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curso de extensão : políticas públicas educacionais 11.03

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POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL 
 
 
 Políticas públicas são ações, programas e projetos, instituídos, 
implementados e executados pela administração pública, em determinadas 
áreas de atuação do Estado, em cumprimento a princípios constitucionais e 
obrigações impostas pela Lei. As políticas públicas educacionais, assim como 
outras políticas públicas sociais, são vinculadas a três dimensões básicas: 
institucional, organização e financiamento. 
 
 Para se chegar a uma compreensão mínima sobre políticas públicas 
educacionais no Brasil, há a necessidade da análise de um contexto histórico 
que retroaja pelo menos à Constituição Federal de 1988 e à Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação – LDB nº 9.394/1996, destacando ainda as Emendas 
Constitucionais, Planos Nacionais de Educação, Programas e projetos 
promulgados e implementados no país até este momento. 
 
 A educação, enquanto direito social subjetivo, está definida no artigo 
6º da Constituição Federal, com reforço da proteção à criança, ao adolescente 
e ao jovem, no artigo 227. No artigo 205, da mesma Carta Magna, a educação 
é definida como um direito de todos e um dever do Estado e da família, 
prescrevendo-se, no artigo 206, os princípios pelos quais é regido o ensino 
brasileiro. 
 
 Compreendida a educação enquanto um direito público, subjetivo, 
para todos, indistintamente e cujo exercício desse direito vincula-se a um dever 
do Estado e da família, insta compreender a questão da organização da 
educação nacional, à luz da Constituição e da legislação infraconstitucional, 
com destaque para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB. 
 
 A Constituição Federal define a organização da educação nacional, 
com base no princípio federativo, por meio dos Sistemas de Ensino Federal, 
Estaduais, do Distrito Federal e Municipais, especificando a responsabilidade 
de cada ente, em função da sua responsabilidade na atuação. 
 
 A União organizará o Sistema Federal, com atuação prioritária na 
educação superior; os Estados e o Distrito Federal, no ensino fundamental e 
médio; e os Municípios, no ensino fundamental e educação infantil. Os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, prioritariamente, atuarão na 
educação básica, que é dividida em três etapas: educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio. Em regra, os Municípios atuam na educação 
infantil e Fase I (1º ao 5º ano) do ensino fundamental. Os Estados ofertam o 
ensino fundamental Fase II (6º ao 9º ano) e o ensino médio. A união organizará 
e financiará o ensino superior. Dependendo da questão do financiamento, os 
Municípios poderão atuar na Fase II do ensino fundamental. 
 
 Importante compreender, nessa perspectiva de organização da 
educação, por via da responsabilidade dos entes federados, é que a União, 
além de atuar no ensino superior, por meio das instituições federais, tem a 
função de coordenação da educação nacional, exercendo, em matéria 
educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização 
de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino, 
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios (§ 1º do artigo 211). Ainda neste mesmo dispositivo, se verifica 
a perspectiva da garantia dos entes federados, os quais, por ocasião da 
organização dos seus Sistemas de Ensino, deverão definir formas de 
colaboração para assegurar a universalização do ensino obrigatório (§ 4º do 
Art. 211). 
 
 Nos artigos 212 e 213, observa-se as perspectivas constitucionais 
acerca do financiamento da educação pública, destacando as formas de 
arrecadação e de aplicação dos recursos nas escolas públicas, nos programas 
suplementares de transporte, alimentação e saúde, vislumbrando-se ainda o 
atendimento financeiro às escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas. 
 
 Importante perspectiva constitucional está no artigo 214, sob a 
questão da organização da educação nacional e das políticas públicas 
educacionais delineadas para o país, destacando as obrigações, quando 
determina a edição de lei que estabeleça “... o plano nacional de educação, de 
duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação, 
em regime de colaboração, e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias 
de implementação, para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino 
em seus diversos níveis, etapas e modalidades, por meio de ações integradas 
dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: I - 
erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - 
melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o trabalho; V - promoção 
humanística, científica e tecnológica do País; VI - estabelecimento de meta de 
aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto 
interno bruto.” 
 
 Como se vê, as perspectivas constitucionais sob os aspectos da 
organização e financiamento da educação pública nacional, orientam, 
institucionalmente, também as políticas públicas que devem ser definidas para 
o país, viabilizadas por instrumentos legais nacionais, normas e programas, 
estes podendo ser editados no âmbito dos Sistemas de Ensino, em 
consonância com os limites constitucionais e legais a eles destinados. 
 
 Por sua vez, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, ao 
regulamentar sobre a organização da educação nacional, consoante a 
Constituição Federal, o faz com base na organização dos Sistemas de Ensino, 
pelos entes federados, estabelecendo as diretrizes sobre a criação, 
manutenção e função dos órgãos oficiais desses Sistemas (Artigos 8º ao 20). 
Nos Artigos 16 a 18, define a questão da vinculação das instituições de ensino 
a cada Sistema, sob os aspectos da regulação: credenciamento institucional, 
autorização e reconhecimento de cursos ou etapas da educação básica . 
 
 Ainda sobre a questão da organização da educação na LDB, insta 
verificar os aspectos técnico-administrativos e pedagógicos, cujas definições 
estão baseadas nos níveis da educação brasileira, bem como a divisão desses 
em cursos e etapas. O nível superior se define pela graduação, pós-graduação, 
lato e stricto sensu, além de cursos e programas de formação continuada. O 
nível básico divide-se em etapas e modalidades (Artigos 20 a 60). 
 
 Como proposto inicialmente, sugerimos analisar as políticas públicas 
educacionais no Brasil, no período pós-promulgação da Constituição Federal 
de 1988 e da LDB. Fato é que entre a promulgação da Constituição, em 5 de 
outubro de 1988 e a publicação da LDB, em 5 de dezembro de 1996, pouco se 
propôs em termos de regulamentação da Constituição, na educação nacional, 
até porque ainda estava em discussão no Congresso Nacional a proposta de 
nova LDB, em substituição às Leis nº 4024/1961 e nº 5.692/1971, a qual, como 
dito, veio a ser promulgada no final do ano de 1996. De importante reflexo, 
nesse período de oito anos, foram promulgadas algumas Emendas 
Constitucionais, destacando, para a educação nacional, a Emenda nº 14/1996, 
além de algumas regulamentações, em termos de políticas educacionais. 
 
 Com a promulgação da LDB, em dezembro de 1996, vieram as 
regulamentações das perspectivas constitucionais, com destaque para a 
possibilidade da organização dos Sistemas de Ensino Municipais, já que o 
Federal e os Estaduais já eram previstos nas Constituições anteriores, bem 
como organizados na forma de leis próprias. Sobre isso, a novidade estava na 
existência dos Sistemas Municipais, muito embora sua organização, na forma 
prevista na LDB, ainda não atingiu todos os municípios brasileiros, mesmo 
porque não há essa obrigação, podendo aqueles, sob os aspectos da 
regulação, permanecerem vinculados aos Sistemas de seus Estados. 
Importante lembrar que, pela Constituição Federal, os Sistemas Municipais de 
Ensino estão estabelecidos em razão de sua responsabilidade na atuação em 
etapas da educação básica, tendo a LDB estabelecido as diretrizes sobre a 
regulação, supervisão e avaliação.Fato é que por meio de Emendas Constitucionais, leis, Decretos 
Federais e Resoluções do Conselho Nacional de Educação, com as 
consequentes regulamentações dos Sistemas Estaduais e Municipais de 
Ensino, passou-se a regulamentar a educação básica e superior, por meio de 
atos legais e administrativo, especialmente a expedição de Diretrizes 
Curriculares, Diretrizes Operacionais e Diretrizes Nacionais, orientando os 
Sistemas de Ensino para a instituição das políticas públicas educacionais, a 
serem implementadas no país, especialmente para dar consequências aos 
princípios da Constituição Federal e às diretrizes da LDB. 
 
 No ensino regular, destaca-se o atendimento das crianças na 
educação infantil, no ensino fundamental, no ensino médio, enquanto etapas 
da educação básica. A educação profissional técnica de nível médio pode ser 
ofertada na forma integrada, concomitante ou subsequente ao ensino médio, 
agora compondo a educação básica, para fins de organização e financiamento. 
 
 A fim de visualizar e propor certa hierarquia na questão das 
regulamentações que estabeleceram políticas públicas a partir da Constituição 
Federal de 1988 e da LDB, é necessário evidenciar os principais atos legais, 
expedidos pelo governo federal, incluindo atos normativos do Conselho 
Nacional de Educação e de outros órgãos do Sistema Federal de Ensino. 
 Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB nº 9.394/1996. 
 
 Estabeleceu as diretrizes da educação nacional, regulamentando os 
princípios dispostos nos artigos 205 a 214 da Constituição Federal. Revogou a 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB nº 4.024/1961 e a Lei nº 
5.692/1971. Como já analisado, a nova LDB estabeleceu várias políticas 
educacionais para a, agora definida, educação básica, estruturada em etapas, 
caracterizando a educação infantil como etapa educacional, destinada às 
crianças de zero a seis anos. 
 
 Importante ainda são as diretrizes para a educação de jovens e 
adultos, educação profissional técnica de nível médio, educação especial, 
educação a distância, educação superior e outras perspectivas de políticas 
nacionais que vieram a ser desenvolvidas com a vigência dessa lei. 
 
 Emenda Constitucional 14/1996 
 
 Modificou os Artigos 34, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e 
deu nova redação ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias. Dentre as modificações trazidas por essa Emenda, destaca a 
gratuidade no ensino fundamental e no ensino médio, bem como a criação do 
Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental – FUNDEF, estabelecendo 
importante política de financiamento para essa etapa da educação básica. 
 
 Diretrizes Curriculares e Operacionais da Educação Básica 
 
 Atos normativos editados, especialmente entre o ano de 1997 até os 
primeiros anos da década de 2000, em consequência à LDB, pelos quais foram 
instituídas as Diretrizes Curriculares e Operacionais para a educação infantil, 
ensino fundamental, ensino médio, educação profissional técnica de nível 
médio, educação de jovens e adultos, educação especial, além de Diretrizes 
Nacionais para temas como a educação ambiental, educação em direitos 
humanos, educação no campo, educação quilombola, dentre outras. Essas 
diretrizes vieram normatizadas em Resoluções e outros atos do Conselho 
Nacional de Educação e do Ministério da Educação. 
 
 Lei Federal nº 10.861/2004 
 
 Por essa lei, restou Instituído o Sistema Nacional de Avaliação da 
Educação Superior – SINAES, estabelecendo critérios para a continuidade de 
ofertas na educação superior, com implicação especial por ocasião das 
avaliações para fins de atos regulatórios de reconhecimento, credenciamento 
institucional e autorização de cursos. Em consequência a essa lei, também se 
instituiu o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes da educação 
superior, cujos resultados passaram a refletir na avaliação das instituições de 
ensino superior, públicas e privadas. 
 
 
 
 
 Decreto Federal nº 5.622/2005 
 
 Esse Decreto regulamentou o artigo 80 da LDB, que trata da 
educação a distância. Foram estabelecidas as regras para o credenciamento 
institucional, autorização e reconhecimento de cursos da educação básica e 
superior no brasil, na modalidade de EaD. Esse Decreto foi revogado com a 
publicação do Decreto Federal nº 9.057/2017, regulamentado por meio de 
Portaria do Ministério da Educação, constituindo assim a atual regulamentação 
da educação a distância, também na educação básica e superior. 
 
 Leis 11.114/2005 e 11.274/2006 
 
 Dentre as diversas leis que alteraram a LDB, para modificar ou 
implementar políticas públicas da educação nacional, destacam-se aquelas que 
instituíram o ensino fundamental de nove anos de duração. Até então, o ensino 
fundamental possuía duração de oito anos, com matrícula inicial aos sete anos 
de idade, ou seis anos, facultativamente. 
 
 Com essas alterações, importantes mudanças ocorreram na 
educação básica, especialmente nas etapas da educação infantil e ensino 
fundamental, já que os Municípios, até então, possuíam a responsabilidade da 
oferta da educação infantil, com idade de zero a seis anos e a Fase I do ensino 
fundamental, do primeiro ao quarto ano. Com essas mudanças, passaram a ser 
responsáveis pela oferta da educação infantil, de zero a cinco anos e o ensino 
fundamental, do primeiro ao quinto ano. 
 
 Emenda Constitucional 53/2006 
 
 Importante alteração constitucional, com reflexos no financiamento e 
reorganização da educação básica nacional, já que além de alterações da LDB, 
instituiu o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB, 
ampliando o até então vigente Fundo de Desenvolvimento do Ensino 
Fundamental – FUNDEF. O FUNDEB foi regulamentado pela Lei 11.494/2007, 
cuja vigência expirou até 31 de dezembro de 2020. 
 
 A perspectiva fundamental dessa Emenda à Constituição, é a 
ampliação do atendimento educacional na educação básica, com matrícula 
obrigatória de todas as crianças, aos quatro anos de idade na educação 
infantil, estabelecendo a educação básica com matrícula obrigatória dos quatro 
aos dezessete anos de idade. Essa Emenda provocou a edição das 
importantes Resoluções 01 e 06/2010, da Câmara da Educação Básica do 
Conselho Nacional de Educação, com destaque também para a Lei Federal nº 
12.796/2013, que alterou diversos artigos da LDB. 
 
 Aqui se faz necessário prestar alguns esclarecimentos acerca da 
matrícula obrigatória na educação básica, agora, aos quatro anos de idade, 
aparentemente deduzindo que a educação básica tem duração de quatorze 
anos, já que considerada assim, dos quatro aos dezessete anos de idade. 
 
 A educação infantil está definida na LDB, Artigo 29, como a primeira 
etapa da educação básica, a ser ofertada em creches, de zero a três anos e 
pré-escola, aos quatro e cinco anos de idade. Embora seja uma previsão 
constitucional e da LDB, o atendimento dessa etapa é de responsabilidade dos 
municípios. O que mudou foi a obrigatoriedade da matrícula aos quatro anos de 
idade na pré-escola. 
 
 Fato é que até a alteração do tempo de duração do ensino 
fundamental, de oito para nove anos, a viger a partir de 2007, a matrícula era 
obrigatória no ensino fundamental, para crianças com sete anos de idade ou 
aos seis anos, facultativamente. O que significava o facultativo? Deduz-se que 
estaria vinculada às condições de oferta pelos Municípios, ou seja, uma vez 
esgotado o atendimento universal aos sete anos e havendo estrutura física, 
material e humana, poder-se-ia receber matrículas de crianças com seis anos 
de idade, no primeiro ano do ensino fundamental. 
 
 Com a Emenda Constitucional 56/2009 e suas regulamentações, 
estabeleceu-se a obrigatoriedade da matrícula para crianças de quatro e cinco 
anos, na educação infantil, ficando do zero aos três anos o atendimento em 
creches. Há aqui controvérsias e incongruências que demandam análise mais 
acurada. 
 
 Emenda Constitucional 108/2020 
 
 Por meio da Emenda Constitucional n° 108, de 27 de agosto de 
2020, restou instituídoo novo Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação Básica, agora como instrumento permanente de financiamento da 
educação pública, diferente do anterior, que tinha período de vigência até o 
final de 2020. Embora tenha teha caráter permanente, sua constituição 
financeira se dará de forma escalonada, concluindo em 2026. Sua 
regulamentação foi dada pela Lei Federal nº 14.113, de 25 de dezembro de 
2020. 
 
 Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – 
PRONATEC 
 
 Trata-se de um programa nacional, instituído pela Lei Federal nº 
12.513/2011, com o objetivo de ampliar as vagas na educação profissional 
técnica de nível médio, em instituições privadas e públicas, com recursos 
provenientes do orçamento do Ministério da Educação, do Fundo de Amparo 
ao Trabalhador - FAT, do Sistema “S” e do Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. 
 
 Pano Nacional de Educação 
 
 O Plano Nacional de Educação, de duração decenal, está previsto 
no artigo 214 da Constituição Federal e deve ser instituído em âmbito nacional, 
com determinação de sua instituição também pelos entes federados, com o 
objetivo de articular o sistema nacional de educação, em regime de 
colaboração, e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de 
implementação, que visem assegurar a manutenção e o desenvolvimento do 
ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades, por meio de ações 
integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas, que 
conduzam a: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do 
atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o 
trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. VI - 
estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação, 
como proporção do produto interno bruto. 
 
 Pós-constituição de 1988, foram editados dois PNEs, sendo o 
primeiro aprovado pela Lei Federal nº 10.172/2001, cujas metas e objetivos 
deveriam ser cumpridas no prazo de dez anos. Dentre as políticas públicas a 
serem adotadas naquele PNE, destaca a elaboração dos Parâmetros 
Curriculares, o que permitiu certa reorganização curricular, com reformulações 
das Diretrizes Curriculares e propostas pedagógicas de cursos e etapas da 
educação superior e básica nacional. 
 
 O último e atual PNE foi aprovado pela Lei Federal nº 13.005/2014, 
com vigência de dez anos, portanto até junho de 2024, também com o 
estabelecimento de diretrizes e metas a serem cumpridas nesse período. Em 
consequência desse PNE, Estados e Municípios brasileiros elaboraram e 
instituíram seus Planos Estaduais e Municipais de Educação, a maioria editada 
no ano de 2015. 
 
 Outra importante consequência do PNE de 2014, diz respeito à 
elaboração e instituição de uma Base Nacional Comum Curricular – BNCC, 
documento de caráter normativo, que define o conjunto orgânico e progressivo 
de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo 
das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo que tenham 
assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento. 
 
 A BNCC, enquanto política pública educacional, estabelece a 
necessidade de uma revisão dos aspectos pedagógicos das etapas da 
educação básica, com foco na construção e implementação de novos Projetos 
Políticos Pedagógicos – PPPs e sua consequentes Propostas Pedagógicas, 
com uma nova definição conceitual sobre competências, habilidades e objetos 
de conhecimento, a serem atingidos pelo estudante, propondo ainda uma 
organização curricular por áreas de conhecimento. A BNCC da educação 
infantil, do ensino fundamental e do ensino médio foram regulamentadas por 
Resoluções do Conselho Nacional de Educação, nos anos de 2017 e 2018. 
 
 Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE 
 
 Enquanto política pública, especialmente voltado para o 
financiamento da educação nacional, há o FNDE, criado pela Lei Federal nº 
5.537/1968, na forma de autarquia. O FNDE é responsável pela execução de 
políticas educacionais do Ministério da Educação – MEC, tendo como missão 
prestar assistência técnica e financeira aos estados e municípios, como forma 
de contribuir para a implementação de parcela das ações educacionais, na 
educação básica e superior. 
 Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM 
 
 Criado no ano de 1998, o ENEM tinha como objetivo avaliar o 
desempenho do estudante para fins de escolaridade básica. Poderiam 
participar do exame alunos que estivessem concluindo ou que já haviam 
concluído o ensino médio, em anos anteriores. Nos anos seguintes, passou a 
ser utilizado para certificação do ensino médio, o que era efetivado pelas 
Secretarias Estaduais de Educação. 
 
 Atualmente não mais é possível a certificação do ensino médio, 
entretanto continua a ser destinado aos estudantes em fase de conclusão do 
ensino médio, ou já concluída, essa etapa da educação básica, sendo também 
utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem concorrer 
a uma bolsa no Programa Universidade para Todos – PROUNI, além de seu 
resultado ser utilizado por universidades públicas e privadas como critério de 
seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou 
substituindo o vestibular. 
 
 Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos 
– ENCCEJA 
 
 Avaliação criada em 2002, no âmbito do Instituto Nacional de Ensino e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, com o objetivo de avaliar o 
conhecimento daqueles que retomaram seus estudos na educação básica e 
que não tinham conseguido concluir o ensino fundamental ou médio, na idade 
própria. 
 
 Até o ano de 2017, o ENCCEJA aplicava provas para certificação do 
ensino fundamental, podendo certificar também o ensino médio, considerando 
que essa certificação, no período anterior, poderia ocorrer por via do ENEM. 
Entretanto, a partir de 2017, o ENEM passou a servir apenas para ingresso no 
ensino superior, ficando a certificação de ambas as etapas, na forma de 
avaliações anuais, pelo ENCCEJA. 
 
 Programa Universidade para Todos – PROUNI 
 
 Criado em 2004, pela Lei nº 11.096/2005, tem como finalidade a 
concessão de bolsas de estudos integrais ou parciais a estudantes de cursos 
de graduação e de cursos sequenciais de formação específica, em instituições 
privadas de educação superior. 
 
 Fundo de Financiamento Estudantil – FIES 
 
 Trata-se de um fundo criado ainda na década de 1970, que foi 
reformulado pela Lei nº 10.260/2001, como um programa do Ministério da 
Educação, cuja finalidade é financiar cursos de graduação para estudantes, no 
ensino superior, mediante taxas de juros inferiores às de mercado, devendo 
tais juros ser amortizados pelo estudante, durante o curso. O pagamento das 
parcelas do financiamento possui prazo de carência de dezoito meses, após a 
conclusão do curso. 
 Conclusão 
 
 A análise aqui proposta pretendeu identificar as principais políticas 
públicas, implementadas na educação nacional, nos últimos trinta anos, à luz 
da Constituição Federal, da legislação infraconstitucional e das normatizações 
nacionais. 
 
 Como se pôde observar, alterações significativas ocorreram em 
relação à legislação e à normatização que trata da organização e 
financiamento da educação brasileira, nesse período pós-constituição de 1988. 
Entretanto, aspecto importante sobre o assunto, não aprofundado aqui, diz 
respeito à execução das políticas públicas educacionais, no âmbito dos 
Sistemas de Ensino, cujas funções é implementá-las, na medida de suas 
competências e responsabilidades. 
 
 É notório que a dificuldade maior está na gestão da educação, no 
âmbito dos Sistemas de Ensino e das instituições de ensino públicas, 
especialmente aquelas da educação básica, vez que, para além das barreiras 
financeiras e de organização, estão aquelas técnico-administrativas, surgidas 
em razão da ausência de conhecimento da legislação e normatizações sobre a 
educação nacional, pelos gestores públicos, o que dificulta a execução 
pedagógica,e, em consequência proporciona baixa qualidade na educação 
básica e superior, salvo exceções, é claro. 
 
 Para além da proposição de políticas públicas educacionais, por 
meio de instrumentos legais e normativos, é necessária a sua eficiente 
implementação e gestão, o que somente será possível se por gestores e 
agentes públicos, com formação e capacitação técnico-administrativa, 
necessárias à efetiva execução das ações do poder público, permitindo assim o 
cumprimento das determinações impostas pela lei e normativas nacionais, 
estaduais e municipais. 
 
Evaristo Dias Mendes 
Professor de Língua Portuguesa 
Advogado Especialista em Direito e Gestão Educacional

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