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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM ENGENHARIA AMBIENTAL E SANEAMENTO BÁSICO Resenha Crítica de Caso Julia Bravo Trabalho da disciplina: Hidrologia e Drenagem Urbana Tutor: Prof. Oscar Javier Celis Ariza SERRA/ES 2021 http://portal.estacio.br/ 2 CONSELHO METROPOLITANO DE SUPRIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO DE HYDERABAD Referências: DAVIS, Jennifer. Conselho Metropolitano de Suprimento de Água e Esgoto de Hyderabad. EUA: MIT, 2006. O artigo se baseia na busca de estratégias políticas no intuito de melhorar o sistema de suprimento de água e esgoto na cidade de Hyderabad, especialmente em formas de tentar disponibilizar e aprimorar esse suprimento para populações mais pobres nas favelas. A cidade de Hyderabad é a capital do estado meridional indiano de Andhra Pradesh, considerada como o maior crescimento populacional da Índia. O Ministro-Chefe de Dinâmica Jovem, Chandrababu Naidu, no intuito de levar crédito pelo aumento da produtividade e crescimento da cidade, adotou uma estratégia agressiva de modernização baseada na tecnologia, prometendo infraestrutura de classe mundial. Com o crescimento acelerado e bastante pressão nas agências públicas da cidade, Naidu reeleito em 1999 prometeu melhora nos serviços públicos em troca de tributos maiores. O que é descrito no texto é que os reservatórios existentes nas localidades já não são suficientes para suprir a demanda de água, fazendo com que parte da população dependa de vendedores ou fontes coletivas públicas. O serviço de água e esgoto da cidade de Hyderabad é gerenciado pelo governo através da HMWSSB, também chamada dele “o Conselho”, que mesmo sendo uma entidade nova, era formada por um departamento já existente e, portanto, com uma estrutura ineficiente e repleta de falhas. Diante disso, em busca de uma solução para a crise de infraestrutura na cidade, Naidu passou a buscar o apoio do Banco Mundial para a privatização dos serviços públicos, de maneira que iria reduzir os custos ao governo e ocasionaria a melhora dos serviços prestados. Vale ressaltar que o elevado crescimento econômico de uma nação não significa em um controle maior dos impactos ambientais, pelo contrário, o que se observa na prática é a ascensão econômica e demográfica, exigindo uma demanda cada vez maior dos recursos naturais, que por serem finitos, resultam na constante degradação e poluição ambiental. Diante disso, no Brasil, a Lei nº 9.433/1997 instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, que traz como um dos objetivos “assegurar à atual e às futuras gerações a necessária disponibilidade de água, em padrões de qualidade adequados aos respectivos usos”. 3 Nesse sentido, privatizar um setor da infraestrutura tão abrangente e importante, tornou-se uma preocupação ao Banco Mundial, uma vez que os serviços devem se estender para as áreas de favela com preços muito baixos, o que ocasionaria o aumento do custo com serviços para o governo. Portanto, para receber assistência financeira e técnica nesse processo de privatização, o banco deveria se unir com organizações de direitos do consumidor locais e ONGs para traçar uma estratégia que resolva esse obstáculo. Almejando uma solução, era ciente a necessidade de equilibrar as demandas competitivas, garantindo benefícios aos investidores e à população mais pobre; para isso, foram identificadas três abordagens (nenhuma muito satisfatória). A questão é, como chegar a uma recomendação realmente satisfatória para apresentar ao banco? Sendo assim, com a criação do Conselho, a lei estipula que ele seja autossuficiente financeiramente por meio de taxas para o usuário, e o HMWSSB se viu alcançando um lento progresso nesta direção. A principal dificuldade enfrentada pelo Conselho era a definição de tarifas razoáveis e a imposição de pagamento por parte dos usuários, onde o argumento predominante era a recusa do aumento das tarifas de água devido à insuficiência do HMWSSB, pois as estimativas do fornecimento que variam entre 40-55 por cento, possuem cerca de 60 por cento de perdas administrativas e 40 por cento em perdas físicas, ou seja, não fazia sentido elevar os custos das tarifas se o sistema se apresenta falho. O problema com a falta de água se estende por outras cidades ao sul da Índia, resultado de decisões sobre o gerenciamento dos recursos hídricos. Em busca da aceitação do público para o aumento de tarifa, o Conselho buscava uma estratégia de comunicação pró ativa e outras iniciativas para conseguir o apoio público, como por exemplo, o programa Metro Custumer Care Initiative (MCC), que computadorizou e centralizou as reclamações de consumidores para o Conselho. Todavia, se viam em um grande impasse, esse programa não era eficaz aos consumidores que residem em favelas, sendo 1/3 dos consumidores residindo nessas áreas e, desses, menos de 10 por cento de registros em linhas telefônicas. Além disso, os gerentes dos escritórios recebiam forte incentivo para que as reclamações feitas pessoalmente fossem ignoradas e priorizarem as enviadas via telefone, mantendo assim, a exclusão dos consumidores residentes na favela. 4 Embora Naidu estivesse confiante de que o setor privado levantaria investimentos e níveis de serviço para o benefício dos consumidores, deveria enfrentar diversas escolhas difíceis para equilibrar as necessidades de garantir que a concessão não perca o apoio do Banco Mundial e popular durante o processo, além de fazer a concessão atrativa para investidores privados. O Conselho então, precisava avaliar as três estratégias rapidamente de forma que o serviço inclua os pobres como parte dos esforços de privatização, atendendo completamente as preocupações do banco. O texto encerra-se com o apoio do banco pela privatização, inclusive governantes, mas com a condição de se haver uma proposta “pró-pobres”. Todas as opções devem ser muito bem analisadas antes da tomada de decisão, até porque, o Conselho ainda tinha obstáculos com pessoas contrárias à privatização, tais como ONGs, opositores políticos, sindicatos, entre outros. No mais, os autores apresentam o estudo de maneira esclarecedora e instrutiva fazendo uso de imagens, gráficos e organogramas que facilitaram ainda mais o entendimento, dados como o suprimento e demanda de água em Hyderabad, organograma e dados dos consumidores da HMWSSB e padrões de serviço ao consumidor da HMWSSB. Referências Bibliográficas BRASIL. Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.
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