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Resumo Introdução á Economia - Mankiw

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INTRODUÇÃO À ECONOMIA 
GREGORY MANKIW 
 
1. PRINCÍPIOS GERAIS DA ECONOMIA 
 
Os dez princípios gerais da economia são: 
1) Em economia, sempre existem tradeoffs; 
2) O custo de algo é o que se deixa de ganhar ao obtê-lo, ou seja, seu custo 
de 
oportunidade; 
3) As pessoas razoáveis pensam na margem; 
4) As pessoas reagem a incentivos; 
5) Os mercados são bons para a economia; 
6) O comércio é bom para todos, pois permite maior especialização e 
variedade; 
7) Os governos podem melhorar os mercados; 
8) O padrão de vida de um povo é determinado pela sua produtividade; 
9) Os preços sobem com a emissão de moeda; 
10) Há um tradeoff de curto prazo entre desemprego e inflação. 
 
2. PENSANDO COMO UM ECONOMISTA 
 
O pensamento econômico se desenvolve através de modelos, que se baseiam 
em 
hipóteses que simplificam a realidade. Utilizam-se os economistas do método 
científico, 
partindo da teoria para a observação, então para a coleta de dados e por 
último para a 
confirmação ou refutação da teoria. Por serem difíceis os experimentos 
controlados 
valem-se da história para fazer a observação experimental. 
As análises econômicas podem ser declarações positivas, que explica, 
determina 
como é ou declarações normativas, que sugerem, prescrevem, diz como 
deveria ser. É 
normalmente quando possuem divergências dessas duas categorias que os 
economistas 
discordam e é principalmente das declarações normativas que a economia se 
ocupa. 
Dentro dos modelos econômicos comuns temos a Fronteira de Possibilidade 
de 
Produção e o Diagrama do Fluxo Circular, que descreve como o dinheiro circula 
entre os 
mercados de bens e serviços e as famílias e como estes interagem uns com os 
outros. 
 
GRÁFICOS 
 
Os gráficos descrevem como as variáveis se relacionam no mundo real. Pode 
tratar da relação de causa e efeito, podendo aparecer dois problemas: a 
variável omitida e a causalidade reversa. 
 
3. GANHOS COMERCIAIS E INTERDEPENDÊNCIA 
 
O princípio dos ganhos do comércio diz que cada bem deve ser produzido por 
quem tem o menor custo de oportunidade para produzi-lo. Assim, ambos terão 
uma maior 
variedade no consumo e melhor especialização na produção dos bens. Esse 
custo de 
oportunidade é sustentado pela teoria das VANTAGENS COMPARATIVAS de 
David 
Ricardo, que diz que os custos de oportunidade devem ser comparados para 
que 
determinemos quem deverá produzir qual bem. 
O outro lado da teoria das Vantagens Comparativas é a de Vantagens 
absolutas, 
que compara as produtividades dos produtores. Um produtor pode ter 
vantagens absolutas na produção de todos os bens, mas nunca terá vantagens 
comparativas na produção de todos eles. Assim, quando os produtores se 
concentram na produção dos bens no qual tem maior vantagem comparativa 
podem usufruir de maior consumo através da troca, além de maior 
diversidade. 
 
4. OFERTA E DEMANDA 
 
A lei da oferta e da demanda diz que o preço de qualquer bem ou serviço 
ajusta-se 
para trazer a quantidade demandada desse bem ao equilíbrio. Para saber como
a 
economia será afetada por um acontecimento precisa-se pensar nos seus 
impactos sobre a oferta e a demanda. 
A quantidade ofertada de um bem é positivamente relacionada com o preço, 
enquanto a quantidade demandada dele tem relação negativa com esse. 
Pode-se deslocar a curva de oferta através de: 1) variação nos preços dos 
insumos 
necessários para a produção do bem; 2) desenvolvimento da tecnologia; 3) 
expectativas 
quanto ao aumento ou diminuição do consumo do bem em questão; 4) 
alteração no 
número de vendedores. 
Já a curva de demanda pode ser deslocada por: 1) flutuações na renda (deve-
se 
observar ainda se o bem é um bem normal ou inferior); 2) alterações nos 
preços dos bens substitutos e complementares; 3) os gostos da população com
relação ao produto; 4) as expectativas quanto ao aumento da produção do 
bem; 5) alteração no número de 
compradores. 
Deve-se observar a distinção entre o deslocamento da curva e o deslocamento 
ao 
longo dela. No primeiro caso, ela desloca-se quando altera-se uma variável 
externa, ou 
seja, nem o preço nem a quantidade ofertada/demandada. Assim, está-se 
disposto a 
consumir/produzir mais/menos do bem em questão por um preço dado. Já o 
deslocamento ao longo da curva mostra uma alteração nas variáveis internas, 
ou seja, 
preço ou quantidade ofertada/demandada. 
O equilíbrio da oferta e da demanda é atingido quando a curva da oferta se 
cruza 
com a curva da demanda, ou seja, a quantidade ofertada é igual à quantidade 
demandada. 
Desse modo, o preço de ajusta de modo a igualá-los. Assim, a quantidade e o 
preço 
tendem a se ajustarem no ponto de equilíbrio. Sendo o preço o mecanismo de 
relacionamento dos recursos escassos, quando ele está acima do ponto de 
equilíbrio tem-
se uma quantidade ofertada maior do que a quantidade demandada, gerando 
um excesso de oferta. Caso contrário, haverá um excesso de demanda. 
 
5. ELASTICIDADE 
 
A elasticidade é uma medida de resposta da quantidade ofertada ou 
demandada a 
variações em seus determinantes, a saber, condições de mercado. Mede 
quanto a 
quantidade ofertada ou demandada varia em função do preço. 
Os fatores determinantes da elasticidade-preço da demanda são: 1) 
disponibilidade de substitutos próximos; 2) se o bem é necessário ou supérfluo;
3) a 
definição do mercado (quanto mais específico mais inelástico será) e 4) 
horizonte do 
tempo (os bens tendem a ser mais elásticos no longo prazo). Portanto, os bens 
escassos 
tem menos elasticidade preço e são mais difíceis de ofertar a curto prazo. 
A elasticidade determina a disposição de sair ao mercado. A elasticidade da 
oferta 
determina se os vendedores têm boas alternativas de produção do bem numa 
condição 
desfavorável. A elasticidade da demanda diz se os compradores têm boas 
alternativas de 
consumo na falta do bem em questão. Quanto à elasticidade o bem pode ser 
perfeitamente elástico, elástico, unitário, inelástico ou perfeitamente inelástico.
 Os outros tipos de elasticidade são: elasticidade-renda da demanda e 
a elasticidade-preço cruzada da demanda, que verifica a variação percentual 
da quantidade demandada de um bem 1 em função da variação do preço do 
bem 2. 
A receita total tende a aumentar se aumentarmos o preço de um bem de 
demanda 
inelástica, e a diminuir no caso de o bem ser elástico. 
 
6. OFERTA, DEMANDA E POLÍTICAS DO GOVERNO. 
 
O governo pode interferir no livre equilíbrio de oferta e demanda através de 
duas 
políticas, a saber, imposto e controle de preços. 
No caso do imposto, o ônus da incidência tributária recai mais fortemente 
sobre o 
lado mais inelástico do mercado. 
No caso do controle de preços, a instauração de um preço máximo gerará 
uma 
escassez do produto, na qual se criaram alguns mecanismos para racionar a 
venda do 
bem, que podem não ser benéficos para a sociedade, como filas e 
discriminação. No caso de um preço mínimo, gerar-se-á uma excedente de 
produção ou de oferta, como é o caso do salário mínimo. O seu maior impacto 
se dá sobre a classe trabalhadora que recebe o salário mínimo, deixando vários
deles sem trabalho e aumentando a força de trabalho com o ingresso de 
jovens em idade escolar que abandonam a escola para entrar no mercado de 
trabalho precocemente por causa dos incentivos que agora têm. 
 
7. EFICIÊNCIA DOS MERCADOS 
 
Tratamos aqui da economia do bem-estar, que analisa como a alocação de 
recursos afeta o bem-estar econômico. Introduzem-se os conceitos de 
excedentes do 
consumidor, do vendedor e total. 
O excedente do consumidor é aquilo que o consumidor estaria disposto a 
pagar 
menos o que ele efetivamente paga. 
O excedente do vendedor é o preço pelo qual ele vendeu o produto menos o 
menor preço ao qual ele estaria disposto a vender o produto. 
O excedente total é a soma desses dois, ou seja, o valor para os compradores 
menos o custo para os vendedores. 
O excedente do consumidor aumentaria com um preço mais baixo enquanto o 
do 
vendedor aumentariacom um preço mais alto. 
 Veremos a seguir duas aplicações desses conceitos. 
 
8. TRIBUTAÇÃO 
 
 Vejamos como a introdução de um imposto altera a eficiência do mercado. 
Para 
entendermos como os impostos afetam o bem-estar comparamos a redução de
bem-estar dos tomadores com os ganhos dos governos. O tributo apropria-se 
uma parte do 
excedente total, mas que ainda vai figurar nele, pois está nas mãos do 
governo, e 
transforma uma parte deste em um peso morto. Esse peso morto representa os
negócios 
que deixaram de ser feitos pela variação do preço, ou seja, é a perda de 
excedentes totais. 
Assim, o imposto induz as pessoas a uma mudança de comportamento. Vemos 
ainda que a elasticidade aumenta a magnitude do peso morto, pois ela reflete 
a dependência de um dos lados do mercado ao bem. No final, vemos que os 
custos dos impostos são maiores do que os ganhos do governo, graças ao peso
morto. 
Há um debate sobre como a tributação sobre o salário distorce os incentivos 
ao 
trabalho. Os economistas discordam sobre a magnitude da elasticidade da 
oferta de 
trabalho. Caso ela fosse razoavelmente elástica teríamos um grande peso 
morto, pois as pessoas teriam alternativas, como por exemplo, uma fonte de 
renda extra, ingressar na 
economia subterrânea, aposentar-se logo, ficar em casa etc. 
A curva de Laffer, que representa a economia do lado da oferta, defende que 
quanto mais elástico o mercado mais provável de um corte de impostos 
aumentar a 
receita tributária. Ele defende que a receita tributária aumentará até uma 
determinada 
carga tributária, mas que a partir desse ponto qualquer aumento na carga fará 
a receita 
despencar devido ao peso morto crescente. 
 
9. COMÉRCIO INTERNACIONAL 
 
O comércio internacional introduz os conceitos de importação e exportação. O 
que determina se um país será importador ou exportador de um produto será o
seu preço 
mundial, que se baseia na teoria das Vantagens Comparativas. 
Vamos analisar o efeito da adesão ao comércio internacional por uma 
economia 
nos excedentes do consumidor, do vendedor e total. Quando um país passa a 
ser 
importador de um bem, o preço deste baixará para se igualar ao preço 
mundial, o que 
deixará os consumidores em melhor condição com o aumento do seu 
excedente, e os 
produtores terão o seu excedente reduzido. Já o excedente total se alargará 
com os ganhos do comércio. Quando o mesmo país passa a ser exportador do 
bem aumenta-se o excedente do produtor com o aumento do preço para se 
igualar ao preço mundial e 
diminui o do consumidor, e o total também se alargará com os ganhos do 
comércio. 
Portanto, vemos que com o comércio internacional surgem perdedores e 
vencedores, mas a soma do lucro de uns ultrapassa o prejuízo obtido de outros.
Aumenta-se a eficiência da economia mas não necessariamente a sua 
equidade, já que os perdedores raramente são compensados pelos seus 
prejuízos. 
Pode-se argumentar contra e a favor da abertura ao comércio internacional. 
Os 
argumentos são: 1) os trabalhadores locais perderão o emprego – esses 
deverão se 
deslocar para os setores onde o país tem maiores vantagens comparativas; 2) 
segurança 
nacional – ocorrem exageros na importância do setor para a segurança 
nacional de modo 
a obter proteção; 3) proteção da indústria nascente – deve-se analisar se os 
benefícios 
ultrapassam os custos de proteção; 4) competição desleal – os compradores 
ainda estão 
ganhando com produtos melhores e mais baratos; 5) a proteção é um 
instrumento de 
barganha para que o outro país baixe suas tarifas também – a ameaça pode 
não funcionar. 
Vejamos como duas políticas semelhantes do governo alteram os excedentes 
na 
economia, a saber, a introdução de uma tarifa de importação e o 
estabelecimento de 
cotas de importação. O que essas duas políticas têm em comum é que ambas 
elevam o 
preço interno do bem, reduzem o excedente do consumidor e aumentam o do 
produtor e 
geram um peso morto. 
Com a introdução de uma tarifa de importação os produtores internos ficam 
em 
melhor condição (aumenta-se a quantidade ofertada interna e diminui-se a 
quantidade 
demandada do exterior) e o governo obtém receita, porém gera um 
superprodução e um 
subconsumo, ou seja, um peso morto. 
As cotas de importação limitam a quantidade de um bem produzido no exterior
e 
vendido internamente. Elas causam um peso morto similar ao imposto, com os 
detentores de licença e os produtores internos ganhando mais. 
 
10. EXTERNALIDADES 
 
As externalidades são os impactos no bem-estar de uma terceira pessoa. Elas 
podem ser positivas ou negativas. As primeiras produzem uma quantidade 
menor do que é socialmente desejado e o segundo tipo produz uma
 quantidade maior do que é 
socialmente desejado. 
Citamos como exemplos de externalidade positivas o transbordamento de 
tecnologia (incentivada com a proteção das patentes), a pesquisa de novas 
tecnologias e a restauração de imóveis antigos. Para incentivar essas 
externalidades positivas, deve-se proceder ao subsídio no valor igual ao 
benefício social provocado por elas. 
As externalidades negativas podem ser resolvidas de duas maneiras: 
com soluções privadas ou com políticas públicas, de forma a fazer a empresa 
internalizar sua 
externalidadade, ou seja, alterar seus incentivos de modo que ela leve em 
consideração 
os efeitos que causam a terceiros. 
Nas soluções privadas, o teorema de Coase afirma que se os agentes 
econômicos 
puderem negociar sem custo a alocação de recursos eles poderão resolver 
sozinhos os 
problemas das externalidades. O direito determinará apenas que deverá pagar 
no final das contas. Essa teoria se aplica quando as partes não têm dificuldade
em chegar a um 
acordo, mas poderia não funcionar quando houver algum problema de 
coordenação, 
como quando o número de partes envolvidas é grande ou quando as partes 
relutam em 
chegar a um acordo para forçar a outra parte a ceder condições menos 
favoráveis a ela 
quando ela estiver com a lei contra ela. 
Nas soluções alcançadas por políticas públicas, temos duas. 
As políticas de comando e controle, que estabelecem um nível máximo ou 
regras de emissão da externalidade (por exemplo, nível máximo de emissão de
fumaça de uma fábrica). Essas contudo não incentivam a fábrica a reduzir a 
emissão abaixo do 
limite, além de não garantir redução uniforme de empresas de naturezas 
diferentes. 
As outras políticas são as de mercado. Uma delas é a introdução do imposto 
de 
Pigou. Ele é melhor para o meio ambiente, pois gera um incentivo para 
descobrir 
tecnologias que reduzem a poluição, sendo um tributo por quantidade de 
poluição 
emitida. Assim, o imposto determinará a quantidade demandada por poluição. 
A outra é a 
introdução de licenças negociáveis para poluição. Ela é melhor do que o 
imposto 
quando não se conhece a demanda por poluição, de modo que a quantidade de
poluição 
será fixada pela quantidade de licenças oferecidas, sendo a oferta de licenças 
perfeitamente inelástica. Assim, a quantidade ofertada de poluição 
determinará o preço 
das licenças. Surge assim um mercado de licenças, que poderão ser alocadas 
entre as 
empresas que poluem menos e as que poluem mais, de modo a controlar o 
nível ótimo de emissão de poluição desejado. 
 
11. BENS PÚBLICOS E RECURSOS COMUNS 
 
Para entendermos o conceito dos diferentes tipos de bens cabe desenvolver 
aqui as 
propriedades de exclusão, segundo a qual uma pessoa pode ser excluída de 
usar um 
bem, e a de rivalidade, segundo a qual a pessoa ao usar o bem impede que 
outras 
usufruam dele. 
Os bens podem ser divididos em quatro tipos: bens privados (excludentes e 
rivais), recursos comuns (não-excludentes e não-rivais), monopólios naturais 
(excludentes e não-rivais) e bens públicos (não-excludentes e rivais), que 
quando alguém 
usa causa uma externalidade negativa, cujas quantidades a serem produzidas 
devem ser 
determinadas pelo governo, já que o mercado privado se mostra incapaz de 
ofertá-los 
pelo fato de os bens nãoserem excludentes e assim evita o problema dos 
caronas. 
Alguns bens públicos são a pesquisa de base, que gera conhecimentos gerais, 
que 
são disseminados e aproveitados por toda a sociedade e específicos, que são 
protegidos 
pelas patentes, tornando-se gerais depois de sua expiração. A defesa nacional 
é também um bem público, em como a luta contra a pobreza, já que todos 
querem viver num país 
sem miséria. 
 Quando a ausência de propriedade causa uma falha de mercado o governo 
pode 
resolver o problema através da emissão de licenças, da regulamentação da 
atividade ou 
do fornecimento dela. O mercado falha na alocação de recursos porque o 
direito da 
propriedade não está bem estabelecido, e cabe ao governo regular essa 
alocação. Para 
resolver se deve fornecer um serviço público, o governo deve fazer uma 
análise de custo-
benefício, sendo suas análises apenas aproximações, não observando nenhum 
sinal de 
preço. 
 
12. SISTEMA TRIBUTÁRIO 
 
O sistema tributário é dividido em categorias Federal e Estadual. As receitas 
do 
Governo Federal são obtidas pelo imposto de renda e pelo imposto para a 
seguridade 
social e pelas excise taxes como as pagas pela gasolina, bebidas e cigarros. 
Suas despesas são com saúde, auxílio a renda das famílias mais pobres, defesa
nacional, seguridade social. A receita obtida com os impostos Estaduais são 
através dos impostos sobre vendas, um parte do imposto de renda, sobre a 
propriedade e de fundos do governo Federal. Suas despesas são com estradas, 
com educação e com o bem-estar público. 
 Para que se obtenha eficiência econômica com a aplicação de impostos, deve-
se 
minimizar o peso morto causado por eles e os encargos administrativos. Todo 
imposto 
causa um ônus, seja um peso morto, sejam as lacunas legais de que as 
empresas tentam se aproveitar para evitar pagar os impostos, o que implica na
contratação de contadores. A esse processo chama-se fuga legal de impostos. 
Esse ônus poderia ser minimizado com a simplificação do sistema tributário. 
Contudo, isso encontra forte oposição por parte de lobistas. 
 Devido ao peso morto causado pelo imposto, há um debate sobre se seria 
mais 
eficiente taxar o consumo ao invés da renda. Essa corrente baseia-se no 
argumento de que o imposto sobre a renda encoraja as pessoas a trabalhar 
menos, daí vindo o peso morto, e desencoraja a poupança, pois esta é taxada 
duas vezes, enquanto um imposto sobre o consumo a encorajaria. 
 Sobre a tributação da renda temos a alíquota média, que mede o esforço total 
do 
contribuinte, ou seja, o resultado percentual da razão entre a contribuição total
e a renda. 
Analisa-se a alíquota marginal, que é o imposto adicional sobre uma unidade 
de renda 
adicional, quando se deseja verificar o peso morto da renda, na medida em que
a alíquota marginal desencoraja o trabalho, para vermos como o sistema 
tributário distorce os incentivos. Haveria a possibilidade ainda de uma 
tributação por montante único, que teria um ônus administrativo mínimo, não 
geraria peso morto, não distorceria os incentivos porque sua alíquota marginal 
seria zero. Este modelo, porém, ilustra o tradeoff entre a eficiência e a 
equidade tributária, pesando mais sobre aqueles que têm menos condições de 
arcar com o montante único. As pessoas discordam sobre a política tributária 
porque atribuem importância diferente a esses dois objetivos: eficiência e 
equidade. 
 A equidade tributária reflete como o ônus tributário deve ser distribuído. 
Pelo Princípio dos Benefícios, as pessoas devem pagar com base nos 
benefícios 
que recebem do governo, vendo os bens públicos como se fossem bens 
privados. Assim, 
os ricos devem pagar mais do que os pobres pois desfrutam melhor da infra-
estrutura da 
cidade como a proteção contra incêndios, a proteção policial, das rodovias, do 
combustível, da energia etc. 
Mas de acordo com o princípio da Capacidade de Pagamento todos devem 
fazer o mesmo sacrifício para sustentar os gastos de governo. Isso nos leva a 
dois 
conceitos, a saber, o de Equidade Vertical, ou seja, que precisa-se levar em 
conta o que a pessoa paga e o que ela recebe e que quem tem maior 
capacidade de pagar paga mais, 
podendo o imposto ser regressivo, proporcional ou progressivo, e o de
 Equidade 
Horizontal, que determina que os que tem rendas semelhantes pagam igual. 
 
13. CUSTOS DE PRODUÇÃO 
 
Os custos de uma empresa podem ser explícitos ou implícitos. Os implícitos 
refletem os custos de oportunidade. O lucro da empresa pode ser classificado 
como 
econômico, que leva em conta tantos os custos explícitos quanto os implícitos, 
e como 
contábil, que apenas considera os custos explícitos. 
 A Função de Produção é a relação entre a quantidade de insumo para produzir 
um bem e a quantidade produzida. Percebemos que há um produto marginal 
decrescente 
na medida em que a quantidade produzida aumenta em uma proporção menor 
do que a do aumento da quantidade do insumo, quando feito. Produto 
Marginal é o aumento da 
quantidade da produzida a partir do aumento de uma unidade do insumo. 
 A Curva de Custo Total é a relação entre a quantidade produzida e o custo 
total. 
A inclinação da curva tende a aumentar por causa do produto marginal 
decrescente. Aqui 
Custo Marginal é o aumento do custo total a partir do aumento da produção de
uma 
unidade adicional do bem. Este é crescente, na medida em que a cada unidade
a mais 
produzida chega-se mais próximo de esgotar a capacidade produtiva da 
empresa. 
Já o Custo Total Médio tende a diminuir com o aumento de produção até atingir 
seu ponto mínimo, que é aquele que minimiza o custo médio, chamado de 
Escala 
Eficiente, e a partir do ponto em que o Custo Total Médio é igual ao Custo 
Marginal, o 
primeiro tenderá a aumentar, já que o custo que tem para produzir a próxima 
unidade do 
bem é maior do que aquele que teve para produzir o último, e essa diferença 
de valor terá que ser redistribuída por todos os que já foram produzidos. A 
Curva de Custo Total 
Médio tem o formato em “U”. Portanto, para maximizar os lucros, a empresa 
escolherá o 
nível de produção em que sua Curva de Custo Total Médio será igual à Curva de
Custo 
Marginal. 
No longo prazo as empresas têm uma flexibilidade maior, já que podem 
ampliar 
sua linha de produção para acomodar a demanda por ela. Assim, o formato da 
Curva de 
Custo Total Médio de longo prazo traz informações valiosas sobre a tecnologia 
de 
produção da empresa. Assim, ela pode ter deseconomias de escala, retornos 
constantes 
de escala ou economias de escala. Isso determina se seu Custo Total Médio 
decrescerá 
ou não com o aumento de produção. 
 
MERCADOS 
 
 De acordo com a natureza do mercado em que estão inseridas, as empresas 
deparam-se com decisões políticas diferentes, mais adequadas a sua atuação 
naquela 
categoria de mercado. Como vimos anteriormente, há duas categorias de 
mercado, os de 
concorrência perfeita ou imperfeita. O primeiro tipo é dos mercados 
competitivos. O 
segundo se refere aos oligopólios, monopólios e competição monopolística. 
 
14. EMPRESAS EM MERCADOS COMPETITIVOS 
 
 São características do mercado competitivo: o grande número de compradores
e 
vendedores, que não tem podem individualmente sobre a formação de preços, 
atuando 
como tomadores de preço; a livre entrada e saída de empresas no mercado; os 
bens 
vendidos são os mesmos. Cabe esclarecermos alguns pontos sobre a receita 
obtida pela empresa. Como a empresa atua no mercado como tomadora de 
preços, o seu preço deverá ser igual ao preço exercido no mercado. Assim, o 
preço do seu produto é igual à Receita Média, que por sua vez é igual à Receita
Marginal. Esta última tende a ser constante pois não se altera com a venda 
adicional de uma unidade do produto. Para maximizar o lucro, a empresa deve 
igualar o seu Custo Marginal à sua Receita Marginal (preço). Desse 
modo, enquanto a Receita Marginal for maior do que o Custo Marginal de 
produção de um bem adicional a empresa deve aumentar a produçãopara 
maximizar o lucro. Portanto, podemos ver a Curva de Custo Marginal de uma 
empresa como sua Curva de Oferta. 
 Com base nessas análises, a empresa se depara com duas situações em que 
seria 
forçada a suspender suas atividades: uma no curto prazo e outra no longo 
prazo, 
significando a sua saída do mercado. 
 Uma empresa decide suspender suas atividades no curto prazo e parar sua 
produção quando o preço do produto está abaixo dos seus custos variáveis. Os 
custos 
fixos nesse caso não são levados em consideração por consistirem em custos 
irrecuperáveis. Desse modo, a curva de oferta de uma empresa no curto prazo 
é igual à 
parte de sua Curva de Custo Marginal acima da Curva de Custo Variável Médio. 
 No longo prazo, uma empresa decide retirar-se do mercado se o preço do 
produto 
for menor do que seu Custo Total Médio. Assim, a curva de oferta será a parte 
da Curva 
de Custo Marginal acima da Curva de Custo Total Médio. 
 Toda empresa tende a ter no longo prazo um lucro econômico igual a zero. 
Para 
entender o fato consideremos duas situações. Na primeira, as empresas do 
mercado estão operando com lucro econômico maior que zero. Desse modo, o 
mercado será atrativo à entrada de novas empresas e no longo prazo esse 
maior número de empresas reduzirá os preços e os lucros de todos os 
vendedores a zero. No caso de empresas operando com lucro econômico 
menor do que zero, algumas delas serão forçadas a sair do 
mercado, aumentando os preços e os lucros das que permaneceram. Portanto,
em qualquer dos casos, as empresas são forçadas a igualar o preço ao Custo 
Total Médio para evitar a entrada ou saída de empresas no mercado. 
 Os deslocamentos da demanda no curto prazo provocarão o aumento ou 
diminuição do lucro das empresas atuantes, já que o mercado no curto prazo 
tem um 
número fixo de empresas. No longo prazo irá atrair ou quebrar empresas, 
fazendo o lucro 
subir ou aumentar, situação essa que será levada ao equilíbrio pela entrada ou 
saída de 
novas empresas no mercado. 
 
15. MONOPÓLIO 
 
Os monopólios surgem de três formas:. 
A primeira é quando há recursos monopolísticos. Assim, quando apenas uma 
empresa tem um recurso-chave exclusivo ou quando ela tem um direito 
exclusivo de 
propriedade ou quando os custos de produção tornam um único produtor mais 
eficiente 
que muitos, o que consiste em uma barreira de entrada para os outros. 
A segunda são os monopólios criados pelo governo, como os direitos autorais, 
a 
lei das patentes ou por política quando é de interesse público. Os benefícios 
são o 
incentivo à atividade criadora e os seus custos são evidentemente os preços 
monopolísticos. 
A terceira são os monopólios naturais, caracterizados quando o custo total 
diminui 
sempre com o aumento de uma unidade produzida. Temos ai um custo 
marginal 
desprezível, havendo economias de escala para toda a faixa de produção. Além
disso, não é interessante ter no mercado mais de uma empresa porque não 
seria lucrativo para 
nenhuma das duas empresas dividi-lo. É o caso da distribuição de água, em 
que o custo médio é menor se apenas uma empresa fornecer o mercado. 
Contudo, com o crescimento da demanda de mercado ele pode transformar-se 
em um mercado competitivo. 
Quanto aos lucros os monopólios são caracterizados por uma receita marginal 
decrescente e inferior ao preço atual, pois a empresa nesse mercado se depara
com uma 
curva de demanda que é igual à demanda de mercado. Portanto, os 
monopólios não têm 
curva de oferta, e para maximizar os lucros escolhem a quantidade ofertada 
em que a 
Receita Marginal é igual ao Custo Marginal, como nos mercados competitivos,
 com o 
preço, porém, determinado pela Curva da Demanda. Portanto, a empresa deve 
aumentar a produção se a Receita Marginal for maior do que o Custo Marginal. 
As políticas públicas ainda podem melhorar os resultados nos mercados 
monopolíticos. Quatro são as formas de interferência: 1) Leis antitruste, que 
impedem 
fusões e desmembra empresas, cujo principal problema é impedir as sinergias 
(no 
entanto, deve-se analisar o custo social dos monopólios com os benefícios das 
sinergias); 
2) Regulamentação dos preços, que é comum nos monopólios naturais, cujo 
maior 
problema é a falta de incentivos à redução de custos; 3) nacionalizando a 
empresa, 
solução esta preterida pelos economistas pela propriedade privada dados os 
incentivos de 
minimizar os custos nesta; 4) não fazer nada. Como foi dito por George Stigler 
“a falha 
política é maior que o grau de falha de mercado”. 
Os monopólios trazem à sociedade um custo ao seu bem-estar. O primeiro é 
um 
peso morto, causado pelo markup entre a Receita Marginal e o preço. No 
entanto, o 
lucro monopolista não afeta o excedente de mercado total, o seu problema é 
que ele 
vende uma quantidade inferior ao nível que maximiza o excedente total, 
produzindo uma 
quantidade menor que a socialmente eficiente. 
Há uma estratégia de maximização dos lucros monopolistas que se chama 
discriminação de preços. Ela fomenta uma separação dos compradores pela 
sua 
disposição a pagar. A discriminação de preços aumenta o bem-estar 
econômico, pois 
elimina o peso morto e gera um maior excedente do produtor. Alguns exemplos
são os 
ingressos de cinema mais baratos para crianças, os livros em capa dura e em 
brochuras, 
cupons de desconto, diferença de preços nas passagens aéreas. 
 
16. OLIGOPÓLIO 
 
 Os oligopólios são caracterizados pelo pequeno número de vendedores no 
mercado, sendo estes interdependentes, pois as ações de qualquer vendedor 
tem um 
grande impacto sobre o lucro de todos os outros. Vemos que os vendedores 
desse 
mercado se beneficiam com a cooperação, e agem como se fossem 
monopolistas, porém 
os incentivos à ação de maximizar os lucros impedem que atinjam os 
resultados do 
monopólio. Desse modo, há sempre tensões entre a cooperação e o interesse 
próprio. 
Podemos ainda tirar algumas conclusões sobre o tamanho dos oligopólios. Na 
medida em que aumenta o número de vendedores fica mais difícil chegarem a 
um acordo 
quanto ao preço ofertado. 
Por exemplo, quando um vendedor se depara com a decisão de vender mais 
ele 
enfrenta o efeito preço e o efeito quantidade. De acordo com o efeito preço, o 
vendedor 
se preocupa com os lucros na medida em que agora com o aumento da 
quantidade 
ofertada o preço tende a cair derrubando seus lucros juntamente. Ou seja,
 preocupa-se 
com o impacto da sua escolha de preços na sua renda. Com o efeito 
quantidade ele leva 
em conta que o preço é maior do que o seu custo marginal, e conclui que é 
vantajoso 
aumentar a quantidade que oferta. Com o aumento na quantidade de 
vendedores do 
oligopólio o efeito preço diminui na medida em que o vendedor se preocupa 
menos com 
o impacto do preço que ele coloca no mercado, tornando o mercado mais 
parecido com o das empresas competitivas, e se deparando portanto com 
decisões similares quando ao 
aumento de produção – o fará enquanto o preço for maior do que o Custo 
Marginal. 
É comum no mercado oligopolítico a formação de conluios (acordo entre 
empresas) e cartéis (grupos de empresas que devem concordar sobre o nível 
de produção e quantidade produzida para cada membro). Um exemplo é a 
OPEP. O equilíbrio de mercado é atingido na medida em que cada oligopolista 
sente-se tentado a aumentar a sua produção e capturar mais mercado, com 
isso o total aumenta e o preço cai. 
Assim, eles terminam produzindo uma quantidade total maior do que a 
monopolista e 
tendo lucros menores. No entanto, eles não deixam o preço cair até o custo 
marginal. 
Por fim, cada vendedor escolhe para si a melhor estratégia dadas as 
estratégias 
escolhidas pelos outros. Isso implica que aumentar a própria oferta acima 
disto 
reduziria seu lucro. Quando todos os vendedores se comportam dessa maneira 
atingimos 
o chamado Equilíbrio de Nash. 
A Teoria dos Jogos trata dos problemas que as pessoas enfrentam quando a 
cooperação é desejada mas difícil. Estuda como as pessoas se comportamem 
situações 
estratégicas quando se leva em consideração como as pessoas reagiriam a ela,
provando que a cooperação é irracional do ponto de vista individual. O Dilema 
dos Prisioneiros exemplifica um caso em que ao perseguirem interesses 
próprios ambos chegaram a um resultado pior para ambos. Cada “prisioneiro” 
no caso tende a escolher sua estratégia dominante, que é a melhor jogada 
que ele teria independente das escolhidas pelos outros jogadores. Exemplos 
disso são a publicidade, o usufruto dos recursos comuns e a 
corrida armamentista. 
A política pública trata dos oligopólios através das Leis Antitruste para induzir 
os oligopolistas a competir e não a cooperar, tentando conter uma série de 
práticas de 
mercado. A primeira é a fixação do preço de revenda. A princípio pode parecer
que 
impede a concorrência entre varejistas, mas defende-se dizendo que se quer 
evitar o 
problema dos caronas e assim fomentar um comércio justo. A segunda é a 
determinação 
de preços predatório, que é um corte de preços para acabar com a 
concorrência, mas 
que pode ser combatido se a outra empresa reduzir a oferta. A terceira são as
 vendas 
casadas, que parece querer estender o poder de mercado de uma empresa a 
um outro 
produto, mas que é defendida como uma forma de discriminação de preços. 
 
17. COMPETIÇÃO MONOPOLÍSTICA 
 
 As empresas no mercado de competição monopolística são marcadas um uma 
série de características. Esse mercado é composto por várias empresas que 
vendem 
produtos similares, mas não iguais. Portanto, os vendedores têm alguma 
liberdade de 
escolha de preço, já que cada produto é único. O preço tende a ser portanto 
muito maior 
do que o custo marginal de produção. Há também a livre entrada e saída de 
empresas 
nesse tipo de mercado. 
 As empresas neste tipo de mercado oferecem produtos diferenciados e se 
assemelha ao monopólio na definição do preço. Há ainda dois elementos que 
marcam 
esse tipo de concorrência: a capacidade ociosa de produção, visto que eles 
poderiam 
aumentar a quantidade produzida e reduzir o Custo Total Médio e que o 
excedente total 
não é maximizado; e um markup entre o preço e o Custo Marginal que 
corresponde ao 
estímulo de vender mais, além de gerar um peso morto. 
 Quanto ao bem estar social, o excedente total não é maximizado, pois pode 
haver 
entrada insuficiente ou excessiva de empresa no mercado. Esse mercado 
produz 
externalidades negativas e positivas. São o roubo de negócios e a variedade de
produtos. 
Esses não existiriam sob a competição perfeita. A publicidade é um fator-
chave na competição monopolística. Ela torna os mercados menos 
competidores e curvas de demandas menos elásticas. Podemos ver 
a publicidade como um sinal de qualidade, sendo o conteúdo do anúncio 
irrelevante. 
Concluímos que quem investe caro em propaganda é porque tem um bom 
produto. A 
propaganda sinaliza assim a qualidade do produto através da disposição para 
gastar altas quantias em dinheiro com ela. 
 Outro elemento que surge são as marcas. Elas dão incentivo a manter a 
qualidade, 
dão a segurança ao comprador de adquirir um produto de alta qualidade, mas 
por outro 
lado podem fazer o comprador ver diferenças onde elas não existem, tornando 
a curva de demanda menos elásticas. 
 Aqueles que criticam a publicidade pregam que ela manipula as preferências, 
criando um desejo através de mensagens subliminares que não falam da 
qualidade ou do 
preço do produto, dificultando a competição. Tenta convencer que os produtos 
são mais 
diferentes do que realmente são, permitindo um markup maior sobre o Custo 
Marginal. 
 Os que a defendem alegam que ela permite maior entrada de empresas e 
reduz o 
poder de mercado, fazendo com que os clientes aproveitem melhor as 
diferenças de 
preços, fornecendo-lhes informações valiosas sobre o produto de cada 
empresa. Assim, 
torna mais fácil encontrar empresas que vendem mais barato e aumentam a 
competitividade. 
 
18. FATORES DE PRODUÇÃO 
 
 Os fatores de produção são os insumos necessários à produção de um bem. 
Os 
principais são a terra, o capital e o trabalho. Capital é o estoque de 
equipamentos e 
estrutura para produzir os bens. A produtividade de cada um desses fatores 
depende da 
quantidade disponível dos outros. 
 A demanda por mão-de-obra depende da demanda de outro bem, portanto ela
é 
uma demanda derivada. As empresas decidem quantos empregados vão 
contratar 
baseadas no Produto Marginal do Trabalho, que é o aumento da quantidade 
produzida 
com a introdução de um trabalhador a mais. O Valor do Produto Marginal do 
Trabalho equivale à produtividade da empresa, e é igual ao preço vezes o 
Produto 
Marginal do Trabalho. Assim, a empresa contratará até que o Valor do Produto 
Marginal 
seja igual ao Salário pago. O Valor do Produto Marginal do Trabalho é a curva 
da 
demanda das empresas por trabalho, que tende a ser decrescente por causa 
do Produto 
Marginal decrescente. A oferta de mão-de-obra será o salário de mercado,
 que é 
perfeitamente elástico. Portanto, a quantidade que maximiza o lucro é aquela 
em que o 
salário de mercado (curva da oferta de trabalho) e a curva de Valor do Produto 
Marginal 
do Trabalho curva da demanda por trabalho se cruzam. 
 Os deslocamentos da curva de demanda por mão de obra podem ser 
provocados por mudanças tecnológicas, pelo preço do produto ou pela oferta 
de 
outros fatores. Nos três casos se pode aumentar ou reduzir o Produto Marginal 
do 
Trabalho e conseqüentemente deslocar a demanda por trabalho, por ser ela 
derivada das outras. 
 Já a oferta de mão de obra reflete o tradeoff entre trabalho e lazer. Ela 
normalmente tem inclinação perfeitamente elástica, mas também pode se 
inclinar para 
trás graças ao efeito riqueza: “já que estou ganhando mais pode trabalhar 
menos”. Pode 
haver deslocamentos dela por mudança nas preferências ou nos costumes 
(mulheres que entram no mercado de trabalho, adolescentes), pela imigração 
ou por mudanças das oportunidades alternativas. 
 Para obtermos o equilíbrio, o salário se ajusta para equilibrar a oferta e a 
demanda 
por trabalho. Qualquer evento que altere a oferta ou a demanda por mão-de-
obra deve alterar o salário de equilíbrio e o Valor do Produto Marginal do 
Trabalho no mesmo 
montante, pois eles dever ser iguais. Portanto, deslocamentos das oferta e 
demanda de 
mão-de-obra fazem com que haja alterações no salário. 
 Podemos observar também um monopsônio, que é um mercado com apenas 
um 
comprador, que reduz o preço que paga diminuindo o lucro dos que ofertam. É 
o caso de 
um mercado com apenas uma empresa que pode dar empregos. 
 
19. GANHOS E DISCRIMINAÇÃO 
 
 Os determinantes do salário de equilíbrio são o capital humano, os 
diferenciais 
compensatórios e o talento, esforço e a sorte. O capital humano é a 
acumulação de 
investimento nas pessoas através de educação e treinamento com o objetivo 
de aumentar a produtividade do empregado. De acordo com o nível de 
instrução passa a ser também um diferencial compensatório. Este reflete as 
diferenças de trabalho que surgem para compensar características não 
monetárias de diferentes empregos. 
 Percebemos uma atual tendência ao valor crescente da qualificação graças 
ao 
comércio internacional e às mudanças tecnológicas, aumentando a demanda 
por mão-de-
obra qualificada. 
 Os salários podem ficar acima do equilíbrio por três fatores: a atuação dos 
sindicatos, pela legislação do salário mínimo ou por salários de eficiência. 
Assim, 
esses fatores aumentam a oferta de mão-de-obra. 
O nível de qualificação profissional opera como um sinal de talento, da 
mesma 
forma que a propaganda atua como um sinal de qualidade do produto. Assim, o
diploma 
sinaliza o maior talento já que uma pessoa talentosa tem mais chances de ter 
um diploma. 
Analisemos agora a economia da discriminação. Vemos que é a observação de 
variações salariais entre grupos amplos não prova discriminação, pois as 
pessoas podem 
ter os salários alterados por causa dediferenciais compensatórios, de 
diferenças entre o 
capital humano, da diferença da qualidade e da quantidade de instrução ou de 
experiência no trabalho. Parte pode ser atribuída à discriminação mas não há 
consenso. Assim, a doença se mostra política enquanto os sintomas são
 econômicos. A beleza pode ser também um tipo de discriminação, mas é vista 
também como um talento, e pode ser uma medida indireta de outros tipos de 
talento. 
Por que um superastro ganha tanto mais do que o melhor carpinteiro do 
mundo, já 
que todos os clientes do mercado querem desfrutar do bem ofertado pelo 
melhor? Porque o bem produzido conta com uma tecnologia que possibilita ao 
melhor ator ofertar a todos os clientes a baixo custo, enquanto o melhor 
carpinteiro só pode oferecer o seu serviço a um numero limitado de clientes. 
 
20. POBREZA 
 
A pobreza reflete o tradeoff entre eficiência e equidade econômica. Ela é uma 
forma de mensuração de desigualdade numa sociedade. Vemos que 
atualmente ela 
cresceu devido ao comércio internacional que gerou um aumento de demanda 
por mão-
de-obra qualificada. Vimos também com o movimento feminista, que teve 
maior impacto 
sobre as famílias de alta renda, implicou em um enriquecimento das famílias 
mais ricas. 
Os dados sobre a distribuição e linha de pobreza são insuficientes, pois o que 
interessa é o padrão de vida e não a renda. 
As principais medidas de pobreza são a taxa de pobreza e a linha de pobreza, 
que 
é estabelecida como uma renda abaixo do custo de uma dieta adequada vezes 
três. Os 
problemas na mensuração da pobreza são:
1) o ciclo de vida da pessoa, que faz com que haja uma desigualdade na 
distribuição anual mas não no padrão de vida, já que existe um padrão regular 
de variação de renda durante a vida.
2) mobilidade econômica, precisa-se distinguir os grupos que ficam pobres 
temporariamente e os que permanecem pobres.
3) a renda transitória versus a permanente, visto que é a última que mede a 
capacidade de comprar bens e serviços. Uma outra inexatidão é que as 
transferências em gêneros que as famílias recebem do governo não são 
computadas nos dados de pobreza. 
A Filosofia Política ocupou-se do estudo da pobreza. Houve três escolas de 
pensamento principais. O Utilitarismo de Jeremy Bentham e John Stuart Mill, 
que prega que devemos maximizar a utilidade total de todos na sociedade.
 Para isso, devemos atingir uma distribuição de renda mais igualitária, 
equilibrando a maior igualdade com as perdas das distorções de incentivos. O 
conceito de utilidade é uma medida de felicidade. Eles afirmam que há uma 
utilidade marginal decrescente. Segundo eles não se pode criar uma sociedade
totalmente igualitária. 
O liberalismo foi defendido por John Rawls que defendeu a adoção de uma 
perspectiva social a partir de uma posição original, como observadores 
imparciais sob o 
véu da ignorância. Assim, cada um sem saber em que posição social estaria 
seria levado 
a maximizar a utilidade mínima quando se tenta aumentar o bem-estar das 
pessoas em 
pior situação, graças ao medo de ficar na base, esse é o critério maximin. 
Assim, o 
liberalismo funciona como uma apólice de seguros, e requer maior distribuição 
do que o 
Utilitarismo. Para isso, as instituições devem ser justas. 
A escola do Libertarismo prega que o governo deve punir os crimes mas não 
redistribuir as rendas. Foi defendido por Robert Nozick. Ele afirma que são os 
indivíduos 
que ganham a renda e não a sociedade. Esta deve portanto fazer valer os 
direitos 
individuais para que todos usem o talento com as mesmas oportunidades. 
Portanto, a 
igualdade de oportunidades, para Nozick, é mais importante do que a renda. 
Para reduzir os efeitos da pobreza o governo aplica diversas políticas de 
redução 
da pobreza, como por exemplo o salário mínimo, a transferência em gêneros, o
imposto 
de renda negativo (que por sua vez subsidia os indolentes), as políticas de 
bem-estar (que podem incentivar as pessoas a serem mais necessitadas), os 
programas anti-pobreza e incentivos ao trabalho, e os programas baseados no 
lugar (incentivam a manutenção dos pobres no gueto e é melhor para os 
proprietários de imóveis). Com esses programas contra a pobreza, algumas 
famílias pobres ficariam em piores condições se ganhassem mais, já que à 
medida em que a renda aumenta eles passam a não ter direito aos programas. 
Com todos os programas em conjunto, as alíquotas marginais são altas, 
até 100 por cento do valor recebido ou mais, o que contribui para a instauração
de uma cultura de pobreza, em que as pessoas não têm incentivos de 
deixarem de ser pobres. 
 
21. TEORIA DA ESCOLHA DO CONSUMIDOR 
 
 Ela estuda como os consumidores que se deparam com tradeoffs tomam 
decisões 
e como respondem a mudanças em seu ambiente. Para isso, vale-se de duas 
ferramentas. 
A Curva de Restrição Orçamentária e a Curva de Indiferença do Consumidor. 
A Curva de Restrição Orçamentária é o limite de combinações de consumo de 
dois bens que o consumidor pode ter. A inclinação da curva determinará o 
preço relativo 
dos bens. 
A Curva de Indiferença do Consumidor mostra que combinações de consumo 
dão o mesmo nível de satisfação ao consumidor. Para tal, há uma Taxa Marginal
de 
Substituição, que é taxa à qual o consumidor está disposto a trocar um bem 
pelo outro, 
que varia por toda a curva, dependendo da quantidade de cada bem que ele já
está 
consumindo. É regida por quatro princípios: 1) As curvas mais elevadas são 
preferíveis. 
2) Elas se inclinam para baixo. 3) As curvas de indiferença não se cruzam. 4) 
São convexas ao eixo principal, pois reflete a Taxa Marginal de Substituição, já 
que o 
consumidor tem uma maior disposição para abrir mão de um bem que ele já 
tem em 
grande quantidade. Quando temos um produto que é facilmente substituível 
pelo outro as 
curvas são menos convexas. Observe-se as diferenças entre as curvas dos 
bens substitutos perfeitos e complementares perfeitos. 
Chega-se a otimização quando a Taxa Marginal de Substituição é igual ao 
preço 
relativo, que é a taxa à qual o mercado está disposto a trocar um bem por 
outro, enquanto 
a Taxa Marginal de Substituição é a taxa à qual o consumidor está disposto a 
trocar. A 
inclinação da Curva de Indiferença é a Taxa Marginal de Substituição enquanto 
a 
inclinação da Curva de Restrição Orçamentária é o preço relativo dos bens. No 
ponto 
ótimo, a inclinação da Curva de Indiferença é igual à inclinação da Restrição 
Orçamentária. 
Quando ocorrem variações de renda ou no preço dos bens, ocorrem mudanças 
e o 
ponto ótimo se move. Com um aumento de renda, ocorre um deslocamento 
paralelo da 
Curva de Restrição Orçamentária, deslocando o ponto ótimo para o novo ótimo.
 
Com variações no preço de um bem, a restrição orçamentária se inclina para 
fora, 
refletindo como muda o consumo em dependência das preferências do 
consumidor. Uma 
mudança no preço de um dos bens tem dois efeitos sobre o consumidor: o 
efeito renda e o efeito substituição. 
De acordo com o efeito renda, o consumidor por observar uma diminuição do 
preço relativo de um dos bens, se acha mais rico e passa a consumir mais dos 
dois bens, 
deslocando sua curva de indiferença para um nível mais elevado. 
O outro efeito que sofre, o efeito substituição, é a variação do consumo que 
resulta de estar em um ponto de uma curva da indiferença com uma taxa de 
substituição 
marginal diferente. Ele leva em conta que um bem está relativamente mais 
caro do que o 
outro e passa a consumir mais do outro, que agora ficou relativamente mais 
barato. 
A mudança de consumo se dá em duas etapas. 1) o seu consumo se desloca 
ao 
longo da Curva de Indiferença de forma a consumir mais do bem mais barato 
(esse ponto 
fica fora da sua Restrição Orçamentária anterior), refletindo o novo preço 
relativo do bem 
com a inclinação da Curva de Restrição Orçamentária. É o efeito substituição. 
2) A Curva 
de Restrição Orçamentária se desloca para fora por causa do efeito renda. É o 
efeito 
renda.Uma aplicação que podemos fazer é na análise da relação entre o salário e a 
quantidade de trabalho ofertado. Um aumento no salário pode inclinar a curva 
de oferta 
de trabalho para cima ou para baixo. Quando o trabalhador recebe um 
aumento de salário, por se achar mais rico, ele passa a trabalhar menos. Esse 
é o efeito renda. Da mesma forma, o efeito substituição faz com que ele 
trabalhe mais, porque agora é mais caro para ele trocar o trabalho pelo lazer. 
Outra aplicação é com a taxa de juros. A uma taxa de juros alta o consumidor 
pode ser estimulado a poupar mais por causa do efeito 
substituição. Por outro lado, pode gastar mais por causa do efeito renda. 
 
22. FRONTEIRAS DA MICROECONOMIA 
 
A Economia Política aplica as ferramentas da economia para compreender o 
funcionamento do governo. Apresentaremos alguns teoremas que tratam do 
assunto. 
O primeiro é o Teorema do Eleitor Mediano. Ele determina que em um sistema 
político com dois partidos parecidos, eles tendem a se aproximar do eleitor 
mediano. Em 
todos os caso, o eleitor mediado tem mais da metade dos votos. Temos assim 
um 
resultado preferido médio e um resultado modal, que é o preferido pelo maior 
número. 
A Teoria da Impossibilidade de Arrow diz que nenhum sistema satisfaz todas 
as condições desejadas, que são: 1) unanimidade; 2) transitividade; 3) 
ausência de ditadores e 4) independência de alternativas irrelevantes. Ele 
exemplifica com o caso da 
Contagem de Borda, em que se atribui um peso a cada opção. 
O Paradoxo de Condorcet diz que a ordem em que são votadas as coisas pode 
alterar os resultados. Assim, o voto da maioria não nos diz o que a sociedade 
realmente 
deseja, pois a regra da maioria não produz preferências transitivas para a 
sociedade. 
Transitividade é a independência da ordem de votação no resultado final. 
A Economia Comportamental apresenta três princípios. O primeiro é que as 
pessoas são inconsistentes ao longo do tempo, já que o desejo por uma 
satisfação 
imediata induz a abandonar planos mais racionais. O segundo é que as 
pessoas se 
importam com justiça, e que nem sempre o resultado melhor para ambos é o 
escolhido, 
como no jogo do ultimato. O terceiro é que as pessoas nem sempre são 
racionais. Esse 
princípio diz que as pessoas são excessivamente confiantes, e que dão valor 
demais às 
experiências vividas, relutando muito em mudar de idéia. Herbert Simon
 caracteriza o 
consumidor como satisficers, ou seja, como alguém que se contenta apenas 
com o 
“suficiente”. 
Há a teoria da Informação Assimétrica. Ela fala da ação oculta, que é quando 
agente pode desempenhar uma ação sem que o principal saiba, caracterizando
um risco 
moral. Para evitá-lo, o principal parte para um maior monitoramento, atrasa o 
pagamento 
ou paga salários de eficiência. As características ocultas são um problema da
 seleção 
adversa, ou seja, a omissão de informação por uma das partes para obter 
proveito 
próprio, é o caso do problema dos abacaxis. A seleção adversa enfraquece a 
mão invisível pois impedem que vários negócios se realizem ou outros o façam 
de forma injusta e ineficiente. É o caso do mercado de carros usados (em que o
vendedor mantém as características ocultas), do mercado de seguros (os 
clientes sabem mais sobre seus riscos do que a empresa) e do mercado de 
trabalho (em que o trabalhador conhece melhor suas características do que o 
empregador). O problema da informação assimétrica pode ser resolvido 
através de duas ferramentas: a sinalização e a seleção. 
Com a sinalização, a parte informada usa sinais para convencer a outra parte 
de 
que está oferecendo algo de qualidade. Ela tem um custo, sendo mais benéfico
para quem tem o produto de melhor qualidade. Outra observação é que as 
pessoas se preocupam mais com os sinais quando a intensidade da relação é 
mais questionável. 
Através da seleção, a parte que tem menos informação tenta induzir a outra 
a 
revelar informação. É o caso da opção de franquia de seguros. 
23. PRODUTO INTERNO BRUTO 
 
O PIB é composto por quatro elementos: o consumo, investimento, compras do 
governo e exportações líquidas. O consumo exclui a compra de imóveis, o 
investimento 
inclui estoques, equipamento de capital, imóveis, estrutura, as compras do 
governo 
incluem salários dos funcionários e obras públicas e as exportações líquidas 
são a 
diferença entre as importações e exportações. Por definição, o PIB é o valor de 
mercado 
de todos os bens e serviços finais produzidos por um país em um dado período 
de tempo. 
Assim, desconsideram-se os itens vendidos ilegalmente. Concluímos que a 
renda deve ser igual à despesa. 
Outras medidas de riqueza são o Produto Nacional Bruto, que inclui a renda 
dos 
cidadãos que moram no exterior. O Produto Nacional Líquido, que exclui as 
perdas pela 
depreciação, que é o consumo de capital fixo. A Renda Nacional, que exclui os 
impostos 
indiretos e inclui os subsídios. A Renda Pessoal, que é a renda que foi obtida 
não através 
de ações e a Renda Pessoal Disponível, que é a Renda Pessoal menos os 
impostos. 
Quando o PIB cai deparamo-nos com recessões, gerando desemprego, queda 
nos 
lucros e falências. Um aumento no PIB pode indicar que a) a economia está 
produzindo uma quantidade maior de riqueza ou que b) os preços subiram. 
Para tal, temos que 
analisar a diferença entre o PIB real e nominal. O PIB real mede somente as 
mudanças 
na quantidade produzida, refletindo os preços constantes. O PIB nominal mede 
os preços 
correntes. Para obtermos o deflator do PIB, que é uma medida de preços, 
devemos 
escolher um ano-base. Então, dividimos o PIB Real pelo PIB Nominal e 
multiplicamos o 
resultado por 100. Esse será o valor do deflator do PIB, que reflete a variação 
nominal 
dos preços em comparação com o ano-base. 
O PIB per capita é uma medida do bem-estar do indivíduo. 
Ler mais: https://estudoeconomia.webnode.com.br/news/resumo-de-economia-mankiw/ 
https://estudoeconomia.webnode.com.br/news/resumo-de-economia-mankiw/?utm_source=copy&utm_medium=paste&utm_campaign=copypaste&utm_content=https%3A%2F%2Festudoeconomia.webnode.com.br%2Fnews%2Fresumo-de-economia-mankiw%2F

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