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ARQUITETURA MODERNA NA ÁFRICA LUSÓFONA 
Quelimane e a obra de João Garizo do Carmo 
(1952-1970) 
 
 
Catarina Delgado Mateus da Silva 
 
 
 
Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em 
Arquitetura 
 
 
 
Júri 
Presidente: Professor Doutor João Vieira Caldas 
Orientador: Professora Doutora Ana Cristina dos Santos Tostões 
Vogal: Professora Bárbara dos Santos Coutinho 
 
 
Novembro 2013 
1 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
A todos os que permitiram o desenvolvimento deste trabalho, agradeço: 
 
À Professora Ana Tostões o exemplo, a motivação e a oportunidade. A 
possibilidade de contacto com toda a realidade investigada e toda a 
partilha de conhecimento, que se revelou uma inspiração para mim. 
 
À Zara a sabedoria, a presença e acima de tudo a incondicional amizade. 
 
À Verónica a confiança, a disponibilidade, a cumplicidade, o sonho. Por 
toda a partilha que contribuiu determinantemente para o real 
conhecimento do arquiteto João Garizo do Carmo. 
 
Genericamente, aos membros da equipa EWV e a todas as pessoas que 
interessadamente contribuíram na minha investigação, em particular ao: 
José Espirito Santo, José Forjaz, Luís Lage e Presidente Manuel de Araújo. 
 
À minha mãe a dedicação. Ao meu pai a compreensão. Aos meus avós o 
carinho. 
 
Ao Helder o infinito. 
 
 
 
 
 
 
Obrigada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
RESUMO 
 
 
 
 
 
Esta dissertação pretende contribuir para a caracterização da Arquitetura 
Moderna na África Lusófona do ponto de vista do seu enquadramento nos 
pressupostos formais, tecnológicos e ideológicos do Movimento Moderno e 
da sua capacidade de resposta ao contexto climático em que se insere. A 
observação das obras do arquiteto João Garizo do Carmo, em particular dos 
dois casos de estudo escolhidos, é deste modo enquadrada na geografia e 
cultura da cidade de Quelimane, materializando os conceitos da arquitetura 
moderna tropical. 
 
 É visível, no conjunto da sua obra, a influência e admiração pela arquitetura 
moderna brasileira. A qualidade plástica das suas obras são consequência 
das capacidades construtivas e estruturais do betão armado onde “não 
importa apenas a linguagem, a forma, mas sim os métodos, a construção, a 
funcionalidade. É necessário que o desenho tenha em atenção as 
condições mesológicas africanas, que compreendem soluções climatéricas 
ajustadas aos trópicos, como ventilação, exposição solar, pluviosidade.”1 A 
união das artes, o dinamismo, a função e a libertação estrutural 
caracterizam esta utopia moderna, associada à ideia de progresso e de 
transformação da sociedade. 
 
 
Palavras-chave: Arquitetura Moderna Tropical, Moçambique, Quelimane, 
João Garizo do Carmo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Ana Vaz Milheiro – “Experiências em Concreto Armado na África Portuguesa: Influências do 
Brasil”, In Pós – Revista do Programa de Pós-Graduação e Urbanismo da FAUUSP, de Junho de 2009, 
nº 25. 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
 
This dissertation aims to contribute to the characterization of Modern 
Architecture in Lusophone Africa from the point of view of formal, 
technological and ideological assumptions of the Modern Movement and its 
responsiveness to the climatic context in which it operates. The observation of 
the works of architect João Garizo Carmo, particularly the two chosen case 
studies, is thus framed in the geography and culture of the city of Quelimane, 
materializing the concepts of modern tropical architecture. 
 
It is visible in all of his work, the influence and admiration for modern Brazilian 
architecture. The plastic quality of his works is a result of constructive and 
structural capacity of reinforced concrete where "not only the language 
matters, the form, but the methods, construction, functionality. It is necessary 
for the design to take into consideration African mesologic conditions, which 
include tropics adjusted climate solutions, such as ventilation, sunlight, 
rainfall."2 This modern utopia is characterized by linking the arts, dynamism, 
function and structural liberation, associated with the idea of progress and 
social transformation. 
 
 
Keywords: Modern Tropical Architecture, Mozambique, Quelimane, João 
Carmo Garizo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 2 Ana Vaz Milheiro – “Experiências em Concreto Armado na África Portuguesa: Influências do 
Brasil”, In Pós – Revista do Programa de Pós-Graduação e Urbanismo da FAUUSP, de Junho de 2009, 
nº 25. 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
INDICE 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
01. QUELIMANE, GEOGRAFIA DE UM LUGAR 
 
CONTEXTO 
 
História 
Clima 
Classificação 
Carta Solar 
Temperatura 
Humidade 
Pluviosidade 
Ventos 
Conforto 
 
URBANISMO 
 
ARQUITETURA 
 
Forma e clima 
 
Imagem moderna 
 
02. JOÃO AFONSO GARIZO DO CARMO, ARQUITECTO 
 
VISÕES CRUZADAS: FORMAÇÃO, INFLUÊNCIA E OBRA 
 
ENTRE BEIRA E QUELIMANE 
 
03. CASOS DE ESTUDO 
 
PAÇO EPISCOPAL 
 
PALÁCIO DAS REPARTIÇÕES 
 
Conclusão 
Bibliografia 
Anexos 
Paço Episcopal 
Palácio das Repartições 
Cronologia 
 
 
27 
 
 
 
33 
 
33 
45 
46 
48 
49 
50 
50 
51 
52 
 
55 
 
67 
 
67 
 
73 
 
 
 
 
 
 
87 
 
101 
 
 
 
137 
 
159 
 
171 
173 
189 
191 
195 
199 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
 
 
 
ACTD – Arquivo Científico Tropical 
AHD – Arquivo Histórico Diplomático 
AHU – Arquivo Histórico Ultramarino 
ANTT – Arquivo Nacional da Torre do Tombo 
AO – Ordem dos Arquitectos 
BNP – Biblioteca Nacional Portuguesa 
CIAM – Congresso Internacional de Arquitectura Moderna 
EGAP – Exposições Gerais de Arte Plástica 
ESBAL – Escola Superior de Belas Artes de Lisboa 
ESBAP – Escola Superior de Belas Artes do Porto 
EWV – Exchanging Worlds Visions 
FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia 
GUC – Gabinete de Urbanização Colonial 
GUU – Gabinete de Urbanização do Ultramar 
ICAT – Iniciativas Cultural Arte e Técnica 
IICT – Instituto de Investigação Científica Tropical 
IPAD – Instituto de Apoio ao Desenvolvimento 
ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa 
ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão 
IST – Instituto Superior Técnico 
PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa 
ODAM – Organização dos Arquitectos Modernos 
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a 
Cultura 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
INDICE DE FIGURAS 
 
 
 
 
 
001. Vista geral, Quelimane, 1900 
Fonte: http://www.delcampe.net 
002. Limpando arroz, Quelimane, 1902 
Fonte: ACTD, Colecção Aspectos de Quelimane, Fotografo J.& M. Lazarus 
Photos,1902, nº 5908, Cota: PRA/PI372 
 
003. Fábrica de coco, Quelimane, (-) 
Fonte: ACTD, Imagem de indústria e agricultura em Moçambique tiradas 
pelo Centro de Informação e Turismo, Fotografo CITMoçambique, s.d., nº 
17108, Cota: AGU/PI0114 
 
004. Carnaval, Quelimane, (-) 
Fonte: IICT, “O carnaval em Quelimane”,Polícia Moçambique, nº 19, Jan-
Fev-Mar. 1972, p.13, Cota: 3166 IICT 
 
005. Cais, Quelimane, 1868 
Fonte: ACTD, Coleccção Quelimane em 1868, Fotografo B.Kisch, 1868, nº 
5744, Cota: PRA/PG076 
 
006. Caminhos-de-Ferro, Quelimane, 1905 
Fonte: ACTD, Colecção Aspectos da Campanha do Zambeze, autor não 
identificado, 1905, nº 5923, cota: PRA/ PI390 
007. Cais, Quelimane, 1891 
Fonte: ACTD, Colecção África Oriental - Província de Moçambique, 
Fotografo Manoel Romão Pereira, 1891, nº 5033, Cota: PRA/PM115 
 
008. Câmara Municipal, Quelimane, 1891 
Fonte: ACTD, Missão Marianno de Carvalho à província de Moçambique, 
Fotografo Manoel Romão Pereira, 1891, nº 4885, Cota: PRA/PK220 
 
009. Repartições Públicas, Quelimane, 1891 
Fonte: ACTD, Missão Marianno de Carvalho à província de Moçambique, 
Fotografo Manoel Romão Pereira,1891, nº4895, Cota: PRA/PK250 
010. Igreja de Nossa Senhora do Livramento, Quelimane, 1891 
Fonte: ACTD, Colecção África Oriental - Província de Moçambique, Fotografo 
Manoel Romão Pereira, 1891, nº 5029, Cota: PRA/PM100 
http://www.delcampe.net/
12 
 
011. Hospital Civil e Militar, Quelimane, 1891 
Fonte: ACTD, Colecção África Oriental - Província de Moçambique, 
Fotografo Manoel Romão Pereira, 1891, nº 5018, Cota: PRA/PM094 
 
012. Escola Municipal do sexo femenino, Quelimane, 1891 
Fonte: ACTD, Colecção Aspectos de Moçambique, autor não identificado, 
1891, nº5588, Cota: PRA/PK651 
 
013. Mercado, Quelimane, 1891 
Fonte: ACTD, Missão Marianno de Carvalho à província de Moçambique, 
Fotografo Manoel Romão Pereira, 1891, nº 4888, Cota: PRA/PK232 
 
014. Casa do Comendador, Quelimane, 1891 
Fonte: ACTD, Missão Marianno de Carvalho à província de Moçambique, 
Fotografo Manoel Romão Pereira, 1891, nº4892, Cota: PRA/PK244 
015. Marginal, Quelimane, 1891 
Fonte: ACTD, Colecção África Oriental - Província de Moçambique, 
Fotografo Manoel Romão Pereira, 1891, nº 5062, Cota: PRA/PM218 
 
016. Câmara Municipal, Quelimane, 1912 e 1929 
Fonte: João Loureiro – Postais antigos & outras memórias da Zambézia. 
Lisboa : Maisimagem Comunicação Global, 2001, p.16 e 20. 
 
017. Correios, Quelimane, 1912 e 1929 
Fonte: João Loureiro – op.cit., p.18 e 21. 
 
018. Hospital, Quelimane, 1929 
Fonte: João Loureiro – op.cit., p.20 
 
019. Mercado, Quelimane, 1929 
Fonte: João Loureiro – op.cit., p.23 
 
020. Fazenda, Quelimane, 1929 
Fonte: João Loureiro – op.cit., p.21. 
 
021. Porto, Quelimane, 1929 
Fonte: João Loureiro – op.cit., p.23. 
 
022. O Sol, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
 
13 
 
023. Localização da cidade de Quelimane em Moçambique 
Fonte: Zara Ferreira – O Moderno e o clima na África Lusófona, Arquitectura 
escolar em Moçambique: o programa de Fernando Mesquita Dissertação 
para Mestrado em Arquitectura. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2012, 
p.125. 
 
024. Comportamento do Sol 
Fonte: Zara Ferreira – O Moderno e o clima na África Lusófona, Arquitectura 
escolar em Moçambique: o programa de Fernando Mesquita Dissertação 
para Mestrado em Arquitectura. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2012, 
p.263. 
 
025. A temperatura 
Fonte: Zara Ferreira – O Moderno e o clima na África Lusófona, Arquitectura 
escolar em Moçambique: o programa de Fernando Mesquita Dissertação 
para Mestrado em Arquitectura. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2012, 
p.263. 
 
026. A humidade 
Fonte: Zara Ferreira – O Moderno e o clima na África Lusófona, Arquitectura 
escolar em Moçambique: o programa de Fernando Mesquita Dissertação 
para Mestrado em Arquitectura. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2012, 
p.263. 
 
027. A pluviosidade 
Fonte: Zara Ferreira – O Moderno e o clima na África Lusófona, Arquitectura 
escolar em Moçambique: o programa de Fernando Mesquita Dissertação 
para Mestrado em Arquitectura. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2012, 
p.263. 
 
028. Diagrama termo-pluviométrico 
Fonte: BOLÉO, José de Oliveira – “Elementos para o Estudo das Condições 
Climáticas de Moçambique”. Moçambique - Documentário Trimestral, nº 44, 
Lourenço Marques, 1945, p. 104. Disponível em: 
http://memoriaafrica.ua.pt/DesktopModules/MABDImg/ShowImage.aspx?q=
/MDT/ 
 
029. Orientação dos ventos predominantes 
Fonte: Zara Ferreira – O Moderno e o clima na África Lusófona, Arquitectura 
escolar em Moçambique: o programa de Fernando Mesquita Dissertação 
para Mestrado em Arquitectura. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2012, 
p.263. 
 
14 
 
030. Carta de Conforto Térmico de Quelimane 
Fonte: Manuel Monteiro Correia – ”Conforto Térmico em Quelimane”, Serviço 
Meteorológico de Moçambique, SMM 84, Memória 78, 25 Julho 1973, p.14. 
 
031. Vistas aéreas, Quelimane, anos 30 e 60 
031.1. Fonte: ACTD, Colecção Aspectos de Moçambique, autor não 
identificado, anos 30, nº1647, Cota: AGU/ DD0022 
031.2. Fonte: João Loureiro – op.cit., p.25. 
 
032. Uma rua, Quelimane, 1891 e 1929 
032.1. Fonte: ACTD, Colecção Missão Marianno de Carvalho à província de 
Moçambique, Fotografo Manoel Romão Pereira, 1891, nº 4901, Cota: 
PRA/PK268 
032.2. Fonte: João Loureiro – op.cit., p. 21 
 
033. Planta Topografica da cidade de Quelimane (1945), João de Aguiar, GUC 
Fonte: AHU, Planos de urbanização: Moçambique: Quelimane (1945-72), 
Cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097/12421 
034. Planta Geral de Urbanização de Quelimane - estudos (1947), João de 
Aguiar, GUC 
Fonte: AHU, Planos de urbanização: Moçambique: Quelimane (1945-72), 
Cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097/ 12975 
035. Plano Geral de Urbanização de Quelimane (1950), João de Aguiar, GUC 
Fonte: AHU, Planos de urbanização: Moçambique: Quelimane (1945-72), 
Cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097 
036. “A cidade do betão e o caniço”, Quelimane, (-) 
Fonte: Fonte: AHU, Planos de urbanização: Moçambique: Quelimane (1945-
72), Cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097/12421 
037. Esquema dos limites das àreas de estudo e levantamento existentes (1964) 
Fonte: AHU, Planos de urbanização: Moçambique: Quelimane (1945-72), 
Cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097/12421 
038. Terrenos destinados a bairros indigenas (1964) 
Fonte: AHU, Planos de urbanização: Moçambique: Quelimane (1945-72), 
Cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097/12421 
039. Áreas da cidade com necessidade de arranjo urbanistico (1964) 
Fonte: AHU, Planos de urbanização: Moçambique: Quelimane (1945-72), 
Cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097/12421 
 
 
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20correia,%20manuel%20monteiro
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20conforto%20termico%20em%20quelimane
15 
 
040. Solução urbanistica da zona da Sargrada Familia (1964) 
Fonte: AHU, Planos de urbanização: Moçambique: Quelimane (1945-72), 
Cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097/12421 
041. Solução urbanistica entre a Rua Antoónio e a Sagrada Familia (1964) 
Fonte: AHU, Planos de urbanização: Moçambique: Quelimane (1945-72), 
Cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097/12421 
042 .Avenida Dr. Oliveira Salazar, Quelimane, 1968 
Fonte: João Loureiro – op.cit., p.30. 
 
043. Praças e jardins da cidade – Praça João de Azevedo Coutinho, Jardim 
da Madal, Parque Mouzinho de Albuquerque (acácias rubras), Quelimane, 
1968 
Fonte: João Loureiro – op.cit., p.32, 33. 
 
044. Vista geral, Quelimane, 1905 e 1965 
Fonte: João Loureiro – op.cit., p.12 
Fonte: http://www.oficinadesociologia.blogspot.pt 
 
045. A luz da cidade, vista do Hotel Chuabo, Quelimane 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
046. Ventilação. Problema base num clima tropical. Influência das palas e 
lâminas orientáveis sobre a direção do ar. Ventilação de coberturas. 
Influência da vegetação sobre a ventilação da construção. (notar a 
influência relativa dos diferentes obstáculos) 
Fonte: Plano de Urbanização de Quelimane (1945-72): Relatório e projectos 
de um grupo de trabalho: Quelimane, unidade de vizinhança 1: estudos de 
base e urbanização, cota: PT/ IPAD/ UM/ DGOPC/ DSUH/ 2097/12418 
 
047. Imagem moderna, fachada tardoz Hotel Chuabo, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012. 
 
048. Postais de Quelimane – Prédio Monteiro&Giro, Cine-Teatro Águia| 
Palácio das Repartições, Prédio Barreto&Filho | Piscina municipal, Travessa Nª 
Sr.ª do Livramento, Vista parcial da cidade |Vista geral da cidade, Palmar – 
1960, Quelimane 
Fonte: ACTD, Postais de Moçambique, edição de Foto Lusitana, nº 23140 
049. Porto e marginal, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
 
http://www.oficinadesociologia.blogspot.pt/
16 
 
050. Edifício Monteiro&Giro (1954), Arménio Losa, Cassiano Branco, António 
Ribeiro da Costa, R. Filipe Samuel Magaia, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
051. Banco Nacional Ultramarino (1960)), Francisco José de Castro, Av. 
Samora Machel | Tv. 1 de Julho, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
052. Hotel Chuabo (1954), Arménio Losa, Cassiano Barbosa, António Ribeiro 
da Costa, Av. Samora Machel | Tv. 1 de Julho, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
053. Escola Industrial e Comercial 1º de Maio (1960), autor 
desconhecido,Av.25 de Junho, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
054. Escola 25 de Setembro (1969), Rute Bota, R. Hamed Sekou Touré| Av. 
Heróis da Libertação Nacional 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
055. Escola Primária Sinacurra (-), autor desconhecido, Rua Acordos de 
Lusaka, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
056. Biblioteca Municipal (1969), Bernardino Ramalhete, Naya Marques, Pr. 
De Bonga, Quelimane 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
057. Mercado Municipal (-), autor desconhecido, Av. Heróis da Libertação 
Nacional | Av.25 de Junho, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
058. Cine-Teatro Águia (1955), João Garizo do Carmo, Av. Josina Machel| 
Av. Eduardo Mondlane, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
059. Piscina municipal (-), autor desconhecido, Av. Samora Machel, 
Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
060. Igreja da Missão Sagrada Família – Nova catedral (1955), autor 
desconhecido, Av. 7 Setembro | R. Filipe Samuel Magaia | R. Paulo Samuel 
Kankhomba, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
17 
 
 
061. Conselho Municipal (-), autor desconhecido, Av. Josina Machel, 
Quelimane 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
062. Edifício dos Correios (-), autor desconhecido, Av. Samora Machel, 
Quelimane 
Fonte: Arquivo EWV, Maria Manuel Oliveira, 2010 
 
063. Escola Primária de Quelimane (-), autor desconhecido, Av. Josina 
Machel, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
064. Mesquita (-), autor desconhecido, Av. 1ºJulho, Quelimane 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
065. Aeroporto de Quelimane (-), Octávio Rego Costa, Av. 25 de Julho, 
Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
066. Complexo Monteiro & Giro – Fábrica Cerâmica (1958), Arménio Losa, 
Cassiano Barbosa, António Ribeiro da Costa, Quelimane 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
067. Localização dos edifícios identificados 
Fonte: Arquivo EWV 
 
068. O edifício e o habitante chuabo 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 e Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
069. Nova Catedral de Quelimane – Projeto inicial (1955), Megre Pires, 
Quelimane 
069.1. Fonte: Missões Católicas Portuguesas: documentário fotográfico. 
Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar - Centro de estudos Históricos 
Ultramarinos , 1964, p.114. 
069.2. Fonte: Arquivo EWV 
 
070. Jaime Afonso do Carmo 
Fonte: Espólio Verónica Garizo do Carmo 
 
071. Nomeação de Jaime Afonso do Carmo (1913), Beira 
Fonte: IANTT, Afonso Jaime do Carmo, Companhia de Moçambique, 
Processo nº10143, caixa 804, maço 838. 
http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinos
http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinos
18 
 
 
072. Ponte sobre o Chiveve, Beira, 1905 
Fonte: IANTT, Ponte sôbre o chiveve, 1905, Cota: PT.TT.CMZ-AF-GT.E.2-1.10.23 
 
073. Projeto de uma Casa de Férias no Alto Rodizio (1948), Jorge Garizo do 
Carmo 
Fonte: “Concurso para uma Casa de Férias no Alto do Rodizio”, Arquitectura, 
nº23/24, Lisboa, Maio /Junho 1948, p.2. 
 
074. Jorge Garizo do Carmo com a sua escultura “A Mão”, situada ao lado 
do Grande Hotel da Beira, Beira 
Fonte: Espólio Verónica Garizo do Carmo 
 
075. Atelier de Jorge Garizo do Carmo, Lourenço Marques 
Fonte: Espólio Verónica Garizo do Carmo 
 
076. Cartaz do Teatro Nacional de D.Maria II - Gisela May interpreta Brecht 
(1978), Lisboa 
Fonte: BNP, Obra Digitalizada de Garizo do Carmo, Teatro Nacional de D. 
Maria II, 1978 
 
077. Pintura mural do Banco Nacional Ultramarino (1963), Lourenço Marques 
Fonte: Verónica Garizo do Carmo, 2008 
 
078. João Garizo do Carmo 
Fonte: “Igreja do Alto da Manga, Entrevista com o Arquitecto João Garizo do 
Carmo”, Diário de Moçambique, Beira, 19 Junho 1956, p3. 
 
079. Ló do Carmo, Nico Craveiro Lopes e João Garizo do Carmo 
Fonte: Espólio Verónica Garizo do Carmo 
 
080. Casa Galeão (1946), João Garizo do Carmo, Lisboa 
Fonte: http://www.diasquevoam.blogspot.pt 
 
081. Café em Lisboa (1948), João Garizo do Camo, Lisboa 
Fonte: “Café em Lisboa”, Arquitectura, nº27, Lisboa, Outubro/ Novembro 
1948, p.2 
 
082. Fábrica de Chocolates (1948), João Garizo do Carmo, Coimbra 
Fonte: “Fábrica de Chocolates em Coimbra”, Arquitectura, nº19, Lisboa, 
Janeiro 1948, p.12. 
 
 
http://purl.pt/7730
http://www.diasquevoam.blogspot.pt/
19 
 
083. Predial Ultramarina (1952), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
084. Desenhos Casa António Duarte (1952), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: Arquivo EWV 
 
085. Bilhete Cine-Teatro São Jorge, Beira, 1972 
Fonte: http://www.pensamentoseespiritualidade.blogspot.pt 
 
086. Desenhos Cine-Teatro São Jorge – Planta, Alçados e Corte (1953), João 
Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: Arquivo EWV 
087. Cine-Teatro São Jorge (1953), João Garizo do Carmo, Beira 
087.1. Fonte: João Loureiro – Memórias da Beira. Lisboa, Maisimagem: 
Comunicação Global, 2005, p.96. 
087.2. Fonte: http://www.panoramio.com/ 
087.3. Fonte: http://www.panoramio.com/ 
 
088. Pavilhão de Verificação de Óbitos (1936), Luiz Nunes, Recife 
Fonte: Philip Goodwin – Brazil Builds: Architecture New and Old 1652-1942. 
New York, Museum of Modern Art, 1943, p.159. 
 
089. Painéis Cine-Teatro São Jorge – painel frontal e lateral esquerdo (1953), 
Jorge Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: http://www.panoramio.com/ 
090. Casa Eduardo Pereira (1953), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: António Manuel da Silva e Sousa Albuquerque – Arquitectura Moderna 
em Moçambique: Inquérito à Produção Arquitectónica em Moçambique nos 
Últimos Vinte e Cinco Anos do Império Colonial Português (1949-1974), Prova 
Final de Licenciatura em Arquitectura, Universidade de Coimbra: Faculdade 
de Ciências e Tecnologia, 1998, p.42 
 
091. Casa Errazuriz (1930), Le Corbusier, Chile 
Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr 
092. Iate Clube (1942), Óscar Niemeyer, Belo Horizonte 
Fonte: Philip Goodwin – op. cit., p. 193 
 
093. Residência de Juscelino Kubitschek (1943), óscar Nimeyer, Belo Horizonte 
Fonte: http://www.blogdoims.com.brimsobras-de-niemeyer-pelo-olhar-de-
marcel-gautherot 
 
http://www.pensamentoseespiritualidade.blogspot.pt/
http://www.panoramio.com/
http://www.panoramio.com/
http://www.panoramio.com/
http://www.panoramio.com/
http://www.blogdoims.com.brimsobras-de-niemeyer-pelo-olhar-de-marcel-gautherot/
http://www.blogdoims.com.brimsobras-de-niemeyer-pelo-olhar-de-marcel-gautherot/
20 
 
094. Casa Deolinda Pinho (1954), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: António Albuquerque – op.cit., p. 43 
095. Casa Gomes Frois (não construída) (1954),João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: António Albuquerque – op.cit., p. 43 
096. Alçado Igreja da Manga (1955), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: “Igreja do Alto da Manga, Entrevista com o Arquitecto João Garizo do 
Carmo”, Diário de Moçambique, Beira, 19 Junho 1956, p3. 
 
097. Alçado Igreja São Francisco de Assis (1943), Óscar Niemeyer, Pampulha 
Fonte: “Igreja do Alto da Manga, Entrevista com o Arquitecto João Garizo do 
Carmo”, Diário de Moçambique, Beira, 19 Junho 1956, p3. 
 
098. Igreja da Manga (1955), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: Volkmar Wentzel – “Mozambique, Land of the Good People”, National 
Geographic, nº2, vol.126, Washington, Agosto 1964, p.197. 
Disponível em: 
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/files/natgeogagosto1964.
pdf 
 
099. Igreja da Manga, Fachada Principal, Baptistério, Painel cerâmico (1955), 
João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Magalhães, 2010 
100. Residência Monol (1919), Le Corbusier 
Fonte: Willy Boesiger – Le Corbusier: Oeuvre Completè 1938-46. London, 
Thames and Hudson, 1972, p.24. 
 
101. Igreja São Francisco de Assis (1943) e Igreja de Pebane (anos 50-60) 
101.1. Fonte: Henrique Mindlin – Modern Architecture in Brazil. Rio de Janeiro/ 
Amesterdão: Colibri, 1956, p.183. 
101.2. Fonte: Carla Mirella de Oliveira Cortês – Moderno Brasileiro em 
Moçambique, 1950-1975: A importação de uma Imagem, Dissertação de 
conclusão de Mestrado em Desenvolvimento Urbano, Universidade Federal 
de Pernambuco, 2011, p. 159. 
 
102. Casa Maria Amaral, (1956), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: António Albuquerque – op.cit., p. 49 
103. Residência Oswald Andrade (1938), Óscar Niemeyer, Rio de Janeiro 
Fonte: Carla Cortês – op.cit., p. 163. 
 
104. Casa Charles Tully (1957), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Magalhães, 2010 
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/files/natgeogagosto1964.pdf
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/files/natgeogagosto1964.pdf
21 
 
105. Pousada Macuti (1957), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: António Albuquerque – op.cit., p. 52 
106. Casas Carlos Silva (1957), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: António Albuquerque – op.cit., p. 52 
107. Casa João Garizo do Carmo (1958), João Garizo do Carmo, Beira 
107.1. Fonte: António Albuquerque – op.cit., p. 62 
107.2.; 107.3.; 107.4. Fonte: Arquivo EWV, Ana Magalhães, 2010 
 
108. Capa do programa inaugural do Cine-Teatro Águia, Quelimane, 1958 
Fonte: http://www.quelimane-benfica.blogspot.pt 
 
109. Fachada principal Cine-Teatro Águia (1955), João Garizo do Carmo, 
Quelimane 
Fonte: Arquivo Digital Quelimane (moçambique), http://www.prof2000.pt 
 
110. Pórtico da entrada do Cine-Teatro Águia (1955), João Garizo do Carmo, 
Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
111. Painéis murais interiores do Cine-Teatro Águia (1955), Jorge Garizo do 
Carmo, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
112. Controlo solar e ventilação Cine-Teatro Águia (1955), João Garizo do 
Carmo, Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
113. Mau estado de conservação do Cine-Teatro, Quelimane, 2012 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
114. Desenhos Casa João Afonso dos Santos (1959), Beira 
Fonte: António Albuquerque – op.cit., p. 64 
 
115. Perspetiva Casa Raul Mestre (1959), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: António Albuquerque – op.cit., p. 64 
 
116. Perspetiva frontal e traseira da Estação de Caminhos-de-Ferro da Beira 
(1960), Paulo Mendes Sampaio, João Garizo do Carmo e Francisco Castro, 
Beira 
Fonte: Arquivo EWV 
 
http://www.quelimane-benfica.blogspot.pt/
http://www.prof2000.pt/
22 
 
117. Estação de Caminhos de Ferro da Beira (1960), Paulo Mendes Sampaio, 
João Garizo do Carmo e Francisco Castro, Beira 
Fonte: http://www.panoramio.com/ 
118. Interior da Estação de Caminhos de Ferro da Beira (1960), Paulo Mendes 
Sampaio, João Garizo do Carmo e Francisco Castro Beira 
Fonte: http://www.panoramio.com/ 
119. Alçado principal da Estação de Caminhos-de-Ferro da Beira (1960), 
Paulo Mendes Sampaio, João Garizo do Carmo e Francisco Castro, Beira 
Fonte: Arquivo EWV 
120. Hospital Sulamérica (1952), atual Hospital da Lagoa, óscar Niemeyer, Rio 
de Janeiro 
Fonte: Carla Cortês – op.cit., p. 103. 
 
121. Perspetiva da Casa Ramiro Melo (1960), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: Arquivo EWV 
122. Casa dos Bicos (1961?), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: http://www.panoramio.com/ 
123. Interior da Casa dos Bicos (1961?), Beira 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
124. Edifício Nauticus (1963), João Garizo do Carmo, Beira 
Fonte: António Albuquerque – op.cit., p. 122 
 
125. Cine-Teatro Almeida Garrett (1955), João Garizo do Carmo, Nampula 
Fonte: Espólio Luís Lage 
 
126. Imagem global do Paço Episcopal (1956), João Garizo do Carmo, 
Quelimane 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
127. Fotografia aérea Paço Episcopal 
Fonte: Google Earth 
 
128. Incidência solar ao longo do ano na fachada principal nascente 
Fonte: Catarina Delgado. Baseado em Zara Ferreira. 
 
129. Painel mural de Jorge Garizo do Carmo 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
 
http://www.panoramio.com/
http://www.panoramio.com/
http://www.panoramio.com/
23 
 
130. Galeria de circulação interior 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
131. Planta 1º piso 
Fonte: Arquivo EWV 
132. Planta 2º piso 
Fonte: Arquivo EWV 
133. Alçado principal, nascente 
Fonte: Arquivo EWV 
134. Fachada principal, nascente 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
135. Galeria de circulação exterior e entrada do edifício 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
136. Varandas individuais dos quartos e o sistema de sombreamento 
adotado – cobogó tipo favo de mel 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
137. Claustro poente e os brise-soleils verticais, que protegem a galeria de 
circulação que dá acesso aos quartos 
Fonte: Arquivo EWV, Maria Manuel Oliveira, 2010 
138. Rampa de acesso ao 2º piso 
138.1. Fonte: Arquivo EWV 
138.2. Fonte: Arquivo EWV, Maria Manuel Oliveira, 2010 
138.3. Fonte: Catarina Delgado, 2012 
138.4. Fonte: Arquivo EWV, Maria Manuel Oliveira, 2010 
 
139. Plano de fachada poente recuado - galeria porticada e elementos de 
sombreamento horizontais - palas 
Fonte: Arquivo EWV, Maria Manuel Oliveira, 2010 
 
140. Entrada da capela pela Avenida Mao Tse Tung 
Fonte: Arquivo EWV, Maria Manuel Oliveira, 2010 
 
141. Perspetiva – Capela 
Fonte: Arquivo EWV 
 
142. Planta da capela 
Fonte: Arquivo EWV 
 
24 
 
143. Pele saliente da fachada principal da capela 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
144. Alçado nasceste e Corte da Capela 
Fonte: Arquivo EWV 
 
145. Fachada nascente da capela, aberturas de luz 
Fonte: Arquivo EWV, Maria Manuel Oliveira, 2010 
 
146. Interior da capela 
Fonte: Arquivo EWV, Maria Manuel Oliveira, 2010 
 
147. Textura dos materiais – vidro, madeira, alvenaria de granito, cerâmica, 
betão 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
148. Paço Episcopal de Porto Amélia 
148.1. Fonte: ISCTE, “Diocese de Porto Amélia: Paço Episcopal”, in Missões 
Católicas Portuguesas: documentário fotográfico, Lisboa: Junta de 
Investigações do Ultramar - Centro de estudos Históricos Ultramarinos , 1964, 
p.133. Cota: E.A. ASS6 MIS,1 
148.2. Fonte: Carla Cortês – op.cit., p. 117. 
 
149. Enquadramento urbano, vista do Hotel Chuabo 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
150. Cruzamento da Avenida Josina Machel com a Rua Nkwame Nkrumah 
Fonte: Catarina Delgado, 2012 
 
151. Embasamento 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
152. Entrada principal 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
153. Planta do rés-do-chão, 1ºpiso e 2ºpiso – compartimentação e 
distribuição 
Fonte: Arquivo EWV 
 
154. Cortes – acesso vertical principal e de serviço, galeria central de 
distribuição 
Fonte: Arquivo EWV 
 
http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinoshttp://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinos
25 
 
155. Acessos - Escadaria principal, hall e galeria central, galeria exterior 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
156. Fotografia aérea Palácio das Repartições 
Fonte: Google Earth 
 
157. Incidência solar ao longo do ano nas fachadas principais – sudeste e 
nordeste 
Fonte: Catarina Delgado. Baseado em Zara Ferreira – 
 
158. Alçados nordeste e sudeste 
Fonte: Arquivo EWV 
 
159. Alçados sudoeste e noroeste 
Fonte: Arquivo EWV 
 
160. Frente de rua, fachada nordeste-sudeste 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
161. Frente ajardinada, alçados, noroeste-sudoeste 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
162. Expressão das fachadas – grelhas e brise-soleils orientáveis 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
163. Relação com o exterior 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
164. Cobertura 
Fonte: Arquivo EWV, Ana Tostões, 2010 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
A presente dissertação, elaborada no âmbito do Mestrado Integrado em 
Arquitetura do Instituto Superior Técnico, tem como principal objetivo 
contribuir para a aquisição e consolidação do conhecimento da Arquitetura 
Moderna na África Lusófona. Inserindo-se no vasto projeto de investigação 
FCT conduzido pelo Instituto Superior Técnico, em parceria com a 
Universidade do Minho, [EWV-Visões cruzadas dos mundos: arquitetura 
moderna na África Lusófona (1943-1974) (PTDC/AUR-AQI/103229/2008)], este 
trabalho pretende dar continuidade ao processo de documentação que o 
projeto tem vindo a desenvolver. 
 
O tema da dissertação surgiu por sugestão da Professora Doutora Ana 
Tostões, orientadora desta tese e coordenadora responsável do projeto de 
investigação EWV, como resultado da necessidade de sistematização e 
organização de um notável conjunto de obras modernas presentes na 
cidade de Quelimane, em particular da obra do arquiteto Garizo do Carmo, 
que permaneceu até há pouco tempo relativamente incógnito. 
 
O registo fotográfico das cidades visitadas e a recolha intensiva de 
documentação, que o projeto EWV desenvolveu nos arquivos locais, foram 
essenciais para o desenvolvimento deste trabalho. Em contato com toda 
esta realidade, ao aperceber-me da qualificada expressão destes edifícios, 
foi imediata a minha vontade de conhecer in loco este património. Como 
resultado desta motivação, parti para uma viagem a África, 
designadamente a Moçambique, à cidade de Quelimane, com a intenção 
de registar este momento no tempo, incidindo particularmente sobre a obra 
de João Garizo do Carmo e na relação destas com o lugar. 
 
A cidade nem sempre colaborou no processo de investigação, revelando 
desconfiança da minha presença e da minha máquina fotográfica, o que 
dificultou o encontro e o registo fotográfico destas obras. Inclusivamente até 
o sol pertencia a este lugar, a este povo, tendo-me sido exigida autorização 
para o fotografar. Assim, no decorrer deste trabalho, nem sempre foi possível 
recorrer às minhas fontes fotográficas, tendo o arquivo EWV sido uma 
gratificante ajuda, quer pela qualidade quer pela amplitude do trabalho 
que apresenta. 
 
 
28 
 
O objetivo do trabalho é enquadrar a obra de João Afonso Garizo do Carmo 
no território moçambicano (1950-1970), em particular na cidade de 
Quelimane. Pretende-se compreender como as questões climáticas intervêm 
na definição de um projeto de arquitetura, de modo a interpretar a 
capacidade de resposta das suas obras à geografia e à cultura do lugar. 
 
Integrando a experiência da viagem procura-se, a partir de algumas obras 
do arquiteto, em particular dos dois casos de estudo escolhidos3, identificar 
os pressupostos formais e tecnológicos do ideário moderno, que inspirado 
pela experiência brasileira, foi localmente interpretado. 
 
Pretende-se usar a obra deste arquiteto, como exemplo, de modo a analisar 
as influências por ele rececionadas e a sua contribuição para a arquitetura 
moderna na África Lusófona. As suas obras demonstram uma clara influência 
da arquitetura moderna brasileira, patente na utilização de dispositivos de 
controlo climático e também na conceção plástica e escultórica da sua 
arquitetura. 
 
Após a observação dos elementos obtidos através do projeto EWV, seguiu-se 
o trabalho de campo em Quelimane, de que resultou um intenso trabalho 
de sistematização de toda a documentação, acompanhado de uma 
investigação exaustiva, focada em periódicos da época, monografias e 
memórias descritivas (IICT, AHU, ISEG, ISCTE, IANTT, BNP, Soc.Geo.Lx, portal 
online Memória de África e do Oriente). Esta organização permitiu a criação 
de um fio condutor, que foi indispensável no desenrolar deste trabalho. 
 
A metodologia consistiu, primeiramente na caraterização das condições 
específicas do lugar, com base no seu contexto histórico e climático, que 
serviu depois de orientação ao longo do processo. Investigou-se o 
desenvolvimento urbano e arquitetónico da cidade de acordo com os 
fatores que compõe o clima e o modo como estes podem condicionar a 
forma arquitetónica. Constatou-se a imagem moderna da cidade de 
Quelimane, sustentada em soluções arquitetónicas de sombreamento e 
ventilação dos edifícios. Numa segunda parte, enquadrou-se genericamente 
a obra do arquiteto Garizo do Carmo no diálogo com esta realidade, entre 
as cidades da Beira e Quelimane. Por último, procedeu-se a uma análise e 
caracterização pormenorizada dos dois casos de estudo selecionados, à luz 
dos pressupostos teóricos do Movimento Moderno e da análise do 
desempenho climático, baseadas no redesenho dos mesmos. 
 
3 A escolha dos dois casos de estudo, Paço Episcopal e Palácio das Repartições, prede-se com o 
facto de estes serem dois exemplares icnográficos, representativos da obra de João Garizo do 
Carmo na cidade de Quelimane, que contemplam a documentação necessária para serem 
compreendidos e analisados com rigor, com base no redenho dos mesmos. 
29 
 
Em suma, partiu-se da geografia de um lugar, analisando o contexto, 
urbanismo e arquitetura do mesmo, com o objetivo de enquadrar João 
Garizo do Carmo, arquiteto, neste lugar, neste tempo, justificando a sua 
relevância e contributo para o desenvolvimento da Arquitetura Moderna na 
África Lusófona, através de uma análise cuidada dos dois casos de estudo 
escolhidos. 
 
O conjunto do documento escrito é acompanhado de imagens 
selecionadas com o objetivo de complementar a análise dos temas 
abordados, através de uma formatação que propõe uma leitura paralela e 
continuada entre textos e imagens de conteúdos comuns. 
 
Em termos bibliográficos o projeto em EWV, iniciado em 2010, constitui uma 
significante contribuição para a investigação de toda a temática 
desenvolvida. Até então a Arquitetura Moderna na África Lusófona, um 
património de enorme interesse, riqueza e importância, encontrava-se 
incógnito, revelando-se as investigações desenvolvidas no âmbito do projeto 
EWV (Tostões, 2010, 2011,2012, 2013; Magalhães, 2009, 2011, 2012; Tostões, 
Oliveira, 2010; Tostões, Magalhães, 2011; Caldas, 2011, 2012, 2013; Bonito, 
2011; Miranda, 2011, 2013; Ferreira, 2012, 2013; Tostões, Bonito, 2012) 
juntamente com as outras, um importante meio de consolidação da 
experiência da arquitetura moderna nas colónias portuguesas. 
 
O conhecimento sobre a vida e obra de João Garizo do Carmo baseia-se 
basicamente em informações dispersas e incompletas, tendo os 
depoimentos de Verónica Garizo do Carmo, apesar detambém 
insuficientes, constituído uma importante ferramenta na articulação das 
diferentes factos. 
 
Relativamente à compreensão e verificação de como a Arquitetura 
Moderna na África Lusófona foi eficientemente projetada com o clima, as 
investigações de Margarida Quintã – Arquitectura e Clima. Geografia de um 
Lugar: Luanda e a obra de Vasco Vieira da Costa. Prova Final de 
Licenciatura em Arquitectura. Porto: FAUP, 2007 e Zara Ferreira – O Moderno 
e o Clima na África Lusófona, Arquitectura Escolar em Moçambique: o 
Programa de Fernando Mesquita. Dissertação para Mestrado em 
Arquitectura. Lisboa: Instituto Superior Técnico, 2012, constituem dois 
trabalhos de referência, que influenciaram todo o trabalho desenvolvido. 
 
 
 
 
 
30 
 
No contexto das colónias africanas, a monografia de Ana Magalhães – 
Moderno Tropical: Arquitectura em Angola e Moçambique 1948-1975. Lisboa, 
Edições Tinta-da-China, 2009, apresenta uma importante descrição das 
obras e autores de referência presentes em Luanda, Lobito, Maputo e Beira, 
apresentando um fantástico acompanhamento fotográfico realizado nas 
quatro cidades visitadas. 
 
A dissertação de António Albuquerque – Arquitectura Moderna em 
Moçambique: Inquérito à Produção Arquitectónica em Moçambique nos 
Últimos Vinte e Cinco Anos do Império Colonial Português (1949-1974), Prova 
Final de Licenciatura em Arquitectura, Coimbra: Faculdade de Ciências e 
Tecnologia da Universidade de Coimbra, 1998, trata-se igualmente de uma 
obra pioneira de referência, na medida em que subsiste num levantamento 
exaustivo quer da arquitetura moderna presente nas cidades de Maputo e 
Beira quer dos arquitetos portugueses que a protagonizam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
01. QUELIMANE, GEOGRAFIA DE UM LUGAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
CONTEXTO 
 
 
 
 
 
 
 
História 
 
 
 
001. Vista geral, Quelimane, 1900 
 
Quelimane é a capital da província administrativa da Zambézia, situa-se a 
norte de Moçambique, um país da África Oriental que integra o grupo 
PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa). 
 
A província da Zambézia faz fronteira com as províncias de Nampula, Niassa, 
Sofala e Tete, possui uma área de 103 478km2 e a sua população constitui 
20% do povo moçambicano (2004). 
 
Esta antiga cidade costeira localiza-se na margem norte do rio dos Bons 
Sinais, a cerca de 20km do Oceano Índico. O seu porto constitui umas das 
principais atividades económicas da cidade, centro de uma importante 
indústria pesqueira. 
 
Tendo sido fundada em 1498, na viagem de Vasco da Gama à Índia, 
Quelimane tornou-se apenas cidade em 1942. Até lá, foi ocupada por 
Portugal em 1530, foi elevada à categoria de vila em 1761 e a sede de 
concelho em 1763. 
 
 
34 
 
 
“…E foi que, estando já na costa perto, 
Onde as praias e vales bem se viam, 
Num rio, que ali sai ao mar aberto, 
Batéis à vela entravam e saíam, 
Alegria mui grande foi, por certo, 
Acharmos já pessoas que sabiam 
Navegar, porque entre elas esperámos 
De achar nocas alguas, como achámos.” 
 
Lusíadas, Canto V, Est.45 
 
Existem várias versões sobre o primórdio do seu nome. Uma das versões é que 
tem origem da palavra Kuliamani, que significa “estamos a cultivar” e surgiu 
do desencontro linguístico entre o navegador Vasco da Gama e os 
habitantes locais. Outra provém de duas palavras inglesas Killing Man 
(“matar homens”), em referência aos muitos homens das tripulações que 
acabaram por morrer contaminados com a malária transmitida pelos 
mosquitos. Outra versão, ainda, é que a palavra será de raíz Kiswahili, há 
séculos a língua das terras costeiras da África Oriental. Em Kiswahili, Kilimani, 
significa “local no alto da colina”, sendo que Kilima significa “monte”, 
“colina”, “outeiro” e ni significa “são” ou” é”. 4 
 
Além da cidade, Vasco da Gama, “baptizou o Rio pelo significativo nome 
de Bons Sinais, presságio acertado, não só das notícias que ali esperava 
colher, como aconteceu para a descoberta do Caminho Marítimo para a 
Índia e das sendas do futuro, que agora são prósperas, nas terras do Distrito 
da Zambézia. Quelimane, cujo aspecto parcial se representa, é sua ridente 
capital”.5 
 
Quelimane é um antigo centro de trocas comerciais e culturais entre as 
populações. Aqui concentram-se as riquezas da província, em 
consequência da qualidade dos solos férteis para a produção sobretudo, de 
chá, algodão, arroz e coco. Em tempos, esta era a capital do cocô e do 
carnaval, uma cidade de múltiplas manifestações artísticas e culturais, “uma 
terra de palmares de contrastes de casos clínicos, de beleza natural”6. 
 
 
4 Cf. Joana Barral Vieira – Viagem entre Ser e Estar como Educadora em Moçambique, Dissertação 
de Mestrado em Ciências sociais, Área de especialização Educação Internacional, Lisboa: Instituto 
de Educação, 2012. 
 
5 Alberto Feliciano Marques Pereira – Escultura e Outros Valores Artísticos dos Séculos XIX e XX. Obras 
de Arte de Engenharia da Província de Moçambique. Lisboa, 1966. 
 
6 Martins de Almeida – “Crónica de Quelimane”, Rádio Moçambique, vol. XXXVII, nº 423, Maio1972, 
p. 55. 
 
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20almeida,%20martins%20de
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20cronica%20de%20quelimane
35 
 
A sua situação geográfica, a meio da linha de costa de Moçambique, 
garante-lhe um lugar de destaque nos laços comerciais e sociais. O porto de 
Quelimane é um dos mais importantes portos do Canal Moçambicano e a 
linha férrea inaugurada em 1901, embora de carácter regional, liga 
Quelimane a Mocuba, e contribui em muito para o desenvolvimento do país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
002. Limpeza do arroz, Quelimane, 1902 
 
003. Fábrica de coco, Quelimane, (-) 
 
004. Carnaval, Quelimane, (-) 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
005. Cais, Quelimane, 1868 
 
006. Caminhos-de-Ferro, Quelimane, 1905 
37 
 
Segundo Newitt7, esta província não foi colonizada facilmente, mantendo 
características culturais muito próprias no seu processo de colonização. Foi 
apenas no séc. XVI que os portugueses se começaram a estabelecer neste 
território e a fazer acordos com as tribos locais, embora sem grandes 
investimentos. 
 
Durante séculos, Quelimane representou um importante corredor de trocas 
comerciais entre Portugal e as Índias, fonte de recursos naturais (ouro e 
marfim) e mão-de-obra escrava para destinos que incluíam o Brasil. 
 
Com o “desaparecimento” do Brasil, como “espaço de expansão e 
extensão do território português”8, a metrópole portuguesa inclina-se para as 
colónias africanas “que pela dimensão e condicionantes constituem os polos 
máximos da política ultramarina”9. 
 
Se até ao séc. XIX pouco tinha sido o investimento português neste território, 
com a Conferência de Berlim10, este quadro alterou-se, estabelecendo-se 
uma obrigatoriedade de investimento e efetivação da ocupação das 
colónias ultramarinas. 
 
 Assim, os portugueses atribuíram concessões a várias empresas estrangeiras 
que se fixaram neste território, com o principal objetivo de fundar plantações 
e conseguirem matéria-prima a baixo custo. 
 
Com esta ocupação estrangeira, que se intensificou desde o final do séc. 
XIX, as mudanças foram surgindo, quer por um processo de modernização, 
quer pelas mudanças políticas e socioeconómicas, que influenciaram o 
crescimento urbano. A necessidade de albergar novas gentes, novas 
sociedadese novas culturas trouxe mudanças no panorama arquitetónico. 
 
A Igreja de Nossa Senhora do Livramento, edificada a mando do 
governador e capitão-general Baltazar Pereira de Lago (? -1779), em 1976, é 
um ponto de referência no panorama arquitetónico de Quelimane até finais 
do séc. XIX. Com o estatuto do mais importante testemunho edificado da 
presença portuguesa no Vale do Zambeze, retoma o código maneirista, 
 
7 Cf. Malyn Newitt – História de Moçambique. Mem Martins: Publicações Europa-América, 1997. 
 
8 Miguel Santiago – Pancho Guedes-Metamorfoses Espaciais. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 
2007, p. 16 
 
9 Idem, p.16 
 
10 A Conferência de Berlim realizada entre Novembro de 1884 e Fevereiro de 1885 teve como 
objetivo organizar, na forma de regras, a ocupação de África pelas potências coloniais. Cf. Ata 
Geral Redigida em Berlim em 26 de fevereiro de 1885. Disponível em: 
http://www.casadehistoria.com.br/sites/default/files/conf_berlim.pdf 
 
http://www.casadehistoria.com.br/sites/default/files/conf_berlim.pdf
38 
 
manifestando as reminiscências indo-portuguesas, omnipresentes nas poucas 
expressões arquitetónicas setecentistas.11 
 
“Nos seus primórdios como Vila, desde 1761 a 1942, Quelimane pouco mais 
era do que um pequeno conjunto de casas onde avultavam os edifícios 
oficiais, as casas senhoriais dos capitães-mores e dos donos dos Prazos e as 
sedes dos grandes majestáticos. Toda voltada para o rio dos Bons-Sinais, a 
sua marginal, que funcionava como porto, era o centro da vida social.” 12 
 
 
007. Cais, Quelimane, 1891 
 
008. Câmara Municipal, Quelimane, 1891 
 
009. Repartições Públicas, Quelimane, 1891 
 
 
 
11 José Manuel Fernandes; José Capela – “Equipamentos e Infra-estruturas Quelimane”, Heritage of 
Portuguese Influence/ Património de Influência Portuguesa — HPIP, disponível em: 
http://www.hpip.org/def/pt/Conteudos/Navegacao/NavegacaoGeograficaToponimica/Localida
de?a=339 
 
12 João Loureiro – Postais Antigos & Outras Memórias da Zambézia. Lisboa: Maisimagem 
Comunicação Global, 2001, p.13. 
http://www.hpip.org/def/pt/Conteudos/Navegacao/NavegacaoGeograficaToponimica/Localidade?a=339
http://www.hpip.org/def/pt/Conteudos/Navegacao/NavegacaoGeograficaToponimica/Localidade?a=339
39 
 
 
 
 
 
010. Igreja de Nossa Senhora do Livramento, Quelimane, 1891 
 
011. Hospital Civil e Militar, Quelimane, 1891 
 
012. Escola Municipal do sexo femenino, Quelimane, 1891 
 
013. Mercado, Quelimane, 1891 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
014. Casa do Comendador, Quelimane, 1891 
 
015. Marginal, Quelimane, 1891 
41 
 
Como resposta às necessidades, e visto existirem poucos edifícios 
governamentais, existia apenas o da Câmara Municipal, construído em 1857, 
foram surgindo, a partir do séc. XX, novos edifícios em estilos que remetiam 
para a ambiência europeia. 
 
A segunda metade do séc. XX tornou, em termos gerais, as colónias 
portuguesas num potencial destino para os emigrantes portugueses. Em 
contraste com o que se passava em Portugal, estes territórios 
economicamente prósperos, dispunham de uma liberdade criativa aberta à 
concretização dos anseios modernos. A resistência de aceitação do 
moderno por parte do regime Salazarista e a crise financeira em que se 
encontrava Portugal, fez das colónias africanas um destino viável para o 
exercício da profissão de arquiteto. 
 
O grande ponto de viragem desta situação deu-se pela altura do I 
Congresso Nacional de Arquitetura de 1948, que contou com a participação 
de diversos arquitetos, nomeadamente uma nova geração formada nos 
inícios dos anos 50, que procurava opor-se ao regime, reivindicando os seus 
ideais modernos como caminho de progresso e futuro. 
 
A tão desejada liberdade de expressão plástica dos arquitetos era, em 
parte, influenciada pela experiência moderna brasileira, com a qual tinha 
tomado contacto, em 1945, através do livro Brazil Builds – Architecture New 
and Old 1652-194213. 
 
A produção arquitetónica brasileira dos anos de 1930 a 1950 teve um grande 
reconhecimento internacional através de projetos construídos, exposições e 
divulgações literárias. A arquitetura moderna distinguia-se pelas suas 
qualidades plásticas, que rompiam com as convenções do estilo 
internacional, num país novo, democrático e otimista. 
 
“A Arquitectura Moderna Brasileira é uma franca realidade. (…) Um estudo 
criterioso e lógico das condições climatéricas do país da América do Sul deu, 
como resultado, aquela serie de edifícios, dos mais pequenos aos maiores, 
um ar fresco, lavado, sóbrio e fundamentalmente plástico. Para tanto 
ajudou-os o conhecimento profundo dos materiais disponíveis e uma 
aplicação directa e justa das matérias-primas de cada região. Existe, 
naquelas obras, principalmente, a noção perfeita da união do princípio 
 
13 Philip Lippincott Goodwin – Brazil Builds: Architecture New and Old 1652-1942. New York, Museum 
of Modern Art, 1943. 
 
42 
 
estrutural com o equilíbrio estético. Esta é, quanto a mim, a maior lição que 
nos vieram dar.”14 
 
 
 
 
 
 
 
016. Câmara Municipal, Quelimane, 1912 e 1929 
 
 
017. Correios, Quelimane, 1912 e 1929 
 
14 Formosinho Sanches – Arquitectura Moderna Brasileira, Arquitectura Moderna Portuguesa, 
Arquitectura, nº 29, Fevereiro/ Março, 1949, p.17 
 
43 
 
 
 
 
 
 
 
018. Hospital, Quelimane, 1929 
 
019. Mercado, Quelimane, 1929 
 
020. Fazenda, Quelimane, 1929 
 
021. Porto, Quelimane, 1929 
44 
 
Visto que a arquitetura moderna em Portugal “era vista como uma forma de 
lutar contra o regime totalitarista do Estado Novo de Salazar”15, foi na África 
Lusófona que esta se implantou e desenvolveu. 
 
A nova geração de arquitetos portugueses assumiu estes territórios como um 
laboratório promissor de exploração moderna. O seu pilar de 
desenvolvimento baseava-se em parte no vocabulário brasileiro: na 
adaptação da forma ao lugar, na integração das artes e sua plasticidade. 
Projetar com o clima, investigar os elementos que o compõem e o modo 
como estes podem condicionar as formas arquitetónicas, solucionando as 
necessidades destes países, constituía o principal objetivo destes arquitetos. 
 
Em Moçambique, em particular na cidade de Quelimane, as experiências 
sucederam-se, tanto na arquitetura como no urbanismo, segundo os 
pressupostos formais, tecnológicos e ideológicos do Movimento Moderno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 Ana Tostões; Maria Manuel Oliveira, - “Moderno Transcontinental: O Complexo Monteiro & Giro 
em Quelimane ”, in DOCOMOMO Journal, nº43, 2010 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
Clima 
 
 
022. O Sol, Quelimane 
 
As características climáticas tropicais são muito diferentes das que se 
encontram na Europa. Aqui, as condicionantes climáticas traduzem-se em 
soluções arquitetónicas, sendo a expressividade arquitetónica dos 
dispositivos de atendimento ao clima resultado das necessidades exigidas 
pelo lugar. 
 
“O clima urbano é um sistema que abrange o clima de um determinado 
espaço e a sua urbanização, assim, torna-se importante observar a 
morfologia urbana, o entorno da edificação e a influência da topografia do 
lugar para compor o microclima.”16 
 
A arquitetura desempenha um papel fundamental na obtenção de 
condições de conforto para o indivíduo. Assim, os fatores climáticos 
característicos da região, como a temperatura do ar, a radiação solar, o 
movimento do ar e a humidade, são elementos determinantes na16 Mascarô – Ambiência Urbana. Porto Alegre: Ed. Afiliada UFRGS, 1996, cit in FONSECA, Ingrid C. L.; 
BARBOSA, Eliane; ALVAREZ, Adriana; PORTO, Maria Maia, “Arquitetura Moderna e Conforto 
Ambiental nos Trópicos – Diretrizes Aplicáveis a Casas de Lúcio Costa na Gávea, Rio de Janeiro”, 
Seminário DOCOMOMO Brasil. Rio de Janeiro, 2009, p.4. 
 
 
46 
 
elaboração de qualquer projeto, “deixando que o contexto e o lugar 
contribuam e definam o modo de pensar e construir”17 . 
 
Considerando que “terra e ar, água, fogo e história bastam para se fazer 
arquitetura”18, é necessário ter em conta as características climáticas da 
cidade em estudo para compreender como o Moderno Tropical19 se 
configurou em território africano, como, à luz das condições específicas dos 
climas tropicais, foram interpretados os princípios do Movimento Moderno. 
 
 
Classificação 
 
A arquitetura enquanto arte de criar espaço, adquire personalidade quando 
integrada no território, assim, é fundamental caracterizar as particularidades 
climáticas do mesmo. 
 
Neste sentido, foram analisadas algumas publicações que se focam na 
influência do clima na arquitetura: a caracterização do meteorologista 
Manuel Monteiro Correia20, o boletim de José Mendes da Rocha (1965)21 e os 
documentários de Ário Azevedo (1954)22 e José de Oliveira Boléo (1945)23. 
 
“A colónia de Moçambique, distendendo-se entre os paralelos de 10º 27´S e 
26º 51´S, dá origem a que se verifiquem duas zonas de regimes 
meteorológicos: uma ao norte, sujeita à influência das monções, e a outra 
ao sul, subordinada aos centros ciclónicos e anticiclónicos das latitudes 
médias. Passa-se de uma para outra por pequenas faixas extremas conforme 
os movimentos conexos Terra-Sol. Estas faixas de transição ocupam as 
regiões marginais do Zambeze (distritos de Tete, Quelimane e parte 
setentrional do da Beira).”24 
 
17 Maria João Teles Grilo – “Vasco Vieira da Costa – Os Caminhos Sombreados do Sol”, in Roberto 
Prado; Paz Martí (dir.) – La Modernidad Ignorada: Arquitectura Moderna de Luanda. Madrid: 
Universidad Alcala, 2011, p.195-207. 
 
18 Le Corbusier – Conversa com os Estudantes das Escolas de Arquitectura. Lisboa: Edições Cotovia, 
2003. 
 
19 Ana Magalhães – Moderno Tropical: Arquitectura em Angola e Moçambique 1948-1975. Lisboa, 
Edições Tinta-da-China, 2009. 
 
20 Manuel Monteiro Correia – ”Conforto Térmico em Quelimane”, Serviço Meteorológico de 
Moçambique, SMM 84, Memória 78, 25 Julho 1973. 
 
21 José Mendes da Rocha Faria, “Condições climáticas de Moçambique”, Memórias do Serviço 
Meteorológico de Moçambique, Lourenço Marques, SMM 15, MEM 13, Março 1965. 
 
22 Ário Azevedo –“O Clima: Estudo de Alguns Factores Climáticos”, Moçambique – Documentário 
Trimestral, nº 78, Lourenço Marques: Imprensa Nacional, 1954, p. 6-101. 
 
23 José de Oliveira Boléo – “Elementos para o Estudo das Condições Climáticas de Moçambique”, 
Moçambique - Documentário Trimestral, nº 44. Lourenço Marques: Imprensa Nacional, 1945. 
 
24 Idem, p. 93. 
 
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20correia,%20manuel%20monteiro
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20conforto%20termico%20em%20quelimane
47 
 
Quelimane situa-se no extremo ocidental de Moçambique, na margem norte 
do rio dos Bons Sinais, a uma latitude Sul 17º 53´, longitude Este 36º 53´ e 
altitude de 6m. 
 
Os climas tropicais podem ser classificados segundo critérios quantitativos 
baseados na distribuição correlacionada dos valores médios da temperatura 
do ar e da quantidade de precipitação, por meses do ano. Segundo o 
Sistema de Koppen25, Quelimane apresenta um clima tropical chuvoso da 
savana26, correspondente à fórmula Aw27, com fracas amplitudes térmicas e 
um grau de humidade elevado. 
 
Do ponto de vista arquitetónico, neste clima que se carateriza por ser quente 
e húmido, é particularmente necessário introduzir no desenho do edifício, 
soluções construtivas que protejam os seus habitantes do sol e da chuva e 
promovam a constante movimentação do ar no interior dos edifícios. 
 
Para avaliar as condições climáticas de um lugar tem de se observar as 
coordenadas solares e também os efeitos de radiação, a temperatura do ar, 
os índices de pluviosidade, o teor de humidade do ar e a direção 
predominante dos ventos. 
 
 
023. Localização da cidade de Quelimane 
em Moçambique 
 
25 Em 1965, o serviço Meteorológico de Moçambique elegeu o Sistema de Koppen, desenvolvido 
no início do seculo XX pelo climatologista alemão Wladimir Koppen (1846-1940), para a 
caracterização climática do seu país. Cf. José Mendes da Rocha Faria – “Condições climáticas de 
Moçambique”, Memórias do Serviço Meteorológico de Moçambique, SMM 15, MEM 13. Lourenço 
Marques: Serviço Meteorológico de Moçambique, Março 1965, p. 4-6. 
 
26 Idem 
 
27 Idem 
 
48 
 
Carta Solar 
 
“Da mesma forma que as estações do ano se diferenciam umas das outras 
devido à inclinação do eixo terrestre, a orientação de um edifício determina 
a quantidade de radiação que incide nas diferentes divisões, em momentos 
distintos.”28 
 
A radiação solar e a temperatura variam consoante o movimento aparente 
do Sol ao longo das diferentes horas do dia e ao longo do ano, assim sendo, 
“a lei do sol é determinante das primeiras posições”29, e o estudo de cartas 
solares é essencial na elaboração de um projeto de arquitetura. 
 
Através da observação do comportamento do Sol constata-se que, em 
Quelimane, se movimenta a norte e a sul, embora com uma incidência 
maior a norte. É visível também que o período de insolação é bastante 
elevado ao longo de todo o ano, tendo sempre uma duração aproximada 
de 12h (das 6h às 18h). 
 
 
024. Comportamento do Sol 
 
“Através de simples considerações geométricas, e a partir do conhecimento 
da posição do Sol acima do horizonte e do lugar de implantação dos 
edifícios, é possível obter instrumentos que permitam determinar o tempo de 
insolação das fachadas de um edifício; traçar de forma rigorosa as sombras 
projectadas ou dimensionar dispositivos de protecção solar.”30 
 
 
 
 
 
28 Vitor Olgay – Design with Climate, Bioclimatic Approach to Architectural Regionalism. New Jersey: 
Princeton University Press, 1963, p.53. 
 
29 Le Corbusier – Conversa com os Estudantes das Escolas de Arquitectura. Lisboa: Edições Cotovia, 
2003. 
 
30 Margarida Quintã – Arquitectura e Clima, Geografia de um lugar: Luanda e a obra de Vasco 
Vieira da Costa, Prova Final para Licenciatura em Arquitectura. Porto: FAUP, 2007, p.24 
49 
 
Temperatura 
 
As radiações solares não se traduzem apenas em luz, provocando variações 
na temperatura do ar. Estas constituem, essencialmente, uma forma de 
energia, que ao ser absorvida pelas superfícies convertem-se em calor. Em 
climas quentes e húmidos os ganhos térmicos por radiação solar são 
prejudiciais, sendo fundamental evitar o aquecimento excessivo provocado 
pela radiação solar. 
 
Com fracas amplitudes térmicas e um grau de humidade elevado, este 
território apresenta uma temperatura média anual de 24,7ºC e um elevado 
valor de precipitação. O mês mais quente, janeiro, e o mês mais frio, o de 
julho, apresentam um valor médio da temperatura do ar igual a 27,4ºC e 
20,6ºC, respetivamente. 
 
A temperatura média do ar máxima, superior a 30ºC, regista-se entre outubro 
e maio, e a mínima, inferior a 18ºC, regista-se nas madrugadas de junho, 
julho e princípios de agosto. 
 
 
025. A temperatura 
 
É de salientar que na maior parte dos casos, as temperaturas médias mensais 
mais elevadas não coincidem com aqueles em que a radiação solar é 
máxima, devido à influência dos diferentes níveis de nebulosidade e 
precipitação ocorridos nas diferentes épocas do ano.50 
 
Humidade 
 
“A humidade do ar denomina a existência de água na atmosfera, resultante 
da evaporação da água dos oceanos, rios e solos. A água em forma de 
vapor actua como factor regulador da acção do sol sobre a superfície 
terrestre, formando nuvens e dando origem a precipitações.”31 
 
A humidade relativa do ar, em Quelimane, é elevada. A média anual é de 
74%, sendo que o valor mensal máximo se regista em março, no mês mais 
chuvoso, e o mínimo em outubro, no mês mais seco. 
 
 
026. A humidade 
 
Elevados praticamente todo o ano, estes valores agravam muito as trocas 
de calor do corpo com a atmosfera. Uma boa circulação de ar é um aspeto 
fundamental nestes climas, pois promove a diminuição do grau de 
humidade e também da temperatura, proporcionando uma sensação de 
alívio do calor. 
 
 
Pluviosidade 
 
Quelimane possui uma das mais longas estações húmidas, com um valor 
médio anual de precipitação de 1395mm, é das cidades moçambicanas 
mais chuvosas. A chuva que cai no período húmido, de novembro a abril, 
constitui 87% da precipitação anual. De um modo geral, estas só são mais 
intensas de dezembro a abril, sendo, aliás, este mês já de transição para o 
período seco. Por período seco entende-se aquele em que a quantidade de 
precipitação mensal é, em média, inferior a 60 mm. 
 
 
027. A pluviosidade 
 
A época das chuvas coincide com os meses de temperaturas mais 
elevadas, como visível nas tabelas anteriores e no gráfico que de seguida se 
 
31 Margarida Quintã, op. cit., p.29 
51 
 
apresenta. Constata-se apenas um pequeno atraso de fevereiro a março, 
que enquanto a temperatura diminui ainda aumenta a pluviosidade, e em 
agosto, que enquanto a temperatura aumenta a pluviosidade vai 
diminuindo. 
 
A reduzida variação da temperatura durante a estação húmida indica a 
predominância de massas de ar marítimas. Os ventos mais húmidos são os 
marítimos, que vindos do quadrante Este, sopram predominantemente nos 
primeiros 5meses do ano. 
 
 
028. Diagrama termo-pluviométrico 
 
 
Ventos 
 
“A palavra vento designa o movimento do ar que ocorre nas camadas 
baixas da atmosfera, resultado das diferenças de pressão. Este diferencial é 
provocado pela radiação solar que, não produzindo um aquecimento 
uniforme da superfície terrestre, gera variações na densidade da massa 
atmosférica.”32 
 
A ação dos ventos, para além de proporcionar a renovação de ar do 
edifício, aumenta também as perdas de calor, melhorando a qualidade 
ambiental. Assim, a adaptação dos edifícios à orientação dos ventos é 
essencial nestas regiões, pois permite que o desconforto ambiental, 
provocado pelas altas temperaturas e excessiva humidade no ar, seja 
atenuado. 
 
 
 
32 Margarida Quintã – op. cit., p.36 
 
52 
 
Nesta zona de clima tropical litoral33 conclui-se que a direcção 
predominante dos ventos é do quadrante de sudeste, assim, devem ser 
adotadas medidas arquitetónicas que captem este vento e o canalizem 
para dentro dos edifícios, favorecendo a circulação do ar no seu interior. 
 
 
 
029. Orientação dos ventos predominante 
 
 
 
Conforto 
 
“O grau de conforto térmico experimentado pelo homem depende 
essencialmente da temperatura, humidade e velocidade do ar, das trocas 
de energia radiante entre o organismo e o ambiente, do esforço físico que 
se desenvolve e da roupa que se veste. Depende ainda da idade, raça ou 
grau de aclimatação do individuo.”34 
 
Numa edificação para além dos aspetos funcionais a ter em conta, é 
necessário criar-se um micro clima interior aceitável, com o melhor nível 
possível de conforto. Na definição do grau de conforto dentro de um edifício 
o parâmetro mais utilizado, que relaciona as diferentes variáveis ambientais, 
é o da temperatura efetiva. “A temperatura média anual efectiva do ar em 
Quelimane é de 23, 6ºC, sendo que atinge valores superiores a 28ºC em 
Janeiro, e valores inferiores a 19º em Julho.”35 
 
“Admitindo que o ar no interior da habitação tem as mesmas características 
que o ar exterior e ainda que a sua velocidade é nula, a temperatura das 
paredes é igual à do ar e não há fontes de energia radiantes”36, conclui-se 
na Carta de Conforto de Quelimane, as seguintes condições médias: 
 
33 José Boléo – op. cit., p. 124. 
 
34 Manuel Monteiro Correia – ”Conforto Térmico em Quelimane”, Serviço Meteorológico de 
Moçambique, SMM 84, Memória 78, (25 Julho 1973), p.1. 
 
35 Idem, p.3. 
 
36 Ibidem, p.3 
 
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20correia,%20manuel%20monteiro
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20conforto%20termico%20em%20quelimane
53 
 
 
Desconforto pelo frio – maio a setembro 
Desconforto pelo calor – outubro a abril 
Desconforto grande pelo calor – dezembro a fevereiro 
Desconforto pela humidade relativa alta – noites e manhas durante todo o 
ano 
 
030. Carta de Conforto Térmico de 
Quelimane 
a) Humidade relativa do ar igual a 80% 
b) Início de desconforto pelo frio 
c) Início de desconforto pelo calor 
d) )Início de desconforto pelo grande calor 
 
Havendo períodos de desconforto causados pelo frio ou pelo calor excessivo 
em todos os meses do ano, constata-se a necessidade de se assegurarem 
padrões de eficiência e conforto necessários à vida humana, que hoje em 
dia se associam ao conceito de sustentabilidade ambiental. 
 
Sendo o objetivo principal da arquitetura tropical proteger o corpo dos 
efeitos perniciosos do clima, oferecendo as melhores condições de conforto 
possíveis, é da responsabilidade do arquiteto atenuar todo o desconforto 
humano através de soluções arquitetónicas que permitam obter uma 
estrutura climaticamente equilibrada e sustentável. 
 
“Intervir em climas quentes e húmidos e em conformidade com o meio, 
consiste sobretudo em permitir a adequada circulação do ar no interior dos 
edifícios e em protegê-los convenientemente do sol e das chuvas. Nestas 
condições climáticas, apenas a execução de alguns preceitos permite que 
as construções estabeleçam relações de concordância com o lugar e que 
se adequem correctamente ao comportamento do sol e dos ventos e às 
exigências críticas da humidade.”37 
 
37 Margarida Quintã – op. cit., p.40 
54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
URBANISMO 
 
 
 
 
 
 
 
031. Vistas aéreas, Quelimane, anos 30 e 60 
 
“Padres vindos de além-mar ou de outras missões – pregadores, cartógrafos, 
músicos, naturalistas, astrónomos, matemáticos, arquitectos – chegavam, 
ficavam por algum tempo e depois se iam, deixando uma marca da sua 
passagem: um mapa, um relógio, um órgão, uma imagem, um livro, uma 
ideia… a população crescia, novas casas se construíam.”38 
 
38 Erico Verissimo – “O Tempo e o Vento”, Plano de Urbanização de Quelimane (1945-72): Cadastro 
Geométrico da Propriedade Urbanizada da Cidade de Quelimane, 1952, cota: PT/ IPAD/ MU/ 
DGOPC/ DSUH/ 2097/ 14404. 
 
56 
 
 
No início do séc. XX, a vila de Quelimane, um lugar de grandezas tradicionais 
e de riqueza, contém “duas avenidas, três ruas, cinco travessas, quatro 
praças e dois largos"39. Contempla “óptimos edifícios e avenidas esplêndidas, 
[que embora] sejam urbanisticamente amplas e arejadas, estavam longe de 
corresponder ao conceito europeu de animadas boulevards elegantes. 
Ladeadas de frondosas árvores e coqueiros, respiravam paz e serenidade”40. 
 
As ruas da época são caracterizadas pelas linhas decauville, com as 
“zorras”, utilizadas como meio de transporte movido pelo homem, pelas 
grandes acácias rubras, que dão um colorido magníficoàs ruas da cidade, 
e pelas casas senhoriais, que com as suas varandas amplas e os seus amplos 
quintais, são um exemplo clássico da arquitetura colonial, e retratam bem a 
Quelimane da época. 
 
A integração entre as casas, os quintais e a esplêndida vegetação 
circundante, prevalece até aos dias de hoje, dando um colorido único à 
cidade. 
 
 
 
 
 
 
 
032. Uma rua, Quelimane, 1891 e 1929 
 
39 João Loureiro – op. cit., p.22 
 
40 idem, p.12 
 
57 
 
“O homem não pode viver eternamente do passado. Mesmo a técnica 
exige reformas, essas reformas proporcionam-lhe vida melhor, reduzindo 
para menos as dificuldades, desafogando-o das perturbações, aliviando-o 
de entraves.”41 
 
A consciencialização de se estar a viver uma nova etapa, e a necessidade 
de mudança levam à procura de novas estruturas urbanas, que forneçam 
respostas eficazes para os novos problemas emergentes do séc. XX. 
 
Assim, em 1945, é iniciado o primeiro Plano de Urbanização de Quelimane42, 
pela mão do arquiteto João de Aguiar (1906-1974), do GUC (depois GUU), 
conhecendo-se uma Planta Topográfica da Cidade de Quelimane43, com a 
divisão dos bairros que constituíam a urbe. Em 1947, são definidas diferentes 
zonas da cidade, segundo as suas funções: a zona industrial, a comercial e a 
residencial, e estruturado o traçado. Em 1950, o plano é aprovado e prevê 
um conjunto de eixos principais em quadrícula, quatro eixos no sentido sul-
norte (vias de João Belo, Combatentes, D. Luís Filipe e António Enes) e dois 
eixos este-oeste (vias Vasco da Gama e de Carmona, sendo esta a via 
marginal), no interior dos quais alguns sectores são tratados em desenho de 
cidade-jardim. 
 
Encontra-se aqui a identificação de modelos europeus, nomeadamente o 
de cidade-jardim44, ajustado à realidade moçambicana, onde as cidades e 
os aglomerados são pequenos núcleos de génese espontânea. 
 
A proposta do conjunto exprime-se na utilização de eixos viários retos, que 
utilizam a rotunda como meio de articulação, e na valorização dos espaços 
públicos, através de ruas arborizadas e de uma malha de jardins públicos, 
onde o alinhamento das árvores assume uma função estruturadora no 
traçado urbano. 
 
Uma urbanização estudada está na base do conforto climático duma 
cidade e consequentemente, das construções que a formam. “Dela 
dependem a boa ou má orientação das edificações, a densidade destas, 
suas alturas e até mesmo as características duma cidade se poderá 
 
41 Fernando Adão – “Crónica de Quelimane”, Rádio Moçambique, vol. XXXVII, nº 422, Abril 1972. 
 
42 Plano de Urbanização de Quelimane (1945-72), cota: PT/ IPAD/ UM/ DGOPC/ DSUH/ 2097 
 
43 idem 
 
44 A formulação do conceito teórico da cidade-jardim, ocorreu em Inglaterra, no final do séc. XIX, 
surgindo como alternativa à cidade tradicional, ligada sobretudo à forte concentração humana e 
construtiva dos grandes centros urbanos, deficientes em questões de salubridade e associados ao 
período industrial. Cf. Maria Manuela Fonte – Urbanismo e Arquitectura em Angola – de Norton de 
Matos à Revolução, Dissertação para Doutoramento em Planeamento Urbanístico, Lisboa: 
Universidade Técnica de Lisboa, 2001, p. 74. 
 
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20adao,%20fernando
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20cronica%20de%20quelimane
58 
 
comprometer numa solução em que este aspeto de especialidade não seja 
estudado em pormenor. Uma colaboração íntima entre o urbanista e o 
meteorologista impõe-se desde logo.”45 
 
A Carta de Atenas, redigida em 1933, por Le Corbusier, atribui especial 
ênfase para o problema do planeamento urbano e a sua natural relação 
com a habitação. Este documento de referência assume o “edifício como 
um objeto que deveria manter-se isolado, transbordando liberdade e 
desafogo em toda a sua plenitude, assente na triologia de sol, espaço e 
verdura”46. 
 
Nas tendências de urbanismo moderno, as construções já não se orientam 
segundo o princípio tradicional do arruamento, implantando-se sobre o lote, 
tendo em conta o contexto e o lugar. 
 
 
 
 
 
 
033. Planta Topografica da cidade de Quelimane (1945), João de 
Aguiar, GUC 
 
45 José Faria – op. cit. p. 112. 
 
46 Maria Manuela Fonte – op. cit., p.78 
 
 
59 
 
 
 
034. Planta Geral de Urbanização de Quelimane - estudos (1947), João de 
Aguiar, GUC 
 
 
035. Plano Geral de Urbanização de Quelimane (1950), João de Aguiar, 
GUC 
60 
 
Em 1952 é realizado o cadastro geométrico da cidade de Quelimane47 e nos 
anos 60, “impressiona o seu todo lavado e colorido, o ar cuidado e loução 
que dos ajardinados e passeios, das fachadas, das montras, dos relevos se 
eleva e se desprende”48. A cidade, agora moderna, apresenta avenidas 
largas, bem tratadas e arborizadas, e edifícios modernos de construção 
recente. A Avenida Dr. Oliveira Salazar (atual Avenida Samora Machel) 
representa o centro da cidade, sendo ao longo da mesma que se situam os 
principais edifícios públicos, financeiros e administrativos, bem como os mais 
significativos cafés, hotéis e restaurantes. 
 
Fora da zona central da cidade, situa-se a “cidade caniço” ou “temba”, 
onde palhotas sem qualquer arranjo urbanístico se amontam. O Plano de 
Urbanização de 196649, realizado por Mário de Oliveira tem como objetivo 
identificar os problemas desta “habitação popular” de forma a melhorar as 
condições de alojamento das áreas suburbanas, e arranjar urbanisticamente 
as novas áreas da cidade (zona da Sagrada Família e a zona entre a Rua 
António Monteiro e a Sagrada Família), realizando plantas de zoneamento e 
loteamento. 
 
 
 
 
036. “A cidade do betão e o caniço” 50, Quelimane, (-) 
 
47 Plano de Urbanização de Quelimane (1945-72): Cadastro Geométrico da Propriedade 
Urbanizada da Cidade de Quelimane, 1952, cota: PT/ IPAD/ MU/ DGOPC/ DSUH/ 2097/ 14404. 
 
48 Guilherme de Melo, Jornal Noticias, 1969, cit in João Loureiro – op. cit., p.25. 
 
49 Plano de Urbanização de Quelimane (1945-72), cota: PT/ IPAD/ UM/ DGOPC/ DSUH/ 2097/ 12421 
 
50 Cf. Plano de Urbanização de Quelimane (1945-72): Relatório e projectos de um grupo de 
trabalho: Quelimane, unidade de vizinhança 1: estudos de base e urbanização, cota: PT/ IPAD/ 
UM/ DGOPC/ DSUH/ 2097/ 12418 
 
61 
 
 
 
037. Esquema dos limites das àreas de estudo e levantamento existentes (1964) 
 
038. Terrenos destinados a bairros indigenas (1964) 
 
039. Áreas da cidade com necessidade de arranjo urbanistico (1964) 
 
 
 
62 
 
 
 
 
 
 
 
 
040. Solução urbanÍstica da zona da Sargrada Familia (1964) 
 
041. Solução urbanística entre a Rua António Monteiro e a Sagrada Familia (1964) 
 
 
63 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
042. Avenida Dr. Oliveira Salazar, Quelimane, 1968 
64 
 
 
 
 
 
 
 
043. Praças e jardins da cidade – Praça João de 
Azevedo Coutinho, Jardim da Madal, Parque 
Mouzinho de Albuquerque (acácias rubras), 
Quelimane, 1968 
65 
 
“É hoje aceite e universalmente reconhecido, que a habitação, entendida 
no seu lato significado, é um dos direitos dos Homem.”51 Atendendo ao tema 
da habitação, em 1971, o Governo da Província de Quelimane, 
representado pelo arquiteto Henrique Augusto Jesus Coelho, pretende criar 
mais uma Unidade de Vizinhança52, que compreenda a área suburbana da 
cidade, com o objectivo de solucionar terminantemente o problema da 
população urbanizada e não urbanizada53 de Quelimane. 
 
Tanto a população não urbanizada, designada de população “nativa”, 
“inidígena” (1928-55), “não civilizada” (1950-55) e “autóctone” (1960), como 
a população urbanizada, tem aumentado significativamente desde os anos50, sendo entre 1928-1940 que a população urbanizada regista uma 
percentagem de crescimento mais elevada de 6,4%54. Este crescimento 
deve-se essencialmente às migrações de residentes rurais que se fixaram nos 
subúrbios da cidade e ao desenvolvimento das divisões administrativas nas 
áreas centrais, onde a cidade se tem integrado. 
 
A estrutura urbana proposta para a Unidade de Vizinhaça pretende: 
“associar as diversas actividades urbanas, em vez de as localizar 
independetemente; estabelecer uma conjugação estreita entre os vários 
elementos geradores de vida urbana e nas áreas habitacionais; prever um 
faseamento do plano, atendendo às disponibilidades económicas; dissociar 
os diferentes percursos rodoviários e de peões através das diferentes zonas 
constituintes da malha, procurando através destes uma vivificação da 
mesma; vivificar toda a malha através do alargamento do seu raio de 
influência da cidade; conseguir que o esquema viário criado se integre 
perfeitamente na rede viária da cidade e reduzir ao minimo as infra-
estruturas sociais”55. 
 
Assim, abandona-se o esquema de uma estrutura centrípeta, baseada na 
divisão funcional da vida urbana e em elementos vivificadores distribuidos de 
forma pontual, e é criada uma área de vida urbana mais intensa, 
 
51 Plano de Urbanização de Quelimane (1945-72): Relatório e projectos de um grupo de trabalho: 
Quelimane, unidade de vizinhança 1: estudos de base e urbanização, cota: PT/ IPAD/ UM/ 
DGOPC/ DSUH/ 2097/ 12418 
 
 
52 Idem 
 
53 “População urbanizada são todos os indivíduos que vivem em habitações completamente 
integradas no conjunto do todo social, ordenadas e servidas por infra-estruturas de caracter social, 
arruamentos, água, luz e esgotos. A população não urbanizada corresponde ao conjunto de 
indivíduos que não obedecem às condições dos urbanizados”. Plano de Urbanização de 
Quelimane (1945-72): Relatório e projectos de um grupo de trabalho: Quelimane, unidade de 
vizinhança 1: estudos de base e urbanização, cota: PT/ IPAD/ UM/ DGOPC/ DSUH/ 2097/ 12418 
 
54 Idem 
 
55 Ibidem 
 
66 
 
concentrada na espinha dorsal da aglomeração. Todo o conjunto é 
atravessado por uma área verde, que envolve todas as áreas de habitação, 
e melhora as condições climáticas da cidade. 
 
No âmbito do problema habitacional de Quelimane, esta Unidade de 
Vizinhança articula quatro grupos residenciais, para o qual são definidos 
tipos de habitação de acordo com as características climáticas da cidade, 
e integra equipamentos sociais, de modo a satisfazer as atividades 
económicas, recreativas e culturais dos habitantes de Quelimane. 
 
O ritmo e a forma de crescimento da cidade, ao longo dos anos, espelham 
a articulação das relações económicas e políticas, que influenciam a 
configuração social e espacial da sociedade. Quelimane, capital do distrito, 
“conservando velhas tradições de uma feliz integração entre gentes de 
raças e credos diferentes, burgo pitoresco pelo seu passado, é agora 
também cidade moderna, rasgada por belas avenidas, ladeadas por sólidos 
prédios de construção recente”56. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
044. Vista geral, Quelimane, 1905 e 1965 
 
56 “O Anuário Turístico de Moçambique”, 1971, Cit in. João Loureiro – op. cit., p. 25 
67 
 
ARQUITETURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Forma e clima 
 
 
045. A luz da cidade, vista do Hotel Chuabo, Quelimane 
 
“Era necessário alinhar a arquitectura com o movimento do sol e do 
vento(…) mostrando constantemente como ela se difunde criando uma 
dependência da luz do ventos e das estações. A eles sacrifica 
inteligentemente as suas opções formais que condiciona a estrutura.”57 
 
O contexto climático de Quelimane conduziu os arquitetos portugueses à 
exploração formal e concetual de dispositivos de atendimento ao clima. Esta 
exploração baseou-se na reinterpretação dos ideais corbusianos e permitiu a 
criação de um léxico moderno adaptado a um clima tropical. 
 
 
 
 
 
57 Maria Grilo – op. cit., p.2 
 
68 
 
 “Dela dependem a boa ou má orientação das edificações, a densidade 
destas, suas alturas e até mesmo as características. Toda a ventilação duma 
cidade se poderá comprometer numa solução em que este aspecto de 
especialidade não seja estudado com pormenor. Uma colaboração intima 
entre o urbanista e o meteorologista impõe-se desde logo.”58 
 
Assim, ao definir a orientação do edifício, torna-se fundamental seguir os 
caminhos sombreados do sol 59, de modo a reduzir a incendia solar direta 
sobre as superfícies, e promover a direção dos ventos dominantes. 
 
No hemisfério sul o sol movimenta-se de este (nascente) para oeste (poente), 
assim, no caso de construções longitudinais o eixo maior deverá estar sempre 
orientado no sentido este-oeste, de modo a proteger a fachada nascente e 
poente dos fortes efeitos da radiação. Simultaneamente, Vasco Vieira da 
Costa (1911-1982) considera que “quando a orientação dos ventos 
dominantes conduzir a uma orientação que obrigue a fugir marcadamente 
da orientação nascente-poente (ideal em relação ao Sol) deverá adoptar-
se uma solução de compromisso, que permita que a maior fachada seja 
(embora obliquamente) varrida pelos ventos, sem que, no entanto uma 
grande superfície das suas paredes fique exposta aos raios solares”60. Neste 
caso será sempre mais favorável orientar a construção mais para este que 
para oeste, visto que o Sol da manhã é sempre menos nocivo que o da 
tarde. 
 
Numa região de clima quente e húmido, a ventilação natural dos espaços é 
um processo essencial na obtenção de condições de conforto humano. O 
elevado teor de humidade do ar, que constitui a principal causa de 
desconforto, pode ser reduzido através da orientação das construções aos 
ventos dominantes. Assim, “a implantação vai assumir aqui, mais uma vez, 
um papel determinante: relativamente aos ventos, as edificações deverão 
ser orientadas perpendicularmente à direcção em que eles sopram, de 
maneira que o plano de fachada de maior desenvolvimento seja normal 
aquela direcção”61. 
 
 
 
58 José Faria – op. cit., p. 112. 
 
59 Maria João Teles Grilo –“Vasco Vieira da Costa – Os Caminhos Sombreados do Sol”, in Roberto 
Prado; Paz Martí (dir.) – La Modernidad Ignorada: Arquitectura Moderna de Luanda. Madrid: 
Universidad Alcala, 2011, p. 195-207. 
 
60 Margarida Quintã – op. cit., p. 43. 
 
61 Idem 
 
69 
 
“A arquitectura segue a natureza e o homem: obedece às leis naturais, às 
formas do terreno à medida dos gestos (…); é uma consequência das formas 
sugeridas pela função e pela matéria: e a forma não é bela por si, mas pelas 
marcas da luta que a criou a partir da necessidade e do material.”62 
 
Num clima tropical, a orientação ideal não dispensa o uso de elementos de 
sombreamento nas fachadas, pois estes reduzem a penetração da radiação 
solar e atenuam o excessivo aquecimento dos espaços interiores. 
 
Os dispositivos de sombreamento de cada fachada devem ser 
determinados segundo a orientação, área envolvente, forma e função do 
edifício. A intenção é de, através da plástica, buscar soluções que 
conjuguem de maneira adequada os elementos da arquitetura moderna e 
o conforto ambiental. 
 
Seguindo a lei do sol, o sombreamento das fachadas pode ser conseguido 
através de dispositivos exteriores e interiores, fixos ou ajustáveis, bem como 
através da vegetação e da edificação envolvente. O mais eficaz é o uso de 
dispositivos de sombreamento exteriores distanciados do plano de fachada, 
de modo a criar a sombra pretendida e proteger a fachada do 
aquecimento proveniente da radiação que a própria pode emitir. 
 
As proteções exteriores fixas (galerias, varandas, palas,grelhas…), que 
derivam da própria pele do edifício, embora não apresentem grandes 
complicações do ponto de vista da manutenção, condicionam bastante a 
visibilidade para o exterior. Assim, de forma a haver uma maior visibilidade, 
são por vezes adotadas soluções de sombreamento ajustáveis, menos 
resistentes, mas que permitem variar a sua posição em função das 
necessidades. 
 
“Estas protecções, de uma maneira, geral, funcionam melhor do que 
qualquer protecção interior, independentemente da sua configuração e 
material, pois permitem interceptar os raios solares antes que estes incidam 
directamente sobre as aberturas e, principalmente, sobre o vidro.”63 
 
Conforme já referido, a latitude do lugar e a posição do Sol ao longo do ano 
influenciam, além da orientação e implantação do edifício, a conceção 
destes dispositivos de sombreamento. Assim, enquanto nas fachadas 
orientadas a norte e sul, o ângulo de incidência solar é alto, próximo da 
vertical, e os dispositivos de proteção a aplicar devem ser horizontais, nas 
 
62 Victor Palla – “Lugar do Artista pPlástico”, Arquitectura, nº 25, Lisboa, Julho 1948, p. 7. 
 
63 Margarida Quintã – op. cit., p.46. 
 
70 
 
orientadas a nascente e poente, onde o Sol tem um ângulo de incidência 
mais baixo, oblíquo à fachada, os dispositivos que proporcionam um 
sombreamento mais eficiente são os verticais. 
 
Esta libertação formal só é possível através da exploração das capacidades 
estruturais e construtivas do betão armado. Além da sua enorme 
plasticidade, o seu caráter opaco e impenetrável permite minimizar os 
ganhos por radiação e bloquear a transmissão de energia diretamente para 
o interior dos edifícios. 
 
Neste processo há ainda a referir o papel complementar que assumem as 
janelas betas. “Este dispositivo de sombreamento interior funciona como um 
sistema de persianas orientáveis que possibilitam a entrada selectiva da luz 
natural, sem prejuízo do conforto térmico nem da necessária e saudável 
visibilidade para o exterior.”64 
 
“Crendo natural a aspiração do homem à luz”65, o maior desafio que se 
encontra na conceção destes dipositivos de sombreamento é conciliar as 
necessidades de proteção solar das fachadas com o conforto visual 
adequado aos propósitos funcionais dos espaços. É necessário estabelecer-
se uma continuidade entre os contrastes de luz e sombra interior e exterior de 
forma a obter-se uma iluminação natural uniforme, adequada à função e às 
necessidades do projeto. 
 
Sem comprometer os dispositivos anteriores, a implantação de vegetação 
na envolvente do edificado também constitui uma estratégia eficaz para a 
obstrução de radiação solar pois, tendo baixa transmitância, evita a 
passagem da radiação para os espaços adjacentes. Para além de 
proporcionar sombra aos edifícios, o seu processo de evaporação reduz a 
temperatura ambiente, proporcionando um efeito de arrefecimento da 
temperatura do ar. 
 
Nas fachadas orientadas a este e oeste, em que o ângulo de incidência 
solar é baixo e as sombras projetadas são mais extensas, a sombra das 
árvores podem contribuir para uma solução eficiente. 
 
 
64 Zara Ferreira – O Moderno e o Clima na África Lusófona, Arquitectura Escolar em Moçambique: o 
programa de Fernando Mesquita, Dissertação para Mestrado em Arquitectura. Lisboa: Instituto 
Superior Técnico, 2012, p. 111. 
 
65 Le Corbusier – Conversa com os estudantes das escolas de arquitectura. Lisboa, Edições Cotovia, 
2003. 
 
71 
 
É facilmente identificável que o princípio do moderno tropical se baseia na 
reinterpretação dos elementos de proteção do Sol que Le Corbusier e a 
arquitetura moderna brasileira ensaiaram. 
 
“A liberdade compositiva dos edifícios está patente no tratamento 
volumétrico ou desenhos das fachadas”66, e resulta essencialmente do 
enorme leque de dispositivos de sombreamento. O brise soleil e o cobogó 
brasileiro, para além de promoverem o sombreamento das fachadas, 
demonstram “como um esqueleto em betão armado poderia tornar-se 
numa grelha naturalmente ventilada”67. 
 
É de enorme importância garantir uma adequada ventilação no interior dos 
edifícios, principalmente quando inseridos numa região de clima tropical 
quente e húmido. Como já referido no subcapítulo do Clima, a circulação 
do ar no interior dos espaços influência as condições ambientais, reduzindo a 
sensação de calor provocada essencialmente pela elevada humidade do 
ar. 
 
Ao projetar nestes climas é necessário adaptar a forma ao clima, 
compreendendo o comportamento dos ventos do lugar, o movimento dos 
fluxos de ar na envolvente das construções, de modo a se considerar a 
orientação mais favorável ao implantar os edifícios. A altura dos edifícios, a 
envolvente urbana, o dimensionamento e disposição de vãos ou de outras 
componentes arquitetónicas, como palas, grelhas e brise-soleils, influenciam 
a eficácia da ventilação natural dos espaços. Originando uma enorme 
continuidade e permeabilidade entre o interior e o exterior, os sistemas de 
ventilação adoptados devem estar integrados na linguagem arquitetónica 
do edifício e devem ser concebidos de acordo com a funcionalidade 
pretendida. 
 
“Surge assim uma arquitectura de clima quente e húmdio. A arquitectura da 
terra, quente, a Tropical por excelência, a que tem indubitavelmente, uma 
personalidade mais aguçada. Desenhos simples, plantas elementares e 
claras, duma grande liberdade. Cooperação com as brisas para produzir 
ventilações transversais. Luz e sombra. Transparências vegetais. E, 
envolvendo tudo isto, faz-se sentir a opulência do Trópico com a alegria de 
forma escultóricas caprichosas, cores vivas e radiantes.”68 
 
 
66 Ana Magalhães – op. cit., p.51. 
 
67 Idem, p. 64. 
 
68 Idem, p.5. 
 
72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
046. Ventilação. Problema base num clima tropical. Influência das palas e lâminas orientáveis sobre a 
direção do ar. Ventilação de coberturas. Influência da vegetação sobre a ventilação da 
construção. (notar a influência relativa dos diferentes obstáculos) 
 
 
73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagem Moderna 
 
047. Imagem moderna, fachada tardoz Hotel Chuabo, Quelimane 
 
“A prominente cidade de Quelimane vai perdendo aos poucos o ar pacato 
da terra feita a esmo, sem graça nem gosto, e vai-se transformando numa 
cidade garrida, de aristocratos hábitos europeus. 
 
Por toda a parte se vêm casas, árvores e flores. Abrem-se avenidas cujo 
pavimento asfaltado faz as delícias dos automobilistas, erguem-se belos e 
vastos edifícios comerciais com lojas de largas vitrinas, onde de expõem as 
ultimas modas de indumentária feminina e masculina, modificam-se jardins, 
tudo obedecendo a um vasto plano de modernização. Nas ruas, uma 
verdadeira policromia de gentes deambula num vai-e-vem constante, 
dando à cidade ritmo e alegria. 
 
Vivendas elegantes e altivos edifícios oferecem verdadeiro deleite aos olhos 
do turista. Aqui encontra o visitante, em contraste com os modernos imoveis 
que surgem em ritmo crescente, algumas construções antigas que fazem 
reviver épocas passadas. Enquadradas neste número encontramos o edifício 
onde funciona o BNU, as antigas instalações do Monteiro&Giro, a catedral, o 
edifício do Refeba, e a Escola Vasco da Gama, entre outras. 
74 
 
Quelimane orgulha-se de poder oferecer ao turista acomodações num hotel 
de luxo, merecidamente englobado no número dos melhores de 
Moçambique, Hotel Chuabo, situado no imponente imóvel propriedade 
Monteiro&Giro. No mesmo edifício situa-se uma boite que funciona 
diariamente, um super-mercado, um snack-bare diversas secções 
comerciais. Além deste hotel, outros há, confortáveis, bem assim como 
algumas pensões. As nossas praias são boas e o banhista sente-se à vontade, 
pois nelas não há traições. Merecem referência as de Zalala e do Mundimo. 
 
Satisfazendo uma das mais ardentes aspirações dos habitantes desta 
laboriosa terra, já se deu início aos trabalhos preliminares de construção do 
novo aeroporto. Dentro de três anos, aproximadamente, teremos um 
verdadeiro impulsionador turístico, um aeroporto à altura das necessidades 
prementes do turismo. 
 
Uma piscina pública fez as delícias dos citadinos e visitantes em dias de 
temperaturas elevadas. Em locais aprazíveis e bem situados encontram-se 
modernos cafés, “snack-bars”, clubes desportivos e cinemas onde casa um 
passa ao seu gosto algumas horas. 
 
Para os apreciadores de belezas naturais, oferecem os nossos palmares 
motivos de interesse e de oportunidade de serem batidas fotografias de 
paisagens inéditas. São dignas de admirar as noites de luar dos nossos 
palmares. Rendilhados incomparáveis e exóticos de milhares de figuras 
surgidas da nossa imaginação fazem as delícias de poetas e sonhadores. É 
um espetáculo arrebatante, cheio de poesia…”69 
 
 
 
048. Postais de Quelimane – Prédio Monteiro&Giro, Cine-Teatro Águia| Palácio das Repartições, 
Prédio Barreto&Filho | Piscina municipal, Travessa Nª Sr.ª do Livramento, Vista parcial da cidade 
|Vista geral da cidade, Palmar – 1960, Quelimane 
 
69 Maria Fernanda – “O Panorama Turístico de Quelimane”, Boletim geral do ultramar, nº 514, Abril 
1968. 
 
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20fernanda,%20maria
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20o%20panorama%20turistico%20de%20quelimane
75 
 
Como referido no capítulo do Urbanismo e da Arquitetura, Quelimane 
tornou-se, no início dos anos 50, uma cidade moderna. Esta modernidade, 
além de refletida no desenho e na estruturação urbana da cidade, é 
também apreendida na imagem moderna dos novos edifícios da época. A 
nova construção segue os princípios apresentados anteriormente, que se 
relacionam com a forma e o clima. 
 
A investigação realizada na viagem a Quelimane, permitiu o 
reconhecimento de uma circunstância espacial e temporal de um notável 
conjunto de obras modernas, que caracterizam este território. Assim, de 
seguida, apresenta-se, essencialmente, parte do material recolhido em 
viagem, que constituído por fotografias, reflete uma observação direta e 
pessoal deste lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
049. Porto e marginal, Quelimane 
 
 
76 
 
 
050. Edifício Monteiro&Giro (1954), Arménio Losa, Cassiano Branco, 
António Ribeiro da Costa, R. Filipe Samuel Magaia, Quelimane 
 
 
051. Banco Nacional Ultramarino (1960), Francisco José de Castro, Av. 
Samora Machel | Tv. 1 de Julho, Quelimane 
 
 
 
 
 
 
052. Hotel Chuabo (1954), Arménio Losa, Cassiano Barbosa, António 
Ribeiro da Costa, Av. Samora Machel | Tv. 1 de Julho, Quelimane 
 
 
 
77 
 
 
053. Escola Industrial e Comercial 1º de Maio (1960), autor desconhecido,Av.25 de Junho, Quelimane 
 
054. Escola 25 de Setembro (1969), Rute Bota, R. Hamed Sekou Touré| Av. Heróis da Libertação 
Nacional 
 
 
 
 
055. Escola Primária Sinacurra (-), autor desconhecido, Rua Acordos de Lusaka, Quelimane 
 
78 
 
 
056. Biblioteca Municipal (1969), Bernardino Ramalhete, Eduardo 
Naya Marques, Pr. De Bonga, Quelimane 
 
 
057. Mercado Municipal (-), autor desconhecido, Av. Heróis da 
Libertação Nacional | Av.25 de Junho, Quelimane 
 
 
058. Cine-Teatro Águia (1955), João Garizo do Carmo, Av. Josina 
Machel| Av. Eduardo Mondlane, Quelimane 
 
 
059. Piscina municipal (-), autor desconhecido, Av. Samora 
Machel, Quelimane 
79 
 
 
 
 
060. Igreja da Missão Sagrada Família – Nova catedral (1955), autor desconhecido, Av. 7 Setembro | R. Filipe 
Samuel Magaia | R. Paulo Samuel Kankhomba, Quelimane 
80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
061. Conselho Municipal (-), autor desconhecido, Av. Josina Machel, Quelimane 
062. Edifício dos Correios (-), autor desconhecido, Av. Samora Machel, Quelimane 
 
 
 
 
 
 
 
063. Escola Primária de Quelimane (-), autor desconhecido, Av. Josina Machel, Quelimane 
064. Mesquita (-), autor desconhecido, Av. 1ºJulho, Quelimane 
 
 
 
 
 
 
 
065. Aeroporto de Quelimane (-), Octávio Rego Costa, Av. 25 de Julho, Quelimane 
066. Complexo Monteiro & Giro – Fábrica Cerâmica (1958), Arménio Losa, Cassiano Barbosa, António 
Ribeiro da Costa, Quelimane 
 
81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
067. Localização dos edifícios identificados 
 
01. 01. Edifício Monteiro&Giro 
02. Banco Nacional Ultramarino 
03. Hotel Chuabo 
02. 04. Escola Industrial e Comercial 1º de Maio 
03. 05. Escola 25 de Setembro 
04. 06. Escola Primária Quelimane 
05. 07. Biblioteca Municipal 
06. 08. Mercado Municipal 
09. Cine-Teatro Águia 
10. Piscina Municipal 
01. 11. Catedral de Quelimane 
02. 12. Concelho Municipal 
03. 13. Edifício dos Correios 
04. 14. Escola Primária de Quelimane 
05. 15. Mesquita 
06. 16. Complexo Monteiro & Giro – Fábrica de Cerâmica 
07. 17. Paço Episcopal 
08. 18. Palácio das Repartições 
82 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
068. O edifício e o habitante chuabo70 
 
70 Etnia que habita nas províncias da Zambézia e de Sofala, em Moçambique 
83 
 
Constata-se, a partir deste reportório fotográfico, a grandeza da arquitetura 
moderna presente neste território, caracterizada pela “sua pertinência 
funcional e dimensão poética”71 num contexto tropical. Há de facto em 
Quelimane obras com uma enorme diversidade expressiva, que ultrapassam 
a influência moderna, de base europeia e corbusiana, influenciadas 
nomeadamente pela arquitetura mexicana e brasileira. 
 
Deste importante património moderno sobressai a obra do arquiteto em 
estudo, João Garizo do Carmo (1917-1974). Os seus edifícios traduzem uma 
extraordinária modernidade, adequada ao lugar e ao clima, “nascem das 
paisagens e adquirem uma grande potência plástica que advém das cores, 
das sombras, das formas, dos materiais”72. Em Quelimane, a obra deste 
arquiteto resume-se ao Cine-teatro Águia (1955) e aos dois casos de estudo 
que são apresentados em pormenor no último capítulo deste trabalho, o 
Paço Episcopal (1956) e o Palácio das Repartições (1960). 
Presume-se que a nova Catedral de Quelimane (1955), dada a sua 
conceção formal, seja também uma obra de João Garizo do Carmo, no 
entanto, não é possível concluir a sua autoria. O projeto desta Catedral, 
destinado a substituir a antiga Sé Catedral73 de setecentos, é iniciado em 
1955 por Megre Pires, mas só é terminado no final dos anos 60, com projeto 
de autor desconhecido.74 
 
 
 
 
 
069. Nova Catedral de Quelimane – Projeto inicial (1955), Megre Pires, Quelimane 
 
71 Margarida Quintã – op. cit., p.7. 
 
72 Idem 
 
73 A Igreja de Nossa Senhora do Livramento (1776), passou a Sé Catedral em 1954, com a criação 
da Diocese de Quelimane. Cf. José Fernandes; José Capela – “Equipamentos e Infra-Estruturas 
Quelimane”, Heritage of Portuguese Influence/ Património de Influência Portuguesa — HPIP, 
disponível em: 
http://www.hpip.org/def/pt/Conteudos/Navegacao/NavegacaoGeograficaToponimica/Localida
de?a=339 
 
74 Cf. Arquivo EWV. 
http://www.hpip.org/def/pt/Conteudos/Navegacao/NavegacaoGeograficaToponimica/Localidade?a=339
http://www.hpip.org/def/pt/Conteudos/Navegacao/NavegacaoGeograficaToponimica/Localidade?a=33984 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
85 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
02. JOÃO AFONSO GARIZO DO CARMO, 
ARQUITECTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
86 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
87 
 
VISÕES CRUZADAS: FORMAÇÃO, INFLUÊNCIA E OBRA 
 
 
 
 
 
 
 
Em duas gerações distintas, os Garizo do Carmo marcaram o território 
moçambicano, quer no campo da arquitetura quer no da engenharia e das 
artes plásticas. 
 
A primeira geração apresenta-se pelo arquiteto Jaime Afonso do Carmo (-), 
pai da segunda geração, formada pelos irmãos João Afonso Garizo do 
Carmo (1917-1974)75 (arquiteto), Jorge Afonso Garizo do Carmo (1927-1997)76 
(pintor e artista plástico) e Luís Afonso Garizo do Carmo (-) (engenheiro).77 
 
Arquiteto pioneiro em terras moçambicanas, Jaime Afonso do Carmo iniciou 
a sua atividade como condutor de trabalho da Companhia de 
Moçambique78 na Beira em 1898 e, graças à sua energia, dedicação e 
competência atingiu o estatuto de Diretor dos Serviços da Direção Geral das 
Obras Públicas e Fiscalização do Caminho-de-Ferro até 1914, data em que 
abandonou definitivamente os serviços. 79 Durante a sua atividade foi 
responsável pelo Plano Diretor do Bairro Ponte Gêa e da Ponte sobre o 
Chiveve, na Beira.80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 Ana Magalhães – op. cit., p. 199. 
 
76 Cf. Depoimento de Verónica Garizo do Carmo (2013), filha de Jorge Afonso Garizo do Carmo e 
sobrinha de João Afonso Garizo do Carmo (o arquiteto em estudo) 
 
77 Idem 
 
78 A Companhia de Moçambique fundada em 1892 encarregou-se, durante 50 anos, da 
exploração e do desenvolvimento do território de Manica e Sofala. 
 
79 Cf. Companhia de Moçambique, Arquivo Nacional da Torre do Tombo, processo nº10143. 
 
80 Cf. Depoimento de Verónica Garizo do Carmo (2013) 
88 
 
 
 
 
 
 
070. Jaime Afonso do Carmo 
 
071. Nomeação de Jaime Afonso do Carmo (1913), Beira 
 
072. Ponte sobre o Chiveve, Beira, 1905 
89 
 
O pintor Jorge Afonso Garizo do Carmo frequentou o curso de Arquitetura na 
ESBAP (1944-48), mas não o finalizou, tendo-se dedicado essencialmente à 
pintura e a outras artes plásticas (cerâmica, gravura, xilografia, escultura). Foi 
aluno voluntário em Pintura dos Mestres Joaquim Lopes (1886-1955) e Dórdio 
Gomes (1890-1976) e fez parte do “Grupo dos Independentes”81 do Porto, 
juntamente com Fernando Lanhas (1923-2012), Júlio Resende (1917-2011), 
Manuel da Costa Martins (1922-1996), entre outros. 
 
Embora se tivesse dedicado essencialmente à pintura, em 1948 participou no 
concurso para uma Casa de Férias no Alto Rodizio, onde lhe foi atribuída 
uma menção honrosa.82 
 
Entre 1948 e 1954, frequentou as Escolas de Belas Artes de Toulouse, Grenoble 
e a Escola de Paris da Ateliers Zavaoni, assim como a La Grand Chaumière, 
na área da pintura e gravura. Em Paris, montou uma oficina de cerâmica e 
dedicou-se às artes gráficas, mantendo permanente contacto com Costa 
Camelo (1924-2008), Francis Smith (1881-1961) e Maria Helena Vieira da Silva 
(1908-1992).83 
 
A experiência adquirida por Jorge Garizo do Carmo, em França, traçou o 
seu percurso como artista. A proximidade com artistas como Vieira da Silva 
determinou a sua cultura abstrata e o seu espírito criativo e inovador. 
 
Em 1954, retorna a Portugal e dirige uma secção de cerâmicas na Fábrica 
de Sacavém, onde realiza diversos cartões de Ribeiro Paiva e um grande 
conjunto mural para o Cinema S. Jorge (1953), na Beira. Trabalha também, 
tanto em Portugal como em Moçambique, com Querubim Lapa de Almeida 
(1925-?)84, um dos melhores ceramistas portugueses, que fez o painel 
cerâmico da sede do Banco Nacional Ultramarino (BNU) (1963), atual Banco 
de Moçambique. 
 
Em 1956, viaja até à Beira, onde trabalha nas áreas da arquitetura, 
decoração, pintura, escultura e artes gráficas, em contacto com João 
Garizo do Carmo e muitos outros arquitetos. Embora não pudesse assinar, 
colaborava com o irmão nos projetos de arquitetura, marcando a sua 
 
81 “Independentes foi uma denominação utilizada em várias circunstâncias para identificar 
exposições e/ou grupos de artistas ao longo do Século XX em Portugal, conotados com um desejo 
de modernização da arte.” Cf. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em: 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Independentes 
 
82 “Concurso para uma Casa de Férias no Alto do Rodizio”, Arquitectura, nº23/24. Lisboa, Maio 
/Junho, 1948, p.2. 
 
83 Cf. Blogue Pintura na Galeria, disponível em: http://pinturanagaleria.blogspot.pt/2011/09/20-
garizo-do-carmo.html 
 
84 Cf. Depoimentos de Verónica Garizo do Carmo (2013) 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Independentes
http://pinturanagaleria.blogspot.pt/2011/09/20-garizo-do-carmo.html
http://pinturanagaleria.blogspot.pt/2011/09/20-garizo-do-carmo.html
90 
 
identidade como artista plástico.85 Os dois irmãos mantinham um forte elo de 
ligação tanto a nível profissional como pessoal e, por isso, considerar-se 
importante a investigação das visões cruzadas desta dupla. 
 
Jorge Garizo do Carmo elaborou numerosos trabalhos entre Manica, Sofala 
e Zambézia, sendo da sua autoria o painel mural no Banco Nacional 
Ultramarino (1963), em Lourenço Marques. 
 
Em 1962, muda-se da Beira para Lourenço Marques e inicia uma atividade 
gráfica no campo do jornalismo, como redator-paginador, e abraça o 
professorado artístico. Regressa a Portugal, após a independência de 
Moçambique, e além de professor na Escola António Arroio, é artista gráfico 
do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.86 
 
Jorge Garizo do Carmo foi um artista multifacetado, com formação em 
gravura e pintura, a diversidade é a marca da sua obra. Destaca-se no 
campo da pintura, além da criação na cerâmica, com soluções plástica e 
tecnicamente inovadoras. 
 
 
 
 
073. Projeto de uma Casa de Férias no Alto Rodizio (1948), 
Jorge Garizo do Carmo 
 
 
85 Cf. Depoimentos de Verónica Garizo do Carmo (2013) 
 
86 Idem 
 
91 
 
 
 
 
 
 
074. Jorge Garizo do Carmo com a sua 
escultura “A Mão”, situada ao lado do 
Grande Hotel da Beira, Beira 
 
 
075. Atelier de Jorge Garizo do Carmo, Lourenço Marques 
 
076. Cartaz do Teatro Nacional de D.Maria II - Gisela May interpreta Brecht (1978), Lisboa; 
077. Pintura mural do Banco Nacional Ultramarino (1963), Lourenço Marques 
http://purl.pt/7730
92 
 
No âmbito desta investigação, o membro da família que se destaca é o 
arquiteto João Afonso Garizo do Carmo. Nascido na cidade da Beira, em 
Moçambique, frequenta entre 1942 e 1949 o curso de arquitetura na ESBAP87, 
mas acaba por concluí-lo na ESBAL, em 1951, com a classificação de 17 
valores88. 
 
A base da sua formação apoia-se em dois padrões de ensino distintos. 
Enquanto a ESBAP, a escola de Carlos Ramos (1897-1969), apresentava um 
ensino aberto e procurava uma linguagem moderna fundamentada no 
conhecimento das teorias modernas de Le Corbusier, a ESBAL mais ligada ao 
Regime Salazarista, assumia os princípios anti modernistas de Raul Lino (1879-
1974) e defendia a estética tradicionalista e o espirito nacionalista da 
arquitetura portuguesa da época. 
 
João Garizo do Carmo revela, num espírito progressista, a luta pela 
afirmação dos seus ideais modernos, manifestando uma prática e atitude 
mais corbusiana, mais ligada à sua formação no Porto. 
 
Entre 1943 e 1944, trabalha no Porto, no Atelier da Rua Duque Teixeira, com 
José Borrego (-), Carlos Carvalho de Almeida (-), António Veloso Pinto (-), 
Victor Palla (1922-2006), Fernando Martins de Sousa (-), Raul Roque (-) e com 
o seu colega Joaquim Bento d´Almeida (1918-1997).89Em 1945 surge em Portugal o moderno brasileiro, através do livro Brazil Builds, 
representando um estímulo à afirmação do Movimento Moderno neste país. 
Prova disso é o aparecimento das primeiras EGAP 90, que se revelam um 
importante veículo de divulgação da diversidade de projetos realizados 
nesta época. 
 
 
 
 
 
87 Cf. ESBAP, Escola Superior de Belas Artes do Porto. 
 
88 Cf. ESBAL, Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. 
 
89 Patrícia Beirão da Veiga Bento d´Almeida – Victor Palla e Bento d'Almeida: Obras e Projectos de 
um Atelier de Arquitectura 1946-1973, Tese de mestrado em História de Arte Contemporânea. 
Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 2006. 
 
90 As EGAP., Exposições Gerais de Arte Plástica, constituem a principal oposição à politica cultural 
de António Ferro e às Exposições de Arte Moderna do Secretariado Nacional de Informação. 
Tinham o objetivo a aproximação das artes, como expressões diferentes de um Homem que tem 
estado separado, incompleto, despedaçado e busca agora ansiosamente o caminho da sua 
integração. As E.G.A.P. realizaram-se anualmente na Sociedade Nacional de Belas Artes (SNBA), 
em Lisboa, entre 1946 e 1956 e uma das grandes concretizações destas exposições, foi o poder 
que tiveram em agitar a realidade entre os artistas, levando grande parte deles a oporem-se ao 
regime, Cf. Jéssica Bonito – Arquitectura Moderna na África Lusófona: Recepção e Difusão das 
Ideias Modernas em Angola e Moçambique, Dissertação para Mestrado em Arquitectura, Lisboa: 
Instituto Superior Técnico, 2011, p. 21 
93 
 
Em 1946, João Garizo do Carmo muda-se para Lisboa e instala-se com Bento 
d´Almeida e Vitor Palla, num atelier projetado por Cristino da Silva (1929-
1976), na Rua Coelho da Rocha nº69.91 Os projetos, por estes realizados, 
revelam um entendimento da arquitetura do Movimento Moderno, desde a 
aplicação dos materiais à delicadeza do desenho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
076. João Garizo do Carmo 
 
079. Ló do Carmo, Nico Craveiro Lopes e João Garizo do Carmo 
 
91 Patrícia Beirão da Veiga Bento d´Almeida – Victor Palla e Bento d'Almeida: Obras e Projectos de 
um Atelier de Arquitectura 1946-1973, Tese de mestrado em História de Arte Contemporânea. 
Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 2006. 
 
94 
 
Em Lisboa surgem novos espaços, como lojas e snacks-bar de aspecto 
renovado, “que revelam à pacata e povinciana cidade novos mundos a 
descobrir”92. Palla e Bento D´Almeida selecionam diversos projetos de 
estabelecimentos comerciais, “nomeadamente snack-bares e institutos de 
beleza, (…) no entanto, em Maio de 1947 na II EGAP, foram os arquitectos 
Bento D´Almeida e Garizo do Carmo que expuseram os estabelecimentos 
Centeno&Neves (Rua da Prata, não construído) e a Pelaria Galeão”93. 
 
A Pelaria Galeão, projetada também com Carlos Manaus, foi licenciada em 
1946, e consiste num projeto de remodelação de um antigo 
estabelecimento comercial que ocupava o R/C de dois edifícios pombalinos 
localizados na Rua Augusta, bem como a cave e o 1ºandar.94 
 
No processo de definição de novos rumos para a arquitetura portuguesa, a 
ODAM95 adquire a revista Arquitectura, com o objetivo de promover a 
discussão sobre as artes e divulgar a arquitetura moderna que pelo mundo 
se praticava. 
 
Logo em 1948, João Garizo do Carmo surge pela primeira vez nas páginas 
desta revista, ao remodelar, com Orlando Avelino, um Café em Lisboa. “O 
interesse deste arranjo nasceu duma inteligente aplicação de materiais, da 
feliz solução do problema da iluminação (luz fluorescente indireta 
combinada com luz incandescente) e de uma perfeita harmonia das cores e 
das proporções.”96 
 
Nesse mesmo ano, com Bento D´Almeida e Victor Palla, projeta também 
uma Fábrica de Chocolates em Coimbra, que segue os princípios de Le 
Corbusier, nomeadamente as questões que tratavam a denominada l´usine 
verte (fábrica verde)97. As soluções iam além das funções associadas à 
produção, salientando preocupações relacionadas com a integração do 
 
92 Ana Tostões – Os Verdes Anos na Arquitectura Portuguesa dos Anos 50, Porto, FAUP, 1997, p. 121. 
 
93 Patrícia Beirão da Veiga Bento d´Almeida – Victor Palla e Bento d'Almeida: Obras e Projectos de 
um Atelier de Arquitectura 1946-1973, Tese de mestrado em História de Arte Contemporânea. 
Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, 2006. 
 
94 Idem 
 
95 ODAM, Organização dos Arquitectos Modernos, foi uma organização criada por um grupo de 
arquitetos do Porto que, entre 1947 e 1952, tinha como objectivo defender e divulgar os pontos de 
vista profissionais da arquitetura moderna. A ODAM mantinha contato com o coletivo Iniciativas 
Culturais Arte e Técnica (ICAT), grupo de arquitetos de Lisboa com objetivos semelhantes, que 
editou a revista Arquitectura e organizou as Exposições Gerais de Artes Plásticas (EGAP) em que 
vários arquitetos expuseram projetos de arquitetura a par das obras de artes plásticas. No seio da 
ICAT tiveram origem grande parte das teses apresentadas ao I Congresso. 
 
96 “Café em Lisboa”, Arquitectura nº27. Lisboa, Outubro/ Novembro 1948, p. 2. 
 
 
97 Cf.“Fábrica de Chocolates em Coimbra”, Arquitectura, nº 19, Lisboa, Janeiro, 1948, p. 12. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iniciativas_Culturais_Arte_e_T%C3%A9cnica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iniciativas_Culturais_Arte_e_T%C3%A9cnica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lisboa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Exposi%C3%A7%C3%B5es_Gerais_de_Artes_Pl%C3%A1sticas
95 
 
edifício na paisagem, bem como o conforto dos trabalhadores e visitantes 
com a natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
080. Casa Galeão (1946), João Garizo do Carmo, Lisboa 
 
081. Café em Lisboa (1948), João Garizo do Camo, Lisboa 
96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
082. Fábrica de Chocolates (1948), João Garizo do Carmo, Coimbra 
97 
 
Como já referido, é com a realização do 1º Congresso Nacional de 
Arquitectura, em 1948, que se dá o grande momento de mudança, de 
afirmação da arquitetura moderna portuguesa. Esta viragem do panorama 
nacional representa um momento de reconquista da liberdade de expressão 
perdida pelos arquitetos no início da ditadura. 
 
Após o congresso de 48 e da repercussão que a arquitetura brasileira teve 
em Portugal, assiste-se à conciliação entre o tradicionalismo pretendido pelo 
regime em vigor e o internacionalismo tão rejeitado. A adesão por parte do 
regime, a partir da década de 50, proporcionou o aparecimento de uma 
série de publicações sobre a arquitetura moderna brasileira em Portugal. 
 
“A novíssima geração”98 de arquitetos, agora em contacto com o 
Movimento Moderno internacional, estava deslumbrada pelo vigor e 
expressividade das obras de Óscar Niemeyer (1907-2012) e pela 
adaptabilidade climática dos edifícios. 
 
Ainda assim, “a realidade da Arquitectura Portuguesa estava longe do 
optimismo resultante do Congresso. As dificuldades que os novos arquitectos 
tinham em projectar eram tremendas, o gosto oficial estatal e privado 
continuava ligado a concepções ambíguas sobre a tradição e o 
nacionalismo da arquitectura e os jovens arquitectos eram olhados com 
desconfiança, não conseguindo praticamente nenhumas encomendas, ou 
conseguindo-as abdicando da sua liberdade criativa”99. 
 
É neste contexto que a ideia de emigrar começa a ganhar corpo. A “nova 
geração rebelde”100, formada no início dos anos 50, encontra em África 
condições ambientais e culturais diferentes da metrópole, permitindo-lhes 
explorar novos aspetos construtivos e formais focados nos ideais do 
Movimento Moderno. 
 
Tal como tantos outrosarquitetos formados nesta época em Portugal, João 
Garizo do Carmo regressou a terras moçambicanas101, em 1952102, onde 
 
98 Nuno Portas – "A Responsabilidade de uma Novíssima Geração no Movimento Moderno em 
Portugal", Arquitectura, nº 66, Lisboa, Novembro/Dezembro 1959, p. 13-14. 
 
99 António Manuel da Silva e Sousa Alburqueque – Arquitectura Moderna em Moçambique: 
Inquérito à Produção Arquitectónica em Moçambique nos Últimos Vinte e Cinco Anos do Império 
Colonial Português (1949-1974), Prova Final de Licenciatura em Arquitectura. Coimbra: Universidade 
de Coimbra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, 1998, p. 37. 
 
100 Nuno Teotónio Pereira – “Cristino, Mestre de uma Geração Rebelde”, in FERNANDES, José 
Manuel; JANEIRO, Maria de Lurdes, Luís Cristino da Silva, Arquitecto. Lisboa: Fundação Calouste 
Gulbenkian, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, 1998, p.139. 
 
101 Segundo Fernando Ferreira Mendes, João Garizo do Carmo, antes de regressar à Beira em 1952, 
participou ainda em diversos projetos em Portugal, além dos acima referidos. Este menciona que a 
Câmara Municipal de Lisboa lhe entregou o projeto de direção de execução de um bloco de 108 
prédios para o bairro de Alvalade, o plano de urbanização da Baixa e o projeto de arranjo da 
Praça da Figueira, de colaboração com o arquiteto Faria da Costa. Indica também que o 
98 
 
“corpo e comunidade procuram fresco, sombra e, sobretudo, viver e 
conviver longe dos preconceitos pesados de um mundo tão fechado como 
era o de Portugal”103. 
 
A sua atividade projetual é essencialmente de encomenda privada, 
desenvolvida entre a Beira e Quelimane, com as notáveis exceções do Cine-
Teatro São Jorge e da Sede dos Caminho-de-Ferro de Moçambique, na 
cidade da Beira. 
 
Além da arquitetura, em 1955, Garizo do Carmo, dedica-se ao ensino, 
apresentando excelentes qualidades educativas, com conhecimentos fora 
de série, de uma versatilidade excecional, sempre atualizado das novas 
tecnologias.104 
 
Nos anos de 1954 a 1955 é vencedor do prémio Municipal Lacerda Araújo105 
e, em 1970, trabalha para o Ministério do Ultramar em Macau, tendo sido da 
sua responsabilidade: o Projeto do aproveitamento do terreno do Henrique 
Bento na Avenida da República – Bissau (1970), a Ponte Macau-Taipa (1971), 
o Estudo Prévio do Plano Diretor de Macau (1971) e o Plano de Urbanização 
da Nova Zona Central (1972), realizado juntamente com Eurico Machado e 
Luísa d´Orey.106 
 
Dois anos depois de regressar a Portugal, em 1974, morre, em Cascais, de 
ataque de coração fulminante, deixando particularmente o irmão Jorge 
Garizo do Carmo com um enorme desgosto.107 
 
 
arquiteto deixou ainda vincada a sua passagem pelo Porto, onde, em colaboração com o 
arquiteto Viana de Lima, planeou e dirigiu o arranjo e remodelação do Hotel Império. 
Fernando Ferreira Mendes vive na cidade da Beira, em Moçambique, e é blogger desde 2007. No 
seu blogue Beira-amar pretende apresentar informações sobre aspetos históricos e culturais da 
cidade de Moçambique. A informação aqui citada foi publicada no arquivo do Cinema S. Jorge 
Garizo do Carmo, em 26 Junho de 2009 e encontra-se disponível em: 
http://beiraumseculo.blogspot.pt/2009_06_01_archive.html 
 
102 Ana Magalhães – op. cit., p.200. 
 
103 Ana Tostões, “Prefácio”, in Ana Magalhães – op. cit., p. 7. 
 
104 Cf. Depoimento de José Espirito Santo a 2 Junho de 2013. José Espirito Santo, filho de um 
projetista e chefe de cabina do Teatro São Jorge na Beira, foi aluno do arquiteto Garizo do Carmo 
na Escola Industrial e Comercial Freire d´Andrade, em 1955, ano de fundação da escola. 
 
105 Cf. Carla Mirella de Oliveira Cortês – Moderno Brasileiro em Moçambique, 1950-1975: a 
importação de uma Imagem, Dissertação de conclusão de Mestrado em Desenvolvimento 
Urbano, Universidade Federal de Pernambuco, 2011. 
 
106 Cf. Plano urbanístico Macau 1970-75, cota: PT/IPAD/MU/DGOPC/GTPM/2224 
 
107 Cf. Depoimentos de Verónica Garizo do Carmo (2013). Importa referir que, do meu 
conhecimento, não existem testemunhos com capacidade e conhecimento suficiente para 
delinear precisamente o percurso de vida de João Garizo do Carmo. Assim, todas as datas 
indicadas assumem-se como uma compilação de informação de diversas fontes, mas que não são 
totalmente fidedignas e certas, havendo alturas no tempo em que não se consegue situar o 
arquiteto. 
 
99 
 
Claramente influenciado pela conceção plástica e escultórica da 
arquitetura moderna brasileira, o arquiteto espelha a potencialidade do 
clima na definição da sua arquitetura. Encarando as contingências dos 
climas tropicais como desafios arquitetónicos a solucionar, Garizo do Carmo 
reponde às exigências climáticas da região e contribui para o surto de 
modernidade arquitetónica, unindo as artes “como expressões diferentes 
mas solidárias de um Homem que tem estado separado, incompleto, 
despedaçado e busca agora ansiosamente o caminho da sua 
integração”108. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
108 Exposição Geral de Artes Plásticas, Catálogo da Exposição. Lisboa, SNBA, Julho 1946, cit in Ana 
Tostões – op. cit., p. 22. 
 
100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
101 
 
ENTRE BEIRA E QUELIMANE 
 
 
 
 
 
 
 
Como já referido, em Moçambique assiste-se, nas décadas de 40-50, a um 
aumento de recursos humanos e económicos provenientes da metrópole 
para as províncias ultramarinas, em virtude da nova política integracionista, 
que se traduz pela abertura a concurso de vários lugares para reforçar o 
reduzido corpo da administração pública local. As vagas para arquitetos 
foram sendo ocupadas ao longo da década de 50 por representantes da 
nova geração emergente do Congresso de 48, da qual João Garizo do 
Carmo faz parte. A maioria desta geração, formada na escola do Porto, e 
com a influência de Carlos Ramos, apoia-se nos valores estéticos e 
ideológicos do Movimento Moderno, influenciando decisivamente a 
arquitetura produzida a partir de então, quer de carácter público quer 
privado. 
 
Desde o Congresso de 48 que se admite, em Portugal, que a “Arquitectura 
Moderna Brasileira é uma franca realidade”109, tendo sido na sequência da 
primeira Exposição no Instituto Superior Técnico, que se mostra um conjunto 
alargado da produção brasileira mais recente, que os portugueses são 
exaltados para toda esta experiência. 
 
A preocupação climática e a semelhança com o clima dos trópicos 
brasileiros constituem um dos principais motivos para a produção de uma 
arquitetura moderna inspirada na experiência brasileira. Neste território os 
elementos arquitetónicos de maior expressão são os dispositivos climáticos 
que, ao serem registados nas publicações, são rapidamente adotados como 
resposta ao clima e como solução plástica. 
 
É importante salientar que a arquitetura brasileira, começada a ser 
produzida no final da década de 40, “passa por situar Le Corbusier (1887-
1965). Localizá-lo no quadro da estrutura cultural em construção no Brasil 
domina parte do debate teórico que reflecte sobre hereditariedade. Muito 
embora haja um passado moderno – ou modernista – em gestão desde 
meados dos anos 20, o mestre franço-suiço é genericamente identificado 
 
109 Formosinho Sanches - op. cit., p. 17. 
 
102 
 
como figura central na sua consolidação”110. Assim, é através de uma leitura 
do ideário corbusiano que se adapta o projeto moderno à realidade 
brasileira e posteriormente à realidade moçambicana.De seguida, apresenta-se o descoberto da obra do “conhecido arquiteto – 
beirense por nascimento e devoção – João Afonso Garizo do Carmo"111 que, 
entre Beira e Quelimane, deixou diversos edifícios públicos e residenciais 
marcados por uma linguagem moderna, influenciada pelos modelos 
brasileiros, em especial pela obra de Óscar Niemeyer. 
 
Não existe nenhum registo da obra completa de João Garizo do Carmo, 
pelo que as obras, em seguida referidas, resultam de uma sistematização de 
referências que, no decorrer do trabalho, possibilitaram elaborar o inventário 
dos seus edifícios, embora este não represente a totalidade da obra 
construída. 
 
João Garizo do Carmo inicia a sua produção arquitetónica na Beira, em 
1952, destacando-se com o projeto de um edifício de habitação coletiva 
para a firma Predial Ultramarina, na zona residencial da Ponta Gêa112 (talhão 
263). Com grande simplicidade e equilíbrio de proporções, aliando o lado 
estético e o funcional, as fachadas são verticalmente seccionadas por 
elementos de betão armado. Desta forma, as fachadas adquirem o aspeto 
de um conjunto de alvéolos retangulares de proporções alongadas, que 
produzem um jogo de claro-escuro bastante variado e que as movimentam 
na sua grande extensão. 
 
Desde logo, no projeto de um pequeno prédio habitacional, para António 
Duarte, no Bairro Ponta Gêa (talhão 355), o arquiteto espelha o vocabulário 
formal apreendido da experiencia brasileira, na utilização de brise-soleils, da 
parede chanfrada e da cobertura inclinada, dos planos de reboco 
recortados por embasamentos de pedra, e no desenho da escada de 
serviço, em caracol. 
 
 
 
110 Ana Vaz Milheiro – A Construção do Brasil: Relações com a cultura Arquitectónica Portuguesa. 
Porto: FAUP Publicações, 2005, p.26. 
 
111 “Igreja do Alto da Manga, Entrevista com o Arquitecto João Garizo do Carmo”, Diário de 
Moçambique, Beira, 19 Junho 1956, p. 3. 
 
112 A cidade da Beira, atravessada a meio pelo rio Chiveve, situa na margem esquerda do rio a 
zona comercial e dos bairros residenciais da Ponta Gêa, das Palmeiras e do Macúti, sendo que na 
margem direita ficam os extensos cais portuários, os caminhos-de-ferro, e ainda os bairros da 
Munhava, Maquinino e Matacuane. Cf. João Loureiro – Memórias da Beira. Lisboa, Maisimagem: 
Comunicação Global, 2005. 
 
 
103 
 
 
 
 
 
083. Predial Ultramarina (1952), João Garizo do Carmo, Beira 
 
 
 
084. Desenhos Casa António Duarte (1952), João Garizo do Carmo, Beira 
104 
 
Dando um passo no progresso, em 1953, o arquiteto desenha o Cine-Teatro 
São Jorge, um dos ícones da cidade da Beira. Pertencendo aos Irmãos 
Paraskeva, este cine-teatro, casa de chá e boite, situa-se na esquina entre a 
Avenida Eduardo Mondlane (antiga Avenida da República) e a Rua Renato 
Baptista, na praça 3 de Fevereiro (antiga praça Almirante Reis), no Bairro 
Ponta Gêa (talhão 151). 
 
Trata-se de “um trabalho delicado, difícil e fora do vulgar”113, que resulta da 
utilização de dispositivos climáticos e da integração das artes com a 
arquitetura e volumetria. De fachada frontal curva, com um grande vão 
protegido do sol por brise-soleils verticais, conjuga elementos curvos e retos, e 
a sua planta em forma de leque, possui uma sala de espetáculos com 
balcão suspenso. 
 
“A iluminação é feita por meio de luz indirecta. E da aplicação desta luz 
nasce um dos principais partidos decorativos.”114 Os brises-soleils verticais 
foram dispostos recuados em relação aos limites da fachada, criando uma 
área de sombra que acentua a ideia de fachada profunda, emoldurada, 
com um efeito de luz e sombra mais dramático. Plasticamente, estas cortinas 
corta luz trabalham na construção da unidade formal dos edifícios, através 
da contraposição do volume horizontal e das marcações verticais. 
 
“Houve a preocupação de valorizar artisticamente o edifício, cousa que não 
costuma fazer por estas terras. Portanto ele terá na fachada três painéis em 
cerâmica policromada. Estes painéis são da autoria de Jorge Garizo do 
Carmo, meu irmão.”115 
 
Os painéis, de conceção e execução artística do pintor e ceramista Jorge 
Garizo do Carmo, completam a imagem moderna da composição, 
apresentando uma linguagem abstrata, com cor e movimento, alusiva às 
artes do espetáculo. Na fachada principal apresenta um painel com a figura 
de São Jorge, que interrompe os brise-soleils verticais da fachada frontal. O 
painel que envolve a entrada principal representa o som e a luz, síntese do 
cinema, e o do lado direito a música, a dança e o teatro.116 
 
 
113 “Estou muito satisfeito com o ritmo de construção do Cine-Teatro S.Jorge”, Diário de 
Moçambique. Beira, 5 Dezembro 1953, p. 1. 
 
114 Idem, p. 6. 
 
115 Ibidem 
 
116 Ibidem 
 
105 
 
As esculturas aqui presentes, “Alegoria às Descobertas”, “As Comadres” e 
“Romance de Pierrot e Columbina”, que embelezam o proscénio, o balcão 
e a plateia são concebidas e realizadas pelo escultor Arlindo Rocha. 
 
A integração das artes à arquitetura não foi um privilégio proporcionado 
pela chegada do moderno brasileiro a Moçambique. Este diálogo já 
acontecia na arquitetura portuguesa, através da utilização de azulejos e de 
painéis esculpidos. Há aqui um facto coincidente de novidade arquitetónica 
aliada à tradição do construir moçambicano. 
 
Este foi uma das primeiras experiências plásticas que traduz influências mais 
precisas no moderno brasileiro. O primeiro teatro da cidade remete-nos 
diretamente à solução de Luíz Nunes (1909-1937) para o Pavilhão de 
Verificação de Óbitos (1936) publicado em Brazil Builds, embora em escala 
maior. A solução volumétrica de ambos, que possui referências corbusianas, 
parte de um volume robusto sobre pilotis delgados, que emoldura um pano 
de cobogó, no caso de Recife, e de brise-soleils verticais fixos, no caso da 
Beira. No projeto de Garizo do Carmo o robusto volume possui uma dinâmica 
maior, baseada em recortes que acompanham as necessidades 
pragmáticas do projeto.117 
 
Segundo João Garizo do Carmo, é necessária uma “arquitectura que 
traduza o meio-ambiente. (…) No levantamento desta obra tinha de existir, 
necessariamente, a preocupação de adaptar as salas às exigências 
climatéricas e mesmo do edifício em si. Lembre-se que a arquitecura 
moderna não é fantasia, como muita gente pensa. O arquitecto dos nossos 
dias tem de ser lógico, racional e sincero”118. 
 
 
 
085. Bilhete Cine-Teatro São Jorge, Beira, 1972 
 
117 Cf. Carla Cortês – op. cit., p. 120 
 
118 “Estou muito satisfeito com o ritmo de construção do Cine-Teatro S.Jorge”, Diário de 
Moçambique, Beira, 5 Dezembro 1953, p. 6. 
 
106 
 
 
 
 
 
086. Desenhos Cine-Teatro São Jorge – Planta, Alçados e Corte (1953), João Garizo 
do Carmo, Beira 
107 
 
 
 
 
087. Cine-Teatro São Jorge (1953), João Garizo do Carmo, Beira 
 
 
 
 
 
 
088. Pavilhão de Verificação de Óbitos (1936), Luiz Nunes, Recife 
 
 
108 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
089. Painéis Cine-Teatro São Jorge – painel frontal e lateral esquerdo (1953), Jorge Garizo do 
Carmo, Beira 
 
109 
 
No mesmo ano, denotando a forte influência que a obra de Óscar Niemeyer 
tinha na sua produção, utiliza pela primeira vez uma composição mais 
orgânica ao projetar a Casa Eduardo Pereira. Aqui João Garizo do Carmo 
desenha a cobertura inclinada, voltada para o seu centro geométrico, 
como elemento plástico de significante expressividade, e apresenta uma 
variedade compositiva assente no jogo de cheios e vazios, definidos pelos 
dispositivos climáticos e pelas aberturas, respetivamente. 
 
O telhado em borboleta, resgatado da tradição colonial de telhados 
inclinados, faz parte do reportório formal de Le Corbusier para a CasaErrazuriz (1930), no Chile, embora seja reconhecido como elemento 
característico da arquitetura moderna brasileira, através do projeto de Óscar 
Niemeyer, Iate Clube (1942), publicado no livro Brazil Builds. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
090. Casa Eduardo Pereira (1953), João Garizo do Carmo, Beira 
 
 
110 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
091. Casa Errazuriz (1930), Le Corbusier, Chile 
 
092. Iate Clube (1942), Óscar Nimeyer, Belo Horizonte 
 
093. Residência de Juscelino Kubitschek (1943), Óscar Niemeyer, Belo 
Horizonte 
111 
 
Em 1954, o arquiteto projeta, no Macuti, a Casa Deolinda Pinho, onde está 
cada vez mais presente a busca pela integração das artes, através da 
conjugação de pinturas murais com a utilização de formas orgânicas, 
libertas da estrutura. Já na Ponta Gêa (talhão 371), projeta a Casa Gomes 
Frois (não construída), de planta semi-curva e cobertura ligeiramente 
inclinada, com alçados que refletem a organização interior, abrindo e 
fechando contrastantes vazios e cheios conforme as necessidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
094. Casa Deolinda Pinho (1954), João Garizo do Carmo, Beira 
 
095. Casa Gomes Frois (não construída) (1954), João Garizo do Carmo, Beira 
112 
 
É notável a influência dos modelos brasileiros, especificamente da igreja de 
São Francisco da Pampulha, de Óscar Niemeyer, no recurso ao léxico formal 
e na sua adaptação construtiva ao clima tropical. 
 
Em Moçambique, é clara a herança da experiência brasileira, 
essencialmente justificada pelas características específicas da construção 
em climas quentes e húmidos. A Igreja de São Francisco, na Pampulha, 
projetada por Óscar Niemeyer em 1943, amplamente divulgada 
internacionalmente, é o exemplo inspirador de um conjunto de obras que 
não se limitam apenas às de função religiosa. É na Igreja Matriz da Manga, 
desenhada em 1955 por João Garizo do Carmo, que o reportório formal de 
Niemeyer é totalmente cumprido, desde a utilização da abóbada 
parabólica como modo de configuração espacial e volumétrica, à 
integração das três artes maiores: Arquitetura, Pintura e Escultura, premente 
na questão moderna. 
 
A Igreja do Imaculado Coração de Maria do Alto da Manga, enquanto 
primeira Igreja moderna a ser edificada em Moçambique, traduz como 
tema principal da composição a pureza e a simplicidade das formas. O 
corpo principal do edifício, formado por uma longa casca parabólica em 
betão armado, tal como na Igreja de São Francisco, decompõe-se num 
segundo volume idêntico, mais baixo, que forma o altar, criando na sua 
interseção, uma entrada de luz indireta. Ao contrário da igreja de Niemeyer, 
a abóbada não se prolonga até ao pavimento, desdobrando-se em duas 
peles e permitindo, assim, o fomento da ventilação natural entre elas. Outro 
elemento característico da obra da Manga na relação com o modelo 
brasileiro é a presença da torre sineira e a expressão da fachada, marcada 
por uma cortina quebra-luz vertical em betão. Ao contrário da torre de 
Pampulha, em forma de pirâmide quadrangular invertida e afastada do 
corpo principal da igreja, a fachada parabólica da igreja da Manga e a sua 
torre alta e delgada estão interligadas por um gesto sequencial.119 
 
A abóbada, elemento que caracteriza tanto a Igreja de São Francisco como 
a Igreja da Manga, já tinha sido utilizada anteriormente por Niemeyer e 
também por Le Corbusier nas residências Monol (1919). A grande diferença 
entre as abóbadas dos dois arquitetos reside no facto de Niemeyer fazer do 
desenho da abóbada o desenho do próprio edifício, a partir de um gesto 
único caracterizado pela sua liberdade plástica. 
 
 
 
119 Cf. Carla Cortês – op. cit., p. 158 
 
113 
 
Para Lauro Cavalcanti na Igreja de São Francisco de Assis: “ (…) Niemeyer 
rompe com dois importantes pontos de sua formação anterior: o 
racionalismo do modernismo corbusiano e a permanência dialética com o 
passado, propugnada por Lúcio Costa”120. 
 
Numa obra como a de uma igreja, João Garizo do Carmo considera que “a 
parte estética e espiritual [se realiza] com os elementos abstractos que 
dispõe a arquitectura (linhas, planos, volumes e cores) [fazendo] (…) Arte tão 
pura e tão simples como a pureza do cristianismo”121. Com uma 
funcionalidade muito singela, a parte decorativa está intimamente ligada 
com o todo, surgindo de uma consequência lógica da conceção 
arquitetónica da obra, “deve apenas, ser parte integrante do conjunto, com 
princípio e fim!”122. 
 
A parceria entre o arquiteto e o artista plástico está mais uma vez 
representada nesta obra, promovendo o enfatizar da pureza das formas, do 
carácter ondulante e curvilíneo da forma arquitetónica. Ao recuar 
acentuadamente a fachada principal do edifício, o arquiteto define as 
linhas de contorno da obra, ao mesmo tempo que emoldura o painel de 
cerâmica policromada de baixo-relevo, feito pelo seu irmão Jorge Garizo do 
Carmo. 
 
De entre os projetos que demonstram influências diretas do vocabulário da 
Igreja da Pampulha, destaca-se a Igreja de Pebane cujas referências são 
explícitas. O que todos estes projetos têm em comum é a procura da 
harmonia e equilíbrio das várias partes, o que faz do projeto Pebane 
(década de 50-60), claramente mais bem-sucedido no resultado 
arquitetónico final. Considerando estes aspetos, o projeto do arquiteto 
Garizo é o que mais se afasta das proporções do projeto original brasileiro, 
pelas dimensões excessivas na vertical que não encontram a mesma 
correspondência vertical no volume coroado com a cobertura sinuosa.123 
 
 
 
 
 
 
 
120 Lauro Cavalcanti – Moderno e Brasileiro: A história de uma nova linguagem na Arquitectura 
(1930,1960). Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2006, p. 199. 
 
121 “Igreja do Alto da Manga, Entrevista com o Arquitecto João Garizo do Carmo”, Diário de 
Moçambique, Beira, 19 Junho 1956, p. 3. 
 
122 Idem 
 
123 Carla Cortês – op. cit., p. 159. 
114 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
096. Alçado da Igreja da Manga (1955), João Garizo do Carmo, Beira 
 
097. Alçado da Igreja São Francisco de Assis (1943), Óscar Niemeyer, Pampulha 
 
 
115 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
098. Igreja da Manga (1955), João Garizo do Carmo, Beira 
 
116 
 
 
 
 
 
 
099. Fachada Principal da Igreja da Manga, Baptistério, Painel cerâmico (1955), João 
Garizo do Carmo, Beira 
 
117 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
100. Residência Monol (1919), Le Corbusier 
 
 
 
 
101. Igreja São Francisco de Assis (1943), Óscar Niemeyer, Pampulha e 
Igreja de Pebane (década de 50-60), autor desconhecido, Pebane 
118 
 
É no ano de 1955, que João Garizo do Carmo projeta pela primeira na 
cidade de Quelimane, uma obra imponente, cultural e artisticamente rica, o 
Cine-Teatro Águia. Neste projeto a implantação sugere a ideia de 
movimento, em articulação com o lugar. “A implantação curva exprime a 
liberdade formal, que advém das capacidades plásticas do betão, e que se 
libertando dos ângulos rectos, permite uma nova leitura geométrica e 
formal.”124 Este modernismo de formas livres segue os caminhos do modelo 
brasileiro, principalmente de Óscar Niemeyer. Atualmente este edifício 
encontra-se em muito mau estado de conservação, espelhando “o colapso 
completo e irreversível do património arquitetónico, cultural e histórico.”125 
 
 
102. Capa do programa inaugural do Cine-Teatro Águia, Quelimane, 1955 
 
103. Fachada principal Cine-Teatro Águia (1955), João Garizo do Carmo, Quelimane 
 
 
124 Ana Magalhães – op. cit., p. 35 
 
125 Jonathan Mcharty – “Cine Dióguia”, 17 Abril de 2010. Disponível em: 
http://desenvolvermocambique.blogspot.pt/2010/04/cine-dioguia.htmlhttp://desenvolvermocambique.blogspot.pt/2010/04/cine-dioguia.html
119 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
104. Pórtico da entrada do Cine-Teatro Águia (1955), João Garizo do Carmo, Quelimane 
120 
 
 
 
 
 
105. Painéis murais interiores do Cine-Teatro Águia (1955), Jorge Garizo do Carmo, Quelimane 
121 
 
 
 
 
 
 
106. Controlo solar e ventilação Cine-Teatro Águia (1955), João Garizo do Carmo, 
Quelimane 
 
122 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
107. Mau estado de conservação do Cine-Teatro, Quelimane, 2012 
123 
 
Em 1956, projeta a Casa Maria Lourenço Amaral (não construída), que 
apresenta uma solução volumétrica mais uma vez encontrada na obra de 
Niemeyer, resultante da interceção de um plano inclinado com uma forma 
hiperbólica. 
 
Ainda na cidade de Quelimane, a pedido da Diocese de Quelimane, João 
Garizo do Carmo projeta o Paço Episcopal de Quelimane. Esta obra constitui 
um dos casos de estudo deste trabalho, apresentando-se com pormenor a 
sua descrição no último capítulo – 03. Casos de estudo. 
 
 
108. Casa Maria Amaral, (1956), João Garizo do Carmo, Beira 
 
109. Residência Oswald Andrade (1938), Óscar Niemeyer, Rio de Janeiro 
 
No ano seguinte, em 1957, projeta a casa Charles Tully, inesperadamente 
ortogonal, com brise-soleils verticais na fachada principal e uma escada de 
serviço helicoidal, e as casas Vasco Freitas, “com interessantes tipologias e 
rés-do-chão vazadas”126. 
 
Mas os projetos que mais se destacam neste ano são a pousada Macuti, 
para Teresa Amorim, e as casas geminadas Carlos Silva, onde introduz 
coberturas com sucessivas abobadadas, que permitem uma eficaz 
ventilação dos compartimentos. Esta solução está presente nas seguintes 
obras do arquiteto. 
 
 
126 António Albuquerque – op. cit., p. 51. 
 
124 
 
 
 
110. Casa Charles Tully (1957), João Garizo do Carmo, Beira 
 
111. Pousada Macuti (1957), João Garizo do Carmo, Beira 
 
112. Casas Carlos Silva (1957), João Garizo do Carmo, Beira 
 
125 
 
Em 1958, João Garizo do Carmo projeta um conjunto de casas em banda na 
Ponta Gêa, “onde volta a utilizar uma composição abstrata de vãos em 
planos verticais no alçado”127. 
 
É neste ano que o autor projeta a sua própria moradia. Situada num dos lotes 
semicirculares da praça da independência (antiga praça da índia), este 
projeto contempla duas casas geminadas e atelier de arquitetura. Nesta 
obra, Garizo do Carmo volta a utilizar a solução de coberturas abobadadas, 
embora neste caso ligeiramente inclinadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
113. Casa João Garizo do Carmo (1958), João Garizo do Carmo, Beira 
 
127 António Albuquerque – op. cit., p. 63. 
 
126 
 
No ano seguinte, em 1959, continua a projetar várias moradias, destacando-
se a casa João Afonso dos Santos, na Ponta Gêa, onde retoma as 
coberturas abobadadas, e a casa Raul Mestre onde continua a demonstrar 
a expressividade da sua composição arquitetónica. 
 
 
 
 
114. Desenhos Casa João Afonso dos Santos (1959), Beira 
 
115. Perspetiva Casa Raul Mestre (1959), João Garizo do Carmo, Beira 
 
 
Sem dúvida que a maior obra pública efetuada na cidade da Beira é a 
Estação de Caminhos-de-Ferro, que com um carácter monumental de léxico 
moderno, reflete uma vez mais a clara influência da arquitetura moderna 
brasileira. O projeto é realizado em 1960 por uma equipa de três arquitetos, à 
qual é atribuída por Bernardino Ramalhete (1921 – -), arquiteto municipal, 
diferentes partes do edifício: a gare ao arquiteto Paulo de Melo Sampaio 
(1926-1968), os terminais a João Garizo do Carmo e o edifício de escritórios a 
Francisco Castro (1923 – -). 
 
A imagem global da obra é definida pela cobertura abobadada da gare, 
em arco parabólico, pela consola que sai lateralmente desta estrutura e 
integra os terminais da linha férrea, e pelo bloco vertical constituído por brise-
soleils. 
127 
 
 
Este é um dos projetos que melhor reúne as artes plásticas e as integra 
compositivamente no projeto, aliando a arte e função numa só obra. A 
solução plástica encontrada dá resposta ao programa, possibilitando que os 
painéis cerâmicos sejam dispostos em áreas específicas, não com uma 
função meramente decorativa, mas sim com a intenção de valorização 
plástica do todo. 
 
“O partido do edifício remete-nos ao projeto de Óscar Niemeyer para o 
Hospital Sulamérica, no qual é enfatizado o convívio das formas sinuosas e 
retilneas. É na questão monumental que está a grande diferença entre os 
projectos moçambicano e brasileiro: o primeiro surgia como forma de 
consolidação de poder económico pela construção de uma sede que 
agrega valor pela riqueza ornamental e cultural, e o segundo, cujas 
dimensões inferiores, responde apenas a um programa funcional dentro de 
um vocabulário até então inusitado para o fim.”128 
 
Na zona residencial das Palmeiras (talhão nº 22), João Garizo do Carmo 
projeta a Casa Ramiro Mello, que constituída por duas moradias geminadas, 
desenvolve-se em três pisos do tipo duplex. 
 
Em Quelimane, em 1960, inicia o projeto do Palácio das Repartições, que no 
último capítulo – 03. Caso de estudo – deste trabalho é descrito 
pormenorizadamente. 
 
 
 
116. Perspetiva frontal e traseira da Estação de Caminhos-de-Ferro da 
Beira (1960), Paulo Melo de Sampaio, João Garizo do Carmo e Francisco 
Castro, Beira 
 
128 Carla Cortês – op. cit., p. 165 
 
128 
 
 
 
 
 
117. Estação de Caminhos-de-Ferro da Beira (1960), Paulo Melo de Sampaio, João Garizo 
do Carmo e Francisco Castro, Beira 
 
 
118. Interior da Estação de Caminhos-de-Ferro da Beira (1960), Paulo Melo de Sampaio, 
João Garizo do Carmo e Francisco Castro, Beira 
129 
 
 
119. Alçado principal da Estação de Caminhos-de-Ferro da Beira (1960), 
Paulo Melo de Sampaio, João Garizo do Carmo e Francisco Castro, Beira 
 
 
 
120. Hospital Sulamérica (1952), atual Hospital da Lagoa, Óscar Niemeyer, 
Rio de Janeiro 
 
 
 
 
 
 
121. Perspetiva da Casa Ramiro Melo (1960), João Garizo do Carmo, Beira 
 
130 
 
É nos anos 60, suspeita-se que em 1961129, que o arquiteto projeta no Bairro 
do Chaimite, Chiveve, a sua obra mais expressionista, a Casa dos Bicos. Foi 
construída para albergar a feira industrial da cidade da Beira mantendo-se 
atualmente como um espaço para exposições temporárias e feiras agrícolas, 
embora em mau estado de conservação. A grande nave consiste numa 
cobertura de betão ondulada ostentada de grandes abóbadas com 
terminações de bicos. 
 
“A importância da estrutura formal é, na realidade, tema dominante de 
vários projectos desenvolvidos no âmbito da arquitectura religiosa neste 
período, de que são exemplo a Capela, em São Paulo, Brasil (1960), de 
Affonso Eduardo Reidy, que utiliza também uma “casca” nervurada 
hiperbólica de 8 vértices, ou a Igreja de Santa Mónica no México (1966), de 
Félix Candela.”130 
 
Além da Igreja da Manga, João Garizo do Carmo, em 1961, amplia as 
instalações da sede da Diocese da Beira, acrescentando-lhe uma capela. 
 
 
 
 
 
 
122. Casa dos Bicos (1961?), João Garizo do Carmo, Beira 
 
129 Ana Magalhães – op. cit., p. 200. 
 
130 Idem, p.106. 
 
131 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
123. Interior da Casa dos Bicos (c. 1961), Beira 
132 
 
Por fim, em 1963, projeta um edifício para a Companhia de Seguros Nauticus: 
“é um alto edifício de comércio, escritórios e habitações, onde mais uma vez 
as referências ao Movimento Moderno estão presentes, com toda a fachada 
revestida por brise-soleils metálicos, que a protegem do Sol e lhe conferem 
uma forte unidade.”131 
 
Além de projetar entrea Beira e Quelimane, João Garizo do Carmo, 
concebe, em 1955, o Cine-Teatro Almeida Garret, em Nampula, outra das 
cidades moçambicanas.132 
 
 
 
124. Edifício Nauticus (1963), João Garizo do Carmo, Beira 
 
 
125. Cine-Teatro Almeida Garrett (1955), João Garizo do Carmo, Nampula 
 
 
131 António Albuquerque – op. cit., p. 123. 
 
132 Cf. Depoimento Luís Lage. 
133 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
03. CASOS DE ESTUDO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
134 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
135 
 
“De um traço nasce a arquitetura”133, e é da natureza, do ambiente, do 
contexto, da articulação, do equilíbrio e da imaginação que ela cresce e se 
ergue. Com a sua identidade vai conquistando e formando o território, 
refletindo uma sociedade, um povo, uma terra, uma época. 
 
O Paço Episcopal e o Palácio das Repartições constituem duas obras de 
referência de João Garizo do Carmo em Quelimane, ”eles corporizam uma 
alma, traduzem uma ideia e assumem-se explicitamente como objectos de 
referência, marcos da cidade.”134 
 
Numa produção arquitetónica claramente adaptada ao lugar e ao clima, o 
arquiteto, nestes dois casos de estudo, evidencia a influência de Le Corbusier 
e da arquitetura moderna brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
133 Óscar Niemeyer – op. cit., p. 9. 
 
134 Maria João Teles Grilo – op. cit., p. 2. 
 
136 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
126. Imagem global do Paço Episcopal (1956), João Garizo do Carmo, Quelimane 
137 
 
PAÇO EPISCOPAL 
 
 
 
 
 
 
 
O Paço Episcopal é projetado em 1956 na sequência da criação da diocese 
de Quelimane, em 1954, e é devedor da ação do primeiro bispo, D. 
Francisco Nunes Teixeira (1910-). Implantado longitudalmente num amplo 
lote (talhão 580), com frente para as avenidas Mao Tsé Tung (antiga Rua 
Manuel António de Sousa), e Francisco Manyanga, situa-se junto ao largo 
onde foi erguida posteriormente a Biblioteca Municipal (1969), obra de 
Bernardino Ramalhete e Eduardo Naya Marques (1917-1985). O quadro 
urbano envolvente, uma zona de expansão habitacional da cidade, 
caracteriza-se por uma malha regular dividida em pequenos lotes ocupados 
por habitações unifamiliares. A forma sublime, francamente moderna, 
adaptada ao lugar, e ao clima, aos ventos e ao Sol, reflete o carácter 
reservado e introspetivo do edifício, “no equilíbrio entre a luz, o espaço e o 
silêncio”135. 
 
Segundo a memória descritiva, respetiva ao projeto de uma capela para o 
Paço Episcopal de Quelimane, existia uma primeira versão do projeto, que 
foi integralmente substituída pelo de Garizo do Carmo, de modo a melhorar 
o equilíbrio do conjunto, através da criação de espaços adaptados às 
finalidades, amplos, frescos e desafogados. 
 
O arquiteto procura o equilíbrio do projeto através do movimento e da 
beleza do conjunto. Como o próprio reconhece, “a concepção 
arquitetónica do conjunto baseia-se unicamente nos contrastes dos volumes 
que a sua orgânica interna reflecte no exterior (…) e que se ajusta aos 
cânones da Arquitectura de Hoje, sem que o todo fosse falseado pela 
aplicação de ornatos rebuscados e postiços (…) O equilíbrio das proporções, 
os contrastes dos volumes, dos ventos e cheios e a diversidade dos materiais 
e cores, foram elementos básicos para a obtenção dum partido estético da 
nossa época”136. 
 
 
135 José Forjaz – A Paixão do Tangível - Uma Poética de Espaço. Escola Portuguesa de 
Moçambique, Centro de Ensino e Língua Portuguesa, 2012, p. 55. 
 
136 Arquivo EWV: Memória descritiva, Licença 63/13688, de 19 de Março de 1956. 
138 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
127. Fotografia aérea do Paço Episcopal 
 
 
 
 
128. Incidência solar ao longo do ano na 
fachada principal (nascente) 
139 
 
 
Com uma organização cuja funcionalidade é um dos principais objetivos, 
verifica-se que o edifício se compõe de zonas distintas e com funções 
próprias e definidas. Como se de um pequeno convento se tratasse, 
assegura a perfeita divisão dos espaços necessários a uma crença religiosa, 
com a separação das áreas de contacto com o público das zonas 
reservadas, de clausura. 
 
A articulação do conjunto edificado é feita através de um sistema de 
galerias de distribuição, em torno dos dois claustros, e uma rampa situada no 
eixo da entrada que divide o edifício segundo um eixo central e permite o 
acesso ao piso superior, dos quartos. 
 
A entrada principal do Paço é feita através do hall, onde se encontra um 
painel de Jorge Garizo do Carmo, espaço que funciona como nó de 
distribuição e segregação entre espaços acessíveis e reservados ao público. 
À sua esquerda encontram-se a sala de espera, a sala de visitas, o gabinete 
de trabalho do prelado, a sala do trono e a capela. Entre a sala do trono e o 
gabinete de trabalho do prelado, está localizada a escada privativa para os 
seus aposentos, no 1ºpiso. À direita, em volta do claustro norte, ficam os 
gabinetes do vigiário geral, secretaria, arquivo, biblioteca e as áreas de 
serviço (copa, cozinha, dispensa, arrumos e garagem). No eixo central da 
entrada, um corpo perpendicular divide os dois claustros, integrando a 
rampa de acesso ao 1º piso e a sala de jantar, que apresenta uma entrada 
privativa para o prelado distinta da entrada para os restantes habitantes do 
Paço. 
 
No 1º piso, além dos aposentos do Prelado, ficam o quarto do vigiário geral, 
do secretário, quatro quartos para hospedes e um gabinete com ligação a 
um dos quartos, em caso de visita do cardeal ou outra entidade eclesiástica. 
 
A capela, além do acesso interno, privativo do Paço, também usufrui de um 
externo, para o público, pela atual Avenida Mao Tsé Tung. 
 
 
 
 
 
 
 
 
140 
 
 
129. Painel mural de Jorge Garizo do Carmo 
 
130. Galeria de circulação interior 
141 
 
João Garizo do Carmo reconhece que a boa orientação constitui a 
preocupação dominante do projeto. Procurando beneficiar do sol nascente 
e dos ventos dominantes que sopram de sudeste, segue uma solução de 
compromisso, intermédia, entre a orientação preferencial em relação ao Sol 
este-oeste, e perpendicular à matriz da direção dos ventos dominantes. 
Assim, de forma a otimizar os benefícios da ventilação, a frente principal do 
conjunto é virada a sudeste e o conjunto edificado é organizado em torno 
de dois claustros, que para além de assegurarem a perfeita divisão dos 
espaços necessários a uma crença religiosa, ainda funcionam como zonas 
de fresco e circulação do ar. 
 
O quadrante norte, o de maior exposição solar, é evitado, e a zona voltada 
a poente está protegida pelos claustros ajardinados e respetivas galerias que 
funcionam como verdadeiros pulmões de ventilação. Assim, “o partido 
adoptado foi o de articular o mais possível a planta de forma a beneficiar 
todas as peças duma perfeita orientação, defendendo-as contra o calor (…) 
para tornear as dificuldades que a Arquitectura dos Trópicos nos apresenta 
[e que é] reforçada pela criação de pátios interiores ajardinados, galerias 
envolventes e uma boa exposição ao quadrante dos ventos dominantes”. 
 
O edifício afasta-se da rua e enquadra-se no lote, o mais possível a poente, 
de modo a desenhar a nascente um espaço exterior ajardinado, onde a 
sombra das árvores proporciona uma proteção solar complementar à da 
fachada e percursos pedonais amplamente sombreados. A colocação 
adequada de vegetação, além de resguardar os edifíciosdo Sol, pode 
produzir um efeito benéfico nos fluxos de ar, que vindos do quadrante 
sudeste penetram perpendicularmente na fachada. 
 
A cobertura do edifício, constituída por um terraço acessível, é desenhada 
como um fator determinante do conjunto, pois os elementos arquitetónicos 
construídos no remate superior da composição assumem uma grande 
importância para a afirmação de uma linguagem moderna. O acesso é 
estabelecido por um lanço de escada protegido por uma espécie de 
torrião, de forma retangular, munido de uma porta e de uma janela, que 
estabelecem comunicação com o terraço da cobertura e permitem a 
ventilação da caixa da escada. 
 
 
 
 
 
 
142 
 
Em regiões tropicais os edifícios devem seguir a ação do Sol, desde a 
implantação aos propósitos formais, passando pela disposição e pelo 
sombreamento de vãos. Os mecanismos de sombreamento compreendem 
grelhas e lâminas, espaços de galeria, varandas e pátios interiores, 
promovendo a ventilação, pois todas as divisões recebem correntes de ar 
natural diretamente do exterior. 
 
A fachada principal, nascente, afastada e protegida do arruamento por um 
jardim, é constituída por um volume longo que abriga os espaços principais 
ao nível térreo e os quartos no piso superior. Com o objetivo de evitar a 
incidência de luz direta nas salas a nascente, o plano da fachada do piso 
térreo é recuado e protegido por uma placa ondulada em betão, que 
atravessa todo o volume à cota da laje do 1º piso, criando uma galeria de 
circulação porticada, coberta com múltiplas abóbadas ritmadas. Na área 
dos quartos, à cota do 1º piso, o arquiteto dimensionou um volume saliente 
de varandas privativas e desenhou uma segunda pele do edifício com uma 
modulação precisa entre painéis rendilhados de cobogó e aberturas. Esta 
solução, favorecendo o sombreamento e a ventilação natural, promove um 
efeito plástico tridimensional de luz e sombra expressivo. 
 
A galeria de distribuição poente, aberta para os claustros, permite o acesso 
ao piso dos quartos e é protegida por brise-soleils. Devido ao baixo ângulo 
de incidência, esta cortina feita de quebra-luz é constituída por lâminas 
verticais orientáveis que, podendo variar a sua posição em função do 
ângulo de incidência do Sol, permitem o acesso fresco e totalmente 
sombreado aos quartos, evitando o seu sobreaquecimento. O acesso ao 
piso dos quartos, feito pela galeria poente, é conseguido através de uma 
rampa, que João Garizo do Carmo trabalha com perfurações, incorporando 
um valor artístico a este elemento funcional. 
 
No piso térreo o sombreamento em volta dos claustros é conseguido, a 
poente, através do recuo da fachada, que dá origem a uma galeria de 
circulação porticada, e nas restantes fachadas através da construção de 
palas de betão, que para além de circunscreverem o vazio, impedem ainda 
a entrada do Sol que nestas fachadas incide sob ângulos altos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
143 
 
 
 
131. Planta do 1º piso 
 
132. Planta do 2º piso 
 
133. Alçado principal (nascente) 
 
 
 
144 
 
 
 
134. Fachada principal (nascente) 
 
 
135. Galeria de circulação exterior e entrada do edifício 
 
 
 
 
145 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
136. Varandas individuais dos quartos e o sistema de sombreamento adotado – cobogó tipo favo 
de mel 
146 
 
 
 
137. Claustro poente e os brise-soleils verticais, que protegem a galeria de circulação que dá 
acesso aos quartos 
147 
 
 
 
 
 
 
 
 
138. Rampa de acesso ao 2º piso 
148 
 
 
 
 
 
 
 
139. Plano de fachada poente recuado - galeria porticada e elementos de sombreamento 
horizontais - palas 
149 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
140. Entrada da capela pela Avenida Mao Tse Tung 
150 
 
A frente sul, constituída pela capela e sala do padre, raramente está 
exposta ao Sol, mas ainda assim, devido à proximidade do Equador, recebe 
incidência solar direta nos meses mais quentes do ano, pelo que a eficiência 
dos dipositivos de sombreamento é de tamanha importância. Assim sendo, 
rasgaram-se pequenas frestas protegidas com vidros de cor, no plano de 
fachada sul da capela, e incorporaram-se brise-soleils, móveis e verticais, 
como os raios solares a sul exigem, que permitem intercetar a radiação antes 
que esta atinja o plano de fachada da sala do padre. 
 
A capela, com uma expressão monumental, assume-se como um corpo 
único, envolvido pelas galerias do claustro sul. À planta em leque 
corresponde uma cobertura articulada a partir de cinco abóbadas de 
berço lançadas transversalmente. 
 
A fachada da entrada principal da capela, virada à Avenida Mao Tsé Tung, 
por onde se efetua a entrada ao público, é elevada acima da cota da 
flecha das abóbadas, conferindo uma monumentalidade simbólica ao 
corpo da capela, apesar das suas reduzidas dimensões. Esta expressão 
monumental é protagonizada pelo plano de parede, perpendicular à 
fachada, que funciona como uma pele saliente, recriando modernamente o 
espaço tradicional de adro, com uma cruz que nasce no chão e penetra a 
cobertura do pórtico, destacando-se acima da capela. Este plano 
membrana retoma em balanço o desenho de três arcos que servem de 
suspensão à escultura em ferro forjado “Cristo na Cruz”, da autoria de Jorge 
Garizo do Carmo, irmão do arquitecto. Esta escultura, integrada na fachada 
principal da capela é enfatizada no leve recuo do plano de fachada que 
cria uma área de sombra tal, que solta a estrutura e reduz a leitura do 
edifício às formas definidoras da cobertura. 
 
No interior a poesia da luz funciona como material principal, criando um 
ambiente de espiritualidade feito de luz e cor com trepidações várias 
resultantes da diversidade de aberturas. O tratamento volumétrico e o 
desenho das fachadas, com geométricas aberturas, conferem cor, luz e 
textura ao interior da capela: “Se as experiências de plasticidade e o recurso 
ao extenso vocabulário de formas são elementos definidores do modelo 
moderno brasileiro (…) a aplicação de um vasto leque de materiais vem 
reforçar137 a afirmação dessa alegria desmedida, dessa vibrante 
sonoridade”138. 
 
 
 
137 Ana Tostões – op. cit., p.88, cit in Ana Magalhães – op. cit., p. 59. 
 
138 Ana Magalhães – op. cit., p. 70 
 
151 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
141. Perspetiva – Capela 
 
142. Planta da capela 
152 
 
 
 
143. Pele saliente da fachada principal da capela 
153 
 
 
 
 
 
 
 
 
144. Alçado nasceste e corte da capela 
154 
 
 
 
145. Fachada nascente da capela, aberturas de luz 
 
146. Interior da capela 
155 
 
Esta liberdade compositiva é conseguida através da exploração das 
capacidades estruturais e construtivas do betão armado. Além da sua 
enorme plasticidade, o seu carácter opaco e impenetrável permite 
minimizar os ganhos por radiação e bloquear a transmissão de energia 
diretamente para o interior dos edifícios. O equilíbrio do conjunto é 
conseguido com materiais de primeira qualidade: paredes e lajes de betão 
armado, abobadilhas de alvenaria de tijolo, pórtico principal e muros de 
alvenaria de pedra, grelhagens de cerâmica, tipo favo de mel, e caixilharias, 
portas e revestimentos de madeira. 
 
Dois anos depois do projeto da igreja da Manga, na Beira, João Garizo do 
Carmo, em 1956139, na conceção da capela do Paço Episcopal parece 
ampliar as influências brasileiras e mexicanas, a um enfoque dirigido à mais 
recente obra de Le Corbusier, assumindo uma expressividade próxima de um 
contido brutalismo. 
 
Com uma imagem análoga ao Paço Episcopal de Quelimane, foi projetado 
em 1964140, provavelmente por João Garizo do Carmo, o Paço Episcopal de 
Porto Amélia (atual Pemba, Moçambique). Este conjunto caracteriza-se pela 
“vibrante pala ondulante como cobertura da galeria térrea”141 e “resultade 
um jogo de volumes prismáticos, dos quais se destaca um forte volume em L, 
que se intercetam e criam pátios internos. Os blocos, de até três pavimentos, 
mesclam formas retilíneas e a dinâmica natural das arcadas, que funcionam 
como marquises protetoras das varandas de acesso. A marcação do acesso 
é feita por uma escadaria. Localizado em meio a uma vasta área verde, o 
edifício busca a sua integração por meio de visuais e pela via da tectónica 
local”142. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
139 Arquivo EWV: Memória descritiva, Licença 63/13688, de 19 de Março de 1956. 
 
140 “Diocese de Porto Amélia: Paço Episcopal”, Missões Católicas Portuguesas: Documentário 
Fotográfico. Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar - Centro de estudos Históricos Ultramarinos , 
1964, p.133. 
 
141 José Manuel Fernandes – “Porto Amélia: Residência Episcoal” Heritage of Portuguese Influence/ 
Património de Influência Portuguesa — HPIP. 
 
142 Carla Cortês – op. cit., p. 245. 
 
http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinos
156 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
147. Textura dos materiais – vidro, madeira, alvenaria de granito, cerâmica, betão 
 
157 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
148. Paço Episcopal de Porto Amélia 
 
158 
 
 
149. Enquadramento urbano, vista do Hotel Chuabo 
 
150. Cruzamento da Avenida Josina Machel com a Rua Nkwame 
Nkrumah 
 
 
151. Embasamento 
 
152. Entrada principal 
159 
 
PALÁCIO DAS REPARTIÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
O Palácio das Repartições de Quelimane, Sede do Governo Distrito, é um 
projeto de João Garizo do Carmo iniciado em 1960. Situa-se numa zona de 
equipamentos, central e movimentada da cidade, no cruzamento da 
Avenida Josina Machel com a Rua Nkwame Nkrumah, junto à Praça dos 
Heróis Moçambicanos (antigo Largo Mouzinho de Albuquerque) e à antiga 
Escola Primária Vasco da Gama, num quarteirão deixado vago pela 
demolição do antigo Mercado Municipal. 
 
Implantado junto às frentes nordeste e sudeste de um quarteirão ajardinado 
é desenhado em plena comunhão com o meio, pois “por fora a obra 
acrescenta-se ao local, mas por dentro integra-o”143 . 
 
Com uma implantação em L, o eixo maior do edifício orienta-se 
aproximadamente segundo o eixo oeste-noroeste/este-sudeste, colocando-
se numa situação muito próxima à da orientação ideal em relação ao Sol e 
perpendicular aos ventos dominantes de sudeste. 
 
Originalmente, o palácio, composto por dois corpos perpendiculares, 
elevava-se do solo, estabelecendo uma enorme permeabilidade visual e 
física entre a malha urbana e o jardim. No rés-do-chão, o espaço vazio era 
coberto, ritmado por pilotis, e pontuado pelas três caixas de escada, que 
permitem o acesso aos dois pisos superiores. Hoje em dia o embasamento do 
corpo principal é totalmente encerrado por paredes de alvenaria de granito, 
obstruindo esta continuidade original. 
 
A entrada principal do edifício, a nordeste, pela Avenida Josina Machel, é 
definida por um volume, que intersecta os dois corpos implantados em L, e 
projetada/acentuada por uma marcante e expressiva pala em betão. Este 
volume, que organiza o acesso ao interior, contém a escadaria principal e, 
em cada piso, um hall, para o qual convergem as galerias de distribuição 
dos dois corpos. 
 
 
143 Le Corbusier – op. cit., p. 46. 
 
160 
 
 
 
 
153. Planta do rés-do-chão, 1ºpiso e 2ºpiso – compartimentação 
e distribuição 
 
 
154. Cortes – acesso vertical principal e de serviço, galeria 
central de distribuição 
161 
 
 
 
 
 
 
 
155. Acessos - Escadaria principal, hall e galeria central, galeria exterior 
162 
 
De modo a obter uma articulação funcional entre as zonas de trabalho 
privadas e de atendimento ao público, as galerias de serviço são dispostas 
ao longo das fachadas nordeste e sudoeste, e rematadas por escadas de 
acesso interno, e as de acesso ao público são colocadas no centro do 
edifício e unidas por cada um dos halls, que integram a escadaria principal. 
A compartimentação é realizada segundo a estrutura base do edifício e o 
programa é constituído no 1º piso, pelos gabinetes das repartições e secções 
e no 2ºpiso, pelas instalações do governo, inspetores, tradutores e secretaria. 
 
Protegido do Sol em todo o seu contorno, este equipamento de expressão 
institucional, apresenta uma imagem francamente moderna. A continuidade 
das fachadas produz uma aparência exterior constante, regrada por uma 
modulação regular, que acentua o carácter objetual da peça. O contraste 
formal entre as fachadas sudeste-nordeste e noroeste-sudoeste relaciona-se 
não só com a questão fundamental da orientação solar, mas também com 
a distinção urbana entre a frente de rua e a frente ajardinada. 
 
As fachadas principais, que constituem a frente de rua, apresentam uma 
expressão uniforme, marcada por densas grelhas que protegem a galeria de 
circulação e as varandas, das respetivas fachadas. O sombreamento define 
a fachada e assume-se como uma segunda pele, composta por elementos 
verticais espaçados que percorrem toda a altura do volume e que suportam 
as palas horizontais. Estas fachadas recebem Sol durante todo o dia, com 
predominância no período da manha, sendo que a fachada nordeste está 
sujeita a períodos mais longos de incidência solar. Assim, o sol incide sob 
ângulos mais baixos a sudeste e mais altos a nordeste, tornando o seu 
sombreamento mais complexo. Neste caso, a combinação dos elementos 
verticais e das palas horizontais, aliadas ao recuo do plano de fachada, é 
um gesto plasticamente interessante, mas é sobretudo uma adequação do 
edifício ao clima. A eficiência dos elementos verticais é maior quando os 
raios solares são mais baixos e torna-se progressivamente mais reduzida 
quando o Sol incide segundo ângulos mais altos, próximos da perpendicular 
ao edifício, aqui os elementos horizontais são uma opção mais ajustada. 
Durante o período da manhã, estes locais de passagens recebem Sol direto, 
contudo devido à sombra provocadas pela cobertura das galerias e 
varandas, o Sol não incide diretamente sobre as janelas dos gabinetes, 
participando na proteção do sobreaquecimento dos espaços interiores. 
 
 
 
 
 
 
163 
 
 
 
 
 
156. Fotografia aérea do Palácio das Repartições 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
157. Incidência solar ao longo do ano nas fachadas 
principais – sudeste e nordeste 
164 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
158. Alçados nordeste e sudeste 
 
 
159. Alçados sudoeste e noroeste 
165 
 
 
 
160. Frente de rua, fachada nordeste-sudeste 
 
 
 
161. Frente ajardinada, fachada noroeste-sudoeste 
166 
 
Esta defesa solar é complementada nas fachadas noroeste e sudoeste por 
brise-soleils de lâminas orientáveis, marcadamente verticais, que permitem 
controlar a entrada do Sol do final da tarde, que incide sob ângulos baixos, 
filtrando a luz e o ar. A sudoeste os compartimentos além de protegidos por 
esta cortina quebra-luz, estão afastados do plano de fachada, por uma 
galeria exterior coberta, que permite o acesso aos compartimentos que com 
ela comunicam. As fachadas dos compartimentos são pouco permeáveis, 
com janelas horizontais contínuas mas apenas acima da cota das portas, 
pois deste modo usufruem da sombra provocada pelo avanço das lajes 
superiores. 
 
As galerias de acesso privado, exteriores e cobertas, integradas a nordeste e 
sudoeste, permitem que os compartimentos que com ela comunicam, 
usufruam de umacirculação em comunicação com o meio ambiente e 
protegida do Sol. 
 
No centro, os jardins assumem um imenso protagonismo, completando, em 
torno do quarteirão, a frente de rua definida pelo edificado. Este exterior 
desenhado é um lugar de encontro com generosas áreas de sombra. Visto 
que a contribuição das árvores para o ensombramento das fachadas 
sudoeste e noroeste, onde o Sol é mais baixo, é bastante importante, a 
vegetação encontra-se suficientemente próxima da edificação, de modo a 
que a radiação solar por ela seja intercetada antes de atingir as fachadas. 
 
A expressão arquitetónica do conjunto também é adquirida pela utilização 
de duplas coberturas ventiladas, compostas por uma sequência de 
abobadas em arco de escarção vazadas, que sombreiam as lajes planas 
que cobrem o último piso, e evacuam o ar quente no desfasamento entre a 
cobertura e a viga de remate do edifício. O acabamento superior reforça a 
plasticidade do objeto, facilitando a drenagem das águas pluviais, durante 
a época das chuvas. 
 
A ventilação natural, tal como o sombreamento, é projetada com grande 
rigor desde a implantação do edifício, ao desenho da cobertura e ao 
detalhe das caixilharias. Os ventos predominantes incidem na fachada 
principal (sudeste) perpendicularmente, sendo admitidos nos gabinetes 
através de vãos amplos. O ar atravessa todo o espaço interior e sai 
superiormente para o corredor central através de dispositivos reguláveis do 
tipo janelas beta, colocados horizontalmente, acima das padieiras das 
portas, o que garante o bom funcionamento da ventilação transversal. 
 
 
 
167 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
162. Expressão das fachadas – grelhas e brise-soleils orientáveis 
 
168 
 
 
 
 
 
 
163. Relação com o exterior 
 
169 
 
Assim, o sistema de ventilação adotado, garante uma corrente de ar 
constante entre os compartimentos em contacto com o exterior e o corredor 
interior central que capta os fluxos de ar e funciona como um ”túnel de 
vento no centro da composição”144. 
 
Assente em soluções estruturais e resistentes, o edifício é construído com 
estrutura de pilares e vigas de betão à vista, coberta com lajes planas e 
abobadilhas de elementos cerâmicos. A sua materialidade combina o 
contraste entre a superfície lisa, rebocada e pintada de branco, e a 
superfície irregular, texturada, rusticada, e alvenaria de granito, 
frequentemente presente em obras do arquiteto. 
 
A composição volumétrica, a organização programática e a estruturação 
espacial afirmam o carácter representativo e funcional do conjunto. A 
imagem global é definida pelo ritmo, quer das suas geométricas e modulares 
fachadas, quer das inúmeras superfícies curvas, abóbadas rebaixadas em 
betão que constituem a cobertura e seguem o modelo criado por Le 
Corbusier. O métrico sistema estrutural do tipo pilar viga também acentua o 
carácter rítmico da obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
164. Cobertura 
 
 
144 Margarida Quintã – op. cit., p. 108. 
 
170 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
171 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 
João Garizo do Carmo compreende a geografia do lugar, projetando os 
seus edifícios de forma singular, fruto do programa e do posicionamento no 
território. A beleza e o equilíbrio, a sensação de pertença ao lugar está 
patente na sua obra, espelhando os princípios do moderno tropical. 
Na viagem a Quelimane, a esta terra onde até o sol pertence ao lugar, pude 
concluir que a adequação das obras de João Garizo do Carmo ao clima, 
quente e húmido, desta cidade é, a meu ver, exemplar. 
A preocupação climática e a semelhança com o clima dos trópicos 
brasileiros constituíram um dos principais motivos para a produção de um 
moderno brasileiro em Moçambique. “A importação deste vocabulário não 
se referiu apenas à repetição de formas, à aplicação de dispositivos que 
satisfaçam as necessidades climáticas do local e sequer ao diálogo espacial 
de arte e arquitectura. A importação refere-se antes ao resgate do valor da 
arquitectura como arte plástica capaz de fornecer meios alternativos para o 
racionalismo do Movimento Moderno, através de conceitos subjectivos de 
harmonia, equilíbrio e dinâmica da forma.”145 
Os seus projetos contemplam “sempre um meio-termo: entre o sol e os 
ventos, entre o clima e a cidade, entre a forma e a função, entre a razão e a 
poética”146. Considerando a arquitetura e o urbanismo, disciplinas 
complementares e dependentes, o arquiteto apresenta uma preocupação 
formal e funcional reconhecendo que uma boa orientação constitui a 
preocupação dominante do projeto. Criando uma permeabilidade natural 
entre o interior e exterior, integrando a arquitetura no meio ambiente, o 
arquiteto exprime uma “vontade, não simplesmente de copiar o que os 
outros fazem, mas, fundamentalmente, de evoluir”147. 
Outra característica que define os seus projetos é a integração das artes 
com a arquitetura e a volumetria, a consciência do valor de conjunto 
definidor do espaço e da arquitetura moderna. A parceria entre o arquiteto 
e o artista plástico está intimamente ligada com o todo, surgindo de uma 
 
145 Carla Cortês – op. cit., p. 175. 
 
146 Ana Magalhães – op. cit., p. 139. 
 
147 Formosinho Sanches – op. cit., p. 17. 
 
172 
 
consequência lógica da conceção arquitetónica da obra. Segundo João 
Garizo do Carmo a componente decorativa “deve ser parte integrante do 
conjunto, com princípio e fim!”148. 
A sua linguagem arquitetónica exprime uma clara liberdade formal em 
cooperação com as brisas, a luz e a sombra e adquire uma enorme 
expressão plástica, que advém da cor, das formas, dos materiais, do 
contraste luz/sombra. 
Em particular nos casos de estudos, os dois principais elementos climáticos 
estruturantes da criação arquitetónica em regiões tropicais, o Sol e os 
Ventos, estiveram em consonância na definição de uma orientação que 
permitisse simultaneamente o desempenho da proteção solar e da 
ventilação natural. 
 
Sintetizando, João Garizo do Carmo apreende os princípios do Movimento 
Moderno, em particular da experiencia brasileira, uma vez o clima ser 
semelhante, e aplicou-os no território moçambicano. Não considero que a 
sua obra seja uma cópia mas, como já referido, uma aprendizagem, uma 
evolução do que reinterpretou do moderno brasileiro. Até porque, como o 
próprio defende, já há muitos anos que diversos mestres procuram a beleza 
e simplicidade da arquitetura, respondendo ao lugar e ao clima particular 
de cada território. 
O arquiteto apresenta uma admiração pela arquitetura moderna, lutando 
pelos seus princípios e convicções, concretiza a sua liberdade arquitetónica 
nestes territórios, tão particulares a nível cultural e geográfico. 
Apesar de estes edifícios terem sido concebidos num lugar e num tempo 
específico, ainda hoje são praticamente todos utilizados. Conservando a 
função para o qual foram projetados, comprovam a qualidade de uma 
arquitetura em concordância com a geografia do lugar. 
“This issues wishes, in a certain sense, (…) to preservation and re-use 
approaches, in order to enlighten the relevance of sensorial and tactile 
comfort, economy and beauty, utility and simplicity; and at the same time, 
improving regional roots in order to fulfill the sense of the place”.149 
 
 
 
 
148 “Igreja do Alto da Manga, Entrevista com o Arquitecto João Garizo do Carmo”, Diário de 
Moçambique, Beira, 19 Junho 1956, p. 3. 
 
149 Ana Tostões – “Editorial. Global Design and its Re-Use”, Docomomo Journal, 47, Barcelona, 2012, 
p. 3. 
173 
 
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I.6. Espólios 
 
Verónica Garizo do Carmo 
 
Luís Lage 
 
 
I.7. Depoimentos 
 
José Espirito Santo. Aluno de João Garizo do Carmo (Junho 2013) 
 
José Forjaz. Arquiteto (Junho 2013) 
 
Luís Lage. Professor/Diretor da Faculdade de Arquitetura e Planeamento 
Físico – UEM (Junho 2013) 
 
Presidente Manuel de Araújo. Presidente do Município de Quelimane (Junho 
2013) 
 
Verónica Garizo do Carmo. Filha de Jorge Garizo do Carmo e sobrinha de 
João Garizo do Carmo (Maio-Outubro 2013) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Lisboa, 1957-1974. 
 
Binário: Arquitectura, Construção e Equipamento, Lisboa, 1958-1962. 
 
Boletim Geral das Colónias, Lisboa, 1935-1951. 
 
Boletim Geral do Ultramar, Lisboa, 1951-1969. 
 
Diário de Moçambique, Beira, 1951-1974. 
 
Docomomo Journal, 1933-. 
 
Expresso, Lisboa, 1973-. 
 
Jornal dos Arquitectos, Lisboa, 2002-. 
 
L´Architecture d´Aujourd´hui, Paris, 1930-. 
 
Memórias do Serviço Meteorológico de Moçambique, Lourenço Marques. 
 
Moçambique - Documentário Trimestral, Lourenço Marques, 1935-1961. 
 
National Geographic, Washington, 1888-. 
 
Occidente: revista illustrada de Portugal e do estrangeiro, Lisboa, 1878-1914. 
 
Pós – Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo 
da FAUUSP, São Paulo, 1900-. 
 
Revista Nu, Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra, 2002- 
 
Separata da Obra: A Arte e A Natureza em Moçambique, Lisboa. 
Técnica, Lisboa, 1940-1960. 
 
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Arquitectos”, Binário, nº162, Lisboa, Março1972, p.158-160. 
 
“Africa: Valle do Zambeze”, Occidente,nº27, Lisboa, 1 de Fevereiro de 1879, 
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“Café em Lisboa”, Arquitectura, nº27, Lisboa, Outubro/ Novembro, 1948, p. 2. 
 
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“Fábrica de Chocolates em Coimbra”, Arquitectura, nº19, Lisboa, Janeiro 
1948, p.12. 
 
http://cargocollective.com/arquitecturamodernaluanda/filter/textos/Texto-8%20211
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http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinos
http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinos
http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinos
http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinos
185 
 
“Igreja do Alto da Manga, Entrevista com o ArquitectoJoão Garizo do 
Carmo”, Diário de Moçambique, Beira, 19 Junho 1956, p3. 
 
“Inauguração da Escola Comercial e Industrial D. Francisco Barreto em 
Quelimane”, Boletim Geral do Ultramar, nº 456/457, Junho- Julho 1963, p. 275-
277 
 
Missões Católicas Portuguesas: documentário fotográfico, Lisboa: Junta de 
Investigações do Ultramar - Centro de estudos Históricos Ultramarinos , 1964. 
 
“O Panorama Turístico de Quelimane”, Boletim Geral do Ultramar, nº 514 Abril 
1968, p. 181- 183 
 
“O S.Jorge inaugura-se no dia 17 do corrente com a presença do Sr. 
Governador Ferreira Martins”, Diário de Moçambique, Beira, 12 Novembro 
1954, p.5. 
 
“O Senhor Governador Ferreira Martins inaugurou ontem o Cine -Teatro 
S.Jorge”, Diário de Moçambique, Beira, 18 Novembro 1954, p. 1. 
 
“Urbanização : Plano de Urbanização de Quelimane”, Boletim Geral do 
Ultramar, nº 422/423, Agosto/ Setembro 1960, p. 431 
 
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BOLÉO, José de Oliveira – “Elementos para o Estudo das Condições 
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http://catalogo.biblioteca.iscte-iul.pt/cgi-bin/koha/opac-search.pl?q=pb:Junta%20de%20Investiga%C3%A7%C3%B5es%20do%20Ultramar%20%7C%20Centro%20de%20estudos%20Hist%C3%B3ricos%20Ultramarinos
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http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20o%20panorama%20turistico%20de%20quelimane
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20urbanizacao
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20adao,%20fernando
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20cronica%20de%20quelimane
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20almeida,%20martins%20de
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20cronica%20de%20quelimane
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20almeida,%20martins%20de
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20cronica%20de%20quelimane
http://memoriaafrica.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/MDT/MDT-N078&p=6
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20canas,%20alberto%20dos%20santos%20godinho
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20o%20carnaval%20em%20quelimane
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20correia,%20manuel%20monteiro
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p.4. 
 
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Novembro/Dezembro 1959, p. 13-14. 
 
SANCHES, Formosinho, “Arquitectura Moderna Brasileira, Arquitectura 
Moderna Portuguesa”, Arquitectura, nº 29, Fevereiro/ Março 1949, p.17 
 
VASCONCELOS, Sílvio, “Arquitectura Brasileira Contemporânea”, 
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http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/files/natgeogagosto1964.
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VII. WEBSITES 
 
Arquivo Digital de Quelimane 
http://www.prof2000.pt/users/avcultur/postais/QuelimanePost01.htm 
 
Catálogo do Arquivo Científico Tropical 
http://actd.iict.pt/ 
 
Catálogo do Arquivo Histórico Diplomático 
http://idi.mne.pt/pt/oarquivo.html 
 
Catálogo do Arquivo Histórico Ultramarino 
http://www.iict.pt 
 
 
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=AU%20fernanda,%20maria
http://memoria-africa.ua.pt/Catalog.aspx?q=TI%20o%20panorama%20turistico%20de%20quelimane
http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/BGC/BGC-N042&p=55
http://memoria-africa.ua.pt/Library/ShowImage.aspx?q=/BGC/BGC-N042&p=55
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/files/natgeogagosto1964.pdf
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/files/natgeogagosto1964.pdf
http://www.prof2000.pt/users/avcultur/postais/QuelimanePost01.htm
http://actd.iict.pt/
http://idi.mne.pt/pt/oarquivo.html
http://www.iict.pt/
187 
 
Catálogo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo 
http://antt.dgarq.gov.pt/ 
 
Catálogo dos Arquivos do Ministério do Ultramar 
http://arquivos.ministerioultramar.holos.pt 
 
Catálogo da Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian 
www.biblartepac.gulbenkian.pt 
 
Catálogo da Biblioteca Nacional de Portugal 
http://catalogo.bnportugal.pt 
 
 
Catálogo das Bibliotecas da Universidade Técnica de Lisboa 
http://thesaurus.reitoria.utl.pt 
 
 
Catálogo da Hemeroteca Nacional 
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/ 
 
Catálogo do Instituto de Cooperação Portuguesa ICP e IPAD…? 
http://www.instituto-camoes.pt/ 
 
Catálogo da Rede de Bibliotecas Municipal 
http://catalogolx.cm-lisboa.pt 
 
Catálogo da Sociedade Geográfica de Lisboa 
http://www.socgeografialisboa.pt 
 
Facebook 
http://www.facebook.com 
 
Google Maps 
http://maps.google.ptHPIP – Património de Influência Portuguesa 
http://www.hpip.org/ 
 
José Forjaz Arquitectos 
http://www.joseforjazarquitectos.com/ 
 
Memória d´África 
http://memoria-africa.ua.pt 
 
Motor de busca Google 
www.google.pt 
 
Panoramio - Photos of the World 
http://www.panoramio.com/ 
 
Wikipédia 
https://pt.wikipedia.org/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://antt.dgarq.gov.pt/
http://arquivos.ministerioultramar.holos.pt/
http://www.biblartepac.gulbenkian.pt/
http://catalogo.bnportugal.pt/
http://thesaurus.reitoria.utl.pt/
http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/
http://www.instituto-camoes.pt/
http://catalogolx.cm-lisboa.pt/
http://www.socgeografialisboa.pt/
http://www.facebook.com/
http://maps.google.pt/
http://www.hpip.org/
http://www.joseforjazarquitectos.com/
http://memoria-africa.ua.pt/
http://www.google.pt/
https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CDEQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.panoramio.com%2F&ei=L_CAUsDUD-yg7Aag5ICwBw&usg=AFQjCNEM49VqybkBWRDVgWytxkHG3Q9_rg
http://www.panoramio.com/
188 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
189 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
190 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
191 
 
PAÇO EPISCOPAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Planta 1º e 2 piso 
 
 
 
192 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alçado nascente e poente 
 
 
 
Alçado norte e sul 
 
193 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Renders fachada nascente e sul 
 
194 
 
 
 
 
 
 
Renders claustros – pormenores 
 
195 
 
PALÁCIO DAS REPARTIÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Planta 1º e 2 piso 
 
196 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alçado nordeste e noroeste 
 
197 
 
 
 
Fachada nordeste-sudeste 
 
 
 
Fachada noroeste-sudoeste 
 
198 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embasamento e sistema de circulação 
 
 
199 
 
CRONOLOGIA 
 
 
 
1917 
 
 
1942-49 
 
 
1943-44 
 
 
 
 
 
 
1946-52 
 
 
 
1947 
 
 
 
 
1948 
 
 
 
 
 
 
 
1949-51 
 
 
1952 
 
 
 
 
 
 
 
1953 
 
 
 
 
1954 
 
 
 
 
 
 
Nasce João Afonso Garizo do Carmo, Beira 
 
 
Frequenta ESBAP 
 
 
Trabalha no Porto, no Atelier da Rua Duque Teixeira 
com José Borrego (-), Carlos Carvalho de Almeida (-), 
António Veloso Pinto (-), Victor Palla (1922-2006), 
Fernando Martins de Sousa (-), Raul Roque (-) e com o 
seu colega Joaquim Bento d´Almeida 
 
 
Trabalha em Lisboa, no Atelier da Rua Coelho da 
Rocha nº69, com Bento d´Almeida e Victor Palla 
 
 
Expõe com Bento d´Almeida, na II EGAP, os 
estabelecimentos Centeno&Neves (Rua da Prata, não 
construído) e a Pelaria Galeão. 
 
 
Remodela com Orlando Avelino um Café em Lisboa 
(Arquitetura nº 27) 
 
Projeta com Victor Palla uma Fábrica de Chocolates 
em Coimbra 
(Arquitetura nº 19) 
 
 
Frequenta ESBAL 
 
 
Regresso de João Garizo do Carmo a Moçambique, à 
cidade da Beira, onde projeta enumeras obras 
 
Predial Ultramarina, Beira 
 
Casa António Duarte, Beira 
 
 
Cine-Teatro S.Jorge, Beira 
 
Casa Eduardo Pereira, Beira 
 
 
Casa Deolinda Pinho, Beira 
 
Casa Gomes Frois, Beira (não construída) 
 
Recebe Prémio Lacerda Araújo 
 
 
200 
 
 
1955 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1956 
 
 
 
 
1957 
 
 
 
 
 
 
 
 
1958 
 
 
 
 
1959 
 
 
 
 
1960 
 
 
 
 
 
 
 
 
1961 
 
 
 
 
 
1963 
 
 
1970-72 
 
 
1970 
 
 
 
 
 
 
Igreja da Manga, Beira 
 
Cine-Teatro Águia, Quelimane 
 
Cine-Teatro Almeida Garrett, Nampula 
 
Recebe Prémio Lacerda Araújo 
 
Professor na Escola Industrial e Comercial Freire 
d´Andrade, Beira 
 
 
Casa Maria Amaral, Beira 
 
Paço Episcopal, Quelimane 
 
 
Casa Charles Tully, Beira 
 
Casa Vasco Freitas, Beira 
 
Pousada Macuti, Beira 
 
Casas Carlos Silva, Beira 
 
 
Casas em banda, Beira 
 
Casa e Atelier de João Garizo do Carmo, Beira 
 
 
Casa João Afonso dos Santos, Beira 
 
Casa Raul Mestre, Beira 
 
 
Estação de Caminhos-de-Ferro (ECFB), Beira, com 
Bernardino Ramalhete, Paulo de Melo Sampaio, 
Francisco Castro 
 
Casa Ramiro Mello, Beira 
 
Palácio das Repartições, Quelimane 
 
 
Casa dos Bicos, Beira 
 
Ampliação das instalações da Sede da Diocese da 
Beira, Beira 
 
 
Edifício da Companhia de Seguros Nauticus, Beira 
 
 
Trabalha para o Ministério do Ultramar em Macau 
 
 
Projeto de aproveitamento do terreno do Henrique 
Bento na Avenida da República, Bissau 
 
 
 
 
201 
 
 
1971 
 
 
 
 
 
1972 
 
 
 
 
 
1974 
 
Ponte Macau-Taipa 
 
Estudo Prévio do Plano Diretor de Macau, com Eurico 
Machado e Luísa d´Orey 
 
 
Plano de Urbanização da Nova Zona Central, com 
Eurico Machado e Luísa d´Orey 
 
Regressa a Portugal, Cascais 
 
 
Faleceu, Cascais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
202

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