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2 RESUMO CRIMINOLOGIA

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CRIMINOLOGIA 
FONTE: GRANCURSOS 
A criminologia é uma ciência interdisciplinar e empírica, que se ocupa do estudo do crime, 
do delinquente, da vítima e dos mecanismos de controle social. 
Assim, a criminologia se aproxima do fenômeno criminal com o intuito de entender sua 
origem, suas causas, individuais e sociais, suas consequências e o funcionamento das 
instâncias de controle. 
As bancas adoram usar o termo "etiologia". Ele se refere ao estudo das causas da 
criminalidade. Às vezes, as bancas usam palavras parecidas apenas para confundir o(a) 
candidato(a), como, por exemplo, "etimologia". Você já não vai errar isso! 
Enquanto o direito penal valora a sociedade, dizendo o que pode e o que não pode ser feito 
e prevendo a aplicação de sanções para o descumprimento das normas, a criminologia se 
encarrega de encarar o fenômeno de forma objetiva, sem conotação valorativa, sem 
mediação, sem julgamentos. Entre a criminologia e o direito penal se interpõe a política 
criminal, disciplina que está a todo tempo avaliando se o direito penal está cumprindo seus 
objetivos, sejam eles de proteção do bem jurídico, de prevenção ou de repressão. A política 
criminal oferece aos governantes opções concretas para bem equacionar a questão criminal. 
Na imagem representativa abaixo, colocamos a política criminal como uma ponte entre a 
criminologia e o direito penal, mas inserimos uma seta bidirecional conectando as disciplinas. 
Afinal, ao mesmo tempo em que a criminologia estuda a realidade e tenta compreender o 
crime, a vítima, o criminoso e o controle social, com isso fornecendo ao direito penal um 
arcabouço fenomenológico traduzido em opções concretas pela política criminal, o próprio 
direito penal molda a atuação das instâncias de controle social, que são objeto da 
criminologia. Uma disciplina conversa com a outra a todo tempo. 
EXEMPLIFICANDO 
Imagine que você tenha seu celular roubado. 
A criminologia pode se ocupar desse fenômeno de muitas maneiras, como, por exemplo: por 
que o criminoso praticou o crime? Quais características do criminoso o tornaram mais 
propenso a decidir pelo crime? Por que o sistema de justiça criminal mantém preso esse 
ladrão, mas não consegue ser eficiente em relação aos criminosos poderosos? O Estado, 
antes de punir o criminoso, poderia ter ofertado mais educação, esporte, lazer, cultura a esse 
criminoso? Quais as consequências da pena que a ele será aplicada? Qual o impacto que 
esse evento terá na vida da vítima? Quais os bairros da cidade onde mais se cometem esse 
tipo de crime? Em todos esses casos, o fenômeno criminal está sendo analisado de modo 
empírico e interdisciplinar para que conclusões mais genéricas sejam elaboradas, dentro de 
uma dinâmica indutiva. 
A política criminal se ocupará do fenômeno raciocinando, por exemplo, sobre a suficiência 
das atuais leis penais para o crime de furto; sobre a eficiência dos instrumentos manejados 
pelas instâncias de controle social; sobre as regras do processo criminal e de execução 
penal. 
O direito penal, por sua vez, se ocupa, basicamente, de punir o delinquente, aplicando àquele 
caso concreto regras penais genéricas, numa operação dedutiva. 
Criminologia ? Indução ? Parte-se do caso concreto para se tentar elaborar regras genéricas. 
Direito penal ? Dedução ? Parte-se de regras genéricas que devem ser aplicadas 
aos casos concretos. 
Métodos: Empirismo e Interdisciplinaridade Assim como ocorre com as demais ciências, os 
estudos criminológicos não possuem uma lista fechada de métodos que podem ser 
utilizados. As técnicas têm, no entanto, como traços genéricos o empirismo e a 
interdisciplinaridade. 
Empírico é o conhecimento obtido pelos sentidos humanos. No empirismo, a experiência 
humana sensorial é a base para a compreensão do mundo. Uma ciência empírica, portanto, 
se baseia na experiência, na observação. Desse modo, podemos afirmar que as teorias 
criminológicas devem ser formuladas e explicadas a partir da observação do mundo. 
Nesse ponto, a criminologia difere-se bastante do direito. Enquanto a criminologia observa o 
fenômeno criminal, analisa-o, inserindo-se no mundo real, verificável, o direito valora o 
mundo, dizendo como as pessoas devem se comportar e quais são as sanções para o 
descumprimento da norma. 
Como ciência empírica que é, a criminologia se vale de método indutivo, que mencionei 
agora há pouco. No método indutivo, o raciocínio parte de dados particulares (fatos 
observados, experiências) e, por meio de uma sequência de operações cognitivas, chega a 
leis ou conceitos mais gerais, indo dos efeitos à causa, das consequências ao princípio, da 
experiência à teoria. Esse método empírico e indutivo 
se opõe ao método abstrato e dedutivo largamente utilizado no direito. No método dedutivo 
parte-se de uma premissa geral (lei) para uma premissa particular (caso concreto ao qual a 
lei deve ser aplicada). Já na indução, a observação das situações particulares leva à 
formulação de um padrão, um conhecimento genérico que se aplicará a casos parecidos 
com aqueles analisados. 
Como exemplo de técnicas empíricas - de observação da realidade – utilizadas pela 
criminologia podemos mencionar: inquéritos sociais (social surveys): interrogatório direto 
feito a um número considerado de pessoas sobre itens criminologicamente relevantes; 
entrevistas; estudos biográficos de casos individuais: estudos descritivos e analíticos de 
experiências criminais de um ou vários casos individuais; 
observação participante: participação ativa do investigador na vida do grupo objeto de 
investigação; 
estudos de follow up: acompanhamento do desenvolvimento das carreiras delinquentes e do 
comportamento dos delinquentes durante e após um tratamento institucional; grupos de 
controle: estabelecimento de comparações estatísticas entre um grupo envolvido com o 
fenômeno criminal (grupo experimental) e um grupo sem envolvimento (grupo de controle) 
para o estabelecimento de conclusões sobre a relevância de determinada variável no 
fenômeno; testes: instrumento padronizado de medida objetiva de determinados aspectos 
da personalidade; tipologia: organização dos fenômenos criminológicos em tipos que 
reduzem uma multiplicidade de fenômenos a um conjunto articulado de características (ex.: 
criminoso nato, louco, ocasional, habitual ou passional); estatísticas criminais: registros 
relativos à criminalidade das instâncias formais de controle social (ex.: estatísticas policiais, 
do Ministério Público, judiciais, penitenciárias, etc.) somados à criminalidade oculta; 
inquéritos de vitimização: inquéritos sociais em que as pessoas são interrogadas sobre suas 
experiências como vítimas de crime; criminologia comparada: comparações de dados 
relativos a diferentes contextos culturais, sociais ou nacionais; tábuas de prognose: 
enunciados de probabilidade estatística sobre o comportamento futuro, penalmente 
relevante, de um indivíduo. 
Além de empírica, a criminologia é interdisciplinar, ou seja: dentro do que se conhece por 
criminologia, estão estudiosos das mais variadas áreas do conhecimento. 
A criminologia se realiza com a cooperação de várias disciplinas. A sociologia, a psicologia, 
a medicina, o direito, a biologia, a antropologia, a estatística, a assistência social, todos esses 
e outros campos do saber fornecem ferramentas úteis para a compreensão do fenômeno 
criminal. 
Para que se possa falar em real existência de interdisciplinaridade, deve haver 
Conjugação, integração desses saberes especializados. Caso contrário, não haveria sequer 
a própria criminologia: cada ramo do conhecimento seguiria construindo suas teorias de 
modo isolado. Quando a interdisciplinaridade realmente se verifica, o estudo é inteiramente 
planejado em conjunto e no resultado dificilmente se consegue discernir as contribuições de 
cada estudioso de forma isolada. 
A criminologia deve, portanto, estudar o fenômeno criminal levandoem consideração as 
pessoas envolvidas, seus corpos, suas mentes, a sociedade em que se inserem, tudo ao 
mesmo tempo, de maneira muito dinâmica e empírica. 
Objetos da Criminologia 
Delito 
O conceito de delito para a criminologia não é o mesmo conceito utilizado pelo direito penal. 
Juridicamente, crime é o fato típico, ilícito e culpável. Ou seja, em resumo bem apertado, 
pode-se dizer que uma conduta é delitiva para o direito penal se ela se submete à descrição 
de uma norma penal proibitiva; não se encaixa em nenhuma das hipóteses de exclusão da 
ilicitude (estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular do direito e estrito 
cumprimento do dever legal); e é reprovável. 
Para a criminologia, no entanto, os requisitos a serem preenchidos para que uma conduta 
seja considerada criminosa são outros. 
Segundo Salomão Shecaira, uma conduta para ser considerada crime pela cri- 
minologia deve apresentar: 
• incidência massiva na população 
Não devem ser consideradas criminosas as condutas isoladas, que não se reiteram. 
Segundo esse critério, não é razoável, por exemplo, criminalizar a conduta de molestar 
cetáceo (baleias, golfinhos), pois não é algo que ocorre com frequência no país (Lei n. 
7.643/1987, Art. 1º Fica proibida a pesca, ou qualquer forma de molestamento intencional, 
de toda espécie de cetáceo nas águas jurisdicionais brasileiras); 
• incidência aflitiva 
Crime é algo que causa dor. Não devem ser previstas como crimes condutas que não 
causem sofrimento. 
Segundo esse critério, não é razoável que seja considerada crime a conduta de utilizar o 
termo "couro sintético" para denominar produtos que não sejam obtidos exclusivamente de 
pele animal (Lei n. 4.888/1965); 
• persistência espaço-temporal 
Se a conduta não se distribui por nosso território ao longo de um certo tempo, ela não deve 
ser criminalizada. 
Imagine, por exemplo, um país que não receba muitos turistas. Nesse caso, é impensável 
que seja razoável criminalizar especificamente a conduta de aplicar golpes em turistas, ou 
aplicar uma pena mais alta a essa prática se comparada ao estelionato comum; 
• inequívoco consenso social 
É necessário que haja inequívoco consenso social sobre a razoabilidade de se criminalizar 
a conduta. 
Ainda, por exemplo, que se saiba que o álcool é uma droga e que ele produz consequências 
nefastas, não há consenso sobre a razoabilidade de se proibir o seu uso e comércio . 
Delito e crime podem ser usados como sinônimo. No direito penal, crime (ou delito) e 
contravenção são espécies de infração penal. Em linhas gerais, pode-se dizer que a 
contravenção é um crime menor, menos grave. A criminologia utiliza, normalmente, o termo 
delito ou crime para se referir a todas as infrações penais. 
Crime para a Criminologia 
Crime para o Direito Penal 
Incidência massiva na população 
Tipicidade 
Incidência aflitiva 
Ilicitude (Antijuridicidade) 
Culpabilidade 
Persistência espaço-temporal 
Inequívoco consenso social 
Delinquente 
A criminologia passa a estudar o delinquente a partir da segunda metade do século XIX, com 
o advento da filosofia positivista. Antes disso, predominavam os estudos dos teóricos 
clássicos, ou iluministas. 
Segundo os autores clássicos, as pessoas possuem livre-arbítrio, ou seja, podem fazer 
escolhas. O cometimento de um crime é fruto de uma decisão que implica quebra do pacto 
social de convivência pacífica. O delinquente deve ser punido pelo mal que causou com a 
sua escolha. A ele, então, são aplicáveis as penas previstas no ordenamento jurídico, 
utilizando-se a técnica dedutiva de subsumir uma conduta a uma norma penal incriminadora. 
Os postulados racionais do Iluminismo foram sintetizados na célebre obra de Cesare de 
Bonesana, o Marquês de Beccaria, Dos Delitos e das Penas (1764). Ela serviu de base para 
a valorização da dignidade das pessoas e para a consequente humanização das penas, em 
contraposição à crueldade das sanções existentes até a primeira metade do século XVIII. O 
indivíduo escolhe ou não obedecer às leis, mas o Estado não pode escolher tratamentos 
cruéis e desumanos. 
A partir da segunda metade do século XIX, as teorias positivistas começam a ganhar força. 
Opondo-se ao racionalismo dedutivo dos clássicos, os positivistas defendem a observação 
dos fenômenos criminais, com primazia para a experiência sensitiva humana. A ideia era 
aplicar, nas ciências humanas, métodos oriundos das ciências naturais. Como não era 
possível realizar essa aplicação em relação às normas, começa-se a estudar o próprio 
delinquente. Muitos autores identificam que aí nasce, verdadeiramente, a criminologia como 
ciência. 
Para os positivistas, o livre-arbítrio era uma ilusão. O delinquente era escravo do 
determinismo biológico ou do determinismo social. No determinismo biológico acredita-se 
que diferenças genéticas entre os indivíduos os tornam mais propensos ao crime. São 
doenças, patologias que levam o indivíduo a se tornar um delinquente. No determinismo 
social, são as características do ambiente social que levam um indivíduo ao crime. Em ambos 
os casos, não há espaço para a escolha do indivíduo. 
É típica do pensamento clássico a adoção de penas proporcionais ao mal causa do. É 
característica do pensamento positivista a adoção de medidas de segurança com finalidade 
curativa, pelo tempo em que persistisse a patologia. 
Há, ainda, a visão correcionalista, para a qual o criminoso é um fraco, uma pessoa cuja 
vontade deve ser direcionada. O delinquente não é capaz de dirigir a sua vida, sendo 
necessária a intervenção do Estado, que deve adotar postura pedagógica e de piedade. Aqui 
se encaixam as reprovações, no ordenamento jurídico brasileiro, dos atos infracionais 
praticados por adolescentes. 
Para o marxismo, por sua vez, a sociedade é culpável pelo crime. O delinquente é vítima 
inocente e fungível (substituível) das estruturas econômicas injustas da sociedade. 
Essas visões não são necessariamente excludentes entre si. O delinquente pode estar 
sujeito às influências do meio, mas ser capaz de superá-las por sua vontade. 
Tudo isso demonstra como o delinquente se tornou e tem um peso muito importante nos 
estudos de criminologia. 
Vítima 
Em relação à vítima, os estudos criminais, de maneira geral, passaram por três grandes 
momentos. 
• Idade de ouro da vítima: perdura desde os primórdios da civilização até o fim da Alta Idade 
Média. Nessa época, havia a possibilidade de autotutela, ou seja, de fazer justiça pelas 
próprias mãos. 
Hoje a autotutela é crime. Trata-se do delito de exercício arbitrário das próprias razões, do 
art. 345 do Código Penal: exercício arbitrário das próprias razões 
Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, 
salvo quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à 
violência. 
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa. 
Havia também, na idade de ouro, a possibilidade de aplicação da lei de talião. 
Conhecida pela máxima "olho por olho, dente por dente", essa regra traz a ideia de 
correspondência entre o mal causado a alguém e o castigo que deve receber. A um homicida, 
por exemplo, poderia ser imposta a pena de morte. 
Atualmente, no Brasil, existe previsão de pena de morte no Código Penal Militar para crimes 
militares em tempo de guerra, tais como traição, espionagem, favorecimento do inimigo, 
aliciação de militar, ato prejudicial à eficiência da tropa, fuga em presença do inimigo, motim, 
revolta, conspiração, rendição, epidemia, envenenamento ou corrupção (poluição) de água 
potável, forragem ou víveres, dentre outros. 
Foi durante a era de ouro da vítima que se desenvolveu o processo penal acusatório, em 
que as funções de acusar, julgar e defender estavam em mãos distintas. 
As partes tinham iniciativa probatória, diante de um juiz inerte, que não podiaproduzir as 
provas independentemente da provocação do autor e do réu. 
• Neutralização do poder da vítima: essa fase tem início com a adoção do processo penal 
inquisitivo, no século XII. Em oposição ao processo acusatório, o processo inquisitivo 
concentra as funções de acusar e julgar nas mãos do juiz. Ou seja, o juiz passou a ter a 
iniciativa da própria acusação ao mesmo tempo em que continuava a exercer a competência 
de julgar a causa. A ideia inicial era diminuir a impunidade, já que essa acabava sendo a 
consequência em muitos casos quando a iniciativa extremamente dispendiosa de acusar 
estava nas mãos de um particular durante o processo acusatório. No entanto, o processo 
inquisitório acabou se revelando problemático por dificultar a imparcialidade do juiz, que 
deixou de ser um árbitro e passou a ser um inquisidor. 
Nessa fase de neutralização, a vítima perdeu, portanto, o poder de reação ao fato delituoso, 
que passou para as mãos da administração pública. A pena não era mais dirigida a 
compensar a dor da vítima ou mesmo determinada em função dessa dor. A sanção penal 
passou a ser uma garantia para o grupo social de que eles podiam ter expectativa na norma, 
pois a frustração de seus comandos geraria uma consequência. 
Desapareceu, nessa fase, a autotutela. A vítima perdeu seu poder na persecução penal. 
• Revalorização do poder da vítima: essa fase tem início no século XVIII e perdura até os 
dias atuais. Considera-se que a vítima havia sido esquecida pelo processo criminal e que é 
necessário recuperar certa parcela de seu protagonismo. Os autores penalistas clássicos 
(séculos XVIII e XIX) começam a mencionar a importância da vítima, mas é com a 
consolidação da criminologia que os discursos de que a vítima deve ter proeminência 
ganham força. 
Esse discurso se verifica de maneira pronunciada com Benjamim Mendelsohn, advogado 
israelita que utiliza o termo vitimologia em 1947 para descrever o sofrimento dos judeus nos 
campos de concentração de Alemanha nazista. 
A vitimologia procura entender qual o papel desempenhado pela vítima no fenômeno 
criminal; qual tipo de assistência é necessária para fazer frente aos traumas deixados pelo 
evento criminoso; e quais são as taxas reais de criminalidade. 
Um dos problemas verificados nessa etapa de revalorização do poder da vítima é a pressão 
que as vítimas ou seus parentes exercem em nossa sociedade, legisladores e julgadores 
para que haja punições extremamente severas em função da dor que estão sentindo, o que 
pode levar a um movimento de punitivismo exacerbado. 
Controle Social 
Controle social é o conjunto de meios de intervenção, quer positivos, quer negativos, 
acionados por cada sociedade ou grupo social a fim de induzir os próprios membros a se 
conformarem às normas. 
Shecaira de modo conciso e bastante elucidativo, explica que controle social é o conjunto de 
mecanismos e sanções sociais que pretendem submeter o indivíduo aos modelos e normas 
comunitários. 
 
Controle social, portanto, são os freios que a sociedade apresenta aos indivíduos que 
almejam a prática de alguma conduta antissocial. Existem inúmeros critérios para classificar 
as instâncias de controle social. A dualidade mais comumente utilizada na criminologia é 
aquela que separa controle social formal de controle social informal. O critério que diferencia 
uma categoria da outra é a presença (controle social formal) ou ausência (controle social 
informal) de Estado. 
 
Como exemplos de freios sociais informais podem ser citados a família, a vizinhança, o 
trabalho, a igreja, a opinião pública, os clubes, as associações, os meios de comunicação de 
massa. Já os agentes de controle social formal são a polícia, o Poder Judiciário, a 
administração penitenciária, o sistema penal, etc. 
A criminologia deu seus primeiros passos para incluir o controle social entre seus objetos de 
estudo no começo do século XX. Isso se deu com a Escola de Chicago e seu enfoque 
empírico e transdisciplinar, que se propôs a discutir múltiplos aspectos da vida humana, 
todos relacionados com a vida na cidade. 
Entre os anos 1920 e 1930, Robert Ezra Park, Ernest W. Burgess e seus alunos produziram 
mais de 20 obras sobre a ecologia urbana da cidade de Chicago, abordando problemas como 
falta de moradia, desorganização social, guetos, zonas residenciais ricas e pobres, 
distribuição de doentes mentais na cidade, entre outros. 
Em diversas dessas obras, os bairros de Chicago são divididos e analisados de acordo com 
seus problemas sociais. Esses bairros ou áreas seriam analisados também a partir das 
possibilidades moralizadoras ou de controle social que geravam em seus habitantes. A 
cidade em geral permitia a confusão, a mobilidade e, portanto, o refúgio e a criação de 
personalidades conflitivas, como vagabundos, alcoólatras, prostitutas e delinquentes. Todos 
eles, porém, seriam reprimidos e censurados em determinadas áreas morais, nas quais, em 
virtude desse controle social, não se verificariam conflitos sociais significativos. 
Percebe-se, assim, que as instâncias de controle social, sobretudo as informais, começaram 
a ser estudadas como fatores que influenciam a criminalidade de um determinado local. No 
entanto, não foi ainda nessa oportunidade que o controle social se consolidou como objeto 
da criminologia, até mesmo porque o papel das agências formais no fenômeno criminoso 
ainda não era olhado com interesse. 
Isso viria a ocorrer algumas décadas mais tarde, sobretudo a partir dos anos de 1960, nos 
Estados Unidos, com o labelling approach, também conhecido como teoria do etiquetamento, 
teoria da rotulação social ou teoria interacionista. Rompendo com o ideal consensual de 
sociedade, o labelling propugnava que estudar a realidade social implicava estudar os 
processos de interação individual ocorridos no seio da própria sociedade. Ou seja, não se 
pode compreender o crime prescindindo do entendimento da própria reação social. O desvio 
não é uma qualidade intrínseca da conduta, mas um atributo que lhe é conferido por meio 
de complexos processos de interação social. É decisivo, então, para compreender o crime, 
compreender como funcionam os mecanismos sociais que atribuem o status de delinquente 
a alguém. 
Conforme os teóricos interacionistas, para cada uma das ações desviadas é possível 
encontrar inúmeras ações similares que não serão rotuladas de criminosas, por não serem 
levadas em consideração ou por não se apresentarem de maneira evidente como desviadas. 
Diante de cada fato, as instituições atuam como filtros, definindo sua natureza. Frente às 
condutas humanas, portanto, as agências formais de controle social atuam como uma grande 
peneira, a separar quais devem ser etiquetadas como criminosas e quais não merecem o 
rótulo. 
Assim, o labelling approach reconhece o caráter constitutivo do controle social formal: as 
instâncias de controle social formal são parte da constituição do crime. 
Os mecanismos e instituições de direito penal são instrumentos seletivos e discriminatórios. 
Deixa-se de questionar por que um indivíduo comete crimes e passa-se a indagar a razão 
de certa conduta ser etiquetada com o rótulo de desviada. Nesse questionamento, as 
agências de controle social adquirem enorme importância e passam a ser estudadas 
criteriosamente. Se hoje é comum que haja capítulos sobre a polícia, o Ministério Público, as 
instituições prisionais, o sistema judiciário nos livros e manuais de criminologia, isto, em 
grande parte, deve-se ao paradigma inaugurado pelo labelling approach, que tanto valor 
atribuiu aos respectivos papéis na constituição do delito. 
Finalidade da Criminologia 
A criminologia possui variadas finalidades ou funções, que estão interligadas. 
Uma das principais funções da criminologia reside no fornecimento de informações 
confiáveis para que o fenômeno criminal seja compreendido e para que possam ser 
realizadas intervenções preventivas.A criminologia se aproxima da realidade social sem valorá-la para conhecer e explicar como 
é o fenômeno criminal e para tentar, ademais, transformar a sociedade. 
Nesse ponto, lembre-se de que a criminologia não se preocupa especificamente em analisar 
a subsunção de uma conduta a um tipo penal. Isto é tarefa do direito penal. A criminologia 
tem por função conhecer quais os crimes que vêm sendo praticados, a razão do seu 
cometimento, o impacto deles na sociedade e nas vítimas específicas do caso, a 
consequência das penas para aqueles delinquentes, etc. 
Lembre-se de que a criminologia, para cumprir sua função, pode tentar compreender as 
causas do crime, e a isso se dá o nome de "etiologia". No desempenho dessa função 
etiológica, deve-se considerar que o crime, na maioria das vezes, terá causas multifatoriais. 
Não se trata da existência de apenas uma causa para o crime, mas sim da coexistência 
dinâmica de fatores sociais, biológicos, psíquicos, etc. 
Nessa sistemática de compreender a etiologia do crime, os profissionais da criminologia 
traçam perfis antropológicos, sociais, culturais ou psicológicos do criminoso. Esses perfis, 
somados a determinantes endógenas (interiores ao indivíduo) e exógenas (exteriores ao 
indivíduo), ajudam a criminologia a tentar compreender como se chegou ao cometimento do 
crime. 
No desempenho dessas funções, já deve ter ficado claro que a criminologia não desempenha 
um papel matemático. É uma ciência humana e, portanto, considera o ser humano em suas 
múltiplas facetas. Pode se utilizar de números – sobretudo em seu viés estatístico -, mas não 
se resume a eles e deles pode prescindir. Quando os dados estatísticos criminais são 
utilizados ou produzidos por profissionais da criminologia, eles servem de base para a análise 
de algum fenômeno criminal ou para mensuração das propostas de equacionamento do 
crime. 
Como um resumo do que apresentei até agora, podemos citar as palavras de García-Pablos 
de Molina, para quem a criminologia é uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa 
do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento 
delitivo, e que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, 
dinâmica e variáveis principais do crime - contemplando este como problema individual e 
como problema social -, assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e 
técnicas de intervenção positiva do homem delinquente. 
Outra função importante da criminologia é fazer com que o direito penal dialogue com as 
demais ciências que tratam do fenômeno criminal. O crime é, sempre, um fenômeno 
complexo, resultado da interação entre humanos em sociedade. O direito penal se aproxima 
do fenômeno criminal valorando os aspectos da vida considerados graves, de forma 
normativa e dogmática. 
As bancas gostam de questionar se a criminologia é uma ciência normativa, dogmática, 
dedutiva. A resposta é NÃO! Esses são traços distintivos do direito penal, que o distanciam 
da criminologia. O direito penal se baseia em normas - é normativo; é construído em torno 
de uma série de princípios, dogmas - é dogmático; parte de regras gerais que devem ser 
aplicadas a um caso concreto - é dedutivo. A criminologia, por sua vez, se baseia na 
observação da realidade - é empírica; não possui dogmas; parte do caso concreto para 
tentar, deles, formular hipóteses de generalização - é indutiva. 
Ao ter os mecanismos de controle social como objeto de estudo, a criminologia desempenha 
outra importante função: a de demonstrar a ineficácia do direito penal. A criminologia mostra 
que a prevenção criminal não é efetiva, que o sistema penal é estigmatizante e fundamental 
para que a etiqueta de criminoso seja atribuída a alguém de maneira efetiva. Nessa função, 
a criminologia demonstra que a seleção pelos mecanismos penais não apenas é ineficaz 
como ainda tem o condão de acelerar uma carreira criminal e consolidar o "status" de 
desviado. 
As teorias da reação social dizem que o Direito penal causa estigmas: quem é selecionado 
pelos filtros de reação social - polícia, Ministério Público, Poder Judiciário, penitenciárias - 
passa a ser marcado com sinais sociais que o inabilitam para a plena aceitação social. É 
muito difícil, se não impossível, que essa pessoa se livre da etiqueta de criminoso depois de 
sua passagem pelas engrenagens de controle penal.a 
Ainda sobre as instâncias de controle social como objeto de estudo, a criminologia 
desempenha a função de demonstrar que a rapidez e a certeza da aplicação da sanção penal 
são mais importantes do que a sua gravidade. Sabe aquela sensação de impunidade que 
reina no Brasil? Pois bem, estudos criminológicos têm demonstrado que o mais importante 
para o fim dessa sensação não é a previsão ou aplicação de uma pena severa, longa, 
extensa, mas sim a existência de uma pena que seja aplicada de forma célere e certa. 
Especificamente em relação ao delinquente, pode-se afirmar que a criminologia é uma 
ciência que tem por função intervir no criminoso, para que ele não volte a delinquir, para que 
ele seja ressocializado. Nesse aspecto, pesquisas criminológicas têm demonstrado o 
potencial estigmatizante da pena privativa de liberdade e a importância das modalidades 
alternativas de cumprimento de pena, como as penas restritivas de direito e a pena de multa. 
Ademais, a criminologia ressalta a importância de o direito penal continuar apresentando 
traços de subsidiariedade e fragmentariedade. 
De acordo com o princípio da fragmentariedade, o direito penal deve agir como um postulado 
de intervenção mínima, protegendo apenas os bens jurídicos mais relevantes da sociedade 
e somente quando forem alvo de ataques intoleráveis. Diz-se que o direito penal é um 
arquipélago de pequenas ilhas de condutas consideradas ilícitas espalhadas pelo mar do 
penalmente indiferente. 
O princípio da subsidiariedade impõe, a seu turno, que o direito penal somente deve ser 
utilizado quando outras instâncias de controle não puderem equacionar a questão de 
maneira satisfatória. Assim, se um problema social pode ser enfrentado pelas regras do 
direito civil ou administrativo, não deve ser invocado o direito penal. Se uma questão pode 
ser solucionada no âmbito familiar, não há que se aplicar direito penal. Voltarei a esta 
questão mais ao final desta aula. Já adianto que esse princípio é também conhecido pela 
expressão latina "ultima ratio", que significa, em tradução bem livre, "última instância". 
Em relação à prevenção do delito, as teorias criminológicas têm demonstrado como são 
importantes intervenções na sociedade que extrapolem a esfera penal. 
Não basta colocar polícia nos lugares onde há maior atividade delitiva. A depender do caso, 
podem ser necessárias ações diversionistas, como iluminar a área, remover detritos, instalar 
serviços, construir escolas e áreas de lazer, podar árvores, alterar rotas de meios de 
transporte público, asfaltar vias públicas, apenas para mencionar alguns exemplos. 
Especificamente em relação à prevenção direcionada ao delinquente, são necessárias 
intervenções que forneçam melhora nas condições de vida e que, consequentemente, 
possibilitem sua reinserção. 
Outra função da criminologia é tentar fornecer uma análise totalizadora do delito. O crime é 
visto em todos os seus aspectos e não apenas como fato típico, ilícito e culpável. 
Interessa à criminologia não tanto a qualificação formal correta de um acontecimento 
penalmente relevante, senão a imagem global do fato e do seu autor: a etiologia do fato real, 
sua estrutura interna e dinâmica, formas de manifestação, técnicas de prevenção e 
programas de intervenção junto ao infrator. 
A criminologia desempenha, ainda, a função de demonstrar que o crime é problema de toda 
a sociedade, pois possui como causas, entre outros, fatores sociais e porque afeta toda a 
população de uma dada localidade, e não apenasa vítima direta. Cada vez que um crime é 
cometido e noticiado, cresce o medo da população, muda a maneira como as pessoas 
interagem com o espaço e com as demais pessoas, transforma-se a crença que os seres 
humanos depositam na norma e no sistema jurídico como um todo. 
Cuidando dos envolvidos no fenômeno criminal, a criminologia tem se preocupado em 
demonstrar a importância de mecanismos que pacifiquem as situações que estão na base 
dos delitos. Desse modo, a criminologia objetiva colocar a vítima frente a frente com o 
delinquente em casos em que seja recomendado, para que não exista apenas punição, mas 
também diálogo, composição de prejuízos, reparação de danos e pacificação social. 
Destrinchando ainda mais a função, devemos explicitar que, ao realizar o fornecimento de 
informações válidas e confiáveis para que o fenômeno criminal seja compreendido e para 
que possam ser realizadas intervenções preventivas, a criminologia não pretende eliminar o 
crime. Deseja-se, sem dúvida, que o crime seja controlado, que se faça prevenção do delito, 
que o delinquente não volte a delinquir, que as taxas criminais diminuam. No entanto, dizer 
que a criminologia pretende acabar com o crime é inexato. Afinal, a criminologia reconhece 
o caráter perene do delito. Enquanto houver sociedade, haverá crime. 
Por fim, podemos afirmar ainda que a criminologia não pretende apresentar conclusões 
universais. Ela não é uma ciência "dura", mas sim humana, e, como tal, apresenta um 
conhecimento parcial, provisório, fragmentado, fluido. O saber criminológico deve se adaptar 
à realidade local e às evoluções históricas e sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 QUESTÕES DE CONCURSO 
1. (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2013) Os objetos de estudo da moderna 
Criminologia são: 
a) a vítima e o delinquente. 
b) o crime, o criminoso, a vítima e o controle social. 
c) o delito e o delinquente. 
d) o problema social, suas causas biológicas e o mimetismo. 
e) o crime e os fatores biopsicológicos decorrentes de sua prática. 
 
2. (IESES/AUXILIAR PERICIAL - LABORATÓRIO/IGP-SC/2014) Ciência empírica e 
interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima, do 
controle social e do comportamento delitivo. Este é conceito atribuído a qual das ciências 
abaixo relacionadas: 
a) Criminologia. 
b) Perícia Criminal. 
c) Criminalística. 
d) Medicina Legal. 
 
3. (VUNESP/FOTÓGRAFO TÉCNICO PERICIAL/PC-SP/2014) Assinale a alternativa que 
indica um dos objetos de estudo da criminologia moderna. 
a) O controle social. 
b) A justiça. 
c) O direito penal. 
d) O desiquilíbrio psicológico. 
e) A lei. 
4. (VUNESP/MÉDICO LEGISTA/PC-SP/2014) O método de estudo da Criminologia reúne 
as seguintes características: 
a) silogismo; vedação de interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade. 
b) empirismo; vedação de interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade. 
c) racionalismo; interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade. 
d) empirismo; interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade. 
e) racionalismo; interdisciplinaridade; visão dedutiva da realidade. 
5. (VUNESP/DESENHISTA TÉCNICO-PERICIAL/PC-SP/2014). Os objetos de estudo da 
criminologia são: o crime, o criminoso, a vítima e __________________. Assinale a 
alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto. 
a) a participação da vítima no crime 
b) as classes sociais 
c) as leis 
d) o controle social 
e) o Poder Público 
6. (CEFET-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-BA/2008) No âmbito da criminologia da reação 
social, o trabalho da Polícia Civil pode ser considerado como a 
a) expressão do controle social informal. 
b) contribuição de uma agência do controle social formal. 
c) manifestação do controle social difuso. 
d) manifestação do controle empresarial. 
e) expressão particular de uma visão de justiça. 
 
7. (QUESTÃO INÉDITA) Ao conjunto de mecanismos que pretendem submeter o indivíduo 
aos modelos e normas comunitários se dá o nome: 
a) Controle social 
b) Freios e contrapesos 
c) Cifra oculta 
d) Grupo de controle 
8. (QUESTÃO INÉDITA) A Escola de Chicago começou a se desenvolver ______: 
a) No século XIX 
b) Com o Iluminismo 
c) Na década de 1920 
d) Na década de 1960 
9. (QUESTÃO INÉDITA) O processo penal de tipo acusatório é típico: 
a) da era de ouro da vítima. 
b) do período de neutralização do poder da vítima 
c) do período de revalorização da vítima 
d) da primeira metade do século XXI 
10. (QUESTÃO INÉDITA) Marques de Beccaria foi um dos expoentes _______ 
a) do positivismo criminológico. 
b) do pensamento clássico. 
c) do labelling approach 
d) da Escola de Chicago 
1. (QUESTÃO INÉDITA) Robert Ezra Park e Ernest W. Burgess são teóricos rela- 
cionados com: 
a) a Escola de Chicago 
b) a teoria da anomia 
c) o pensamento clássico penal 
d) a criminologia radical 
2. (QUESTÃO INÉDITA) A culpabilidade é um dos elementos do crime para a criminologia. 
 
3. (QUESTÃO INÉDITA) A criminologia contemporânea abandonou os inquéritos 
de vitimização em virtude de carecerem de cientificidade. 
4. (QUESTÃO INÉDITA) Na observação participante, uma das técnicas utilizadas pela 
criminologia, o pesquisador atua de forma ativa na vida do grupo objeto deinvestigação. 
5. (QUESTÃO INÉDITA) A criminologia pode ter, entre seus objetivos, a compreensão da 
etiologia do crime. 
6. (QUESTÃO INÉDITA) No Brasil, atualmente, não existe previsão de pena de morte, por 
vedação constitucional. 
7. (QUESTÃO INÉDITA) A previsão da autotutela foi traço característico da era de ouro da 
vítima. 
8. (QUESTÃO INÉDITA) A percepção do crime como fruto do livre-arbítrio humano é um dos 
principais postulados das escolas positivistas. 
9. (QUESTÃO INÉDITA) Apesar de ser interdisciplinar, a criminologia não conta com 
contribuições de juristas dado o caráter normativo do direito. 
10. (QUESTÃO INÉDITA) Para as teorias interacionistas, a polícia apresenta assimetria nas 
relações com o cidadão e é seletiva e estigmatizante. 
11. (QUESTÃO INÉDITA) O labelling approach entende que as instâncias de controle social 
formal é que de?nem se uma dada conduta será rotulada de criminosa. 
 
12. (QUESTÃO INÉDITA) Incidência a?itiva e massiva são traços caracterizadores do delito 
para a criminologia. 
13. (QUESTÃO INÉDITA) O termo vitimologia surge na década de 1940 em contexto 
relacionado com os campos de concentração da Alemanha nazista. 
2 
4. (QUESTÃO INÉDITA) O positivismo foi fundamental para a inclusão do controle social 
como um dos objetos de estudo da criminologia. 
5. (QUESTÃO INÉDITA) As penitenciárias podem ser consideradas objeto de estudo da 
criminologia. 
6. (QUESTÃO INÉDITA) Benjamim Mendelsohn é considerado um expoente da escola 
clássica criminológica. 
27. (QUESTÃO INÉDITA) Para a visão correcionalista, o delinquente é um inimigo que 
escolheu se colocar fora do pacto de paz social. 
28. (QUESTÃO INÉDITA) Para o determinismo social, as características do ambiente social 
levam um indivíduo ao crime. 
29. (QUESTÃO INÉDITA) O labelling approach é uma corrente de pensamento determinista. 
30. (QUESTÃO INÉDITA) Punitivismo exacerbado foi uma consequência indesejada do 
período de neutralização da vítima. 
GABARITO 
 
 
GABARITO COMENTADO 
1. (VUNESP/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA/2013) Os objetos de estudo da moderna 
Criminologia são: 
a) a vítima e o delinquente. 
b) o crime, o criminoso, a vítima e o controle social. 
c) o delito e o delinquente. 
d) o problema social, suas causas biológicas e o mimetismo. 
e) o crime e os fatores biopsicológicos decorrentes de sua prática. 
Letra b. 
Essa é exatamente a lista com todos os objetos de estudo da Criminologia, conforme 
verificada a evolução da disciplina. As letras a e c não estão erradas, mas incompletas. 
 
2. (IESES/AUXILIAR PERICIAL - LABORATÓRIO/IGP-SC/2014) Ciência empírica e 
interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, davítima, do 
controle social e do comportamento delitivo. Este é conceito atribuído a qual das ciências 
abaixo relacionadas: 
a) Criminologia. 
b) Perícia Criminal. 
c) Criminalística. 
d) Medicina Legal. 
a 
Letra a. 
O enunciado traz traços característicos da criminologia (empirismo, interdisciplinaridade) e 
seus objetos de estudo (delito, delinquente, vítima e controle social). 
3. (VUNESP/FOTÓGRAFO TÉCNICO PERICIAL/PC-SP/2014) Assinale a alternativa que 
indica um dos objetos de estudo da criminologia moderna. 
a) O controle social. 
b) A justiça. 
c) O direito penal. 
d) O desiquilíbrio psicológico. 
e) A lei. 
Letra a. 
Tecnicamente, a resposta correta é a, pois os objetos da criminologia são delito, delinquente, 
vítima e controle social. A justiça, o direito penal e a lei, de maneira mais genérica, podem 
ser incluídos no estudo da criminologia, mas exatamente como mecanismos ou instrumentos 
de controle social. Dessa maneira, a melhor alternativa, sem dúvida, é a letra a. 
4. (VUNESP/MÉDICO LEGISTA/PC-SP/2014) O método de estudo da Criminologia reúne 
as seguintes características: 
a) silogismo; vedação de interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade. 
b) empirismo; vedação de interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade. 
c) racionalismo; interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade. 
d) empirismo; interdisciplinaridade; visão indutiva da realidade. 
e) racionalismo; interdisciplinaridade; visão dedutiva da realidade. 
Letra d. 
A criminologia é empírica, pois se baseia na experiência, na observação do fenômeno 
criminal. É interdisciplinar, pois necessita do aporte de profissionais de diversos ramos do 
saber. É indutiva, pois parte de dados particulares (fatos observados, experiências) e, por 
meio de uma sequência de operações cognitivas, chega a leis ou conceitos mais gerais, indo 
dos efeitos à causa, das consequências ao princípio, da experiência à teoria. 
5. (VUNESP/DESENHISTA TÉCNICO-PERICIAL/PC-SP/2014). Os objetos de estudo da 
criminologia são: o crime, o criminoso, a vítima e __________________. Assinale a 
alternativa que preenche corretamente a lacuna do texto. 
a) a participação da vítima no crime 
b) as classes sociais 
c) as leis 
d) o controle social 
e) o Poder Público 
Letra d. 
Os objetos de estudo da criminologia são o crime (ou delito), o criminoso (ou delinquente), a 
vítima e o controle social. 
6. (CEFET-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/PC-BA/2008) No âmbito da criminologia da reação 
social, o trabalho da Polícia Civil pode ser considerado como a 
a) expressão do controle social informal. 
b) contribuição de uma agência do controle social formal. 
c) manifestação do controle social difuso. 
d) manifestação do controle empresarial. 
e) expressão particular de uma visão de justiça. 
Letra b. 
As teorias de reação social fizeram com que o controle social integrasse definitiva mente o 
rol de objetos de estudo da criminologia. Controle social, portanto, são os freios que a 
sociedade apresenta aos indivíduos que almejam a prática de alguma conduta antissocial. 
O critério que diferencia controle social formal de controle social informal é a presença ou 
ausência de Estado. Como exemplos de controle social formal, podem ser citados a polícia, 
o Poder Judiciário, a administração penitenciária, o sistema penal, etc. 
7 . (QUESTÃO INÉDITA) Ao conjunto de mecanismos que pretendem submeter o indivíduo 
aos modelos e normas comunitários se dá o nome: 
a) Controle social 
b) Freios e contrapesos 
c) Cifra oculta 
d) Grupo de controle 
Letra a. 
Controle social é o conjunto de mecanismos e sanções sociais que pretendem submeter o 
indivíduo aos modelos e normas comunitários. Freios e contrapesos são mecanismos de 
separação dos poderes. Cifra oculta é o nome que se dá à criminalidade que não chega ao 
conhecimento das agências estatais. Grupo de controle é uma técnica empírica de 
estabelecimento de comparações estatísticas entre um grupo envolvido com o fenômeno 
criminal (grupo experimental) e um grupo sem envolvimento (grupo de controle) para o 
estabelecimento de conclusões sobre a relevância de determinada variável no fenômeno. 
8 . (QUESTÃO INÉDITA) A Escola de Chicago começou a se desenvolver ______: 
a) No século XIX 
b) Com o Iluminismo 
c) Na década de 1920 
d) Na década de 1960 
Letra c. 
Entre os anos 1920 e 1930, Robert Ezra Park, Ernest W. Burgess e seus alunos produziram 
mais de 20 obras sobre a ecologia urbana da cidade de Chicago, abordando problemas como 
falta de moradia, desorganização social, guetos, zonas residenciais ricas e pobres, 
distribuição de doentes mentais na cidade, entre outros. 
9. (QUESTÃO INÉDITA) O processo penal de tipo acusatório é típico: 
a) da era de ouro da vítima. 
b) do período de neutralização do poder da vítima 
c) do período de revalorização da vítima 
d) da primeira metade do século XXI 
Letra a. 
O processo penal de tipo acusatório é típico da era de ouro da vítima. Foi exatamente durante 
a era de ouro da vítima que se desenvolveu o processo penal acusatório, em que as funções 
de acusar, julgar e defender estavam em mãos distintas. As partes, aí incluída a vítima, 
tinham iniciativa probatória, diante de um juiz inerte, que não podia produzir as provas 
independentemente da provocação do autor e do réu. 
10. (QUESTÃO INÉDITA) Marques de Beccaria foi um dos expoentes _______ 
a) do positivismo criminológico. 
b) do pensamento clássico. 
c) do labelling approach 
d) da Escola de Chicago 
Letra b. 
Cesare de Beccaria, autor da obra Dos Delitos e das Penas (1764), é considerado um autor 
da escola clássica que sintetizou os postulados racionais do Iluminismo. 
11. (QUESTÃO INÉDITA) Robert Ezra Park e Ernest W. Burgess são teóricos relacionados 
com: 
a) a Escola de Chicago 
b) a teoria da anomia 
c) o pensamento clássico penal 
d) a criminologia radical 
Letra a. 
A criminologia deu seus primeiros passos para incluir o controle social entre seus objetos de 
estudo no começo do século XX. Isso se deu com a Escola de Chicago, entre os anos 1920 
e 1930, com Robert Ezra Park e Ernest W. Burgess. 
12. (QUESTÃO INÉDITA) A culpabilidade é um dos elementos do crime para a criminologia. 
Errado. 
A culpabilidade é um dos elementos do crime para o Direito Penal. 
13. (QUESTÃO INÉDITA) A criminologia contemporânea abandonou os inquéritos de 
vitimização em virtude de carecerem de cientificidade. 
Errado. 
Inquéritos de vitimização constituem uma das técnicas empíricas da criminologia. Trata-se 
de inquéritos sociais em que as pessoas são interrogadas sobre suas experiências como 
vítimas de crime. São ferramentas importantes para o estudo da vitimologia. 
14. (QUESTÃO INÉDITA) Na observação participante, uma das técnicas utilizadas pela 
criminologia, o pesquisador atua de forma ativa na vida do grupo objeto de investigação. 
Certo. 
A observação participante é uma das técnicas empíricas utilizadas por estudiosos da 
criminologia para se aproximar dos seus objetos de investigação. 
15. (QUESTÃO INÉDITA) A criminologia pode ter, entre seus objetivos, a compreensão da 
etiologia do crime. 
Certo. 
As bancas adoram esse termo. A etiologia é o estudo das causas do crime. Muitas escolas 
criminológicas abandonaram essa aproximação, mas ela pode ser, sem dúvida, um dos 
objetivos dos estudos criminológicos. 
16. (QUESTÃO INÉDITA) No Brasil, atualmente, não existe previsão de pena de morte, por 
vedação constitucional. 
Errado. 
A Constituição Federal permite, e o Código Penal Militar prevê, a adoção de pena de morte 
em caso de crimes de guerra. 
1 
7. (QUESTÃO INÉDITA) A previsão da autotutela foi traço característico da era de ouro da 
vítima. 
Certo. 
Autotutela é a possibilidade de fazer justiça com as próprias mãos. Na era de ouro da vítima, 
a prática era permitida. Hoje, é crime. 
18. (QUESTÃO INÉDITA) A percepção do crime como fruto do livre-arbítrio humano é um 
dosprincipais postulados das escolas positivistas. 
Errado. 
As escolas positivistas negam o livre-arbítrio e postulam que o crime é fruto de determinismo, 
seja biológico, seja social. 
1 
9. (QUESTÃO INÉDITA) Apesar de ser interdisciplinar, a criminologia não conta com 
contribuições de juristas dado o caráter normativo do direito. 
Errado. 
Operadores do direito são alguns dos profissionais que contribuem com a formatação da 
criminologia, que tem essencialmente caráter interdisciplinar. 
20. (QUESTÃO INÉDITA) Para as teorias interacionistas, a polícia apresenta assimetria nas 
relações com o cidadão e é seletiva e estigmatizante. 
Certo. 
As teorias de interação social, como a do labelling approach, defendem que em toda 
interação entre policial e cidadão a possibilidade de uso da força se faz presente, gerando 
uma assimetria em que o detentor do monopólio do uso da força está em posição de 
superioridade. Além disso, a polícia seleciona, geralmente entre as camadas mais inferiores 
da população, sua "clientela", selecionando aqueles indivíduos que vão receber a etiqueta 
de criminoso. A polícia é estigmatizante porque, em raras oportunidades, o contato entre 
cidadão e polícia não gera marcas na população. 
21. (QUESTÃO INÉDITA) O labelling approach entende que as instâncias de comtrole social 
formal é que de?nem se uma dada conduta será rotulada de criminosa. 
Certo. 
Para o labelling approach, as condutas não são crimes ontologicamente. As instâncias de 
controle social formal possuem papel definidor dos crimes, pois elas irão selecionar os 
indivíduos a serem considerados criminosos. 
2 
2. (QUESTÃO INÉDITA) Incidência aflitiva e massiva são traços caracterizadores do delito 
para a criminologia. 
Certo. 
Incidência aflitiva e massiva, persistência espaço-temporal e inequívoco consenso da 
população sobre a necessidade e efetividade de tipificar a conduta são elementos que 
definem um crime para a criminologia. 
23. (QUESTÃO INÉDITA) O termo vitimologia surge na década de 1940 em contexto 
relacionado com os campos de concentração da Alemanha nazista. 
Certo. 
Benjamim Mendelsohn, advogado israelita, utiliza o termo vitimologia em 1947 para 
descrever o sofrimento dos judeus nos campos de concentração de Alemanha nazista. 
24. (QUESTÃO INÉDITA) O positivismo foi fundamental para a inclusão do controle social 
como um dos objetos de estudo da criminologia. 
Errado. 
O positivismo foi fundamental para a inclusão do delinquente como objeto de estudo da 
criminologia. As instâncias de controle social passaram a ser objeto da criminologia com a 
Escola de Chicago e, sobretudo, com as teorias interacionistas. 
25. (QUESTÃO INÉDITA) As penitenciárias podem ser consideradas objeto de estudo da 
criminologia. 
Certo. 
As penitenciárias são uma das ferramentas de controle social formal do crime. Logo, podem 
ser objeto de estudo da criminologia. 
26. (QUESTÃO INÉDITA) Benjamim Mendelsohn é considerado um expoente da escola 
clássica criminológica. 
Errado. 
A escola clássica situa-se nos séculos XVIII e XIX. Mendelsohn viveu no século XX e foi 
fundamental para o fortalecimento do estudo do papel da vítima no delito. 
27. (QUESTÃO INÉDITA) Para a visão correcionalista, o delinquente é um inimigo que 
escolheu se colocar fora do pacto de paz social. 
Errado. 
Os correcionalistas veem o delinquente como um fraco, débil, que não possui capacidade de 
dirigir a sua vida. 
28. (QUESTÃO INÉDITA) Para o determinismo social, as características do ambiente social 
levam um indivíduo ao crime. 
Certo. 
Típico das teorias positivistas, o determinismo social nega o livre-arbítrio e postula que as 
características do ambiente social levam um indivíduo ao crime. 
29. (QUESTÃO INÉDITA) O labelling approach é uma corrente de pensamento determinista. 
Errado. 
O labelling approach entende que as instâncias de controle social rotulam as pessoas como 
criminosas, mas não é considerada uma teoria determinista, pois não nega o livre-arbítrio. 
30. (QUESTÃO INÉDITA) Punitivismo exacerbado foi uma consequência indesejada do 
período de neutralização da vítima. 
Errado. 
O punitivismo exacerbado tem sido visto como uma consequência indesejada do período de 
ressurgimento da vítima na criminologia.

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