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CONTEÚDO 
 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA .................................................................. 5 
Conceito de Economia ............................................................................ 5 
Algumas definições............................................................................ 5 
Conceitos Utilizados .......................................................................... 5 
Histórico da economia no mundo ..................................................... 6 
Termos Utilizados .............................................................................. 8 
O Problema Fundamental da Economia ............................................ 8 
Utilidades de Bens e Serviços ............................................................ 9 
PERGUNTAS FUNDAMENTAIS .............................................................. 10 
A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO ...................................... 11 
Fatores de Produção (recursos produtivos) ......................................... 12 
Economia de Mercado - Capitalista ...................................................... 15 
Capitalismo ...................................................................................... 15 
Características ................................................................................. 15 
Economia Centralizada - Socialista ....................................................... 16 
Socialismo ........................................................................................ 16 
Características ...................................................................................... 17 
Comunismo ........................................................................................... 18 
TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA ..................................................... 18 
Curva da Demanda ............................................................................... 19 
TEORIA DA OFERTA ............................................................................. 20 
Curva da Oferta .................................................................................... 20 
Tabela e Gráfico da Oferta ................................................................... 21 
TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO ................................................... 22 
Função de Produção ............................................................................. 22 
Custos de Produção, Receita e Lucros .................................................. 23 
MERCADO .......................................................................................... 25 
Tipos de Mercado ................................................................................. 25 
Classificação das formas de mercado ................................................... 27 
Concorrência perfeita ...................................................................... 27 
Oligopólio ........................................................................................ 27 
Concorrência imperfeita.................................................................. 28 
Causas que explicam o aparecimento do monopólio ..................... 28 
 
Alternativas para regularização do monopólio, por parte do 
governo......................................................................................................28 
PONTO DE EQUILÍBRIO ........................................................................ 29 
CONCEITO DE ELASTICIDADE ............................................................... 31 
BENS COMPLEMENTARES E BENS SUBSTITUTOS .................................. 32 
CONTABILIDADE SOCIAL...................................................................... 33 
CONSUMO E POUPANÇA ..................................................................... 34 
ECONOMIA MONETÁRIA ..................................................................... 35 
Moeda e sua história ............................................................................ 35 
Funções da Moeda ............................................................................... 36 
SISTEMA FINANCEIRO ......................................................................... 37 
Mercados do Sistema Financeiro Brasileiro ......................................... 38 
Organização do Sistema Financeiro Nacional ...................................... 38 
INFLAÇÃO ........................................................................................... 40 
Algumas Causas da Inflação ................................................................. 41 
Algumas Consequências da Inflação .................................................... 41 
Tipos de Inflação ................................................................................... 42 
Inflação no Brasil .................................................................................. 43 
Deflação ................................................................................................ 44 
SETOR EXTERNO ................................................................................. 44 
Política Cambial .................................................................................... 44 
Balança de Pagamento ......................................................................... 45 
Organismos Internacionais ................................................................... 45 
SETOR PÚBLICO .................................................................................. 46 
Função Econômica do Setor Público .................................................... 46 
Estrutura Tributária .............................................................................. 47 
Déficit Público ....................................................................................... 48 
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ............................. 49 
Fatores Condicionantes do Crescimento Econômico ........................... 50 
EMPREGO ........................................................................................... 50 
Mercado de Trabalho ........................................................................... 50 
Oferta e Demanda de Emprego ............................................................ 51 
POLÍTICAS MACROECONÔMICAS ......................................................... 51 
Definições ............................................................................................. 51 
Metas de política macroeconômica ..................................................... 52 
Instrumentos de política macroeconômica .......................................... 53 
Política fiscal .................................................................................... 53 
Política monetária ........................................................................... 53 
 
 
Política cambial ..................................................................................... 53 
Política de renda ................................................................................... 53 
GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA .............................................................. 54 
Processo de Globalização ..................................................................... 54 
As Consequências da Globalização ....................................................... 55 
NOTÍCIAS ............................................................................................ 56 
Tendências do Globalizado Mercado Imobiliário Brasileiro ................. 56 
Empresários Vendem Mercado Imobiliário Brasileiro na Europa ........ 58 
Mercado Imobiliário brasileiro é a Bola da Vez .................................... 59 
CORRETOR DE IMÓVEIS: UM PROFISSIONAL BEM QUALIFICADO .......... 60 
FORMAÇÃO ........................................................................................ 61 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
5 
INTRODUÇÃO À ECONOMIA 
Conceito de Economia 
Algumas definições 
Lionel Robbins – “A ciência que estuda o comportamento humano 
como toda relaçãoentre fins e meios escassos que tem usos alternativos”. 
John F. Due – “O estudo da organização que dirige a utilização de 
recursos escassos para a satisfação de desejos humanos”. 
Rosseti – É a ciência que tem como objetivo a Organização Nacional 
dos Fatores Produtivos, com vistas à produção de bens e serviços para efeito 
de atendimento das necessidades humanas. 
Paul Samuelson – “O estudo de como os homens decidem empregar 
recursos produtivos escassos, que poderiam ter aplicações alternativas, para 
produzir diversas mercadorias, ao longo do tempo distribuí-las para 
consumo, agora e no futuro, por pessoas e grupos da sociedade”. 
 
Conceitos Utilizados 
 Economia é a ciência que cuida da melhor administração dos 
escassos recursos disponíveis para satisfação das necessidades humanas. 
 Economia é o estudo da maneira pela qual a humanidade realiza a 
tarefa de organizar suas atividades de consumo e produção. 
 É a ciência que estuda as variações e combinações na alocação 
dos fatores de produção na distribuição de renda, na oferta, procura e nos 
preços das mercadorias. 
 Economia é o estudo da riqueza. 
 
Qualquer que seja a definição, verifica-se algumas características 
básicas: 
 A escassez dos recursos; 
 O objetivo de satisfazer a necessidade humana; 
 Ciência que ensina a gerir ou administrar a utilização dos recursos 
escassos. 
Portanto, fundamentado no princípio da escassez, é a ciência que 
cuida da satisfação das necessidades ilimitadas diante da escassez dos 
recursos. 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
6 
Histórico da economia no mundo 
Na antiguidade os povos primitivos preocupavam-se certamente com 
a organização de sua atividade econômica e, em todas as épocas da história 
universal, as pequenas comunidades e as grandes nações procuraram 
resolver eficientemente seus problemas de natureza econômica. Mas, só a 
partir do século XVIII, quando as grandes descobertas técnicas e científicas 
alteraram profundamente o comportamento produtivo dos povos, foi que a 
economia apontou como ciência. No século XIX seu progresso foi 
extraordinário e nas últimas décadas do século atual seu estudo ganhou novo 
e inesperado impulso, passando, desde então, a interessar a todos os 
cidadãos. 
Este crescente interesse é, aliás, de fácil compreensão. Ele tem muito 
a ver com o surgimento das duas grandes guerras e com a crise econômica 
que abalou o mundo ocidental na década de 30. As nações envolvidas nos 
dois grandes conflitos mundiais procuraram estudar profundamente a 
organização de seus sistemas produtivos, pois, a guerra exigia a mobilização 
de ampla retaguarda industrial. Muitos instrumentos de análise econômica 
foram então desenvolvidos, aperfeiçoando-se principalmente nos intervalos 
das guerras, quando as nações ocidentais, abaladas pela Grande Depressão, 
voltaram-se ao estudo dos elementos determinantes do equilíbrio 
econômico para o restabelecimento da normalidade e para a rápida 
reabsorção das massas desempregadas. 
Na década de 30, John Maynard Keynes, notável economista inglês, 
arquiteto da moderna análise macroeconômica, surge com uma nova 
proposta ao pensamento econômico, denominado Keynesianismo. 
Modalidade de intervenção do Estado na vida econômica, sem atingir 
totalmente a autonomia da empresa privada e adotando as políticas 
sugeridas na sua principal obra: A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da 
Moeda. Tais políticas propunham-se a solucionar o problema do desemprego 
pela intervenção estatal, desencorajando o entesouramento, em proveito 
das despesas produtivas, por meio da redução da taxa de juros e do 
incremento dos gastos públicos. 
De fato, sob o estímulo de grandes despesas governamentais, 
impostas pelo conflito mundial, a crise do desemprego deu lugar à escassez 
de mão de obra, na maioria dos países capitalistas. Surgiu a convicção de que 
o capitalismo poderia ser salvo, desde que os governos soubessem fazer uso 
de seu poder de cobrar impostos, reduzir juros, contrair empréstimos e 
gastar dinheiro. 
ECONOMIA E MERCADO 
 
7 
No final da Segunda Guerra Mundial, o mundo deparou-se com a 
necessidade de reorganização de seu sistema econômico, atordoado pela 
Grande Depressão e por duas Guerras Mundiais. Assim, em julho de 1944 
realizou-se a Conferência de Bretton Woods, (New Hampshire, EUA), nome 
pelo qual ficou conhecida a Conferência Monetária e Financeira das Nações 
Unidas, com representantes de 44 países, para planejar a estabilização da 
economia internacional e das moedas nacionais. Os acordos assinados em 
Bretton Woods tiveram validade para o conjunto das nações capitalistas, 
lideradas pelos EUA, resultando na criação do Fundo Monetário Internacional 
(FMI) e do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). 
O FMI é uma agência especializada da ONU (Organização das Nações 
Unidas), com sede em Washington e que faz parte do sistema financeiro 
internacional. Tem a finalidade de promover a cooperação monetária no 
mundo capitalista, coordenar as paridades monetárias (evitar 
desvalorizações e concorrências) e levantar fundos entre os diversos países 
membros, para auxiliar os que se encontrem em dificuldade nos pagamentos 
internacionais. 
O BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) é 
uma instituição financeira internacional ligada à ONU e conhecido também 
como World Bank (Banco Mundial). Teve como objetivo inicial financiar 
apenas projetos de recuperação econômica dos países atingidos pela guerra. 
Sediado em Washington, reúne 139 países (1980), fornece empréstimos 
diretos em longo prazo (15 a 25 anos) aos governos e empresas, com 
garantias oficiais, para projetos de desenvolvimento, assim como assistência 
técnica. O maior volume de recursos, desde que o banco começou a operar, 
em 1946, foi dirigido aos setores de energia, transporte e agricultura. As 
contribuições de cada país membro ao capital do BIRD, assim como o direito 
a voto, são estabelecidos proporcionalmente à participação do país no 
comércio internacional. O maior acionista são os EUA que tem o poder de 
veto sobre as decisões da organização. 
Na década de 80 assiste-se, também, ao aumento do número de 
acordos e mecanismos de integração regional, tendo como principais 
exemplos, a União Européia, o NAFTA (North-American Free Trade 
Agreement, ou Acordo de Livre Comércio Norte-Americano), a área de livre 
comércio asiática e o Mercosul. No ano de 1994, foi criada a ALCA (Área de 
Livre Comércio das Américas e Caribe), formada pelos EUA, México e Canadá, 
atualmente em fase de negociação com outros países. A formação destes 
blocos regionais é bastante desigual, oscilando entre simples promessas de 
tratamento preferencial e tentativas de formação de um mercado único de 
ECONOMIA E MERCADO 
 
8 
produtos, até um sistema monetário unificado, passando pela formação de 
zonas de livre comércio e uniões aduaneiras. Na verdade, a formação desses 
blocos é resposta às dificuldades enfrentadas no mercado internacional, 
dado o declínio do multilateralismo, e também está associada às próprias 
modificações produtivas em curso. 
 
Termos Utilizados 
Fatores de produção – Elementos indispensáveis ao processo 
produtivo de bens materiais. São fatores de produção os recursos naturais, o 
capital, o trabalho e a tecnologia. 
 
Capital – Meio de produção que foi criado pelo trabalho e que é 
utilizado para produção de outros bens (máquinas, ferramentas, instalações, 
computadores, etc). O conceito de Capital como fator de produção é 
diferente da palavra Capital quando utilizada para designar uma quantia em 
dinheiro que uma pessoa qualquer possui para iniciar um determinado 
negócio. 
 
Modo de produção – Conceito da economia marxista que é definido 
pelo conjunto das forças produtivas e das relações de produção. O modo de 
produção confunde-se, de certa maneira, com a estrutura econômica da 
sociedade, englobando a produção, distribuição, circulação e consumo. 
 
O Problema Fundamental da EconomiaEntende-se por necessidades humanas a sensação da falta de alguma 
coisa unida ao desejo de satisfazê-la; em termos econômicos, as 
necessidades humanas dividem-se em três categorias: 
 
a) Primárias – São aquelas essenciais à sobrevivência humana, 
também chamadas de necessidades elementares, pois, são comuns a todas 
as pessoas (alimentação, vestuário, habitação, saúde, educação e lazer). 
 
b) Secundárias ou Supérfluas – São as que aparecem à medida que o 
grau de socialização do indivíduo vai se desenvolvendo. Por conseguinte, é 
necessário algum tempo para que as mesmas se incorporem aos hábitos de 
consumo da pessoa (ato de fumar, de beber e os demais vícios). 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
9 
c) Coletivas ou Públicas – São aquelas cujo volume de recursos e 
meios para satisfazê-las ultrapassam as possibilidades do indivíduo 
isoladamente, daí serem atendidas pelo poder público (segurança, 
comunicação, justiça, etc). 
 
Utilidades de Bens e Serviços 
Tudo que satisfaz direta ou indiretamente os desejos e as 
necessidades humanas classifica-se como bem, sendo assim, possui a 
característica fundamental para a sobrevivência, que é a utilidade. Utilidade 
é a propriedade que os bens e serviços têm de satisfazer as necessidades 
humanas. 
 
Os bens podem ser classificados, como: 
 
 De Consumo – satisfaz diretamente as necessidades humanas. 
 
1. Duráveis – permitem um uso prolongado (automóvel, televisor, 
etc); 
2. Não duráveis – pressupõe sua destruição no momento do 
consumo, ou num período de tempo relativamente curto (vestuário, produto 
de higiene pessoal, alimentos etc). 
 
3. De Produção – satisfaz indiretamente as necessidades humanas. 
 
Bens de capital – São Bens destinados à produção de outros bens 
(máquinas, equipamentos, instalações, computadores etc); 
 
Intermediários – são as matérias primas e os bens semi elaborados 
que entram na composição de outros bens (cimento, madeira, trigo, aço etc). 
 
Exemplo: Dependendo do destino, um mesmo bem pode ser de 
consumo ou produção. É o caso, entre outros, do leite. “In natura” é um bem 
de consumo. Se utilizado, porém, para a fabricação de laticínios é um bem de 
produção, porque será utilizado como matéria prima para a fabricação de 
outros bens. 
 
Serviço - é um produto da atividade humana que, sem assumir a 
forma de um bem material, satisfaz uma necessidade. O trabalho realizado 
ECONOMIA E MERCADO 
 
10 
pelo cabeleireiro, médico, professor, encanador, corretor de imóveis, 
vendedor ou um transportador, ou em outras atividades, tais como serviços 
oferecidos por um banco, borracharias, etc. 
 
Após tais colocações, pergunta-se: 
O que é necessário, basicamente, para a elaboração ou fabricação 
dos bens ou ofertas dos serviços econômicos? 
Resposta: Tecnologia (conhecimento), emprego de trabalho 
especializado, matérias primas, máquinas e equipamentos, etc. 
 
PERGUNTAS FUNDAMENTAIS 
Tendo em vista a escassa disponibilidade dos recursos, 
impossibilitando, na sua totalidade, o atendimento das necessidades 
humanas, todo sistema econômico deve tomar as decisões sobre a natureza 
e a quantidade dos bens que serão produzidos, portanto, todo o sistema 
econômico deve responder às seguintes questões: 
 
1. O que e quanto produzir? Se os recursos são escassos e as 
necessidades ilimitadas, então é preciso escolher o que produzir, dentre 
várias alternativas concorrentes. 
2. Como Produzir? É preciso escolher a melhor combinação dos 
recursos escassos para uma maior satisfação das necessidades. 
3. Quando Produzir? É preciso escolher o melhor momento para 
produzir. Ex: produzir agasalhos antes da chegada das baixas temperaturas, 
para poder vendê-los quando a temporada fria chegar. 
4. Onde Produzir? Produzir perto dos consumidores (mercado), ou 
junto das matérias primas, avaliar os custos de transporte dos produtos finais 
e das matérias primas, para melhor escolher a localização da fábrica. 
5. Para quem produzir? É preciso saber qual é o mercado alvo, se é 
para cristãos ou muçulmanos, se é para citadinos, ou pessoas que vivem no 
campo, etc. 
 
Diante de tais considerações, observamos que não é fácil a 
constituição de um sistema econômico ideal, pois este deverá 
necessariamente harmonizar com perfeição a solução das questões 
fundamentais. 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
11 
A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO 
O problema de o que produzir pode ser ilustrado com a curva de 
transformação ou de possibilidades de produção, que representa as 
diferentes combinações de bens que podem ser produzidos, 
alternativamente, com um determinado conjunto de recursos. 
Para simplificar, admitiu-se que podem ser produzidos apenas dois 
bens: apartamentos e aviões de guerra, por exemplo, economia de paz 
versus economia de guerra. 
Suponhamos que essas possibilidades alternativas estejam definidas 
pelas combinações expressas na tabela a seguir: 
 
Tabela 1 – I Possibilidades de Produção 
UNIDADES PRODUZIDAS 
ALTERNATIVAS Apartamentos Aviões 
A 15 0 
B 14 3 
C 12 4 
D 9 5 
E 5 6 
F 0 7 
 
Essas diferentes combinações estão representadas por pontos do 
Gráfico I, onde as possibilidades de produção de apartamentos estão 
indicadas no eixo vertical (das ordenadas), e os aviões no eixo horizontal (das 
abscissas). Ligando-se esses pontos, Obtém-se uma curva que expressa todas 
as diferentes combinações possíveis de produção de apartamentos e aviões. 
 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
12 
 
Gráfico I 
A curva de transformação representa, assim, o limite ou a fronteira 
de possibilidades de produção. Sendo assim, todos os pontos (exemplos “J” e 
“K”) sobre a curva, indicam alternativas de pleno emprego dos recursos. 
Naturalmente, até aqui, estamos supondo que todos os recursos 
estão plenamente empregados. Pode ocorrer, porém, que alguns fatores de 
produção, estejam desempregados ou ociosos, como seria o caso 
representado pelo ponto “I e G”. Nesta hipótese, podemos aumentar a 
produção de um bem, sem diminuir a de outro. 
A curva é côncava para a origem, porque os recursos não são 
perfeitamente substituíveis, nos seus diferentes usos. Na medida em que 
queremos produzir mais aviões, teremos que pagar custos crescentes, em 
termos de unidades de apartamentos, a cuja produção seremos obrigados a 
renunciar. Isto decorre do fato de que teremos que subtrair recursos, 
utilizados na produção de apartamentos e empregá-los na produção de 
aviões, e essa substituição se processará de forma cada vez mais imperfeita. 
Podemos admitir também que a capacidade da economia cresceu, ou 
porque houve um aumento de recursos, ou porque surgiu uma melhora 
tecnológica, acarretando um deslocamento de toda a curva para a direita. 
 
Fatores de Produção (recursos produtivos) 
 Ao estudarmos as necessidades humanas, verificamos que elas são 
constantemente renovadas. Daí precisarmos sempre de novos alimentos, 
novas roupas, mais transportes, novas casas, etc. Sob o ponto de vista 
econômico, o ato humano de criar bens e serviços, significa produzir. Deste 
modo, a produção pode ser classificada em: Produção de Bens Econômicos 
(alimentos, roupas, máquinas etc) e Produção ou Oferta de Serviços 
(transporte, comunicação, assistência hospitalar, justiça etc). 
O Homem não pode criar alguma coisa do nada. O que faz é a criação 
de bens, pelo aproveitamento de materiais, que através da extração, 
APARTAMENTOS 
 
AVIÕES 
ECONOMIA E MERCADO 
 
13 
transformação ou manipulação, passam a ter uma utilidade. Para atingir tal 
objetivo, o homem lança mão de fatores de produção ou recursos 
produtivos, tais como: 
 
1. Recursos Naturais, são os elementos da natureza utilizados pelo 
homem, com a finalidade de produzir bens e serviços. Por exemplo: os 
minerais, a terra, a água, os animais etc. 
 
2. Trabalho é toda a atividade correspondente à faculdade física, 
habilidade intelectual e capacidade empresarial dos seres humanos, que 
intervém no processo produtivo. 
 
A produção econômica é obtida com acombinação dos fatores de 
produção. Desses fatores, o trabalho recebe destaque especial, pois, são as 
pessoas que organizam e executam a produção econômica, bens e serviços, 
que proporcionam a satisfação das suas necessidades. 
O fator de produção Trabalho abrange parcela da população, que é 
economicamente mobilizável, isso exclui aquelas pessoas que estão inseridas 
na faixa etária pré-produtiva (crianças) e pós-produtiva (pessoas de idade 
avançada e aposentados). 
 
A população, economicamente mobilizável (parte da população 
produtiva) subdivide-se em: 
a) População economicamente ativa – constituída dos 
empregadores, empregados e autônomos. 
b) População economicamente inativa - constituída da população 
produtiva que, embora tenha qualificação profissional e idade de trabalhar, 
pode não estar trabalhando, ou se dedica a ocupações que não se 
consideram para o cálculo do produto agregado. A inatividade, desocupação 
ou desemprego, ocorrem de forma voluntária ou involuntária, a partir de 
fatores sazonais, cíclicos ou estruturais. 
 
3. Capital é o conjunto de equipamentos, ferramentas, máquinas e 
instalações produzidas pelo homem, que não satisfazem diretamente as 
necessidades humanas, mas são utilizados na produção de bens. 
 
4. Tecnologia é o conjunto de princípios científicos que se aplicam 
aos diversos ramos de atividade. 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
14 
 
 
 
A produção de bens e serviços numa sociedade realiza-se através da 
unidade de produção ou empresa, cada uma exigindo a organização e a 
combinação dos fatores de produção, existentes à disposição. A organização 
desses fatores produtivos (recursos naturais, trabalho, capital e tecnologia) 
nas empresas, bem como a direção de suas atividades, recaem sobre pessoas 
ou grupos, de caráter privado ou público. 
 
Na economia os diversos papéis são desempenhados pelos Agentes 
Econômicos que são: 
 
 Famílias ou unidades familiares - são as que consomem bens e 
serviços, e oferecem seus recursos (principalmente trabalho e capital) às 
empresas; 
 Empresas - são consideradas as unidades de produção básica que 
contratam e compram fatores com o objetivo de produzir e vender bens e 
serviços; 
 Setor público - estabelece o marco jurídico institucional, no qual 
se desenvolve a atividade econômica. 
 
Apesar da diversidade de objetivos, as inúmeras unidades produtoras 
podem ser agrupadas em três setores básicos, que compõem o sistema 
econômico: 
 
1. Setor primário – constituído pelas unidades produtoras, que 
utilizam intensamente os recursos naturais, através das seguintes atividades: 
extrativistas, pecuárias, agrícolas e pesqueiras; 
 
2. Setor secundário – constituído pelas unidades produtoras 
dedicadas às atividades industriais, através das quais os bens são 
transformados; 
 
3. Setor terciário – composto pelas unidades produtoras que 
prestam serviços como comércio, os transportes, as comunicações, as 
profissões liberais, os serviços da saúde, de educação, serviços públicos, etc. 
 
 
Recursos Naturais + Trabalho + Capital + Tecnologia = PRODUÇÃO 
ECONOMIA E MERCADO 
 
15 
Vejamos na tabela a seguir, uma visão aproximada do emprego de 
fatores de produção, nos diversos setores em economias desenvolvidas e 
subdesenvolvidas. 
 
SETORES ECONOMIAS 
SUBDESENVOLVIDAS 
ECONOMIAS 
DESENVOLVIDAS 
Primário 
 Absorve grande parte da 
população ativa; 
 Uso predatório da terra. 
 Uso crescente e intensivo 
de capital; 
 Pouco emprego relativo 
da força de trabalho. 
Secundário 
 Pouco desenvolvido; 
 Escasso emprego de 
equipamentos. 
 Uso intensivo de capital. 
Terciário 
 Amplo uso da força de 
trabalho, inclusive em 
atividades informais. 
 Participação crescente de 
capital; 
 Contínua absorção da 
força. 
 
Economia de Mercado - Capitalista 
Capitalismo 
Sistema econômico baseado na separação entre trabalhadores, que 
dispõem apenas da força de trabalho e a vendem em troca de salário, e 
capitalistas, que são os proprietários dos meios de produção, que contratam 
trabalhadores para produzir mercadorias com o objetivo de lucros. 
 
Características 
 A produção se dirige para o mercado; 
 A empresa constitui fator da economia capitalista; 
 É livre a iniciativa, a propriedade privada e a liberdade de 
produção; 
 O mercado é regulado pela lei da oferta e da procura; 
ECONOMIA E MERCADO 
 
16 
 Os meios de produção encontram-se em mãos privadas; 
 Objetiva o lucro. 
A produção intensifica-se estimulada pelo comércio; cresce a 
população, melhoram-se os transportes, ampliando-se o mercado; a unidade 
familiar torna-se ultrapassada e a produção passa a ser realizada em grandes 
unidades, chamadas empresas. 
O sistema de vínculos familiares se torna impotente para estabelecer 
um conjunto de direitos e deveres capaz de ordenar a produção de forma 
racional. A tranquilidade primitiva é substituída por conflitos abertos. 
Surgem o governo e o sistema de produção capitalista. 
Antes, todos os bens eram obtidos através da produção direta 
(economia natural); agora, alguns deles serão adquiridos por intermédio da 
troca, que equivale à produção indireta (economia de mercado). 
 
Economia Centralizada - Socialista 
Socialismo 
Conjunto de doutrinas e movimentos políticos voltados para o 
interesse dos trabalhadores, tendo por objetivo uma sociedade onde inexista 
a propriedade privada dos meios de produção. Pretende eliminar as 
diferenças entre classes sociais e planificar a economia para obter uma 
distribuição justa da riqueza social. 
A economia centralizada nasce baseando-se, primordialmente, da 
crítica aos mecanismos da economia de mercado. O funcionamento de uma 
economia de mercado leva ao desemprego e ao surgimento de frequentes 
crises que implicam graves desperdícios de recursos, portanto, o 
planejamento centralizado visa evitar tais perdas. 
 
Nas economias centralmente planificadas os meios de produção são 
propriedades estatais e as decisões chave são feitas na agência de 
planejamento. O funcionamento do sistema de planejamento centralizado 
está baseado nos seguintes princípios: 
 O papel do poder central ou agência de planejamento distribui 
não só as tarefas do plano, mas também os meios de produção, tanto 
materiais como financeiros. 
 As empresas não baseiam a sua atuação no cálculo econômico, 
isto é, na maximização dos lucros, ou minimização dos custos, e sim na 
realização do plano de metas. 
ECONOMIA E MERCADO 
 
17 
 No crescimento da burocracia, o funcionamento do sistema 
requer a existência de um enorme aparato administrativo, pois, é a única 
forma de controlar as empresas. Conforme cresce o sistema produtivo, o 
aparato burocrático vai desenvolvendo-se em um ritmo progressivo. 
 
Características 
 Os meios de produção são de propriedade pública (Estado); 
constituindo um bem do povo; 
 O planejamento das atividades econômicas é realizado pelo 
Estado 
 O plano fixa as condições de produção e consumo; 
 Não existe concorrência; 
 Ausência de lucro, a formação de riqueza é pública; 
 A figura do empresário é substituída pelo representante do 
Estado; 
 As atividades econômicas são realizadas por entidades estatais. 
Portanto, observamos que os sistemas econômicos assumem duas 
formas extremas, o Capitalismo e o Socialismo, que se diferenciam entre si, 
em função das seguintes características: 
 
1. Propriedade dos meios de produção – No sistema capitalista 
existe a propriedade privada dos meios de produção, enquanto num sistema 
socialista essa propriedade é pública ou estatal. 
 
2. Finalidade de produção – Os socialistas afirmam que, em seu 
sistema econômico, a finalidade da produção é atender de forma direta – 
sem interferência do mercado – as necessidades da coletividade, enquanto 
no sistema capitalista essas necessidades são atendidas de forma indireta, ou 
seja, via mercado, isto porque o objetivo imediato da produção é o lucro. 
 
3. Planejamento das decisões – Em umsistema socialista as 
decisões econômicas são centralizadas em uma junta ou comissão nacional 
de planificação; enquanto no sistema capitalista o planejamento da atividade 
econômica é altamente descentralizado, isto é, as decisões são tomadas de 
forma independente, ao nível de cada empresa, cada família e de cada 
consumidor, participando do mecanismo de mercados competitivos, tendo 
por base o funcionamento do sistema ou comportamento dos preços. 
Atualmente, não se encontra nenhum exemplo de capitalismo puro (como o 
ECONOMIA E MERCADO 
 
18 
liberalismo econômico), a maioria dos países do mundo adotam o sistema de 
livre empresa e intervenção ou participação governamental, sobre o qual 
alguns economistas denominam de “sistema de economia mista”. 
 
Comunismo 
Esta doutrina defende a abolição da propriedade privada dos meios 
de produção, a distribuição igualitária dos bens produzidos pela sociedade e 
a organização da riqueza social, feita pela própria comunidade de 
produtores. As primeiras formas de organização humana são classificadas 
como modalidades de comunismo primitivo. 
 
TEORIA ELEMENTAR DA DEMANDA 
Na teoria microeconômica é fundamental a discussão em torno do 
conceito de utilidade, pois ela está na base da teoria do consumidor. Se um 
determinado bem é consumido pelas pessoas, é porque elas obtêm alguma 
utilidade desse bem. 
É necessário examinar os elementos que determinam a procura pelos 
bens, certamente, a utilidade de um bem é uma dessas razões, mas existem 
outros fatores de ordem objetiva, a renda, o gosto, os preços de outros 
bens, que irão determinar a procura das pessoas por um determinado bem. 
A demanda, ou procura, é a quantidade de um bem ou serviço que o 
consumidor deseja adquirir a um determinado preço em certo período de 
tempo. A teoria do consumidor é elaborada a partir de hipóteses sobre a 
escolha entre diferentes bens e serviços, que sua renda permita adquirir. 
Como cada um dos bens tem um preço, a renda ou orçamento do 
consumidor esgota-se na compra desses bens que, naturalmente, vão lhe 
proporcionar utilidade. O consumidor, entretanto, escolherá os bens, 
serviços e quantidades que lhe proporcionem a maior utilidade possível, de 
acordo com a sua renda. 
 
Dx = f (px, p1, p2,........, pn, R, G) 
 
Onde: 
Dx  Quantidade demandada do bem x; 
px  Preço do bem x; 
p1, p2, ..., pn  Preço dos bens consumidos pelos indivíduos; 
R  Renda do consumidor; 
ECONOMIA E MERCADO 
 
19 
G  Gosto do consumidor por outros bens. 
Em função de tantas variáveis, torna-se difícil estabelecer a 
quantidade demandada, ou a demanda de um bem. Portanto, para tornar 
operacional o conceito de demanda, precisamos, ou melhor, devemos 
presumir a condição COETERIS PARIBUS, que supõe apenas a variação do 
preço do bem em estudo, permanecendo constantes os preços dos outros 
bens, a renda e a preferência dos consumidores. 
 
Curva da Demanda 
Como a quantidade demandada (Dx) depende diretamente do nível 
dos preços (Px), podemos dizer que há uma relação funcional de 
dependência entre as variáveis Dx e Px. Esta relação pode ser expressa 
matematicamente por uma função elementar, cuja equação é dada por: 
 
 Dx = f (Px) 
 
Para melhor nos familiarizarmos com este princípio, vamos 
considerar a escala de procura de um determinado produto, numericamente 
na tabela abaixo. 
 
 
Tabela Gráfico da Demanda 
 
 
PREÇOS 
$ 
QUANTIDADE 
DEMANDADA 
0,40 50 
0,80 40 
1,20 30 
1,60 20 
2,00 10 
 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
20 
Transportados os dados da tabela, para o gráfico cartesiano, 
obtivemos uma reta da procura ou demanda, que corresponderá aos 
conceitos até aqui estabelecidos. Observamos que seu andamento gráfico é 
decrescente e inclina-se para baixo (da esquerda para a direita), indicando-
nos que os consumidores reagem inversamente ao nível dos preços, ou seja, 
a pessoa comprará mais de um bem a preços mais baixos. 
Convém observar, também, que o gráfico da função demanda pode 
assumir a forma de uma curva, conforme se disse antes, diante da existência 
de outros fatores que influenciam a procura por um bem. 
 
Portanto, a lei da Demanda ou lei da Procura define que, “Quanto 
maior for o preço de um bem, menor será a quantidade procurada desse 
bem”, ou seja, “Quanto menor for o preço de um bem, maior será a 
quantidade procurada desse bem”, observando-se a limitação imposta pela 
renda. 
 
- Fatores que influenciam na demanda: 
 
a) O Preço do Bem - O seu aumento diminui a demanda; 
 
b) A Renda, ou Salário do Consumidor - Para a maioria dos bens o 
esperado é que, quando ocorre aumento na renda, também acontece no 
consumo; e 
 
c) O Gosto e Preferência do Consumidor – Os hábitos e preferências 
dependem de uma série de circunstâncias (idade, sexo, tradições, moda, 
religião, até educação) e influenciam na demanda de um determinado bem 
(ou serviço). Mudanças nesses hábitos provocam mudanças na demanda. 
 
TEORIA DA OFERTA 
 
“Quanto maior for o preço de um bem, maior será a quantidade 
ofertada desse bem”. 
 
Curva da Oferta 
Diferentemente da demanda, a reta da oferta é ascendente, onde a 
análise é feita de duas maneiras. Primeiramente, é razoável admitir que 
ECONOMIA E MERCADO 
 
21 
quanto maior o preço de uma mercadoria, maior será o interesse do 
empresário em produzir mais, isto porque sua receita aumentará, e assim 
também seu lucro. Esta não é a única razão que o leva a proceder desta 
forma. A partir de certo ponto, com o aumento da produção, seus custos vão 
elevando, proporcionalmente, mais do que a quantidade de bens produzidos. 
Isso leva o empresário a vender sua produção a um preço cada vez maior, 
para que possa cobrir custos crescentes de produção, conforme estudaremos 
na tabela abaixo. 
Na economia de mercado os preços são determinados pela oferta, 
procura, competição, etc. 
 
Tabela e Gráfico da Oferta 
 
 
PREÇOS $ QUANTIDADE DEMANDADA 
0,40 10 
0,80 20 
1,20 30 
1,60 40 
2,00 50 
 
 
Portanto, podemos observar que na reta da oferta é sempre 
crescente (da esquerda para a direita) e para um preço de R$ 0,80, os 
empresários estão dispostos a ofertar 20 unidades. Mas, se o preço sobe 
para R$ 2,00, os empresários tendem a aumentar a oferta para 50 unidades. 
Como na função demanda, se levarmos em consideração as várias variáveis 
existentes, o gráfico da função oferta terá o comportamento de uma curva. 
 
- Fatores que influenciam na Oferta: 
 
a) O Preço do Bem – O seu aumento influencia, de forma direta, a 
oferta; 
ECONOMIA E MERCADO 
 
22 
b) Preços dos Fatores de Produção – Isso eleva os custos, 
ocasionando uma diminuição na lucratividade, o que leva o empresário a 
desestimular-se e, por conseguinte, diminuir a oferta; 
 
c) A Oferta e as Condições Climáticas – Alguns produtos, 
principalmente os agrícolas, sofrem diretamente com essa influência. 
 
Para determinarmos a oferta de um bem precisamos definir o custo e 
o preço, pois, é a partir desses elementos que se calcula o lucro do 
empresário. 
A reta da oferta, ou função oferta, foi obtida pelos economistas 
estudando a relação entre a quantidade ofertada de um bem e o seu preço 
de mercado. Portanto, a sua fórmula matemática pode ser expressa da 
seguinte forma (COETERIS PARIBUS): 
 
Qx = f (Px) 
Onde: Qx = Quantidade ofertada do bem x; 
 Px = Preço do bem x. 
 
 
TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO 
A teoria de produção focaliza o lado da oferta do mercado, ou seja, 
os produtores que vão oferecer aos consumidores os bens e serviços por eles 
produzidos. Na teoria da produção, uma empresa ou firma, conceitualmente, 
será apenas uma unidade de produção. 
 
Função de Produção 
A função de produção indica qual a quantidade máxima de produto 
que pode ser produzida, dada uma determinada quantidade de fatores 
produtivos e uma determinada tecnologia. Este conceito pode ser aplicado a 
um produto ou a um serviço, a uma empresa, a um setor de atividade ou 
mesmo a toda uma economia.Alternativamente, a função produção pode ser definida como a 
especificação das mínimas necessidades de input, necessárias para produzir 
determinadas quantidades de output, dada a tecnologia disponível. 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
23 
 
 
Pode ser representada graficamente pela relação técnica entre 
quantidades empregadas dos fatores de produção e as quantidades 
produzidas do bem ou do serviço, na seguinte equação: 
 
Q = f (K, T, C, RN); 
 
Onde: 
Q = quantidades produzidas do bem “x”; 
K = quantidades empregadas do fator capital; 
T = quantidade empregada do fator trabalho; 
C = tecnologia empregada; 
RN = Recursos Naturais. 
 
Essa equação significa que a quantidade produzida do bem é função 
das quantidades empregadas dos fatores capital, trabalho e tecnologia. 
 
Custos de Produção, Receita e Lucros 
 Conforme estudaremos na tabela abaixo, na 1ª coluna, tem-se a 
quantidade produzida do bem (Q). Na 2ª e 3ª, tem-se as quantidades 
utilizadas dos fatores de produção: capital (K) e trabalho (T). Conforme 
analisaremos a seguir, podemos observar que 8 (oito) unidades do bem 
foram produzidas utilizando 6 (seis) unidades de capital e 7 (sete) unidades 
de trabalho. 
ECONOMIA E MERCADO 
 
24 
 Para realizar a produção, o empresário precisa adquirir os fatores 
de produção, pagando um determinado preço. Ao calcular os gastos dos 
empresários com os fatores de produção tem-se o custo da produção ou 
custo total. 
 Exemplo: se uma unidade do fator de capital for adquirida a R$ 
6,00 e uma unidade de fator de trabalho, a R$ 4,00 o cálculo do custo de 
produção será determinado conforme quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
 
Para cada 1 K = R$ 6,00  6 K = R$ 36,00 
Para cada 1 T = R$ 4,00  7 T = R$ 28,00 
Para uma produção de 8 unidades do bem, o empresário emprega 6 
unidades de capital, que vão lhe custar (6 x R$ 6,00) R$ 36,00. Por outro lado, 
emprega 7 unidades de trabalho que lhe custarão (7 x R$ 4,00) R$ 28,00. 
Logo, o custo total para produzir 8 unidades do bem é de (R$ 36,00 + R$ 
28,00) = R$ 64,00. 
 
Para fazer frente aos custos, o empresário necessita vender o seu 
produto, a fim de obter sua receita, que é o resultado dessas vendas. 
Suponha que cada unidade seja vendida a um preço de R$ 10,00. Assim, se o 
empresário vender 8 (oito) unidades, sua receita “R” será de R$ 80,00. 
 
Q 
(vendidos) 
K T CT R LT 
8 6 7 64 80 16 
7 6 7 64 70 6 
 
A partir dos elementos apresentados, pode-se determinar o 
elemento que estimula o empresário, o lucro, que é a diferença entre o custo 
de produção e a receita do empresário, o lucro total (LT). 
LT = R - CT 
 
Q 
(produzidos) 
K 
T CT 
8 6 7 64 
ECONOMIA E MERCADO 
 
25 
MERCADO 
Em sentido amplo, mercado é a área geográfica, com funcionamento 
baseado em um conjunto de regras, onde se compram e se vendem bens e 
serviços, assim como fatores produtivos. Portanto, devemos definir mercado 
como sendo toda e qualquer instituição social, na qual bens e serviços, assim 
como os fatores produtivos, são trocados livremente. O mercado pode 
receber a denominação, de acordo com o bem ou serviço a que se dedica. 
Podemos exemplificar: Mercado Imobiliário, Mercado do Café, Mercado de 
Ações, Mercado Bancário, Mercado Segurador, Mercado Automobilístico, 
etc. Em síntese, assim se forma um mercado: 
 
 
 
Em todo mercado, existem dois tipos de agentes bem diferenciados: 
compradores e vendedores. 
Os compradores e os vendedores entram em acordo sobre o preço 
de um bem ou serviço, de forma que se fará a troca de quantidades 
determinadas de um bem por uma quantidade de dinheiro, também 
determinado. Portanto, o preço de um bem é a sua relação de troca pelo 
dinheiro, número de reais necessários para obter em troca uma unidade do 
bem. 
 
Tipos de Mercado 
 De Bens de consumo: duráveis e não duráveis 
Os bens duráveis compreendem os produtos consumidos repetidas 
vezes, uso prolongado (móveis, eletrodomésticos), enquanto os não duráveis 
ECONOMIA E MERCADO 
 
26 
compreendem aqueles consumidos uma só vez (vestuário, alimentos, higiene 
pessoal, etc). 
 
 De Bens de produção 
Representados pelas máquinas, que fabricam outras máquinas e 
equipamentos, e também fabricam outros tipos de mercadorias. 
 
 De matérias primas 
Formado por produtos retirados da natureza, de origem animal, 
vegetal, mineral ou mobilizados de outras fontes. 
 De produtos básicos 
Formado principalmente por produtos como petróleo, certos tipos de 
sementes (selecionadas) e outros. 
 
 Monetário 
Formado por instituições bancárias que vivem, permanentemente, 
para captar e emprestar dinheiro. 
 
 Financeiro e de capitais 
Funciona com os mais diversos tipos de ações e títulos negociados 
nas Bolsas de Valores. 
 
 De trabalho 
Além dos mercados mencionados, este tem a função de procurar e 
selecionar pessoas que saibam realizar tarefas específicas, de acordo com as 
atividades da empresa e segmentos diversos do setor público. No campo da 
empresa privada, podemos exemplificar uma fábrica de tecidos, quando 
requer ou necessita de pessoas que entendam de trabalhar com fios, operar 
teares, vender tecidos etc. 
Para que se tenha um bom conhecimento dos mercados, temos que 
classificá-los inicialmente, levando em conta dois critérios: o primeiro diz 
respeito à importância da empresa no mercado em que opera e o segundo 
refere-se ao fato de os produtos serem homogêneos ou não. 
 
 Imobiliário 
Trabalha no ramo de imóveis (casas, apartamentos, terrenos) não só 
com venda e locação para moradia, mas também locação de cunho 
empresarial e venda de cunho especulativo (investimento). Este mercado, 
ECONOMIA E MERCADO 
 
27 
não menos importante, tem crescido bastante para acompanhar a demanda, 
gerando assim uma nova necessidade de equilíbrio. 
 
Classificação das formas de mercado 
Concorrência perfeita 
É um tipo de mercado que exige um número bastante grande de 
empresas vendendo o mesmo produto, tornando impossível a determinação 
de sua origem pelos consumidores, chegando ao ponto de a saída de uma 
delas não ser notada pelas empresas existentes, bem como pelos 
consumidores, ou seja, não afetando os níveis de oferta no mercado e, 
consequentemente seu preço. É o chamado mercado homogêneo, já que o 
bem produzido por uma empresa é exatamente igual ao bem produzido por 
outra. Porém, no mercado perfeitamente competitivo, prevalecem as 
seguintes condições: 
 
1. Produtos homogêneos, isto é, não existe diferenciação de 
produtos; 
2. Todas as empresas participantes poderão entrar e sair do 
mercado de forma imediata; 
3. Transparência do mercado requer que todos os participantes 
tenham pleno conhecimento das condições gerais que operam o mercado. 
 
Portanto, quando se cumprem, simultaneamente, todas as condições 
dir-se-á que é um mercado em concorrência perfeita. 
 
Oligopólio 
É um regime de mercado intermediário entre a concorrência perfeita 
e o monopólio. Neste modelo, temos um número de produtores pequeno o 
suficiente para que cada empresa seja importante, de modo que cada atitude 
tomada por uma afete as demais, principalmente os preços dos bens, por 
elas produzidos. Além disso, esses bens, apesar de perfeitamente 
substituíveis entre si, são diferenciados, permitindo que o consumidor saiba 
exatamente qual empresa produziu determinado produto. Esse regime de 
mercado torna-se o mais comumente encontrado na vida real. Exemplo: 
eletrodomésticos e veículos (duráveis), sabão em pó e pasta de dente (não 
duráveis). 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
28 
Concorrência imperfeita 
Os mercados em concorrência imperfeita são aqueles nos quais o 
produtor ou produtores são suficientemente grandes para ter efeito notável 
sobre o preço e são classificados como monopólio, ou seja, há um só 
ofertante, que tem plena capacidade de determinar o preço. 
 
Causas que explicam o aparecimento do monopólio 
1. O controle exclusivo do fator produtivo ou o domínio das fontes 
importantes de matérias primas indispensáveispara a produção de um 
determinado bem; 
2. A concessão de uma patente também gera uma situação de 
monopólio, de caráter temporal; 
3. O controle estatal da oferta de determinados serviços: correios e 
telégrafos, energia, água. 
 
Alternativas para regularização do monopólio, por parte do governo 
1. Estabelecer um imposto sobre o monopolista, de forma a reduzir 
os lucros extras, devolvendo parte desses recursos aos consumidores, através 
de transferências governamentais; 
2. Obrigar o monopolista a fixar um preço que elimine os lucros 
extras. Consiste em estabelecer o preço mais baixo sem forçar a empresa a 
sair do mercado. 
 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
29 
PONTO DE EQUILÍBRIO 
 O Preço de Mercado ou chamado PONTO DE EQUILÍBRIO é o 
ponto onde a oferta e a procura está em equilíbrio com o contexto, ou seja, o 
preço pelo qual os bens são vendidos na situação perfeita. 
 
 
Tabela e Gráfico da Demanda X Oferta 
(Ponto de Equilíbrio) 
 
 
 
Observe que o ponto de equilíbrio é aquele em que a mesma 
quantidade Demandada é a Ofertada, isso significa que ao preço de R$ 1, 20, 
os consumidores e os produtores estão dispostos a consumirem e a 
PREÇOS $ QUANTIDADE DEMANDADA QUANTIDADE OFERTADA 
0,40 50 10 
0,80 40 20 
1,20 30 30 
1,60 20 40 
2,00 10 50 
ECONOMIA E MERCADO 
 
30 
venderem exatamente a mesma quantidade de 30 unidades (para o exemplo 
citado). 
 Contudo, a economia é dinâmica, ou seja, as funções de oferta e 
demanda costumam se deslocar, ocasionando mudanças, e, a essas 
mudanças, atribuímos o nome de “deslocamento”, podendo ser da Oferta ou 
da Demanda. 
 
Gráfico Deslocamento da Demanda 
(Ponto de Equilíbrio) 
 
 
CONSUMO MAIOR CONSUMO MENOR 
 
 
Gráfico Deslocamento da Oferta 
(Ponto de Equilíbrio) 
 
 
 PRODUÇÃO MAIOR PRODUÇÃO MENOR 
 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
31 
CONCEITO DE ELASTICIDADE 
O dicionário Aurélio fala o seguinte: “Propriedade que apresenta 
certos corpos de retornar à sua forma primitiva ao cessar a ação que neles 
produziu uma deformação”. 
Na economia, elasticidade refere-se à sensibilidade, ou o grau de 
uma específica variável, em relação às alterações de outra, ou seja, é o grau 
de influência de um sobre o outro. 
As elasticidades mais estudadas são: 
 
1. Elasticidade-Preço da Demanda (Epd) 
É o resultado da demanda de um bem, em contraponto às variações 
no preço desse bem. Esses fatores são inversamente proporcionais. 
 
2. Elasticidade-Renda da Demanda (Er) 
Mede a variação percentual da mercadoria comprada em função da 
renda do consumidor. Refletindo o pensamento do consumidor, e denotando 
se ele considera o produto como inferior ou de luxo. 
 
3. Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda (Exy); e 
Mede a variação percentual da procura de um bem, em função da 
mudança de preço de outro bem (bens substitutos e bens complementares). 
 
 
4. Elasticidade-Preço da Oferta (Epo) 
Nesse caso, a medição é sempre diretamente proporcional, pois, 
sempre que aumentar a oferta o empresário estará disposto a aumentar a 
produção. 
 
 Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da 
demanda: 
 Existência de Bens Substitutos; e 
 Importância do bem, em relação ao orçamento do consumidor. 
 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
32 
BENS COMPLEMENTARES E BENS SUBSTITUTOS 
 Dois ou mais bens são considerados COMPLEMENTARES, do 
ponto de vista do consumidor, quando precisam ser consumidos juntos para 
que a satisfação do consumidor seja máxima. Assim, o feijão e o arroz, o café 
e o pão, que habitualmente são consumidos juntos, pelas pessoas, por hábito 
alimentar ou por qualquer outro motivo, são considerados bens 
complementares. Observe-se que complementar, não está na natureza dos 
bens, mas sim nos hábitos das pessoas que se acostumaram a consumi-los, 
ao mesmo tempo. 
 
 Os bens SUSBSTITUTOS são aqueles que, do ponto de vista do 
consumidor, podem ser trocados no momento do consumo, proporcionando 
satisfação igual ou semelhante. A manteiga e a margarina são exemplos de 
bens substitutos, pois, ambas cumprem o mesmo papel nos hábitos 
alimentares. Outro exemplo de bens substitutos é o café e o chá, a carne de 
vaca e a carne de porco, etc. 
 
1- Relação entre a procura de um bem e o preço de outros bens 
- Aumento no preço do bem Y acarreta em aumento na demanda do 
bem X: isso significa que os bens X e Y são substitutos ou concorrentes. 
 
- Aumento do preço do bem Y ocasiona a queda da demanda do bem 
X: os bens em questão, nesse caso, são complementares. São bens 
consumidos conjuntamente, como o café e o açúcar. 
 
 
2- Relação entre a procura de um bem e a renda do consumidor 
 
- Bem normal: são aqueles, cuja quantidade demandada, aumenta 
quando se aumenta a renda. 
 
- Bem de Luxo: ao se aumentar a renda a quantidade demandada 
aumenta, em maior proporção. 
 
- Bem de primeira necessidade: ao se aumentar a renda a 
quantidade demandada se mantém inalterada pois, como se trata de algo de 
primeira necessidade, já fazia parte das antigas aquisições do indivíduo. 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
33 
- Bem inferior: são aqueles, cujas quantidades demandadas, diminui 
quando a renda aumenta. Geralmente são bens para os quais há alternativas 
de melhor qualidade. 
 
CONTABILIDADE SOCIAL 
As entidades econômicas, devido ao crescente fenômeno da 
responsabilidade social, devem elaborar e apresentar informação sobre as 
atividades relacionadas com mais essa modalidade de responsabilidade. A 
Contabilidade Social, não só busca medir resultados no processo monetário, 
mas também toma o recurso humano, desde a ótica humana, vendo-o como 
um ser que sente e que tem necessidades a satisfazer. 
O objetivo da Contabilidade Social é medir a atividade produtiva de 
uma economia, quantificando, para tanto, em termos monetários os seus 
agregados macroeconômicos, tais como: produto, renda, despesa, 
investimento, poupança, gastos dos governos, exportação, importação etc. 
Existem dois sistemas de contabilidade social, praticamente, 
aplicados em todos os países o Sistema de Contas Nacionais e a Matriz de 
Relações Intersetoriais. O órgão que regula, através de modelos e manuais, é 
a Organização das Nações Unidas (ONU), além disso, orientam institutos de 
pesquisas na medição dos agregados nacionais. 
Como já citado anteriormente, o objetivo da Contabilidade Social é 
mensurar a atividade produtiva de uma economia, quantificando-a em 
termos monetários. Assim, só falta identificarmos quais são os principais 
agregados. São eles: renda; investimento; poupança; produção; produto; 
despesa; exportação e importação. 
É a partir dos fatores de exportação e importação, os dois últimos 
citados, que podemos retirar alguns indicadores. Como exemplo, o produto 
interno bruto (PIB), é o somatório dos bens e serviços produzidos 
internamente no país e o produto nacional bruto (PNB), que é a renda efetiva 
pertencente aos residentes do país. 
 
 
 
PNB = PIB + Renda Recebida do Exterior – Renda Enviada ao Exterior 
ECONOMIA E MERCADO 
 
34 
CONSUMO E POUPANÇA 
 Em determinado momento, as pessoas decidem como dividir o seu 
rendimento disponível entre consumo e poupança. 
Definimos por consumo a despesa em bens e serviços, com o 
objetivo da satisfação de necessidades e desejos. Estas podem ser 
necessidades básicas, como alimentação, vestuário e habitação; ou desejos 
associados ao consumo de bens de luxo, como férias num país exótico. 
A poupança é a diferença entre o rendimento recebido e a despesa 
realizada em bens de consumo. A decisão entre consumo e poupança é uma 
decisão entre consumir hoje ou consumir no futuro. 
Os gastos decorrentes da renda podem ser divididos em três 
componentes, dependendo da natureza do bem ou serviço adquirido: 
 
1 – Bens não duráveis - são alimentos e roupas, cuja vida útil é curta; 
 
2 – Serviços de consumo - são as despesas feitas com aluguéis, 
médicos, barbeiro, cinemas, transporte etc.; e 
 
3 – Bens duráveis - são como eletrodomésticosem geral, automóveis 
etc., cuja característica é ter vida útil muito maior do que os bens não 
duráveis de consumo. 
 
O ideal é quando as pessoas realizam todas as despesas necessárias à 
satisfação de suas necessidades e ainda conservam parte de sua renda. 
O valor que recebe o nome de poupança, que, definida formalmente, 
é a diferença entre a renda e o consumo das pessoas, podendo ser 
representada pela equação: 
P = R - C 
 
Onde: 
 P – poupança 
 R – Renda 
 C – Consumo 
 
Tradicionalmente - S = poupança (em inglês, Saving) Y = renda (em 
inglês, Yield) C = consumo (em inglês, consumption) Essa equação pode ser 
reescrita da seguinte forma: 
S = Y – C 
ECONOMIA E MERCADO 
 
35 
Até o presente momento, estudamos o termo POUPANÇA, no 
sentido do ATO de POUPAR (forma genérica), mas a poupança, comumente 
conhecida, é a Caderneta de Poupança (um dos diversos tipos de 
INVESTIMENTO). Para não confundirmos, vou citar alguns tipos de 
investimentos, que são utilizados com a renda já poupada. São eles: 
Caderneta de Poupança; Fundos de Investimentos; CDBs e RDBs; Títulos 
Públicos; Ações; Debêntures e Clubes de Investimentos. 
 
ECONOMIA MONETÁRIA 
 A economia monetária é onde o Governo pratica sua política 
monetária, um importante instrumento usado pelo Governo para conter a 
inflação. 
 
Moeda e sua história 
Moeda é um instrumento ou objeto, aceito pela coletividade, para 
intermediar as transações econômicas, para pagamentos de bens e serviços. 
Em sua origem, a moeda passou por algumas fases, as quais podemos 
dividir em seis: 
 
1 – Troca de Mercadorias - Antes da existência da moeda, o fluxo de 
trocas de bens e serviços na economia dava-se por escambo, com trocas 
diretas de mercadoria por mercadoria; 
 
2 – Mercadoria Moeda - Surgiu a necessidade de facilitar as trocas, 
então os indivíduos escolheram um produto que fosse de algum valor, por 
ser raro, e aceito por todos; 
 
3 – Moeda Metálica - A moeda metálica constitui outra forma de 
moeda e surgiu a partir do momento em que os metais preciosos passaram a 
assumir a função de moeda; 
 
4 – Moeda-Papel - Essa origem se deu na necessidade de que 
dispunham os comerciantes para fazerem suas transações comerciais; 
 
5 – Moeda Fiduciária (Papel-Moeda) - Como “moeda de curso 
forçado”, ou seja, aceita por força de lei. Não sendo mais como garantia em 
metais preciosos; e 
ECONOMIA E MERCADO 
 
36 
 
6 – Moeda Bancária - Essa é a evolução financeira da moeda, 
naturalmente, surgiu uma outra modalidade, a moeda bancária, que é 
basicamente composta pelo cheque e débito em conta. 
 
Funções da Moeda 
É considerado moeda tudo aquilo que desempenha as seguintes 
funções: 
1 – Meio ou instrumento de troca; 
2 – Medida de valor; 
3 – Reserva de valor; e 
4 – Padrão de Pagamento. 
 
A moeda existe justamente por desempenhar as funções citadas, e 
ao observar cada função, especificamente no que tange à sua história, vemos 
que essas funções têm correlação direta com a história de sua criação. Como 
exemplo, podemos citar a função de Padrão de Pagamento e Meio ou 
Instrumento de troca. O primeiro para atribuir valor justo às coisas, e o 
segundo à facilidade para negociação (evitando-se carregar bois, sacas de 
trigo e etc.) em mercados. 
A demanda e a oferta de moeda, disponibilizada pelo Governo, 
sempre é em busca de um controle sobre a taxa de juros, Observe que ao 
aumentar a quantidade de moeda no mercado, existe uma tendência muito 
forte de as pessoas reagirem de duas formas: a primeira é consumir e a 
segunda é poupar. Pela primeira característica citada a grande procura acaba 
por elevar seus preços, ocasionando uma queda na taxa de juros. 
Em situação hipotética inversa, ou seja, no caso de diminuição da 
oferta de moeda no mercado, haverá a necessidade de captação de dinheiro 
junto aos agentes financeiros, ou seja, pessoas pediram empréstimos junto 
aos bancos, para suprirem suas necessidades. A grande procura por 
financiamento acaba por elevar a taxa de juros dos bancos, o que faz com 
que esta suba e atinja um novo equilíbrio. 
 
 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
37 
SISTEMA FINANCEIRO 
Pelo rumo de crescimento mundial, que se tomou a economia 
moderna, possui elevado grau de complexidade. Para isso, faz-se necessária a 
presença de alguém, que regule sobre o assunto, para facilitar e regular a 
circulação de moeda entre os agentes econômicos. Esse papel é 
desempenhado por um sistema responsável pela intermediação da moeda 
entre os agentes econômicos. 
Daí surge então o Sistema Financeiro, que é formado por órgãos e 
instituições, ou seja, um conjunto desses que regula, fiscaliza e executa as 
operações relativas à circulação de moeda e do crédito. 
Para entendermos bem como funciona o sistema financeiro, 
devemos primeiro conhecer os agentes econômicos, tais como: os agentes 
superavitários e os deficitários. O sistema financeiro facilita na captação de 
recursos dos agentes superavitários, passando para os deficitários à medida 
de suas necessidades ou deficiências, ou seja, os agentes financeiros 
deficitários captam recursos para seus gastos através de transferências dos 
agentes superavitários. Porém, essa transferência não é de forma direta, ela 
ocorre com a intermediação do sistema financeiro, e é cobrada uma 
diferença por esse serviço de intermediação, é o chamado SPREAD. 
 Spread – é a remuneração do sistema financeiro, que é a diferença 
entre a taxa de juros cobrada dos agentes deficitários e a paga aos agentes 
superavitários. 
 Pela existência de empresas de diversos portes e interesses há 
investidores específicos para cada uma delas, com fins de aplicar objetivando 
retorno financeiro no curto, médio ou longo prazo, e com diferentes níveis de 
risco. 
Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e 
investidores, estes recorrem aos intermediários financeiros, que cumprem a 
função de reunir investidores e companhias, propiciando a alocação eficiente 
dos recursos financeiros na economia. O papel dos intermediários financeiros 
é harmonizar as necessidades dos investidores (agentes superavitários) com 
as das companhias abertas (agentes deficitários). Por exemplo, uma 
companhia que necessita captar recursos para investimentos, se desejar 
fazê-lo através do mercado de capitais, deve procurar os intermediários 
financeiros, que irão distribuir seus títulos para serem oferecidos a diversos 
investidores, possibilitando mobilizar o montante de recursos requerido pela 
companhia. 
ECONOMIA E MERCADO 
 
38 
Mercados do Sistema Financeiro Brasileiro 
 Mercado monetário: é o mercado onde se concentram as 
operações para controle da oferta de moeda e das taxas de juros de curto 
prazo, com vistas a garantir a liquidez da economia. O Banco Central do Brasil 
atua neste mercado praticando a chamada Política Monetária. 
 Mercado de crédito: atuam neste mercado diversas instituições, 
financeiras e não financeiras, prestando serviços de intermediação de 
recursos, de curto e médio prazo, para agentes deficitários que necessitam 
de recursos para consumo ou capital de giro. O Banco Central do Brasil é o 
principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste 
mercado. 
 Mercado de capitais: tem como objetivo canalizar recursos de 
médio e longo prazo para agentes deficitários, através das operações de 
compra e de venda de títulos e valores mobiliários, efetuadas entre 
empresas, investidores e intermediários. A Comissão de Valores Mobiliários é 
o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização 
deste mercado. 
 Mercado de câmbio: mercado onde são negociadas as trocas de 
moedas estrangeiras por reais. O Banco Central do Brasil é o responsável pela 
administração, fiscalização e controle das operações de câmbio e da taxa de 
câmbio atuando através de sua Política Cambial. 
(FONTE: www.portaldoinvestidor.gov.br / 27.05.2011) 
 
Organização do Sistema Financeiro Nacional 
 A organizaçãodo sistema financeiro nacional constitui-se de Bancos 
Comerciais, Bancos de Investimento, Sociedades Financeiras e Bancos 
Oficiais. Essa organização foi estabelecida, inicialmente, pelas leis 4.595/64 e 
4.728/65, possibilitando as instituições a realizarem diversas modalidades de 
operações de crédito. 
 
 O banco comercial pode ser público ou priavado, especializado em 
operações de crédito de curto e médio prazo, com o objetivo de 
proporcionar crédito ao mercado comum (indústria, comércio, agricultura e 
pessoas). 
 O banco de investimento é privado e especializado em operações de 
médio e longo prazos, atende particularmente a empresas e no uso de 
captação de recursos para investimento. 
http://www.portaldoinvestidor.gov.br/
ECONOMIA E MERCADO 
 
39 
 As sociedades financeiras são privadas, especializadas em operações 
de crédito para financiar a compra de bens e serviços do consumidor. Ao 
dirigir-se a uma loja, fazendo a compra de algum bem, que necessite de um 
prazo maior para pagamento, o consumidor contrata uma operação de 
crédito desse tipo, como o pagamento em carnê, por exemplo. 
 Os bancos oficiais instituições cujo objetivo principal é o repasse e a 
aplicações dos fundos oficiais. Atuam também como banco comercial, como 
autoridade monetária e como banco de desenvolvimento. 
 
 O Conselho Monetário Nacional, orgão de cúpula do sistema 
financeiro nacional, coordena as políticas monetárias, fiscal, creditícia e da 
dívida pública. As decisões são divulgadas pelo Banco Central do Brasil, por 
meio de resolução. 
 As principais atividades do Banco Central do Brasil são as de: emitir 
papel moeda; regular assuntos tocantes às instituições financeiras, bem 
como os serviços de compensação de cheques; efetuar operações de compra 
e venda de títulos públicos federais e realizar operações de crédito à 
federação; efetuar o controle dos capitais estrangeiros; efetuar práticas ao 
devido funcionamento do mercado cambial e do equilíbrio do balanço de 
pagamentos; e comprar e vender títulos de sociedades de economia mista e 
de empresas do estado. 
 O Banco do Brasil exerce duas funções principais, a primeira é como 
banco comercial e a segunda, como agente financeiro do governo federal, 
exerce grande influência na economia brasileira. Dentre essas atribuições do 
Banco do Brasil, ele tem atribuições específicas, tais como: adquirir e 
financiar estoques de produção exportável (fomento); executar a política de 
preços mínimos dos produtos agorpastoris; ser agente pagador e recebedor 
fora do país; executar o serviço de compensação de cheques e outros papéis; 
realizar operações de compra e venda de moeda estrangeira; dar execução à 
política de comércio exterior; e financiar as atividades industriais e rurais e 
difundir e orientar o crédito, suplementando a ação da rede bancária. 
 O Banco nacional de Desenvolvimento Econômico foi criado com o 
intuito de financiar a criação e a expansão dos investimentos em infra 
estrutura (energia elétrica, portos, transportes, etc.). Seus recursos provêm 
do Programa de Integração Social (PIS) e do Patrimônio do Servidor Público 
(Pasep), o primeiro administrado pela Caixa Econômica Federal, e o segundo, 
pelo Banco do Brasil. Em 1982 teve seu nome alterado para Banco Nacional 
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e passou a receber 
recursos do Financiamento de Investimento Social (Finsocial) contribuição 
ECONOMIA E MERCADO 
 
40 
paga pelos empresários produtores de mercadorias; com essa mudança 
passou a atuar também no campo social. 
 
INFLAÇÃO 
Define-se inflação como uma situação em que há um aumento 
contínuo e generalizado dos bens e serviços. Podemos acrescentar que uma 
economia é inflacionária quando os preços aumentam continuamente e por 
um longo período de tempo. 
Outro aspecto a ser considerado é o fato do aumento de preços 
estender-se a todos os bens e serviços da economia. Assim, se apenas os 
bens produzidos por um determinado setor, tiverem seus preços elevados 
não estará caracterizada uma inflação. 
É medida a inflação através de números índices, que são fórmulas 
matemáticas, que dizem a porcentagem de aumento nos preços dos bens e 
serviços. 
Atualmente, os principais órgãos responsáveis pelo cálculo da 
inflação no Brasil, são quatro: a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Instituto de Pesquisas 
Econômicas (Fipe) e o Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e 
Socioeconômicos (Dieese). 
 
No Brasil são usados os seguintes índices: 
 Índice de Custo de Vida (ICV) – mede a evolução dos gastos de 
família com renda até 05 (cinco) salários mínimos, com as despesas 
realizadas para suprir as necessidades básicas: habitação, vestuário, 
transporte e lazer, etc. 
 Índice de Preço por Atacado (IPA) – enquanto o ICV considera os 
preços dos bens e serviços ao nível do consumidor, o IPA considera a 
evolução dos preços em nível de comercialização no atacado. 
 
 Índice Nacional da Construção Civil (INCC) – é um índice que 
apenas acompanha evolução dos preços dos materiais, equipamentos e mão 
de obra (empregados na construção civil). 
 
 Índice Geral de Preços (IGP) – este índice é a média ponderada 
dos índices anteriores, de acordo com os seguintes pesos, e que mede 
oficialmente a inflação no Brasil: 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
41 
Índice de Custo de Vida (ICV) 3,0 
Índice de Preço por Atacado (IPA) 6,0 
Índice da Construção Civil (ICC) 1,0 
 
Logo, o cálculo do IGP se dará pela fórmula: 
 
IGP = (3,0 x ICV) + (6,0 x IPA) + (1,0 x ICC) 
3,0 + 6,0 + 1,0 
 
Algumas Causas da Inflação 
 Aumento excessivo dos meios de pagamento em relação à 
quantidade dos bens e serviços produzidos pela economia (emissão 
desordenada da moeda). 
 
 Reduzida produção dos bens e serviços. 
 
 Déficit orçamentário do setor público (despesas exageradas por 
parte dos governantes em relação à receita arrecadada). 
 
Algumas Consequências da Inflação 
 Sobre a distribuição de renda – os trabalhadores saem perdendo, 
pois seus salários são reajustados com tempo bastante defasado, enquanto 
que os preços dos bens e serviços, sobem quase que diariamente. Os 
empresários passam a defender seus ganhos repassando o aumento de seus 
custos para o consumidor, através da elevação do preço dos seus produtos. 
Os donos de imóveis têm suas propriedades valorizadas e até os profissionais 
liberais asseguram seu poder de compra aumentando seus honorários. 
 
 Sobre a balança comercial – com a inflação, os preços dos bens e 
serviços, produzidos internamente, tendem a ficar mais caros, estimulando, 
dessa forma, a compra de produtos importados e, em razão disso, gerar 
déficit na balança comercial. 
 
 Sobre as expectativas de investimento – num processo 
inflacionário, as incertezas dos empresários, quanto às suas taxas de lucro 
futuro, fazem com que diminuam os investimentos, reduzindo assim a 
capacidade produtiva do sistema econômico. 
ECONOMIA E MERCADO 
 
42 
 Sobre a instabilidade social e política - resultante do processo 
inflacionário, isto é, em virtude do desequilíbrio entre preços e salários, os 
trabalhadores exigem o reajustamento dos seus ganhos, para poder 
recuperar o poder aquisitivo perdido. Geralmente são reivindicações 
negadas, gerando por consequência, os movimentos grevistas, com 
repercussão negativa, nos seus lares e outras perturbações sociais. 
 
Tipos de Inflação 
 Inflação de custo - Decorrente do aumento dos custos 
relacionados com a oferta de bens e serviços: provocado pelo aumento do 
preço da matéria prima, dos custos da mão de obra, dos impostos e da 
margem de lucro. 
 Inflação de demanda – Acarretada basicamente por uma certa 
defasagem, entre a quantidade ofertada e a quantidade demandada, sendo 
esta última bem maior do que a primeira. Pode ser provocada pelo aumento 
de oferta monetária (quando o governo pratica emissão de moeda), criando 
na população, em curto prazo,a ideia de aumento de poder aquisitivo, ou 
também pela redução da oferta de bens e serviços a uma demanda 
constante, quando ocorre o fechamento de unidades produtoras. 
 
 Inflação estrutural - A inflação estrutural está estreitamente 
relacionada com a ineficiência de serviços fornecidos pela infra estrutura de 
uma determinada economia. Essa ineficiência, obviamente, eleva 
desnecessariamente os custos dos serviços prestados pelo Governo, 
acarretando, dessa maneira, uma majoração dos custos de produção e, em 
seguida, o aumento dos preços das mercadorias no mercado. 
Fica claro perceber que se as estradas de um determinado país estão 
em péssimo estado de conservação, consequentemente, os custos de 
transporte e distribuição ficarão mais elevados. Se os portos são ineficientes, 
as exportações acabarão ficando mais caras e o produto ficará pouco 
competitivo no mercado internacional. 
 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
43 
Inflação no Brasil 
No Brasil, os cálculos da inflação começaram a ser realizados em 
1920, com o surgimento dos primeiros institutos de pesquisa. A conta era 
feita pela Fazenda Nacional e usava a metodologia da Europa — que 
começou a medir a alta dos preços na época dos Grandes Descobrimentos 
(por volta do ano de 1400). Porém, os dados não refletiam a realidade do 
país. Isso porque eram baseados nos gastos de apenas uma família (soma dos 
valores dos produtos da classe média alta, minoria da população). 
Em 1936, com a criação da Lei do Salário Mínimo, o cálculo de preços 
sofreu várias reformulações, passando a ser calculado pela Fundação Getúlio 
Vargas (FGV), sob a denominação de Índice de Custo de Vida (ICV). Nesse 
período foram criadas novas formas de se calcular a inflação, baseadas em 
cestas de consumo (um grupo de produtos determinados, essenciais aos 
brasileiros, cuja variação dos preços era acompanhada mês a mês). 
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a economia 
brasileira se mostrava estável, com uma taxa de inflação em torno de 3% ao 
ano. Porém, com a fase da industrialização, nos anos 60, os índices de preços 
subiram. As greves e o movimento de resistência à ditadura militar da época 
geraram um ambiente anárquico, elevando a inflação para até 90% ao ano. 
Nos anos 70, durante o regime militar, a inflação ainda mostrava 
sinais de alta, mas as taxas não eram mais divulgadas. Os dados do período 
são considerados duvidosos, já que alguns órgãos oficiais teriam sido 
forçados a manipular os números para baixá-los. 
A inflação deu um ligeiro sinal de queda a partir de 1985, com a 
redemocratização e o lançamento do Plano Cruzado. No entanto, a troca da 
moeda não segurou o indicador, que passou de 72,53%, em 1986, para 
363,37%, em 1987. A partir de então, os governos tentaram uma série de 
planos econômicos para tentar conter a 'hiperinflação', que fechou o ano de 
1989 a 1.972,91% ao ano. Os planos Bresser, Cruzado e Collor conseguiram 
resultados favoráveis, mas com um alto custo para a classe média — que 
chegou, por exemplo, a ter suas poupanças bloqueadas — e por um curto 
espaço de tempo. 
A situação só foi controlada a partir de 1994, com o lançamento do 
Plano Real, que deu a presidência ao então ministro da Fazenda Fernando 
Henrique Cardoso. O índice de aumento de preços passou de 916,43%, 
naquele ano, para 22,41% no período seguinte. 
ECONOMIA E MERCADO 
 
44 
Depois de vários sobressaltos provocados, tanto por crises 
econômicas internas, quanto externas, atualmente a inflação se mostra sob 
controle, bem próxima das metas estipuladas pelo governo. 
 
Deflação 
Representa o efeito inverso da inflação, isto é, caracteriza-se pelos 
efeitos prejudiciais em face de depreciação monetária e dos preços, ou seja, 
a oferta dos bens e serviços excede a procura, por consequência, os preços 
cairão. Segundo o professor Gastaldi, a deflação pode gerar desemprego 
generalizado, em razão do enfraquecimento de todos os setores da 
economia, tornando-se danosa, não apenas aos investidores e credores, mas 
principalmente aos devedores. 
 Podemos acrescentar ainda que, quando a deflação é acentuada, 
pode causar grandes perturbações na vida econômica, porque restringe o 
poder aquisitivo da moeda, determinando queda dos preços. Suas 
consequências são bem mais graves em relação à inflação. 
 
SETOR EXTERNO 
Política Cambial 
O regime cambial de taxas flutuantes, pelo qual a atuação do Banco 
Central do Brasil busca reduzir a volatilidade do mercado cambial sem 
interferir na tendência da taxa de câmbio, foi mantido em 2010. Em 
ambiente externo caracterizado pela depreciação da moeda dos Estados 
Unidos (EUA), assim como pela iniciativa de vários países em frear a 
valorização de suas moedas, a exemplo da China, buscando manter a 
competitividade de suas exportações, houve significativa pressão de 
valorização sobre as moedas dos países emergentes. O setor externo abrange 
uma visão Macroeconômica em que não é pela divisão de países ou 
territórios que se dividem a economia, mas sim pela visão de livre comércio, 
onde são as moedas e suas taxas de cambio que segregam as relações de 
modo a identificarmos os agentes econômicos. 
 Taxa de câmbio é o preço de uma moeda em relação à outra, como o 
preço do Real frente ao Dólar. 
Cambio fixo é quando uma moeda tem o preço fixo em relação à 
outra, neste caso o governo se compromete a intervir na economia 
comprando e vendendo (em sua maioria dólar), de forma a manter a 
paridade das moedas fixas. Como já fixado anteriormente em US$1.00 por R$ 
ECONOMIA E MERCADO 
 
45 
1,70, para manter esta paridade o governo compraria quantos dólares forem 
necessários (ampliando suas reservas) ou venderia (diminuindo suas 
reservas) de forma a manter o dólar sempre ao preço de R$ 1,70. 
Câmbio flutuante é quando o preço de uma moeda em relação à 
outra é determinada pelo mercado, ou seja, pelas leis de oferta e procura 
pela moeda, assim como qualquer mercadoria numa economia. Dessa forma 
o governo não interfere no mercado e a paridade da moeda pode variar a 
todo o momento ao longo de um determinado período de tempo. 
 
Balança de Pagamento 
É um instrumento da contabilidade nacional, com visão 
macroeconômica, referente ao detalhamento das relações comerciais, de um 
país, com o resto do mundo. Registrando o fluxo monetário do país, através 
das importações e exportações e pelas transferências comerciais. 
Pelo décimo ano consecutivo, o resultado da balança de pagamentos 
foi positivo. Em 2010, por exemplo, foi gerado excedente de financiamento 
externo, definido como o somatório do resultado em transações correntes e 
dos fluxos líquidos de investimentos estrangeiros diretos (IED), de US$ 944 
milhões no ano, equivalentes a 0,05% do PIB, ante US$ 1,6 bilhão (0,1% do 
PIB) em 2009. 
 
Organismos Internacionais 
O comércio internacional é resultado das necessidades de negócio 
entre os diversos países, em quem eles vendem o que produzem com 
vantagem (são especialistas) e compram o que os outros produzem com 
vantagem. Para facilitar esta negociação de forma mais equilibrada e justa, 
ou de modo a manter um grupo de países mais forte temos algumas 
organizações comerciais internacionais com esse escopo como a UE (União 
Européia) e o Mercosul (Mercado Comum do Sul). 
A organização internacional é uma associação voluntária de países, 
constituída mediante um tratado ou acordo de cooperação, de caráter 
permanente, não obrigatório, com finalidade de atingir os objetivos comuns, 
determinados por seus membros constituintes, com regulamento próprio e 
órgãos de direção, compostos por pessoas indicadas pelos países 
participantes. 
 
ECONOMIA E MERCADO 
 
46 
SETOR PÚBLICO 
Assim como os diversos setores da economia afetam sua estrutura 
econômica, podemos dizer que a interferência do governo é de fundamental 
importância no equilíbrio dos países. Isso não se trata de adotar uma política 
socialista, nem de excluir o liberalismo capitalista. 
O que está se dizendo,

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