Buscar

Livro-Texto Unidade I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Autores: Profa. Daclé Juliani Macrini
 Prof. Tércio Martins
 Prof. Thiago Macrini
Colaboradora: Profa. Carolina H. Kurashima
Fitocosmetologia
Professores conteudistas: Daclé Juliani Macrini / Tércio Martins / 
Thiago Macrini
Daclé Juliani Macrini
É farmacêutica, graduada em Ciências Farmacêuticas pela Universidade de São Paulo (FCF USP-1982), especialista em 
Fitoterapia pelo Centro de Ensino Superior de Homeopatia (Facis Ibehe-2000), mestre em Produção e Controle de Medicamentos 
na área de cosmetologia pela Universidade de São Paulo (FCF USP-2004) e doutora em Patologia Ambiental e Experimental pela 
Universidade Paulista (UNIP-2014). Realizou cursos nas áreas de estética corporal, facial, drenagem linfática, florais de Bach, 
entre outras. Publicou diversos artigos em revistas nacionais e internacionais e três livros na área da saúde: Plantas da Amazônia: 
avaliação da atividade inibitória da tirosinase; A utilização da própolis para o tratamento da acne retencional e Auriculoterapia 
e aromaterapia no combate do estresse. Possui vasta experiência em montagem e gestão de laboratórios, em orientação de 
pesquisas científicas, em docência em nível básico, médio, técnico, superior, pós-graduação (presencial e à distância) e em cursos 
livres de aprimoramento. Na UNIP, atua como coordenadora do curso de Estética e como docente nos cursos superiores do 
Instituto de Ciências da Saúde, nas disciplinas de Biossegurança, Fitocosmetologia e outras.
Tércio Martins
É farmacêutico com modalidade em Indústria pela Universidade Federal do Ceará (UFC), especialista em Produção e 
Controle de Medicamentos pela Universidade de São Paulo (USP), mestre em Produção e Controle de Medicamentos na área 
de farmacotécnica pela USP e doutor em Produção e Controle de Medicamentos na área de cosmetologia pela USP. Tem 
experiência na área acadêmica superior como professor dos cursos de Farmácia, Estética e Cosmética e Nutrição e na área 
acadêmica de pós-graduação.
Thiago Macrini
Graduado em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Paulista (UNIP-2008) e em Terapia Holística no Instituto Ahau (2010). 
É mestre em Fármaco e Medicamentos pela Universidade de São Paulo (USP-2012) e especialista em Fitoterapia pela Faculdade de 
Ciências da Saúde de São Paulo (Facis-2011). Possui experiência como docente e coordenador, colorista e perfumista, assim como 
no controle de qualidade de cosméticos em período trabalhado na indústria Avon. Atua na Farmácia Ambulatorial do Hospital 
das Clínicas em São Paulo e na dispensação e no preparo de fórmulas magistrais em drogarias e farmácias na região da Grande 
São Paulo. Em parceria, publicou os livros A utilização da própolis para o tratamento da acne retencional e Auriculoterapia e 
aromaterapia no combate do estresse. Atualmente, é coordenador e docente no curso superior de Estética e Cosmética e docente 
no curso de Farmácia-Bioquímica e em cursos de pós-graduação na UNIP.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M174f Macrini, Daclê Juliani.
Fitocosmetologia / Daclê Juliani Macrini, Tércio Martins, Thiago 
Macrini. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
156 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Fitoterapia. 2. Fitocosmetologia. 3. Aromaterapia. I. Martins, 
Tércio. II. Macrini, Thiago. III. Título.
CDU 687.55
U505.26 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Ingrid Lourenço
 Bruna Baldez
 Elaine Pires
Sumário
Fitocosmetologia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 HISTÓRICO DA FITOTERAPIA E DA FITOCOSMETOLOGIA ....................................................................9
2 CONCEITOS, MORFOLOGIA, HISTOLOGIA E ESTUDOS PRÉVIOS RELACIONADOS 
ÀS PLANTAS E À FITOTERAPIA ........................................................................................................................ 13
2.1 Conceitos e definições........................................................................................................................ 13
2.2 Classificação das plantas ................................................................................................................... 14
2.2.1 Fungos ......................................................................................................................................................... 14
2.2.2 Algas ............................................................................................................................................................. 16
2.2.3 Briófitas ....................................................................................................................................................... 18
2.2.4 Pteridófitas ................................................................................................................................................ 19
2.2.5 Gimnospermas ......................................................................................................................................... 19
2.2.6 Angiospermas ........................................................................................................................................... 21
2.3 Partes das plantas ................................................................................................................................ 22
2.3.1 Raiz ............................................................................................................................................................... 23
2.3.2 Caule ............................................................................................................................................................ 29
2.3.3 Folha ............................................................................................................................................................. 37
2.3.4 Flor ................................................................................................................................................................ 42
2.3.5 Fruto ............................................................................................................................................................. 45
2.3.6 Semente ...................................................................................................................................................... 47
2.4 Histologia vegetal ................................................................................................................................ 49
2.4.1 Sistema de revestimento e proteção .............................................................................................. 53
2.4.2 Sistema de assimilaçãoe reserva ..................................................................................................... 54
2.4.3 Sistema de sustentação ....................................................................................................................... 56
2.4.4 Sistema de condução ou vascular ................................................................................................... 57
2.4.5 Sistema de excreção e secreção ........................................................................................................ 61
2.5 Estudos prévios e análises ................................................................................................................ 62
3 TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO DA PLANTA ............................................................................................... 65
3.1 Coleta ........................................................................................................................................................ 65
3.2 Preparo do material ............................................................................................................................. 66
3.2.1 Estabilização ............................................................................................................................................. 66
3.2.2 Secagem ..................................................................................................................................................... 66
3.2.3 Moagem ...................................................................................................................................................... 68
3.3 Extração .................................................................................................................................................... 70
4 SOLUÇÕES EXTRATIVAS: PROCESSOS DE OBTENÇÃO ....................................................................... 71
4.1 Extração a frio, sem ação do calor ................................................................................................ 71
4.2 Extração a quente em sistemas abertos ..................................................................................... 72
4.3 Extração a quente em sistemas fechados .................................................................................. 74
Unidade II
5 COMPONENTES QUÍMICOS DAS PLANTAS E SUAS INDICAÇÕES ................................................. 81
5.1 Compostos fenólicos simples e heterocíclicos ......................................................................... 81
5.2 Alcaloides ................................................................................................................................................. 83
5.3 Flavonoides ............................................................................................................................................. 86
5.4 Taninos ...................................................................................................................................................... 88
5.5 Saponinas ................................................................................................................................................ 90
5.6 Óleos voláteis ......................................................................................................................................... 93
5.7 Vitaminas ................................................................................................................................................. 97
5.7.1 Vitamina A ................................................................................................................................................. 97
5.7.2 Vitamina E .................................................................................................................................................. 98
5.7.3 Vitamina F .................................................................................................................................................. 99
5.7.4 Vitamina C ................................................................................................................................................. 99
5.7.5 Vitaminas do complexo B ..................................................................................................................100
5.8 Ácidos orgânicos e ésteres de ácidos aromáticos .................................................................102
6 USO DE PRODUTOS NATURAIS NA COSMÉTICA ...............................................................................104
6.1 Breve descrição das plantas e dos ativos mais utilizados em cosmética ....................105
7 COSMÉTICOS ORGÂNICOS .........................................................................................................................120
8 AROMATERAPIA .............................................................................................................................................124
7
APRESENTAÇÃO
Ao trabalhar com estética, é essencial que se conheça um pouco das plantas, da fitoterapia e, 
principalmente, da fitocosmetologia, pois, no contexto atual, a utilização de insumos de plantas e de 
produtos naturais em cosméticos é uma tendência mundial, e a procura por tratamentos que se utilizam 
desses tipos de produtos é cada vez maior.
O conhecimento sobre as principais classes de produtos naturais e princípios ativos que compõem os 
fitocosméticos, assim como das matérias-primas de origem vegetal e orgânica, é importante para que 
o esteticista saiba o que está aplicando na pele de seu cliente e, ao atendê-lo, explique com segurança 
as indicações do produto.
Esta disciplina visa fornecer ao futuro profissional esteticista as noções de fitoterapia e 
fitocosmetologia que ele necessita, através dos conhecimentos sobre as diferentes classes de princípios 
ativos que compõem os fitocosméticos utilizados nos atendimentos estéticos.
O estudo das partes das plantas, os processos de obtenção das soluções extrativas, o conhecimento 
das principais substâncias de origem natural e orgânica que são utilizadas como matérias-primas para 
os produtos cosméticos e o mecanismo de ação dessas substâncias nos tratamentos estéticos são de 
vital importância para o futuro profissional.
INTRODUÇÃO
A fitoterapia trata as doenças e os problemas de saúde em geral utilizando plantas, extratos 
de plantas e fitocomplexos vegetais, enquanto a fitocosmetologia, através desse mesmo recurso, 
estuda a aplicação dos princípios ativos extraídos dos vegetais para os tratamentos de higiene, 
embelezamento e estética.
A fitoterapia e a fitocosmetologia não se baseiam apenas em utilizar uma decocção ou uma 
infusão caseira envolvendo o uso de plantas ou frutas para alguma ação na pele, apesar de também 
utilizá-las. Trata-se de um estudo que leva em consideração conhecimentos e pesquisas científicas 
de cada componente presente nessa planta com suas indicações, contraindicações e efeitos colaterais 
indesejáveis que ela venha a causar.
O mercado de fitoterápicos e de fitocosméticos está em constante crescimento e é uma realidade em 
todo o mundo. Desde as civilizações mais antigas, a fitoterapia e, consequentemente, a fitocosmetologia 
marcaram presença na vida das pessoas, por isso é bom lembrar um pouco a história dessa área, que se 
confunde com a história da farmácia e do desenvolvimento da civilização.
9
FITOCOSMETOLOGIA
Unidade I
1 HISTÓRICO DA FITOTERAPIA E DA FITOCOSMETOLOGIA 
Pode-se dizer que o histórico do uso de plantas para tratamento de alguma enfermidade ou para 
melhorar a aparência coincide com a própria história da evolução da civilização humana. O homem 
aprendeu a utilizar as plantas pela necessidade de sua própria sobrevivência, através de seu instinto, da 
observação dos animais e da tentativa e erro. O conhecimento dos benefícios das plantas é milenar e já 
foi citado em livros sagrados para algumas religiões, como a Bíblia.
Figura1 – Representação do uso de plantas em fitoterapia
Acredita-se que na China já existiam manuscritos baseados no conhecimento tradicional, e um dos 
que foram resgatados foi o do imperador Cho-Chin-Kei, que descreveu propriedades do ginseng e da 
cânfora por volta de 3000 a.C.
Os egípcios, assírios e hebreus também utilizavam plantas para tratamento de enfermidades, e 
foram encontrados registros sobre o uso de vermífugos, diuréticos, antissépticos e perfumes, datados de 
meados de 2300 a.C.
Na Índia, com os antigos relatos em sânscrito dos ayurvedas, em cerca de 1500 a.C. a 2000 a.C., havia 
descrições de técnicas simples sobre o uso de diversas plantas com fins medicinais, e muitas delas são 
até hoje utilizadas.
Por volta do ano 280 a.C., Hipócrates, considerado o pai da medicina, uniu seus conhecimentos 
médicos ao uso de plantas e publicou a coletânea sobre terapia com vegetais, o tratado denominado 
Corpus Hippocratum.
No início da Era Cristã, Dioscórides, sucessor de Hipócrates, apresentou seu trabalho sobre 
fitoterápicos, intitulado De Matéria Médica, que consiste em livros sobre a eficácia terapêutica de 
10
Unidade I
substâncias naturais, com mais de 500 drogas de origem vegetal, mineral e animal. Esse trabalho foi 
considerado referência no Ocidente para a área de fitoterapia da época.
Figura 2 – Hipócrates
Cleópatra também contribuiu com a fitoterapia e, principalmente, com a fitocosmetologia, devido 
à sua precupação com a higiene e a beleza. Em seu reinado, foi editado o formulário Cleopatre 
Gynoecirium Libri, em que foram descritos cuidados de higiene e de cosmética utilizando plantas 
para esse fim.
Figura 3 – Cleópatra
O médico grego Galeno deu início à Farmácia Galênica fazendo o uso dos extratos vegetais em 
soluções alcoólicas ou aquosas para o preparo das formas farmacêuticas utilizadas nas terapias 
medicamentosas.
Na Idade Média, principalmente no Ocidente, houve um período de estagnação nas pesquisas e nos 
estudos científicos devido aos diversos problemas políticos e religiosos que ocorriam na época, voltando 
a crescer no Renascimento, principalmente a partir do século XVI.
11
FITOCOSMETOLOGIA
Georg Ebers, em 1873, foi o responsável por encontrar um papiro da antiga civilização egípcia. 
Acredita-se que tenha sido escrito no século XVI a.C., período em que reinava o faraó Ramsés I; é um 
manustrito em forma de rolo com mais de 75 m de comprimento e aproximadamente 30 cm de largura 
datado entre 1500 a.C. e 1600 a.C. É chamado de Papiro de Ebers em homenagem ao estudioso que o 
descobriu e o traduziu. Ele inicia sua apresentação com a frase “aqui começa o livro relativo à preparação 
dos remédios para todas as partes do corpo” e é considerado o primeiro manuscrito que tratou sobre 
assuntos ligados ao uso de plantas e produtos naturais para o tratamento de enfermidades. Contém 
cerca de 800 receitas com mais de 700 drogas que os egípcios usavam para preparar decocções, vinhos, 
infusões, unguentos e emplastros para o tratamento de diversas doenças.
Figura 4 - Papiro
Nos séculos XIX e XX, surgiram novos conhecimentos de química que facilitaram a identificação das 
plantas e o isolamento dos princípios ativos nelas contidos, favorecendo a terapêutica adequada para 
cada caso.
O Brasil, com sua enorme biodiversidade, a maior do mundo, despertou o interesse desde o início de 
sua colonização, e em 1587 Gabriel Soares de Sousa fez citações e comentários sobre nossas plantas na 
farmacopeia indígena.
Figura 5 – Mata brasileira: Floresta Amazônica
12
Unidade I
Aos poucos, outros pesquisadores também se interessaram pela flora brasileira, como é o caso do 
padre jesuíta José de Anchieta, o frei José Mariano da Conceição Veloso, entre outros.
Figura 6 – Padre José de Anchieta
Em 1926, a 1ª Farmacopeia Brasileira, de autoria de Rodolpho Albino Dias da Silva, apresentou 183 
espécies de plantas medicinais brasileiras.
 Saiba mais
Veja uma publicação do Conselho Regional de Farmácia (CRF-SP) acerca 
de plantas medicinais e fitoterápicos:
CRF-SP. Departamento de apoio técnico e educação permanente. 
Plantas medicinais e fitoterápicos. São Paulo, abr. 2019. Disponível em: 
http://www.crfsp.org.br/images/cartilhas/PlantasMedicinais.pdf. 
Acesso em: 4 dez. 2019.
Hoje, os estudos e as pesquisas científicas na área da fitoterapia e fitocosmetologia continuam 
crescendo, e a aplicação dos ativos de plantas, tanto na forma de extratos quanto com o uso dos 
princípios ativos isolados, está cada vez mais difundida e ganhando um amplo espaço na indústria 
farmacêutica e, mais ainda, na indústria cosmética.
13
FITOCOSMETOLOGIA
 Observação
Uma lenda chinesa conta que há mais de 2000 a.C. o imperador Shen 
Nung teria descoberto o chá. Ele, que só bebia água fervida por medida de 
higiene, ao descansar perto de uma árvore de chá, percebeu que algumas 
folhas caíram em seu recipiente com a água para ferver. Em vez de retirá-las, 
ele ficou observando e percebeu que as folhas produziram uma coloração. 
Resolveu experimentar: gostou do sabor e achou revitalizante. Conta-se, 
na China, que assim foi descoberto o chá.
2 CONCEITOS, MORFOLOGIA, HISTOLOGIA E ESTUDOS PRÉVIOS RELACIONADOS 
ÀS PLANTAS E À FITOTERAPIA
2.1 Conceitos e definições
Antes de iniciar o estudo das plantas e seus usos, é importante conhecer alguns conceitos e definições 
para um melhor entendimento do que será abordado.
A seguir, são apresentados alguns conceitos que terão relevância para o nosso estudo:
• Botânica: é um dos ramos da biologia que estuda a morfologia, classificação, identificação, 
reprodução, fisiologia e bioquímica das plantas e algas.
 Observação
Teofrasto (372 a.C.-287 a.C.), filósofo da Grécia Antiga, foi autor de 
importantes tratados da botânica que serviram de referência para os 
pesquisadores antigos e até para a época do Renascimento. Por esse motivo, 
é considerado o pai da botânica.
• Fitoterapia e fitoterápico: a fitoterapia é a terapêutica caracterizada pelo uso de plantas 
medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas. O fitoterápico é um produto obtido 
apenas da matéria-prima ativa de origem vegetal, excluindo a adição de substâncias isoladas, 
com finalidade profilática, curativa ou paliativa. Inclui medicamento fitoterápico e produto 
tradicional fitoterápico, podendo ser simples, quando o ativo é proveniente de uma única espécie 
vegetal medicinal; ou composto, quando o ativo é proveniente de mais de uma espécie vegetal. 
A diferenciação entre produto tradicional fitoterápico e medicamento fitoterápico se dá pela 
forma como explicamos a sua segurança e eficácia. Se for por meio de literatura técnico-científica, 
será um produto tradicional fitoterápico; se acontecer por meio de evidências clínicas, será um 
medicamento fitoterápico.
14
Unidade I
• Princípio ativo: é uma substância química ativa, fármaco, droga ou matéria-prima que tenha 
propriedades farmacológicas com finalidade medicamentosa, utilizada para diagnóstico, alívio ou 
tratamento, empregada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos, 
em benefício da pessoa na qual se administra. Pode-se dizer que se trata de uma substância 
quimicamente definida obtida de drogas vegetais, animais ou sintéticas, capaz de produzir um 
efeito farmacológico.
• Princípio ativo de medicamentos fitoterápicos: substância presente em um medicamento 
fitoterápico, com capacidade de produzir efeitos farmacológicos terapêuticos.
• Fitocosmético: cosmético que contém matérias-primas vegetais.
• Droga vegetal: é definida como uma planta medicinal inteira ou partes dessa planta que vão sofrer 
algum tipo de processamento, sendo aceitos processos de coleta, estabilização (se for necessário) 
e secagem, podendo então se encontrar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.
2.2 Classificação das plantas
Para o estudo da fitoterapia e da fitocosmetologia, é importante que se conheça um pouco sobre as 
plantas, sua classificação e as partes que as compõem, para realizarde uma identificação correta e, com 
isso, dar a elas o uso adequado a que se destinam.
Em nosso estudo básico sobre as plantas, consideraremos a divisão delas em criptógamas 
(os grupos dos procarióticos, eucarióticos, as briófitas e pteridófitas) e fanerógamas (gimnospermas e 
angiospermas). Essa classificação acontece essencialmente pela visibilidade das estruturas produtoras 
de gametas.
Entre as criptógamas, no grupo dos procarióticos encontram-se as cianobactérias, conhecidas 
como algas azuis; e nos eucarióticos, os fungos verdadeiros, as algas protistas, as algas vermelhas e 
as algas verdes.
No reino plantae, encontram-se as plantas avasculares (briófitas), que não possuem vasos condutores 
de seiva; e as plantas vasculares (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas), que possuem os vasos 
condutores de seiva. Cada tipo possui características próprias que tornam possível distingui-las, e a 
seguir serão relatadas algumas delas sobre os grupos de importância para nosso estudo.
2.2.1 Fungos
Os fungos são seres que podem ser unicelulares ou formados por filamentos, as hifas, que quando 
agrupadas formam um micélio. São heterotróficos, pois se alimentam de matéria orgânica (fontes 
de carbono), de outros organismos, para sua sobrevivência e são classificados como sapróbios 
(ou saprófitos) e biotróficos.
15
FITOCOSMETOLOGIA
Os saprófitos se alimentam de matéria orgânica morta, originária de processos de decomposição 
de plantas e animais mortos, o que dá a eles um papel importante para o ecossistema. Eles atuam no 
processo de decomposição do substrato, reciclando os nutrientes e com isso favorecendo a fertilização 
do solo. Os basidiomicetos (um tipo de fungos) têm grande influência na formação do humo das florestas, 
pois são capazes de digerir celulose e lignina.
Os fungos biotróficos vivem em associações simbióticas com outros organismos vivos, como algas, 
plantas terrestres e animais. Essa associação pode ser benéfica para ambos os indivíduos envolvidos 
ou não. Quando a associação é benéfica unilateralmente, isto é, quando apenas um dos envolvidos é 
beneficiado, fala-se em parasitismo, e nesse caso os fungos se alimentam de substâncias retiradas do 
hospedeiro que os prejudicam.
No entanto, embora existam muitas relações de parasitismo com os fungos, outro tipo de associação 
de grande importância é a do mutualismo, na qual ambos se beneficiam da relação, como é o caso 
dos liquens, em que os fungos realizam a absorção e as algas se encarregam da fotossíntese; e das 
micorrizas, em que as hifas fúngicas facilitam a absorção de água e sais minerais às plantas, enquanto 
estas fornecem às hifas os nutrientes sintetizados (açúcares).
Os fungos dependem da água em estado líquido para seu crescimento e desenvolvimento e são 
predominantemente aeróbios quando dependem do oxigênio para a respiração, mas podem também 
ser anaeróbios facultativos, quando respiram em presença de oxigênio e fermentam em sua ausência.
A maior parte dos fungos sobrevive e se reproduz bem em temperaturas entre 20 °C e 30 °C e pH 
ligeiramente ácido, próximo a 6, e pode estar presente em ambientes terrestres e aquáticos marinhos e 
de águas continentais.
As diferentes espécies de fungos podem ser muitas vezes benéficas e outras maléficas ao ser 
humano. Um exemplo de uso benéfico dos fungos seria na alimentação, como agentes de fermentação 
para pães, cerveja, vinho, aguardente e saquê, e na produção de medicamentos como a penicilina, a 
flavicina e a viridina. Por outro lado, eles podem causar infecções respiratórias, micoses e doenças em 
culturas agrícolas destinadas a homens e animais, podendo levar à deterioração de alimentos, água, 
tecido etc.
Algumas substâncias alucinógenas são extraídas de certos fungos, como é o caso da dietilamida do 
ácido lisérgico (LSD), a partir da ergotamina, um alcaloide do fungo Claviceps purpurea, causador 
do esporão-do-centeio.
16
Unidade I
Figura 7 – Cogumelos secos são exemplo de fungos
 Lembrete
A importância do estudo dos fungos em cosméticos e fitocosméticos 
se dá não só pela contaminação que eles podem provocar nos produtos, 
deteriorando-os, mas também pela sua utilização na produção dos 
cosméticos e fitocosméticos por meio da biotecnologia, como é o caso do 
ácido kójico, obtido através da biotransformação do carboidrato do arroz 
com o Aspergillus origae e Penicillium spp, ou da produção de filtros solares 
resistentes, entre outras aplicações.
2.2.2 Algas
As algas são seres avasculares e autótrofos (possuem clorofila e produzem sua própria energia por 
meio da fotossíntese). A maioria delas é aquática e vive nos mares ou nas águas doces dos rios, nas 
lagoas, mas algumas podem ser encontradas em árvores, madeiras úmidas, neve, locais rochosos e 
fontes termais.
As algas podem ser microscópicas unicelulares e simples ou multicelulares macroscópicas e complexas, 
como as algas pardas marinhas, que atingem vários metros de comprimento. Vivem isoladamente ou 
associadas em colônias esféricas ou filamentosas. As de vida livre podem formar principalmente comunidades 
do tipo fitoplâncton, compostas por microalgas que vivem livres na água; e as do tipo fitobentos são 
formadas por macro ou microalgas que crescem fixas sobre qualquer superfície passível de ser colonizada, 
como rochas, esqueletos de corais mortos, animais, plantas marinhas, embarcações naufragadas etc.
Atualmente, são conhecidas cerca de 6.000 espécies de algas vermelhas (rodófitas), que são 
caracterizadas por habitar ambientes marinhos bentônicos ou de água doce.
Há cerca de 17.000 espécies de algas verdes ou clorófitas, sendo muitas delas unicelulares. A maioria 
das algas verdes encontra-se em água doce, mas também está presente em ambientes de água salgada. 
Em água doce, elas são geralmente unicelulares, podendo também habitar os ambientes terrestres.
17
FITOCOSMETOLOGIA
As algas pluricelulares são utilizadas pelo homem como alimento, consumidas como verduras e 
vegetal (Ulva ou alface-do-mar e Kelps Kombu), no preparo dos sushis (Porphyra nori), como fonte de 
vitaminas e sais minerais, como fertilizantes (Kelps), entre outros usos.
Os alginatos derivados das algas são empregados na indústria têxtil, de papel, alimentícia, 
farmacêutica e cosmética como agentes espessantes e estabilizantes coloidais. O ágar produzido a 
partir da mucilagem extraída da parede celular das algas é utilizado para o preparo de gelatinas, como 
conservante de peixes e carnes, para a produção de cápsulas de medicamentos, bases de cosméticos em 
loções e cremes, meios de cultura, entre diversas outras aplicações.
Figura 8 – Exemplo de algas
 Saiba mais
Veja alguns artigos relacionados ao assunto:
VASCONCELOS, B. M. F.; GONÇALVES, A. A. Macroalgas e seus usos – 
alternativas para as indústrias brasileiras. Revista Verde de Agroecologia 
e Desenvolvimento Sustentável, Mossoró, v. 8, n. 5, p. 125-140, dez. 2013. 
Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/267449271_
Macroalgas_e_seus_usos-alternativas_para_as_industrias_brasileiras. 
Acesso em: 4 nov. 2019.
18
Unidade I
FONSECA, J. A. Aplicação de algas na indústria alimentar e 
farmacêutica. 2016. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) 
– Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências da Saúde, Porto, 
2016. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5827/1/
PPG_29141.pdf. Acesso em: 4 nov. 2019.
TAVARES, R. S. N. Potencial fotoprotetor de extratos e substâncias isoladas 
de fungos endofíticos da alga marinha vermelha Bostrychia radicans e 
de algas originárias da Antártica. 2016. Dissertação (Mestrado em Ciências) 
– Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2016. Disponível em: https://
www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-17062016-161006/
publico/Dissertacao_corrigida_simplicada.pdf. Acesso em: 4 nov. 2019.
2.2.3 Briófitas
As briófitas são plantas criptógamas avasculares, pois não dispõem de vasos condutores para o 
transporte de seiva; são muito pequenas, não ultrapassando20 cm de altura.
Apresentam rizoides, cauloides e filoides no lugar das raízes, dos caules e das folhas. Como 
não possuem vasos condutores de seiva, conseguem seus nutrientes por meio do processo de difusão 
celular, que é bem lento; por isso, geralmente são encontradas em lugares úmidos e sem luz direta, onde 
a perda de água é menor, e assim não correm o risco de ressecamento. No entanto, algumas espécies 
também são encontradas em desertos relativamente secos. Sua reprodução é dependente da água para 
o encontro dos gametas feminino e masculino.
As briófitas são representadas pelos musgos, pelas hepáticas e pelos antóceros. Os musgos têm 
o aspecto de um tapete geralmente verde e aveludado em que habitam troncos, pedras e barrancos. 
Quando estão em locais úmidos e sombreados, eles regulam a umidade do solo e evitam a erosão.
As hepáticas são pequenas, mas, ao formarem suas massas, tornam-se relativamente grandes 
quando em ambientes adequados, como troncos de árvores, solos e rochas úmidos e sombreados. 
Algumas delas também crescem em água. Seu nome é dado devido à forma de seu talo, que lembra 
a forma de um fígado.
Os antóceros são as briófitas menos conhecidas e menos diversificadas dessa linhagem. Crescem 
aderidos a rochas úmidas e solos e apresentam cavidades onde geralmente vivem algas azuis fixadoras 
de nitrogênio. Seu nome é dado devido à sua semelhança a chifres.
19
FITOCOSMETOLOGIA
Figura 9 – Musgo
2.2.4 Pteridófitas
As pteridófitas são plantas sem sementes, criptógamas vasculares, pois possuem vasos condutores de 
seiva e são constituídas de raiz, caule e folhas bem desenvolvidos, apesar de muitas vezes serem de difícil 
visualização. Podem apresentar espécies pequenas, como a Salvinia, ou espécies maiores arborescentes, 
como a Cyathea, conhecida como samambaiaçu.
Assim como as briófitas, elas também são encontradas em locais úmidos e necessitam de água para 
sua reprodução. Alguns exemplos conhecidos em nosso dia a dia são as samambaias, as avencas, os 
xaxins e os chifres-de-veado.
Figura 10 – Samambaia
2.2.5 Gimnospermas
Estas plantas vasculares apresentam sementes, um grande diferencial evolutivo. Embora ainda 
expostas, pois o termo gimnosperma significa “semente nua”, as sementes representam um diferencial 
pela sobrevivência, já que a proteção que a semente proporciona ao embrião lhe dá vantagens em relação 
a outras plantas que não apresentam essa proteção. A presença das sementes facilita a reprodução, e já 
não é mais necessário depender da água para isso.
20
Unidade I
A fecundação dos gametas acontece nos óvulos da planta pelo pólen, produzido pelos órgãos 
masculinos trazidos pela ação de ventos, chuva, insetos e pássaros, formando a semente (pinhão). Diante 
disso, a consequência é uma dominância de plantas com sementes nas floras da atualidade.
As gimnospermas são plantas que apresentam variados tamanhos, podendo surgir na forma de 
árvores e arbustos de diversos portes. Os grupos de gimnospermas atuais são formados pelos filos 
Coniferophyta, Cycadophyta, Ginkgophyta e Gnetophyta.
O filo das coníferas compreende o mais numeroso filo das gimnospermas, com inúmeras espécies, 
podendo ser citadas as sequoias, os Pinus (pinheiros) e as araucárias.
As cicadófitas são plantas semelhantes às palmeiras, encontradas em regiões tropicais e subtropicais. 
Em geral, são plantas grandes e frequentemente muito tóxicas.
O filo ginkgófita é representado pelo Ginkgo biloba, que apresenta folhas em forma de leque em 
numerosos ramos curtos. O extrato obtido de suas folhas é utilizado no combate dos radicais livres e 
como auxiliar da oxigenação cerebral. No entanto, ainda diversos estudos estão sendo realizados para 
verificação da eficácia de sua atividade e dos efeitos colaterais que podem surgir.
O filo gnetófitas é constituído principalmente por árvores e trepadeiras com folhas grandes e por 
arbustos ramificados com folhas pequenas e escamiformes.
Figura 11 – Araucária
21
FITOCOSMETOLOGIA
 Observação
A Ginkgo biloba despertou o interesse dos pesquisadores por ter 
sido a primeira planta medicinal a brotar no solo devastado após a 
explosão da bomba atômica na cidade de Hiroshima, no Japão, na 
Segunda Guerra Mundial.
Figura 12 – Folhas de Ginkgo biloba
2.2.6 Angiospermas
As angiospermas incluem mais de 300.000 espécies, o que as torna o filo de organismos 
fotossintetizantes mais numerosos do planeta. As angiospermas se diferenciam das gimnospermas por 
suas características exclusivas, que incluem a presença de flores, sementes protegidas contidas por um 
carpelo e frutos. De tamanhos, características vegetativas e florais extremamente variáveis, podem se 
apresentar como pequenas gramíneas ou como grandes árvores e habitar ambientes diferenciados.
Dependendo da característica de suas sementes, elas podem ser chamadas de monocotiledôneas, 
quando apresentam um cotilédone; eudicotiledôneas, quando possuem dois cotilédones; e ainda 
podem aparecer outros grupos que não se enquadram em nenhum dos dois casos.
As monocotiledôneas incluem plantas como gramas, lírios, cana-de-açúcar, palmeiras, babaçu, 
milho, arroz e bananas, entre outras. As dicotiledôneas são bastante diversificadas e incluem 
papoula-da-califórnia, cactos, feijão, amendoim, soja, ervilha, lentilha, grão-de-bico, pau-brasil, ipê, 
peroba, sassafrás, cerejeira, abacateiro, acerola, roseira, morango, pereira, macieira, algodoeiro, café, 
jenipapo, girassol, margarida etc.
22
Unidade I
 Saiba mais
Leia mais sobre as plantas monocotiledôneas e dicotiledôneas nos sites 
a seguir:
MONOCOTILEDÔNEAS e dicotiledôneas. Diferença, [s.d.]. Disponível 
em: https://www.diferenca.com/monocotiledoneas-e-dicotiledoneas/. 
Acesso em: 4 nov. 2019.
MONOCOTILEDÔNEAS e eudicotiledôneas. Biologianet, 2019. Disponível em: 
https://www.biologianet.com/botanica/monocotiledoneas-eudicotiledoneas.
htm. Acesso em: 4 nov. 2019.
2.3 Partes das plantas
Os vegetais superiores se dividem em: raiz, caule, folha, flores, sementes e frutos. Vamos falar 
brevemente sobre cada um deles:
Fruto com 
sementes no 
interior
Folha
Cotilédone
Pelos absorventes
Zona de crescimento
Coifa
Epiderme
Flor
Gema apicalGema lateral
Nó
Nó
Tecido vascular
Parênquima
Caule
Raiz
Raiz primária
Raiz lateral
Entrenó
Figura 13 – Estrutura de uma planta angiosperma
23
FITOCOSMETOLOGIA
2.3.1 Raiz
É a parte do eixo do vegetal desprovida de folhas, geralmente aclorofilada. Normalmente 
apresenta geotropismo positivo. Suas funções são: fixação ao solo, absorção de água e compostos 
nitrogenados, sais minerais em solução, tais como potássio e fósforo, entre outros, e acúmulo de 
substâncias de reserva.
A raiz apresenta regiões com funções específicas. Com uma visão do ponto mais profundo da 
planta até sua união com o caule, identificamos a coifa (ou caliptra), a zona lisa, a zona pilífera, a 
zona suberosa e o colo.
• Coifa: é uma espécie de capuz que tem como principal função a proteção da raiz, para que 
as células do tecido meristemático, que são responsáveis pelo crescimento da raiz, não sofram 
atrito com o solo e cresçam saudáveis, sem ataque de microrganismos.
• Zona lisa: é a região onde ocorre o maior crescimento da raiz.
• Zona pilífera: nela, aparecem pelos, e então ocorre a absorção de água e sais minerais, a seiva bruta 
que será utilizada para a produção de substâncias orgânicas, transformando-se em seiva elaborada.
• Zona suberosa ou ramificada: é a região da raiz de onde saem ramificações secundárias, 
chamadas de raízes secundárias, que ajudam a aumentar a absorção de água e de sais minerais. 
Também auxilia a fixação da planta no solo.
• Colo ou coleto: é a região em que ocorre o encontro da raiz com o caule.
Região 
pilífera
Coifa
Região de 
distensão 
(ou lisa)
Região de 
ramificações
Região 
pilosa 
(pilífera)
RaizB)A)
Epiderme Citoplasma
Núcleo
Vacúolo
Pelo absorvente
Detalhe da epiderme da raiz na zona pilosa
Figura 14 – Estruturas e regiões da raiz
Em função do hábitate da sua localização, as raízes podem ser classificadas como subterrâneas, 
aéreas e aquáticas.
24
Unidade I
Raízes subterrâneas
As raízes subterrâneas são as mais abundantes e podem ser divididas basicamente em: raiz axial ou 
pivotante; perpendicular ou primária; fasciculada ou em cabeleira; e tuberosa.
A raiz axial ou pivotante possui um eixo principal, que cresce perpendicularmente ao solo, e dela 
saem ramificações ou raízes secundárias. A raiz axial é típica das plantas dicotiledôneas e gimnospermas. 
Alguns exemplos são: feijão, ervilha, soja, morango, maçã, café, ipê etc.
Dicotiledônea Colo da raiz
Raiz principal
Raiz de 1ª ordem
Raiz de 2ª ordem
Raiz pivotante
Figura 15 – Raiz axial ou pivotante
A raiz fasciculada é caracterizada por não possuir uma raiz principal, e todas as raízes partem do 
início do caule, no ponto que ele se conecta com a terra. É também chamada de raiz de cabeleira devido 
ao seu aspecto, que lembra cabelos emaranhados. É normalmente superficial, fina e ramificada. Esse tipo 
de raiz é característico das plantas monocotiledônias e hipocotiledôneas. Podemos citar como exemplos: 
gramíneas, milho, cana-de-açúcar, alho, cebola, cebolinha etc.
Monocotiledônea
Raiz fasciculada
Figura 16
As raízes tuberosas enquadram-se como adaptações radiculares. São bem desenvolvidas e espessas, 
apresentando um grande acúmulo de reserva de material nutriente. O fato de estarem sob o solo é 
vantajoso para a planta, pois dificulta o ataque de grande parte dos animais.
25
FITOCOSMETOLOGIA
O espessamento de reserva pode ocorrer na raiz principal, como no caso da cenoura, do nabo, do 
rabanete e da beterraba; ou nas raízes secundárias, como no caso da mandioca e da batata-doce.
Figura 17 – Raízes tuberosas
 Observação
A raiz tuberosa possui a raiz debaixo do solo e caule e folhas fora do solo. 
Um exemplo é a mandioca. Já os caules tuberosos possuem raiz e caule 
debaixo da superfície do solo.
Raízes aéreas
As raízes aéreas são aquelas que ficam fora do solo, pelo menos em parte. Essa classe de raiz, além das 
funções de fixação, reserva de nutrientes e absorção de água e sais minerais, em diversos casos tem também 
a função de auxiliar a sustentação da planta e a absorção de gases atmosféricos, principalmente o oxigênio.
As raízes aéreas podem ser do tipo tabular, respiratória (ou pneumatóforo), sugadora, estrangulante, 
velame e grampiforme.
As raízes tabulares são frequentes em certas árvores de grande porte e pesadas. São raízes achatadas 
lateralmente, em formato de tábuas, e se desenvolvem externamente próximo à superfície do solo. Elas 
auxiliam a respiração vegetal por proporcionar maior contato com o oxigênio do ar, mas sua grande 
função é principalmente aumentar a estabilidade da planta por ampliar sua base, dando mais firmeza 
na fixação ao solo. São exemplos a figueira e o chichá do cerrado.
26
Unidade I
Figura 18 – Raiz da figueira
As raízes respiratórias crescem verticalmente para cima do nível da água em locais alagadiços, 
como mangues. Nesses locais, o solo é pobre em oxigênio e insuficiente para a planta respirar. 
Por estar constantemente encharcado com água do rio ou do mar, e devido à atividade das bactérias 
decompositoras, as raízes respiratórias da planta conseguem absorver o oxigênio atmosférico que está 
em falta sob o solo, por meio dos poros existentes expostos. A Avicennia nitida é um exemplo.
Figura 19 – Raiz respiratória das regiões de mangue
As raízes sugadoras ou haustórios são típicas de plantas parasitas que retiram alimento de outras 
plantas. As raízes da planta parasita se instalam na planta hospedeira, germinam e desenvolvem um 
órgão de contato, com raízes finas chamadas de haustórios, vão até os vasos condutores das plantas 
hospedeiras e retiram a seiva, que contém água e nutrientes para sua sobrevivência.
27
FITOCOSMETOLOGIA
Podem ser holoparasitas ou parasitas obrigatórias, quando dependem totalmente da outra 
planta (necessitam de água, sais minerais e nutrientes elaborados) para sobreviver, como é o caso do 
cipó-chumbo; ou hemiparasitas, quando dependem parcialmente da outra planta (necessitam apenas 
de água e sais minerais) para sua sobrevivência, como é o caso da erva-de-passarinho.
Figura 20 – Raiz sugadora: cipó-chumbo
As raízes estrangulantes utilizam o tronco de outras árvores para se agarrarem, envolvem-nas, 
comprimem-nas e literalmente as estrangulam, o que ocasiona a morte da planta hospedeira. Como 
exemplo temos o mata-pau.
Figura 21 – Raiz estrangulante: mata-pau
As raízes velames ou cinturas são tipos de raízes que se fixam em uma planta suporte com o intuito 
de alcançar luminosidade e absorver água da umidade do ar. Não retiram água nem nutrientes da planta 
suporte. A orquídea é um exemplo.
28
Unidade I
Figura 22 – Orquídea
As raízes grampiformes são aéreas e têm forma semelhante a grampos, para que se fixem em suportes 
como paredes, muros ou estacas, principalmente em locais com declives, desenvolvendo-se ao lado da 
sombra desses suportes. São exemplos as trepadeiras e a hera.
Figura 23 – Raiz grampiforme: hera
 Observação
Quando uma planta possui um caule ou um conjunto de raízes muito 
fraco, as raízes suporte, também chamadas de raízes escoras, ficam 
responsáveis por auxiliar a sustentação da planta. No entanto, hoje se sabe 
que esse sistema de suporte não se trata de expansões das raízes, mas sim 
de extensões do caule da planta.
29
FITOCOSMETOLOGIA
Raízes aquáticas
As raízes aquáticas apresentam um parênquima aerífero chamado de aerênquima, com células que 
ostentam lacunas e câmaras capazes de estocar ar, o que favorece a respiração e a flutuação da planta 
no meio aquático. São exemplos: jussiaea (Jussiaea grandiflora), salvínia (Salvinia auriculata) e aguapé 
(Eichhornia crassipes).
Figura 24 – Raiz aquática
2.3.2 Caule
O caule é um órgão cuja principal função é a sustentação da copa da planta (onde ficam as folhas 
e flores) e, para isso, conta com os vasos lenhosos, que possuem grande quantidade de lignina, uma 
substância rígida, impermeável e resistente. Essa porção lenhosa ou herbácea é o que podemos considerar 
como o caule propriamente dito.
Ele é a estrutura que liga a raiz ao restante da planta até as folhas, ficando responsável por conduzir 
água e sais minerais absorvidos pela raiz (seiva bruta) aos outros órgãos e às folhas e levar os nutrientes 
produzidos pelas folhas (seiva elaborada) para a raiz e outras partes da planta.
Essa função de condução é realizada por meio dos vasos condutores lenhosos, que transportam a 
seiva bruta, e dos vasos liberianos, que transportam a seiva elaborada.
Além dessas funções fundamentais do caule, ele pode ainda fazer o papel de órgão de reserva e 
auxiliar a fotossíntese.
O caule possui regiões em que as células se reproduzem com maior intensidade, dando origem às 
gemas. Na ponta ou no ápice do caule aparece uma gema que recebe o nome de gema apical, que 
promove o crescimento do caule em altura.
Nas laterais do caule, entre a axila foliar e a base do caule, aparecem as gemas laterais ou axilares, 
que estimulam o crescimento de ramificações, chamadas de ramos caulinares, e dos botões florais.
30
Unidade I
As regiões em que se encontram as gemas são chamadas de nós, que são os pontos onde as folhas 
nascem. O espaço entre um nó e outro é chamado de entrenó.
Entre o caule e a raiz, aparece o colo, local de transição entre esses dois órgãos. Nesse local, ocorre 
a reestruturação dos tecidos condutores dos feixes radiais vindos da raiz, tornando-se feixes colaterais, 
bicolaterais ou concêntricos.
Gema apical
Folha
Gema lateral
Entrenó
Entrenó
Nó
Figura 25 – Desenho esquemático do caule
Geralmente, os caules apresentam-se como órgãos aéreos. No entanto, eles podem também ser 
subterrâneos ou aquáticos, como veremos a seguir.
Caules aéreos
Os caules aéreos podem ser eretos, rastejantes e trepadores.
Os caules eretos são aqueles que se desenvolvem verticalmente e não necessitam deapoio para 
manter-se em pé. Podem ser do tipo tronco, estipe, colmo, haste e cladódio.
Os troncos possuem caules bem desenvolvidos, com uma base mais grossa e um corpo que afina 
gradativamente até chegar à região apical, apresentando ramificações no ápice. Alguns exemplos são: 
caules de dicotiledôneas, como a macieira, o abacateiro etc.
31
FITOCOSMETOLOGIA
Figura 26 – Figura de tronco
O estipe possui um caule cilíndrico e alongado, geralmente sem ramificações, mas com grande 
quantidade de folhas no ápice. São exemplos o caule das palmeiras e os coqueiros.
Figura 27 – Estipe
 O colmo é um caule em formato cilíndrico que não apresenta ramificações, mas possui nós e 
internós, podendo ser ocos ou maciços. Temos como exemplos: bambu, que é um tipo de colmo oco, 
e cana-de-açúcar, que é do tipo maciço.
32
Unidade I
Figura 28 – Bambu
 A haste é um caule pequeno, ramificado, pouco resistente, tenro e verde (por ser clorofilado), 
normalmente encontrado em plantas herbáceas, como o caule do agrião, da arruda, da begônia etc.
Figura 29 – Planta herbácea com caule em haste: begônia ácida
 O cladódio é um caule clorofilado e suculento, que pode apresentar espinhos formados a partir de 
folhas modificadas. Um exemplo é a mandacaru, planta disseminada no Semiárido do Nordeste.
33
FITOCOSMETOLOGIA
Figura 30 – Mandacaru
Os caules rastejantes ou estolhos se espalham sobre a terra e não conseguem manter-se em pé por 
serem frágeis. Apresentam nós, de onde saem os ramos aéreos e as raízes. São exemplos o caule do 
hortelã, do morangueiro etc.
Figura 31 – Hortelã
Os caules trepadores podem ser do tipo sarmentosos, quando possuem órgão de fixação como as 
gavinhas, ou volúveis, quando não possuem esses órgãos, então se enrolam em algum suporte para se 
desenvolver. Alguns exemplos são o chuchu (caule sarmentoso) e a madressilva (caule volúvel).
34
Unidade I
Figura 32 – Chuchuzeiro
Caules subterrâneos
Os caules subterrâneos são aqueles que se desenvolvem sob o solo e podem ser dos tipos rizoma, 
tubérculos, bulbos e cormos.
Os rizomas são caules dilatados que se prolongam horizontalmente sob o solo, embora possam 
produzir também ramos aéreos, como a samambaia e a espada-de-são-jorge.
Os tubérculos formam caules dilatados que ficam sob o solo acumulando material nutritivo 
(batatinha, cará, inhame).
Figura 33 – Exemplo de tubérculos
35
FITOCOSMETOLOGIA
 Os bulbos são curtos e globulosos, formados por um disco subterrâneo, chamado de prato. Em sua 
parte inferior apresenta pequenas raízes, e na superior, as folhas modificadas, as quais recebem o nome 
de catáfilos, que são suculentos e ricos em nutrientes. Um exemplo é a cebola.
Figura 34 – Cebola
Figura 35 – Representação do corte de uma cebola
Nos bulbos tunicados, os catáfilos se sobrepõem uns aos outros, dispostos concentricamente em 
volta do botão vegetativo; enquanto nos bulbos escamosos, os catáfilos têm o aspecto de escamas e se 
sobrepõem em volta do botão, como as telhas de um telhado. São exemplos a açucena-branca (Lilium 
candidum) e o martagom (Lilium martagon).
Os cormos assemelham-se em parte aos bulbos, tanto que muitas vezes são chamados de bulbos 
maciços, devido à sua estrutura sólida, mas também são comparados aos rizomas, só que mais curtos 
e com os nós bem próximos. Eles possuem uma haste vertical dilatada devido ao acúmulo de material 
nutritivo e, no topo dela, uma gema que produz as raízes e os brotos. Como exemplos, podemos citar o 
açafrão e a palma-de-santa-rita.
36
Unidade I
Caules aquáticos
Os caules aquáticos desenvolvem-se dentro da água, em rios, lagos e oceanos, são pouco desenvolvidos 
e normalmente clorofilados, apresentam estruturas diferenciadas chamadas de aerênquimas, que 
armazenam o ar, permitindo a flutuação da planta e facilitando as trocas gasosas para a respiração 
(vitória-régia e nenúfar).
Figura 36 – Vitória-régia
Adaptações dos caules
Do mesmo modo que as raízes, os caules sofrem adaptações. As mais importantes são as gavinhas, 
os espinhos e os acúleos.
As gavinhas são modificações caulinares prolongadas, inicialmente retilíneas, mas que, ao se fixarem em 
suportes, enrolam-se e adquirem a forma de molas. Algumas vezes podem até apresentar folhas e flores, 
como as gavinhas do chuchuzeiro ou da videira.
Figura 37 – Gavinhas de chuchuzeiro
37
FITOCOSMETOLOGIA
Os espinhos são formações endurecidas e pontiagudas originadas dos tecidos profundos dos caules 
e que têm a função de proteção da planta. São exemplos os espinhos nos limoeiros ou nas laranjeiras.
Os acúleos são estruturas prolongadas agudas e afiadas originadas de tecidos mais superficiais da 
epiderme. São presos apenas superficialmente ao caule, por isso são facilmente destacados. Muitas 
vezes, os acúleos são confundidos com os espinhos, como os acúleos da roseira.
Figura 38 – Acúleos da roseira
2.3.3 Folha
A folha é um órgão laminar que segue como uma extensão do caule. É clorofilada e extremamente 
importante para a planta, pois cabe a ela uma das tarefas mais necessárias para a sobrevivência da 
planta: a fotossíntese. Além de realizar a fotossíntese, tem também outras funções essenciais, incluindo 
a respiração, a transpiração e a sudação.
A folha, quando completa, é composta basicamente por três partes principais: a bainha, o limbo e 
o pecíolo. No entanto, pode acontecer de em alguns tipos de folhas um desses elementos foliares não 
estar presente, e, nesses casos, serão consideradas folhas incompletas.
38
Unidade I
Limbo
Estípula
Pecíolo
Bainha
Caule
Limbo
Figura 39 – Desenho de uma folha completa
De acordo com os elementos que estão ausentes, as folhas recebem nomes específicos, como citados 
a seguir:
• Peciolada: folha sem a bainha.
• Séssil: folha sem pecíolo e sem bainha.
• Invaginante: folha sem pecíolo, com bainha bem desenvolvida.
• Filódio: folha sem limbo.
Além disso, em algumas plantas podem aparecer os acessórios do tipo estípula, ócrea e fígula.
• Estípulas: são formações laminares existentes ao lado da bainha, na margem da folha. São os 
acessórios mais comuns.
• Ócreas: são formadas por duas estípulas membranosas fundidas em uma bainha envolvendo 
o caule.
• Lígulas: são membranas pequenas e finas em forma de escamas existentes na parte inferior e 
interna da bainha.
Ao observarmos uma folha, normalmente a parte que mais nos chama a atenção é o limbo, uma 
lâmina achatada, usualmente com uma grande área e constituindo a maior parte da folha.
No limbo estão presentes as nervuras, pequenos vasos por onde corre a seiva, que vem desde a raiz, 
passando pelo caule e chegando até as folhas.
39
FITOCOSMETOLOGIA
Pecíolo Nervura Limbo
Figura 40 – Detalhe das porções de uma folha
São encontradas também as células clorofiladas, responsáveis pela realização da fotossíntese, e os 
estômatos, que são conjuntos de duas células especializadas (células estomáticas) com uma abertura 
entre elas, chamada de ostíolo.
Nos ostíolos ocorre a transpiração, a eliminação de vapor de água e as trocas gasosas entre o interior 
da planta e o ar atmosférico. As células estomáticas regulam a abertura ou o fechamento dos ostíolos 
conforme a necessidade de realização das trocas gasosas ou a transpiração.
A) 
B) 
Figura 41 – Imagem ampliada de um estômato (A) e de um ostíolo (B)
40
Unidade I
O pecíolo é uma haste geralmente cilíndrica, longa ou não, que sustenta o limbo, ligando-o 
diretamente ao caule ou por meio da bainha.
A bainha é a parte basal da folha e pode ser considerada uma expansão da base do pecíolo. Ela se 
insere no caule para que o restante da folha se fixe e se desenvolva.
As folhas podem ser classificadas de diversas maneiras, dependendo da forma do limbo, do contorno 
dos bordos ou das nervuras deles. De uma maneira simplificada, podemos dizer que as folhas podem 
ser simples, quando a folha possui apenas um pecíolo e um limbo; e compostas, quando apresentam o 
limbo dividido em folíolos (folhas secundárias) e pecíolo ramificado.
Quanto àforma, o limbo é muito variável, podendo ser cordiforme, lanceolada, ovais, oblongas, 
lineares, sagitiforme etc. Podem ter variações e classificações morfológicas relacionadas ao ápice, à base, 
às nervuras e aos bordos. Os bordos que se destacam são dos tipos inteiro ou liso, denteado, lobado, 
partido etc.
As folhas compostas podem se apresentar como paripenadas (número par de folíolos), imparipenadas 
(número ímpar de folíolos) e digitadas ou palmadas (ramificada, lembrando os dedos da mão).
Algumas plantas apresentam folhas com adaptações, para que consigam sobreviver, e entre elas 
algumas são importantes e bem comuns, como é o caso de escamas, brácteas, espinhos foliares, folhas 
suculentas, folhas insetívoras, gavinhas etc.
As escamas também são conhecidas como catáfilos ou túnicas, folhas sésseis que aparecem em 
rizomas e bulbos, como as escamas da cebola e o alho.
Figura 42 – Alho
41
FITOCOSMETOLOGIA
As brácteas são folhas modificadas geralmente coloridas e grandes, que protegem as flores tanto 
isoladas quanto em inflorescência. São exemplos: antúrio, copo-de-leite, for-de-papagaio, primavera.
Figura 43 – Antúrio
Quando a folha inteira ou parte dela se transforma em espinhos, eles são chamados de espinhos 
foliares e são pontiagudos, como: cactos (folhas inteiras); abacaxi (parte da folha).
Figura 44 – Plantação de abacaxi
Nas folhas suculentas, o parênquima aquífero é bem desenvolvido (babosa).
42
Unidade I
Figura 45 – Babosa
As folhas insetívoras aparecem nas popularmente chamadas plantas carnívoras (drosera, 
dionaea, nepenthes).
As gavinhas são caules modificados que também podem apresentar folhas e flores (chuchu, ervilha, 
maxixe etc).
2.3.4 Flor
As flores, em geral, são os elementos mais bonitos das plantas, com suas cores e perfumes que 
contribuem para tornar o ambiente mais colorido, alegre e agradável. No entanto, o papel das flores não 
se restringe apenas a isso; sua maior importância é a função de reprodução.
A flor é o aparelho reprodutor da maioria das plantas. É nela que ocorre a fecundação (encontro da 
célula masculina com a feminina), para posterior formação de frutos e sementes.
Esse elemento de reprodução é constituído por uma haste que o prende ao caule ou aos ramos e dá 
sustentação à flor, chamada de pedúnculo. Ele pode ser mais longo ou curto, mas em alguns casos pode 
também estar ausente, e a flor será chamada de séssil. A extremidade dilatada do pedúnculo onde se 
insere a flor é chamada de receptáculo.
Completando os constituintes das flores, tem-se o verticilo floral, com quatro elementos: o cálice, a 
corola, o androceu e o gineceu. Quando os quatro elementos estão presentes, dizemos que se trata de 
uma flor completa; quando um deles está ausente, chama-se flor incompleta.
43
FITOCOSMETOLOGIA
Antera
FilamentoEstame 
(androceu)
Pólen
Óvulo
Sépalas
Pétalas
Ovário
Estilete
Estigma
Carpelo 
(gineceu)
Receptáculo floral
Pedúnculo floral
Figura 46 – Desenho com as partes de uma flor
O cálice e a corola formam o aparelho protetor, chamado de perianto, enquanto o aparelho reprodutor 
é formado pelo androceu (aparelho masculino) e gineceu (aparelho feminino).
O cálice é o verticilo mais externo, formado por folhas chamadas de sépalas, que geralmente são 
verdes e fazem a proteção da flor.
A corola aparece logo a seguir (segundo verticilo floral) e é formada pelas peças chamadas de pétalas, 
podem ter diversas cores, diversos tons, aromas agradáveis ou secreções adocicadas. Apesar de as 
pétalas pertencerem ao aparelho protetor, indiretamente auxiliam na reprodução, pois com todas essas 
qualidades atraem facilmente insetos e aves, que fazem o papel de polinizadores para essas plantas.
O androceu, terceiro verticilo floral, é formado pelos estames, que são folhas extremamente 
modificadas. O estame é constituído por três partes: a antera, o filete e o conectivo:
• Antera: provém do limbo da folha e é a porção mais desenvolvida do estame. É na antera, ou 
mais precisamente nos sacos polínicos, que são formados e encontrados os grãos de pólen.
• Filete: é a haste que sustenta a antera.
• Conectivo: encontra-se na extremidade superior do filete e penetra na antera.
44
Unidade I
O gineceu, quarto verticilo floral, é constituído por unidades chamadas de pistilos, formadas por 
folhas modificadas que dão origem aos carpelos. A base dilatada do carpelo chama-se ovário, dentro do 
qual são produzidos e armazenados os óvulos.
Acima do ovário, situa-se uma haste em forma de tubo chamada de estilete, que parece ser um 
prolongamento do ovário. E na parte apical do estilete apoia-se o estigma (de natureza glandular), que 
secreta uma solução viscosa importante para a fixação do grão de pólen.
Para ocorrer a polinização, a antera se abre assim que seus sacos polínicos estiverem cheios de grãos 
de pólen, expondo-os ao vento, aos pássaros e aos insetos, que irão levá-los a outra flor de mesma 
espécie. A polinização se completa quando o pólen atingir o gineceu.
Antera Estigma
Estilete
Ovário
Óvulo
Grãos de 
pólen
Óvulo
Pólen
Filamento
O ovário 
desenvolve-se, 
formando o fruto
O óvulo 
fecundado 
transforma-se 
em semente
Formação de 
tubo polínico 
para fecundação
Receptáculo floral
Polinização
Após fecundação
Androceu 
(estame)
Gineceu 
(carpelo)
Figura 47 – Esquema de androceu e gineceu
A polinização pode ser natural direta, natural indireta e artificial:
• Natural direta: é aquela em que os grãos de pólen passam da antera para o estigma da 
mesma flor. Embora diversas flores apresentem androceu e gineceu simultaneamente, elas 
raramente realizam a autofecundação, porque esse processo não seria favorável em termos 
de variabilidade genética.
• Natural indireta: ocorre quando flores diferentes de uma mesma planta ou de plantas 
diferentes são polinizadas, através do transporte dos grãos de pólen pelos agentes polinizadores, 
o que é muito mais vantajoso. A polinização torna a fecundação independente da água, o que 
45
FITOCOSMETOLOGIA
possibilita um avanço para a espécie, permitindo uma maior distribuição de seus exemplares 
em diferentes locais.
• Artificial: realizada por intervenção do homem.
As flores podem ser classificadas de diversas maneiras, dependendo das diferenças existentes quanto 
ao perianto, ao aparelho reprodutor da flor e da espécie e à simetria da flor. No entanto, algo importante 
que deve ser citado são as inflorescências. As flores podem se apresentarem isoladas ou em grupos, 
dispostas regularmente em um eixo principal, formando as inflorescências.
As inflorescências podem ser racemosas ou cimosas. Nas racemosas existe um eixo principal que 
cresce bastante, apresentando ramos menores, e termina em uma gema. Nas cimosas também existe um 
eixo principal, mas os ramos crescem mais do que ele.
As inflorescências racemosas podem ser do tipo simples, como é o caso do cacho, da espiga e das 
umbelas; ou compostas, com alternância desses tipos. As inflorescências cimosas podem ser do tipo 
uníparas, bíparas ou multíparas. Como exemplos, podemos citar as flores-da-quaresma ou quaresmeira, 
que estão agrupadas ao redor do eixo principal, formando um cacho.
A margarida é uma florescência racemosa simples, em capítulo, que é um tipo de espiga. Ela tem em 
sua região central minúsculas flores unidas umas às outras, formando o miolo amarelo e as brácteas 
brancas bem desenvolvidas.
A salsa é uma inflorescência racemosa composta do tipo umbela, na qual tanto as partes quanto o 
todo da inflorescência são umbelas.
Um exemplo de inflorescência cimosa é a coroa-de-cristo, que é do tipo bípara, pois se desenvolvem 
duas gemas de cada vez.
2.3.5 Fruto
Depois da fecundação da flor, suas pétalas estames e estiletes se soltam, e o ovário se desenvolve, 
formando o fruto que encerra em seu interior as sementes. O fruto protege as sementes e facilita sua 
dispersão. Geralmente, o fruto é composto de duas partes: o pericarpo, considerado a parte externa, e 
a semente, a parte interna.O pericarpo, por sua vez, é constituído de três camadas: o epicarpo, que é a camada mais externa do 
fruto, muitas vezes fina, mas impermeável, para evitar a perda de água do fruto; o mesocarpo, que é a 
camada intermediária, quase sempre espessa, carnosa e nutritiva e por isso geralmente é comestível; e, 
mais internamente, o endocarpo, uma camada na maioria das vezes finíssima, que protege a semente.
46
Unidade I
Epicarpo
Mesocarpo
Endocarpo
Semente
Pericarpo
Figura 48 – Desenho demonstrando as partes de um fruto
Os frutos podem ser carnosos, quando apresentam o pericarpo suculento; ou secos, quando 
possuem as paredes duras e secas.
Os frutos carnosos são divididos em dois tipos: baga e drupa. No tipo baga, existem diversas sementes 
livres no interior do fruto, como acontece na laranja, no tomate, na uva, no maracujá e no mamão. 
Em frutos do tipo drupa, há uma única semente maior, que cresce junto com o endocarpo lignificado, 
formando o caroço, como ocorre com o pêssego, a manga, o abacate, a cereja e a azeitona.
Epicarpo
Baga Drupa
Mesocarpo
Endocarpo
Figura 49
A laranja, a uva, o pêssego e a azeitona, exemplos citados anteriormente, são frutos carnosos que se 
originaram de um só ovário de uma flor. Em outros casos, os frutos podem se desenvolver de diversos 
ovários ou de partes diferentes das flores, formando os chamados pseudofrutos.
Os pseudofrutos, quando são simples, originam-se de partes que não o ovário da flor, como a maçã, 
o marmelo e o caju. Quando são compostos, originam-se de diversos ovários da flor, como o morango. 
Quando são múltiplos, são provenientes de diversas partes das flores, como o abacaxi e o figo.
47
FITOCOSMETOLOGIA
Fruto
Receptáculo 
floral
Frutículo 
(aquênio)
Fruto 
(aquênio)
Morango
Caju
Abacaxi
Maçã
Pedúnculo floral
Figura 50 – Desenho evidenciando pseudofrutos
Os frutos carnosos são, em geral, do tipo indeiscentes, pois não se abrem sozinhos, suas sementes 
se exteriorizam com a deposição do pericarpo. Apenas em alguns casos raros os frutos carnosos se abrem 
espontaneamente, isto é, sozinhos, ao amadurecer, expondo suas sementes, que seriam os chamados 
frutos deiscentes, como o melão-de-são-caetano e o pepino selvagem.
Já os frutos secos podem se apresentar tanto no tipo deiscente quanto indeiscente. Como exemplos 
do tipo deiscente, têm-se a vagem (feijão, ervilha), a cápsula (fumo, algodão, castanha-do-pará, papoula) 
e a síliqua (mostarda). Como exemplos de indeiscentes, têm-se o aquênio (erva doce, girassol, figo), o 
grão (trigo, milho arroz), a sâmara (begônia) e a noz (carvalho e sálvia).
2.3.6 Semente
A semente é o óvulo maduro e fecundado da flor. Nela, está contido o embrião, que dará origem à 
nova planta. Por isso, as sementes são muito importantes para as plantas, permitindo a perpetuação 
de suas espécies. As sementes têm valor não só para as plantas, mas também para os homens e outros 
animais. Elas são usadas na alimentação e na produção de diversos tipos de produtos industriais, que 
vão desde a indústria alimentícia, de papel, de tintas, até as indústrias farmacêuticas e cosméticas.
A semente é constituída pelo tegumento (casca) e pela amêndoa.
48
Unidade I
Figura 51 – Fruto e semente de um pêssego
O tegumento é originado a partir do tecido que envolve o óvulo. Ele é composto pela testa e pelo 
tégmen, mas em alguns casos pode aparecer só um dos tegumentos, ficando com apenas um envoltório.
A testa é a casca mais externa da semente, podendo ser dura, consistente e apresentar pelos e 
rugosidades. O tégmen é uma película delgada, mais interna, que envolve a amêndoa. A amêndoa 
é formada pelo embrião e pelo endosperma (ou albúmen).
O embrião possui os órgãos rudimentares, representados pela radícula, pelo caulículo e pela gêmula, 
que na nova planta irá originar a raiz, o caulículo, o colo, a gêmula, o caule e as folhas.
Pericarpo
Tegumento
Cotilédone (escutelo)
Gêmula
Radícula
Coleorriza Folha primária
Caulículo (hipocótilo)
Radícula
Cotilédone
Tegumento 
ou cascaEndosperma
Coleóptile
Folhas 
primárias
A) B)
Figura 52 – Ilustração da semente e suas partes
Os cotilédones são folhas modificadas, ligadas ao embrião, que contêm substâncias nutritivas do 
albúmen e servem para alimentar o embrião no início da germinação.
De acordo com o número de cotilédones de suas sementes, as plantas angiospermas serão 
denominadas de monocotiledôneas (um cotilédone) ou dicotiledôneas (dois cotilédones), como já 
apresentado na classificação das plantas.
49
FITOCOSMETOLOGIA
O milho e o arroz são exemplos de plantas monocotiledôneas, e o feijão, a ervilha e o amendoim, 
exemplos de dicotiledôneas.
Figura 53 – Sementes monocotiledôneas em um milho
Figura 54 – Sementes dicotiledôneas em grãos de feijão
O estudo das partes das plantas, desde a raiz, caule, flores, frutos e sementes, e de sua histologia é de 
grande importância para a fitocosmetologia, pois é a partir desses órgãos que será realizada a coleta, a 
preparação e a extração dos princípios ativos que serão utilizados para os diversos fins, incluindo o uso 
dos cosméticos.
2.4 Histologia vegetal
A histologia vegetal estuda os tecidos que constituem o organismo das plantas, que, assim como no 
reino animal, são constituídas por células e substância intercelular entre elas.
50
Unidade I
A célula vegetal possui uma parede de celulose com estrutura complexa, é constituída por longas 
cadeias de celulose de microfibrilas que se unem em feixes, formando as macrofibrilas, que, por sua vez, 
se reúnem formando a parede celular.
A celulose é o principal carboidrato da parede celular, mas outros também contribuem para a 
formação da parede celular da planta, como a hemicelulose e os compostos pécticos. Podem também 
estar presentes compostos graxos, como cutina, suberina e ceras, outros compostos orgânicos e ainda 
água e substâncias minerais.
O citoplasma, o núcleo, os plastídios ou plastos (corpúsculos delimitados por membrana), as 
mitocôndrias, o retículo endoplasmático e os grânulos de diversas dimensões formam os componentes 
protoplasmáticos da célula.
Os plastídios que contêm pigmentos em seu interior (cromoplastídios) são chamados de cromoplastos, 
como é o caso dos cloroplastos tão conhecidos por todos nós, que contêm o pigmento clorofila (cor 
verde), e de outros cromoplastos que podem variar tanto na forma quanto na cor, como os carotenoides.
Além dos cromoplastos, os plastídios podem ser do tipo leucoplastos, quando contêm em seu 
interior outros tipos de grânulos que não sejam pigmentos, chamados de leucoplastídios. Quando os 
grânulos são de amido, o leucoplasto recebe o nome de amiloplasto; e quando contêm substâncias 
oleosas, recebe o nome de elaioplasto. Além desses, a célula também possui os componentes não 
protoplasmáticos, representados pelos vacúolos e pelas substâncias ergásticas.
Os vacúolos são estruturas celulares que se encontram no citoplasma em formato mais ou 
menos esférico, que contêm uma solução aquosa em que estão dissolvidos sais minerais, açúcares, 
ácidos graxos, proteínas, enzimas lisossômicas etc. Eles podem ter a função de armazenamento, 
digestão e excreção.
As substâncias ergásticas são representadas principalmente pelos carboidratos (celulose) e amidos, 
mas também por proteínas, gorduras e derivados, taninos e diversos outros tipos de substâncias 
cristalizadas ou em estado amorfo.
Quando grupos de células com semelhanças estruturais e funcionais se unem, elas formam os 
diferentes tecidos. Nas plantas com sementes, os tecidos responsáveis pelo crescimento do vegetal são 
os chamados tecidos merismáticos e surgem através das células embrionárias, que originam os tecidos 
da planta adulta.
Os meristemas são tecidos embrionários constituídos por células indiferenciadas que se dividem 
continuamente. As células são pequenas e têm estrutura simples, com parede celular fina, núcleo grande 
centralizado e citoplasma com presença ou não de diversos vacúolos.
Essas células são as responsáveispelo crescimento da planta em extensão e em espessura. Elas se 
especializam e se diferenciam, dando origem aos tecidos vegetais permanentes. À medida que as células 
do embrião da planta se especializam, elas perdem gradativamente a capacidade de se dividir.
51
FITOCOSMETOLOGIA
Meristema apical
Meristemas primários
Protoderma
Meristema fundamental
Procâmbio
Lenho
Líber
Epiderme
Parênquima
Feixe liberolenhoso
Câmbio 
vascular Felogênio
Meristemas 
laterais
Estrutura 
primária
Caule
Figura 55 – Cortes histológicos de meristema primário
Conforme a planta cresce e se desenvolve, a maior parte do meristema se transforma em outros 
tipos de tecidos.
O meristema apical da raiz dá origem à raiz principal; o apical do caule promove o crescimento do 
caule, forma as folhas, os nós e os entrenós; e o meristema das gemas laterais do caule forma os ramos 
auxiliares dele.
O meristema primário de uma raiz ou de um caule jovem apresenta três camadas:
• Dermatogênio: mais externo, que dá origem à epiderme da planta.
• Periblema: tecido que dá origem à casca da planta.
• Pleroma: dá origem ao cilindro central da planta, em que se localizam os vasos condutores de seiva.
Um quarto tipo de meristema primário também pode ser citado. Nesse caso, é encontrado apenas 
na raiz da planta: trata-se do caliptrogênio, que forma a coifa, ou caliptra, que protege a ponta da raiz.
Os meristemas secundários são encontrados apenas nas gimnospermas e angiospermas. Eles 
localizam-se no interior dos tecidos adultos do caule e da raiz das plantas lenhosas, que são na maioria 
as árvores e os arbustos.
52
Unidade I
Meristema apical
Gema lateral
Primórdio 
foliar
Figura 56 – Cortes histológicos com meristema apical e gema lateral
Existem pelo menos dois tipos de meristemas secundários: o primeiro é chamado de câmbio 
vascular, ou apenas câmbio, e é encontrado na medula; o segundo é o felogênio, também chamado 
de câmbio da casca, câmbio cortical ou câmbio suberoso, que forma a casca.
O câmbio vascular é formado por diferenciação das células do cilindro central e é o principal 
responsável pelo crescimento em espessura da planta (crescimento secundário). Essas células se 
proliferam e dão origem aos vasos condutores de seiva. Aos vasos situados no lado interno, damos o 
nome de vasos lenhosos; e aos localizados mais externamente, de vasos liberianos.
O felogênio dá origem ao súber e ao feloderma. O súber é um tecido formado por células mortas 
com função de proteção, enquanto o feloderma tem a função de preenchimento.
Súber
Felogênio
Feloderma
Parênquima
Floema
Câmbio
Xilema
Medula
Madeira
Casca
Periderma
Figura 57 – Esquema de cortes histológicos dos meristemas secundários
53
FITOCOSMETOLOGIA
2.4.1 Sistema de revestimento e proteção
Para proteção dos vegetais, existe o sistema de revestimento ou sistema de proteção, que é formado 
pelos tecidos com essa função. Esses tecidos são a epiderme e o súber.
A epiderme é originária do meristema primário; é a camada de células que faz o revestimento do 
organismo primário. Ela envolve raízes, caules jovens, folhas, flores, frutos e sementes.
Geralmente, a epiderme é constituída por uma camada de células não especializadas de pequena 
profundidade, e, por isso, levam a denominação de células tabulares, além de outras duas ou mais 
camadas com células especializadas.
Cutícula
Epiderme
Xilema
Lacuna
Epiderme
Cutícula
Estômato
Floema
Parênquima 
paliçádico
Bainha do feixe
Parênquima 
lacunoso
Figura 58 – Corte histológico por meio do qual é possível observar a epiderme
A diferenciação dessas células faz surgir os anexos epidérmicos, representados com maior frequência 
por cutícula, pelos, papilas, escamas, estômatos, acúleos e hidatódios.
A cutícula é uma camada acelular e impermeável, constituída principalmente por ceras e cutina. 
Geralmente, a parede externa da epiderme é revestida por uma película relativamente grande de 
cutina, substância graxa que fica impregnada nas paredes celulares. Ceras, óleos e resinas ocorrem 
em porções aéreas de certas plantas. A cutícula impede as perdas de água por meio da diminuição da 
transpiração e protege a planta contra a luz excessiva.
Os pelos são extensões de células epidérmicas. Podem ser uni ou pluricelulares, simples ou ramificados, 
longos ou curtos, pontiagudos ou capitados, entre outros tipos, e, assim como a cutícula, também são 
responsáveis por diminuir a transpiração, evitando a perda de água pela planta.
Nas raízes, aparecem os pelos absorventes, que são responsáveis pela absorção por meio do aumento 
da superfície de contato com o solo; dessa maneira, captam mais água e sais minerais para a planta. 
54
Unidade I
Os pelos podem aparecer em formatos diversos, sendo alguns do tipo em escudo ou em escama, 
pontiagudos urticantes e glandulares. Outro caso de formação epidérmica são as pequenas saliências 
ou projeções das paredes celulares das flores, formando as papilas, que conferem às pétalas um aspecto 
aveludado. Algumas vezes, pelos duros e pontiagudos se transformam em acúleos, que são anexos 
epidérmicos resistentes muito parecidos com espinhos e exercem um papel de defesa para a planta.
Os estômatos podem ser considerados as formações epidérmicas de maior importância para a 
planta. Eles são encontrados nas folhas, em caules jovens e nas flores. São constituídos por duas células 
epidérmicas modificadas, com o formato de rins, as quais são chamadas de células estomáticas, guardas 
ou guardiãs. Elas são ricas em cloroplastos e posicionam-se de modo a ficar com os hilos voltados um 
para o outro, delimitando um orifício entre elas, que é o chamado ostíolo.
Nos caules e nas raízes de plantas lenhosas surge uma camada formada a partir da atividade do 
meristema secundário felogênio, o súber, que é constituído por várias camadas de células mortas, cujas 
paredes celulares são fortemente impregnadas por um lipídio chamado de suberina.
O súber substitui a epiderme e serve como um revestimento de proteção, agindo como isolante térmico, 
regulando a evaporação e protegendo fisicamente as partes internas dos caules e das raízes. Ele aparece 
nas partes mais antigas da planta e, em conjunto com a casca e o feloderma, constitui a periderme.
Como os estômatos estão ausentes no súber, as trocas gasosas acontecem por meio das lenticelas, 
que são estruturas formadas por células arredondadas, com espaços intercelulares por onde passa o 
oxigênio, que é levado aos tecidos mais internos.
A cortiça, muitas vezes considerada como um sinônimo desse tecido, é obtida a partir do súber 
extraído de partes das plantas em que ele aparece bem desenvolvido.
O ritidoma é o conjunto de tecidos mortos corticais formados pela atividade de diversos 
felogênios. Os tecidos situados externamente ao súber (tecido morto e impermeável) têm também 
um prognóstico de morte e, assim, que acontece a falência, eles se destacam, e essas camadas 
destacadas constituem o ritidoma.
2.4.2 Sistema de assimilação e reserva 
O sistema de assimilação é formado por tecidos chamados de parenquimáticos, que são os responsáveis 
pela fotossíntese e pela reserva de nutrientes. O parênquima é um tecido de preenchimento encontrado 
em todas as partes da planta. Os conjuntos de suas células formam um tecido contínuo e fazem parte 
inclusive de outros tecidos.
As células parenquimáticas são vivas e variam na forma, mas o parênquima fundamental em geral é 
constituído por células com formato regular, poliédricas e quase isodiamétricas (diâmetros semelhantes), 
apresentando pouco citoplasma, grandes vacúolos e paredes relativamente delgadas. Seus principais 
carboidratos são a celulose, a hemicelulose e as substâncias pécticas.
55
FITOCOSMETOLOGIA
Por serem detentoras de grande capacidade de divisão, as células parenquimáticas têm papel 
relevante nos processos de regeneração, cicatrização de lesões, união de enxertos e formação de raízes 
e caules adventícios.
Existem dois tipos principais de parênquimas: o clorofiliano

Outros materiais