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1 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES SEMIOLOGIA DO SISTEMA VASCULAR SISTEMA VASCULAR A) PRINCIPAIS FUNÇÕES: Transporte de nutrientes, oxigênio e hormônios Remoção de catabólicos Absorção a nível intestinal Enchimento de órgãos ereteis Controle da temperatura corporal NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA A) ARTÉRIAS: Após sua saída do VE, na crossa, a aorta dará origem a seus três primeiro ramos: tronco braquicefalico, carótida comum esquerda e subclávia esquerda A carótida comum se divide em interna e externa, irrigando regiões intra e extracaniais, respectivamente A artéria subclávia distalmente torna-se artéria axilar e, em seguida, braquial que se divide em radial e ulnar Na porção abdominal a aorta dará origem ao tronco celíaco, mesentéricas superior e inferior e renais e posrteriormente se bifurca ao nível da cicatriz umbilical originando as ilíacas comuns A artéria femoral, ramo da ilíaca externa, provê a maior parte da irrigação do MMII. Mais distalmente se torna artéria poplítea que se divide em tibial posterior e anterior. A tibial anterior na face superior do pé é artéria dorsal do pé. Grande calibre: • Aorta • Tronco braquiocefalico • Ilíacas comuns e externas • Femorais comuns • Carótidas comuns Médio calibre: • Subclávias • Axilares • Carótidas internas • Femorais superficiais • Femorais comuns • Carótidas comuns Pequeno calibre: • Tibiais • Pedioso • Radial • Ulnar • Faciais • Arteríolas 2 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES B) VEIAS: O sistema venoso periférico é constituído por capilares, vênulas e veias (de pequeno, médio e grande porte) Os capilares são continuação direta dos capilares arteriais, dos quais recebem o fluxo sanguíneo Capilares → Vênulas → Veias As veias dos MMSS + as da regiões superior do tronco, da cabeça e do pescoço drenam para a veia cava superior As veias dos MMII + as da região inferior do tronco drenam para a veia cava inferior As veias dos MMII são mais suscetíveis a disfunções! Veia safena interna ou safena magna: se origina no dorso do pé, passa anteriormente ao maléolo medial e atravessa a face interna do MMII para alcançar a veia femoral, abaixo do ligamento inguinal Veia safena externa ou safena parva: nasce na região lateral do pé, percorre a face posterior da perna e se une ao sistema profundo no espaço poplíteo Veias comunicantes ou perfurantes conectam o sistema das safenas (superficial) com o sistema profundo Todas as veias – superficiais, profundas e comunicantes – possuem em seu trajeto as válvulas que permitem que o sangue flua do sistema superficial para o profundo, mas não o oposto C) SISTEMA E GÂNGLIOS LINFÁTICOS Apenas os superficiais – cervicais, axilares e de braços e pernas – são acessíveis ao exame físico SEMIOLOGIA DOS VASOS LINFÁTICOS Edema resultante do acumulo de proteínas no interstício por falha na drenagem linfática.7 Linfedema: rato e mais frequente em mulheres. É frio e duro devido a fibrose e acumulo de fibroblastos e fibrina. Normalmente é indolor. Se houver processo inflamatório associado, pode ser quente e doloroso. Acomete o dorso do pé e pododáctilos e não atinge o calcâneo (diferentemente do edema de IVC). A pele torna- se fosca. Sinal de Stemmer. A elefantíase com alterações tróficas cutâneas – eczema, necrose, erosões e ulcera) constitui estagio mais avançado de linfedema. 3 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES SEMIOLOGIA DAS ARTÉRIAS SISTEMA ARTERIAL A) REVISÃO – HISTOLOGIA: Formação da parede arterial (3 camadas): • Endotélio • Media: fibras elásticas e musculares • Adventícia (conjuntivo): apresentam os vasa vasorum B) PUNÇÃO: Na punção de artéria de médio e pequeno calibre, como artéria radial, há espasmo porque tem predominância de fibras musculares lisas Na punção de artéria de grande calibre, como artéria femoral, não há espasmo porque tem predominância de tecido conjuntivo C) MECANISMO DE CONTROLE DE FLUXO SANGUÍNEO: O controle nervoso do fluxo de sangue nas artérias e arteríolas é feito por intermédio dos sistemas nervoso simpático (“luta ou fuga”) e parassimpático • Vasodilatação: • Vasoconstrição: D) REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL: Seio carotídeo (barorreceptor): quando há tensão das artérias (aumento da PA), principalmente na região do seio carotídeo, há transmissão de impulsos para o centro vasomotor do bulbo para que haja vasodilatação 4 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES Centro vasomotor (bulbo): os estímulos fazem redução da contratilidade cardíaca e vasodilatação das artérias periféricas, ocasionando queda da pressão arterial, quando há queda da pressão arterial, ocorre o contrario Compressão do seio carotídeo: Controle da volemia: E) MECANISMOS DE CONTROLE HUMORAL: Vascronstriçao e vasofilataçao: • Epinefrina, norepinefrina, angiotensina, vasopressina, ion Ca++ • Prostaglandinas e serotonina (ação mista) • Bradicinina, histamina, ↑ions K+, Mg+, Na+ e H+ (aumento ou grande diminuição) 5 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES Angiotensina → na hipotensão, a ↓ do fluxo renal ou ↓ da concentração de sódio estimula a secreção de renina → Angiotensinogenio → Angiotensina I (sofre ação da ECA) → Angiotensina II → Vasocontrição e ↑PA e reabsorção de Na+ e água pelos rins Bradicinina → Vasodilatação e aumento da permeabilidade capilar ANAMNESE – EXAME CLÍNICO Sexo: • Masculino: tromboangeite obliterante • Feminino: Arterite de Takayasu e afecções vasoespasticas (fenômeno de Raynaud, Livedo reticular – pele marmórea, áreas pálidas e áreas mais avermelhadas/hiperemiadas) Faixa etária preferencial: • <40 anos: Arterite Takayasu, Tromboangite obliterante, Fenômeno de Raynaud • 40-50 anos: aterosclerose • >60 anos: arterite temporal (artéria temporal bem delimitada com dor local e cefaleia) • AVE em jovem: aneurisma congênito (na maioria são assintomáticos) • AVE em idoso: trombose ou embolia por aterosclerose Profissão: • Determinadas profissões podem causar, agravar ou desencadear doença arterial • Martelo Pneumático (vasoconstricção constante do membro pelo atrito) → Raynaud (secundário a traumatismo arterial) • Câmaras frias (vasoconstricção constante do membro pelo frio) → Vasoconstricção periférica/extremidades • Lavoura de trigo → Inalação do esporão do centeio com alterações isquêmicas nas extremidades devido a vasoconstrição causada por alcaloides do Ergot (podendo evoluir para gangrena) Lembrar de perguntar: • DM, HAS, TB, Lues, cardiopatias, colagenoses • Cirurgias previas e cateterismo • Contusões e traumatismos (inclusive armas) • Tabaco: vasoespamos e edema da intima e ↑ adesividade plaquetária • Sedentarismo • Dieta hiperlipidica (aterosclerose) • Derivados do Ergot (ergotamina) 6 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS A) DOR: Peso, queimação, câimbra, formigamento, fadiga Claudicação intermitente: paciente em vigência de atividade física com dor importante no membro isquemiado precisando parar e o repouso permite que a dor desaperaça. Cada vez mais ele reduz a distância do exercício → Dor mais característica: acumulo de catabólicos ácidos Dor em repouso é sinal de gravidade! • Dorme com o membro pendente para fora do leito (tem que recomendar ao paciente para não fazer) → edema e piora a isquemia evoluindo para gangrena B) ALTERAÇÕES DE COLORAÇÃO DA PELE: Palidez: diminuição do fluxo arterial (oclusão/espasmo) Cianose: lentificação do fluxo sanguíneo no leito capilar e ↑Hb reduzida Eritrocianose: pré-gangrena (circulação colateral) • Fase de transição, rubor/cianose • Doença da tromboangeite obliterante ocorre isquemia intensa → Estágio pré- gangrena • É a consequência da formação de circulaçãocolateral de capilares arteriais e venosos • Quando muda o membro da posição pendente para horizontal ou elevada ocorre palidez! Rubor: vasodilatação capular Fenômeno de Raynaud: espasmos das artérias • Dedos das mãos, dos pés, raramente afeta nariz, orelhas ou lábios • Desencadeados pelo frio ou stress emocional • Primário ou secundário: LES, esclerodermia, tabagismo, tireoide; secundário pode ocorrer devido a uma doença dos tecidos conjuntivos • 4% da população; 15-30 anos e mais comum em mulheres • Na fase 2 o principal marcador é a estase • Vasoespamo com palidez no 4º e 5º dedos e cianose no 1º e 2º dedos • Causas de Raynaud: arteriopatias, doenças do tecido conjuntivo e sistema nervoso, afecções hematológicas, na compressão neurovascular cervicobraquial, traumatismos neurovasculares e intoxicações exógenas por metais pesados e Ergot C) ALTERAÇÕES DE TEMPERATURA: A temperatura da pele depende do maior ou menos fluxo de sangue. Nas doenças arteriais obstrutivas haverá frialdade! Frialdade: • Depende da altura da obstrução 7 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES • A diferença de temperatura de um membro para outro é nítida • Aguda: frio; por vasoespasmo, tromboembolismo arterial • Crônica: menor queda de temperatura da pele devido a formação de circulação colateral. A exceção se da quando tem frio intenso, que ai ocorre vasoconstrição da circulação colateral, acentuando-se o frio da pele Intensidade do vasoespamos Circulação colateral D) ALTERAÇÕES TRÓFICAS: A maior parte dessas alterações aparecem nas arteriopatias crônicas As ulcerações isquêmicas são mais dolorsas em decúbito horizontal em comparação quando o membro está pendente. Por isso a dor é mais intensa a noite Oclusões crônicas: • Atrofia pele e SC • Queda de pelos • Alterações ungueais • Calosidades dolorosas (aparece na progressão da isquemia) • Ulcerações isquêmicas Oclusões agudas: • Lesões bolhosas • Edema • Gangrena • Ulceração Ulcerações: • Tamanhos variados • Fundo necrótico • Geralmente dolorosas • Causas: HAS, áreas de pressão, ataduras, gesso • Piora no decúbito (Lei da Gravidade) • DM, hanseníase → MPP (mal perfurante plantar) • Ulcera da HAS: ulceração na face lateral da perna, é superficial com fundo necrótico e muito dolorosa. Causada por arteriosclerose • MPP: nos pacientes com DM ou hanseníase as ulceras se localizam preferencialmente nas polpas digitais e nas áreas de pressão na região plantar. Apresentam ainda contornos nítidos, bordas circulares e hiperqueratósicas. Em geral são indolores e podem conter secreção purulenta Gangrena: 8 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES • Pode ser secundaria a isquemia aguda ou cronica • Causas: traumatismos, compressao, infecção, micose interdigital ou espontaneas • Úmida: ➢ DM, tromboangiite obliterada, TVP, infecções ➢ Limites imprecisos ➢ Dolorosa ➢ Secreção serossanguinolenta/purulenta ➢ Odor fétido ➢ Sinais flogisticos ➢ A pele necrosada desliza facilmente sobre os planos profundos • Seca: ➢ Arteriosclerose obliterada e periferica ➢ Limites precisos ➢ “Mumificação” ➢ A pele é bem aderida aos planos profundos ➢ “Sulco de delimitação” ➢ Incialmente é dolorida, mas passa a ser indolor pela necrose ➢ O membro fica perdido • Gasosa: ➢ Toxinas bacterianas ➢ Não relaciona a isquemia ➢ Suprimento de oxigênio normal ➢ Clost. Perfingens (produz endotoxinas) ➢ Pode levar a amputação do membro EXAME FÍSICO DO SISTEMA ARTERIAL A) INSPEÇÃO: Ortostática e decúbito, examinar toda a pele, assimetria de membros e músculos, unhas e pulsações arteriais (principalmente da aorta abdominal – massa pulsátil abdominal pensa em aneurisma de aorta) Pacientes com isquemia severa dos MMII tentam facilitar o aporte sanguíneo ao deixar o membro isquêmico pender do leito → Tromboangeíte obliterante ou doença ateroesclerotica Atrofia muscular do MMII → Síndrome de Leriche (obstrução aterosclerótica da bifurcação aortoiliaca) Cor da pele: • Palidez: diminuição acentuada do fluxo sanguíneo no leito cutâneo → sofrimento arterial agudo • Eritrocianose • Vermelho-arroxeado • Fenômeno de Raynaus (vasomotricidade anormal) que pode ser trifásico (palidez → eritrocianose → vermelhidão) ou bifásico (palidez → vermelhidão/eritrocianose → vermelhidão) Atrofia da pele, diminuição do tecido subcutâneo e queda de pelos, hiperidrose local Necrose tecidual → isquemia critica • Se seca é apenas tecido enegrecido (mumificado) • Se úmida é infecção sobrejacente Ulcera de origem arterial é isquemia crítica → no calcâneo, na borda lateral do pé e na região do maléolo lateral, com contornos regulares, arredondados e geralmente possui pouca profundidade 9 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES B) PALPAÇÃO: Temperatura da pele com o dorso da mão ou dos dedos comparando com à contralateral → Frialdade já não chega sangue Pinças uma dobra da pele com a polpa dos dedos indicador e polegar para analisa de elasticidade → Elasticidade avalia consistência e mobilidade; LES e esclerodermia apresentam-se com espessamento da pele Umidade da pele: • Hiperidrose → Moléstias vasculares funcionais • Anidrose → Hanseníase Pesquisa por frêmitos Palpação das artérias propriamente ditas com graduação de amplitude da pulsação de 0 até 4+ (desde a ausência de pulso, até as 4 cruzes quando o pulso está normal). Pulsos homólogos devem ser isócronos (correm ao mesmo tempo), com exceção do carotídeo que deve ser palpado separadamente e comparado ao radial Pulsos deve avaliar: • Simetricamente • Estado da parede arterial: ➢ Tortuosidades: como se fosse elevação e depressão ➢ Rigidez: arteriosclerose, indica envelhecimento do vaso • Frequência: ➢ BPM ➢ Déficit de pulso (FC>FP) • Ritmo: regular ou irregular (ausculta um foco ao mesmo tempo que sente o pulso periférico) • Amplitude ou magnitude: relacionada com o enchimento durante a sístole e esvaziamento na diástole (volume sanguíneo que sai do VE durante a sístole) ➢ Amplo ou Magnus: insuficiência aórtica ➢ Mediano: sem patologias ➢ Pequeno ou Parvus: estenose aórtica ➢ Alternante: sente cheio e fraco, amplo/peq/amplo/peq; insuficiência de VE • Tensão ou dureza: depende da pressão diastólica, não tem a ver com a parede da artéria em si (pulso duro = HAS). É a pressão na tentativa de comprimir o vaso ➢ Pulso mole: ➢ Tensão mediana ➢ Pulso duro: precisa de um impulso grande, ou seja, uma pressão maior; comum em hipertensos ARTÉRIA BRAQUIAL: • Palpada logo acima da fossa antecubital, medial ao tendão do bíceps braquial. • Deve ser palpada de duas formas: apoiando o cotovelo do paciente sobre a palma de sua mão, palpando o pulso com o polegar ou com a mão em garra, palpando a artéria com 2º, 3º e 4º quirodáctilos. 10 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES ARTÉRIA RADIAL: ARTÉRIA ULNAR/CUBITAL: • Mão em garra para palpar e por ser profunda pode não ser palpável ARTÉRIA FEMORAL: • Palpada abaixo do ligamento inguinal, a meio caminho entre a espinha ilíaca anterossuperior e a sínfise pubiana. • Sua localização ocorre de maneira transversal ao maior eixo do membro e sua palpação de maneira paralela ARTÉRIA POPLÍTEA: • Palpada na região do oco do poplíteo. • Há duas formas de realizar: o paciente deve encontrar em decúbito ventral e com uma das mãos do examinador no tornozelo do paciente, faz-se flexão da perna para relaxamento da musculatura, com a outra mão busca-se pelas pulsações; a outra maneira o paciente é posto em decúbito dorsal com sua perna em semiflexão, as duas mãos do examinador estarão ao redor dos joelhos, com os polegares sobre a patela e com os demais dedos, faz-se aprocura do pulso ARTÉRIA DORSAL DO PÉ (PULSO PEDIOSO): • No dorso do pé, entre os ligamentos extensores do 1º e 2º pododáctilos, cerca de 5cm da base do halux. • Pode estar ausente 11 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES ARTÉRIA TIBIAL POSTERIOR: • Com a mão do examinador em garra é palpada imediatamente atrás do maléolo medial • Retromaleolar ARTÉRIA CARÓTIDA: • Inicialmente o examinador deve afastar a borda anterior do esternocleidomastoideo na altura da cartilagem tireóidea com as polpas digitais do 2º, 3º e 4º quirodáctilos ao mesmo tempo que analisa duas propriedades. • Não devemos palpa-la perto do ângulo da mandíbula, próximo ao seio carotídeo, evitando a manobra vagal • Deve ser palpado com o polegar esquerdo, afastando a borda anterior do ECOM. Se o paciente estiver em decúbito dorsal pode palpar a carótida com o indicardo, médio e anular. AORTA ABDOMINAL: • Paciente em decúbito dorsal fazendo leve flexão das coxas para promover relaxamento da musculatura abdominal. • Duas maneiras: com ambas as mãos em paralelo, em garra, como se encontrassem um cilindro ou com as mãos dirigindo a linha media, em disposição algo obliqua, visando surpreender cada uma das paredes laterais do vaso. • A palpação deve ser feita entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical. • Em caso de aneurismas, quanto maior seu diâmetro, maior a sensibilidade da palpação para sua detecção PULSO TEMPORAL SUPERFICIAL: • Dedo indicador acima da articulação temporomandibular. • Na frente do trago da orelha • É a chamada artéria do anestesista. • Pode ser doloroso na vigência da arterite de células gigantes (antiga arterite temporal) 12 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES PULSO SUBCLÁVIO: • Paciente sentado, fazendo leve flexão da cabeça para o lado a ser examinado. Os dedos indicador, médio e anular devem ser posicionados na fossa supraclavicular, profundamente e posterior à clavicula PULSO AXILAR: • Paciente deitado ou sentado enquanto a mão homolateral sustenta o braço do paciente, em leve abdução, os dedos da mão contralateral procuram comprimir a artéria axilar contra o colo do úmero no oco axilar PULSO ILÍACO: • Paciente em decúbito dorsal com as coxas levemente fletidas, o medico deve posicionar-se do lado a ser examinado e deve comprimir a parede abdominal ao longo da linha que vai da cicatriz umbilical à parte media do ligamento inguinal. • São palpáveis quando há extensão de aneurisma aórtico até esses vasos NOTA: Acentuação da amplitude do pulso de forma difusa é indicativo de insuficiência aórtica. Pulsos femorais e poplíteos aumentados podem ser aneurismas desses vasos. Pulso carotídeo aumentado – tipicamente o direito – pode ser causado por um vaso alongado e tortuoso, que faz com que duas porções do mesmo se sobreponham (kink carotídeo). C) AUSCULTA: Pelo menos devem ser auscultadas as artérias femorais, carótidas e renais Não comprimir a artéria! Determinação do local da obstrução quando realizada junto com a palpação Sopros: + a 4+ • Sistólicos: estenoses e dilatações • Contínuos: fistulas arteriovenosas Os sopros podem sistólicos, sistodiastolicos (devido a estenoses ou dilatações) ou contínuos (devido a fistulas arteriovenosas) A ausculta da carótida deve ser feita na altura da cartilagem tireoide na borda anterior do musculo esternocleido-occiptomastoideo com o diafragma ou campanula firmemente aplicada. Sopro carotídeo é boa especificidade para placas aterocleroticas que obliterarem a luz em mais de 50% A ausculta das artérias renais é importante em pacientes hipertensos pela possibilidade de hipertensão secundaria. Desde a linha mediana até os flancos. O sopro geralmente é sistólico e um sopro diastólico aumenta o valor preditivo para a presença de estenose de artérias renais Sopros abdominais sistólico podem ser auscultado na presença de aneurismas abdominais 13 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES MANOBRAS ESPECIAIS A) MANOBRA DA MARCHA: Claudicação intermitente: aferir as distancias e o tempo até ocorrer claudicação e incapacidade funcional. Ou seja: aferir os tempos de claudicação Manda o paciente ir caminhando até iniciar com dor e incapacidade funcional, medindo-se a distancia e o tempo → Teste ergométrico B) MANOBRA DA ISQUEMIA PROVOCADA: Com o paciente em decúbito dorsal, o medico observa a coloração da região plantar. Em seguida, o paciente deve elevar os MMII a 90º, mantendo- os nessa posição por 1 minuto e então observa a coloração das regiões plantares. Em condições normais não há alteração. Havendo isquemia, aparece palidez. No terceiro tempo, os membros voltam a posição horizontal e observa o tempo necessário para o retorno da coloração normal. O normal é entre 5 e 12 segundos. Se houver isquemia esse tempo se prolonga e quanto maior, maior a isquemia. C) MANOBRA DE HIPEREMIA REATIVA: Decúbito/elevação por 3 min (para que sangue retorne do pé para base da perna)/Manguito na raiz da coxa insuflado por 3 min/Horizontal e desinsuflar • Exame normal: hiperemia por 10 a 15s e desaparece em 40s a 2 min • Isquemia: hiperemia em placas e até 30 min para chegar aos dedos e voltar ao normal D) MANOBRA DE ALLEN: Verifica a permeabilidade da artéria ulnar ou da artéria radial. Circulação da mão Importante antes de realizar punção da artéria radial para coleta de sangue. Inicialmente o paciente deve manter as mãos com as palmas voltadas para cima, em seguida comprima firmemente tanto a artéria radial quanto a ulnar entre seus dedos e o polegar, depois abra e feche a mão mantendo em uma posição relaxada e a palma da mão fica pálida, libere a pressão sobre a artéria ulnar, caso esteja pérvia, a região palmar apresentará rubor em 3 a 5 segundos. O mesmo deve ser repetido para a artéria radial. 14 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES E) MANOBRA DE ADSON: Diagnostico de compressão da artéria subclávia ou do plexo braquial no triangulo escaleno (compressão na altura da primeira costela) pelo musculo escaleno anterior, costela cervical, processo transverso de C7 ou bridas fibróticas. Palpa o pulso radial simultâneo a ausculta da fossa supraclavicular, pede ao paciente que rotacione o pescoço com leve extensão para o lado examinado, se o pulso radial sumir a artéria está sendo comprimida. Se houver sopro complementa a hipótese. Síndrome do desfiladeiro. A manobra deve ser realizada em dois tempos: coloca-se o paciente sentado, com os MMSS apoiados sobre os joelhos. Depois deve-se palpar o pulso radial e auscultar a região supraclavicular, do lado que está sendo examinado. Em seguida o paciente faz uma inspiração profunda, retendo-a, seguida de extensão forçada da cabeça (girada para o lado do exame). Se houver compressão da artéria subclávia, o pulso radial diminui de intensidade ou desaparece e surge um sopro na região supraclavicular (o sopro pode desaparecer se houver oclusão total da artéria). O paciente pode queixar-se de parestesia ou dor no MMSS Comparação entre o pulso radial e a ausculta supraclavicular. Se ao inspirar profundamente, com extensão forçada da cabeça girada para o lado em exame. F) MANOBRA COSTOCLAVICULAR: Detectar compressão da artéria subclávia quando passa pelo espaço costoclavicular (abaixo da clavícula). Palpa o pulso radial simultâneo a ausculta abaixo da clavícula. Faz uma inspiração forçada profunda com o ombro para baixo, deixando o peitoral proeminente (posição de sentido exagerado). Se o radial sumir é positivo. Posição de sentido exagerada O paciente deve estar sentado, com os MMSS apoiados sobre os joelhos, depois deve-se palpar o pulso radial e auscultar a região supraclavicular do lado do exame. A seguir o paciente realizauma inspiração profunda e joga os ombros para trás e para baixo. Se houver compressão da subclávia, o pulso radial diminui de intensidade ou desaparece e surge um sopro na região supraclavicular. O sopro pode desaparecer se houver oclusão total da artéria G) MANOBRA DE HIPERABDUÇÃO: 15 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES Detecta compressão da artéria subclávia pelo tendão do musculo peitoral menor. Palpa o pulso radial ao passo que o paciente suspende o braço acima da cabeça, se sumir há compressão Palpa o pulso radial simultâneo a ausculta abaixo da clavícula, ao passo que o paciente suspende o braço acima da cabeça, se o pulso radia sumir há compressão. Inicialmente, com o paciente sentado com os MMSS apoiados sobre os joelhos, palpa-se o pulso radial. Depois, realiza hiperabduçao do braço colocando a mão acima da cabeça. Durante o movimento deve avaliar se houve variação na amplitude do pulso, a diminuição sugere compressão. A ausculta da axila pode revelar um sopro H) MANOBRA DE MOSER: O paciente faz seguidas flexões plantares, se apoiando na ponta dos pés por cerca de 1-2 minutos, isso poderá desencadear isquemia do membro. O desaparecimento ou a diminuição do pulso pedioso indica obstrução femoral ou ilíaca; sopros femorais que não estavam presentes podem passar a ser auscultados. I) MANOBRA DO ENCHIMENTO VENOSO: Pouco usada Sem valor no frio, varizes, etc PRINCIPAIS PATOLOGIAS ARTERIAIS A) SÍNDROME ISQUÊMICA AGUDA: Interrupção brusca da circulação Etiologia: • Embolia arterial – 70% AVC • Trombose, traumas, dissecção aórtica, ligadura inadvertida Locais acometidos: • Cérebro: AVC • Coronárias: IAM • Membros Síndrome isquêmica aguda dos membros: • Dor: menor se circulação colateral • Frialdade • Contraturas • Bolhas • Ausência de pulsos distal à obstrução • Persistência: afeta SNP → Perda da sensibilidade térmica, tátil, dolorosa e movimentos • Duplex Scan (eco doppler) B) SÍNDROME ISQUÊMICA CRÔNICA DOS MMII: Interrupção insidiosa da circulação Aterosclerose, arterite, fistulas, compressões externas Sintomas: • Depende do local da obstrução • Circulação colateral Aorta distal → Fraqueza de MMII, disfunção erétil, claudicação, alterações tróficas Exame clinico + Imagem (Duplex Scan, arteriografia (principalmente se pensar em correção cirúrgica), angiotomografia) 16 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES C) ATEROSCLEROSE: Pode acometer praticamente qualquer artéria Fatores de risco: DM, HAS, sedentarismo, ACO, tabagismo, estresse, obesidade, dislipidemia (LDL) D) MEDIOSCLEROSE DE MONCKEBERG: Fibrose e calcificação Túnica (camada) media das artérias de médio calibre “Traqueia de passarinho” Lúmen preservado, sem obstrução E) ESCLEROSE SENIL DOS GRANDES VASOS: Fibrose do tecido elástico ao longo do avançar da idade Artérias de grande calibre Típico da senilidade Hipertensão arterial sistólica isolada alta (170x90 mmHg) F) MICROANGIOPATIA DIABÉTICA: Capilares Alterações do endotélio Stress oxidativo Agregação plaquetária → Oclusão arterial Pé diabético 17 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES G) AORTITE SIFILÍTICA: Fase terciaria da sífilis → Após 10 anos Aorta ascendente → Favorece aneurismas Acomete válvulas aórticas e artérias coronárias Sinais de insuficiência aórtica ou aneurisma + Anamnese Sorologia para Lues H) ARTERITE DE TAKAYASU: Acomete aorta e seus ramos (coronárias e pulmonares); aneurisma, estenose e oclusão de grandes vasos e coronárias Geralmente 20 a 40 anos Feminino: 6 a 8x Etiologia: autoimune Fase Aguda: • Sinais e sintomas inespecíficos • Febre • Cefaleia • Perda de peso • Mialgia • Artralgia Fase Subaguda: • Inflamação da artéria • Dor no trajeto do vaso Fase Crônica: • Fibrose • Degeneração aneurismática • Estenose/Oclusão Sintomas levam ao local de obstrução PA em ambos os membros VHS, PCR, IL-6, PPD, MMP-3, MMP-9 Duplex scan, angiografia, angiorressonância I) ANEURISMAS: Dilatações patológicas arteriais São formados a partir de um processo tromboembólico, tendo sua etiologia em uma infecção bacteriana, microbacteriana, fúngica ou até mesmo viral Verdadeiros: acomete 3 camadas → Intima, media e adventícia) Falsos (pseudoaneurisma): por extravasamento do sangue arterial, ocorre deposito de sangue em 18 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES um tecido. Alguma camada não entrou na patogênese Congênitos → Polígono de Willis Adquiridos (espontâneos ou traumáticos): • Ateroma: idosos; aorta e poplítea • Luético: jovens; aorta • Arterites: artérias periféricas e viscerais Micóticos: • NÃO é fúngico • Infeccioso (endocardite bacteriana) • Dor intensa + Sinais flogisticos • Risco de rotura espontânea Aneurisma dissecante de aorta: • Croça da aorta e descendente • Separação da intima e subintima com duplo lúmen → Descolamento da parede, gerando uma luz verdadeira e uma falsa, esse fluxo tentando passar pelas duas luzes é o que causa a dor • HAS e >40 anos de idade • Sintomas: dor de forte intensidade, depende da localização • Tumoração pulsátil + Sopro 19 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES SEMIOLOGIA DAS VEIAS SISTEMA VENOSO Distribuição do sangue entre a periferia e o coração Influencia o enchimento cardíaco: DC Volume cardíaco pode variar até 50% em resposta a uma mudança na pressão de enchimento A) RETORNO VENOSO: Pressão venosa central fato que influencia a taxa de fluxo sanguíneo da periferia • Gradiente de pressão átrio-circulação venosa periferica • Bomba muscular periferica • Volume sanguíneo Mecanismos que facilitam o retorno do sangue para o coração: • Pressão negativa intratorácica • Pulso arterial transmitido • Presença de válvulas nas veias • Bomba plantar B) COMPLACENTE: • Redução do fluxo sanguíneo → Reduz pressão no sistema venoso → Diminuição do recuo elástico-complacencia → Aumentar/Manter debito cardíaco • Barorreceptores arteriais fornecem sinais de controle reflexo da capacitância venosa • Diminuição da atividade de barorreceptores → Venoconstriçao 20 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES C) VÁLVULAS: Um dos pilares do sistema venoso Fundamental para o correto funcionamento Frágeis e propensas a um mau funcionamento: mantem função em condições extremamente adversas Permite circulação efetiva: • Contra a gravidade • Contra as pressões toracoabdominais flutuantes • Sem força motora obvia D) S. VENOSO SUPERFICIAL: Complexa rede interligada Maioria sem nomenclatura Canal para distribuir o sangue centralmente: sistema venoso profundo Safena magna: maléolo medial, passa posteriormente aos condilos da tíbia e do fêmur → Face medial da coxa → Desemboca na veia femoral comum Safena parva: maléolo externo → Marginal lateral do calcâneo → Desemboca na veia poplítea E) PERFURANTES: Veias superficiais → Veias profundas (sentido único) Possuem válvulas que prefinem refluxo F) S. VENOSO PROFUNDO: Recebe todo sangue venoso para retorno ao átrio direito Veia poplítea → Veia femoral comum → Veia ilíaca G) BOMBA MUSCULAR DA PANTURRILHA: 21 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES O fluxo sanguíneo contra a gravidade depende de um conjunto complexo de válvulas e bombas Bombas musculares: pés e panturrilhas Força motriz para o retorno venoso! Bomba musuculovenosa → Coração periférico H) DISFUNÇÃO VENOSA Ocorre quanto o retorno venoso é prejudicado Anormalidades: veias profundas, veias superficiais ou em uma combinação Falha primaria da bomba muscular Obstrução venosa (trombótica ou não-trombotica) Incompetência valvar venosa: segmentar ou toda extensão da veia FATORES DE RISCO Ortostatismo Gestação Idade Obesidade/sedentarismo SINAISE SINTOMAS A) DOR: Principal queixa → Peso nas pernas, queimação, ardência, cansaço, caibra Dor intensa → Edema → Trombose Mecanismo: • Estase venosa → Dilatação da parede das veias Permanecer em pé agrava os sintomas Nas mulheres costuma ser mais frequente nos períodos perimenstruais Caracterizar a dor, dizer qual o período do dia, se é aguda ou crônica, os sintomas associados, fatores de melhora ou piora Se for claudicação intermitente é arterial! B) ALTERAÇÕES TRÓFICAS: Edema • Vespertino/Viagens • Depressível, mole • Perimaleolar • Lateralidade (uni ou bilateral) • Regride com o repouso • Pressão extravasamento 22 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES • Súbito • Cacifo ou Sinal de Godet: 5 segundos Eritema: • Localizado • Difuso • Uni ou bilateral • Se acompanha o trajeto da veia é tromboflebite superficial Celulite • Dor • Edema crônico • Proteínas inflamatórias • Alteração coloração • Temperatura Hiperpigmentação – Dermatite Ocre: • Estase/Insuficiência venosa crônica • Manchas acastanhadas na pele • Acumulo de hemossiderina na camada basal da derme • Prurido: vespertino e notuno • Liberação de histamina • Terço inferior do membro: esparsas ou confluentes na região maleolar interna • Acomete toda a circunferência da perna • Extravasamento de hemácias → Macrófagos → Hemossiderina no interstício Eczema ou dermatite de estase: • Aguda: vesículas, liquido seroso, prurido intenso • Crônica: formação de crostas, prurido vespertino/noturno, 1/3 distal podendo generalizar por todo corpo • Liberação de histamina das células destruídas pela anoxia 23 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES Prurido Ulceras vasculares: • Surgem em regiões de mínimos traumatismo: ato de coçar • Complicações da insuficiência venosa crônica ou TVP • Tromboflebite superficial ou locais de ruptura de varizes • Localização mais comum: perimaleolar interna (P. Cocket) • Estase venosa → Acumulo de leucócitos → Liberação de citocinas, histamina e radicais livres → Agressão ao tecido • Acumulo de leucócitos e monócitos nos capilares com migração para o interstício: susbtancias inflamatórias • Características: rasa, bordas nítidas, secreção serosa ou seropurulenta • Ulceras acima de 1/3 medio da perna a etiologia é que não é insuficiência venosa Dermatofibrose: • Celulite/ulceras • Cicatrização • Fibrose acentuada • Diminui espessura da perna • Anquilose tibiotarsica • Diminui retorno venoso 24 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES Hemorragias: • Rompimento de varizes espontânea ou por trauma Hiperidrose: EXAME FÍSICO DO SISTEMA VENOSO Paciente deve estar em posiçao ortostatica (em pé), para que se dê o possivel diagnostico de insuficiencia venosa observando-se as veias varicosas cheias É comparativo! A) INSPEÇÃO: Deve-se observar os MMII de frente, de perfil e de costas Varizes (ectasias venosas) são comumente encontradas em mulheres idosas, gravidas e possuem predisposição familiar. • Serpinginosas • Saculares • Estreladas Edema na insuficiência venosa crônica (IVC): • Período vespertino • Desaparece com repouso, em geral é mole e depressível Hiperpigmentação da pele/dermatite de estase ou dermatite ocre: • Acumulo de hemossiderina na camada basal da derme. • Inicialmente são maculas acastanhadas esparsas que posteriormente tendem a se confluir, assumindo uma disposição “em bota” por predominar no terço inferior do MMII. • Pode haver cianose do membro acometido 25 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES Edema do membro, superior ou inferior, associado a sinais flogísticos • Locais como eritema à inspeção, calor e dor a palpação deve-se pensar em celulite Ulceras de origem venosa: • Formas bizarras • Bordos elevados • Grande quantidade de secreção • Fundo sujo de fibrina e material necrótico • Podendo ser profundas. • Bordo vermelho indica que a lesão ainda se encontra em desenvolvimento, enquanto tecido de granulação indica recuperação. • A pele circunjacente à geralmente é hiperpigmentada. • São pouco dolorosas Trombose de veia subclávia: • Edema com a formação de cacifo • Varizes superficiais e até cianose Trombose da veia cava superior: • Tríade clássica: cianose facial e de MMSS, circulação colateral com turgência jugular e edema em esclavinia B) PALPAÇÃO: Temperatura, umidade, sensibilidade da pele e subcutâneo, características do edema e dor, em casos de trombose venosa profunda Edema: • Pesquisa de edema deve ser feita comprimindo o polegar durante pelo menos 5 segundos o dorso dos pés, região retromaleolar e pré-tibiais. • O edema deve ser classificado em cruzes e de acordo com a duração e profundidade do cacifo (depressão formada pelo polegar) A assimetria nos membros, seja o edema presente em apenas um deles ou muito mais marcante unilateralmente, deve-se levantar hipótese de trombose venosa profunda, por obstrução à drenagem do membro Estase venosa: as paredes venosas adquirem consistência mais tensa e enrijecida Trombose de veias superficiais: palpa-se algo semelhante a um cordão varicoso Identificação de veias perfurantes (palpação com polpa dos dedos indicador ou polegar) • Face medial da perna em seu terço distal: perfurantes de Cockett • Face medial da perna em seu terço proximal: perfurante de Boyd • Face medial da coxa em seu terço distal: perfurante de Dodd • Face posterior da perna à cabeça medial do músculo gêmeo • Comprime-se a área provável e, com pequenos movimentos circulares ou longitudinais se consegue delimitar uma 26 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES depressão de bordas nítidas, provavelmente por onde passa a perfurante insuficiente Palpação de frêmito ao trígono femoral durante manobra de Valsava sugere insuficiência do óstio da veia safena magna C) AUSCULTA: Detecção de sopros espontâneos ou provocados, em casos de fistulas arteriovenosas ou na grande insuficiência da crossa da safena interna MANOBRAS ESPECIAIS A) MANOBRA DE BRODIE-TRENDELENBURG MODIFICADA: Diagnostico de insuficiência da válvula ostial da safena interna e das válvulas de veias perfurantes. Insuficiência de perfurantes! É realizada em três tempos: • Paciente posicionado em decúbito dorsal. • Eleva-se o membro comprometido a quase 90º, esvaziando-se as varizes com massagem no sentido caudocranial. Coloca-se um torniquete na raiz da coxa, logo abaixo da crossa da safena, bloqueando a circulação venosa superficial. Normalmente a veia safena se enche de baixo para cima e o fluxo da sangue do leito capilar até o sistema venoso demora cerca de 35 segundos • Ao se colocar o paciente de pé com o torniquete, observa-se o rápido enchimento das varizes no sentido caudocranial, o que demonstra a presença de perfurantes insuficientes. • Retirando-se o torniquete, há um rápido enchimento das varizes com o fluxo sanguíneo no sentido craniocaudal, o que caracteriza insuficiência da válvula ostial da safena interna • Após a primeira alternativa, retira-se o torniquete se as varizes continuarem seu enchimento caudocranialmente. É sinal de que só há insuficiência de perfurantes. Porem se houver rápido enchimento no sentido craniocaudal, é porque também existe insuficiência da válvula ostial da safena interna. 27 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES O objetivo é determinar a insuficiência das veias perfurantes e/ou safena interna Passos: • Esvaziamento da rede venosa superficial do MMII em posição vertical (decúbito dorsal e a perna elevada 60º) • A colocação de um garrote à altura da coxa para bloquear a circulação venosa superficial • O paciente então se levanta e a perna é observada por 30 segundos com o torniquete nolugar • Retirada do garrote • Normal: veia safena enche-se no sentido de baixo para cima e o fluxo de sangue do leito capilar até o sistema venoso demora cerca de 35 segundos B) TORNIQUETES MÚLTIPOS: Nível da insuficiência das perfurantes! C) MANOBRA DE HOMANS: Dorsiflexão forçada do pé em paciente com suspeita de trombose profunda (TVP). Se a manobra provocar dor intensa na panturrilha, ela é positiva. Sistema venoso profundo! D) MANOBRA DE PERTHES: Sistema venoso profundo! E) MANOBRA DE OLOW: Compressão muscular contra o osso da tíbia Compressão da musculatura da panturrilha contra o plano ósseo. Se houver dor, a manobra é positiva. Trombose das veias profundas da panturrilha. Uma variante é a compressão da musculatura da panturrilha com a mão em garra. Sistema venoso profundo! F) MANOBRA DE DENECKE-PAYR: Compressão com o polegar da planta do pé contra o plano ósseo. Se a manobra provocar dor intensa, ela é positiva e indica trombose das veias profundas do pé Sistema venoso profundo! Em desuso. G) PROVA DE SCHWARTZ: Paciente na posição ortostática, palpa-se a veia safena magna com uma das mãos, com concomitante percussão digital das dilatações venosas distais no nível da palpação da safena, explorando com a outra mão se é possível sentir a onda de transmissão. A propagação retrógada da onda é indicativa de insuficiência valvular e hipertensão venosa. DOENÇAS DO SISTEMA VENOSO A) TROMBOSE VENOSA SUPERFICIAL (TROMBOFLEBITE): É caracterizada pela presença de um trombo na luz de uma veia superficial, acompanhada pela reação inflamatória da sua parede e dos tecidos adjacentes Apresenta-se como um cordão palpável, quente, doloroso e hiperemiado no curso de uma veia superficial Frequentemente em veias varicosas, pois estas podem apresentar alterações morfológicas na sua 28 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES parede que predispõem à estase e, consequentemente, ao desenvolvimento do processo trombótico Um grande número de casos de TS ocorre após lesão intimal química, por injeções ou infusões intravenosas de diferentes soluções, com objetivos diagnósticos ou terapêuticos, e/ou mecanismos, como, por exemplo, cateterismo venoso A TS pode ser prodrômica de várias doenças sistêmicas conhecidas, como neoplasias, arteriopatias e colagenoses B) VARIZES DOS MEMBROS INFERIORES: São veias permanentemente dilatadas, com alterações de suas paredes e válvulas, assim como de sua função Varizes primarias: (fatores desencadeantes ou agravantes) • Postural: moléstia ocupacional • Idade: 40 a 60% >60 anos • Hereditariedade: 50% • Sexo feminino: estrógeno, gravidez • Hormonal: 1,5 a 8 fem X 1 masc • Tabagismo, sedentarismo, obesidade Varizes secundarias: • Fistula arteriovenosa congênita ou traumática • Síndrome pós-trombótica Quadro clinico: • Dor • Cansaço • Sensação de peso • Sensação de desconforto • Caibras noturnas • Parestesia • Ardor e/ou prurido • Melhora: elevação dos membros e exercício • Piora: ortostatismo, calor, período pré- mentrual Classificação clínica: C) TROMBOSE VENOSA PROFUNDA: Trata-se da formação de trombos nas veias do sistema venoso profundo promovendo obstrução parcial ou oclusão, sendo mais comum nos membros inferiores Sexo feminino Fatores de risco: • Idade • Câncer • Procedimentos cirúrgicos • Imobilização 29 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES • Uso de estrogênio • Gravidez • Distúrbios de hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos Complicação aguda: embolia pulmonar Fisiopatologia: Triade de Virchow • Lesão endotelial: cirurgia ginecológicas e ortopédicas, punçoes centrais • Hipercoagulabilidade: pós-operatório, gestação/puerpério, neoplasias, trobofilias • Estase venosa: viagens longas (síndrome da classe econômica), anestesia geral, obesidade, insuficiência venosa crônica Formação de trombros que ao desgarrarem vagam pelo sistema venoso acometendo os mais diversos órgãos Exame físico: • Sinal de Homans: caracterizada por dor ou desconforto na panturrilha após dorsiflexão passiva do pé • Sinal da Bandeira: menor mobilidade da panturrilha quando comparada com o outro membro • Sinal de Bancroft: dor à palpação da panturrilha contra estrutura óssea Quadro clinico: • Dor • Edema • Empastamento muscular • Eritema • Calor local D) TROMBOEMBOLISMO PULMONAR: Sinais e sintomas: Diagnostico: • Testes de apoio: ➢ D-dímero 30 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES ➢ Gasometria arterial ➢ RX de tórax ➢ BNP ou NT-pró-BNP, tropina ➢ ECG ➢ Ecocardigrama • Testes de confirmação: ➢ Cintilografia pulmonar V/Q ➢ Angiotomografia (TC protocolo TEP) ➢ Angiografia EXAMES COMPLEMENTARES 31 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES SÍNDROMES ISQUEMIA ARTERIAL AGUDA 5P’s: Polar (membro frio), Pain (dor), Pulseless (ausência ou diminuição de pulso), Paresthesias (paresterias) e Paresis (mais tardiamente, perda funcional) A oclusao pode ser por trombose ou embolização É mandatória a pesquisa por arritmia cardíaca O sintoma mais precoce é dor no membro ISQUEMIA ARTERIAL CRÔNICA Queixa mais frequente: claudicação intermitente relatada como dor induzida pelo exercício que não ocorre em repouso. Força o paciente a interromper o esforço e desaparece alguns minutos de repouso Com a progressão da doença, a distancia que o paciente consegue caminhar vai diminuindo. Pode chegar a ocorrer dor em repouso, gangrena ou ulceração – isquemia critica (maior gravidade do caso) Essa ulcera possui localização preferencial em artelhos, pés, regiões de traumatismos como face anterior da tíbia e maléolo lateral. A pele circundante não apresenta alterações como calor e hiperpigmentação, sendo atróficas. Dor de grande intensidade na região ulcerada Exame físico: redução ou ausência de pulsos, alterações tróficas, diminuição da pilificaçao, manobras positivas TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) Coagulação sanguínea intravenosa que leva à formação aguda de trombos oclusivos ou não em veias profundas. Mais comum nos MMII (80 a 90% dos casos) Complicações: • Insuficiência venosa crônica/Sindrome pós-trombótica • Embolia pulmonar (alto índice de mortalidade) Recorrência em até 25% Para que isso ocorra deve existir um, dois ou três fatores da tríade de Virchow (lesão parietal, estase sanguínea, distúrbios hematológicos da coagulação) Classificação: • Proximal: acomete veia ilíaca e/ou femoral e/ou poplítea ➢ Em casos de tromboses proximais graves, podem ser encontradas duas síndromes: Phlegmasia cerulae dolens e Phlegmasia alba dolens, são raras. Na primeira, devido a grande obstrução ao retorno todo o membro se torna edemaciado e cianótico, chegando a levar ao sofrimento arterial. Na segunda, geralmente associada a gravides, todo membro se encontra pálido e edemaciado • Distal: acomete veias localizadas abaixo da poplítea • Risco de complicações é maior na proximal • Progressão da trombose distal para segmentos proximais de até 20% Manifestações clinicas • Aumento de volume do membro (suspeita forte de TVP quando o edema é unilateral) • Dor • Edema • Eritema ou cianose (mais comum em doenças arteriais) • Dilatação do sistema venoso superficial • Aumento de temperatura (frialdade é em artérias) • Empastamento muscular • Febre baixa • A extensão do edema será diretamente proporcional ao vaso trombosado (mais distal ou proximal) 32 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES Sistema de predição clinica de TVP mais bem estudado é o escore de Wells • Sinais e sintomas • Fatores de risco • Diagnósticos alternativos • Estima probabilidade pré-teste para TVP ➢ Baixa 5%: 95%CI, 4-8% ➢ Moderada 17%: 95%CI, 13-23%➢ Alta 53%: 95% CI, 44-61% O sinal mais sensível par TVP segue sendo a diferença de volume entre os membros! Exames complementares: • Teste D-dímero: é o produto da degradação da fibrina, está presente em qualquer situação onde haja formação e degradação de trombo. • Eco doopler: exame de escolha • Flebografia • TC: NÃO é superior ao USG • RNM: semelhante ao USG Tratamento: • Anticoagulação: não há anticoagulante totalmente seguro no que diz respeitos a hemorragia, é preciso avaliar o risco x beneficio • A duração é variável, depende de fatores reversíveis x irreversíveis • Filtro de veia cava: diminui risco de embolismo pulmonar, mas aumenta o risco de TVP a longo prazo. Quando há contraindicação a anticoagulação! A) SINAL DE PRATT Veias pré-tibiais turgidas (ocorre quando existe um trombo impedindo a drenagem do sistema superficial para o profundo – veias sentinelas) B) SINAL DE NEUBOFF Empastamento muscular da panturrilha C) SINAL DE HOMANS Dor à dorsiflexão forçada do pé D) SINAL DE DUQUE Retificação do oco poplíteo (retificação do S itálico) E) SINAL DE OLOW Dor ao pressionar os músculos da panturrilha contra o plano ósseo F) SINAL DE LOWEMBERG Dor à compressão da panturrilha pelo esfigmomanômetro da panturrilha com pressão entre 60 e 180mmHg. Em uma pessoa sem trombose suporta bem uma pressão de 250mmHg G) SINAL DE DUCUING Trombose das veias pelvias e ilíacas internas, com edema pubiano, edema de órgãos genitais externos, disúria, retenção ou incontinência de urina, meteorismo, tenesmo e dor à defecação INSUFICIÊNCIA VENOSA CRÔNICA 33 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES Conjunto de alterações de pele e tecido subcutâneos, decorrentes de uma hipertensão venosa de longa duração. Pode ser consequência da TVP e/ou incompetência valvar Manifestações clinicas: • Edemas de MMII (sobretudo ao final do dia) • Parestesias • “Sensação de peso” Exame físico: • Edema com cacifo que piora com a posição ereta prolonada • Hiperpigmentação da pele • Ulceras, eritema e dermatite ocorrem preferencialmente na parte distal da perna, podendo ocorrer ulceração cutânea próximo aos maléolos medial e lateral • Celulite pode ser um problema recorrente. Hipertensão venosa é o núcleo central dos sintomas: • Valores normais: ➢ 80 a 90 mmHg no repouso ➢ 30 a 40 mmHg no exercício • Insuficiência: ➢ 70mmHg no exercício A) SINAIS E SINTOMAS: Formigamento Dor Queimação Câimbras musculares Inchaço Sensação de peso ou latejamento Prurido cutâneo Pernas inquietas Cansaço das pernas e fadiga B) CEAP: Estratificação da doença venosa crônica Baseada em: • C: sinais clínicos • E: etiologia • A: anatomia • P: fisiopatologia Limitação: não serve como marcador de tratamento Venous Clinical Severity Score (VCSS): levam em conta parâmetros clínicos para avaliar o tratamento 34 SEMIOLOGIA I – LARISSA MENEZES C) TRATAMENTO: Curativos e compressão na doença venosa Medicações venoativas ou flebotônicas Escleroterapia Laser transdérmico Técnicas endovasculares para o tratamento de veias de grande calibre
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