relação técnica entre quantidades empregadas dos fatores de produção e as quantidades produzidas do bem ou do serviço, na seguinte equação: Q = f (K, T, C, RN); Onde: Q = quantidades produzidas do bem “x”; K = quantidades empregadas do fator capital; T = quantidade empregada do fator trabalho; C = tecnologia empregada; RN = Recursos Naturais. Essa equação significa que a quantidade produzida do bem é função das quantidades empregadas dos fatores capital, trabalho e tecnologia. Custos de Produção, Receita e Lucros Conforme estudaremos na tabela abaixo, na 1ª coluna, tem-se a quantidade produzida do bem (Q). Na 2ª e 3ª, tem-se as quantidades utilizadas dos fatores de produção: capital (K) e trabalho (T). Conforme analisaremos a seguir, podemos observar que 8 (oito) unidades do bem foram produzidas utilizando 6 (seis) unidades de capital e 7 (sete) unidades de trabalho. ECONOMIA E MERCADO 24 Para realizar a produção, o empresário precisa adquirir os fatores de produção, pagando um determinado preço. Ao calcular os gastos dos empresários com os fatores de produção tem-se o custo da produção ou custo total. Exemplo: se uma unidade do fator de capital for adquirida a R$ 6,00 e uma unidade de fator de trabalho, a R$ 4,00 o cálculo do custo de produção será determinado conforme quadro abaixo: Para cada 1 K = R$ 6,00 6 K = R$ 36,00 Para cada 1 T = R$ 4,00 7 T = R$ 28,00 Para uma produção de 8 unidades do bem, o empresário emprega 6 unidades de capital, que vão lhe custar (6 x R$ 6,00) R$ 36,00. Por outro lado, emprega 7 unidades de trabalho que lhe custarão (7 x R$ 4,00) R$ 28,00. Logo, o custo total para produzir 8 unidades do bem é de (R$ 36,00 + R$ 28,00) = R$ 64,00. Para fazer frente aos custos, o empresário necessita vender o seu produto, a fim de obter sua receita, que é o resultado dessas vendas. Suponha que cada unidade seja vendida a um preço de R$ 10,00. Assim, se o empresário vender 8 (oito) unidades, sua receita “R” será de R$ 80,00. Q (vendidos) K T CT R LT 8 6 7 64 80 16 7 6 7 64 70 6 A partir dos elementos apresentados, pode-se determinar o elemento que estimula o empresário, o lucro, que é a diferença entre o custo de produção e a receita do empresário, o lucro total (LT). LT = R - CT Q (produzidos) K T CT 8 6 7 64 ECONOMIA E MERCADO 25 MERCADO Em sentido amplo, mercado é a área geográfica, com funcionamento baseado em um conjunto de regras, onde se compram e se vendem bens e serviços, assim como fatores produtivos. Portanto, devemos definir mercado como sendo toda e qualquer instituição social, na qual bens e serviços, assim como os fatores produtivos, são trocados livremente. O mercado pode receber a denominação, de acordo com o bem ou serviço a que se dedica. Podemos exemplificar: Mercado Imobiliário, Mercado do Café, Mercado de Ações, Mercado Bancário, Mercado Segurador, Mercado Automobilístico, etc. Em síntese, assim se forma um mercado: Em todo mercado, existem dois tipos de agentes bem diferenciados: compradores e vendedores. Os compradores e os vendedores entram em acordo sobre o preço de um bem ou serviço, de forma que se fará a troca de quantidades determinadas de um bem por uma quantidade de dinheiro, também determinado. Portanto, o preço de um bem é a sua relação de troca pelo dinheiro, número de reais necessários para obter em troca uma unidade do bem. Tipos de Mercado De Bens de consumo: duráveis e não duráveis Os bens duráveis compreendem os produtos consumidos repetidas vezes, uso prolongado (móveis, eletrodomésticos), enquanto os não duráveis ECONOMIA E MERCADO 26 compreendem aqueles consumidos uma só vez (vestuário, alimentos, higiene pessoal, etc). De Bens de produção Representados pelas máquinas, que fabricam outras máquinas e equipamentos, e também fabricam outros tipos de mercadorias. De matérias primas Formado por produtos retirados da natureza, de origem animal, vegetal, mineral ou mobilizados de outras fontes. De produtos básicos Formado principalmente por produtos como petróleo, certos tipos de sementes (selecionadas) e outros. Monetário Formado por instituições bancárias que vivem, permanentemente, para captar e emprestar dinheiro. Financeiro e de capitais Funciona com os mais diversos tipos de ações e títulos negociados nas Bolsas de Valores. De trabalho Além dos mercados mencionados, este tem a função de procurar e selecionar pessoas que saibam realizar tarefas específicas, de acordo com as atividades da empresa e segmentos diversos do setor público. No campo da empresa privada, podemos exemplificar uma fábrica de tecidos, quando requer ou necessita de pessoas que entendam de trabalhar com fios, operar teares, vender tecidos etc. Para que se tenha um bom conhecimento dos mercados, temos que classificá-los inicialmente, levando em conta dois critérios: o primeiro diz respeito à importância da empresa no mercado em que opera e o segundo refere-se ao fato de os produtos serem homogêneos ou não. Imobiliário Trabalha no ramo de imóveis (casas, apartamentos, terrenos) não só com venda e locação para moradia, mas também locação de cunho empresarial e venda de cunho especulativo (investimento). Este mercado, ECONOMIA E MERCADO 27 não menos importante, tem crescido bastante para acompanhar a demanda, gerando assim uma nova necessidade de equilíbrio. Classificação das formas de mercado Concorrência perfeita É um tipo de mercado que exige um número bastante grande de empresas vendendo o mesmo produto, tornando impossível a determinação de sua origem pelos consumidores, chegando ao ponto de a saída de uma delas não ser notada pelas empresas existentes, bem como pelos consumidores, ou seja, não afetando os níveis de oferta no mercado e, consequentemente seu preço. É o chamado mercado homogêneo, já que o bem produzido por uma empresa é exatamente igual ao bem produzido por outra. Porém, no mercado perfeitamente competitivo, prevalecem as seguintes condições: 1. Produtos homogêneos, isto é, não existe diferenciação de produtos; 2. Todas as empresas participantes poderão entrar e sair do mercado de forma imediata; 3. Transparência do mercado requer que todos os participantes tenham pleno conhecimento das condições gerais que operam o mercado. Portanto, quando se cumprem, simultaneamente, todas as condições dir-se-á que é um mercado em concorrência perfeita. Oligopólio É um regime de mercado intermediário entre a concorrência perfeita e o monopólio. Neste modelo, temos um número de produtores pequeno o suficiente para que cada empresa seja importante, de modo que cada atitude tomada por uma afete as demais, principalmente os preços dos bens, por elas produzidos. Além disso, esses bens, apesar de perfeitamente substituíveis entre si, são diferenciados, permitindo que o consumidor saiba exatamente qual empresa produziu determinado produto. Esse regime de mercado torna-se o mais comumente encontrado na vida real. Exemplo: eletrodomésticos e veículos (duráveis), sabão em pó e pasta de dente (não duráveis). ECONOMIA E MERCADO 28 Concorrência imperfeita Os mercados em concorrência imperfeita são aqueles nos quais o produtor ou produtores são suficientemente grandes para ter efeito notável sobre o preço e são classificados como monopólio, ou seja, há um só ofertante, que tem plena capacidade de determinar o preço. Causas que explicam o aparecimento do monopólio 1. O controle exclusivo do fator produtivo ou o domínio das fontes importantes de matérias primas indispensáveispara a produção de um determinado bem; 2. A concessão de uma patente também gera uma situação de monopólio, de caráter temporal; 3. O controle estatal da oferta de determinados serviços: correios e telégrafos, energia, água. Alternativas para regularização do monopólio, por parte do governo 1. Estabelecer um imposto sobre o monopolista, de forma a reduzir os lucros extras, devolvendo parte desses recursos aos consumidores, através de transferências governamentais; 2. Obrigar o monopolista a fixar um preço que elimine os lucros extras. Consiste em estabelecer o preço mais baixo sem forçar a empresa a sair do mercado. ECONOMIA E MERCADO 29 PONTO DE EQUILÍBRIO O Preço de Mercado ou chamado PONTO DE EQUILÍBRIO é o ponto onde a oferta e a procura está em equilíbrio com o contexto, ou seja, o preço pelo qual os bens são vendidos na situação perfeita. Tabela e Gráfico da Demanda X Oferta (Ponto de Equilíbrio) Observe que o ponto de equilíbrio é aquele em que a mesma quantidade Demandada é a Ofertada, isso significa que ao preço de R$ 1, 20, os consumidores e os produtores estão dispostos a consumirem e a PREÇOS $ QUANTIDADE DEMANDADA QUANTIDADE OFERTADA 0,40 50 10 0,80 40 20 1,20 30 30 1,60 20 40 2,00 10 50 ECONOMIA E MERCADO 30 venderem exatamente a mesma quantidade de 30 unidades (para o exemplo citado). Contudo, a economia é dinâmica, ou seja, as funções de oferta e demanda costumam se deslocar, ocasionando mudanças, e, a essas mudanças, atribuímos o nome de “deslocamento”, podendo ser da Oferta ou da Demanda. Gráfico Deslocamento da Demanda (Ponto de Equilíbrio) CONSUMO MAIOR CONSUMO MENOR Gráfico Deslocamento da Oferta (Ponto de Equilíbrio) PRODUÇÃO MAIOR PRODUÇÃO MENOR ECONOMIA E MERCADO 31 CONCEITO DE ELASTICIDADE O dicionário Aurélio fala o seguinte: “Propriedade que apresenta certos corpos de retornar à sua forma primitiva ao cessar a ação que neles produziu uma deformação”. Na economia, elasticidade refere-se à sensibilidade, ou o grau de uma específica variável, em relação às alterações de outra, ou seja, é o grau de influência de um sobre o outro. As elasticidades mais estudadas são: 1. Elasticidade-Preço da Demanda (Epd) É o resultado da demanda de um bem, em contraponto às variações no preço desse bem. Esses fatores são inversamente proporcionais. 2. Elasticidade-Renda da Demanda (Er) Mede a variação percentual da mercadoria comprada em função da renda do consumidor. Refletindo o pensamento do consumidor, e denotando se ele considera o produto como inferior ou de luxo. 3. Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda (Exy); e Mede a variação percentual da procura de um bem, em função da mudança de preço de outro bem (bens substitutos e bens complementares). 4. Elasticidade-Preço da Oferta (Epo) Nesse caso, a medição é sempre diretamente proporcional, pois, sempre que aumentar a oferta o empresário estará disposto a aumentar a produção. Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda: Existência de Bens Substitutos; e Importância do bem, em relação ao orçamento do consumidor. ECONOMIA E MERCADO 32 BENS COMPLEMENTARES E BENS SUBSTITUTOS Dois ou mais bens são considerados COMPLEMENTARES, do ponto de vista do consumidor, quando precisam ser consumidos juntos para que a satisfação do consumidor seja máxima. Assim, o feijão e o arroz, o café e o pão, que habitualmente são consumidos juntos, pelas pessoas, por hábito alimentar ou por qualquer outro motivo, são considerados bens complementares. Observe-se que complementar, não está na natureza dos bens, mas sim nos hábitos das pessoas que se acostumaram a consumi-los, ao mesmo tempo. Os bens SUSBSTITUTOS são aqueles que, do ponto de vista do consumidor, podem ser trocados no momento do consumo, proporcionando satisfação igual ou semelhante. A manteiga e a margarina são exemplos de bens substitutos, pois, ambas cumprem o mesmo papel nos hábitos alimentares. Outro exemplo de bens substitutos é o café e o chá, a carne de vaca e a carne de porco, etc. 1- Relação entre a procura de um bem e o preço de outros bens - Aumento no preço do bem Y acarreta em aumento na demanda do bem X: isso significa que os bens X e Y são substitutos ou concorrentes. - Aumento do preço do bem Y ocasiona a queda da demanda do bem X: os bens em questão, nesse caso, são complementares. São bens consumidos conjuntamente, como o café e o açúcar. 2- Relação entre a procura de um bem e a renda do consumidor - Bem normal: são aqueles, cuja quantidade demandada, aumenta quando se aumenta a renda. - Bem de Luxo: ao se aumentar a renda a quantidade demandada aumenta, em maior proporção. - Bem de primeira necessidade: ao se aumentar a renda a quantidade demandada se mantém inalterada pois, como se trata de algo de primeira necessidade, já fazia parte das antigas aquisições do indivíduo. ECONOMIA E MERCADO 33 - Bem inferior: são aqueles, cujas quantidades demandadas, diminui quando a renda aumenta. Geralmente são bens para os quais há alternativas de melhor qualidade. CONTABILIDADE SOCIAL As entidades econômicas, devido ao crescente fenômeno da responsabilidade social, devem elaborar e apresentar informação sobre as atividades relacionadas com mais essa modalidade de responsabilidade. A Contabilidade Social, não só busca medir resultados no processo monetário, mas também toma o recurso humano, desde a ótica humana, vendo-o como um ser que sente e que tem necessidades a satisfazer. O objetivo da Contabilidade Social é medir a atividade produtiva de uma economia, quantificando, para tanto, em termos monetários os seus agregados macroeconômicos, tais como: produto, renda, despesa, investimento, poupança, gastos dos governos, exportação, importação etc. Existem dois sistemas de contabilidade social, praticamente, aplicados em todos os países o Sistema de Contas Nacionais e a Matriz de Relações Intersetoriais. O órgão que regula, através de modelos e manuais, é a Organização das Nações Unidas (ONU), além disso, orientam institutos de pesquisas na medição dos agregados nacionais. Como já citado anteriormente, o objetivo da Contabilidade Social é mensurar a atividade produtiva de uma economia, quantificando-a em termos monetários. Assim, só falta identificarmos quais são os principais agregados. São eles: renda; investimento; poupança; produção; produto; despesa; exportação e importação. É a partir dos fatores de exportação e importação, os dois últimos citados, que podemos retirar alguns indicadores. Como exemplo, o produto interno bruto (PIB), é o somatório dos bens e serviços produzidos internamente no país e o produto nacional bruto (PNB), que é a renda efetiva pertencente aos residentes do país. PNB = PIB + Renda Recebida do Exterior – Renda Enviada ao Exterior ECONOMIA E MERCADO 34 CONSUMO E POUPANÇA Em determinado momento, as pessoas decidem como dividir o seu rendimento disponível entre consumo e poupança. Definimos por consumo a despesa em bens e serviços, com o objetivo da satisfação de necessidades e desejos. Estas podem ser necessidades básicas, como alimentação, vestuário e habitação; ou desejos associados ao consumo de bens de luxo, como férias num país exótico. A poupança é a diferença entre o rendimento recebido e a despesa realizada em bens de consumo. A decisão entre consumo e poupança é uma decisão entre consumir hoje ou consumir no futuro. Os gastos decorrentes da renda podem ser divididos em três componentes, dependendo da natureza do bem ou serviço adquirido: 1 – Bens não duráveis - são alimentos e roupas, cuja vida útil é curta; 2 – Serviços de consumo - são as despesas feitas com aluguéis, médicos, barbeiro, cinemas, transporte etc.; e 3 – Bens duráveis - são como eletrodomésticosem geral, automóveis etc., cuja característica é ter vida útil muito maior do que os bens não duráveis de consumo. O ideal é quando as pessoas realizam todas as despesas necessárias à satisfação de suas necessidades e ainda conservam parte de sua renda. O valor que recebe o nome de poupança, que, definida formalmente, é a diferença entre a renda e o consumo das pessoas, podendo ser representada pela equação: P = R - C Onde: P – poupança R – Renda C – Consumo Tradicionalmente - S = poupança (em inglês, Saving) Y = renda (em inglês, Yield) C = consumo (em inglês, consumption) Essa equação pode ser reescrita da seguinte forma: S = Y – C ECONOMIA E MERCADO 35 Até o presente momento, estudamos o termo POUPANÇA, no sentido do ATO de POUPAR (forma genérica), mas a poupança, comumente conhecida, é a Caderneta de Poupança (um dos diversos tipos de INVESTIMENTO). Para não confundirmos, vou citar alguns tipos de investimentos, que são utilizados com a renda já poupada. São eles: Caderneta de Poupança; Fundos de Investimentos; CDBs e RDBs; Títulos Públicos; Ações; Debêntures e Clubes de Investimentos. ECONOMIA MONETÁRIA A economia monetária é onde o Governo pratica sua política monetária, um importante instrumento usado pelo Governo para conter a inflação. Moeda e sua história Moeda é um instrumento ou objeto, aceito pela coletividade, para intermediar as transações econômicas, para pagamentos de bens e serviços. Em sua origem, a moeda passou por algumas fases, as quais podemos dividir em seis: 1 – Troca de Mercadorias - Antes da existência da moeda, o fluxo de trocas de bens e serviços na economia dava-se por escambo, com trocas diretas de mercadoria por mercadoria; 2 – Mercadoria Moeda - Surgiu a necessidade de facilitar as trocas, então os indivíduos escolheram um produto que fosse de algum valor, por ser raro, e aceito por todos; 3 – Moeda Metálica - A moeda metálica constitui outra forma de moeda e surgiu a partir do momento em que os metais preciosos passaram a assumir a função de moeda; 4 – Moeda-Papel - Essa origem se deu na necessidade de que dispunham os comerciantes para fazerem suas transações comerciais; 5 – Moeda Fiduciária (Papel-Moeda) - Como “moeda de curso forçado”, ou seja, aceita por força de lei. Não sendo mais como garantia em metais preciosos; e ECONOMIA E MERCADO 36 6 – Moeda Bancária - Essa é a evolução financeira da moeda, naturalmente, surgiu uma outra modalidade, a moeda bancária, que é basicamente composta pelo cheque e débito em conta. Funções da Moeda É considerado moeda tudo aquilo que desempenha as seguintes funções: 1 – Meio ou instrumento de troca; 2 – Medida de valor; 3 – Reserva de valor; e 4 – Padrão de Pagamento. A moeda existe justamente por desempenhar as funções citadas, e ao observar cada função, especificamente no que tange à sua história, vemos que essas funções têm correlação direta com a história de sua criação. Como exemplo, podemos citar a função de Padrão de Pagamento e Meio ou Instrumento de troca. O primeiro para atribuir valor justo às coisas, e o segundo à facilidade para negociação (evitando-se carregar bois, sacas de trigo e etc.) em mercados. A demanda e a oferta de moeda, disponibilizada pelo Governo, sempre é em busca de um controle sobre a taxa de juros, Observe que ao aumentar a quantidade de moeda no mercado, existe uma tendência muito forte de as pessoas reagirem de duas formas: a primeira é consumir e a segunda é poupar. Pela primeira característica citada a grande procura acaba por elevar seus preços, ocasionando uma queda na taxa de juros. Em situação hipotética inversa, ou seja, no caso de diminuição da oferta de moeda no mercado, haverá a necessidade de captação de dinheiro junto aos agentes financeiros, ou seja, pessoas pediram empréstimos junto aos bancos, para suprirem suas necessidades. A grande procura por financiamento acaba por elevar a taxa de juros dos bancos, o que faz com que esta suba e atinja um novo equilíbrio. ECONOMIA E MERCADO 37 SISTEMA FINANCEIRO Pelo rumo de crescimento mundial, que se tomou a economia moderna, possui elevado grau de complexidade. Para isso, faz-se necessária a presença de alguém, que regule sobre o assunto, para facilitar e regular a circulação de moeda entre os agentes econômicos. Esse papel é desempenhado por um sistema responsável pela intermediação da moeda entre os agentes econômicos. Daí surge então o Sistema Financeiro, que é formado por órgãos e instituições, ou seja, um conjunto desses que regula, fiscaliza e executa as operações relativas à circulação de moeda e do crédito. Para entendermos bem como funciona o sistema financeiro, devemos primeiro conhecer os agentes econômicos, tais como: os agentes superavitários e os deficitários. O sistema financeiro facilita na captação de recursos dos agentes superavitários, passando para os deficitários à medida de suas necessidades ou deficiências, ou seja, os agentes financeiros deficitários captam recursos para seus gastos através de transferências dos agentes superavitários. Porém, essa transferência não é de forma direta, ela ocorre com a intermediação do sistema financeiro, e é cobrada uma diferença por esse serviço de intermediação, é o chamado SPREAD. Spread – é a remuneração do sistema financeiro, que é a diferença entre a taxa de juros cobrada dos agentes deficitários e a paga aos agentes superavitários. Pela existência de empresas de diversos portes e interesses há investidores específicos para cada uma delas, com fins de aplicar objetivando retorno financeiro no curto, médio ou longo prazo, e com diferentes níveis de risco. Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e investidores, estes recorrem aos intermediários financeiros, que cumprem a função de reunir investidores e companhias, propiciando a alocação eficiente dos recursos financeiros na economia. O papel dos intermediários financeiros é harmonizar as necessidades dos investidores (agentes superavitários) com as das companhias abertas (agentes deficitários). Por exemplo, uma companhia que necessita captar recursos para investimentos, se desejar fazê-lo através do mercado de capitais, deve procurar os intermediários financeiros, que irão distribuir seus títulos para serem oferecidos a diversos investidores, possibilitando mobilizar o montante de recursos requerido pela companhia. ECONOMIA E MERCADO 38 Mercados do Sistema Financeiro Brasileiro Mercado monetário: é o mercado onde se concentram as operações para controle da oferta de moeda e das taxas de juros de curto prazo, com vistas a garantir a liquidez da economia. O Banco Central do Brasil atua neste mercado praticando a chamada Política Monetária. Mercado de crédito: atuam neste mercado diversas instituições, financeiras e não financeiras, prestando serviços de intermediação de recursos, de curto e médio prazo, para agentes deficitários que necessitam de recursos para consumo ou capital de giro. O Banco Central do Brasil é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado. Mercado de capitais: tem como objetivo canalizar recursos de médio e longo prazo para agentes deficitários, através das operações de compra e de venda de títulos e valores mobiliários, efetuadas entre empresas, investidores e intermediários. A Comissão de Valores Mobiliários é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado. Mercado de câmbio: mercado onde são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por reais. O Banco Central do Brasil é o responsável pela administração, fiscalização e controle das operações de câmbio e da taxa de câmbio atuando através de sua Política Cambial. (FONTE: www.portaldoinvestidor.gov.br / 27.05.2011) Organização do Sistema Financeiro Nacional A organizaçãodo sistema financeiro nacional constitui-se de Bancos Comerciais, Bancos de Investimento, Sociedades Financeiras e Bancos Oficiais. Essa organização foi estabelecida, inicialmente, pelas leis 4.595/64 e 4.728/65, possibilitando as instituições a realizarem diversas modalidades de operações de crédito. O banco comercial pode ser público ou priavado, especializado em operações de crédito de curto e médio prazo, com o objetivo de proporcionar crédito ao mercado comum (indústria, comércio, agricultura e pessoas). O banco de investimento é privado e especializado em operações de médio e longo prazos, atende particularmente a empresas e no uso de captação de recursos para investimento. http://www.portaldoinvestidor.gov.br/ ECONOMIA E MERCADO 39 As sociedades financeiras são privadas, especializadas em operações de crédito para financiar a compra de bens e serviços do consumidor. Ao dirigir-se a uma loja, fazendo a compra de algum bem, que necessite de um prazo maior para pagamento, o consumidor contrata uma operação de crédito desse tipo, como o pagamento em carnê, por exemplo. Os bancos oficiais instituições cujo objetivo principal é o repasse e a aplicações dos fundos oficiais. Atuam também como banco comercial, como autoridade monetária e como banco de desenvolvimento. O Conselho Monetário Nacional, orgão de cúpula do sistema financeiro nacional, coordena as políticas monetárias, fiscal, creditícia e da dívida pública. As decisões são divulgadas pelo Banco Central do Brasil, por meio de resolução. As principais atividades do Banco Central do Brasil são as de: emitir papel moeda; regular assuntos tocantes às instituições financeiras, bem como os serviços de compensação de cheques; efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais e realizar operações de crédito à federação; efetuar o controle dos capitais estrangeiros; efetuar práticas ao devido funcionamento do mercado cambial e do equilíbrio do balanço de pagamentos; e comprar e vender títulos de sociedades de economia mista e de empresas do estado. O Banco do Brasil exerce duas funções principais, a primeira é como banco comercial e a segunda, como agente financeiro do governo federal, exerce grande influência na economia brasileira. Dentre essas atribuições do Banco do Brasil, ele tem atribuições específicas, tais como: adquirir e financiar estoques de produção exportável (fomento); executar a política de preços mínimos dos produtos agorpastoris; ser agente pagador e recebedor fora do país; executar o serviço de compensação de cheques e outros papéis; realizar operações de compra e venda de moeda estrangeira; dar execução à política de comércio exterior; e financiar as atividades industriais e rurais e difundir e orientar o crédito, suplementando a ação da rede bancária. O Banco nacional de Desenvolvimento Econômico foi criado com o intuito de financiar a criação e a expansão dos investimentos em infra estrutura (energia elétrica, portos, transportes, etc.). Seus recursos provêm do Programa de Integração Social (PIS) e do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), o primeiro administrado pela Caixa Econômica Federal, e o segundo, pelo Banco do Brasil. Em 1982 teve seu nome alterado para Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e passou a receber recursos do Financiamento de Investimento Social (Finsocial) contribuição ECONOMIA E MERCADO 40 paga pelos empresários produtores de mercadorias; com essa mudança passou a atuar também no campo social. INFLAÇÃO Define-se inflação como uma situação em que há um aumento contínuo e generalizado dos bens e serviços. Podemos acrescentar que uma economia é inflacionária quando os preços aumentam continuamente e por um longo período de tempo. Outro aspecto a ser considerado é o fato do aumento de preços estender-se a todos os bens e serviços da economia. Assim, se apenas os bens produzidos por um determinado setor, tiverem seus preços elevados não estará caracterizada uma inflação. É medida a inflação através de números índices, que são fórmulas matemáticas, que dizem a porcentagem de aumento nos preços dos bens e serviços. Atualmente, os principais órgãos responsáveis pelo cálculo da inflação no Brasil, são quatro: a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos (Dieese). No Brasil são usados os seguintes índices: Índice de Custo de Vida (ICV) – mede a evolução dos gastos de família com renda até 05 (cinco) salários mínimos, com as despesas realizadas para suprir as necessidades básicas: habitação, vestuário, transporte e lazer, etc. Índice de Preço por Atacado (IPA) – enquanto o ICV considera os preços dos bens e serviços ao nível do consumidor, o IPA considera a evolução dos preços em nível de comercialização no atacado. Índice Nacional da Construção Civil (INCC) – é um índice que apenas acompanha evolução dos preços dos materiais, equipamentos e mão de obra (empregados na construção civil). Índice Geral de Preços (IGP) – este índice é a média ponderada dos índices anteriores, de acordo com os seguintes pesos, e que mede oficialmente a inflação no Brasil: ECONOMIA E MERCADO 41 Índice de Custo de Vida (ICV) 3,0 Índice de Preço por Atacado (IPA) 6,0 Índice da Construção Civil (ICC) 1,0 Logo, o cálculo do IGP se dará pela fórmula: IGP = (3,0 x ICV) + (6,0 x IPA) + (1,0 x ICC) 3,0 + 6,0 + 1,0 Algumas Causas da Inflação Aumento excessivo dos meios de pagamento em relação à quantidade dos bens e serviços produzidos pela economia (emissão desordenada da moeda). Reduzida produção dos bens e serviços. Déficit orçamentário do setor público (despesas exageradas por parte dos governantes em relação à receita arrecadada). Algumas Consequências da Inflação Sobre a distribuição de renda – os trabalhadores saem perdendo, pois seus salários são reajustados com tempo bastante defasado, enquanto que os preços dos bens e serviços, sobem quase que diariamente. Os empresários passam a defender seus ganhos repassando o aumento de seus custos para o consumidor, através da elevação do preço dos seus produtos. Os donos de imóveis têm suas propriedades valorizadas e até os profissionais liberais asseguram seu poder de compra aumentando seus honorários. Sobre a balança comercial – com a inflação, os preços dos bens e serviços, produzidos internamente, tendem a ficar mais caros, estimulando, dessa forma, a compra de produtos importados e, em razão disso, gerar déficit na balança comercial. Sobre as expectativas de investimento – num processo inflacionário, as incertezas dos empresários, quanto às suas taxas de lucro futuro, fazem com que diminuam os investimentos, reduzindo assim a capacidade produtiva do sistema econômico. ECONOMIA E MERCADO 42 Sobre a instabilidade social e política - resultante do processo inflacionário, isto é, em virtude do desequilíbrio entre preços e salários, os trabalhadores exigem o reajustamento dos seus ganhos, para poder recuperar o poder aquisitivo perdido. Geralmente são reivindicações negadas, gerando por consequência, os movimentos grevistas, com repercussão negativa, nos seus lares e outras perturbações sociais. Tipos de Inflação Inflação de custo - Decorrente do aumento dos custos relacionados com a oferta de bens e serviços: provocado pelo aumento do preço da matéria prima, dos custos da mão de obra, dos impostos e da margem de lucro. Inflação de demanda – Acarretada basicamente por uma certa defasagem, entre a quantidade ofertada e a quantidade demandada, sendo esta última bem maior do que a primeira. Pode ser provocada pelo aumento de oferta monetária (quando o governo pratica emissão de moeda), criando na população, em curto prazo,a ideia de aumento de poder aquisitivo, ou também pela redução da oferta de bens e serviços a uma demanda constante, quando ocorre o fechamento de unidades produtoras. Inflação estrutural - A inflação estrutural está estreitamente relacionada com a ineficiência de serviços fornecidos pela infra estrutura de uma determinada economia. Essa ineficiência, obviamente, eleva desnecessariamente os custos dos serviços prestados pelo Governo, acarretando, dessa maneira, uma majoração dos custos de produção e, em seguida, o aumento dos preços das mercadorias no mercado. Fica claro perceber que se as estradas de um determinado país estão em péssimo estado de conservação, consequentemente, os custos de transporte e distribuição ficarão mais elevados. Se os portos são ineficientes, as exportações acabarão ficando mais caras e o produto ficará pouco competitivo no mercado internacional. ECONOMIA E MERCADO 43 Inflação no Brasil No Brasil, os cálculos da inflação começaram a ser realizados em 1920, com o surgimento dos primeiros institutos de pesquisa. A conta era feita pela Fazenda Nacional e usava a metodologia da Europa — que começou a medir a alta dos preços na época dos Grandes Descobrimentos (por volta do ano de 1400). Porém, os dados não refletiam a realidade do país. Isso porque eram baseados nos gastos de apenas uma família (soma dos valores dos produtos da classe média alta, minoria da população). Em 1936, com a criação da Lei do Salário Mínimo, o cálculo de preços sofreu várias reformulações, passando a ser calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sob a denominação de Índice de Custo de Vida (ICV). Nesse período foram criadas novas formas de se calcular a inflação, baseadas em cestas de consumo (um grupo de produtos determinados, essenciais aos brasileiros, cuja variação dos preços era acompanhada mês a mês). Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a economia brasileira se mostrava estável, com uma taxa de inflação em torno de 3% ao ano. Porém, com a fase da industrialização, nos anos 60, os índices de preços subiram. As greves e o movimento de resistência à ditadura militar da época geraram um ambiente anárquico, elevando a inflação para até 90% ao ano. Nos anos 70, durante o regime militar, a inflação ainda mostrava sinais de alta, mas as taxas não eram mais divulgadas. Os dados do período são considerados duvidosos, já que alguns órgãos oficiais teriam sido forçados a manipular os números para baixá-los. A inflação deu um ligeiro sinal de queda a partir de 1985, com a redemocratização e o lançamento do Plano Cruzado. No entanto, a troca da moeda não segurou o indicador, que passou de 72,53%, em 1986, para 363,37%, em 1987. A partir de então, os governos tentaram uma série de planos econômicos para tentar conter a 'hiperinflação', que fechou o ano de 1989 a 1.972,91% ao ano. Os planos Bresser, Cruzado e Collor conseguiram resultados favoráveis, mas com um alto custo para a classe média — que chegou, por exemplo, a ter suas poupanças bloqueadas — e por um curto espaço de tempo. A situação só foi controlada a partir de 1994, com o lançamento do Plano Real, que deu a presidência ao então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso. O índice de aumento de preços passou de 916,43%, naquele ano, para 22,41% no período seguinte. ECONOMIA E MERCADO 44 Depois de vários sobressaltos provocados, tanto por crises econômicas internas, quanto externas, atualmente a inflação se mostra sob controle, bem próxima das metas estipuladas pelo governo. Deflação Representa o efeito inverso da inflação, isto é, caracteriza-se pelos efeitos prejudiciais em face de depreciação monetária e dos preços, ou seja, a oferta dos bens e serviços excede a procura, por consequência, os preços cairão. Segundo o professor Gastaldi, a deflação pode gerar desemprego generalizado, em razão do enfraquecimento de todos os setores da economia, tornando-se danosa, não apenas aos investidores e credores, mas principalmente aos devedores. Podemos acrescentar ainda que, quando a deflação é acentuada, pode causar grandes perturbações na vida econômica, porque restringe o poder aquisitivo da moeda, determinando queda dos preços. Suas consequências são bem mais graves em relação à inflação. SETOR EXTERNO Política Cambial O regime cambial de taxas flutuantes, pelo qual a atuação do Banco Central do Brasil busca reduzir a volatilidade do mercado cambial sem interferir na tendência da taxa de câmbio, foi mantido em 2010. Em ambiente externo caracterizado pela depreciação da moeda dos Estados Unidos (EUA), assim como pela iniciativa de vários países em frear a valorização de suas moedas, a exemplo da China, buscando manter a competitividade de suas exportações, houve significativa pressão de valorização sobre as moedas dos países emergentes. O setor externo abrange uma visão Macroeconômica em que não é pela divisão de países ou territórios que se dividem a economia, mas sim pela visão de livre comércio, onde são as moedas e suas taxas de cambio que segregam as relações de modo a identificarmos os agentes econômicos. Taxa de câmbio é o preço de uma moeda em relação à outra, como o preço do Real frente ao Dólar. Cambio fixo é quando uma moeda tem o preço fixo em relação à outra, neste caso o governo se compromete a intervir na economia comprando e vendendo (em sua maioria dólar), de forma a manter a paridade das moedas fixas. Como já fixado anteriormente em US$1.00 por R$ ECONOMIA E MERCADO 45 1,70, para manter esta paridade o governo compraria quantos dólares forem necessários (ampliando suas reservas) ou venderia (diminuindo suas reservas) de forma a manter o dólar sempre ao preço de R$ 1,70. Câmbio flutuante é quando o preço de uma moeda em relação à outra é determinada pelo mercado, ou seja, pelas leis de oferta e procura pela moeda, assim como qualquer mercadoria numa economia. Dessa forma o governo não interfere no mercado e a paridade da moeda pode variar a todo o momento ao longo de um determinado período de tempo. Balança de Pagamento É um instrumento da contabilidade nacional, com visão macroeconômica, referente ao detalhamento das relações comerciais, de um país, com o resto do mundo. Registrando o fluxo monetário do país, através das importações e exportações e pelas transferências comerciais. Pelo décimo ano consecutivo, o resultado da balança de pagamentos foi positivo. Em 2010, por exemplo, foi gerado excedente de financiamento externo, definido como o somatório do resultado em transações correntes e dos fluxos líquidos de investimentos estrangeiros diretos (IED), de US$ 944 milhões no ano, equivalentes a 0,05% do PIB, ante US$ 1,6 bilhão (0,1% do PIB) em 2009. Organismos Internacionais O comércio internacional é resultado das necessidades de negócio entre os diversos países, em quem eles vendem o que produzem com vantagem (são especialistas) e compram o que os outros produzem com vantagem. Para facilitar esta negociação de forma mais equilibrada e justa, ou de modo a manter um grupo de países mais forte temos algumas organizações comerciais internacionais com esse escopo como a UE (União Européia) e o Mercosul (Mercado Comum do Sul). A organização internacional é uma associação voluntária de países, constituída mediante um tratado ou acordo de cooperação, de caráter permanente, não obrigatório, com finalidade de atingir os objetivos comuns, determinados por seus membros constituintes, com regulamento próprio e órgãos de direção, compostos por pessoas indicadas pelos países participantes. ECONOMIA E MERCADO 46 SETOR PÚBLICO Assim como os diversos setores da economia afetam sua estrutura econômica, podemos dizer que a interferência do governo é de fundamental importância no equilíbrio dos países. Isso não se trata de adotar uma política socialista, nem de excluir o liberalismo capitalista. O que está se dizendo,
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