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Edição: Abril/2018 www.edgarabreu.com.br CFP® www.acasadoconcurseiro.com.br Sobre o Material Autoria: 1. Autoria de EA Certificações. 2. A ANBIMA não tem envolvimento e nem responsabilidade com a elaboração do mesmo. Distribuição e Direito de Imagem: 1. Essa apostila é grátis para download. Apenas verifique no site (edgarabreu.com.br) se essa é a última versão, cuidando a data de publicação da mesma. 2. É PROIBÍDA a cópia e reprodução do material para finalidade comercial, sem a autorização do autor. Alguns cursos, aplicativos, professores e sites tem replicado parte do material, conteúdo e questões, sem citação e autorização, o que configura crime de direito autoral, conforme a Lei Federal nº 9.610/98. Custo do Material: 1. Essa apostila é 100% gratuita. 2. Estude e adquira sua Certificação. Depois faça uma coisa boa para o mundo, ajude o próximo, com o que estiver ao seu alcance. O meu é educação e essa é a minha forma de contribuir para um mundo melhor. Colaboração: 1. Se você gostou do material, nos ajude a manter ele sempre atualizado. 2. Ao realizar a prova e identificar alguma questão ou assunto cobrado que não consta em nossa apostila, por favor, envie um e-mail para o autor (cursos@edgarabreu.com.br) e ajude outras pessoas também. Bons estudos! www.acasadoconcurseiro.com.br Sumário MÓDULO 1. PLANEJAMENTO FINANCEIRO ........................................................................... 07 Questões – Módulo 1 .................................................................................................... 95 MÓDULO 2. GESTÃO DE ATIVOS E INVESTIMENTOS ................................................................ 137 Questões – Módulo 2 .................................................................................................... 233 MÓDULO 3. PLANEJAMENTO DE APOSENTADORIA ..............................................................253 Questões – Módulo 3 .................................................................................................... 271 MÓDULO 4. GESTÃO DE RISCOS E SEGUROS .......................................................................281 Questões – Módulo 4 .................................................................................................... 301 MÓDULO 5. PLANEJAMENTO FISCAL ....................................................................................309 Questões – Módulo 5 .................................................................................................... 337 MÓDULO 6. PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO ..........................................................................347 Questões – Módulo 6 .................................................................................................... 365 7 Módulo 1 www.edgarabreu.com.br CFP® – MÓDULO 1 – PLANEJAMENTO FINANCEIRO Nosso Comentário: É o módulo mais importante da prova completa, com o maior número de questões. Esteja preparado para muitos cálculos junto com interpretação sobre cenário econômico e de clientes. Objetivos do Módulo: Um conhecimento do processo de planejamento financeiro do profissional CFP e também um desenvolvimento de um plano financeiro estruturado para o cliente, entendendo todas as características do cliente, seu perfil, cenário econômico e também exigências de atuação do planejador financeiro. Temas que Serão Estudados: Processo de Planejamento Financeiro do profissional CFP; Matemática Financeira; Ambiente Econômico e Regulatório; Gestão Financeira; Operações de Crédito e Investimentos. Informações Sobre a Prova Modular: • Módulo I – Planejamento Financeiro e Ética • Duração: 2 horas e 40 minutos • Forma do Exame: 53 questões de múltipla escolha com 4 alternativas de respostas • Mínimo de Acertos: 37 Informações Sobre a Prova Completa: 8 www.edgarabreu.com.br 1. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO DO PROFISSIONAL CFP® Um bom planejamento financeiro é o que permitirá para um indivíduo ou uma família a realização dos seus objetivos, sejam de curto, de médio ou de longo prazo. Muitas vezes se observam pessoas que têm uma renda alta, mas mesmo assim não conseguem ter organização financeira, resultando em endividamento ou mesmo em situações onde não se tem o mínimo de reservas, nem para uma eventual emergência. No nosso país, infelizmente, são poucas as famílias/indivíduos que possuem um bom planejamento financeiro, devido à baixa educação financeira que temos. O planejamento financeiro deveria fazer parte da rotina de todos os indivíduos, independente da renda, pois é ferramenta essencial na construção de patrimônio, organização financeira, construção de reservas para emergências e, em última análise, gerador de qualidade de vida para quem o realiza. ETAPAS DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO O profissional CFP® deve, obrigatoriamente, seguir as seis etapas abaixo para a construção de um planejamento financeiro junto ao seu cliente: 1) Definir e Estabelecer o Relacionamento com o Cliente Esse é a primeira etapa e nela o profissional CFP® irá demonstrar e explicar para o cliente o processo de planejamento financeiro e também as competências do planejador financeiro. Após um primeiro contato, é importante o planejador financeiro entender se tem as competências para satisfazer as necessidades do cliente, isso porque nem sempre o profissional terá todo o conhecimento necessário para a solução de uma determinada demanda trazida pelo cliente. Nesse sentido, deve o profissional CFP encaminhar para outro profissional, caso não tenha a capacidade mínima. 9www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Se identificar que possui a capacidade, deve-se então definir o escopo do relacionamento, ou seja, o objetivo do trabalho, o tempo de duração do mesmo e também as responsabilidades de cada um (planejador e cliente) na execução da demanda. Entre as formas de remuneração do planejador financeiro estão: São responsabilidades básicas do planejador financeiro: • Proteger os dados e informações do cliente (confidencialidade); • Analisar e respeitar o perfil de risco do cliente nas suas recomendações; • Evitar potenciais conflitos de interesses e quando haver, informar os mesmos ao cliente; • Ser claro, independente, objetivo e colocar sempre na frente os objetivos do cliente; • Fazer estudos e análises de todo o cenário e características antes de apresentar as recomendações ao cliente. São responsabilidades básicas do cliente: • Arcar com os custos do trabalho do planejador, conforme acordado; • Ser claro honesto com relação ao entendimento e conhecimento dos produtos e cenário econômico; • Tentar seguir ao máximo as estratégias traçadas no planejamento financeiro; • Entender as limitações de resultados de acordo com a situação atual do seu patrimônio. 2) Coletar informações necessárias para elaboração de um plano financeiro e que permitam uma visão completa do cliente. Essa é a segunda etapa do planejamento financeiro e tem como objetivo que o planejador consiga ter uma visão completa do cliente nos seguintes temas: • Gestão Financeira; • Ativos e Investimentos; • Seguros; • Aposentadoria; • Situação Fiscal; • Planejamento Sucessório. 10 www.edgarabreu.com.br A partir dessa visão geral, deve estar identificado quais os objetivos pessoais e financeiros do cliente, como comprar uma casa em alguns anos, viajar com a família, entre outros. Também nessa etapa serão coletados dados quantitativos/documentos e também qualitativos (perfil de investimento, por exemplo). 3) Analisar e avaliar a situação financeira do cliente Após a coleta das informações, é o momento de o planejador financeiro realizar a análise e avaliação da situação do cliente. Primeiro passo nessa etapa é a determinação da capacidade de correr riscos por parte do cliente. Capacidade de correr riscos é uma medida técnica, calculada a partir do quanto a carteira/cenário suporta de risco. Já a disposição para assumir riscos é umadefinição psicológica, a partir de cada investidor e como o mesmo lida com uma eventual perda. Importante: CENÁRIO O QUE FAZER Disposição menor ou igual à capacidade Respeitar a disposição Disposição maior que a capacidade Respeitar a capacidade • Capacidade: Quanto o cliente pode correr de risco • Disposição: Quanto o cliente quer correr de risco Naturalmente, em alguns casos não é possível atingir um determinado resultado financeiro com uma carteira, de acordo com disposição/capacidade de correr risco do cliente. Nesse tipo de situação, é papel do planejador financeiro orientar o cliente sobre a realidade e à readequação de objetivos de acordo com o cenário. Os principais objetivos de acumulação de capital são: • Patrimônio Envolve algum plano de aquisição em um prazo futuro de um imóvel, títulos, etc. • Geração de Renda Envolve situação onde cliente deseja alguma renda no futuro para ele ou para um herdeiro. Nesse caso o planejador precisa entender qual o percentual da carteira precisa ser alocado para garantir a renda desejada pelo cliente. • Aposentadoria Envolve situação onde o cliente deseja alguma renda/retorno específico para a sua aposentadoria. Normalmente, é o percentual da carteira que será alocado em títulos com prazo maior. Também é importante avaliar e identificar se o cliente possui exposição a riscos (vida, patrimônio, saúde, responsabilidade, etc). Nesses casos, usualmente, o planejador indica contratação de seguros (de risco ou de acumulação) para mitigar esses riscos. 11www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 4) Desenvolver as recomendações de planejamento financeiro e apresentá-las ao cliente Antes de apresentar ao cliente, o planejador financeiro precisa desenvolver as estratégias do planejamento financeiro. Com relação específica aos investimentos, a gestão pode ser de dois tipos: Ativa: Tem como objetivo performar acima de algum indicador de rentabilidade, por exemplo o CDI ou Ibovespa. Ou seja, essa carteira pretende ter rentabilidade melhor do que a do mercado. Passiva: Tem como objetivo performar “indexado” a algum indicador de rentabilidade. Se escolhe o índice que se deseja seguir e a rentabilidade deverá estar atrelada a esse índice. Obs.: Alguns autores também tratam de uma terceira forma de gestão, que seria a semiativa, que seria uma forma menos arriscada que a gestão ativa, estando indexado também a um índice, porém, com um peso maior da carteira em setores que se acredita que tenham um forte potencial no futuro. 5) Implementar as recomendações de planejamento financeiro Após apresentar as recomendações, é necessário executar as possíveis alterações na carteira do cliente. Nesse sentido, a responsabilidade pela execução das ordens de compra e venda para reposicionamento da carteira pode ser de responsabilidade do próprio planejador financeiro, como administrador de carteira ou do cliente, sendo o profissional CFP® apenas um consultor. 6) Monitorar a situação do cliente Mesmo com a implementação das eventuais mudanças, o trabalho do planejador financeiro ainda não está concluído. Isso porque o último passo seria o monitoramento da situação do cliente, após as alocações. Isso é importante por dois motivos, principalmente: a) Os produtos escolhidos podem estar performando abaixo do que era a expectativa inicial e/ou abaixo da necessidade definida anteriormente. b) Houve alterações no perfil do cliente ou fatos novos (nascimento de um filho, perda de emprego, etc) que irão impactar no balanceamento atual da carteira. Via de regra, se aconselha a revisão do planejamento anualmente, mas nada impede que revisões sejam feitas antes desse período, de acordo com fatos e acontecimentos novos que possam surgir na realidade do cliente. 2. GESTÃO FINANCEIRA DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PESSOAIS: ORÇAMENTO E FLUXO DE CAIXA Como montar um orçamento pessoal adequado: Identifique onde vai parar seu salário todo o mês. Para isso, faça uma lista com todas as suas despesas, das maiores até as mais corriqueiras; 12 www.edgarabreu.com.br Faça uma fotografia detalhada de todas as suas receitas, despesas, dívidas e seus investimentos; Junte a família e juntos avaliem os gastos. É fundamental que toda a família participe dos seus planos financeiros. Desta forma, todos ficarão comprometidos com um mesmo objetivo; Faça um orçamento. Ele deve ser simples, incluindo suas receitas e todas suas despesas. Um orçamento lhe dará a exata dimensão de quanto ganha, e principalmente de quanto precisa para realizar seus sonhos. Agora você tem um panorama perfeito sobre sua vida financeira. O próximo passo é escolher o caminho de seus investimentos. Controle do Orçamento: A ideia de ter um orçamento não é para nos deixar tristes porque vamos ver a situação real de nossa saúde financeira. Ao contrário, a ideia de ter um orçamento é para nos deixar confiantes de que estamos ficando cada vez mais perto de realizar nossos sonhos. Nossos sonhos é que devem animar a rotina do planejamento financeiro de toda a família. Esse é um começo para manter o controle de nossos orçamentos. Para organizar suas contas é preciso separar as receitas das despesas. Faça uma lista dos ganhos e das despesas que você tem. Minhas Despesas: Maioria das pessoas acaba tendo muitas despesas e poucas receitas. Água, luz, telefone, condomínio, escola dos filhos, supermercado, entre outras. E as receitas, muitas vezes, se resumem a apenas uma: o salário no fim do mês. Por isso, é importante que você tenha listado todas as suas despesas, e saiba exatamente quanto elas representam na sua renda. Esse exercício, apesar de parecer um desafio, permitirá que você assuma o controle de sua vida financeira. Lembre-se de que há dois caminhos para você aumentar seu fluxo de caixa: o primeiro é aumentar sua renda, o que nem sempre é fácil. E o segundo, que pode ser mais simples e depende basicamente de disciplina, é reduzir suas despesas. Fluxo de Caixa: Fluxo de caixa é uma avaliação (geralmente uma previsão) do comportamento das receitas e despesas. Por exemplo, para um assalariado existe apenas uma entrada mensal e dezenas de saídas. A diferença entre estes dois fluxos gera um resultado no final de mês, que pode ser investido (quando há sobras) ou financiado (quando falta dinheiro para cobrir as despesas). Como o extrato bancário que você recebe em casa, o fluxo de caixa informa quanto dinheiro você tinha disponível no início do mês (quando seu salário foi depositado na conta) e quais foram todas as saídas da sua conta e depósitos feitos ao longo do período e, por fim, o saldo atual. 13www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 ATENÇÃO: Há despesas (ou receitas), no entanto, que não são registradas mês a mês. Um planejamento financeiro um pouco mais complete deve também leva rem conta, além do fluxo de caixa, a expectativa dessas depesas/receitas não recorrentes. Por exemplo, pagar o IPVA, o IPTU ou a matrícula da escola pode gerar um furo no orçamento em determinado mês. Se fizer, porém, uma reserva (provisionamento) para cobrir estas despesas você pode diluir o impacto dessas despesas no orçamento. Essa provisão deve estar registrada à razão de 1/12 por mês. Assim se tem uma ideia melhor da real situação financeira. Pense no caso de um motorista de táxi. Se ele pensa apenas em termos de fluxo de caixa e não provisiona para “pagar” a depreciação do seu carro, mais cedo ou mais tarde terá dificuldades para comprar um novo carro, já que não terá recursos para substituir o anterior. Simples, não? Por que ele é importante? Ter um fluxo de caixa positivo é fundamental para construir um patrimônio. Observe que se você conseguir investir uma parcela de sua sobra de caixa todo mês já está formando uma carteira de investimento que poderá se transformar num belo patrimônio ao longo dos anos. Se você não controla seu fluxo de caixa corre sério risco. Isso porque um fluxo de caixa constantemente negativo poderá corroer todo o seu patrimônio,por maior que ele seja. Assim, é fundamental que você se certifique de que seu fluxo de caixa estará sempre em equilíbrio e, principalmente, que ele tenha sobras quando há objetivos a serem perseguidos. Meu patrimônio: Construir um patrimônio não é uma tarefa simples. Há muitas pessoas que chegam à aposentadoria sem um tostão sequer e precisam viver à custa de favores de filhos e parentes. Este é seu maior estímulo para você construir um patrimônio e poder chegar à aposentadoria tendo conquistado sua independência financeira. A primeira preocupação é formar um patrimônio que esteja a salvo da inflação. Não adianta nada passar a vida economizando se você deixar que a inflação destrua seu patrimônio. Patrimônio Líquido = totalidade de seus bens – compromissos financeiros. Um processo de construção de patrimônio envolve os seguintes passos: • Ser realista; • Estabelecer metas; • Criar uma estratégia; • Ser flexível, seus objetivos podem mudar. 14 www.edgarabreu.com.br Como seria um balanço pessoal: Semelhante ao balanço de uma empresa, abaixo um exemplo dessa demonstração pessoal: ATIVO PASSIVO + PL Ativos de Alta Liquidez Passivo Curto Prazo Ativos Investidos Passivo Longo Prazo Bens de Utilização Patrimônio Líquido TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO + PL Aprendendo a Investir – Como Escolher? Sua principal preocupação hoje é acumular patrimônio? Ou seu objetivo atual é proteger o patrimônio que você já acumulou? É importante entender que não existe a melhor opção, e sim a mais adequada às suas necessidades e expectativas. Há várias formas de você investir seu dinheiro: comprar um imóvel, aplicar em títulos de renda fixa ou em ações são alguns exemplos. Um aspecto importante é definir qual a meta de rentabilidade para a aplicação. Se sua meta é acumular patrimônio você terá, necessariamente, de buscar aplicações mais arrojadas. Esses investimentos têm maior potencial de ganho ao longo do tempo, e consequentemente um maior grau de risco. Mas, se você quer apenas proteger seu patrimônio, opte por aplicações mais conservadoras, mas com uma taxa de retorno acima da inflação. Ao escolher um investimento arrojado é importante que sua decisão seja baseada em seus objetivos e tempo de aplicação, e sua tolerância ao risco de perda. Acompanhar e Revisar os Investimentos Há várias formas de você acompanhar o desempenho de seus investimentos. Todos os dias é possível encontrar, nos principais jornais do país, informações sobre os fundos da indústria. Valor da cota, rentabilidade diária e mensal, patrimônio líquido, entre outras, são informações facilmente acessáveis por todos os investidores. Além dessas informações comuns a todo investidor é preciso acompanhar sempre o desempenho de seus investimentos especificamente, e avaliar periodicamente se ainda estão de acordo com seus objetivos, estabelecidos na época da sua aplicação inicial. Assim como tudo na vida, seus objetivos estão em constate evolução, seja por uma mudança repentina de planos, ocorrida por uma doença na família ou a perda do emprego, por exemplo, como também uma mudança em seus projetos pessoais (o carro novo do passado pode ter se transformado na viagem de volta ao mundo do próximo ano). Com os investimentos a coisa não é diferente. 15www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Deste modo, fique sempre de olho nas suas economias. Não é necessário, é claro, tomar decisões baseadas em movimentos pontuais de mercado, mas não deixe de fazer sistematicamente uma avaliação de seus investimentos e adequá-los a fase da vida em que se encontra, e ao que pretende para seu futuro. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EMPRESARIAIS O objetivo das demonstrações contábeis empresariais é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma determinada sociedade jurídica. Balanço Patrimonial É a principal demonstração financeira de uma empresa. Por meio dele, a empresa consegue demonstrar como está o seu patrimônio, detalhando a posição patrimonial atual da empresa. O mais comum é sua divulgação no final do ano, acompanhando a evolução patrimonial anual da empresa. Representa uma posição estática (posição ou situação patrimonial em determinada data). ATIVO PASSIVO Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO • Ativo Circulante: São os bens/direitos que serão realizados em até 1 ano; • Ativo Não Circulante: São os bens/direito que se tem expectativa de realização em prazo superior a 1 ano; • Passivo Circulante: São as obrigações/dívidas que possuem vencimento em até 1 ano; • Passivo Não Circulante: São as obrigações/dívidas que possuem vencimento superior a 1 ano; • Patrimônio Líquido: Representa o capital próprio da empresa, já que é a diferença entre o ativo e o passivo. Demonstração de Resultado do Exercício – DRE O DRE foi instituído pela Lei 6404/76 no Art. 187. Essa demonstração tem como objetivo principal apresentar de forma vertical e resumida o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas em um determinado período. O período mais utilizado é o de doze meses. Oferece um resumo, uma síntese econômica completa das atividades operacionais e não operacionais da empresa, demonstrando claramente se houve lucro ou prejuízo. O relatório utiliza a forma de contabilização por competência, ou seja, os valores são lançados na DRE, mesmo se não forem efetivamente recebidos naquele período. 16 www.edgarabreu.com.br Abaixo um modelo de uma DRE: (+) RECEITA OPERACIONAL BRUTA Venda de Produtos Venda de Mercadorias Prestação de Serviços ( – ) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções de Vendas Abatimentos Impostos e Contribuições Sobre Vendas ( = ) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA ( – ) CUSTOS DAS VENDAS Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias Custo dos Serviços Prestados ( = ) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO ( – ) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Com Vendas Despesas Administrativas ( – ) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS Despesas Financeiras ( – ) Receitas Financeiras Variações Monetárias e Cambiais Passivas ( – ) Variações Monetárias e Cambiais Ativas 17www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 OUTRAS RECEITAS E DESPESAS Resultado da Equivalência Patrimonial Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante ( – ) Custo da Venda de Bens e Direitos do Ativo Não Circulante ( = ) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO ( – ) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro ( = ) LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES ( – ) Debêntures, Empregados, Participações de Administradores, Partes Beneficiárias, Fundos de Assistência e Previdência para Empregados ( = ) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Custo Médio Ponderado de Capital – CMPC Também conhecido como WACC (Weighted Average Cost of Capital) nada mais é do que a média do custo dos recursos que estão alocados na empresa, ponderado por sua participação. Para uma empresa operar, é necessário que se tenham recursos financeiros dentro da mesma. Esses recursos podem ser dos próprios acionistas (Capital Próprio) ou recursos emprestados (Capital de Terceiros). O capital de terceiros possui custo de juros e o capital próprio possui, pelo menos, o custo de oportunidade. A forma de obter o CMPC está na fórmula abaixo: Onde: • Ke = Custo do Patrimônio Líquido (Capital Próprio) • Kd = Custo da Dívidas Após Impostos • Kps = Custo das Ações Preferenciais • E / (E + D + PS) = Proporção, em valor, de mercado, do patrimônio líquido em relação ao valor do mix de financiamento 18 www.edgarabreu.com.br • D / (E + D + PS) = Proporção, em valor de mercado, da dívida em relação ao valor do mix de financiamento • PS / (E + D + PS) = Proporção, em valor de mercado, das ações preferenciais em relação ao valor do mix de financiamento Exemplo: Uma empresa possui Patrimônio Líquido (PL) de R$ 30.000 e dívidasde R$ 70.000. Considerando que o custo da dívida é de 15% e o retorno requerido pelos acionistas é de 30%, calcule o CMPC da empresa: Resolução: Primeiro passo é entender o percentual de dívida e de capital próprio. Nesse caso: Dívida = 70% Capital Próprio = 30% Segundo passo é só aplicar a fórmula: CMPC = (30% x 0,3) + (15% x 0,7) = 19,50% O Custo Médio de Capital da empresa é de 19,50%. O CMPC é muito importante, principalmente, para se analisar a viabilidade dos projetos da empresa, isso porque, se um determinado projeto/investimento não tiver um retorno superior ao CMPC, não é financeiramente viável. ESTRATÉGIAS DE ALAVANCAGEM COM UTILIZAÇÃO DE RECURSOS DE TERCEIROS E ADEQUAÇÃO DA MODALIDADE DE CRÉDITO PARA OS OBJETIVOS DO CLIENTE Diversas modalidades e linhas de crédito estão disponíveis no sistema financeiro brasileiro como possibilidade de alavancagem para a população. Saber as características de cada um dos produtos e quando os utilizar é competência básica do planejador financeiro. Abaixo temos a tabela e a seguir os detalhes dos produtos exigidos na sua prova: Créditos Rotativos Cheque Especial Cartão de Crédito Empréstimos Pessoais Livre Destinação dos Recursos Financiamentos Crédito Direto ao Consumidor – CDC Leasing Financiamento Imobiliário Aquisição de Imóvel Repasses (BNDES) Financiados pelo BNDES Outros Conta Margem Consórcio Penhor Linhas de Crédito Educacionais 19www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Créditos Rotativos: Cheque Especial e Cartão de Crédito Os contratos de abertura de crédito rotativo são linhas de crédito abertas com um determinado limite e que o cliente utiliza à medida de suas necessidades. Os encargos (juros e IOF) são cobrados de acordo com a utilização dos recursos. O principal da dívida pode ser “rolado” e até mesmo os juros poderão ser pagos com o próprio limite disponibilizado O chamado cheque especial é um produto que decorre de uma relação contratual em que é fornecida ao cliente uma linha de crédito para cobrir cheques que ultrapassem o valor existente na conta. O banco cobra juros por esse empréstimo. Além dos juros cobrados pelos bancos, normalmente taxas elevadas, também incide IOF sobre os recursos utilizados. Por meio dos cheques especiais, os bancos emprestam dinheiro às pessoas. Assim, de acordo com a renda de cada um, é estipulado um limite de crédito. A cobrança, que geralmente é feita no primeiro dia útil de cada mês, é realizada pelo banco diretamente na conta do cliente. Essa cobrança se refere aos juros sobre o valor e o período utilizado. O cheque especial deve ser utilizado somente para emergências e em situações onde se tem um cenário de curto prazo para honrar a dívida. Isso porque é uma linha de crédito que apresenta uma alta taxa de juros. As atividades de emissão de cartão de crédito exercidas por instituições financeiras estão sujeitas à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil. Todavia, nos casos em que a emissão do cartão de crédito não tem a participação de instituição financeira, não se aplica a regulamentação do CMN e do Banco Central • Vendedor: • Forte indutor do consumo; • Rebate no preço das vendas (tarifas e prazo). • Comprador: • Enquadramento das necessidades de consumo às disponibilidades de caixa; • Ganhos sobre a inflação; • Forte indutor do consumo. • Tipos: • Quanto ao usuário: pessoa física ou empresarial • Quanto à utilização: nacional ou internacional. O dono do cartão recebe mensalmente a fatura, pelo correio ou por meio eletrônico, para conferir e pagar as compras efetuadas. É possível optar pelo pagamento total, pelo valor mínimo ou por algum valor intermediário. 20 www.edgarabreu.com.br IMPORTANTE: O valor mínimo da fatura de cartão de crédito a ser pago mensalmente não pode ser inferior ao correspondente à aplicação, sobre o saldo total da fatura, dos seguintes percentuais: I. 15%, a partir de 1º de junho de 2011; COMENTÁRIO: O maior ganho das instituições financeiras e das administradoras de cartão de crédito se dá no momento em que o cliente opta em não pagar o total de sua fatura no mês correspondente, parcelando assim a sua dívida a uma taxa de juros geralmente elevada. Os bancos só podem cobrar cinco tarifas referentes à prestação de serviços de cartão de crédito: 1. Anuidade; 2. emissão de segunda via do cartão; 3. tarifa para uso na função saque; 4. tarifa para uso do cartão no pagamento de contas; 5. tarifa no pedido de avaliação emergencial do limite de crédito. O contrato de cartão de crédito pode ser cancelado a qualquer momento. No entanto, é importante salientar que o cancelamento do contrato de cartão de crédito não quita ou extingue dívidas pendentes. Assim, deve ser buscado entendimento com o emissor do cartão sobre a melhor forma de liquidação da dívida. Existem dois tipos de cartão de crédito, conforme o Banco Central: 21www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 ATENÇÃO: As instituições financeiras são obrigadas a oferecer o cartão básico. Empréstimos pessoais: São modalidades de crédito não rotativo e que possuem livre destinação, ou seja, não estão atrelados a aquisição de um bem ou serviço. Principais modalidades: • Crédito Automático; • Crédito com Garantia; • Crédito Consignado. Financiamentos São operações de crédito que estão atreladas à aquisição de algum bem ou serviço por parte de quem está adquirindo esse crédito. CRÉDITO DIRETO A CONSUMIDOR (CDC) Financiamento concedido por uma financeira a seus clientes, para a aquisição de bens ou serviços, ou ainda, sem propósitos específicos. Muito utilizado na compra de veículos, móveis e eletrodomésticos. Sempre que possível, o bem adquirido com o financiamento fica vinculado em garantia à operação Definição: CDC ou Crédito Direto ao Consumidor – São operações de crédito concedidas pelos Bancos, ou pelas chamadas Financeiras, a pessoas físicas ou jurídicas, destinadas a empréstimos sem direcionamento ou financiamentos de bens ou serviços. Contratação: Depois de definido o limite, você pode acessar qualquer um dos Terminais de Autoatendimento, internet, agências bancárias ou diretamente nos terminais POS das lojas, dependendo da linha a ser utilizada. Imposto: Gera cobrança de IOF. LEASING Arrendadora: É a empresa de leasing. As arrendadoras são empresas previamente autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, como também os Bancos com Carteira de Arrendamento Mercantil. Arrendatária: Cliente, que necessita de um bem e faz a escolha livremente 22 www.edgarabreu.com.br Fornecedor: É quem você escolheu para lhe fornecer o bem, pelo preço que vocês ajustaram e que lhe será entregue após a emissão da ordem de compra pela arrendadora. Bens a serem arrendados: Bens imóveis e móveis, de produção nacional ou estrangeira, tais como veículos, máquinas, computadores, equipamentos, entre outros Fluxo de uma operação de leasing: Parte do princípio de que o lucro vem da utilização do bem, e não da sua propriedade, sendo portanto, uma forma de ter sem comprar. Sua formalização é feita exclusivamente através de contrato. Encargos do Leasing: Taxas de abertura de crédito (VRG Antecipado): serve para diminuir o valor do arrendamento; Taxa de Compromisso: valor cobrado durante o período de carência do leasing; Contraprestação, aluguel ou taxa de arrendamento: mensalidade dedutível do lucro tributável. Principais Vantagens: Financiamento total do bem; Liberação de recursos para o capital de giro; Possibilidade de atualização dos equipamentos durante a vigência do contrato; Não incidência do IOF; Melhoria dos índices financeiros, ou conservação de linhas de crédito; Dupla economia de Imposto de Renda. Desvantagem: caso o arrendatário opte por liquidar antecipadamente o leasing, ele perde todos os benefícios OBS.: Apesar de não incidir IOF operações de leasing estão sujeitas a cobrança de ISS (Imposto Sobre Serviço) 23www.edgarabreu.com.brCFP® | Módulo 1 Tipos de Leasing: • Operacional: não há a presença de uma instituição financeira; • Financeiro: existência de um intermediário entre o arrendador e o arrendatário, que é a instituição financeira. • Tradicional; • Leasing Back; • Imobiliário; • Operações sindicalizadas. LEASING FINANCEIRO LEASING OPERACIONAL É a forma de leasing mais tradicional; O Valor Residual Garantido (VRG) é diluído nas parcelas Em geral possibilita o arrendatário adquirir o bem no final do contrato Três personagens: o produtor do bem, o arrendador e o arrendatário; Prazo mínimo de financiamento: entre 24 (até 5 anos de vida útil) e 36 meses para os demais; Todas as despesas (seguro, ISS, registro do contrato, etc.) correm por conta do arrendador ou do arrendatário, dependendo do que estiver escrito no contrato. Geralmente é praticado diretamente entre o produtor e os usuários; Geralmente o arrendador fica responsável pela manutenção/substituição do equipamento; Os bens arrendados são produtos de alta tecnologia, com alto valor de revenda e mercado secundário ativo; Seus contratos não tem opção de compra no final. Caso o arrendatário deseja adquirir o bem, terá que pagar o preço de mercado Como não têm opção de compra, suas prestações são menores; Prazos dos contratos: mínimo de 90 dias, e máximo de 75% da vida útil do bem. ATENÇÃO: É obrigado a apresentação do Custo Efetivo Total (CET), previamente à contratação da operação de crédito e de arrendamento mercantil financeiro, bem como constar, de forma destacada, dos respectivos contratos. Financiamento Imobiliário O Financiamento Imobiliário tem a finalidade de financiar a aquisição de imóvel novo ou usado, podendo ser residencial ou comercial. Também pode ser obtido com a finalidade de construir um imóvel e adquirir materiais de construção. O imóvel é dado como garantia do financiamento, por esse motivo a instituição financeira exige um Seguro Habitacional de Danos Físicos ao Imóvel – DFI, assim, não tem riscos de perder a garantia do financiamento. Com relação ao risco de não pagamento do financiamento por morte, invalidez ou perda de emprego, a instituição financeira mitiga esse risco com o Seguro Prestamista. 24 www.edgarabreu.com.br Seguro de Danos Físicos ao Imóvel – DFI A cobertura de um seguro DFI abrange os riscos de incêndio, queda de raio, explosão, inundação e alagamento, destelhamento, desmoronamento total e parcial e ameaça de desmoronamento. IMPORTANTE: O limite máximo de garantia pelo seguro DFI é o valor de avaliação do imóvel no ato da contratação do financiamento. Quanto ao valor de indenização, será igual ao valor necessário para reposição dos prejuízos. A seguradora pode ainda, ofertar coberturas adicionais como: Seguro de conteúdo, atendimento a emergências domésticas domiciliares (Assistência 24 horas), assistência funeral, entre outras. Seguro Prestamista Tem como objetivo o pagamento de prestações ou a quitação do saldo devedor de bens ou planos de financiamento adquiridos pelo segurado, em caso de morte, invalidez permanente, invalidez temporária e desemprego. Este seguro configura-se como uma proteção financeira para empresas que vendem a crédito, bem como ao segurado que fica livre da responsabilidade em caso de sinistro. Crédito Rural Quem pode se utilizar do crédito rural? • produtor rural (pessoa física ou jurídica); • cooperativa de produtores rurais; e 25www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 • pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguintes atividades: • pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas; • pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões; • prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para a proteção do solo; • prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; • medição de lavouras; • atividades florestais. ATENÇÃO: Profissionais que se dedicam a exploração de pesca e aquicultura, com fins comerciais não são mais beneficiados pelas linhas empréstimos de crédito rural. Atividades financiadas pelo crédito rural: • custeio das despesas normais de cada ciclo produtivo; • investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos produtivos; • comercialização da produção. Recursos Controlados: • os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista); • os das Operações Oficiais de Crédito sob supervisão do Ministério da Fazenda; • os de qualquer fonte destinados ao crédito rural na forma da regulação aplicável, quando sujeitos à subvenção da União, sob a forma de equalização de encargos financeiros, inclusive os recursos administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); • os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições definidas para os recursos obrigatórios; • os dos fundos constitucionais de financiamento regional; • os do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Não controlados: todos os demais. Para concessão do crédito rural, é necessário que o tomador apresente orçamento, plano ou projeto, exceto em operações de desconto de Nota Promissória Rural ou de Duplicata Rural. 26 www.edgarabreu.com.br Garantias aceitas: • penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cédula; • alienação fiduciária; • hipoteca comum ou cédula; • aval ou fiança; • seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); (OBRIGATÓRIO a contratação para empréstimos contratados com recursos controlados e a partir de Julho de 2014 após publicação da CMN 4.235); • proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio de penhor de direitos, contratual ou cedular; • outras que o Conselho Monetário Nacional admitir. IMPORTANTE: Alíquota de IOF para operações de crédito rural é de zero. O IOF cobrado em algumas operações é o IOF adicional. No caso de operação de comercialização, na modalidade de desconto de nota promissória rural ou duplicata rural, a alíquota zero é aplicável somente quando o título for emitido em decorrência de venda de produção própria. Repasses do BNDES Grande parte das operações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES ocorre através de forma indireta (repasses), por meio de parceria com uma rede de instituições financeiras autorizadas pelo BNDES. Os recursos providos pelo BNDES devem ser utilizados pelo cliente em finalidades específicas, tais como: • investimentos para implantação, expansão, modernização e/ou recuperação de empreendimentos, infraestrutura, empresas e instituições públicas e privadas, incluindo estudos, projetos, obras civis, instalações, treinamento, entre outros; • produção ou aquisição de máquinas e equipamentos novos (inclusive veículos utilitários, ônibus, caminhões e aeronaves), de fabricação nacional e credenciados pelo BNDES; • bens novos, insumos, serviços, softwares; • capital de giro; • exportação de bens e serviços nacionais; e • aquisição de bens e serviços importados e despesas de internação (através de linhas e condições específicas para esse fim), desde que haja comprovação de inexistência de similar nacional. 27www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Quem pode se beneficiar dos repasses concedidos pelo BNDES: • empresas sediadas no Brasil; • empresários individuais (pessoa física ou jurídica) • microempreendedores individuais (pessoa jurídica); • entidades ou órgãos públicos, da administração direta e indireta, das esferas Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal; • fundações e associações de direito privado; • cooperativas; • pessoas físicas domiciliadas e residentes no país, desde que exerçam atividades econômicas e sejam devidamente registradas, como por exemplo caminhoneiros e produtores rurais; • consórcios e condomínios que exerçam atividade produtiva; e • sindicatos e clubes.O BNDES oferece produtos, linhas de financiamento e programas, cujas condições de apoio refletem as prioridades e diretrizes da política de desenvolvimento do Governo Federal. Um mesmo financiamento, que contemple mais de uma finalidade, poderá combinar diferentes produtos, linhas e programas. Produtos definem regras gerais de financiamento de acordo com cada finalidade. Cada produto pode se dividir em linhas de financiamento permanentes, que atendem a tipos de clientes e objetivos diferentes, com condições específicas (como taxa de juros e prazo de pagamento). Por exemplo, o produto BNDES Finame oferece financiamento para máquinas e equipamentos, possuindo linhas específicas para aquisição, outra para produção e mais uma para modernização. Programas têm caráter temporário e atendem a demandas ou segmentos específicos. O BNDES Procult, por exemplo, é um programa criado para a cadeia produtiva da economia da cultura. O Cartão BNDES é um produto destinado a micro, pequenas e médias empresas de controle nacional, consistindo em um crédito rotativo e pré-aprovado de até R$ 2 milhões, por banco emissor, para aquisição de produtos e serviços credenciados. Mais informações podem ser obtidas no Portal de Operações do Cartão BNDES. O BNDES também utiliza Fundos para complementar suas fontes de recursos, bem como oferecer opções de apoio financeiro aos seus clientes. Os Fundos podem ter naturezas estatutárias ou legais e são regidos por normas próprias, que definem suas condições específicas. 3. FUNDAMENTOS DE ECONOMIA POLÍTICAS MACROECONÔMICAS: MONETÁRIA, FISCAL E CAMBIAL Política Monetária COPOM Em Junho de 1999 o Brasil passou a adotar as “Metas de Inflação” (definida pelo C.M.N). Índice utilizado na meta: IPCA. 28 www.edgarabreu.com.br É composto atualmente pela diretoria colegiada do BACEN. É o Copom quem define a taxa de juros “Selic – Meta” e também a existência ou não do Viés. Uma vez definido o viés, compete ao presidente do BACEN a tarefa de executar. Reunião em dois dias (terças e quartas), sendo o primeiro dia reservado para apresentação de dados e discussões e no segundo dia acontece a votação e definição da taxa de juros. Calendário de reuniões (8 vezes ao ano) divulgado em até o fim de Outubro, podendo reunir-se extraordinariamente, desde que convocado pelo Presidente do Banco Central. Divulgação da ATA de reunião em 6 dias úteis em português e 7 em Inglês; Caso a Inflação (medida pelo IPCA) ultrapasse a meta estipulada pelo C.M.N (somado o intervalo de tolerância), o Presidente do Banco Central deve explicar os motivos do não cumprimento da meta através de uma Carta Aberta ao Ministro da Fazenda. Não confunda: Determinar a Meta da taxa de Juros: COPOM Determinar a Meta de inflação: CMN POLÍTICA MONETÁRIA Conjunto de medidas adotadas pelo Governo visando adequar os meios de pagamento disponíveis às necessidades da economia do país, bem como, controlar da quantidade de dinheiro em circulação no mercado e que permite definir as taxas de juros. Instrumentos: • Depósito compulsório; • Operações de Redesconto; • Open Market (operações de mercado aberto). DEPÓSITO COMPULSÓRIO Representa uma parcela dos recursos depositados nos bancos que não pode ser aplicado, devendo ser depositadas no banco central; Limita a criação de moedas feita pelas instituições monetárias; Atualmente existe 3 tipos de compulsórios: Compulsório sobre depósito à vista, depósito à prazo e poupanças; IMPORTANTE: Uma elevação na alíquota do depósito compulsório provoca uma redução da liquidez e uma elevação nas taxas de juros. 29www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 OPERAÇÃO DE REDESCONTO É a taxa de juros cobrada pelo Banco Central pelos empréstimos concedidos aos bancos; O BACEN realiza operações de redesconto às instituições financeiras. OPEN MARKET (MERCADO ABERTO) É a compra e ou venda de T.P.F (Título Público Federal) executada pelo BACEN; É o instrumento mais ágil e eficaz que o governo dispõe para fazer política monetária; Comentário: É sem dúvida o melhor e, mais eficaz instrumento para fazer política monetária do BACEN, por ter um resultado imediato e confiável. CONSEQUÊNCIAS DA POLÍTICA MONETÁRIA LIQUIDEZ INFLAÇÃO PIB AUMENTAR (↑) Compulsório e Redesconto ou VENDER T.P.F REDUZ ↓ REDUZ ↓ REDUZ ↓ REDUZIR (↓) Compulsório e Redesconto ou COMPRAR T.P.F ↑ AUMENTA ↑ AUMENTA ↑ AUMENTA RELAÇÃO ENTRE JUROS E ATIVIDADE ECONÔMICA → Por que juros altos impactam na atividade econômica (PIB)? Com um cenário de juros altos, o crédito fica mais caro (custo do dinheiro), com isso as pessoas consomem menos (menos compras), resultando em uma atividade econômica menor (indústrias produzem menos, pois a demanda está menor). → Por que não temos juros baixos para que a atividade econômica (PIB) cresça? Em um cenário de juros baixos, o crédito fica mais barato (custo do dinheiro), com isso as pessoas consomem mais (mais compras), resultando em uma atividade econômica maior. Porém, esse aquecimento na demanda (procura por produtos/serviços) irá gerar um aumento nos preços (lei da oferta e demanda), gerando muitas vezes inflação (que se estiver em um nível muito alto não é positivo para o país). Política Fiscal Conjunto de medidas adotadas pelo Governo, dentro do orçamento do Estado, que visam obter as rendas indispensáveis à satisfação das despesas públicas. 30 www.edgarabreu.com.br Chamamos de política fiscal as decisões do governo sobre como e quando irá arrecadar de tributos (impostos, taxas e contribuições) e sobre quanto e de que forma irá gastar os recursos disponíveis. Contas do Setor Público: Pagamento de juros sobre a dívida pública Receita Impostos Despesas não financeiras Superávit/ Déficit Primário Superávit Déficit Nominal Política Cambial Política federal que orienta o comportamento do mercado de câmbio e da taxa de câmbio: O Brasil adota um regime de Política Cambial Flutuante SUJA sem Banda Cambial. Em um regime de taxas perfeitamente flutuantes o Bacen não intervém no mercado, permanecendo inalterado as reservas internacionais. RESERVAS INTERNACIONAIS As Reservas Internacionais de um país são formadas por ativos em moedas estrangeiras, como Títulos, depósitos bancários, ouro, etc., que podem ser usados para pagamentos de dívidas internacionais. VALORIAÇÃO E DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL 31www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 TAXA DE CÂMBIO Taxa de câmbio é o preço de uma unidade monetária de uma moeda em unidades monetárias de outra moeda. PTAX é a taxa que expressa à média das taxas de câmbio praticada no mercado interbancário. Divulgada pelo BACEN. TODAS as operações devem ter registro OBRIGATÓRIO no SISBACEN pelas instituições autoriza- das por ele a atuar. DÓLAR Spot: Taxa à vista DÓLAR forward: Taxa negociada no mercado futuro (Contratos a termo) Contas Externas: É o registro das transações de um país com o resto do mundo. No Brasil, os valores são expressos em dólares americanos, mesmo quando são efetuados com outros países que não os EUA. Duas grandes contas formam o balanço de pagamentos de um país: Conta Corrente: Engloba os registros de três outras contas: a balança comercial, a conta de serviços e rendas e as transferências unilaterais. Balança comercial: Registra o comércio de bens, na forma de exportações e importações. Quando as exportações são maiores que as importações temos um superávit na Balança Comercial. Um déficit ocorre quando as importações são maiores que as exportações. 32 www.edgarabreu.com.br Conta de Serviços e Rendas: Inclui os pagamentos/recebimentos relacionados com o comércio de bens, como fretes e seguros, as receitas/despesas com viagens internacionais, o aluguel de equipamentos, os serviços governamentais, a exportação e importação de serviços e o pagamento/recebimento de juros e de lucros e dividendos. Transferências Unilaterais: Contabilizam o saldo líquido das remessas de recursosou doações feitas entre residentes no Brasil e residentes em outros países. Conta de Capitais: Registra o saldo líquido entre as compras de ativos estrangeiros por residentes no Brasil e a venda de ativos brasileiros a estrangeiros. Principais Indicadores Econômicos PIB (PRODUTO INTERNO BRUTO) O PIB (Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. Isso inclui do pãozinho até um avião produzido pela Embraer, por exemplo. O índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação não é levada em conta. No caso de um pão, a farinha de trigo usada não entra na contabilidade. O PIB é obtido pela equação: PIB = Consumo + Investimentos + Gastos do Governo + Saldo da Balança Comercial (Exportação Importação) Fórmula do PIB sob a ótica do Consumo = C + I + G + NX 33www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Onde: C = Consumo I = Investimentos G = Gastos do Governo NX = Exportações Líquidas (Exportações – Importações) O cálculo do PIB deve considerar apenas o valor agregado, descontando sempre o valor dos insumos, ou seja, imaginamos que uma indústria tem um custo de matéria prima de 1.000,00, para produzir determinado produto e o vende 1.800,00, concluímos que esta indústria contribui com R$ 800,00 para o PIB de cada produto vendido. (R$ 1.800,00 – R$ 1.000,00) IPCA (ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO) A ponderação das despesas das pessoas para se verificar a variação dos custos foi definida do seguinte modo: A ponderação das despesas das pessoas para se verificar a variação dos custos foi definida do seguinte modo Tipo de Gasto Peso % do Gasto Alimentação 25,21 Transportes e comunicação 18,77 Despesas pessoais 15,68 Vestuário 12,49 Habitação 10,91 Saúde e cuidados pessoais 8,85 Artigos de residência 8,09 Total 100,00 • Índice Oficial de inflação do Brasil. • Calculado pelo IBGE. • Divulgado mensalmente. • Utilizado como referência para META de inflação definida pelo CMN para o COPOM. • População-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 40 (quarenta) salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia. IPC-FIPE É calculado mensalmente pela USP/FIPE e mede a variação de preços para o consumidor na cidade de São Paulo com base nos gastos de quem ganha de um a vinte salários mínimos. Os grupos de despesas estão compostos de acordo com o POF (Pesquisas de Orçamentos Familiares) em constante atualização. O período de pesquisa das variações de preços ocorre a partir do primeiro ao último dia de cada mês. A publicação dos índices ocorre em torno do dia dez do mês subsequente. A FIPE divulga também as variações de preços das últimas quatro semanas imediatamente anteriores. 34 www.edgarabreu.com.br IGP-M (ÍNDICE GERAL DE PREÇOS DO MERCADO) Calculado pela FGV. Divulgado mensalmente. → IGP-M/FGV é composto pelos índices: • 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA); • 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC); • 10% Índice Nacional de Custo de Construção (INCC). O índice que mais afeta o IGP-M é o IPA. COMENTÁRIO: O que difere o IGP-M/FGV e o IGP-DI/FGV é que as variações de preços consideradas pelo IGP-M/FGV referem ao período do dia vinte e um do mês anterior ao dia vinte do mês de referência e o IGP-DI/FGV refere-se a período do dia um ao dia trinta do mês em referência. PRINCIPAIS INDICADORES FINANCEIROS SELIC META X SELIC OVER A taxa Selic Over taxa apurada no Selic, obtida mediante o cálculo da taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e cursadas no referido Sistema na forma de operações compromissadas. A taxa Selic Meta é Definida pelo Copom, com base na Meta de Inflação. É a Selic Meta que regula a taxa Selic over assim como todas as outras taxas do Brasil. COMENTÁRIO: A Selic over pode ser alterada diariamente (dias úteis), pois se trata de uma média das taxas de negociação dos TPF, enquanto a Selic Meta só é alterada pelo Copom, através de reuniões ordinárias ou Extraordinárias. 35www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 CDI (CERTIFICADO DE DEPÓSITO INTERFINANCEIRO) • Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições financeiras, que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são idênticas às de um CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua função é, portanto, transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras palavras, para que o sistema seja mais fluido, quem tem dinheiro sobrando empresta para quem não tem. • A taxa média diária do CDI é utilizada como parâmetro para avaliar a rentabilidade de fundos, como os DI, por exemplo. O CDI é utilizado para avaliar o custo do dinheiro negociado entre os bancos, no setor privado e, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário), essa modalidade de aplicação pode render taxa de prefixada ou pós-fixada. CDI X SELIC TR (TAXA REFERENCIAL) A TR representa a Taxa Básica Financeira (TBF), que é calculada em função da taxa média dos CDB, deduzida de um redutor (R), da seguinte forma: TR = 1+TBF( ) R ⎡ ⎣ ⎢ ⎢ ⎤ ⎦ ⎥ ⎥ −1 A TR é utilizada na remuneração dos títulos da dívida agrária (TDA), dos recursos das cadernetas de poupança e do FGTS. É competência do BACEN calcular e divulgar a TR. 36 www.edgarabreu.com.br Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP A TJLP é calculada com base em dois parâmetros: uma meta de inflação calculada pro rata para os doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, inclusive, baseada nas metas anuais fixadas pelo Conselho Monetário Nacional; e um prêmio de risco. A TJLP é divulgada trimestralmente pelo Banco Central do Brasil até o último dia útil do trimestre imediatamente anterior ao de sua vigência para as posições de 1º de janeiro, 1º de abril, 1º de julho e 1º de outubro, sendo expressa em percentual ao ano. ÓRGÃOS DE REGULAÇÃO, FISCALIZAÇÃO E AUTORREGULAÇÃO; PARTICIPANTES DO MERCADO O Sistema Financeiro Nacional tem o importante papel de fazer a intermediação de recursos entre os agentes econômicos superavitários e os deficitários de recursos, tendo como resultado um crescimento da atividade produtiva. Organograma Fonte: Livro Sistema Financeiro Nacional – Edgar Abreu e Lucas Silva 37www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Conselho Monetário Nacional – CMN Órgão Máximo do Sistema Financeiro Nacional. Composição: Ministro da Fazenda (Presidente do conselho); Ministro do Orçamento, Planejamento e Gestão e o Presidente do Banco Central; Principal atribuição: fixar as diretrizes e normas da Política Cambial, Monetária e de Crédito Demais objetivos e competências: • Autorizar as emissões de Papel Moeda; • Fixar as diretrizes e normas da Política Cambial, Monetária e de Crédito, inclusive quanto à compra e venda de ouro; • Disciplinar o Crédito em todas as modalidades; • Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões entre outras; • Determinar o Percentual de recolhimento de compulsório; • Regulamentar as operações de redesconto; • Regular a constituição, o funcionamento e a fiscalização de todas as instituições financeiras que operam no País. COMENTÁRIO: Tente gravar as palavras chaves como: Autorizar, fixar, Disciplinar, Limitar, Regular. Lembre-se que o CMN é um órgão NORMATIVO assim não executa tarefas. OBS.: Cuidado com o verbo AUTORIZAR e REGULAMENTAR que também pode ser utilizado para funções do Banco Central do Brasil. Banco Central Do Brasil – BACEN Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. Diretoria colegiada composta de até 9 membros (Presidente + 8 Diretores), todos nomeadospelo Presidente da República. Sujeito à aprovação no Senado. Principal órgão executivo do sistema financeiro. Faz cumprir todas as determinações do CMN. Principais atribuições e competências do BACEN: • Formular e executar as políticas monetárias e cambiais, de acordo com as diretrizes do Governo Federal; • Executar as diretrizes e normas do CMN; • Regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional; • Conduzir a política monetária; • Administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e o meio circulante; • Emitir papel-moeda; • Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos; 38 www.edgarabreu.com.br • Autorizar e fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras, punindo-as, se for o caso; • Controlar o fluxo de capitais estrangeiros; • Exercer o controle do crédito. COMENTÁRIO: Tente memorizar as palavras chaves como: conduzir, formular, regular, administrar, emitir, receber, autorizar, fiscalizar, controlar e exercer. Lembre-se que o BACEN é quem faz cumprir todas as determinações do CMN. Comissão de Valores Mobiliários – CVM Entidade autárquica, vinculada ao governo através do Ministério da Fazenda. O presidente e seus diretores são escolhidos diretamente pelo Presidente da República. Órgão normativo voltado para o desenvolvimento do mercado de títulos e valores mobiliários; Principais títulos e valores mobiliários: ações, debêntures, fundos de investimentos, CRI, CRA, bônus de subscrição, e opções de compra e venda de mercadorias. Objetivos da CVM: • Estimular investimentos no mercado acionário; • Fixar e implementar as diretrizes e normas do mercado de valores mobiliários; • Assegurar o funcionamento das Bolsas de Valores e Mercado de Balcão Organizado; • Proteger os titulares contra a emissão fraudulenta, manipulação de preços e outros atos ilegais; • Fiscalizar a emissão, o registro, a distribuição e a negociação dos títulos emitidos pelas sociedades anônimas de capital aberto; • Fortalecer o Mercado de Ações. COMENTÁRIO: A CVM é o BACEN do mercado mobiliário (ações, debêntures, fundos de investimento entre outros). 39www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Superintendência de Seguros Privados – SUSEP A Superintendência de Seguros Privados (Susep) é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Apesar de ser uma entidade supervisora, a Susep também é responsável por regular os mercados em que está inserida, sempre respeitando as diretrizes do órgão normativo – neste caso, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). Compete também à Susep: 1. Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; 2. Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; 3. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; 4. Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; 5. Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das entidades que neles operem; 6. Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; 7. Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas; 8. Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; 9. Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) é uma entidade governamental autônoma, constituída sob a forma de autarquia especial vinculada ao Ministério do Trabalho, tem como finalidade de fiscalizar e supervisionar as entidades fechadas de previdência complementar e de executar políticas para o regime de previdência complementar. As suas principais competências estão definidas na lei nº 12.154, de 2009, em seu artigo 2º, e são: I. proceder à fiscalização das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e suas operações; II. apurar e julgar as infrações, aplicando as penalidades cabíveis; 40 www.edgarabreu.com.br III. expedir instruções e estabelecer procedimentos para a aplicação das normas relativas à sua área de competência, de acordo com as diretrizes do Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC; IV. autorizar: a constituição e o funcionamento das entidades fechadas de previdência complementar, bem como a aplicação dos respectivos estatutos e regulamentos de planos de benefícios; as operações de fusão, de cisão, de incorporação ou de qualquer outra forma de reorganização societária, relativas às entidades fechadas de previdência complementar; a celebração de convênios e termos de adesão por patrocinadores e instituidores, bem como as retiradas de patrocinadores e instituidores; e as transferências de patrocínio, grupos de participantes e assistidos, planos de benefícios e reservas entre entidades fechadas de previdência complementar; V. harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar com as normas e políticas estabelecidas para o segmento; VI. decretar intervenção e liquidação extrajudicial das entidades fechadas de previdência complementar, bem como nomear interventor ou liquidante, nos termos da lei; VII. promover a mediação e a conciliação entre entidades fechadas de previdência complementar e entre estas e seus participantes, assistidos, patrocinadores ou instituidores, bem como dirimir os litígios que lhe forem submetidos na forma da lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996. Agência Nacional de Saúde – ANS A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é a agência reguladora vinculada ao Ministé- rio da Saúde responsável pelo setor de planos de saúde no Brasil. A sede da ANS fica na cidade do Rio de Janeiro, na Avenida Augusto Severo, nº 84, no bairro da Glória. O atendimento ao cidadão sobre planos de saúde é feito pela Central de Atendimento ao Consumidor na internet, pelo Disque-ANS 0800 701 9656 e pelos Núcleos da ANS espalhados pelo país. O que é Regulação? De forma simplificada, a regulação pode ser entendida como um conjunto de medidas e ações do Governo que envolvem a criação de normas, o controle e a fiscalização de segmentos de mercado explorados por empresas para assegurar o interesse público. Missão Promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regular as operadoras setoriais – inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores – e contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país. Visão Ser reconhecida como indutora de eficiência e qualidade na produção de saúde. 41www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Valores A ANS tem por valores institucionais a transparência e ética dos atos, o conhecimento como fundamento da regulação, o estímulo à inovação para busca de soluções e sustentabilidade setorial e o foco no compromisso social. BANCOS MÚLTIPLOS Os bancos múltiplos surgiram a fim de racionalizar a administração das instituições financeiras. Suas principais atividades são: underwriting, negociação e distribuição de títulos e valores mobiliários; administração de recursos de terceiros; intermediação de câmbio e intermediação de derivativos. Para configurar a existência do banco múltiplo, ele deve possuir pelo menos duas das carteiras mencionadas, sendo uma delas comercial ou de investimentos. As Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento, podem conceder empréstimos para financiamentode capital de giro e capital fixo. Um banco múltiplo deve ser constituído com um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único balanço. Dica: Os bancos múltiplos com carteira comercial são considerados instituições monetárias. BANCOS DE INVESTIMENTO • São instituições criadas para conceder créditos de médio e longo prazos para as empresas. • Instituições de natureza privada, reguladas e fiscalizadas pelo BACEN e CVM. • Tipos de Crédito: a. Podem manter contas correntes, desde que essas contas não sejam remuneradas e não movimentáveis por cheques; resolução 2.624; 42 www.edgarabreu.com.br b. Administração de fundos de investimentos; c. Abertura de capital e subscrição de novas ações de uma empresa (IPO e underwriting); d. Capital de Giro; e. Capital Fixo (investimentos): sempre acompanhadas de projeto; f. Captam recursos através de CDB/RDB ou venda de cotas de fundos; g. Também podem captar recursos via emissão de Letra Financeira. COMENTÁRIO: Com o crescimento do Mercado de Capitais, cada vez mais torna-se importante a presença dos bancos de Investimento. DISTRIBUIDORAS E CORRETORAS DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS E DE FUTUROS ATENÇÃO: Não existe mais diferença na área de atuação entre as CTVM e as DTVM desde a decisão conjunta BACEN-CVM 17 de 02/03/2009. Constituídas sob a forma de S.A, dependem da autorização do CVM para funcionar; Típicas do mercado acionário, operando na compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários; Especializadas em compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários por conta e ordem de terceiros. Os investidores não operam diretamente nas bolsas. O investidor abre uma conta corrente na corretora, que atua nas bolsas a seu pedido, mediante cobrança de comissão (também chamada de corretagem, de onde obtém seus ganhos). • Uma corretora pode atuar também por conta própria; • Têm a função de dar maior liquidez e segurança ao mercado acionário. • Podem administrar fundos e clubes de Investimento. • Podem intermediar operações de Câmbio. CÂMARAS DE LIQUIDAÇÃO E CUSTÓDIA (Clearing Houses) Principal objetivo de uma clearing house: Mitigar o risco de liquidação. 43www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Principais clearing houses: • SELIC: Títulos Públicos Federal. • CETIP: Títulos Privados (CDB, CRI, CPR e SWAP). • BM&FBovespa – Câmara de Ações: Ações e Derivativos (Opções, Futuro e Termo). SELIC • O Selic é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com os referidos títulos. • Liquidadas Brutos em Tempo Real – LBTR (Online). • Participantes do Selic: Bancos, caixas econômicas, SCTVM, SDTVM, BACEN; fundos; entidades abertas e fechadas de previdência complementar, sociedades seguradoras, resseguradores locais, operadoras de planos de assistência à saúde e sociedades de capitalização outras entidades, a critério do administrador do Selic. • Por seu intermédio, é efetuada a liquidação das operações de mercado aberto e de redesconto com títulos públicos, decorrentes da condução da política monetária. O sistema conta ainda com módulos complementares, como o Ofpub e o Ofdealer, por meio dos quais são efetuados os leilões, e o Lastro, para especificação dos títulos objeto das operações compromissadas contratadas entre o Banco Central e o mercado. • Administrado pelo Banco Central do Brasil operado em parceria com a Anbima. • Seus centros operacionais (centro principal e centro de contingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro. • Das 6h30 às 18h30, todos os dias úteis. • Se a conta de custódia do vendedor não apresentar saldo suficiente de títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até 18h30, o que ocorrer primeiro. CETIP S.A • Cetip S.A. Balcão Organizado de Ativos e Derivativos. • Depositária principalmente de títulos de renda fixa privados, títulos públicos estaduais e municipais. (estaduais e municipais emitidos posteriores a Janeiro de 1992). • Com poucas exceções, os títulos são emitidos escrituralmente, (eletrônicos). • As operações de compra e venda são realizadas no mercado de balcão. • Conforme o tipo de operação e o horário em que realizada, a liquidação é em D ou D+1. Principais títulos liquidados e custodiados no CETIP: Captação Bancária • CDB • RDB • DI 44 www.edgarabreu.com.br • DPGE • LF Titulos Agrícolas • CPR • CRA • LCA Títulos de Crédito • CCB • Export Note Títulos Imobiliários • CRI • LCI • LH Títulos Públicos • Públicos e Estaduais emitidos posteriores a Janeiro de 1992 Valores Mobiliários • Debêntures • Nota Comercial Derivativos • Box de Duas Pontas (Tipo de Opções) • Contrato de Swap • Contrato a Termo de Moeda • Opções Flexíveis de Ações • Opções Flexíveis de Mercadorias • Opções sobre Taxas de Câmbio • Swap Fluxo de Caixa • Termo de Índice DI • Termo de Mercadoria • Termo de Moedas com Fluxo de Pagamentos Outros • Cédula de Debêntures • Cotas de Fundos • LC 45www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 BM&FBOVESPA – Câmara de Ações – (antiga CBLC) A CBLC tem por objeto compensar, liquidar e controlar o risco das obrigações decorrentes de operações à vista e de liquidação futura com qualquer espécie de valores mobiliários, títulos, direitos e ativos realizadas na Bolsa de Valores de São Paulo S.A. (BM&FBOVESPA), em outras Bolsas ou outros mercados; Mercado Tipo de Operação Dia da Liquidação Título de renda fixa privada À vista D+0*D+1 Ações À vista D+3 A termo D+n, o dia do vencimento Futuro D+3 do dia do vencimento Opções** e futuros*** D+1 * Para ser liquidada em D+0 a operação deve ser especificada até as 13h. ** Liquidação dos prêmios negociados. *** Liquidação dos valores referentes ao ajuste diário de posições. SISTEMA DE PAGAMENTOS BRASILEIRO – SPB • Sistema de Pagamentos é o conjunto de regras, sistemas e mecanismos utilizados para transferir recursos e liquidar operações financeiras entre empresas, governos e pessoas físicas. • Anteriormente (até abril/2002): alto risco SISTÊMICO, devido a: • não existência de tratamento diferenciado para transferência de valores elevados; • o acerto das contas dos bancos só se procedia no dia seguinte; • Para evitar o colapso do sistema de pagamentos, o BACEN era obrigado a intervir no sistema, sempre que um fato acontecia. • Surgimento da TED (Transferência Eletrônica Disponível), como alternativa para a transferência, com liquidação no mesmo dia, de valores iguais ou superiores a R$ 5.000,00; • Proibição da emissão de DOC’s de valores iguais ou superiores a R$ 4.999,99. A criação do SPB trouxe ao sistema financeiro mais segurança, mais agilidade e uma redução do risco sistêmico. Atribuições e Restrições dos Agentes que Interagem Com o Cliente: Junto ao trabalho do profissional CFP, que é um multiespecialista e atua como um consultor, pode ser necessário, em algumas situações, a contratação e/ou indicação de um profissional com conhecimento específico de alguma área. Alguns dos profissionais que podem atuar juntamente com o planejador financeiro, podemos citar: 46 www.edgarabreu.com.br • Administrador de Carteira de Valores Mobiliários • Consultor de Valores Mobiliários • Operador de Mercado • Agente Autônomo de Investimentos • Analista de Mercado de Valores Mobiliários • Corretor de Seguros • Corretor de Imóveis 4. FUNDAMENTOS DE FINANÇAS TAXA DE JUROS NOMINAL E TAXA DE JUROS REAL Se considerarmos que um valor aplicado em certo fundo de investimento, obteve 15% de lucro no ano de 2016. Se considerarmos também, que a inflação acumulada no ano de 2016 foi de 9%, assim o ganho REAL deste cliente foi inferior ao lucro NOMINAL (APARENTE). Taxa nominal: 15% (com inflação) Inflação: 9% Para o cálculo da taxa Real, não podemos apenas subtrair a inflação e sim utilizar a fórmula de Fisher. Taxa REAL= (1+Taxa Nominal) (1+ Inflação) ⎛ ⎝⎜ ⎞ ⎠⎟−1 ⎡ ⎣ ⎢ ⎤ ⎦ ⎥ x100 Logo: Taxa real: 1,15 1,09 = 1,1055= 5,5% A taxa Real é um pouco INFERIOR a subtração da taxa nominal e da inflação. Pergunta: Em uma aplicação financeira o ganho nominal pode ser igual ao ganho real? Resposta: Sim, quando a inflação for igual a zero. Pergunta: Em uma aplicação financeira o ganho real pode ser superior ao ganho nominal? Resposta: Sim, quando a inflação for inferior a zero, ou seja, houver deflação. 47www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 Capitalização Simples Versus Capitalização Composta Definições: • Capitalização Simples: Juros incidem apenas sobre o capital. Não possui “juros sobre juros”. • Capitalização composta: Os juros incidem sobre o capital acrescido os juros de período anterior. Existe a cobrança de “juros sobre juros”. Fórmulas para calcular o montante: JUROS SIMPLES: FV = PV (1+ i x n) Onde: • FV = Valor Futuro (Montante) • PV = Valor Presente (Capital) • i = taxa de juros • n = período que a taxa será capitalizada Exemplo 1: Qual o montante produzido por um investimento de R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 1% ao mês após 10 meses? FV = 10.000(1+ 0,01x10) FV = 11.000,00 Exemplo 2: Qual o montante produzido por um investimento de R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 12% ao ano após 6 meses? FV = 10.000(1+ 0,12 x 6 12 ) FV = 10.600,00 JUROS COMPOSTO: FV = PV (1+ i)n 48 www.edgarabreu.com.br Onde: • FV = Valor Futuro (Montante) • PV = Valor Presente (Capital) • i = taxa de juros • n = período que a taxa será capitalizada Exemplo: Qual o montante produzido por um investimento de R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 1% ao mês após 10 meses? FV = 10.000(1+ 0,01)10 FV = 11.046,22 Exemplo 2: Qual o montante produzido por um investimento de R$ 10.000,00 aplicados a uma taxa de 12% ao ano após 6 meses? FV = 10.000(1+ 0,12) 6 12 FV = 10.583,00 Comentário: Compare o exemplo 1 de juros simples com o exemplo 1 de juros composto. Conclusão: Quando estamos capitalizando a taxa de juros, juro composto é superior a juros simples. Compare agora o exemplo 2 de juros simples com o exemplo 2 de juros composto. Conclusão: Quando estamos descapitalizando a taxa de juros, juro composto é inferior aos juros simples. Taxas equivalentes: Para a capitalização composta utiliza-se taxa equivalente. Exemplo: 1% ao mês = 12,68% ao ano Taxas proporcional: Para a capitalização simples utiliza-se taxa proporcional. Exemplo: 1% ao mês = 12% ao ano FLUXO DE PAGAMENTOS • Valor Presente (VP): É o valor investido em uma aplicação na data atual. Ou o valor de um montante no futuro, descontado por alguma taxa de juros (trazido a valor presente). • Valor Futuro (FV): É o valor atual do investimento, acrescentado dos juros de determinado período (descontando os pagamentos no meio desse período, se houver). 49www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 • Taxa de Desconto: É a taxa utilizada para determinar o valor do dinheiro na data de hoje que será recebido somente em algum momento do futuro. • Cupom Zero: Tipo de título que não paga nenhum juro durante o seu prazo de duração. O rendimento total, acrescido do valor principal que foi investido, será pago no vencimento do título. • Taxa Interna de Retorno (TIR): É a taxa que visa determinar a rentabilidade de um investimento. Um investimento é atrativo quando sua TIR é superior à taxa do Custo de Oportunidade. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO DE FINANCIAMENTOS: TABELA PRICE (SAF) E SAC A principal diferença do SAF em relação ao SAC é o fato do SAC as prestações não serem constante, no SAC as prestações são decrescentes. Na maioria dos financiamentos bancários utilizamos o Sistema de Amortização Frances (tabela Price). Porém os bancos adotam o sistema de amortização conhecido como SAC é nos financiamentos Habitacionais. Este sistema substituiu o SAF pelo fato da tabela Price cometer anatocismo (cobrança de juros sobre juros). SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO CONSTANTE • Amortizações é constante. • As parcelas são decrescentes. • Juros decrescentes. • Saldo devedor decrescente. FÓRMULAS: CÁLCULO DA AMORTIZAÇÃO CÁLCULO DA PRESTAÇÃO A = C t P = A+ J CÁLCULO DOS JUROS J1 = SD0 × i CÁLCULO DA SOMA DAS PRESTAÇÕES Total Pago = (P1 + Pn )× n 2 50 www.edgarabreu.com.br Onde: P = Valor da prestação P1 = Primeira prestação Pn = Última prestação N = Total de prestações C = Valor do Capital (Entrada, aplicação inicial) J = Juros t = Prazo i = Taxa de Juros SD0 = Saldo Devedor do período ANTERIOR Vamos usar o mesmo exemplo citado no capitulo anterior, trocando o Sistema de Amortização Francês pelo SAC. Exemplo: Um cliente solicitou um empréstimo no valor de R$ 10.000,00 para pagar em 5 prestações mensais iguais e consecutivas, sendo que a primeira parcela tem seu vencimento 30 dias após a data da contratação. Sabendo que a taxa de juros cobrada pela financeira é de 10% ao mês, calcule o valor da prestação e os juros e cota de amortização de cada mês considerando que o banco utiliza o Sistema de Amortização Constante. Passo 1: Como o valor emprestado é de 10.000,00 para ser liquidado em 5 prestações, podemos calcular o valor da cota de amortização mensal. A = C t → A = 10.000 5 A = 2.000,00 Assim vamos construir a tabela de amortização. N Prestação Juros Amortização Saldo devedor após pagamento da parcela 0 ------- ------- -------- – 10.000,00 1 2.000,00 2 2.000,00 3 2.000,00 4 2.000,00 5 2.000,00 Como sabemos que o Saldo Devedor é descontado apenas da amortização, podemos calcular o saldo devedor após o pagamento de cada parcela: • 1ª parcela: 10.000,00 – 2.000,00 = 8.000,00 • 2ª parcela: 8.000,00 – 2.000,00 = 6.000,00 • 3ª parcela: 6.000,00 – 2.000,00 = 4.000,00 51www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 • 4ª parcela: 4.000,00 – 2.000,00 = 2.000,00 • 5ª parcela: 2.000,00 – 2.000,00 = 0,00 Podemos também calcular o valor dos juros cobrados na primeira parcela: J1 = SD0 × i J1 = 10.000× 0,10 J1 = 1.000,00 Agora vamos calcular o valor da primeira parcela. P1 = A+ J P1 = 2.000+1.000 P1 = 3.000,00 Substituindo na tabela teremos: N Prestação Juros Amortização Saldo devedor após pagamento da parcela 0 ------- ------- -------- – 10.000,00 1 3.000,00 1.000,00 2.000,00 8.000,00 2 2.000,00 6.000,00 3 2.000,00 4.000,00 4 2.000,00 2.000,00 5 2.000,00 0 Continuando o mesmo raciocino acima, vamos calcular os juros e a parcela de cada mês: J2 = 8.000× 0,10→ J2 = 800,00 J3 = 6.000× 0,10→ J3 = 600,00 J4 = 4.000× 0,10→ J4 = 400,00 J5 = 2.000× 0,10→ J5 = 200,00 Calculando o valor da parcela de cada período teremos: P2 = 2.000+800,00→ P2 = 2.800,00 P3 = 2.000+ 600,00→ P3 = 2.600,00 P4 = 2.000+ 400,00→ P4 = 2.400,00 P5 = 2.000+ 200,00→ P5 = 2.200,00 52 www.edgarabreu.com.br Substituindo os valores em nossa tabela, teremos: N Prestação Juros Amortização Saldo devedor após pagamento da parcela 0 ------- ------- -------- – 10.000,00 1 3.000,00 1.000,00 2.000,00 8.000,00 2 2.800,00 800,00 2.000,00 6.000,00 3 2.600,00 600,00 2.000,00 4.000,00 4 2.400,00 400,00 2.000,00 2.000,00 5 2.200,00 200,00 2.000,00 0 Observando a tabela acima, notamos que: • Amortizações é constante. • As prestações são decrescentes. • Juros decrescentes. • Saldo devedor decrescente. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS – SAF (TABELA PRICE) CARACTERÍSTICAS DE UM SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS • As parcelas são constantes. • Juros decrescentes. • Amortizações crescentes. • Saldo devedor decrescente. FÓRMULAS: SÉRIES PÓSTECIPADAS CÁLCULO DA PRESTAÇÃO (UTILIZANDO O CAPITAL) CÁLCULO DA PRESTAÇÃO (UTILIZANDO O MONTANTE) P = C × (1+ i) t × i (1+ i)t −1 ⎧ ⎨ ⎩ ⎫ ⎬ ⎭ P = M × i (1+ i)t −1 ⎧ ⎨ ⎩ ⎫ ⎬ ⎭ Para expoente negativo usar: P = C × i 1− (1+ i)− t ⎧ ⎨ ⎩ ⎫ ⎬ ⎭ P = M × (1+ i) − t × i 1− (1+ i)− t ⎧ ⎨ ⎩ ⎫ ⎬ ⎭ 53www.edgarabreu.com.br CFP® | Módulo 1 OBS: (1 + i)-t é o Fator quando o expoente for negativo. SÉRIES ANTECIPADA (com entrada): Basta multiplicar o valor
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