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IBADEP Institu to B íblico da A ssem bléia de Deus - E nsino e pesquisa IBADEP - Institu to B íblico da A ssem bléia de Deus - E nsino e Pesquisa Av. B rasil, S/N° - E letrosiü - Cx. Postal 248 85980-000 - G uaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5431 E-m ail: íbadep a ibadep.com Site: www.ibadep.com A luno(a):................................................................................... DIGITALIZAÇÃO IBADEP ESDRAS DIGITAL E PASTOR DIGITAL http://www.ibadep.com Geografia Bíblica Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Instituto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná. Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores Mapas T01 a T04: Extraído da Bíblia de Referência Thompson, Frank Charles Thompson, Mapas 1 a 16, São Paulo: Editora Vida, 1992. Mapas P01 a P15: Extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal, Donald C. Stamps, Rio de Janeiro: CPAD, 1995. Mapas T01 a T04 foram utilizados com a devida autorização da Editora Vida. Todos os direitos reservados. Os infratores estarão sujeitos às penalidades da lei. Mapas P01 a P15 foram utilizados com a devida autorização da Sociedade Bíblica do Brasil. Todos os Direitos Reservados. Os infratores estarão sujeitos às penalidades da lei. 9a Edição - Abril/2007 Todos os direitos reservados ao IBADEP Diretorias CIEADEP Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra Pr. Israel Sodré - Presidente Pr. José Anunciação dos Santos - I o Vice-Presidente Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente Pr. Ival Theodoro da Silva - I o Secretário Pr. Samuel Azevedo dos Santos - 2o Secretário Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro AEADEPAR - Conselho Deliberativo Pr. Israel Sodré - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator Pr. José Anunciação dos Santos - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro Pr. Samuel Azevedo dos Santos - Membro Pr. Simão Bilek - Membro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - Membro Pr. José Carlos Correia - Membro Pr. Perci Fontoura - Membro AEADEPAR - Conselho de Administração Pr. José Polini - Presidente Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Pr. Moysés Ramos - I o Secretário Pr. Hercílio Tenório de Barros - 2o Secretário Pr. Edilson dos Santos Siqueira - I o Tesoureiro Pr. Luiz Carlos Firmino - 2o Tesoureiro IBADEP Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro Cremos 1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: O Pai, Filho e o Espírito Santo. (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). 2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). 3 ) Na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9). 4 ) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurá- lo a Deus (Rm 3.23 e At 3.19). 5) Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8). 6) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9). 7) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e Cl 2.12). 8 ) Na necessidade e na possibi lidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santif icador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e IPe 1.15). 9) No batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). 10) Na atual idade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (ICo 12.1 12). 1 1 ) Na Segunda Vinda premilenial de Cristo, em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos ( lT s 4.16. 17; ICo 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). 12) Que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). 13) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15). 14) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). Metodologia de Estudo Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação. Lembre-se que você é o autor de sua história e que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução de problemas, bem como se integre na problemática atual, para que possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à Igreja em que está inserido. Consciente desta realidade, não apenas acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove os resultados: 1. Devocional: a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e por proporcionar-lhe a oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o Reino de Deus; b) Com a sua humildade e oração, Deus irá i luminar e direcionar suas faculdades mentais através do Espírito Santo, desvendando mistérios contidos em sua Palavra; c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser organizados, ler com precisão as lições, meditar com atenção os conteúdos. 2. Local de estudo: Você precisa dispor de um lugar próprio para estudar em casa. Ele deve ser: a) Bem arejado e com boa iluminação (de preferência, que a luz venha da esquerda); b) Isolado da circulação de pessoas; c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas. 3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se da importância dos itens abaixo: a) Estabelecer um horário de estudo extraclasse, dividindo-se entre as disciplinas do currículo (dispense mais tempo às matérias em que tiver maior dificuldade); b) Reservar, diariamente, algum tempo para descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará desl igado de outras atividades; c) Concentrar-se no que está fazendo; d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, tronco ereto), para evitar o cansaço físico; e) Não passar para outra lição antes de dominar bem o que estiver estudando; f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa para descansar. 4. Aproveitamento das aulas: Cada disciplina apresenta características próprias, envolvendo diferentes comportamentos, a saber: raciocínio, analogia, interpretação, apl icação ou simplesmente habilidades motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure: a) Colaborar para a manutenção da disciplina na sala-de-aula; b) Participar ativamente das aulas, dando colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro; c) Anotar as observações complementares do monitor em caderno apropriado. d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.. Estudo extradasse: Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve: a) Fazer diariamente as tarefas propostas; b) Rever os conteúdos do dia; c) Preparar as aulas da semana seguinte. Se constatar alguma dúvida, anote-a, e apresenta ao monitor na aula seguinte. Procure não deixar suas dúvidas se acumulem. d) Materiais que poderão ajudá-lo: s Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada; y Atlas Bíblico; s Dicionário Bíblico; s Enciclopédia Bíblica; s Livros de Histórias Gerais e Bíblicas; s Um bom dicionário de Português; s Livros e apostilas que tratem do mesmo assunto. e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: v' A necessidade de dar a sua colaboração pessoal; ■S O direito de todos os integrantes opinarem. . Aproveitamento nas avaliações: a) Revise toda a matéria antes da avaliação; b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!); c) Concentre-se no que está fazendo; d) Não tenha pressa; e) Leia atentamente todas as questões; f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis; g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a prova. Bom Desempenho! Abreviaturas a.C. antes de Cristo. ARA Almeida Revista e Atualizada ARC Almeida Revista e Corrida AT Antigo Testamento BV Bíblia Viva BLH Bíblia na Linguagem de Hoje c. Cerca de, aproximadamente, cap. capítulo; caps. - capítulos, cf. confere, compare. d.C. depois de Cristo. e.g. por exemplo. Fig. Figurado. fig. figurado; figuradamente, gr. grego hb. hebraico i.e. isto é. IBB Imprensa Bíblica Brasileira Km Símbolo de quilometro lit. literal, l iteralmente. LXX Septuaginta (versão grega do AT) m Símbolo de metro. MSS manuscritos NT Novo Testamento NVI Nova Versão Internacional p. página. ref. referência; refs. - referências ss. e os seguintes (isto é, os versículos consecutivos de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss, significa IPe 2.1-25). séc. século (s). v. versículo; vv. versículos, ver veja índice Lição 1 - 0 Mundo Bíb l ico........................................ 13 Lição 2 - Geografia Física da Pa lest ina.................... 39 Lição 3 - Geografia Econômica e Humana da Palestina.................................................... 71 Lição 4 - Geografia Política da Pa lest ina................. 95 Lição 5 - A Ásia Menor e as Viagens do Apóstolo P a u lo .........................................................119 Referências Bib l iográf icas........................................ 141 Mapas Bíblicos .......................................................... 143 Lição 1 O Mundo Bíblico O mundo bíblico situa-se no atual Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo, mais precisamente na Mesopotâmia, nas planícies entre os rios Tigres e Eufrates. É ele o berço da raça humana. Na dispersão das raças após o dilúvio (Gn 10 e 11): t Sem povoou o sudoeste da Ásia; t Cão povoou a África, Canaã e a Península Arábica; í Jafé povoou a Europa e parte da Ásia. O Fértil Crescente Se traçarmos uma linha curva partindo do Egito, passando pela Palestina e a Síria Mediterrânea, e, seguindo depois até ao Golfo Pérsico, teremos uma meia lua razoavelmente perfeita. Há quatro mil anos, esse poderoso semicírculo em redor do deserto da Arábia, denominado "Fértil Crescente" abrigava grande número de cultura e civil izações ligadas umas às outras como pérolas e um colar. Dela irradiou luz clara para toda humanidade. Ali foi o centro de civilizações desde a chamada "Idade da Pedra até a Idade do Ouro" da cultura greco-romana. 13 Como já vimos, a faixa de terra estreita que vai de Ur, no sul da antiga Caldéia, até as proximidades do Nilo, é chamado então de Fértil Crescente. Em algum ponto dessa imensa região, a humanidade teve o seu berço, antes e depois do dilúvio. Civil izações importantes, tais como a Suméria, a Acádia e a Aramita, deram inicio ao progresso e os levaram para outras partes da terra. Tigre e Eufrates, no Oriente e no Ocidente, l igavam-se por estradas reais, que passavam por Harã, Alepo, Damasco, Jerusalém e alcançavam o Egito. Caldéia, Assíria e Egito se tornaram potências. Essas potências disputavam em campo de batalha o domínio do mundo. Canaã estava no centro dessas potências entre a Mesopotâmia e o Nilo. A terra de Canaã era uma passagem obrigatória para assírios, caldeus e egípcios. Sendo assim, Canaã se tornou o centro do Fértil Crescente, terras disputadas pelas potências do Mundo Antigo. Por isto, o Velho Testamento registra muitas vezes Israel sendo ameaçado pelos assírios e caldeus, recorrendo ao poder militar do Egito e vice-versa. Quando Napolassar, auxi liado por Ciaxiares, rei dos persas, destruiu Nínive e sepultou o grande Império Assírio e lançou as bases do Império Caldeu, com capital em Babilônia, todas estas potências perseguiram Israel e atacaram o Egito, e o Egito revidou também com suas tropas. Do poder dos gregos, Judá não se livrou; os romanos subjugaram Israel e destruíram Jerusalém em 70 d.C. e só foi restaurado o Estado Judaico em 1948 d.C. Desde que os judeus se implantaram na Palestina, no meado do século passado, o mundo todo passou a se despertar pelo Oriente Médio, e até 14 mesmo os árabes, esquecidos por séculos, passaram a ocupar um lugar proeminente1 entre as nações. Os árabes se impõem pelo petróleo e os judeus pelo valor espiritual. Israel retornou à terra que Deus deu a Abraão e à sua descendência em possessão perpétua, conduzido pelo braço do Senhor, porque lhe está reservado por profecias, papel importante nos acontecimentos que precederão ao arrebatamento da Igreja, à Gna_ad_e Tribulação, à Volta de Cristo e o Milênio. Israel mais uma vez, ocupando o centro das atenções da terra e Jerusalém, sendo a coroa para todos os povos. Limites do Mundo Bíblico Em termos gerais pode-se delinear a área do Mundo Antigo da seguinte maneira: Ao norte: começa na Espanha, passa pelo norte da Itália e Mar Negro e vai até ao Mar Cáspio; ® Ao leste: uma linha reta que parte do Mar Cáspio, e passando pelo Golfo Pérsico vai até o Mar Arábico; (§ ) Ao sul: uma linha reta que, partindo do Mar Arábico, vai à direção oeste, passando pela Etiópia e terminando no deserto da Líbia, no continente africano; ® Ao oeste: uma linha reta que parte do sul do deserto da Líbia e termina na Espanha, abrangendo o Egito e as regiões do norte da Áfr ica. Em termos mais específ icos diríamos que a referida área fica situada entre longitude 5o oeste e 55° leste, e entre 10° e 45° latitude norte. 1 Que se a l te ia ac ima do que o c i r cunda; que sobressa i . 15 A Extensão do Mundo Bíblico No Mundo Bíblico encontram-se diversas regiões, áreas, países e acidentes naturais. Citaremos apenas alguns casos, dado o limitado espaço que temos. Mesopotâmia (Gn 24.10; Dt 23.4; At 2.9). Berço da humanidade. Não é verdade o que muitos manuais de História Geral declaram ser o Egito o berço da humanidade. A verdade está na Bíblia. Aqui existiu o Éden Adâmico. Na Mesopotâmia destacam-se dois países: s Babilônia, de capital do mesmo nome. Outros nomes antigos: Caldéia (Ez 11.24); Sinear (Gn 14.1); Sumer. É o sul da Mesopotâmia. •/ Assíria (Gn 2.14; 10.11). É o norte da Mesopotâmia. É hoje parte do Iraque. Capital: Nínive, destruída em 607 a.C. Ao oeste ficava o Reino de Mari. Os mitânios habitavam em volta de Haran, ao Norte da Assíria. Arábia. Capital: Petra (gr.) e Sela (hb.). Vai da foz do Nilo ao Golfo Pérsico. Local onde Israel peregrinou à procura de Canaã,. A parte da Península do Sinai era chamada Arábia Pétrea. A Lei foi dada nessa terra e o tabernáculo foi erigido pela primeira vez nesse lugar. A região de Ofir, fornecedora de ouro ficava possivelmente na Arábia (1 Rs 9.28). Pérsia. Documentos desenterrados nas últimas décadas revelam-nos existirem duas Pérsias. A Grande Pérsia, localizada no sudeste de Elã é 16 atualmente o Irã e a Pequena Pérsia l imitava-se, ao norte, pela Magna Média. Em um sentido amplo, o territóriopersa compreendia o Planalto do Irã, toda a região confinada pelo Golfo Pérsico, os vales do Tigre e do Ciro, o Mar Cáspio e os rios Oxus, Jaxartes e Indo. No tempo de Assuero, marido de Ester, as possessões persas estendiam-se da índia à Grécia, do Danúbio ao Mar Negro, e do Monte Cáucaso ao Mar Cáspio ao norte e atingia, ainda, o deserto da Arábia e Núbia. Elão. Região além do Tigre, ao oriente da Babilônia, limitada ao norte pela Síria e pela Média; ao sul pelo Golfo Pérsico, ao oriente e ao sudeste, pela Pérsia. Hoje incorporado no Irã. Capital: Susã (Gn 14.1; At 2.9). Média. Esta região ficava ao norte de Elão, ao leste da Assíria, ao sul do Mar Cáspio e partes da Armênia, e ao oeste da Pártia. Há uma única menção dos partas na Bíblia, em Atos 2.9, onde se faz referência aos povos representados em Jerusalém no dia de Pentecostes. ** Armênia. Em sua parte encontra-se o planalto chamado antigamente de Ararate (Gn 8.4) que por sua vez, localiza-se na Ásia Ocidental. É o lugar das nascentes dos rios Eufrates, Tigre e Aras. Síria. Mesmo que Arã (Não confundir com Harã). Capital: Damasco (Is 7.8). Seu território não é o mesmo da Síria moderna (At 11.26). 17 Nos dias de Jesus tornara-se sede da província romana, da qual fazia parte a Palestina (Lc 2.2). A capital dessa província era Ant ioauia. A Síria era na época governada por um legado1 romano. Fenícia. Atualmente é o Líbano, em parte. Cidades principais: Tiro e Sidon. Os fenícios eram navegantes famosos e primitivos exploradores; fundaram Cartago, na África do Norte (hoje Túnis). Nosso alfabeto vem dos fenícios cerca de 1500 a.C. ( IRs 9.26-28; Mt 11.22; 15.21). Egito. É o país mais citado na Bíblia depois da Palestina. Em hebraico seu nome é Mi.zraim (Gn 10.6). Teve várias capitais nos tempos bíblicos. Parte do seu futuro, profeticamente falando, está em Ezequiel 29.15. Fica ao norte da África. Etiópia. Fica ao sul do Egito. Segundo Gênesis 2.13, existia outra Etiópia na região norte da Mesopotâmia - a chamada Terra de Cush (hebraico). A profecia em Salmos 68.31 a respeito da Etiópia, teve seu cumprimento a partir de Atos 8.26 39, quando a fé cristã foi ali introduzida. É país de princípios cristãos até hoje. A Etiópia da Bíblia compreende hoje a Abissínia e a Somália. Líbia. Extensa região da África do Norte. Simão, o que ajudou Jesus a levar a cruz, era natural de C irene - cidade da Líbia (Mt 27.32). 1 Na ant iga Roma, com is sá r io do Senado en ca r r egado de f i s ca l i z a r a adm in i s t r a ção das prov ínc ias . 18 Igualmente, no dia de Pentecostes estavam cireneus em Jerusalém (At 2.10). Ásia. A Ásia dos tempos bíblicos não era como o atual continente asiático atual, era uma província romana situada na parte ocidental da chamada Ásia Menor ou Anatól ia (At 6.9; 19.22; 27.2; IPe 1.1; Ap 1.4,11). Capital dessa província: Éfeso. Toda a região dessa antiga Ásia Menor compreende hoje o território da Turquia. ■** Grécia ou Hélade (At 20.2). No Antigo Testamento, em hebraico, é Java ou Iônia (Gn 10.4,5). A maior parte da Grécia Antiga era conhecida pelo nome de_Acaia_.(At 18.12); nome esse derivado dos aqueus - povo que a habitou. Na época do Novo Testamento a Grécia era constituída de estados isolados sob os romanos. Nesse tempo, sua capital política era Corinto, não Atenas. Em Corinto residia o procônsul romano. ** Macedônia (At 19.21). Ficava ao norte da Grécia. A antiga Macedônia é hoje parte do território de vários países, a saber: norte da Grécia^ sul dâ Bulgária, Iugoslávia e parte da Turquia. O ministério do apóstolo Paulo ocorreu na Ásia Menor, Grécia e Macedônia, principalmente. A capital da Macedônia era Pella. Ilírico (Rm 15.19). Região européia onde Paulo ministrou a Palavra de Deus. É hoje a Albânia e parte da Iugoslávia. A parte principal da Iugoslávia de hoje é a antiga Dalmácia de 2Timóteo 4.10. 19 Itália (At 27.1; Hb 13.24). País banhado pelo Mediterrâneo, situado ao sul da Europa. Em Roma, sua capital, foi fundado um diminuto reino em 753 a.C., que mais tarde viria a ser senhor absoluto do mundo conhecido - O Império Romano. Para a Itália Paulo viajou e pregou o Evangelho como prisioneiro. *■ Espanha (Rm 15.24,28). Paulo manifestou o propósito de viajar para a Espanha. Segundo os estudiosos da Bíblia, a cidade de Társis mencionada em Jonas 1.3; 4.2; ficava ao sul da Espanha., sendo no tempo de Jonas o extremo do mundo conhecido do povo comum. Foi a Espanha grande perseguidora dos cristãos durante a Idade Média, especialmente através dos tribunais da sinistra Inquisição. Palestina ou Canaã. Região banhada pelo Mediterrâneo ao oeste, tendo ao norte a Fenícia e a Síria, e ao leste e sul da Arábia, sendo que ao sui também fica parte do Egito. As suas características serão estudadas detalhadamente mais adiante neste livro. Ilhas dos Gentios ou Ilhas do Mar. É designação aplicada na Bíblia às ilhas do Mediterrâneo e Mar Egeu, das quais as principais são: Creta, Chipre, Rodes, Patmos, Mitilene, Samotrácia e talvez Malta e Sicília, bem como de regiões mais remotas1, pouco conhecidas nos tempos bíblicos. 1 Mu ito a fa s tado no espaço; d i s tante , d i s tanc iado . 20 Montanhas Uma vez que vamos estudar separadamente - na lição 2 deste livro - a Geografia da Palestina, trataremos neste tópico das montanhas extrapalestínicas do Mundo Antigo relacionadas com a história bíblica. Destas, as quatro mais importantes são as seguintes: ■*' Ararate. Fica no sudeste da Armênia; célebre pelo encalhe da arca de IMoé; tem cerca de 5.000 metros de altitude. Devemos notar, entretanto, que o texto bíblico em Gênesis 8.4 diz que a arca parou sobre "os montes de Ararate". Portanto ignora-se o local exato do pouso da arca, embora a tradição aponte a montanha mais alta da região como tal e cujo nome é Ararate. Sinai ou Horebe. Local izado no extremo sudoeste da Ásia, na Península1 do Sinai, que tem forma tr iangular e que é banhado por dois braços do Mar Vermelho chamados Golfo de Suez e Golfo de Ácaba, ficando este do lado oriental da península e aquele do lado ocidental. A península da sua natureza divide-se em duas partes: s Uma ao norte, predominante, deserta e com leves elevações; s Outra ao sul, na qual predominam a topografia montanhosa, de elevações entre 1000 e 2000 metros de altitude cortada por vales de dimensões variadas, cobertas de alguma 1 Porção de te rra ce rc ada de água por to do s os la dos , menos um, pelo qual se l iga a out ra terra. 21 vegetação em certas épocas do ano. É nesta região sul da península que se localiza o monte Sinai, também chamado Horebe. , No monte Sinai Moisés recebeu a Lei com a qual se firmou o pacto entre Deus e o povo de Israel, originando-se, assim, a nacionalidade hebraica com seus aspectos religioso e civil. No mesmo monte, uns poucos anos antes, Moisés teve a visão da sarça ardente - quando apascentava os rebanhos do seu sogro - e seis séculos depois Elias, o profeta, teve a visão de Deus ( lR s 19) em que lhe foi revelado que, apesar da idolatria de Israel havia muitos joelhos em seu meio que não se haviam dobrado a Baal. Hoje o Sinai é conhecido pelo nome de Jebel-Musa, que significa "monte de Moisés". Líbanos. A cordi lheira1 dos montes Líbanos, que corre paralelamente à costa oriental do Mediterrâneo, fica na parte ocidental da Síria, ao norte da Palestina, e apresenta-se em duas divisões: Líbano e Antelíbano. Esta divisão não é conhecida nas Escrituras Sagradas, mas vem desde os tempos da dominação grega e persiste até hoje. A cadeia de montanhas que fica ao oeste é conhecida como Líbano e a que fica ao leste como Antelíbano. A altitude de ambas as cadeias varia entre 1.900 e 3.300 metros. A sua extensão na direção norte-sul é de aproximadamente 180km e na direção oeste-leste varia entre 20 e 30 km em linha aérea. 1 S is t ema de a l tas m on ta nhas que se d e senvo l vemem grande ex te nsão , ge ra lmen te pa ra le la s e p r ó x im as ao l i toral , l an çando cade ia s de mon tanhas se cundár ia s . 22 0 vale que separa as duas cadeias de montanhas toma nomes diferentes: v' Ao sul é chamado vale do Leontes, por onde corre o rio do mesmo nome; •/ Pouco mais para o norte é conhecido como o vale de Mispá. que se estende por entre os contrafortes das duas cadeias; ■s E do centro para o norte toma o nome de vale do Orontes, pois serve de leito para o rio do mesmo nome. No tempo de Josué o vale era conhecido simplesmente como vale do Líbano. Era famoso pela sua fertil idade. Nas encostas dos Líbanos cresciam os famosos cedros e as esbeltas faias, madeiras empregadas na construção do templo de Salomão, cobertura de navios, palácios dos reis, instrumentos musicais, enfim, por serem de grande duração. Os montes Líbanos são freqüentemente citados nas Escrituras. Seir. Na real idade Seir não é um monte isolado e sim uma serra de montanhas que corre na direção norte-sul na região de Edom, na Arábia Ocidental (durante a dominação romana denominada Arábia Pétrea), entre o sul do Mar Morto e o estremo norte do Golfo Ácaba, cuja altitude varia entre 300 e 2.000 metros na encosta leste. Um pouco afastado da serra, mas pertencendo ao mesmo sistema, fica o monte Hor, onde morreu Arão, irmão de Moisés, durante a peregrinação de Israel em demanda1 à terra da promessa. Nas montanhas de Seir, provavelmente na sua parte norte, habitava Esaú, na região central dos 1 Em busca de; à pro cu ra de. 23 montes Seir onde ficava a cidade-fortaleza Petra, também conhecida como Selá. posto militar guardião das fronteiras meridionais do Império Romano. Questionário f Assinale com "X" as alternativas corretas 1. O Mundo Bíblico situa-se no atual: a)[H Continente Asiático e parte da Oceania b ) H Oriente Médio e terras do contorno do Mar Mediterrâneo c )D Ocidente, precisamente no continente europeu e africano d )D Oriente Próximo e terras do litoral do Golfo Ácaba 2. Na Mesopotámia, berço da humanidade, destacam- se dois países: a )D Fenícia e Egito b ) 0 Egito e Babilônia c)[3 Babilônia e Assíria d)D Espanha e Palestina 3. Célebre pelo encalhe da arca de Noé; fica no sudeste da Armênia. a)EH Monte Seir b ) 0 Monte Sinai c )D Monte Horebe d)Q3 Monte Ararate f Marque "C" para Certo e "E" para Errado 4.ICI A faixa de terra estreita que vai de Ur, no sul da antiga Caldéia, até as proximidades do Nilo, é chamado então de Fértil Crescente 5 . 0 O Egito foi o local onde Israel peregrinou à procura de Canaã 24 Rios Na vasta área do Mundo Antigo podemos considerar quatro rios importantes: Nilo, Tigre Eufrates e Jordão. Nilo. Com cerca de 6.500 km de comprimento, é 0 primeiro rio do continente africano e o segundo do mundo, tendo suas nascentes na região dos grandes lagos da África Equatorial, por onde se estende seus dois braços chamados Nilo Branco e Nilo Azul e seus afluentes. O Nilo corre na direção sul-norte através do Egito, desaguando no Mediterrâneo através de um vasto estuário1 de 250 km de largura, formado pelo os três braços (que antigamente eram sete), denominado delta. As chuvas produzidas pelas nuvens formadas sobre o Oceano Índico e levadas pelos ventos sobre as cordilheiras da África Oriental e Equatorial faziam transbordar o Nilo e seus afluentes, levando para o Egito a aluvião2 ferti l izante das vertentes das montanhas. O transbordamento do Nilo nas regiões áridas do Egito e conseqüentes abundância das colheitas, notadamente na região do delta, era considerado pelos egípcios obras dos seus deuses. Caráter sagrado que o povo atribuía ao rio. A parte navegável ia até a Ilha Elefantina, antigamente chamada Yeb, 1.145 km ao sul de Cairo, junto da primeira catarata. Há mais cinco 1 T ipo de foz em que o curso de água se abre mais ou menos la rgamen te . 2 Depó s i to de casca lho , areia e argi l a que se fo rma j un to às margens ou à foz dos r ios, p roven ien te do t r aba l ho de erosão; a lúv io . 25 outras cataratas no alto Nilo que não permitem a navegação. Além de ser o ponto final da rota comercial, a Ilha Elefantina também era o posto mil itar mais avançado do governo egípcio na direção sul, pois as escavações nela efetuada mostram vestígios de fortificações que abrigavam guarnições militares. Provas iguais nos oferecem as ruínas da cidade de Siene (moderna Assuã), referida em Ezequiel 29.10, que fica em frente da ilha. Na mesma ilha ainda foram encontradas ruínas de colônias judaicas e documentos em papiro em grande quantidade que relatam acontecimentos entre 400 e 525 a.C., oferecendo novos dados sobre a dispersão dos judeus pelo mundo de então, suplementando, assim, a narrativa bíblica relativa ao assunto. ■*" Tigre (gr.) ou Hidéquel (hb.). Este é o rio que nasce nas montanhas da Armênia, corre na direção sudeste banhando o lado oriental da Mesopotâmia até juntar-se com o rio Eufrates, cerca de 160 km antes do Golfo Pérsico. Devido à mudança do leito do rio através dos tempos - pelos os meios naturais (inundações), e artificiais (canalização) - e também preferências de suas diversas nascentes, o percurso total do Tigre varia entre 1.780 e 2.300 km segundo os dados oferecidos pelos diversos autores. Nos tempos remotos ele desaguava diretamente no Golfo Pérsico, mas, devido ao aluvião formado na baixa Mesopotâmia, hoje despeja as águas no Eufrates que daí para frente recebe o nome de Shat-el-Arab. Em sua margem esquerda, na altura de seu terço superior, ficam as ruínas da antiguíssima 26 cidade de Nínive, cuja história começa no terceiro milênio a.C., e no seu terço inferior, na margem direita, fica a cidade de Bagdá. Fora os primeiros capítulos de Gênesis, pouquíssimas são as referências bíblicas ao Tigre. Eufrates, o "Grande Rio". As suas nascentes acham-se no maciço montanhoso da Armênia. De início, o rio corre para o ocidente, chegando a uma distância de apenas 93 km do Mediterrâneo. Depois toma a direção sudeste, atravessando a célebre cidade de Babilônia a cerca de 140 km do seu estuário. O curso total deste rio também varia entre 2.880 e 3.330 km, segundo diversos autores. Aparentemente esta diferença se explica pelas mesmas razões citadas com referência ao comprimento do rio Tigre. Na época da maior glória do domínio hebreu o rio Eufrates era o seu limite nordeste. Também constituía o limite ocidental da Mesopotâmia extremamente fértil especialmente na região sul, ou baixa - Mesopotâmia, também chamada Caldéia. Todos os anos os dois rios depositam uma faixa de terra no fundo do Golfo Pérsico fazendo-o recuar. Calcula-se que desde os tempos de Abraão, quando a sua cidade (ür) era porto marítimo, o Golfo Pérsico tenha recuado cerca de 250 km. Também o Eufrates nos tempos antigos desaguava diretamente no Golfo Pérsico. Hoje, cerca de 160 km ao norte do referido Golfo junta-se com o Tigre e daí em diante é chamado Shat-el-Arab. Jordão. Este é o rio da terra santa, inúmeras vezes referido nas Escrituras Sagradas. É formado por 27 várias nascentes nas encostas noroeste e oeste do monte Hermom - sendo quatro as principais: a Bareighit, Hasbani, Ledã e Banias - e corre na direção norte-sul. No seu percurso total, cerca de 340 km pelo leito s inuoso1, atravessa dois lagos - o de Merom (atualmente chamado Hulé) e o da Galiléia - desaguando no Mar Morto. A peculiaridade do Jordão é que este é o único rio do mundo cujo leito é inferior ao nível do mar. A depressão começa desde 3 km ao sul das águas de Merom e continua cada vez mais acentuada até chegar a 426 metros no Mar Morto, cuja profundidade chega a 400 metros. Portanto, trata-se de uma depressão de 826 metros sendo a mais profunda do globo terrestre. O Jordão nasce nas montanhas do Anti líbano, ao oeste do monte Hermom, e é o principal rio da Palestina, ele corre na direção norte- sul, dividindo o estadojudaico em duas partes diferentes deixando na região leste a Transjordânia e na região oeste, a terra de Canaã. Seu nome significa "decaimento" ou "aquele que desce"; e em virtude de sua grande sinuosidade, tem sido apelidado de "serpentina". No seu curso superior, ao norte, estão as fronteiras sírio-israelense e. jordano-israelense. Nascentes: Esse rio inicia-se nos montes do Antilíbano, (especialmente o Hermom) em cujos picos a neve cai o ano todo; e quando esta sofre a alta temperatura, torna-se líquida e vai se deslizando pela superfície da terra, ou se infiltrando pelas brechas do solo até formar as nascentes do rio Jordão. 1 Que apresenta cu rvas i r regu la res , em sen t i dos d i fe rentes; ondu l an te , to r tuoso , f l exuoso . 28 O início do rio propriamente dito começa através do encontro de quatro principais riachos: s Hasbani. É um riacho com cerca de 40 km de extensão, que mana de uma grande fonte chamada "Ain Furar", onde a altitude é de cerca de 520 metros acima do nível do mar, com cerca de 300 metros de profundidade. s Banias. Cujo nome significa "o deus da fertil idade". É o mais oriental de todos. Esse riacho nasce perto das ruínas de Banias - antiga Cesaréia de Filipe (Mt 16.13), no sopé do monte Hermom, onde a elevação é de 348 metros acima do nível do mar. s Ledã. Essa é a fonte central e mais volumosa. Está a 157 metros acima do nível do mar. Inicia- se perto de Tel-el-Cadi, a antiga Dã da Bíblia. Trata-se de uma poderosa nascente que brota do solo naquele ponto. s Bareighit. Esse riacho é mais ocidental e mais alto, iniciando a 563 metros acima do nível do mar, e cujas fontes não se alimentam das torrentes do Hermom. Primeiro se encontram as vertentes, Banias e Bareighit, e logo após Ledã, e um pouco mais ao sul, esses três se ajuntam ao de Hasbani, e assim está formado o início do rio Jordão. Para um estudo mais detalhado, costuma- se dividir o curso do rio Jordão em três trechos, a saber: A Região das Nascentes, o Jordão Superior e o Jordão Inferior. s Região das Nascentes. Essa região, é exatamente a que acabamos de descrever nos seus aspectos mais setentrionais que se estende até o lago de Meron. Após a fusão das quatro nascentes já descritas, o Jordão atravessa uma 29 planície pantanosa numa extensão de 11 km e entra no lago de Meron. A sua largura varia muito nesse trecho, e a profundidade varia de 3 a 4 metros. s Jordão Superior. Trata-se da parte que está entre o lago de Meron e o Mar da Galiléia, com uma extensão de 20 km. Esse trecho é quase reto, com uma caída de 225 metros, o suficiente para fazer com que as águas fiquem altamente impetuosas, causando enormes erosões. A velocidade das águas nesse trecho é tão grande, a ponto de quase 20 km adentro do Mar da Galiléia ainda dá para perceber a sua correnteza. A largura do rio nesse trecho varia entre 8 a 15 metros, onde o seu leito percorre um terreno rochoso entre uma vegetação média. v' Jordão Inferior. É a região que fica entre o Mar da Galiléia e o Mar Morto. Esse trecho mede cerca de 117 km em linha reta, e cerca de 340 km pelo leito tortuoso do rio, com uma largura que oscila entre 25 a 35 metros, indo 1 a 4 metros de profundidade. O declive desse trecho é de 200 metros, levando o rio a descer precipitadamente formando meandros1 e cascatas, alargando o vale até uma extensão de 15 km, como ocorre nas proximidades de Jericó. Há outros três grandes rios no Mundo Antigo, porém sem importância para a geografiar bíblica, são eles: Leontes e Orontes na Síria - o primeiro correndo no seu último trecho pelo limite norte de Canaã e o segundo banhando a cidade de Antioquia - e Tibre na Itália, em cuja margem esquerda fica Roma. 1 S inuos idade , rodeio, vo l te io de curso de água, de cam inho, etc. 30 Desertos Na Bíblia encontramos várias referências a desertos, e isto em virtude das peregrinações dos patriarcas e do povo de Israel bem como da formação de Moisés, o grande guia do povo de Deus, que se efetuou especialmente nos desertos do êxodo. A idéia de deserto entre os judeus abrangia três aspectos: ■s Yeshimon: deserto absoluto, onde não há possibil idade de sobrevivência animal ou vegetal; s Heraboth: lugar devastado, desértico, em conseqüência de destruição. É o caso da cidade destruída pela guerra; s Midbar ou Arabah: deserto com certas possibil idades de vida animal e vegetal que, na época chuvosa do ano transformava-se em campo. Os israelitas peregrinaram 40 anos em desertos destes aspectos. Aqui abordaremos os desertos extrapalestínicos, deixando os palestínicos para mais adiante (lição 2). Os desertos extrapalestínicos relacionados com as narrativas bíblicas podem ser divididos em dois grupos, tomando-se a linha Mar Morto - Golfo de Ácaba como divisória: O grupo do oeste: s Shur (Êx 15.22), que alguns identificam como o de Etam (Êx 13.20), estende-se pelo noroeste da Península do Sinai, ao largo da fronteira nordeste do Egito e costa oriental do Mar Vermelho (Golfo de Suez) à altura do seu terço superior; 31 s Sin, que é o prolongamento do anterior na direção sul da costa oriental do mesmo mar, abrangendo o terço médio da mesma; s Sinai, que abrange toda a parte sul da península incluindo o monte Sinai, bem como a parte oriental da mesma até o fundo do Golfo de Ácaba; s Parã, que cobre todo o centro da península, deslocando-se um pouco para nordeste da mesma; s Cades, ou Cades-Barnéia, pequena área que fica ao norte do Parã e leste de Shur; s Zim, fica ao leste de Cades. Estes dois últimos desertos constituíam o limite sul da Palestina, também conhecidos pelo nome de Negeb; s Berseba. Este é um pequeno deserto em torno da cidade de Berseba, o marco meridional da terra santa. A expressão "de Dã a Berseba" era maneira de definir a extensão norte-sul do território palestínico. O grupo do leste: s Idumeu, que fica ao sudeste do Mar Morto; s Moabe, ao nordeste do mesmo mar; s Quedemote, ao norte de Moabe; Diblat e Beser, cuja localização é desconhecida, são desertos de pouquíssima importância histórica. Cidades O estudo das cidades do Mundo Antigo requer que as dividamos em dois grupos: extrapalestínico e palestínico (este será estudado na lição 4). 32 *■ Cidades principais do grupo extrapalestínico. Destacam-se neste grupo, pela sua importância e relação com os hebreus e com o crist ianismo primitivo, as seguintes: 1. Ur. Situada no sul da Babilônia ou Caldéia, hoje chamada Mugheir (perto das escavações da antiga Ur). Cidade natural do patriarca Abraão; centro industrial, agrícola e comercial de grande importância; porto marítimo, segundo as descobertas arqueológicas (o Golfo Pérsico antigamente ia até Ur); antedi luviana. Nas escavações arqueológicas de Ur temos as mais antigas evidências da cultura sumeriana. 2. Nínive. Segundo Gênesis 10.11 foi uma das antigas cidades da Assíria. Tornou-se a capital do mundo no período áureo do Império Assírio. Ficava a margem oriental do Tigre Superior, 50 km ao norte da confluência do rio Zabe com o Tigre. Foi tomada pelos babilônios em 612 a.C., terminando assim a sua glória. Dois dos livros proféticos do Antigo Testamento têm Nínive por objetivo: Jonas e Naum. 3. Damasco. Segundo os historiadores é "a cidade viva mais antiga da terra", localizada ao sul da Síria, no planalto oriental do Antel íbano. Através dos séculos tem sido a capital da Síria. Notável por se constituir centro estratégico para o comércio do Mundo Antigo, por tratar-se de 33 um ponto de entroncamento1 das estradas que comunicavam Egito e Arábia com Assíria, Babilônia e Roma (via Éfeso, na Ásia Menor). É citada freqüentemente nas Escrituras Sagradas em que as referências vão desde os dias das peregrinações de Abraão (Gn 14) até o tempo do apóstolo Paulo (Gl 1.17). 4. Mênfis. Os hebreus a conheciam pelo nome de Nofe (Is 19.13). A cidade mais importante do Egitosetentrional que, segundo Heródoto, teria sido edificado por Menes, primeiro rei do Egito mencionado na história, localizada na margem ocidental do Nilo, cerca de 20 km ao sul de Cairo, atual capital do Egito. As pirâmides egípcias mais famosas ficam perto desta cidade. 5. Babilônia. A antiga e bela capital do famoso Império Babilónico, notável pelos seus maravilhosos palácios, jardins suspensos, muralhas quase inexpugnáveis2. Segundo Heródoto, historiador grego - citado por J. D. Davis em seu Dicionário da Bíblia - as muralhas que cercavam a "cidade maravilhosa" do Mundo Antigo eram duplas e tinham cerca de 28 metros de largura e até 112 metros de altura e 96 km de extensão, construída de tijolos com argamassa3 de betume com 250 torres e 100 portões de cobre. 1 Ponto de j unção de doi s ou mais cam inhos , de duas ou mais co isas. 2 Invenc í ve l , indes t ru t í ve l , inaba láve l . 3 M istura de um ag l u t inant e com areia e água, em p reg ad a no a s sen tam en to de a lvena r i a , t i jo los, l adr i lhos , etc., da qual resu lta uma massa de c on s i s tênc ia mais ou menos p lás t i ca , que endu rece com o tempo. 34 Esta cidade foi edificada sobre as duas margens do rio Eufrates, em torno do local da torre de Babel, cerca de 500 km ao noroeste do Golfo Pérsico (250 km no tempo de Abraão, pois Ur, cidade do patriarca, era cidade marítima conforme provam as escavações em suas ruínas que hoje ficam a cerca de 250 km do fundo do Golfo Pérsico). As suas origens pré-históricas remontam aos dias de Ninrode (Gn 10.8-9). Foi na cidade de Babilônia que Alexandre, o grande, terminou seus dias em 323 a.C. 6. Harã. Poucos informes têm dessa cidade. Porém sabemos que ficava na região chamada Harã - Naaraim, Padã-Arã, no planalto setentrional da Mesopotâmia, onde permaneceram por algum tempo Tera e seu filho depois de deixarem Ur.. Entretanto, pelo que se pode concluir de alguns dados arqueológicos, tratava-se de um importante centro militar e comercial, ponto de convergência dos caminhos da Assíria, Babilônia, Ásia Menor, Egito (via Palestina) e Síria. 7. Tiro. Cidade antiga e muito importante na Fenícia. Conforme relatos de escritores e historiadores antigos (Heródoto e outros), sua fundação remonta a 2.750 anos a.C. De início, a cidade foi edificada sobre um pequeno promontório1,, transferindo-se mais tarde para uma ilha mais próxima a fim de resistir melhor aos constantes ataques dos inimigos. Mas, Alexandre, o Grande, tomou a Ilha de Tiro em 332 a.C., depois de sete meses de cerco, tendo 1 Cabo f o rm ado de rochas e l e vada s ou a l cant i s. 35 construído um molhe1 através do estreito que separava do continente. Foram os tírios navegantes e comerciantes famosos que mantinham relações com as mais distantes regiões. Foram eles que fundaram Cartago, na África setentrional, no século IX a.C. Na época de Davi e Salomão, o rei de Tiro - Hirão - manteve estreita amizade com Israel, ajudando com sua madeira e artífice a construir os palácios e o templo (2Cr 2.1-16). Foram as cidades fenícias: Tiro e Sidon, as únicas em território estrangeiro que Jesus visitou durante o seu ministério terreno (Mt 15.21-31). O nome moderno dessa cidade é Sur. 8. Sidon. Outra cidade importante e muita antiga da Fenícia, cerca de 30 km ao norte de Tiro, porto marítimo do Mediterrâneo, é freqüentemente referida na Bíblia. Foi arrasada, muitas vezes, pelos conquistadores, e reconstruída. Hoje seu nome é Saida. A importância desta cidade foi tão grande que os historiadores da antigüidade freqüentemente referia-se aos sidônios como sinônimo de fenícios. Um dos reis sidônios, Etbaal, era pai de Jezabel, a terrível mulher de Acabe, rei de Israel. 9. Atenas. Este é o nome da capital Ática, um dos estados da Grécia, fundada em 1156 a.C., que em 1834 tornou-se a capital de todo o reino da Grécia. Está cerca de S km de distância do mar Pireu., sendo seu porto comercial mais próximo Falero. 1 Es t ru tura mar í t ima en ra i z ada em terra, e que pode s e rv i r de queb r a -m a r (q. v.), gu ia - co r ren te ou cais acos táve l . 36 Atenas era célebre como centro da ciência, da literatura e das artes do Mundo Antigo, atraindo inúmeros estudantes de todas as regiões. As referências bíblicas a esta cidade são todas elas relacionadas com a obra missionária de PâliLo (At 17.15-18.1; lT s 3.1). 10. Éfeso. Cidade mais importante da costa ocidental da „Ásia Menor, cuja origem remonta o século XI a.C., localizada na margem direita do rio Caister. cerca de 18 km da desembocadura deste no Mar Egeu, na província,de Lídia. Era a um só tempo o porto mais importante do Egeu Oriental, a capital da Ásia proconsular e o entroncamento das duas estradas mais importantes (leste-oeste e norte-sul) da grande península no tempo dos romanos. Seu magnífico templo consagrado à deusa Diana (Ártemis dos gregos), levou 220 anos para ser construído e tinha 55 metros de largura por 112 metros de comprimento. Seu teatro com capacidade para 25 mil pessoas assentadas e seu hipódromo eram de famõ mundial. Paulo, reconhecendo a importância estratégica de Éfeso, ficou ali durante dois anos e • rês meses (At 19.8-10) entre os anos 54 e 57 d.C., leal izando o seu maior trabalho missionário. 11. Roma. Cidade das mais antigas da Península itálica, edificada sobre sete colinas, na margem osquerda do rio T ibre, a 24 km da desembocadura deste no Mar Tirreno, na costa ocidental da península. A data de sua fundação, universalmente .)ceita, é 753 a.C. Famosa por ter sido a capital política e cultural do mundo por vários séculos. 37 No tempo do apóstolo Paulo a "cidade eterna" - como é chamada - já possuía cerca de 1.000.000 (um milhão) de habitantes. Paulo esteve preso em Roma durante dois anos e dali escreveu quatro epístolas: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemom. Questionário f Assinale com "X" as alternativas corretas 6. Quatro rios mais importantes do Mundo Antigo: a)[ZI Zabe, Eufrates, Jordão e Quisom b)CH Belus, Caister, Zabe e Banias c)Q Nilo, Tigre Eufrates e Jordão d ) 0 Caister, Banias, Tigre e Nilo 7. Segundo os judeus, o deserto absoluto, onde não há possibilidade de sobrevivência animal ou vegetal é: a )D O Midbar b)D O Arabah c )D O Heraboth d) EU O Yeshimon 8. Cidade natural do patriarca Abraão, de grande importância econômica nos tempos bíblicos a )D Ur b)C] Damasco c)D Sidon d)D Nínive Marque "C" para Certo e "E" para Errado 9.|C I O rio Nilo tem cerca de 6.500 km de comprimento e é o primeiro rio do continente africano 10.Ly Paulo esteve preso em Roma durante dois anos e dali escreveu duas epístolas 38 Lição 2________________ Geografia Física da Palestina O nome "Palestina" deriva-se do termo Filistia, ou seja, a terra habitada pelos filisteus. Na Bíblia este nome é dado a uma faixa de terra ao sudoeste de Canaã, ao largo do Mar Mediterrâneo até ao Egito. Posteriormente, figuras como Plínio e Josefo, passaram a chamar por este nome toda a região de Canaã. E desde os tempos do domínio romano até os dias que precederam a fundação do moderno Estado de Israel, Palestina era o nome mais usado. Outros nomes são: v'' Canaã ou Terra de Canaã (Gn 13.12); / Terra dos Amorreus; s Terra dos Hebreus (Gn 40.15); ̂ Terra de Israel ou Terra dos Israel itas (ISm 13.19; 2Rs 5.2; Mt 2.20); s Terra de Judá ou Judéia (Ne 5.14; Is 26.1; Jo 3.22; At 10.39); s Terra da Promessa ou Terra Prometida (Hb 11.9); ✓ Terra Santa (Zc 2.12; SI 78.54 - ARA); ̂ Terra Formosa (Dn 8.9); s Terra do Senhor (Os 9.3); s Terra Gloriosa (Dn 11.41). 39 Localizada no continente asiático, a 30° latitude norte, banhada pelo Mar Mediterrâneo (extremo leste) em toda a extensão do seu limite ocidental, mais ou menos eqüidistante1 dos pontos principais do Mundo Antigo, a Palestina constituía-se num centro de gravidade para o mundo e as civilizações da antiguidade.Do ponto de vista comercial ficava na rota obrigatória do tráfego entre o oriente e o ocidente, bem como entre o norte e o sul; e do ponto de vista político era passagem inevitável dos exércitos conquistadores das grandes potências ao seu redor, razão pela qual estas se interessavam por sua conquista e fortificação. Com isso, a Palestina sofreu devastações em repetidas ocasiões durante a sua história. @ Limite sul: Cades-Barnéia e o ribeiro el-Arish, na Arábia, el-Arish é o "rio do Egito" (Gn 15.18). @ Limite norte: Síria e Fenícia. (§ Limite oeste: Mar Mediterrâneo. É na Bíblia chamado de Mar Grande (Dn 7.2). @ Limite leste: Síria e Arábia. Naturalmente estes são os limites médios ou prevalecentes da história política da Palestina, havendo épocas em que eles sofriam algumas modificações resultantes das conquistas ou perdas nas guerras. Topografia O termo "Topografia" significa, literalmente, descrição de um lugar ou de uma região. A Palestina pode ser dividida em quatro seções, a saber: 1 Que di sta igua lmente . 40 s Planície da costa do Mediterrâneo; s Região montanhosa central; s Vale do Jordão; ■s Planalto Oriental, ou zona montanhosa de Gileade, na Transjordânia. Planícies A palavra "planície" significa uma grande porção de terreno plano, enquanto que "planalto" significa uma grande porção de terreno plano sobre montes ou serras. Planície Costeira. Israel apossou-se das montanhas centrais, quando ocupou a terra prometida, e depois, fez tentativa esporádica de estender seu domínio até o litoral. Mas esta região estava ocupada pela poderosa nação dos filisteus. Davi conseguiu controlá-la por um momento, mas durante a maior parte da história israelita foram os fil isteus que, a partir das suas cinco cidades, fizeram pressão em direção às colinas. Naquela época o litoral não era região particularmente atraente, e consistia em uma faixa de dunas1, areia misturada com bosques e alguns pântanos. Ao sul do monte Carmelo não apresentava grandes pontos naturais. Os fi l isteus não eram navegadores. O primeiro grande porto nesta faixa costeira foi o porto oficial de Cesaréia, construída pelo rei Herodes, o grande, não muito tempo antes do nascimento de Jesus Cristo. 1 Monte de areia moved iç a fo rmado pela ação do vento . 41 Ao sul do monte Carmelo a área era chamada de Planície da Filistéia e Planície de Saron, ao norte do Carmelo Planície de Aser. Continuando para o norte a planície se restringe, mas em compensação oferece melhores portos naturais, a partir dos quais operavam os fenícios navegadores e comerciantes. Planície do Aco (ou Acre). A palavra Acre (hb. akko) significa "areia quente" (Jz 1.31), e os Cruzados1 lhe deram o nome de "São João de Acre". Esta planície está na região do extremo noroeste da costa palestínica, ao sul da Fenícia e se estendendo até o monte Carmelo. No norte ela é mais estreita, medindo aproximadamente 5 km, e vai se alargando pouco a pouco, até alcançar 17 km ao sul. É irrigada por dois pequenos rios, a saber: o rio Belus ao norte e o rio Quisom ao sul, ao pé do monte Carmelo. As terras do centro que rodeia os montes são fertil íssimas, com exceção da parte praiana, onde as areias são muito quentes. Esta região coube por sorte a tribo de Aser (Js 19.25-28) que não conseguiu expulsar os cananeus. ■*" Planície de Saron. A palavra "Saron" é semítica, e significa "zona de bosques". Essa planície está entre o sul do monte Carmelo e a cidade de Jope. Ela se alarga na direção das montanhas da região central à medida que avança para o sul, medindo 85 km no sentido norte-sul, com uma 1 Exped i ção mi l i ta r de c a rá te r re l ig ioso que se fazia na Idade Méd ia, cont ra hereges ou inf i éis. 42 largura que varia de 15 a 25 km, tendo a sua faixa mais estreita que se encontra nas proximidades do monte Carmelo. Esta planície tornou-se famosa por causa das variedades de flores e lírios que ali medravam1 (Ct 2.1-2). Planície da Filistia. Essa planície compreende a faixa de terra habitada pelos filisteus, que fica entre Jope e Gaza, no sudeste da Palestina, medindo cerca de 75 km de comprimento por 25 km de largura. As cinco cidades principais dos fil isteus, fortemente muradas, eram: Gaza, Ascalon, Azoto, Gate e Ecrom. As três primeiras eram marít imas e as duas últimas ficavam no interior. Tais cidades eram as fortalezas da planície. Planície de Sefelá. A palavra Sefelá, l iteralmente significa "terras boas" ou "mais baixas". Essa região propriamente dita, é mais uma faixa de terra do que uma planície; trata-se de um altiplano rochoso que corre da costa, rumo sudeste, se estendendo até a fronteira da tribo de Judá (Dt 1.7; Js 10.40; 12.8; 15.33; 2Cr 26.10; 28.18). Na sua região norte ela l imita-se com a Filistia, ao sul com o vale de Aijalom e Berseba, e ao leste com as montanhas de Judá. Planície de Jezreel ou Esdraelon. O nome profético dessa região é "Armagedom". Apesar dessa região ser classificada como vale, pela sua extensão e aspecto do conjunto, preferimos qualificá-la de planície. 1 Crescer , vege tando ; de senvo lv er -s e . 43 Esse local encontra-se na confluência de três vales, o mais importante é o de Jezreel, que está situado entre os montes da Galiléia e os de Samaria, alargando-se para o noroeste até as fraldas1 do monte Carmelo e sul dos montes Líbanos. Os três vales se formam ao leste da imensa planície separada pelo monte Gilboa e o pequeno Hermom. O do centro é o maior. É o Jezreel, que desce abruptamente para o Jordão. A entrada do vale está na cidade de Jezreel que foi a capital do Reino do Norte. A planície é cortada pelo rio Quisom do leste para o oeste, com destino ao Mar Mediterrâneo. O termo "esdraelon", é grego e não aparece na Bíblia, enquanto "Jezreel" aparece por 29 vezes no Antigo Testamento. Há quem pensa que Jezreel e Esdraelon não sejam o mesmo lugar. Em Josué 17.16 e 2Crônicas 35.22 esse lugar é chamado de "Vale de Megido". Essa é a maior planície de todo o Israel, medindo 40 km de comprimento por 20 km de largura. Essa região foi na verdade o celeiro de Israel, especialmente nos tempos da monarquia. Suas terras eram abundantemente férteis, regadas pelas constantes chuvas, pelo orvalho que caia do céu e pelos rios. Alguns intérpretes vêem na palavra "Armagedom" uma transliteração do hebraico Armegido, que significa, colina ou montanha de Megido. Além dessas, existem outras planícies menores espalhadas pelo interior da Palestina, como a de Jericó, a de Dotam, a de Moabe, a de Genezaré etc. 1 A par te infer ior , as abas , o sopé (de ser ra, monte , etc). 44 Vales Apesar de ser a Palestina, terra de muitos vales conforme disse Moisés, contentemos em estudar apenas alguns dos mais importantes (Dt 11 . 10 , 11 ): 1. Vale do Jordão. É uma depressão geológica; os lados seguem duas falhas paralelas da crosta terrestre até a depressão conhecida pelo nome de Arabá, terminando no Golfo de Ácaba. As falhas são a causa que explica o caráter íngreme1 do vale. As praias do Mar Morto encontram-se 388 metros abaixo do nível do mar. A distância entre a linha do horizonte das montanhas de um lado para outro do vale é de 15 a 20 km. Nenhuma estrada importante percorre este vale, o que se explica pelo fundo difícil e continuamente interrompido pelo rio e seus afluentes e ainda pelas altas temperaturas estivais2. Este é o maior vale de toda a Palestina, que inicia no sopé3 do monte Hermom (extremo norte) e desce em direção sul, até terminar no Mar Morto. No seu ponto inicial esse vale é um tanto estreito medindo 100 metros; mas na medida em que vai se alargando ele cresce pouco a pouco. E logo um pouco abaixo do Mar da Galiléia ele mede 3 km, na região de Jericó ele chega até 15 km, e depois começa a estreitar-se novamente antes de chegar ao Mar Morto, seu ponto final. Por este grande vale corre o rio Jordão, do qual o seu nome deriva. 1 Dif íc il de subir; que tem for te decl ive; ab rupto , esc arpado , n l cant i l ado 1 Re ferente ao, ou própr i o do est io; ca lmoso, est ivo , est io. ' Base (de mon tanha) ; fa lda. 45 Este é o mais profundo vale de toda a face da terra, com 426 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo, em uma distância de 215 km em linha reta desde o monte Hermom até ao Mar Morto. Grande parte desse vale é de ferti lidade exuberante, o que enriquecia a agricultura israelense. Este é o vale de maior contraste geológico da face da terra. Como já vimos, ele inicia no sopé do monte Hermom a 3.000 metros de altitude, e termina no Mar Morto com cerca de 426 metros abaixo do nível do mar, com a agravante deste ter aproximadamente 400 metros de profundidade. Onde ele nasce, no monte Hermom, sua temperatura climática é bastante fria, em virtude da neve, enquanto no seu término, no Mar Morto, a temperatura chega a 50° no verão. A natureza do terreno desse vale é das mais variadas que se pode imaginar. A sua vegetação não é muito diferente, produzindo até maçãs, pêras e uvas. 2. Vale Acor. A palavra "Acor" significa "perturbação". O nome desse vale deriva-se de Acã. Este vale fica entre as terras que pertenciam às tribos de Judá e Benjamim, ao sul de Jericó. Foi neste vale que ocorreu o triste episódio que envolveu a vida de Acã e sua família (Js 7.24-26). 3. Vale de Aijalom (Js 10.12). A palavra "Aija lom" significa "das gazelas". Este vale situa-se na região de Sefelá, 24 km ao noroeste de Jerusalém. Este vale tem uma extensão de 18 km de comprimento na direção do Mediterrâneo, por 9 km de largura. 46 4. Vale de Escol (Nm 13.22-27). A palavra "Escol" em hebraico significa "cacho". Este vale fica ao oeste de Hebrom, e é muito famoso pela sua ferti l idade especialmente na plantação de uvas. 5. Vale de Hebrom. Esse vale fica cerca de 30 km a sudoeste de Jerusalém, onde foi edificada a célebre cidade de Hebrom, em cujas cercanias fixou-se por longo tempo a família de Abraão. Planaltos A definição de planalto é: uma grande extensão de terras sobre montanhas ou serras. A Palestina é geralmente vista com dois planaltos, a saber: s O Planalto Central, que existe como a continuação dos montes Liba nos e se estende pelo centro do país na direção norte-sul; e ̂ O Planalto Oriental, que pode ser considerado como continuação do Anti líbano, andando na mesma rota do anterior. Ambos variam em altitude, medindo de 650 a 1.300 metros. *■ Planalto Central. Esse planalto é compreendido pela região onde habitavam as tribos de: Naftali, Efraim e Judá. s O Planalto de Naftali, corresponde à região da Galiléia ao norte; ̂ O Planalto de Efraim corresponde à região de Samaria, ao centro; e s O Planalto de Judá situa-se ao sul, entre Betei e Hebrom. 47 Planalto Oriental. Esse planalto situa-se ao oriente do rio Jordão e também está subdividido em três partes diferentes, a saber: Basã, Gíleade e Moabe. ■s Planalto de Basã. Também conhecido como Auran, que se estende desde o sul do monte Hermom até o vale por onde corre o rio Iarmuque. A ferti lidade dessa região é mais apropriada para o plantio de trigo e pastagem para o gado. •/ Planalto de Gileade. Que se situa entre o Iarmuque e o Hebrom, cortado pelo rio Jaboque; esta é uma região ferti l íss ima. Essas terras são famosas pela abundante produção do bálsamo, muito apreciado no período do AT (Jr 8.22). Essa região, é hoje chamada de Jordânia. s Planalto de Moabe. Localiza-se ao leste da última parte do curso do rio Jordão e do Mar Morto, indo até o rio Arnon. Esta região é um tanto rochosa entrecortado de prados e de lindas pastagens. Essa região levou esse nome em virtude de ter sido colonizada pelo filho de Ló (Gn 19.37). Montes da Palestina Canaã é uma terra montanhosa por excelência; esta é a razão da Bíblia chamá-la de " terra de montes e vales" (Dt 11.11). O núcleo central dos reinos hebreus encontra-se na região montanhosa ao longo do divisor de águas, que de um lado desce para o litoral e do outro para o vale do Jordão. Estas alturas atingem acima de 1.000 metros no seu ponto culminante, próximo a Hebrom. 48 O declive desapareceu há muito tempo, dando lugar a descalvados1 tabuleiros de calcário e terrenos pobres. A agricultura é praticada em terraços e em campos de animais. Na extremidade setentrional desta região certo números de colinas isoladas voltam à vizinha planície de Jezreel, a cadeia montanhosa retoma o seu caminho, avança na direção norte, elevando-se gradativamente à medida que se aproxima dos altos montes do Líbano. É constituída de patamares que geralmente se voltam para o sul ou sudoeste. Os mais baixos destes "degraus de escada" eram e são uma espécie de bacias férteis, separadas entre si por estéreis encostas de calcário. À medida que aumenta a altitude, as plataformas tornam-se escalvadas e batidas pelo vento até constituírem uma área desolada e estéril, destituída das f lorestas que cobrem as encostas das montanhas mais altas ao norte. Toda esta parte forma a região da Galiléia, c'ls vezes subdividida em alta e baixa Galiléia. Os limites meridionais e orientais da região são claros. Mas ao norte a divisa se perde nas montanhas. Os montes da Palestina normalmente são divididos em dois grupos gerais, a saber: s Montes Palestínicos, que ficam ao oeste do Jordão; e s Montes Transjordânicos, que se localizam ao leste do Jordão. I. Montes Palestínicos. i . l . Hermom. Este monte fica no extremo sul da cadeia dos montes Anti líbano, no limite sul da Síria e I al ta de vege ta ção ; á r ido , esté r i l , ca lvo , es ca l vado. 49 extremo norte da Palestina, também, conhecido como monte Sirion e monte Senir. Devido à sua altitude que atinge pouco mais de 3.000 metros (os dados oferecidos pelos vários autores divergem consideravelmente quanto à altitude deste monte, oscilando entre 2.750 e 3.365 metros), há uma escassez de vegetação (exceto nas encostas inferiores onde a vegetação é extremamente rica). Sua cobertura é permanente de neve e gelo. Este monte se reveste de uma imponência1 majestosa, podendo ser avistado de muitas partes da Palestina, Síria, Arábia, Fenícia e Mediterrâneo. Durante o inverno o enorme véu de neve baixa até cerca de 1.500 metros. À medida que avança o verão a neve vai derretendo, formando fios de água e riachos que descem pelas encostas e regam as partes inferiores do monte e os vales, ficando no seu tríplice cume (formado por três elevações ou picos dispostos em triângulo) uma calota de gelo que reflete os raios solares, como um espelho, a distâncias enormes. Hermom tem um papel importante na formação do clima da região, principalmente da Palestina, como catal isador das correntes de ar quente e úmido vindas do Mediterrâneo e precipitador2 das mesmas em forma do orvalho denso em áreas mais próximas e chuvas abundantes em regiões próximas e distantes. Isto, devido à baixa temperatura reinante em suas culminâncias. 1.2. Monte Tabor. Em hebraico significa "pedreira" ou simplesmente "montanha". Este monte está a 615 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo e tem 1 Que impõe admi ração ; ma je s to so , magn i f i cen te . 2 At i ra r , lançar , a r r em essa r 50 120 metros de altitude, e fica totalmente isolado. I stá localizado na Galiléia, na parte nordeste da exuberante Planície de Esdraelon, tem uma distância ili' 10 km da cidade de Nazaré e 16 km do Mar da (i < 11 i I é i a . 1.3. Monte Gilboa. É mais que um monte, parece ser mais uina pequena cordilheira. O monte Gilboa tem 13 km ili1 comprimento, com uma largura que varia entre 5 8 km; com cerca de 543 metros de altitude. Nele •hi■ cultivam oliveiras, f igueiras e alguns cereais que ii.io necessitam de muita umidade. 1.4. Monte Carmelo. Não é propriamente dito um monte, mas •.im uma pequena cordilheira, situada no Planalto i iMitral na direção oeste, formando um promontório .ui sulda Planície do Acre, sendo a única parte da M.ilcstina que avança mar adentro, formando, ao imite, a baía do Acre onde está situada a atual i ui.ide de Haifa. Em seus f lancos1 existem várias cavernas, i|iii> pelos seus aspectos internos parecem que já Im em habitadas. A cadeia montanhosa do Carmelo se ■ blende por cerca de 48 km, na direção noroeste- uil< ste, desde as margens do Mar Mediterrâneo, ao m i I da baía de Acre, até à Planície de Dotã. Em um sentido mais estrito, o monte i .li melo é o pico principal dessa curta cadeia nmiitanhosa, que alcança um máximo de 531 metros, i‘iii sua extremidade nordeste, e que fica cerca de 19 I m i distante da beira-mar. r .uh: lateral de qua lq ue r ob je to; lado. 51 1.5. Montes de Efraim. Trata-se de uma região localizada no Planalto Central, onde se localiza a tribo de Efraim, meia tribo de Manassés e um pouco da tribo de Benjamim. Esta região é também conhecida como "monte de NaftaIi", bem como norte de Israel e monte de Samaria (Js 20.7; Jr 31.5-6). Os mais importantes desses montes são: Ebal e Gerizim, conhecidos também como montes das bênçãos e monte das maldições (Dt 11.29; 27.1-13; Js 8.33). O monte Ebal tem 300 metros e está a mais de 100 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo. 1.6. Monte Sião. Alguns entendem que significa "montanha ereta", outros dizem que é "estrutura", mas, não falta quem defende o significado "colina ressicada1 pelo sol". Este monte situa-se na região leste da cidade de Jerusalém, com aproximadamente 800 metros de altitude, sendo a montanha mais alta da cidade sagrada. Antigamente, nas proximidades deste monte estava a fortaleza dos jebuseus (2Sm 5.17; ICr 11.5). 1.7. Monte Moriá. Segundo a tradição judaica, este monte está localizado ao lado leste do monte Sião, medindo cerca de 800 metros de altitude. É de forma alongada, tendo na sua parte mais baixa o monte Ofe l. A primeira vez que a palavra "Moriá" aparece na Bíblia é em Gênesis 22.2, e não se refere 1 To rna r resseco; ressequ i r , ressecar . 52 a um monte, mas, a uma região onde tem muitos montes; e foi em um destes montes o lugar em que Abraão iria sacrificar Isaque por ordem de Deus. 1.8. Monte das Oliveiras. Este monte está situado na região oriental da cidade de Jerusalém, separado da cidade pelo vale do Cedron. Ele faz parte de uma pequena cordilheira, com cerca de 3 km de comprimento. A distância deste monte até o centro de Jerusalém era de 15 estádios (Jo 11.18), cerca de 2.775 metros, "jornada de um sábado" (At 1.12). Betfagé e Betânia estavam neste monte, lietfagé significa "casa do figo", e Betânia, significa "casa da tâmara". Na encosta ocidental deste monte rstava o Jardim do Getsêmani. Nos tempos do AT, essa região de muita lisrtilidade, era coberta por grandes oliveiras, vinhedos, figueiras e outras árvores frutíferas e ui namentais. A palavra "Getsêmani" (hb.) significa ''prensa de azeite". 1.9. Áreas ao pé dos montes. Entre o litoral e as altitudes montanhosas rstende-se uma zona constituída de colinas baixas ,io pé das montanhas, outrora cobertas de florestas i‘ s icômoros1. Hoje grande parte dessa região é i ultivada. 2 . Montes da Transjordânia. Os montes da Transjordânia são aqueles i|iie ficam ao lado oriental do rio Jordão, onde se i".labeleceram as tribos de Rúberi, Gade e a meia ii ibo de Manassés. i i í í ne ro de ár vo res da famí l i a das a r to cá rpeas , esp éc ie de Ii(iiiAi r a , de oito a qu inze me t ros de a l tura. 53 A Transjordânia é uma região montanhosa semelhante à ocidental, porém mais elevada. A área é rica de água e fornece ótimas pastagens para grandes rebanhos de ovinos e bovinos. As montanhas sobem de 600 a 700 metros ao leste da Galiléia para quase 2.000 metros ao leste e ao sul do Mar Morto. Estas são cada vez mais chuvosas à medida que se elevam, constituindo uma faixa fértil entre o vale árido, de um lado, e o deserto arábico, do outro. 2.1. Montes de Basã. É uma região montanhosa de muita fertil idade, que está situada no Planalto Oriental. Ao norte faz divisa com o monte Hermom, ao leste, l imita-se com o deserto da Síria e parte do deserto da Arábia, e ao sul com o vale do Iarmuque e ao oeste com o rio Jordão e o Mar da Galiléia. Este monte é referido no Salmo 68.15. 2.2. Monte de Gileade. Este é mais um conjunto montanhoso, que vai do sul do rio Iarmuque e se estende até o Mar Morto. Toda sua extensão era de 90 km de comprimento, por 30 km de largura. O rio Jaboque divide esta região montanhosa, de leste a oeste, em duas partes quase iguais; ficando ao norte a tribo de Gade e ao sul a tribo de Rúben. Nos tempos de Jesus, esta região era chamada de Peréia. O nome "Gileade" tem origem no encontro de Jacó com Labão (Gn 31.46-48), e logo após com o Anjo do Senhor (Gn 32). 2.3. Monte Nebo ou Pisga. Com 800 metros de altitude, este monte localiza-se a cerca de 15 km ao leste da foz do rio 54 Jordão e por trás da Planície de Moabe, perto do Mar Morto. Alguns palestinólogos entendem que o monte Pisga (Nm 21.20) é um acidente geográfico do monte Abarim, que compreendia toda a região montanhosa, onde se localizava também o pico do monte Nebo. Calvário. Pequena elevação fora dos muros de Jerusalém. Fica ao norte, perto da Porta de Damasco (Lc 23.33). Calvário vem do latim "calvária" - crânio. Em hebraico é Gólgota - crânio, caveira (Mt 27.33; Jo 19.17). No local acima, em 1885 o general inglês Charles George Gordon descobriu um túmulo, cujas pesquisas revelaram nunca ter sido o mesmo ocupado continuamente. Passou a ser tido como o de Cristo. 55 Questionário f Assinale com "X" as alternativas corretas 1. O termo "Topografia" significa, literalmente: a )D Grande porção de terreno plano b)[ZI Descrição de um lugar ou de uma região c )D Grande porção de terreno plano sobre montes ou serras d )D Conjunto de estados da atmosfera próprios de um lugar 2. O mais profundo vale de toda a face da terra, com 426 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo: a )Q Vale de Escol b ) 0 Vale do Jordão c )D Vale de Aijalom d ) 0 Vale de Hebrom 3. A Palestina é geralmente vista com dois planaltos: a ) 0 O Planalto Oriental e o Planalto de Ur b ) 0 O Planalto de Ur e o Planalto de Basã c )D O Planalto de Basã e o Planalto Central d ) 0 O Planalto Central e o Planalto Oriental f Marque "C" para Certo e "E" para Errado 4.P=] A palavra "planalto" significa uma grande porção de terreno plano 5 .C O Planalto Oriental está subdividido em três partes diferentes: Basã, Gileade e Moabe 56 Hidrografia1 O sistema hidrográfico da Palestina é talvez um dos mais pobres do mundo. Desde os tempos patriarcais vemos o quanto aquela terra tem sido castigada pela seca. Mesmo com toda engenharia desenvolvida no atual Estado Israelense a terra ainda sofre com as terríveis secas, com exceção da orla marítima, onde as chuvas são mais freqüentes. Apesar de todas estas deficiências, a Palestina é chamada na Bíblia de "terra que mana leite e mel" (Êx 33.3); "jardim regado" (Gn 13.10; Is 58.11); " terras das chuvas" (Dt 11.11); a " terra da abundância" (Dt 28.11). A hidrografia da Palestina pode ser dividida i:m três partes, a saber: Mares, Lagoas e Rios. Mares Mar Mediterrâneo. Banha a Europa Meridional, a Ásia Ocidental, a África Setentrional e toda a costa ocidental da Palestina. Liga três continentes, Ásia, Africa e Europa e era o único mar navegado nos I( mpos bíblicos. A palavra "Mediterrâneo", não aparece na lUblia nenhuma vez, esse mar é mencionado na híblia com o nome de Mar Grande (Js 1.4); Mar ocidental (Dt 11.24); Mar dos Filisteus (Êx 23.31). Apesar de todos estes nomes, o termo mais usado na llíblia para se referir a este mar é "O Mar". 1 A palavra H id rogra f i a é fo rmada por do is vo cábu lo s gregos l l l d ro" (água) e " g r a p h e i n ” ( des creve r) ; sendo ass im, H idrogra f ia é a c iênc ia que es tuda as r eg i õesaquát i cas . 57 Os gregos o chamavam de "Mar Grande", e os romanos de "Internum Maré” . Com uma extensão de 4.500 km, o Mediterrâneo é o maior dos mares internos. Neste mar estão as ilhas de Chipre (At 4.36; 11.19; 13.4; 15.39; 27.4), Creta (At 27.7,12 13,21; Tt 1.5) e Malta (At 28.1). Para os judeus, o Mediterrâneo constituía numa enorme defesa natural, em seu flanco ocidental, uma vez que na sua costa não havia nenhum porto exceto o da cidade de Jope. Mar Morto. Localiza-se no extremo sul do rio Jordão. Fica na foz do rio Jordão, entre as montanhas de Judá e as montanhas de Moabe, na região mais profunda do planeta. Não tem saída, mas produz uma imensa evaporação de aproximadamente oito milhões de toneladas de água por dia, o suficiente para controlar suas dimensões. No verão, a temperatura chega até 50°. Está situado entre Israel e a Jordânia, a uma distância de 24 km ao leste de Jerusalém. Tem cerca de 74 km de norte a sul e 16 km de leste a oeste, com um total de 930 km. O Mar Morto é profundíssimo, medindo cerca de 300 metros de profundidade. Seu ponto mais profundo tem 410 metros. Fica a quase 369 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo, o que faz o mais baixo lençol de água do mundo. Ao longo da história, esse mar tem sido conhecido por diversos nomes; em algumas passagens bíblicas ele é chamado de "Mar Salgado" (Gn 14.3; Nm 34.12), "Mar do Arabá" (Dt 3.17; 4.49), "Mar do Oriente" (Ez 47.18; Jl 2.20; Zc 14.8). O Mar Morto é um dos mais salgados do planeta, sua água contém 25% de salinidade. 58 Além do sal, existem em abundância nas águas desse mar outros elementos químicos como magnésio, cloro, potássio, cálcio, bromo e enxofre. ■*' Mar da Galiléia. O Mar da Galiléia que não é propriamente um mar, mas um grande lago de água doce, está localizado ao lado norte da Palestina e é formado exclusivamente pelo alargamento do rio Jordão, num I recho do seu curso. Com uma forma ovalada1, nos lembra uma pêra. Este mar está aproximadamente a 18km ao sul do lago de Meron, e 96 km ao norte de Jerusalém. I stá a 212 metros abaixo do nível do mar Mediterrâneo, medindo aproximadamente 18 km de • umprimento e cerca de 14 km de largura. As suas margens que dão para o oriente .íío montanhosas, enquanto o seu lado ocidental e 11a parte noroeste estendem-se planícies férteis com (Idades que foram muito importantes nos tempos bíblicos. Tem em média 45 metros de profundidade; ii sua parte mais rasa não chega menos de 4 metros (1(5 profundidade; e a sua parte mais funda não vai .ilém de 50 metros de profundidade. Fica situado em uma grande bacia, ( .lusada por uma grande falha geológica. Com águas ivermelhadas e turvas, deságua exausto sobre este Uiande lago de água doce o rio Jordão. Apesar disso, | t suas águas são relativamente limpas. Além do rio Jordão, ele recebe muitas Imites em suas margens. Entretanto, suas praias localizadas ao norte e ao leste são barrentas e i nchosas. O Mar da Galiléia nos tempos bíblicos í ipirece com vários nomes, a saber: 1 I o rnado oval. 59 ✓ Quinerete (Dt 3.17; Js 13.27; 19.35; Nm 34.11). Esse vocábulo vem de "Kinnor", que significa "cítara", pelo fato de parecer com este instrumento musical, que é ovalado, em forma de uma pêra. s Lago de Genesaré (Lc 5.1; Mc 6.53). Ganhou esse nome, pelo fato de estar localizado em uma planície no seu ângulo noroeste chamada "Genesaré". Este nome significa "Jardim do príncipe". s Tiberíades (Jo 6.1,23; 21.1) recebeu esse nome, por causa da cidade de Tiberíades, construída pelo rei Herodes Antipas, em homenagem ao imperador Tibério César. s Mar da Galiléia (Mt 4.18). Esse nome lhe foi dado pelo fato de estar localizado em uma divisão política do Império Romano na Palestina, chamada de "Galiléia". Lagos O único lago existente em todo o território palestínico é o Lago de Merom; mencionado apenas duas vezes no livro de Josué (Js 11.5,7) com o nome de "águas de Merom". O seu nome atual é "Lago de Hulé" (nome árabe). Esse lago mede cerca de 8 km de comprimento por 6 km de largura, tendo 3 a 4 metros de profundidade, está a 2 metros acima do nível do Mar Mediterrâneo e a 280 metros acima do Mar da Galiléia, lugar aonde iam as águas que por ele passava. O seu nome significa literalmente "superior", talvez pela sua posição geográfica, ao compará-lo com o Mar da Galiléia e o Mar Morto. 60 As suas águas eram doces e produziam muitos peixes. A sua parte norte era inóspita1, e icpleta de mosquito transmissor da malária. Antigamente, nas margens desse lago vicejava2 o papiro. Esse lago não existe mais, porque foi totalmente drenado pela engenharia de Israel, ioduzindo-o a uns pequenos açudes. Rios Todos os cursos de água da Palestina (com exceção do Jordão) são de pouca expressão. A palavra "Rio" no hebraico aparece em diversas lormas: s "W a d i " , Trata-se de uma ravina3, ou de um leito seco onde só correm águas em seu leito no período do inverno ou de chuvas. S "N ãh ã r " , é o vocábulo normalmente usado para designar um rio comum. Os rios da Palestina são divididos em duas hiicias hidrográficas: Bacia do Mediterrâneo e Bacia tio Jordão, l. Bacia do Mediterrâneo. 1.1. Belus. Esse não é propriamente dito um rio de .'i()uas perene, mas tão somente um "Wadi", que fica •,eco por quase dois terços do ano. Tradicionalmente irm sido identificado com o rio Sior-Libnate mencionado em Josué 19.26. Apesar de não ser identificado a localidade deste rio, muitos autores dizem que ele deveria estar ao sul da tribo de Aser, onde corria um riacho. 1 I [Ti que não se pode v iver. Ilrotar, p roduz i r , lançar . 1 I scavação provocada pela enxur rada; bar ranco . 61 O nome "Belus" foi dado pelos gregos. Os judeus e os árabes o chamam hoje de "Nannã". 1.2. Quisom ou Kschon. Trata-se de um rio profundo e de águas rápidas, em certos meses do ano quase não pode ser atravessado. Este é o maior rio da Bacia do Mediterrâneo, e o segundo de toda a Palestina, perdendo somente para o Jordão. Esse rio nasce nas pequenas correntes dos montes Gilboa e Tabor, e vai recebendo águas de outras pequenas vertentes; correndo na direção noroeste do monte Carmelo, ele passa pela planície de Esdraelon; e em fim, deságua no Mar Mediterrâneo, na parte sul da baía de Acre. Sem muita certeza, alguns autores dizem que o seu nome significa "turvo e tortuoso". Em Juizes 5.19 esse rio é chamado de "águas de Megido". Em virtude do grande episódio que envolveu o profeta Elias e os profetas de Baal ( lR s 18.40), é atualmente chamado de "Nah el Mukatta" que significa "rio da matança". 1.3. Caná (Js 16.8; 17.9). Trata-se de um "Wadi" e não de um rio de águas perenes. Nascendo em Samaria, esse rio se estende pela planície de Saron irrigando suas terras em direção ao mar Mediterrâneo onde termina o seu curso. Tem esse nome, em virtude do seu leito correr nas proximidades da cidade de "Caná de Efraim". 1.4. Gaás (2Sm 23.30; lC r 11.32). Aqui temos um outro " Wadi”, que atravessa o território de Saron na direção leste- oeste terminando no Mar Mediterrâneo, nas proximidades da antiga cidade de Jope. 62 1.5. Soreque (Jz 16.4). O nome "Soreque" significa "vinha seleta". Este também não é um rio perene, porém, um "Wadi". A palavra Soreque, indicava tanto um ribeiro quanto um vale, entre Asquelom e Gaza, não muito longe da cidade de Zorá. Este rio nasce nas montanhas de Judá, ao sudoeste da cidade de Jerusalém, e anda em direção noroeste f indando o seu trecho no Mar Mediterrâneo entre Jope e Ascalom, na região setentrional da l ilistia. 1.6. Besor (ISm 30.9,21). A palavra "Besor" no hebraico significa "Refrigério". Este é o maior "Wadi" da Palestina, localiza-se nas vizinhanças de Ziclague, na região sul de Judá. Nasce no sul das montanhas de Judá, iiassa pelo lado sul de Berseba e precipita-se no Mar Mediterrâneo cerca de 8km ao sul da cidade de Gaza. 2. Bacia do Jordão. Compreende-se como Bacia do Jordão,
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