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Cuidados de enfermagem nas arritmias

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Jhoniffer Matricardi – Cuidados de Enfermagem 
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM NAS 
ARRITMIAS CARDÍACAS 
 
DEFININDO AS ARRITMIAS 
 
 São distúrbios da transmissão de 
impulsos elétricos no coração que 
resultam em modificação da frequência 
cardíaca, ritmo ou ambos. 
 A análise do ritmo é realizada 
através do ECG que possibilita avaliar as 
seguintes variáveis: frequência, ritmo, 
morfologia e duração das ondas P, QRS 
e T, e intervalos. 
 
RITMO SINUSAL 
 
 Ocorre quando o impulso se 
inicia pelo nó SA e segue a via de 
condução normal. 
 
 
 
BRADICARDIA SINUSAL 
 
 Ocorre quando o nó SA gera 
impulsos a uma frequência menor que o 
normal; 
 Causas: demandas metabólicas 
reduzidas (durante o sono, atletas de 
alta performance e hipotireoidismo), 
estimulação vagal, fármacos 
(bloqueadores do canal de cálcio, 
amiodarona, betabloqueadores etc.), 
hipertensão intracraniana e infarto do 
miocárdio; 
 Características do ECG: FC 
menor que 60 bpm e as demais normais. 
 
 
 
TAQUICARDIA SINUSAL 
 
 Ocorre quando o nó SA gera 
impulsos a uma frequência maior que o 
normal; 
 Causas: hemorragias, choques, 
ansiedade, febre, dor, insuficiência 
cardíaca, hipo e hipervolemia, fármacos 
de resposta simpática (atropina etc.), 
estimulantes (álcool, cafeína etc.) e 
drogas ilícitas (cocaína, anfetaminas 
etc.); 
 Características do ECG: 
frequência maior que 100 bpm e as 
demais normais. 
 
 
 
FLUTTER ATRIAL 
 
 O átrio fica a uma frequência de 
cerca de 300 bpm, entretanto o nó AV 
não consegue acompanhar, ficando a 
uma frequência de 150 bpm (2:1), 100 
bpm (3:1) ou 75 bpm (4:1); 
 Causas: doença da artéria 
coronariana, hipertensão, doença da 
valva mitral, hipertireoidismo, doença 
pulmonar crônica, cor pulmonale e 
miocardiopatia; 
 Pode ser assintomático ou 
apresentar: fadiga, tontura, dor torácica, 
dispneia e hipotensão arterial; 
 Características do ECG: 
frequência atrial entre 220-350 e 
ventricular de 75-150, ritmo regular ou 
irregular (alteração no nó AV), onda P 
com aspecto serrilhado e intervalo PR 
não visível. 
 
 
 
FIBRILAÇÃO ATRIAL 
 
 Ocorre nos átrios a geração de 
impulsos rápidos, desorganizados e 
descontrolados. Pode ser transitória ou 
persistente. 
 Causas: idade avançada, 
valvopatia cardíaca, DAC, HAS, IC, 
miocardiopatia, DM, hipertireoidismo, 
doença pulmonar, pneumopatia crônica 
etc; 
 Pode ser assintomática ou 
apresentar fadiga e mal-estar; 
Jhoniffer Matricardi – Cuidados de Enfermagem 
 
 Características do ECG: 
frequência atrial entre 300-400 e 
ventricular geralmente alta, onda P não 
detectável, presença de ondas 
fibrilatórias e intervalo PR não visível. 
 
 
 
TAQUICARDIA VENTRICULAR 
 
 Ocorre 3 ou mais batimentos 
ventriculares seguidos com FC maior 
que 100 bpm; 
 Causas: uso de cafeína, nicotina, 
álcool, IAM, sobrecarga cardíaca, 
hipóxia, acidose, distúrbios eletrolíticos 
e DAC; 
 Pode apresentar hipotensão, 
síncope e ausência de pulsos palpáveis; 
 Características do ECG: 
frequência entre 100-120 bpm, onda P 
geralmente indetectável, sem intervalo 
PR e QRS maior que 0,12 segundos 
monomorfo ou polimorfo. 
 
 
 
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR 
 
 Ocorre batimento ventricular 
rápido e desorganizado. Apresenta 
batimentos cardíacos inaudíveis, pulsos 
não palpáveis e respirações ausentes; 
 Causas: as mesmas causas da 
taquicardia ventricular, sendo esta 
também uma causa; 
 Características do ECG: 
frequência indeterminável mas 
geralmente maior que 220 bpm, ritmo 
irregular, onda P indetectável, intervalo 
PR indetectável, duração do QRS 
indeterminável. 
 
 
 
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 
PRIMEIRO GRAU 
 
 Ocorre quando a condução pelo 
nó AV esta retardada ou falha. 
Assintomático ou sintomas de tontura, 
síncope, fadiga, dispneia, edema e 
palpitações; 
 Causas: pode não ter causa 
fisiopatológica, fármacos 
(betabloqueadores, bloqueadores dos 
canais de cálcio, digoxina) ou aumento 
do tônus parassimpático; 
 Características do ECG: 
frequência depende do ritmo e intervalo 
PR maior que 0,20 segundo. 
 
 
 
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 
SEGUNDO GRAU TIPO I 
 
 Ocorre quando um impulso, de 
uma série de impulsos atriais é 
bloqueado pelo nó AV; 
 Causas: hiperatividade 
parassimpática, isquemia ou fármacos 
(betabloqueadores, bloqueadores dos 
canais de cálcio e digoxina); 
 Sintomas de bradicardia, 
desconforto torácico, dispneia e 
hipotensão; 
 Características do ECG: 
frequência atrial maior que a 
ventricular, ritmo ventricular irregular e 
onda P aumenta progressivamente até 
que uma não seja acompanhada por um 
QRS. 
 
 
 
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 
SEGUNDO GRAU TIPO II 
 
 Ocorre quando alguns impulsos 
não passam pelo nó AV, sem aumento do 
intervalo PR. Sintomas de bradicardia; 
 Causas: isquemia (comumente 
da artéria coronariana esquerda); 
Jhoniffer Matricardi – Cuidados de Enfermagem 
 
 Sintomas iguais ao tipo I; 
 Características do ECG: 
frequência atrial entre 60-100 e 
ventricular menor que atrial, ritmo 
ventricular irregular, intervalo PR 
aumentado mas constante e duração do 
QRS normal ou aumentada. 
 
 
 
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 
TERCEIRO GRAU 
 
 Ocorre quando nenhum impulso 
atrial passa pelo nó AV; 
 Causas: lesão do sistema de 
condução; 
 Sintomas de bradicardia, 
síncope, desconforto torácico, angina, 
dispneia e hipotensão; 
 Características do ECG: 
frequência atrial entre 60-100 e 
ventricular entre 20-40, intervalo PR 
inexistente e duração do QRS normal ou 
aumentada. 
 
 
 
CUIDADOS DE ENFERMAGEM 
 
BRADICARDIA SINUSAL 
 Tratamento apenas se 
sintomática. 1º escolha: atropina e 
marca-passo. Se persistir: infusão de 
dopamina ou epinefrina. Se causada por 
fármaco, cessar o uso deste. 
 
TAQUICARDIA SINUSAL 
 Tratamento apenas se 
sintomática e focando na causa. 
 
FLUTTER ATRIAL 
 Se o paciente estiver instável, 
optar pela cardioversão elétrica. Se 
estável, utilizar adenosina. Caso 
continue, realizar cardioversão química 
com antiarrítmicos. 
 
FIBRILAÇÃO ATRIAL 
 Se fibrilação até 48 horas de 
duração, cardioversão elétrica ou 
química com adenosina. Se mais de 48 
horas, antes da cardioversão utilizar 
anticoagulante devido ao risco de 
trombos atriais. Uso de varfarina se 
houver risco de AVE. Marca-passo ou 
ablação por cateter caso não responda ao 
tratamento farmacológico. 
 
TAQUICARDIA VENTRICULAR 
 
 Amiodarona em caso de 
pacientes estáveis. Cardioversão se for 
monomórfica. 
 
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR 
 
 RCP + desfibrilação imediata. 
Fármacos vasoativos (epinefrina) após 
2ª checagem de ritmo e antiarrítmico 
(amiodarona) após a 3ª. 
 
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 
PRIMEIRO GRAU 
 
 Tratar se sintomático. Atropina 
ou marca-passo. 
 
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 
SEGUNDO GRAU TIPO I E II 
 
 Tratamento igual ao de primeiro 
grau. 
 
BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 
TERCEIRO GRAU 
 
 Tratamento igual ao de primeiro 
grau. 
 
CUIDADOS GERAIS 
 
 Sinais vitais (frequência 
cardíaca, frequência respiratória, 
temperatura, pressão arterial e dor) – 
indicam piora ou melhora do quadro 
clínico; 
 Ausculta pulmonar pra avaliação 
de congestão pulmonar; 
 XABCDE + MOV + ECG 
(extrahospitalar) 
 ABCD + MOV + ECG 
(intrahospitalar) 
Jhoniffer Matricardi – Cuidados de Enfermagem 
 
 Em todos os casos, implementar 
a sequência acima. 
 
X) contenção de hemorragias; 
A) manter vias aéreas pérvias; 
B) garantir boa ventilação; 
C) avaliar circulação; 
D) estado neurológico; 
E) Exposição; 
 
M) monitorização; 
O) oxigenação; 
V) veia acessível; 
 
ECG) realizar eletrocardiograma de 12 
derivações. 
 
REFERÊNCIAS 
 
GAZARIAN, P. K. Manejo de Enfermagem | 
Arritmias e Distúrbios da Condução. In: 
PELLICO, L. H. Enfermagem Médico-cirúrgica. 
1ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 
2015. p. 440-59. 
 
 
 
Os cuidados relacionados a 
administração de medicamentos e 
implementação de marca passo 
dependem da conduta médica, 
entretanto, conhecer o tratamento é 
essencial parafornecer uma 
assistência eficaz ao paciente e 
agilizar o atendimento.

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