Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 Roteiro de Estudos Naysa Gabrielly Alves de Andrade – M1 3º período 1. O PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) NO BRASIL, 2011-2022, DEFINE E PRIORIZA AS AÇÕES E OS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA PREPARAR O PAÍS PARA ENFRENTAR E DETER AS DCNT NOS PRÓXIMOS DEZ ANOS. EXPLIQUE O CONTEXTO DAS DCNT NO BRASIL E AS POLÍTICAS DE DCNT NO BRASIL EM DESTAQUE. DCNT NO BRASIL: - As doenças crônicas não transmissíveis constituem o problema de saúde de maior magnitude e correspondem a 72% das causas de mortes - As DCNT atingem principalmente camadas pobres da população e grupos vulneráveis - Em 2010, a taxa de mortalidade por DCNT no Brasil foi de 540 óbitos por 100 mil hab. - Na última década, observou-se uma redução de 20% na taxa de mortalidade, principalmente em relação às doenças do aparelho circulatório e respiratórias crônicas - A redução das DCNT pode ser atribuída à expansão da Atenção Básica, melhoria da assistência e redução do tabagismo nas últimas duas décadas, que passou de 34,8% (1989) para 15,1% (2010) - Fatores de risco no Brasil: Os níveis de atividade física no lazer na população adulta são baixos Apenas 18,2% da população adulta consomem 5 porções de frutas e hortaliças em 5 ou mais dias por semana, 34% consomem alimentos com elevado teor de gordura e 28% consomem refrigerantes 5 ou mais dias por semana, o que contribui para o aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade POLÍTICAS DE DCNT NO BRASIL EM DESTAQUE: ORGANIZAÇÃO DA VIGILÂNCIA DE DCNT: 2003 realizado o primeiro inquérito domiciliar sobre comportamento de risco e morbidade referida de agravos não transmissíveis, que constituiu a linha de base do país no monitoramento dos principais fatores de risco 2006 implantado o VIGITEL, inquérito por telefone que investiga a frequência de fatores de risco e proteção para doenças crônicas e morbidade referida em adultos residentes em domicílios com linha fixa de telefone nas capitais do Brasil 2008 a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) incluiu, como parte da iniciativa do Global Adult Tabacco Survey (GATS), informações sobre morbidade e alguns fatores de risco e, ainda, a Pesquisa Especial de Tabagismo (PETab) NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 2009 realizada a I Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), inquérito com cerca de 63 mil alunos do 9º ano das escolas públicas e privadas das capitais do Brasil e do Distrito Federal, feito em parceria entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os Ministério da Saúde e da Educação, que acontecerá a cada 3 anos - Outras atividades neste processo são as capacitações das equipes de saúde de estados e municípios, com o estabelecimento de atividades e estratégias de prevenção, promoção e assistência e com a definição de indicadores para monitoramento e de metodologias apropriadas às realidades regionais e locais POLÍTICA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA SAÚDE: - Aprovada em 2006 - Prioriza ações de alimentação saudável, atividade física, prevenção ao uso do tabaco e álcool, inclusive com transferência de recursos a estados e municípios para a implantação dessas ações de uma forma intersetorial e integrada ATIVIDADE FÍSICA: - O Ministério da Saúde lançou, em 7 de abril de 2011, o programa Academia da Saúde, com o objetivo de promoção da saúde por meio de atividade física, com meta de expansão a 4 mil academias até 2014 - Desde 2006, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde apoia e financia programas de atividade física - Somente em 2011, há mais de mil projetos em andamento em todo o país TABACO: - O sucesso da política antitabaco é um ponto de grande relevância que reflete no declínio da prevalência das DCNT - Destacam-se as ações regulatórias, como a proibição da propaganda de cigarros, as advertências sobre o risco de problemas nos maços do produto, a adesão à Convenção-Quadro do Controle do Tabaco em 2006, entre outras - Em 2011, foram realizadas consultas públicas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ampliar as advertências nos maços, o maior controle da propaganda nos pontos de venda e a proibição de aditivos de sabor nos cigarros ALIMENTAÇÃO: - O incentivo ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável tem sido uma importante iniciativa do MS, ao lado de mensagens claras, como o Guia Alimentar para a População Brasileira, e parcerias, como a do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) no programa Bolsa Família - O Brasil também se destaca na regulamentação da rotulagem dos alimentos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 - Foram realizados acordos com a indústria para a redução do teor das gorduras trans e, recentemente, novos acordos voluntários de metas de redução de sal em 10% ao ano em alimentos industrializados EXPANSÃO DA ATENÇÃO BÁSICA: - A Atenção Básica em Saúde cobre cerca de 60% da população brasileira. As equipes atuam em território definido, com população adstrita, realizando ações de promoção, vigilância em saúde, prevenção, assistência, além de acompanhamento longitudinal dos usuários, o que é fundamental na melhoria da resposta ao tratamento dos usuários com DCNT - Foram publicados os Cadernos da Atenção Básica e guias para o controle de hipertensão arterial, diabetes, obesidade, doenças do aparelho circulatório, entre outros DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE MEDICAMENTOS PARA HIPERTENSÃO E DIABETES: - Expansão da atenção farmacêutica e da distribuição gratuita de 11 medicamentos para hipertensão e diabetes - Em março de 2011, o programa Farmácia Popular passou a ofertar medicamentos gratuitos para hipertensão e diabetes em mais de 17.500 farmácias privadas credenciadas. Essa medida ampliou o acesso e foram atendidos, até julho de 2011, 2,1 milhões de hipertensos e 788 mil diabéticos, representando um aumento de 194%, comparado com janeiro do mesmo ano AMPLIAÇÃO DE EXAMES PREVENTIVOS PARA OS CÂNCERES DE MAMA E DO COLO DO ÚTERO: - Houve aumento na cobertura de exame preventivo de câncer de mama (mamografia) nos últimos dois anos de 46,1% (2003) para 54,2% (2008) em mulheres com idade entre 50 e 69 anos e aumento na cobertura de exame preventivo para câncer do colo do útero nos últimos três anos de 73,1% (2003) para 78,4% (2008) entre mulheres com idade entre 25 e 64 anos, segundo a PNAD 2008 (IBGE, 2010) - Ainda persistem desigualdades em relação à escolaridade e região, que precisam ser superadas, pois mulheres com maior escolaridade ainda representam as maiores taxas de realização de mamografia 2. O BRASIL ESTÁ MUDANDO MUITO RAPIDAMENTE A SUA ESTRUTURA ETÁRIA, PASSANDO POR UM PROCESSO DE TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA. COMENTE CORRELACIONANDO OS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS COM A MORTALIDADE POR DCNT. - De todas as mortes ocorridas no Brasil em 2007, 58% foram atribuídas às quatro DCNT priorizadas no Plano de Ação 2008-2013 da OMS (doenças do aparelho circulatório, doenças respiratórias crônicas, diabetes e câncer) - Embora a avaliação da mortalidade bruta por DCNT indique um aumento de 5% de 1996 para 2007, de 442 para 463 mortes por 100 mil habitantes, quando essas taxas são padronizadas por idade para a população-padrão da OMS e corrigidas para sub-registro com redistribuição das causas mal definidas de morte, a comparação ao longo do tempo mostra que a mortalidade por DCNT diminuiu em 20% de 1996 para 2007. Nesse período, a redução foi de 31% para as NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 doenças do aparelho circulatório e de 38% para as respiratórias crônicas (28% doença pulmonar obstrutiva crônica e 34% asma); para o diabetes verificou-se aumento de 2% e, para outras doenças crônicas, diminuição de 2% - Diferenças regionais também foram verificadas: As regiões mais pobres do Brasil,Norte e Nordeste, apresentaram menor declínio na mortalidade por DCNT de 1996 para 2007, permanecendo com as maiores taxas do Brasil Verificou-se também aumento na mortalidade por diabetes e outras doenças crônicas nessas regiões - O diabetes como causa básica de morte aumentou 11% entre 1996 e 2000 e, em seguida, diminuiu 8% em 2007, resultando em aumento de aproximadamente 2% no período. Mas, quando analisado o diabetes como causa associada de morte, observou-se um aumento de 8% no período entre 2000 e 2007 - Além das taxas crescentes de mortalidade, o diabetes preocupa pelo aumento na sua prevalência estimada em inquéritos e pelo número de atendimentos ambulatoriais e hospitalares provocados pela doença e suas complicações. - Outra doença que merece atenção devido a mudanças nas taxas de mortalidade é o câncer Análise de tendência da mortalidade entre 1980 e 2006 indica que, entre homens, as taxas ajustadas por idade segundo a população-padrão mundial por câncer de pulmão, próstata e colorretal estão aumentando. Por outro lado, as de câncer de estômago estão diminuindo e as de câncer de esôfago se mantem estáveis Nas mulheres, as taxas de mortalidade por câncer de mama, pulmão e colorretal aumentaram nesse mesmo período, enquanto as de câncer do colo do útero e do estômago diminuíra Deve-se ressaltar que a tendência do câncer de pulmão em homens em idades mais jovens até 59 anos é declinante, ao passo que, para homens e mulheres com 60 anos e mais, a tendência é de aumento, o que já pode ser reflexo da diminuição do tabagismo em homens a partir das últimas décadas Deve-se ressaltar que a queda da mortalidade por câncer do colo do útero ocorreu principalmente nas capitais brasileiras e nas regiões mais desenvolvidas, em função da ampliação do acesso e da melhoria de qualidade do exame citopatológico do colo do útero. Porém, a incidência de câncer do colo do útero no Brasil ainda continua uma das mais altas do mundo Já em relação ao câncer de mama, embora se observe recente aumento nas coberturas autorrelatadas de mamografias (IBGE, 2010a), as taxas de mortalidade são mais elevadas nas regiões Sudeste e Sul, mas mostram ascensão em todas as capitais e demais municípios do país NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 3. A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) DIVULGOU, RECENTEMENTE, AS INTERVENÇÕES CONSIDERADAS MAIS CUSTO-EFETIVAS, SENDO ALGUMAS DELAS AINDA CONSIDERADAS AS “MELHORES APOSTAS” (AÇÕES QUE DEVEM SER EXECUTADAS IMEDIATAMENTE PARA QUE PRODUZAM RESULTADOS ACELERADOS EM TERMOS DE VIDAS SALVAS, DOENÇAS PREVENIDAS E CUSTOS ALTOS EVITADOS). CITE CADA UMA E COMENTE DENTRE OUTRAS INTERVENÇÕES PROPOSTAS. - As intervenções populacionais consideradas as melhores apostas pela OMS são: Aumentar impostos e preços sobre os produtos do tabaco Proteger as pessoas da fumaça do cigarro e proibir que se fume em lugares públicos Advertir sobre os perigos do consumo de tabaco Fazer cumprir a proibição da propaganda, do patrocínio e da promoção de tabaco Restringir a venda de álcool no varejo Reduzir a ingestão de sal e do conteúdo de sal nos alimentos Substituir gorduras trans em alimentos por gorduras poli-insaturadas Promover o esclarecimento do público sobre alimentação e atividade física, inclusive pela mídia de massa - Além das melhores apostas existem muitas outras intervenções de base populacional custo- efetivas e de baixo custo que podem reduzir o risco para DCNT: Tratamento da dependência da nicotina Promoção da amamentação adequada e alimentação complementar Aplicação das leis do álcool e direção Restrições sobre o marketing de alimentos e bebidas com muito sal, gorduras e açúcar, especialmente para crianças Impostos sobre alimentos e subsídios para alimentação saudável 4. ALÉM DAS AÇÕES POPULACIONAIS, SÃO CONSIDERADAS EFETIVAS AS INTERVENÇÕES PARA INDIVÍDUOS PORTADORES DE DCNT OU QUE ESTÃO EM GRANDE RISCO DE DESENVOLVER ESSAS DOENÇAS. ARGUMENTE SOBRE AÇÕES VOLTADAS PARA: DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO, CÂNCER, DIABETES, DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÔNICA E OUTRAS DCNT. DOENÇAS DO APARELHO CIRCULATÓRIO: - Constituem a principal causa de morbimortalidade no Brasil e no mundo, destacando-se os acidentes vasculares encefálicos, as doenças coronarianas e a hipertensão arterial sistêmica - O Plano de Enfrentamento das DCNT apresenta diversas ações que visam à promoção da saúde, à prevenção e ao controle dessas doenças - A hipertensão arterial sistêmica apresenta alta prevalência no Brasil e no mundo, e o seu custo social é extremamente elevado. O manejo adequado da hipertensão arterial, de caráter prioritário, requer ações articuladas nos 3 eixos em que está desenhado o presente Plano: A vigilância da hipertensão, das comorbidades e de seus determinantes NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 A integralidade do cuidado A promoção da saúde - O investimento em educação e a mobilização social potencializam e qualificam o autocuidado e a construção de hábitos saudáveis CÂNCER: - Existem intervenções custo-efetivas em todas as abordagens de prevenção e controle de câncer: prevenção primária, detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos - O diagnóstico precoce, estimulado por políticas de alerta para os primeiros sinais e sintomas, pode resultar em melhora da sobrevida, para os cânceres de mama, do colo do útero, de pele, de cavidade oral, colorretal, entre outros, especialmente em regiões onde a detecção do câncer costuma ser tardia - Alguns protocolos de tratamento para várias formas de câncer utilizam medicamentos genéricos, o que reduz muito o custo - No Brasil, considera-se necessária a disponibilização ampla da detecção rápida de casos sugestivos de câncer potencialmente curáveis, acompanhada de diagnóstico e tratamento, bem como um treinamento das equipes de atenção básica para fornecer cuidados paliativos a portadores em estágios terminais da doença - Com relação à detecção precoce, destaca-se a política de rastreamento do câncer de colo do útero com base no exame de Papanicolau, que ampliou a oferta desse exame a partir de 1998 na rede de serviços do SUS, e a recomendação do Ministério da Saúde, desde 2004, de realização do rastreamento de câncer de mama, baseada em exame clínico anual após os 40 anos de idade e em mamografia, a cada dois anos, entre os 50 e 69 anos de idade - Houve aumento da cobertura do preventivo ginecológico nos últimos três anos, o qual, avaliado a partir de dados referidos em inquéritos nacionais (PNAD), passou de 73,1%% em 2003 para 78,4% em 2008 na faixa etária preconizada - A cobertura informada de mamografia nos últimos dois anos aumentou de 46,1% em 2003 para 54,2% em 2008 (IBGE, 2003; 2010a) - Porém, ainda são grandes as desigualdades de acesso nas diversas regiões do país. Torna-se, assim, fundamental garantir que as mulheres de áreas de maior risco e residentes em áreas mais carentes socioeconomicamente tenham acesso a esses exames e que se assegure o seguimento das mulheres detectadas com exames alterados DIABETES: - O controle da glicemia, da pressão arterial e os cuidados com os pés são intervenções plausíveis e custoefetivas para as pessoas com diabetes - De acordo com a OMS, ao menos três intervenções para a prevenção e gestão do diabetes demonstram reduzir custos e melhoram a saúde - O Plano Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão e ao Diabetes Mellitus, programa de rastreamento realizado em 2001 no Brasil, levou à detecção e à incorporação ao sistema de saúde de aproximadamente 320 mil pessoas com diabetes. Como resultado, o NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 diagnóstico e o tratamento do diabetes foram aperfeiçoados na Atenção Básica, por meio da implantação de normas orientando o cuidado ao portador de diabetes. Além disso, os medicamentos básicos paracontrole de hipertensão e diabetes são disponibilizados gratuitamente por meio do programa Farmácia Popular DOENÇA RESPIRATÓRIA CRÔNICA: - O maior sucesso na prevenção de doença respiratória crônica é o controle do tabagismo, que inclui restrição de propaganda, advertências com fotos ilustrativas nos maços de cigarros, programa gratuito de apoio à cessação do tabagismo e legislação para ambientes livres de cigarro - Outros avanços, como a elevação do preço dos cigarros, são necessários - No que concerne à assistência farmacêutica, esteroides inalatórios e outros medicamentos para o tratamento das doenças respiratórias crônicas constam da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename), como salbutamol, ipratrópio, prednisolona, prednisona, entre outros, além de antibióticos, para o caso de infecção associada, que estão incluídos no componente básico da assistência farmacêutica, sendo disponibilizados nas unidades básicas de saúde do SUS. A aquisição desses medicamentos é realizada pelos municípios mediante repasse financeiro, de acordo com a Portaria nº 4.217, de 28 de dezembro de 2010 (Ministério da Saúde, 2010) - Entre as principais doenças respiratórias crônicas, pode-se destacar a asma e as doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), que incluem bronquite crônica, bronquiolite obstrutiva e enfisema pulmonar A asma atinge todas as faixas etárias, etnias e classes sociais. Aproximadamente 20% de crianças e adultos têm sintomas de asma no Brasil. Entre 1998 e 2006, foram registrados, em média, 2.640 óbitos por ano, embora existam opções de tratamento muito eficazes e seguras, que podem prevenir as mortes. Observa-se uma tendência de queda nas taxas de hospitalizações por asma na última década, provavelmente relacionada à ampliação do acesso a tratamento com corticosteroides inalados As DPOC constituem a 4ª causa de internação em pessoas com idade superior a 40 anos. De acordo com o estudo PLATINO, realizado em 2003 em cinco centros da América Latina, incluindo o Brasil, a prevalência de DPOC em adultos com idade superior a 40 anos foi 15,8% em São Paulo OUTRAS DCNT: - Doença renal crônica, doenças reumáticas, doenças mentais são importantes causas de morbimortalidade no país e no mundo - As doenças mentais e reumáticas têm outros fatores de risco na sua determinação, por isso, não estão inseridas neste primeiro esforço global para o enfrentamento das DCNT - Quanto às doenças renais crônicas, elas serão amplamente beneficiadas no manejo da hipertensão arterial, do diabetes, bem como com a redução do consumo de sal - É importante destacar que a melhora do sistema de saúde, com ênfase na qualidade da Atenção Básica em Saúde com investimentos na educação continuada de recursos humanos, na NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 atenção farmacêutica e em outras áreas estratégicas, resultará em melhora do manejo para o conjunto das DCNT. 5. EM 2011, EM SINTONIA COM OS ESFORÇOS GLOBAIS, O MS PREPAROU ESTE PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS (DCNT) NO BRASIL, 2011-2022, QUE INTEGRA AÇÕES DO SETOR SAÚDE E OUTROS SETORES. DESCREVA SOBRE SUAS DIRETRIZES, ESTRATÉGIAS E AÇÕES PARA O ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL. - O plano fundamenta-se no delineamento de diretrizes e ações em: VIGILÂNCIA, INFORMAÇÃO, AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO: - Os três componentes essenciais da vigilância de DCNT são: a) monitoramento dos fatores de risco; b) monitoramento da morbidade e mortalidade específica das doenças; c) respostas dos sistemas de saúde, que também incluem gestão, políticas, planos, infraestrutura, recursos humanos e acesso a serviços de saúde essenciais, inclusive a medicamentos PRINCIPAIS AÇÕES: I. Realizar Pesquisa Nacional de Saúde – 2013 (em parceria com o IBGE): Pesquisar sobre temas como acesso aos serviços e sua utilização; morbidade; fatores de risco e proteção de doenças crônicas; saúde dos idosos, das mulheres e das crianças, bem como fazer medições antropométricas e de pressão arterial e coleta de material biológico II. Estudos sobre DCNT: Fazer análises de morbimortalidade e inquéritos com foco em desigualdades em saúde (populações vulneráveis como indígenas e quilombolas), intervenções em saúde e custos de DCNT III. Portal para o Plano de DCNT: Criar um portal na internet para monitorar e avaliar a implantação do Plano Nacional de Enfrentamento das DCNT, bem como desenvolver um sistema de gestão de DCNT ESTRATÉGIAS: 1. Realizar pesquisas/inquéritos populacionais sobre incidência, prevalência, morbimortalidade e fatores de risco e proteção para DCNT 2. Fortalecer os sistemas de informação em saúde e produzir análise de situação de saúde de DCNT e seus fatores de risco 3. Consolidar um sistema nacional padronizado e integrado de informações sobre incidência, sobrevida e mortalidade por câncer 4. Fortalecer a vigilância de DCNT em estados e municípios 5. Monitorar e avaliar as intervenções em DCNT e seus custos 6. Monitorar e avaliar a implantação do Plano Nacional de Enfrentamento das DCNT 7. Monitorar a equidade social relativa aos fatores de risco, prevalência, mortalidade e acesso ao cuidado integral das DCNT NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 PROMOÇÃO DA SAÚDE: - Compreendendo a importância das parcerias para superar os fatores determinantes do processo saúde-doença, foram definidas diferentes ações envolvendo diversos ministérios (Educação, Cidades, Esporte, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social, Meio Ambiente, Agricultura/Embrapa, Trabalho e Planejamento), a Secretaria Especial de Direitos Humanos, a Secretaria de Segurança Pública, órgãos de trânsito e outros, além de organizações não governamentais, empresas e sociedade civil, com o objetivo de viabilizar as intervenções que impactem positivamente na redução dessas doenças e seus fatores de risco, em especial para as populações em situação de vulnerabilidade PRINCIPAIS AÇÕES: ATIVIDADE FÍSICA: I. Programa Academia da Saúde: Construção de espaços saudáveis que promovam ações de promoção da saúde e estimulem a atividade física/práticas corporais, o lazer e modos de vida saudáveis em articulação com a Atenção Básica em Saúde. II. Programa Saúde na Escola: Universalização do acesso ao incentivo material e financeiro do PSE a todos os municípios brasileiros, com o compromisso de ações no âmbito da avaliação nutricional, avaliação antropométrica, detecção precoce de hipertensão arterial, sistêmica, promoção de atividades físicas e corporais, promoção da alimentação saudável e de segurança alimentar no ambiente escolar III. Praças do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): Fortalecimento do componente da construção de praças do PAC 2, no Eixo Comunidade Cidadã, como um equipamento que integra atividades e serviços culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e de inclusão digital, oferecendo cobertura a todas as faixas etárias. IV. Reformulação de espaços urbanos saudáveis: Criação do Programa Nacional de Calçadas Saudáveis e construção e reativação de ciclovias, parques, praças e pistas de caminhadas V. Campanhas de comunicação: Criação de campanhas que incentivem a prática de atividade física e hábitos saudáveis, articulando com grandes eventos, como a Copa do Mundo de Futebol (2014) e as Olimpíadas (2016) ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: I. Escolas: Promoção de ações de alimentação saudável no Programa Nacional de Alimentação Escolar II. Aumento da oferta de alimentos saudáveis: Estabelecimento de parcerias e acordos com a sociedade civil (agricultores familiares, pequenas associações e outros) para o aumento da produção e da oferta de alimentos in natura, tendo em vista o acesso à alimentação adequadae saudável. Apoio a iniciativas intersetoriais para o aumento da oferta de alimentos básicos e minimamente processados, no contexto da produção, do abastecimento e do consumo III. Regulação da composição nutricional de alimentos processados: Estabelecimento de acordo com o setor produtivo e parceria com a sociedade civil, com vistas à prevenção de DCNT e à promoção da saúde, para a redução do sal e do açúcar nos alimentos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 10 IV. Redução dos preços dos alimentos saudáveis: Proposição e fomento à adoção de medidas fiscais, tais como redução de impostos, taxas e subsídios, objetivando reduzir os preços dos alimentos saudáveis (frutas, hortaliças), a fim de estimular o seu consumo V. Plano Intersetorial de Controle e Prevenção da Obesidade: Implantação do Plano visando à redução da obesidade na infância e na adolescência e à detenção do crescimento da obesidade em adultos VI. Regulamentação da publicidade de alimentos: Estabelecimento de regulamentação específica para a publicidade de alimentos, principalmente para crianças TABAGISMO E ÁLCOOL: I. Adequação da legislação nacional que regula o ato de fumar em recintos coletivos II. Ampliação das ações de prevenção e de cessação do tabagismo, com atenção especial aos grupos mais vulneráveis (jovens, mulheres, população de menor renda e escolaridade, indígenas, quilombolas) III. Fortalecimento da implementação da política de preços e de aumento de impostos dos produtos derivados do tabaco e álcool, com o objetivo de reduzir o consumo, conforme preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) IV. Apoio à intensificação de ações fiscalizatórias em relação à venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos V. Fortalecimento, no Programa Saúde na Escola (PSE), das ações educativas voltadas à prevenção e à redução do uso de álcool e do tabaco VI. Apoio a iniciativas locais de legislação específica em relação ao controle de pontos de venda de álcool e horário noturno de fechamento de bares e outros pontos correlatos de comércio ENVELHECIMENTO ATIVO: I. Implantação de um modelo de atenção integral ao envelhecimento ativo, favorecendo ações de promoção da saúde, prevenção e atenção integral II. Promoção do envelhecimento ativo e ações de saúde suplementar III. Incentivo aos idosos para a prática da atividade física regular no programa Academia da Saúde IV. Capacitação das equipes de profissionais da Atenção Básica em Saúde para o atendimento, acolhimento e cuidado da pessoa idosa e de pessoas com condições crônicas V. Incentivar a ampliação da autonomia e independência para o autocuidado e o uso racional de medicamentos VI. Criar programas para formação do cuidador de pessoa idosa e de pessoa com condições crônicas na comunidade ESTRATÉGIAS: 1. Garantir o comprometimento dos Ministérios e das Secretarias relacionados às ações de promoção da saúde e prevenção de DCNT 2. Realizar ações de advocacy para a promoção da saúde e para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis 3. Estabelecer acordo com setor produtivo e parceria com a sociedade civil para a prevenção de DCNT e a promoção da saúde, respeitando o artigo 5.3 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Decreto nº 5.658/2006) e suas diretrizes NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 11 4. Criar estratégia de comunicação com o tema de promoção da saúde, prevenção de DCNT e seus fatores de risco e promoção de modos de vida saudáveis 5. Implantar ações de promoção de práticas corporais/atividade física e modos de vida saudáveis para a população, em parceria com o Ministério do Esporte (Programa Academia da Saúde, Vida Saudável e outros) 6. Estimular a construção de espaços urbanos ambientalmente sustentáveis e saudáveis 7. Ampliar e fortalecer as ações de alimentação saudável 8. Promover ações de regulamentação para promoção da saúde 9. Avançar nas ações de implementação e internalização das medidas legais da Convenção- Quadro para o Controle do Tabaco 10. Articular ações para prevenção e para o controle da obesidade 11. Fortalecer ações de promoção da saúde e de prevenção do uso prejudicial do álcool 12. Implantar um modelo de atenção integral ao envelhecimento ativo CUIDADO INTEGRAL: - Serão realizadas ações visando ao fortalecimento da capacidade de resposta do Sistema Único de Saúde e à ampliação de um conjunto de intervenções diversificadas capazes de uma abordagem integral da saúde com vistas à prevenção e ao controle das DCNT PRINCIPAIS AÇÕES: I. Linha de cuidado de DCNT: Definir e implementar protocolos e diretrizes clínicas das DCNT com base em evidências de custo-efetividade, vinculando os portadores ao cuidador e à equipe da Atenção Básica, garantindo a referência e contrarreferência para a rede de especialidades e hospitalar, favorecendo a continuidade do cuidado e a integralidade na atenção. Desenvolver sistema de informação de gerenciamento de DCNT II. Capacitação e telemedicina: Capacitação das equipes da Atenção Básica em Saúde, expandindo recursos de telemedicina, segunda opinião e cursos a distância, qualificando a resposta às DCNT III. Medicamentos gratuitos: Ampliação do acesso gratuito aos medicamentos e insumos estratégicos previstos nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas das DCNT e tabagismo IV. Câncer do colo do útero e de mama: Fortalecer as ações de prevenção e qualificação do diagnóstico precoce e tratamento dos cânceres do colo de útero e de mama; garantir acesso ao exame preventivo e à mamografia de rastreamento de qualidade a todas as mulheres nas faixas etárias e periodicidade preconizadas, independentemente de renda, raça/cor, reduzindo desigualdades; garantir tratamento adequado às mulheres com diagnóstico de lesões precursoras; garantir avaliação diagnóstica dos casos de mamografia com resultado anormal; e garantir tratamento adequado aos casos de mulheres com diagnóstico confirmado de câncer de mama ou diagnóstico de lesões benignas V. Saúde Toda Hora: a. Atenção às Urgências: Fortalecimento do cuidado ao portador de DCNT na rede de urgência, integrado entre unidades de promoção, prevenção e atendimento à saúde, com o objetivo de ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência nos serviços de saúde de forma ágil e oportuna b. Atenção Domiciliar: Ampliação do atendimento a pessoas com dificuldades de locomoção ou que precisem de cuidados regulares, mas não de hospitalização, por meio de um conjunto de ações de Promoção à Saúde, prevenção e tratamento de doenças e NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 12 reabilitação prestadas em domicílio com garantia de continuidade de cuidados e integradas às Redes de Atenção à Saúde c. Linha do Cuidado do Enfarto Agudo do Miocárdio (IAM) e Acidente Vascular Encefálico (AVE) na Rede de Atenção às Urgências: Qualificação e integração de todas as unidades de saúde da Rede de Atenção às Urgências para permitir que os pacientes com IAM e AVE sejam atendidos, diagnosticados e tratados rapidamente, com acesso às terapias estabelecidas nos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, garantindo ao usuário o acesso e o tratamento adequados em tempo hábil. ESTRATÉGIAS: 1. Definir linha de cuidado ao portador de DCNT, garantindo projeto terapêutico adequado, vinculação entre cuidador e equipe, assim como a integralidade e a continuidade no acompanhamento 2. Fortalecer o complexo produtivo da saúde para o enfrentamento das DCNT 3. Fortalecer a rede de prevenção, diagnóstico e tratamento dos cânceres do colo de útero e de mama 4. Ampliar, fortalecer e qualificar a assistência oncológica no SUS 5. Desenvolver e implementar estratégias para formação profissional e técnica na qualificação das equipes de saúde para abordagem de DCNT 6. Fortalecer a área de educação em saúde para DCNT 7. Fortalecer e qualificar a gestão darede de serviços, visando a qualificar os fluxos e as respostas aos portadores de DCNT 8. Fortalecer o cuidado ao portador de doenças do aparelho circulatório na rede de urgência 6. CITE A CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL PARA ADULTOS MAIORES DE 18 ANOS. E QUAIS MODIFICAÇÕES DE ESTILO DE VIDA PARA MANEJO DA HAS? - As principais orientações de modificações no estilo de vida que comprovadamente reduzem a PA e minimizam o risco de cardiovascular são: Atividade física Abandono do tabagismo Diminuição do peso quando elevado Dieta balanceada (hipossódica, rica em frutas e verduras) Classficação PAS (mmHg) PAD (mmHg) Normal ≥120 ≥80 Pré-hipertenso 121-139 81-89 Hipertensão estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão estágio 3 ≥180 ≥110 NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 13 - Esse tipo de terapêutica é recomendado para os idosos, sendo benéfica a redução moderada de sal na dieta (até 2,0g de sódio/dia) 7. A CONSULTA DE AVALIAÇÃO INICIAL DE PESSOAS COM DIAGNÓSTICO DE HAS DEVERÁ SER REALIZADA PELO MÉDICO DA UBS. O OBJETIVO INCLUI IDENTIFICAR OUTROS FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CARDIOVASCULAR (DCV), AVALIAR A PRESENÇA DE LESÕES EM ÓRGÃOS-ALVO (LOA) E CONSIDERAR A HIPÓTESE DE HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA OU OUTRA SITUAÇÃO CLÍNICA PARA ENCAMINHAMENTO À CONSULTA EM OUTRO NÍVEL DE ATENÇÃO. CITE OS ASPECTOS RELEVANTES DA HISTÓRIA CLÍNICA, EXAME FÍSICO E AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA PESSOA COM HAS HISTÓRIA CLÍNICA: - Deve-se obter história clínica completa, com perguntas sobre o tempo de diagnóstico, evolução e tratamento prévio - As informações sobre a história familiar são fundamentais para aumentar a certeza do diagnóstico de HA primária - O paciente deve ser interrogado sobre FR específicos para DCV, comorbidades, aspectos socioeconômicos e estilo de vida, além do uso prévio e atual de medicamentos ou outras substâncias que possam interferir na medicação da PA ou no tratamento da HA - Devem ser pesquisados indícios que surgiram uma causa secundária para a HA OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO CLÍNICA: Confirmação do diagnóstico de HA por medição da PA Identificação dos FRCV Pesquisa de LOAs, sejam elas subclínicas ou clinicamente manifestas Pesquisa da presença de outras doenças associadas Estratificação do risco CV global Avaliação de indícios para a suspeita de HA secundária EXAME FÍSICO: - A PA deve ser medida com técnica adequada - Dados antropométricos, como peso, altura, circunferência abdominal e frequência cardíaca devem ser registrados - Os valores de normalidade da CA e do IMC são os recomentados pela International Diabetes Federation de 2006, podendo variar de acordo com a origem étnica - A avaliação deve englobar palpação e ausculta do coração, carótidas e pulsos, medida do índice tornozelo-braquial (ITB) e realização da fundoscopia NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 14 - Para o cálculo do ITB, utiliza-se a medição da PAS no braço e no tornozelo, em ambos os lados. Define-se como normal uma relação PAS braço/PAS tornozelo acima de 0,90, definindo-se a presença de DAP como: Leve, se a relação é 0,71-0,90; Moderada, 0,41 – 0,70 Grave, 0,00 – 0,40 OBJETIVOS DO EXAME FÍSICO: Medição da PA nos dois braços Peso, altura, IMC e FC CA Sinais de LOA Cérebro: déficits motores ou sensoriais Retina: lesões à fundoscopia Artérias: ausência de pulsos, assimetrias ou reduções, lesões cutâneas, sopros Coração: desvio do ictus, presença de B3 ou B4, sopros, arritmias, edema periférico, creptações pulmonares Sinais que sugerem causas secundárias Características cushingóides Palpação abdominal: rins aumentados (rim policístico) Sopros abdominal ou torácicos (renovascular, coartação de aorta, doença da aorta ou ramos) Pulsos femorais diminuídos (coartação de aorta, doença da aorta ou ramos) Diferença da PA nos braços (coartação de aorta e estenose de subclávia) AVALIAÇÃO LABORATORIAL: - Deve fazer parte da rotina inicial de todo paciente hipertenso - Para o cálculo da depuração de creatinina, utiliza-se a fórmula de Cockroft-Gault: RFG-e (ml/min) = (140 – idade) X peso (kg)/creatinina plasmática (mg/dl) X 72 (para homens), para mulheres deve-se multiplicar o resultado por 0,85 - Para o cálculo do ritmo de filtração glomerular estimado (RFG-e) utiliza-se a fórmula CKD-EPI. A interpretação dos valores (estágios) para classificação de DRC é feita de acordo com a National Kidney Foundation (NKF) EXAMES DE ROTINA PARA O PACIENTE HIPERTENSO: Análise de urina Potássio plasmático Glicemia de jejum e HbA1c Ritmo de filtração glomerular estimado (RFG-e) Creatinina plasmática Colesterol total, HDL-C e triglicérides plasmáticos Ácido úrico plasmático Eletrocardiograma convencional NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 15 8. A HAS SECUNDÁRIA POSSUI CAUSA DEFINIDA, QUE É POTENCIALMENTE TRATÁVEL E/OU CURÁVEL, ACOMETENDO MENOS DE 3% DOS HIPERTENSOS. A CORRETA AVALIAÇÃO DESTES PACIENTES É FUNDAMENTAL, VISTO QUE PODE DETERMINAR A INTERRUPÇÃO DOS ANTI-HIPERTENSIVOS. DESSE MODO, CITE AS CAUSAS MAIS COMUNS DE HAS SECUNDÁRIA E SUA DIVISÃO EM CATEGORIAS. CAUSAS MAIS COMUNS DE HAS SECUNDÁRIA: Hiperaldosteronismo primário (HAP) produção de aldosterona aumentada de uma forma relativamente autônoma em relação ao sistema renina-angiotensina Feocromocitoma e paragangliomas tumores de células argentafins que se localizam na medula adrenal (feocromocitomas) ou em regiões extra-adrenais (paragangliomas), que, em geral, produzem catecolaminas e se associam a quadro clínico de HAS paroxística (30% dos casos) ou sustentada com ou sem paroxismos (50% a 60%) Hipotireoidismo Hipertireoidismo Hiperparatireoidismo Síndrome de Cushing Acromegalia Coarctação da aorta Hipertensão renovascular Síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) Doença renal crônica (DRC) Medicamentos e drogas NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 16 9. CITE AS MEDICAÇÕES ANTI-HIPERTENSIVAS DISPONÍVEIS NA RENAME 2012, E AS INDICAÇÕES DESSAS MEDICAÇÕES E SEUS EFEITOS ADVERSOS. DIURÉTICOS: - Os mecanismos de ação anti-hipertensiva dos DIU relacionam-se inicialmente aos seus efeitos natriuréticos, com diminuição do volume extracelular. Após quatro a seis semanas, o volume circulante praticamente se normaliza e ocorre redução da resistência vascular periférica (RVP) - Os DIU reduzem a PA e diminuem a morbimortalidade CV - Deve-se dar preferência aos DIU tiazídicos ou similares (clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida) em doses baixas, pois são mais suaves e com maior tempo de ação, reservando-se os DIU de alça (furosemida e bumetanida) aos casos de insuficiência renal e situações de edema (IC ou insuficiência renal). Os poupadores de potássio (espironolactona e amilorida) são habitualmente utilizados em associação com os tiazídicos ou DIU de alça EFEITOS ADVERSOS: - Principais: fraqueza, câibras, hipovolemia e disfunção erétil - Do ponto de vista metabólico o mais comum é a hipotassemia, eventualmente acompanhada de hipomagnesemia, que podem induzir arritmias ventriculares, sobretudo extrassistolia - Podem provocar intolerância à glicose por reduzir a liberação de insulina, aumentando o risco do desenvolvimento de DM tipo 2 - O aumento do ácido úrico é um efeito quase universal dos DIU, mas de consequências clínicas não documentadas, exceto pela precipitação de crises de gota nos indivíduos com predisposição - O uso de doses baixas diminui o risco dos efeitos adversos, sem prejuízo da eficácia anti- hipertensiva, especialmente quando em associação com outras classes de medicamentos - A espironolactona pode causar hiperpotassemia, em particular em pacientes com déficit de função renal AGENTES DE AÇÃO CENTRAL: - Os agentes alfa-agonistasde ação central agem através do estímulo dos receptores α2 que estão envolvidos nos mecanismos simpatoinibitórios - Os efeitos bem definidos dessa classe são: Diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores, contribuindo para bradicardia relativa e a hipotensão notada em ortostatismo; Discreta diminuição na RVP e no débito cardíaco; Redução nos níveis plasmáticos de renina Retenção de fluidos - São representantes desse grupo: metildopa, clonidina, guanabenzo e os inibidores dos receptores imidazolínicos (moxonidina e rilmenidina) NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 17 - O uso da clonidina pode ser favorável em situações de hipertensão associada a: Síndrome das pernas inquietas Retirada de opioides “Flushes” da menopausa Diarreia associada a neuropatia diabética Hiperatividade simpática em pacientes com cirrose alcoólica - Não apresentam efeito metabólico indesejado por não interferirem na resistência periférica à insulina nem no perfil lipídico EFEITOS ADVERSOS: - A metildopa pode provocar reações autoimunes, como febre, anemia hemolítica, galactorreia e disfunção hepática, que na maioria dos casos desaparecem com a cessação do uso. No desenvolvimento de uma reação adversa, esse pode ser substituído por outro alfa-agonista central - A clonidina apresenta um risco maior do efeito rebote com a descontinuação, especialmente quando associada a um BB e pode ser perigosa em situações pré-operatórias - Os medicamentos dessa classe, apresentam reações adversas decorrentes da ação central, como sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural e disfunção erétil BETABLOQUEADORES: - Promovem diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina, havendo readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses nervosas - Os fármacos de terceira geração (carvedilol, nebivolol) além das ações anteriores, têm efeito vasodilatador por mecanismos diferentes: O carvedilol, pelo seu efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adrenérgico O nebivolol, por aumentar a síntese e liberação de óxido nítrico no endotélio vascular O propranolol mostra-se também útil em pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e hipertensão portal EFEITOS ADVERSOS: - Broncoespasmo, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, pesadelos, depressão psíquica, astenia e disfunção sexual - Os BB de primeira e segunda geração são formalmente contraindicados a pacientes com asma brônquica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus, podem acarretar intolerância à glicose, induzir ao aparecimento de novos casos de DM, hipertrigliceridemia com elevação do LDL-colesterol e redução da fração HDL-colesterol - O impacto sobre o metabolismo da glicose é potencializado quando são utilizados em combinação com DIU NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 18 - Os BB de terceira geração (carvedilol e o nebivolol) têm impacto neutro ou até podem melhorar o metabolismo da glicose e lipídico, possivelmente em decorrência do efeito de vasodilatação com diminuição da resistência à insulina e melhora da captação de glicose pelos tecidos periféricos - Estudos com o nebivolol também têm apontado para uma menor disfunção sexual, possivelmente em decorrência do efeito sobre a síntese de óxido nítrico endotelial ALFABLOQUEADORES: - Agem como antagonistas competitivos dos α1 -receptores pós-sinápticos, levando a redução da RVP sem maiores mudanças no débito cardíaco - São representantes dessa classe a doxazosina, prazosina e terazosina - O efeito hipotensor é discreto como monoterapia, sendo a preferência pelo uso associado - Apresentam contribuição favorável e discreta no metabolismo lipídico e glicídico, e em especial na melhora da sintomatologia relacionada à hipertrofia prostática benigna EFEITOS ADVERSOS: - Podem provocar hipotensão sintomática na primeira dose - O fenômeno de tolerância é frequente, necessitando aumento da dose, ao longo do uso - Incontinência urinária em mulheres pode ser causada pelo uso de alfabloqueadores - Há evidência de que os pacientes tratados com doxazosina têm maior risco de incidência de ICC VASODILATADORES DIRETOS: - Os medicamentos que representam essa classe são hidralazina e minoxidil - Atuam diretamente, relaxando a musculatura lisa arterial, levando a redução da RVP EFEITOS ADVERSOS: - Os efeitos colaterais da hidralazina são cefaleia, flushing, taquicardia reflexa e reação lupus-like (dose-dependente). O uso dessa medicação deve ser cuidadoso em pacientes com DAC e deve ser evitado naqueles com aneurisma dissecante da aorta e episódio recente de hemorragia cerebral. Seu uso pode também acarretar anorexia, náusea, vômito e diarreia - Um efeito colateral comum do minoxidil é o hirsutismo, que ocorre em aproximadamente 80% dos pacientes. Um efeito menos comum é a expansão generalizada de volume circulante e taquicardia reflexa BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO: - Os BCC agem primordialmente proporcionando redução da RVP como consequência da diminuição da quantidade de cálcio no interior das células musculares lisas das arteríolas, decorrente do bloqueio dos canais de cálcio na membrana dessas células - São classificados em 2 tipos básicos: os diidropiridínicos e os não di-idropiridínicos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 19 - Os BCC di-idropiridínicos (amlodipino, nifedipino, felodipino, nitrendipino, manidipino, lercanidipino, levanlodipino, lacidipino, isradipino, nisoldipino, nimodipino) exercem um efeito vasodilatador predominante, com mínima interferência na frequência e na função sistólica, sendo, por isso, mais frequentemente usados como anti-hipertensivos - Os não di-idropiridínicos, como as fenilalquilaminas (verapamil) e as benzotiazepinas (diltiazem), têm menor efeito vasodilatador, e podem ser bradicardizantes e antiarrítmicos, o que restringe seu uso a alguns casos específicos - Os BCC não di-idropiridínicos podem deprimir a função sistólica cardíaca, principalmente em pacientes que já apresentavam tal disfunção antes do início do seu uso, devendo ser evitados nessa condição - Deve-se dar preferência aos BCC de ação prolongada para que se evitem oscilações indesejáveis na FC e na PA - São anti-hipertensivos eficazes e reduzem a morbimortalidade CV - Estudo de desfecho reafirmou a eficácia, a tolerabilidade e a segurança do uso dessa classe de medicamentos no tratamento da HA de pacientes com DAC, constituindo-se uma alternativa aos BBs quando esses não puderem ser utilizados, ou mesmo, em associação, quando em angina refratária EFEITOS ADVERSOS: - Edema maleolar costuma ser o efeito colateral mais registrado, e resulta da própria ação vasodilatadora (mais arterial que venosa), promovendo a transudação capilar - Cefaleia latejante e tonturas não são incomuns - O rubor facial é mais comum com os BCC di-idropiridínicos de ação rápida - Hipercromia do terço distal das pernas (dermatite ocre) e a hipertrofia gengival podem ocorrer ocasionalmente - Tais efeitos podem ser dose-dependentes - Verapamil e diltiazem podem agravar a IC, além de bradicardia e bloqueio atrioventricular - Obstipação intestinal é observada com verapamil INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA: - São anti-hipertensivos eficazes que têm como ação principal a inibição da enzima conversora de angiotensina I, impedindo a transformação de angiotensina I em angiotensina II, de ação vasoconstritora - São eficazes no tratamento da HA, reduzindo a morbimortalidade CV - São medicações comprovadamente úteis em muitas outras afecções CV, como em IC com fração de ejeção reduzida, anti-remodelamento cardíaco pós-infarto, além de possíveis propriedades antiateroscleróticas. Também retardam o declínioda função renal em pacientes com nefropatia diabética ou de outras etiologias NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 20 EFEITOS ADVERSOS: - Habitualmente bem tolerados pela maioria dos pacientes hipertensos, a tosse seca é seu principal efeito colateral, acometendo 5 a 20% dos pacientes - Edema angioneurótico e erupção cutânea ocorrem mais raramente - Um fenômeno passageiro observado quando do seu uso inicial em pacientes com insuficiência renal é a elevação de ureia e creatinina séricas, habitualmente de pequena monta e reversível - A longo prazo, revelam-se eficazes em reduzir a progressão da DRC - Podem provocar hiperpotassemia em pacientes com insuficiência renal, particularmente diabéticos - Podem promover redução do RFG e aumento em graus variáveis de ureia, creatina e potássio em pacientes com estenose bilateral das artérias renais ou com estenose de artéria renal em rim único funcionante - Seu uso é contraindicado na gravidez, pelo risco de complicações fetais. Por isso, seu emprego deve ser cauteloso e frequentemente monitorado em adolescentes e mulheres em idade fértil BLOQUEADORES DOS RECEPTORES AT1 DA ANGIOTENSINA II: - Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II por meio do bloqueio específico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações vasoconstritoras, proliferativas e estimuladoras da liberação de aldosterona, próprias da angiotensina II - No tratamento da HA, especialmente em populações de alto risco CV ou com comorbidades, proporcionam redução da morbimortalidade CV e renal (nefropatia diabética) EFEITOS ADVERSOS: - São incomuns os efeitos adversos relacionados aos BRA, sendo o exantema raramente observado - Pelas mesmas razões dos IECA, são contraindicados na gravidez, devendo os mesmos cuidados ser tomados em mulheres em idade fértil INIBIDORES DIRETOS DA RENINA: - Alisquireno, único representante da classe disponível para uso clínico, promove a inibição direta da ação da renina com consequente diminuição da formação de angiotensina II - Outras ações podem contribuir para a redução da PA e a proteção tissular, tais como redução da atividade plasmática de renina, bloqueio de um receptor celular próprio de renina/pró-renina e diminuição da síntese intracelular de angiotensina II - Estudos de eficácia anti-hipertensiva comprovam sua capacidade, em monoterapia, de redução da PA de intensidade semelhante aos demais anti-hipertensivos - Não existem evidências de seus benefícios sobre morbimortalidade NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 21 EFEITOS ADVERSOS: - Apresentam boa tolerabilidade - “Rash” cutâneo, diarreia (especialmente com doses elevadas, acima de 300 mg/dia), aumento de CPK e tosse são os eventos mais frequentes, porém, em geral, com incidência inferior a 1% - Seu uso é contraindicado na gravidez 10. A INTERVENÇÃO NUTRICIONAL TEM COMO OBJETIVOS GERAIS A PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DA HAS. QUAIS SEUS OBJETIVOS? QUAIS MEDIDAS GERAIS QUANTO A RESTRIÇÃO AO USO DO SAL? - O tratamento não medicamentoso (TNM) da HA envolve controle ponderal, medidas nutricionais, prática de atividades físicas, cessação do tabagismo, controle de estresse, entre outros - O sucesso do tratamento da HA com medidas nutricionais depende da adoção de um plano alimentar saudável e sustentável. A utilização de dietas radicais resulta em abandono do tratamento. O foco em apenas um único nutriente ou alimento tem perdido espaço para a análise do padrão alimentar total, que permite avaliar o sinergismo entre os nutrientes/alimentos - A dieta DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) enfatiza o consumo de frutas, hortaliças e laticínios com baixo teor de gordura; inclui a ingestão de cereais integrais, frango, peixe e frutas oleaginosas; preconiza a redução da ingestão de carne vermelha, doces e bebidas com açúcar. Ela é rica em potássio, cálcio, magnésio e fibras, e contém quantidades reduzidas de colesterol, gordura total e saturada. A adoção desse padrão alimentar reduz a PA - A dieta do Mediterrâneo também é rica em frutas, hortaliças e cerais integrais, porém possui quantidades generosas de azeite de oliva (fonte de gorduras monoinsaturadas) e inclui o consumo de peixes e oleaginosas, além da ingestão moderada de vinho. Apesar da limitação de estudos, a adoção dessa dieta parece ter efeito hipotensor - As dietas vegetarianas preconizam o consumo de alimentos de origem vegetal, em especial frutas, hortaliças, grãos e leguminosas; excluem ou raramente incluem carnes; e algumas incluem laticínios, ovos e peixes. Essas dietas têm sido associadas com valores mais baixos de PA REDUÇÃO DO CONSUMO DE SÓDIO: - O aumento do consumo de sódio está relacionado com o aumento da PA - O impacto do consumo de sódio na saúde CV é controverso - Alguns estudos sugerem que o consumo muito baixo eleva o risco de DCV, enquanto outros sustentam que a diminuição de sódio diminui o risco CV, sendo esse benefício maior com a restrição acentuada - O limite de consumo diário de sódio em 2,0 g está associado à diminuição da PA. No entanto, o consumo médio do brasileiro é de 11,4 g/dia NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 22 11. CITE O PERFIL DO PÚBLICO-ALVO PARA O RASTREAMENTO DO DIABETES MELLITUS (DM) PRECONIZADO PELA ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE DIABETES. E QUAIS OS OBJETIVOS DO RASTREAMENTO PARA DM? Público-alvo: 1. Excesso de peso (IMC > 25 kg/m²) e um dos seguintes fatores de risco História de pai ou mãe com diabetes Hipertensão arterial (>140/90 mmHg ou uso de anti-hipertensivos em adultos); História de diabetes gestacional ou de recém-nascido com mais de 4 kg; Dislipidemia: hipertrigliceridemia (>250 mg/dL) ou HDL-C baixo (<35 mg/dL); Exame prévio de HbA1c ≥5,7%, tolerância diminuída à glicose ou glicemia de jejum alterada; Obesidade severa, acanthosis nigricans; Síndrome de ovários policísticos; História de doença cardiovascular; Inatividade física; OU 2. Idade ≥ 45 anos; OU 3. Risco cardiovascular moderado - As pessoas com fatores de risco para DM deverão ser encaminhados para uma consulta de rastreamento e solicitação do exame de glicemia. Não existem evidências para a frequência do rastreamento ideal - Alguns estudos apontaram que as pessoas que apresentam resultados negativos podem ser testadas a cada 3 a 5 anos - Casos de tolerância diminuída à glicose, glicemia de jejum alterada ou diabetes gestacional prévio, podem ser testados mais frequentemente, por exemplo, anualmente - Recomenda-se que a consulta de rastreamento para a população-alvo definida pelo serviço de Saúde seja realizada pelo enfermeiro da UBS, encaminhando para o médico em um segundo momento, a fim de confirmar o diagnóstico dos casos suspeitos - Os objetivos da consulta de rastreamento são: conhecer a história pregressa da pessoa; realizar o exame físico, incluindo a verificação de pressão arterial, de dados antropométricos (peso, altura e circunferência abdominal) e do cálculo do IMC; identificar os fatores de risco para DM; avaliar as condições de saúde e solicitar os exames laboratoriais necessários e que possam contribuir para o diagnóstico e para a decisão terapêutica ou preventiva NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 23 12. O DM TIPO 2 ABRANGE CERCA DE 90% DOS CASOS DE DIABETES NA POPULAÇÃO, SENDO SEGUIDO EM FREQUÊNCIA PELO DM TIPO 1, QUE RESPONDE POR APROXIMADAMENTE 8%. ALÉM DESSES TIPOS, O DIABETES GESTACIONAL TAMBÉM MERECE DESTAQUE, DEVIDO A SEU IMPACTO NA SAÚDE DA GESTANTE E DO FETO. CONCEITUE E DIFERENCIE, RESUMIDAMENTE, CADA UM. DIABETES TIPO 1: - Sua apresentação é em geral abrupta, acometendo principalmente crianças e adolescentes sem excesso de peso - Na maioria dos casos, a hiperglicemia é acentuada, evoluindo rapidamente para cetoacidose, especialmente na presença de infecção ou outra forma de estresse - O traço clínico que mais define o tipo 1 é a tendênciaà hiperglicemia grave e cetoacidose - O termo “tipo 1” indica o processo de destruição da célula beta que leva ao estágio de deficiência absoluta de insulina, quando a administração de insulina é necessária para prevenir cetoacidose. A destruição das células beta é geralmente causada por processo autoimune (tipo 1 autoimune ou tipo 1A), que pode ser detectado por autoanticorpos circulantes como antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), anti-ilhotas e anti-insulina. Em menor proporção, a causa é desconhecida (tipo 1 idiopático ou tipo 1B). A destruição das células beta em geral é rapidamente progressiva, ocorrendo principalmente em crianças e adolescentes (pico de incidência entre 10 e 14 anos), mas pode ocorrer também em adultos DIABETES TIPO 2: - Costuma ter início insidioso e sintomas mais brandos - Manifesta-se em adultos com longa história de excesso de peso e com história familiar de DM tipo 2 - Com a epidemia de obesidade atingindo crianças, observa-se um aumento na incidência de diabetes em jovens, até mesmo em crianças e adolescentes - O termo “tipo 2” é usado para designar uma deficiência relativa de insulina, ou seja, há um estado de resistência à ação da insulina, associado a um defeito na sua secreção, o qual é menos intenso do que o observado no diabetes tipo 1 - Após o diagnóstico, o DM tipo 2 pode evoluir por muitos anos antes de requerer insulina para controle. Seu uso, nesses casos, não visa evitar a cetoacidose, mas alcanças o controle do quadro hiperglicêmico - A cetoacidose é rara nesses casos e quando presente é ocasionada por infecção ou estresse muito grave - A hiperglicemia se desenvolve lentamente, permanecendo assintomática por vários anos NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 24 DIABETES GESTACIONAL E DIABETES DETECTADO NA GRAVIDEZ: - É um estado de hiperglicemia, menos severo que o diabetes tipo 1 e 2, detectado pela primeira vez na gravidez - Geralmente se resolve no período pós-parto e pode frequentemente retornar anos depois - Hiperglicemias detectadas na gestação que alcanças o critério de diabetes para adultos são classificadas como diabetes na gravidez, independentemente do período gestacional e da sua resolução ou não após o parto - Sua detecção deve ser iniciada na primeira consulta pré-natal 13. NO DM TIPO 2, O INÍCIO É INSIDIOSO E MUITAS VEZES A PESSOA NÃO APRESENTA SINTOMAS. NÃO INFREQUENTEMENTE, A SUSPEITA DA DOENÇA É FEITA PELA PRESENÇA DE UMA COMPLICAÇÃO TARDIA, COMO PROTEINURIA, RETINOPATIA, NEUROPATIA PERIFÉRICA, DOENÇA ARTERIOSCLERÓTICA OU ENTÃO POR INFECÇÕES DE REPETIÇÃO. CITE OS ELEMENTOS CLÍNICOS QUE LEVANTAM A SUSPEITA DE DIABETES. E QUAIS OS EXAMES PODEM SER UTILIZADOS PARA SEU DIAGNÓSTICO? ELEMENTOS CLÍNICOS QUE LEVANTAM A SUSPEITA DE DM: Sinais e sintomas clássicos: Poliúria Polidipsia Perda inexplicada de peso Polifagia Sintomas menos específicos: Fadiga, fraqueza e latargia Visão turva ou melhora temporária da visão para perto Prurido vulvar ou cutâneo, nalanopostite Complicações crônicas/doenças intercorrentes: Proteinuria Neuropatia diabética (câimbras, parestesias ou dor nos membros inferiores, mononeuropatia de nervo craniano) Retinopatia diabética Catarata Doença arteriosclerótica (infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, doença vascular periférica) Infecções de repetição EXAMES QUE PODEM SER UTILIZADOS PARA DIAGNÓSTICO: - O diagnóstico de diabetes baseia-se na detecção da hiperglicemia - Existem 4 tipos de exames que podem ser utilizados no diagnóstico do DM: Glicemia casual Glicemia de jejum Teste de tolerância à glicose com sobrecarga de 75g em duas horas (TTG) NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 25 Em alguns casos, hemoglobina glicada (HbA1c) 14. VOCÊ É MÉDICO (A) DE UM PSF E RECEBE UMA PACIENTE DE 18 ANOS QUE BUSCA FAZER O RASTREAMENTO PARA DM. EXPLIQUE ESQUEMATICAMENTE COMO VOCÊ REALIZARIA O RASTREAMENTO DESSA PACIENTE 1. Questionar sobre a sintomatologia típica de DM2 SIM Glicemia casual > 200 ml/d? SIM diagnóstico de DM: encaminhar para consulta médica NÃO solicitar glicemia de jejum o Glicemia menor de 110 mg/dl consulta de enfermagem para orientações sobre estilo de vida saudável o Glicemia entre 110 mg/dl e 126 mg/dl solicitar TTG-75g e/ou HbA1c (se disponível) TTG-75g < 140MG/DL e/ou hBa1C < 5,7% consulta de enfermagem para orientações sobre estilo de vida saudável TTG-75g ≥ 140mg/dl e/ou HbA1c ≥ 5,7% e < 6,5% consulta para orientação de MEV e reavaliação em 1 ano TTG ≥ 200mg/dl e/ou HbA1c ≥ 6,5% diagnóstico de DM confirmado: consulta médica para definir tratamento e acompanhamento pela equipe o Glicemia maior de 126mg/dl repetir glicemia de jejum: nova glicemia ≥ 126 mg/dl? SIM diagnóstico de DM confirmado: consulta médica para definir tratamento e acompanhamento pela equipe NÃO solicitar TTG-75g e/ou HbA1c (se disponível) TTG-75g < 140MG/DL e/ou hBa1C < 5,7% consulta de enfermagem para orientações sobre estilo de vida saudável TTG-75g ≥ 140mg/dl e/ou HbA1c ≥ 5,7% e < 6,5% consulta para orientação de MEV e reavaliação em 1 ano TTG ≥ 200mg/dl e/ou HbA1c ≥ 6,5% diagnóstico de DM confirmado: consulta médica para definir tratamento e acompanhamento pela equipe NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 26 NÃO Possui critérios para rastreamento de DM2? SIM solicitar glicemia de jejum o Glicemia menor de 110 mg/dl consulta de enfermagem para orientações sobre estilo de vida saudável o Glicemia entre 110 mg/dl e 126 mg/dl solicitar TTG-75g e/ou HbA1c (se disponível) TTG-75g < 140MG/DL e/ou hBa1C < 5,7% consulta de enfermagem para orientações sobre estilo de vida saudável TTG-75g ≥ 140mg/dl e/ou HbA1c ≥ 5,7% e < 6,5% consulta para orientação de MEV e reavaliação em 1 ano TTG ≥ 200mg/dl e/ou HbA1c ≥ 6,5% diagnóstico de DM confirmado: consulta médica para definir tratamento e acompanhamento pela equipe o Glicemia maior de 126mg/dl repetir glicemia de jejum: nova glicemia ≥ 126 mg/dl? SIM diagnóstico de DM confirmado: consulta médica para definir tratamento e acompanhamento pela equipe NÃO solicitar TTG-75g e/ou HbA1c (se disponível) TTG-75g < 140MG/DL e/ou hBa1C < 5,7% consulta de enfermagem para orientações sobre estilo de vida saudável TTG-75g ≥ 140mg/dl e/ou HbA1c ≥ 5,7% e < 6,5% consulta para orientação de MEV e reavaliação em 1 ano TTG ≥ 200mg/dl e/ou HbA1c ≥ 6,5% diagnóstico de DM confirmado: consulta médica para definir tratamento e acompanhamento pela equipe NÃO consulta de enfermagem para orientações sobre estilo de vida saudável NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 27 NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 28 15. COMENTE SOBRE OS ASPECTOS RELEVANTES DA HISTÓRIA CLÍNICA DA PESSOA COM DM. IDENTIFICAÇÃO: Sexo, idade, raça e condição socioeconômica HISTÓRIA ATUAL: Duração conhecida do DM e controle glicêmico Sintomas Apresentação inicial e evolução dos sintomas Estado atual INVESTIGAÇÃO SOBRE DIVERSOS APARELHOS E FATORES DE RISCO: Dislipidemia Tabagismo Sobrepeso e obesidade Sedentarismo Perda de peso Características do sono Função sexual Dificuldades respiratórias Queixas sobre infecções dentárias, da pele, de pés e do aparelho genito-urinário Úlcera de extremidades Parestesias Distúrbios visuais HISTÓRIA PREGRESSA: Infarto agudo do miocárdio ou acidente vascular cerebral prévios Intercorrências metabólicas anteriores (cetoacidose, hiper ou hipoglicemia) Passado cirúrgico História gestacional HISTÓRIA FAMILIAR: De diabetes mellitus (pais, filhos e irmãos) Doença cardiovascular Outras endocrinopatias PERFIL PSICOSSOCIAL: Hábitos de vida, incluindo álcool e outras drogas Condições de moradia, trabalho, Identificação de vulnerabilidades, como analfabetismo e déficit cognitivo Potencial para autocuidado Rede de apoio familiar Entre outros NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 29 AVALIAÇÃO DE CONSUMO ALIMENTAR: Incluindo o consumo de doces e açúcar, sal, gordura saturada e cafeína MEDICAMENTOS EM USO: Uso de medicações que alteram a glicemia (tiazídicos, betabloqueadores, corticosteroides, contraceptivos hormonais orais) Tratamentos prévios e resultados PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA 16. O TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS (DM) TIPO 2 CONSISTE NA ADOÇÃO DE HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEIS, COMO UMA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA, PRÁTICA REGULAR DE ATIVIDADE FÍSICA, MODERAÇÃO NO USO DE ÁLCOOL E ABANDONO DO TABAGISMO, ACRESCIDO OU NÃO DO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO. POR OUTRO LADO, A PESSOA COM DM TIPO 1, APESAR DE GERALMENTE SER ACOMPANHADA PELA ATENÇÃO ESPECIALIZADA, TAMBÉM DEVE TER SEU CUIDADO GARANTIDO NA ATENÇÃO BÁSICA. QUAL A META RECOMENDADA PELA ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE DIABETES PARA TRATAMENTO DA HIPERGLICEMIA EM ADULTOS, CRIANÇAS E ADOLESCENTES? QUAIS OS HIPOGLICEMIANTES ORAIS DISPONÍVEIS NA RELAÇÃO NACIONAL DE MEDICAMENTO (RENAME) DE 2012 E QUAIS OS PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS DOS HIPOGLICEMIANTES ORAIS E INSULINAS? - A meta para o tratamento da hiperglicemia em adultos, atualmente recomendada pela Associação Americana de Diabetes, é alcançar HbA1c < 7% - A metas glicêmicas correspondentes são: Glicemia de jejum entre 70 – 130 mg/dl Glicemia pós-prandial abaixo de 180 mg/dl NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 30 HIPOGLICEMIANTES ORAIS DISPONÍVEIS NA RENAME DE 2012: PRINCIPAIS EFEITOS ADVERSOS DOS HIPOGLICEMIANTES ORAIS E INSULINAS: Cloridrato de Metformina: Hipotensão postural Hipertensão de rebote na retirada Sedação Distúrbio do sono Cefaleia Vertigens e tonturas Depressão Sinais e sintomas psicóticos Diminuição da libido Xerostomia Hepatotoxicidade Anemia hemolítica Febre Glibenclamida: Hipoglicemia Distúrbios gastrintestinais Cefaleia Reações cutâneas Distúrbios hepáticos Alterações hematológicas Aumento de peso Hipersensibilidade pode ocorrer nas seis primeiras semanas de tratamento Gliclazida: Hipoglicemia Distúrbios gastrintestinais Reações cutâneas Distúrbios hepáticos Insulinas (NPH e regular): Hipoglicemia Aumento de peso NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 31 Edema Hipersensibilidade cutânea Reação no local de aplicação 17. QUAIS AS INSTRUÇÕES PARA O MANEJO DA HIPOGLICEMIA PELO PACIENTE, FAMÍLIA E SERVIÇO DE SAÚDE? - Paciente: Ingerir 10g a 20g de carboidrato de absorção rápida Repetir em 10 a 15 min, se necessário - Amigo ou familiar: Se a pessoa não conseguir engolir, não forçar Pode-se colocar açúcar ou mel embaixo da língua ou entre a gengiva e a bochecha e leva- lo imediatamente a um serviço de saúde - Serviço de saúde: Se existirem sinais de hipoglicemia grave, administrar 25ml de glicose a 50% via endovenosa em acesso de grande calibre, com velocidade de 3ml/min e manter veia com glicose a 10% até recuperar plenamente a consciência ou glicemia maior de 60mg/dl Manter então esquema oral, observando o paciente enquanto perdurar o pico da insulina Pacientes que recebem sulfonilureias devem ser observados por 48h a 72h para detectar possível recorrência
Compartilhar