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Introdução O saneamento tem como objetivo garantir às pessoas um ambiente que proporcione bem-estar físico, mental e social. Algumas das atividades do saneamento são: ↪ abastecimento de água; ↪ sistema de esgoto; ↪ coleta e destino final do lixo; ↪ drenagem de águas pluviais; ↪ controle de insetos e roedores; ↪ controle de alimentos; ↪ controle de poluição ambiental. Abastecimento e tratamento de água Os sistemas de abastecimento de água têm como objetivo proporcionar o suprimento desse recurso na qualidade e quantidade necessária para diversos usos. A água deve possuir padrões de potabilidade regularizados pelo Ministério da Saúde, e são os limites máximos de impurezas (físicas, químicas e biológicas) que podem estar presentes na água. O consumo de água por habitante varia em função de vários fatores e por causa disso, os sistemas públicos adotam o consumo per capita médios da água, que variam de acordo com o porte da cidade. A água para consumo humano pode ser obtida de várias formas: ↪ captação de água das chuvas (cisternas); ↪ mananciais subterrâneos (fontes, poços); ↪ mananciais superficiais (rios, açudes, riachos). Porém, nem sempre essa água tem qualidade recomendada para uso e é necessário que ela passe por uma estação de tratamento para tornar-se potável. (ETA). A seguir, apresentaremos, com detalhamento, as várias formas de captação de água. Cisternas São reservatórios construídos, principalmente nas zonas rurais, para acúmulo de água das chuvas durante o período de estiagem. O seu volume é calculado com base em alguns dados requeridos pela seguinte fórmula: V = K * N * C * D, onde: ↪ V = volume da cisterna (L); ↪ K = coeficiente de perdas (usual = 1,1) ↪ N = nº de consumidores ↪ C = consumo unitário de água (L/consumidor * dia – tabela) ↪ D = tempo de armazenamento (dias – usual = 240 dias) A captação de água pode ser feita a partir das edificações, do próprio reservatório ou em áreas do solo inclinado. O cálculo para essa captação é feito através do seguinte cálculo: A = V/ Cs * p, onde: ↪ A = área de captação (m²); ↪ V = volume da cisterna (m³); ↪ Cs = Coeficiente de escoamento (material da cisterna – tabela); ↪ p = precipitação média anual dos anos mais secos (m). Sistemas de Saneamento Precisamos ter alguns cuidados para manter a qualidade dessa água armazenada, como: não recolher água das primeiras chuvas; a retirada da água dever ser feita usando bombas ou torneira; devem ser mantidas bem vedadas para evitar o contato com a luz solar e acesso de animais. Poços O sistema de poços é muito utilizado para abastecimento individual ou coletivo, eles podem ser poços rasos ou profundos, divididos em dois: ↪ freático: nível de água já sujeito a pressão atmosférica; ↪ artesiano: nível de água fica sujeito a uma pressão superior à atm. ↪ artesiano jorrante: água jorra acima da superfície do solo. É uma subdivisão do artesiano. Poços rasos Poços de menor profundidade, podendo ser escavados (cacimbão) ou tubulares. As águas dos poços rasos possuem maior risco de contaminação pela sujeira da superfície do solo ou pela infiltração de efluentes de fossas. Poços profundos Geralmente, são tubulares, feitos por máquinas perfuratrizes. Suas águas têm boa qualidade, porém, tem sido constatado a contaminação de poços em grandes profundidades, causadas por deficiência na execução ou pela existência de fraturas nas rochas, o que facilita o acesso de poluentes. Assim como em cisternas, esses poços devem seguir cuidados para minimizar o risco de contaminação: ↪ afastamento adequado em relação à fossa, fossa seca, sumidouros, valas de infiltração; ↪ realizar limpeza e desinfecção do poço quando constatada contaminação; ↪ revestimento impermeável do poço até, pelo menos, 3m de profundidade; ↪ elevação das paredes acima do solo; ↪ cobertura adequada do poço; ↪ construção na parte mais elevada do terreno; ↪ evitar retirada de água com baldes e cordas. Sistemas Coletivos É composto por várias etapas, desde a retirada da água do manancial até a sua distribuição nas edificações. Seu objetivo é tornar a água potável e distribuí-la para a população na quantidade correspondente aos usos. Normalmente, esses sistemas são compostos por estas unidades: Manancial (curso de água) Fonte de retirada da água, podendo ser superficial ou subterrâneo. Sua escolha depende da sua localização, do volume e da qualidade da água. Captação Retirada de água do manancial, sendo feita por tomada direta ou utilizando sistemas de bombeamento. Sistema elevatória Dependendo da topografia do terreno, em alguns sistemas de abastecimento são necessárias estações de elevação para realizar o transporte da água de pontos baixos para mais altos. Adução Transporte de água entre duas unidades do sistema de abastecimento através de tubulações ou de canais (adutoras). Tratamento (ETA) Processo adotado visando transformar água bruta em água tratada. Reservatório Acúmulo de água em reservatórios com os objetivos de compensar a variação do consumo, garantir o abastecimento quando ocorrem paradas nos sistemas de captação e adução da água e proporcionar a pressão mínima necessária na rede de distribuição. Distribuição Tubulações dispostas nas vias públicas para efetuar a distribuição de água nas edificações. Tratamento de Água Processo realizado pelas Estações de Tratamento de Água, porém, técnicas simplificadas podem ser adotadas na ausência de sistemas públicos de abastecimento. Estação de Tratamento de Água O tipo de ETA a ser utilizada depende da qualidade de água do manancial, da quantidade de pessoas a serem abastecidas, dos recursos disponíveis e da facilidade de operação e manutenção. Os principais processos utilizados em ETA são: ↪ coagulação (mistura rápida): aplicação de coagulantes à água para aglutinação de minúsculas partículas sólidas, geralmente usando sulfato de alumínio, policloreto de alumínio ou cloreto férrico; ↪ floculação (mistura lenta): formação de flocos nas câmaras (floculadores) onde a água é levemente agitada, permitindo a coagulação das impurezas; ↪ decantação: sedimentação de flocos, pela ação da gravidade, em unidades chamadas decantadores. ↪ filtração: passagem de água através de uma camada filtrante (leito de material granular: areia, cascalho); ↪ desinfecção: adição de substâncias desinfetantes (ex: composto de cloro ou ozônio) para eliminar os microorganismos patogênicos; ↪ fluoretação: aplicação de fluoreto de cálcio, fluorsilicato de sódio ou ácido fluorsilício para prevenir cárie dentária. Na ETA também pode ser necessário a correção do Ph e alguns outros processos específicos complementares para a remoção de contaminantes orgânicos e inorgânicos. Métodos Simplificados de Tratamento São utilizados quando não há um serviço público de tratamento. ↪ filtração: apesar de não removerem todos os microorganismos, filtros são recomendados pois retêm grande parte das impurezas; ↪ fervura: aquecimento da água para eliminação de patógenos. Após a fervura, recomenda-se o arejamento da água; ↪ desinfecção domiciliar: pode ser feita por uso de dosadores de hipoclorito (de Ca ou Na), de líquidos ou pastilhas contendo cloro, aplicação de água sanitária com 2% de cloro ativo. A mistura do desinfetante com a água deve ser completa, esperando um tempo de 15 a 30 minutos para que ocorra ação germicida.
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