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SAÚDE DO IDOSO (2019) - Cópia

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1 
 
 
 
Colégio Técnico Genoma 
Curso: Técnico em Enfermagem 
Disciplina: Saúde do Idoso 
 
Professora: Gleice Helen Silva Bárbara Avarenga 
E-mail: gleicehelen17@hotmail.com 
 
 
mailto:gleicehelen17@hotmail.com
2 
 
Texto de abertura: 
Idosos e velhos 
 Você é uma pessoa idosa, ou velha? 
 Acha que é a mesma coisa? 
 Pois então ouça o depoimento de um idoso de setenta anos: 
 Idosa é uma pessoa que tem muita idade. Velha é a pessoa que perdeu a jovialidade. 
 A idade causa degenerescência das células. A velhice causa a degenerescência do 
Espírito. Por isso nem todo idoso é velho e há velho que ainda nem chegou a ser 
idoso. 
 Você é idoso quando sonha. É velho quando apenas dorme. 
 Você é idoso quando ainda aprende. É velho quando já nem ensina. 
 Você é idoso quando pratica esporte, ou de alguma outra forma se exercita. É velho 
quando apenas descansa. 
 Você é idoso quando ainda sente amor. É velho quando só tem ciúmes e sentimento 
de posse. 
 Você é idoso quando o dia de hoje é o primeiro do resto de sua vida. É velho quando 
todos os dias parecem o último da longa jornada. 
 Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs. É velho quando seu calendário 
só tem ontens. 
 O idoso é aquela pessoa que tem a felicidade de viver uma longa vida produtiva, de 
ter adquirido uma grande experiência. 
 Ele é uma ponte entre o passado e o presente, como o jovem é uma ponte entre o 
presente e o futuro. E é no presente que os dois se encontram. 
 Velho é aquele que tem carregado o peso dos anos, que em vez de transmitir 
experiência às gerações vindouras, transmite pessimismo e desilusão. Para ele, não 
existe ponte entre o passado e o presente, existe um fosso que o separa do presente 
pelo apego ao passado. 
3 
 
 O idoso se renova a cada dia que começa. O velho se acaba a cada noite que 
termina. O idoso tem seus olhos postos no horizonte de onde o sol desponta e a 
esperança se ilumina. 
 O velho tem sua miopia voltada para os tempos que passaram. O idoso tem planos. 
O velho tem saudades. O idoso curte o que resta da vida. O velho sofre o que o aproxima 
da morte. 
 O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos 
tempos. O velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a 
modernidade. 
 O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e de esperanças. Para ele o tempo 
passa rápido, mas a velhice nunca chega. 
 O velho cochila no vazio de sua vida e suas horas se arrastam destituídas de sentido. 
 As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso. As rugas do 
velho são feias porque foram vincadas pela amargura. 
 Em resumo, idoso e velho são duas pessoas que até podem ter a mesma idade no 
cartório, mas têm idade bem diferente no coração. 
Autor: Rivail Liberato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Envelhecimento: 
4 
 
O envelhecimento pode ser entendido como a conseqüência da passagem do tempo ou 
como o processo cronológico pelo qual um indivíduo se torna mais velho. 
O envelhecimento é uma parte importante de todas as sociedades humana, refletindo 
as mudanças biológicas, mas também as convenções sociais e culturais. Também na 
maioria da sociedade, é comum a negação do processo de envelhecimento e dos 
eventos a estes associados.Muita energia, tempo e dinheiro são gastos exclusivamente 
para esconder os efeitos do envelhecimento. 
 
1. Conceitos: 
Idade: marco cronológico, para os sábios capaz de adquirir e armazenar conhecimentos. 
Velho: passado, muitas vezes forma de desculpa para não seguir em frente. 
Idoso: experiente com a vida consegue realizar troca de informações. 
Senil: velhice 
Senescência: envelhecimento normal 
Senilidade: envelhecimento patológico 
Gerontologia: estudo do envelhecimento 
1.2 Conceito de Idoso/ envelhecimento: 
O envelhecimento é o processo natural pelo qual todos os seres humanos passam, é 
caracterizado por diversas modificações no organismo, em maior ou menor grau. 
Influencia na autonomia, saúde e na qualidade de vida das pessoas. 
1.3 REFLEXÃO: 
A pessoa idosa tem algum valor na sociedade? 
 
 
2. Saúde do idoso 
5 
 
De repente a sociedade brasileira despertou para algo que não estava preparada para 
perceber: o Brasil é um país que está envelhecendo. Sempre tivemos o conceito de que 
éramos um país jovem e que o problema do envelhecimento é assunto dos países 
europeus, norte-americanos e Japão. No entanto, passamos a perceber um número 
cada vez maior de idosos nas ruas, tanto em cidades do interior como nas grandes 
cidades brasileiras. A imprensa começou a mostrar números que demonstram este 
envelhecimento e alertar para os problemas decorrentes dele. 
O envelhecimento populacional brasileiro resultou da queda de nascimentos que vem 
ocorrendo no país desde os anos 60, com a descoberta de vários métodos 
anticoncepcionais, principalmente a pílula, que se somou a queda progressiva nas taxas 
de mortalidade que vêm se manifestando desde o final da segunda guerra mundial, nos 
anos 40. O mais importante em nosso envelhecimento populacional é a velocidade com 
que o mesmo está ocorrendo. 
A maior preocupação de uma pessoa que pensa no seu envelhecimento é chegar à 
terceira idade sem ter uma doença que limite seu dia-a-dia e o torne dependente de 
outras pessoas. Estudos realizados com pessoas idosas têm demonstrado que a 
maioria considera a saúde como o valor mais fundamental, reforçando o dito popular “o 
importante é estar com saúde”. 
Envelhecer sem nenhuma doença crônica é mais a exceção do que a regra. Estudos 
brasileiros têm demonstrado que, entre os idosos, a grande maioria (mais de 85%) 
apresenta pelo menos uma enfermidade crônica e, cerca de 15%, pelo menos 5. No 
entanto, ao serem perguntados sobre a sua saúde, a metade considerou regular, 36% 
boa ou ótima e somente 13% má ou péssima. 
Embora pareça, não estamos diante de uma contradição. Por exemplo, a pessoa que 
tem pressão alta e trata adequadamente o problema poderá levar uma vida normal como 
qualquer outra. Essa mesma pessoa somente irá considerar a sua saúde ruim ou 
péssima se sofrer algum tipo de complicação, conseqüente da falta de cuidados, como 
um “derrame cerebral” ou um infarto miocárdio que, aí sim, podem causar limitações, 
que impeçam ou dificultem a realização de coisas que antes ela fazia no dia-a-dia, 
necessitando assim do auxílio de outras pessoas. 
A nossa capacidade de realizar as tarefas do cotidiano sem o auxílio de outros, 
denominamos de capacidade funcional. Estas necessidades diárias são de dois tipos: 
atividades básicas da vida diária (levantar-se da cama ou de uma cadeira, andar, usar 
o banheiro, vestir-se, alimentar-se) e atividades instrumentais da vida diária (andar perto 
de casa, cuidar do seu dinheiro, sair e tomar uma condução, fazer compras). Os 
estudos realizados no Brasil também mostram que quase a metade dos idosos precisa 
de alguma ajuda para a realização de pelo menos uma das atividades necessárias à 
sua da vida diária e uma minoria significativa (7%) mostrou ser altamente dependente. 
Esta disciplina tem como objetivo a orientação e conhecimento sobre o processo de 
envelhecer afinal, o envelhecimento também pode ser entendido como a conseqüência 
da passagem do tempo ou como o processo cronológico pelo qual um indivíduo se torna 
mais velho. 
É uma fase importante de todas as sociedades humanas, refletindo as mudanças 
biológicas e também as convenções sociais e culturais. 
 
6 
 
3. Demografia do envelhecimento: 
O número de idosos vem aumentando gradativamente e de maneira significativa no 
Brasil e no mundo. 
Esse fato começou a se intensificar a partir da década de 1940, graças à explosão 
tecnológica que se propagou em todas asáreas da ciência, bem como à descoberta da 
cura de doenças. 
Atualmente, pode-se constatar que a longevidade está diretamente ligada à economia, 
à qualidade e ao modo de vida de uma população. 
No entanto, com o envelhecimento da população, observam-se também o aumento de 
enfermidades crônicas degenerativa e incapacitantes, exigindo novos recursos 
sanitários, o que requer um maior investimento na área da saúde. 
Esse fato tende a atrair significantemente a atenção pública. 
Ficou estabelecido pela OMS que idoso seria o indivíduo com 65 anos de idade ou mais. 
Em países em desenvolvimento como o Brasil, seria o indivíduo a partir de 60 anos de 
idade. 
A população idosa cresce a cada dia, bem como a média de expectativa de vida do 
brasileiro. 
Em 2025, o Brasil ocupará o 6º lugar em contingente populacional de idosos, perdendo 
somente para China, Índia, União Europeia, Estados Unidos e Japão (COELHO, 1999). 
A expectativa de vida é o numero médio de anos que se pode esperar que uma pessoa 
viva. 
No século XX, a expectativa de vida desde o nascimento aumentou dramaticamente de 
uma média de 47,3 anos para 75,4 anos. As mulheres vivem em média 07 anos a mais 
que os homens. 
Nos últimos anos, em conseqüência de diversos fatores, como a melhoria das condições 
sanitárias e de acesso a bens e serviços, as pessoas têm vivido mais tempo. Os avanços 
na área da saúde têm possibilitado que cada vez mais pessoas prossigam a viver por 
um período mais prolongado, mesmo possuindo algum tipo de incapacidade. 
Diante da situação atual do envelhecimento demográfico, aumento da expectativa de 
vida e o crescimento da violência, algumas demandas são colocadas para a família, 
sociedade e poder público, no sentido de proporcionar melhor qualidade de vida às 
pessoas que possuem alguma incapacidade. 
Pirâmide Etária Absoluta- Brasil: 1980 
7 
 
 
 
 
A problemática do adulto e do idoso no país tende a se diferenciar por alguns fatos 
peculiares, como a concentração demográfica em certas regiões, a má distribuição de 
renda, além das diferenças culturais e sociais que se alteraram de uma região para 
outra. 
O Brasil começou a apresentar aumento da população idosa a partir da década de 1970, 
que veio acompanhado da diminuição da taxa de natalidade e de fecundidade, que 
passou de 6,2 filhos por casal na década de 1940 para apenas 2,3 filhos em 2000 e 2,1 
filhos em 2003. 
O envelhecimento populacional pode causar impacto econômico e social. Do ponto de 
vista epidemiológico, envelhecer com baixa mortalidade provoca alteração no perfil de 
morbidade, causando um aumento significativo de doenças crônico-degenerativas, 
responsáveis pelo alto custo aos cofres públicos. 
 
 
 
8 
 
 
 Lembrete: 
 
• Taxa de natalidade: é o número de crianças que nascem a cada 1.000 
habitantes. 
• Taxa de fecundidade: é uma estimativa do número médio de filhos que uma 
mulher teria até o fim de seu período reprodutivo, mantidas constantes as taxas 
observadas na referida data. Também pode ser definida como o número médio 
de filhos por mulher em idade de procriar, ou seja, de 15 a 49 anos (mulheres e 
idade fértil). 
 
4. Aspectos psicossociais do envelhecimento: 
Psicologicamente, o envelhecimento bem-sucedido reflete na capacidade da pessoa 
idosa em adaptar-se às perdas físicas, sociais e emocionais e de conseguir serenidade 
e satisfações na vida. Como as mudanças nos padrões de vida são inevitáveis ao longo 
da existência, a pessoa idosa necessita das habilidades de flexibilidade e enfrentamento 
quando se confronta com estresse e mudanças. 
Uma auto-imagem positiva estimula a aceitação do risco e a participação em novas e 
desconhecidas funções. 
Embora as atitudes em relação às pessoas idosas sejam diferentes nas subculturas 
étnicas, o tema sutil do idoismo (discriminação social do idoso) predomina em nossa 
sociedade. 
Freqüentemente baseiam-se em estereótipos, crenças reducionistas, quase sempre 
inverídicas, que reforçam a imagem negativa da pessoa idosa para a sociedade. 
O medo do envelhecimento e a incapacidade de muitos de se confrontarem com seu 
próprio processo de envelhecimento podem deflagrar as crenças da sociedade quanto 
à apatia pelo envelhecimento. 
A aposentadoria e a percepção da não-produtividade também são responsáveis por 
sentimentos negativos. 
Apenas através de uma compreensão do processo do envelhecimento e do devido 
respeito pela pessoa como um individuo, podem os mitos sobre o envelhecimento ser 
desmascarados. 
5- Aspectos fisiológicos do envelhecimento 
O processo de envelhecimento é determinado por variações e mudanças biológicas, 
fisiológicas e anatômicas que o ser humano sofre ao longo dos anos. Como referência, 
podemos classificar um indivíduo como idoso a partir dos 60 anos e que essas 
modificações tem crescimento após os 40 anos e ficam mais evidentes em média aos 
70 anos de idade, porém ao há um marco fisiológico. Aspectos fisiológicos e anatômicos 
com alterações facilmente percebidas são as perdas de força, tônus muscular e as 
perdas ósseas, porém não são apenas essas, também não ocorrem de forma isolada. 
9 
 
Alterações estruturais nos idosos 
No processo normal de envelhecimento ocorrem inúmeras alterações normais 
relacionadas com a idade em todos os sistemas de organismo. Elas podem se 
manifestar em diferentes momentos em cada pessoa, por isso é importante saber 
diferenciar as alterações normais das patológicas. 
 
A) Células e Tecidos: 
⇓ Do número de células ativas; 
 Abrandamento do ritmo da multiplicação celular; 
 Atrofia e perda de elasticidade tecidual; 
B) Composição Global do Corpo e peso Corporal 
⇑ Do tecido gordo em relação ao tecido magro; 
 Modificações no peso corporal e no peso dos órgãos; 
 
C) Músculos, Ossos e Articulações: 
⇓ De 25 a 30% da massa muscular; 
⇓ Da mobilidade de diversas articulações; 
⇓ Da distância entre os discos vertebrais; 
⇓ Da dimensão da caixa torácica; 
 Perdas de cálcio; 
⇓ Do funcionamento locomotor e problemas de equilíbrio; 
Maior incidência de fraturas. 
D) Pele e Tecido Subcutâneo 
 Perda dos tecidos de suporte cutâneo; 
 Atrofia e baixa da eficácia das glândulas sebáceas e sudoríparas; 
 Perda de elasticidade da pele; 
 Persistência da prega cutânea; 
 Aparecimento de rugas; 
 Acentuamento das proeminências ósseas; 
Descair das faces, queixo e pálpebras, e alongamento dos lobos das orelhas; 
Nas mulheres aparecimento de hipertricose (véu facial) 
10 
 
E) Tegumentos 
 Pelos finos e raros, exceto na face; 
 Perda de cabelos, calvície ou cabelos brancos; 
Acinzentar ou descolorir dos cabelos; 
 Espessamento das unhas (Onicogrifose); 
Alterações nos Órgãos do Sentido 
(A) Visão 
Arco Senil 
Acumulo de lipídio em volta do olho 
Círculo esbranquiçado ao redor da íris 
Catarata, que é o espessamento e menor permeabilidade do cristalino que resulta na 
turvação da visão. 
Diminuição do tamanho da pupila, causando menor capacidade para leitura, 
desconforto a luz, quedas, colisões e dificuldade em manusear objetos pequenos. 
 
 Figura 1 Catarata em idoso. Figura 2 Arco Senil. 
(B) Audição 
 
Aumento do volume da fala do cliente, tendência a virar a cabeça em direção a 
pessoa que está falando, pedir para que repita o que foi dito. 
O tímpano torna-se mais espesso e acumula cerume, formando tampões. 
Respostas incorretas, porém a cognição é normal. 
Pode isolar-se, demonstrar pouca atenção, ficar frustrada com raiva e deprimida. 
Ausência de resposta a um ruído alto. 
Presença de presbiacusia. 
 
11 
 
 Figura-Tampão de Cerume 
 
C) Olfato e Paladar 
⇓ Do paladar, maior reflexo nauseativo; 
⇑ Do tamanho do nariz e do número de pelos; 
 Incapacidade de perceber odores, o que leva a diminuição do apetite; 
Menor produção de saliva; 
Gengivas mais finas, diminuindoa capacidade de suportar a pressão de uma 
prótese dentária; 
Os dentes tendem a separar-se, é frequente a perda progressiva. 
Alterações nos Sistemas do Organismo 
(A) Sistema Cardiovascular 
Ocorre um espessamento das válvulas cardíacas e rígidas (esclerose e fibrose), o 
que leva a complicação de cardiopatia já existente, o que leva a um aumento da 
pressão arterial; 
A função cardíaca não se altera com o envelhecimento. A FC em repouso e o 
tamanho do coração não têm relação com a idade; 
Responde mais lentamente ao estresse, depois do aumento provocado pelo 
estresse o idoso necessita de mais tempo para que a FC volte ao normal; 
Queda do consumo de oxigênio; 
Aumento da PA 160 x 90 mmhg é considerado normal para pessoas acima de 65 
anos; 
Taquicardia persistente pós-estresse. 
12 
 
 
Figura 1 (Coração Jovem) Figura 2 (Coração Idoso) 
B) Sistema Respiratório 
Ocorre um enfraquecimento da musculatura respiratória, retração elástica da 
parede torácica diminui; 
 A PO2 diminui com a idade em virtude de desequilíbrios da ventilação-perfusão. 
Todavia, os idosos não ficam hipóxicos, a não ser que haja uma doença 
concomitante; 
Diminuição no sistema de transporte ciliar da mucosa; 
Aumento do lúmen, diminuição dos cílios e dos seus movimentos, aumento do 
tamanho das glândulas brônquicas; 
Diminuição do reflexo de tossir aumento de secreções no pulmão, dificuldade para 
expectoração. 
(C) Sistema Digestivo 
Alterações no fígado, vias biliares e pâncreas; que podem alterar a função secretora, 
motora, de absorção ou todas simultaneamente; 
O trânsito dos alimentos fica mais lento, com menor absorção de substâncias e 
tendência a prisão de ventre; 
Diminuição do tamanho do fígado, o fluxo sanguíneo também diminui, alterando o 
metabolismo hepático de muitas substâncias, entre elas os fármacos, que podem 
resultar no aumento dos níveis e do tempo de permanência destes no organismo. 
D) Sistema Genital 
Nas mulheres, após a menopausa ocorre uma diminuição importante na produção 
de hormônios; 
Ocorre à diminuição do tamanho dos ovários, involução uterina, atrofia da vagina e 
perda da massa mamária; 
Diminuição da lubrificação do canal vaginal pela falta de hormônios, o que torna o 
ato sexual doloroso e aumenta o risco de infecções; 
Nos homens ocorre a diminuição da testosterona a partir dos 80 anos; 
13 
 
A ereção torna-se mais lenta, diminui a sensibilidade peniana e o tamanho testicular; 
O volume de esperma reduz-se consideravelmente; 
O aumento da próstata pode dificultar a drenagem da urina para o exterior. 
E) Sistema Renal 
O fluxo sanguíneo renal diminui o que faz com que os idosos sejam mais suscetíveis 
a deterioração da função renal; 
A capacidade de concentração e diluição da urina é alterada quando o idoso é 
submetido à privação ou sobrecarga de água. Isto implica maior repercussão, uma 
vez que a sensação de sede no idoso está deprimida; 
Como muitos fármacos são eliminados por essa via, os seus níveis podem estar 
aumentados no sangue, com prováveis efeitos secundários. 
F) Sistema imunológico 
Infecções mais frequentes; 
Maior incidência de diversos tipos de câncer; 
 
G)Sistema Nervoso 
Mudanças estruturais e neoquímicas; 
Modificações nos níveis sensoriais, motores, da capacidade intelectual e do 
comportamento; 
Alterações de percepção, memória, sono, coordenação motora e controle muscular. 
H) Sexualidade e envelhecimento 
Nas mulheres, a ausência dos hormônios produzidos pelos ovários (estrógenos) 
determina diminuição da lubrificação vaginal podendo causar desconforto durante as 
relações sexuais. A disfunção sexual pode ser agravada pela diminuição do tônus dos 
músculos do assoalho pélvico, que ocorre progressivamente nessa faixa etária. 
Nos homens, as causas orgânicas de disfunção erétil tornam-se mais frequentes após 
os 40 anos e, geralmente, tem evolução progressiva. Incluem doenças vasculares que 
comprometem o fluxo de sangue para o pênis, como ocorre na hipertensão arterial, nos 
fumantes e nos pacientes com níveis elevados de colesterol ou triglicérides, por 
exemplo. Doenças com comprometimento do cérebro e da medula espinhal ou dos 
nervos, podem comprometer a transmissão do impulso nervoso para o pênis, causando 
dificuldades na ereção. 
Isto ocorre, por exemplo, no diabetes, no alcoolismo crônico, após infartos encefálicos 
(“acidente vascular encefálico – AVE”) ou após algumas cirurgias, como para o 
tratamento do "Câncer da Próstata". Mais raramente doenças endocrinológicas, que 
causam queda da produção de testosterona pelos testículos, podem causar impotência. 
14 
 
O uso de alguns medicamentos pode desencadear a impotência, como os utilizados no 
tratamento da hipertensão arterial, calmantes, medicamentos para epilepsia e para 
tratamento de úlcera do estômago ou do duodeno. Nestes casos, normalmente há 
recuperação da ereção com a interrupção do uso da droga. 
Existem, também, alguns fatores que interferem na função erétil apesar de não se 
relacionarem diretamente com o mecanismo de ereção. Nesses casos, incluem-se 
infartos cardíacos, câncer, desnutrição, uso de drogas injetáveis e outras doenças 
crônicas que diminuem a capacidade física do indivíduo. 
I) Infecções urinárias e envelhecimento 
Nas mulheres: As alterações da flora vaginal normal que ocorrem após a menopausa 
podem determinar aumento da frequência de infecções urinárias nessa faixa etária. 
Além do tratamento com antibióticos, o médico deve considerar o emprego de medidas 
complementares, tais como a reposição hormonal tópica, na forma de creme ou óvulo 
vaginal, ou mesmo o uso de imune estimulantes, visando diminuir o risco de recidiva, 
que pode ser frequente nessa faixa etária. 
Nessa faixa etária, é comum, também, a ocorrência de colonização urinária com 
bactérias, sem surgimento de sintomas e sem alterações significativas no exame de 
urina. Tal situação, denominada bacteriúria assintomática da mulher idosa, por vezes 
não necessita de tratamento com antibióticos, por se tratar de quadro autolimitado e 
sem maiores consequências. 
Caberá ao médico decidir quando a paciente deverá ser tratada, com base nas 
informações clínicas, nos antecedentes pessoais e outras doenças que a paciente 
possui, após a análise dos exames laboratoriais. 
Nos homens: De forma diversa do que costuma ocorrer nas mulheres, as infecções 
urinárias, em geral, decorrem de doenças bem definidas do sistema urinário, 
associando-se frequentemente com distúrbios do esvaziamento vesical. 
Nessa situação, as infecções decorrem do resíduo urinário elevado, seja decorrente da 
obstrução urinária causada pelo aumento prostático, ou por neuropatias, tais como após 
infartos encefálicos (“acidentes vasculares cerebrais – AVC”), doença de Parkinson e 
demências. 
O sucesso do tratamento das infecções dependerá da melhora do esvaziamento vesical, 
que implicará em tratamento medicamentoso contínuo, e por vezes em tratamento 
cirúrgico 
Resumidamente: 
MUDANÇAS ACHADOS OBJETIVOS 
E SUBJETIVOS 
ESTRATEGIA DE 
PROMOÇAO A SAUDE 
SISTEMA 
CARDIOVASCULAR: 
débito cardíaco diminuído, 
Queixa de fadiga com 
atividade aumentada. 
Exercitar-se regularmente, 
evitar o tabagismo,ingerir 
dietas 
hipossódicas,verificar 
15 
 
capacidade reduzida de 
responder ao estresse 
regularmente a pressão 
arterial 
SISTEMA 
RESPIRATÓRIO: aumento 
no volume pulmonar 
residual, diminuição da 
capacidade vital, 
Fadiga e falta de ar com 
atividade, cicatrização 
comprometida dos tecidos 
devido a oxigenação 
diminuída, dificuldade em 
expectorar secreções. 
Exercitar-se regularmente, 
evitar o tabagismo,ingerir 
líquidos adequadamente 
para fluidificar as 
secreções, tomar 
anualmente a vacina 
contra gripe. 
SISTEMA TEGUMENTAR: 
Proteção diminuída contra 
traumas e exposição ao 
sol, proteçãodiminuída a 
extremos de temperatura, 
secreção diminuída de 
óleos naturais e suor. 
A pele parece fina e 
enrugada, queixa de 
lesões, escoriações e 
queimadura solar, queixa 
de intolerância ao calor 
Evitar exposição 
desnecessária ao sol 
vestir-se de acordo com a 
temperatura, banho 
preferencialmente de 
chuveiro, lubrificar a pele. 
SISTEMA REPRODUTIVO 
FEMININO: estreitamento 
vaginal e diminuição da 
elasticidade e das 
secreções 
vaginais,resposta sexual 
mais lenta 
Feminino: relação sexual 
dolorosa; sangramento 
vaginal após o coito, 
prurido e irritação vaginal; 
orgasmo retardado. 
Pode necessitar de 
reposição de Estrogênio; 
Acompanhamento de 
ginecologista 
Uso de lubrificantes. 
SISTEMA REPRODUTIVO 
MASCULINO: diminuição 
do tamanho do pênis e 
testículos; resposta sexual 
mais lenta. 
Ereção e orgasmos 
tardios. 
Urologista 
SISTEMA MUSCULO 
ESQUELÉTICO:perda da 
densidade óssea, perda da 
força muscular 
Diminuição da 
altura,propensão a 
fraturas, queixas de dores 
lombares, perda da 
flexibilidade e resistência. 
Ingerir dieta rica em Cálcio, 
exercitar-se regularmente, 
principalmente 
alongamentos. 
SISTEMA 
GASTROINTESTINAL: 
salivação diminuída, 
dificuldade de deglutir o 
alimento,esvaziamento 
gástrico e esofágico 
retardado. 
Queixa boca seca, má 
digestão, flatulência e 
desconforto abdominal. 
Constipação intestinal 
também é comum. 
Usar lascas de gelo, 
realizar higiene oral 
diariamente, receber 
cuidados odontológicos, 
ingerir dieta rica em fibras, 
ingerir líquidos, limitar 
antiácidos e laxantes. 
SENTIDOS ESPECIAIS: 
VISAO: capacidade 
diminuída em focalizar 
objetos, incapacidade de 
tolerar a luz intensa 
Segura objetos muito 
longe da face, queixa de 
ofuscação, visão noturna 
ruim. 
Usar lentes corretivas, 
acompanhamento com 
oftalmologista, usar livros 
com letras grandes. 
AUDIÇAO: capacidade 
diminuída em ouvir sons 
Fornece respostas 
incorretas, solicita a 
repetição constante das 
palavras. 
Recomenda-se exame 
auditivo, enunciar 
claramente olhando para a 
pessoa. 
PALADAR E OLFATO: 
capacidade diminuída para 
paladar e olfato 
Usa sal em excesso Mostrar-lhe outros 
temperos como ervas, 
cebola, alho... 
16 
 
6. O cuidador 
A ocupação de cuidador integra a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), de 
2002, sob o código 5162, que define o cuidador como alguém que "cuida a partir dos 
objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando 
pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e 
lazer da pessoa assistida". 
 
Geralmente a atividade é desenvolvida por alguém da família ou da comunidade, com 
ou sem remuneração, e na maioria das vezes sem formação profissional para isso. Sua 
função compreende o acompanhamento e o auxílio à pessoa em se cuidar, fazendo por 
ela somente as atividades que não consiga fazer sozinha. 
O cuidador nem sempre escolhe sê-lo. Quando uma pessoa adoece ou se torna 
dependente na família ou na comunidade, algumas pessoas se revelam como 
cuidadoras, tornando esta uma tarefa nobre, porém complexa, permeada por 
sentimentos diversos e contraditórios, tais como raiva, culpa, medo, angústia, confusão, 
cansaço, estresse, tristeza, nervosismo, irritação, choro, medo da morte e da invalidez. 
Do outro lado, está a pessoa doente e dependente, também com os mesmos 
sentimentos contraditórios. Este fato pode tornar o relacionamento entre cuidador e 
pessoa cuidada conflituoso. Orientar o cuidador a reconhecer seus próprios sentimentos 
e os do dependente pode ajudar a suavizar as relações. Respeitar a autonomia do 
acamado também é importante. 
Devemos nos lembrar que, muitas vezes, a pessoa cuidada parece estar desatenta ou 
dormindo, mas pode estar ouvindo o que falam a seu redor. Por isso, é fundamental 
respeitar sua dignidade e não agir como se ela não entendesse, não existisse ou não 
estivesse presente. 
7. Avaliações das capacidades funcionais 
 
Avaliar a capacidade funcional de uma pessoa significa medir a capacidade dela de 
desempenhar as atividades necessárias para cuidar de si mesma. Didaticamente, as 
atividades são divididas em Atividades da Vida Diária (AVD) – relacionadas ao 
autocuidado – e Atividades da Vida Diária Instrumentalizada (AVDI) – relacionadas à 
participação do idoso em seu entorno social. Veja as especificações de cada uma delas 
no quadro a seguir. 
 
 Relação de atividades da vida diária e atividades da vida diária instrumentalizada. 
 
17 
 
A avaliação deve ser feita mediante da Escala de Katz, que avalia a independência 
funcional das pessoas idosas no desempenho das AVD através de um questionário 
padrão. Conforme o número de respostas afirmativas, classifica-se em independente (6 
pontos), com déficit moderado (4 pontos) e com déficit severo (2 pontos). Confira a 
seguir. 
 
Avaliação funcional: escala de Katz. 
Quando se avalia a funcionalidade da pessoa idosa, é necessário diferenciar 
desempenho e capacidade funcional: 
• Desempenho funcional avalia o que o idoso realmente faz no seu dia a dia; 
• Capacidade funcional avalia o potencial que a pessoa idosa tem para realizar a 
atividade, ou seja, sua capacidade remanescente, que pode ou não ser utilizada. 
É muito comum em nosso meio encontrarmos idosos que têm capacidade funcional para 
desenvolver uma tarefa e, todavia, são impedidos de desempenhá-la por seus familiares 
com receio de acidentes. 
A incapacidade de um indivíduo idoso é um processo que se desenvolve ao longo do 
tempo, influenciado por fatores demográficos, sociais, psicológicos, ambientais, estilo 
de vida, comportamentos e características biológicas dos indivíduos. 
O estado de incapacidade pode ser temporário ou permanente e os casos reversíveis 
devem ser identificados precocemente para que as intervenções necessárias sejam 
realizadas. 
A fragilidade é compreendida como uma síndrome clínica caracterizada pela diminuição 
da reserva energética e pela resistência reduzida pelos agentes. A presença de três ou 
mais sinais ou sintomas indica fragilidade e a detecção de um ou dois alerta a equipe 
para alto risco de desenvolver a síndrome. 
18 
 
 
 
8. Serviço de Acolhimento Institucional Para Idosos 
O serviço de acolhimento nas Instituições Longa Permanência (ILPI’S), destina-se a 
idosos com 60 anos ou mais, de ambos os sexos, independentes e/ou com diversos 
graus de dependência. O serviço pode ser de natureza provisória, mas abordaremos 
as de natureza excepcional, que é aquela onde todas as possibilidades de 
autossustento e convívio com os familiares estão esgotadas, ou seja, onde o vínculos 
familiares estão fragilizados ou rompidos. 
Os casos excepcionais compreendem as situações nas quais os idosos não dispõem 
de condições para permanecer com a família, devido a fatores relacionados a questões 
como: 
1. Violência física, psicológica e negligência; 
2. Violência sexual: abuso e/ou exploração sexual; 
3. Situação de rua, mendicância e abandono; 
4. Afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida socioeducativa 
ou medida de proteção; 
5. Dentre outras situações que provocam danos e agravos à condição de vida e 
impedem o idoso de usufruir da autonomia e do seu bem estar. 
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais prevê que o serviço, ofereça 
aos idosos com vínculo de parentesco ou afinidade (casais, irmãos, amigos, etc), 
atendimento na mesma unidade, e aos casais de idosos o compartilhamento no mesmo 
quarto. A este serviço, devem ser incluídos os idosos com deficiência, de modo a 
prevenir práticas segregacionistas e de isolamento. 
É importante assegurar aos idosos a convivência com familiares, amigos e pessoas de 
referência de forma contínua, e um atendimento de qualidade, personalizado, com até 
quatro idosos por quarto. 
Em termos gerais, acolhimento institucional deve assegurar um atendimento 
personalizado, e suas edificações devem ser organizadas, de forma a atender aos 
requisitosprevistos nos regulamentos e às necessidades dos idosos, com a oferta de 
19 
 
condições de acessibilidade e privacidade, habitabilidade, higiene, salubridade, 
segurança, bem como favorecer o convívio familiar e comunitário local. 
Atividades e Ações Desenvolvidas pelas ILPI’S 
De acordo com os princípios e diretrizes definidas pela Lei Orgânica de 
Assistência Social – LOAS e da Política Nacional do Idoso, as Instituições Longa 
Permanência (ILPI’S), que desenvolvem qualquer tipo de atividade/ação com a pessoa 
idosa (serviço, programa, projeto ou benefício), devem relatar onde e como se realiza 
na prática o atendimento dessas atividades, e se a finalidade e o alcance da garantia e 
necessidades básicas dos idosos têm sido atendidas, assim como a promoção à 
cidadania, como forma de inclusão social. Também é importante descrever a 
capacidade de atendimento dos programas, projetos ou benefícios ofertados, o tempo 
de duração das atividades (quantas vezes ocorre), o quadro de profissionais envolvidos 
(especialidades e funções), como se dá a participação dos idosos nas atividades e/ação 
desenvolvidas e de que forma são realizadas cada etapa do plano de atividades 
(elaboração, execução, avaliação e monitoramento). 
Equipe de Recursos Humanos das ILPI’S 
As Instituições Longa Permanência (ILPI’S), devem dispor de uma equipe de 
profissionais, com vinculo formal de trabalho que desempenhem tarefas fundamentais 
para o bom andamento e funcionamento dos serviços. Para os cuidados aos idosos 
residentes, é necessário respeitar as orientações prescritas na RDC 283/2005 de acordo 
com a classificação do grau de dependência para cada grupo de idosos: 
• Grau de dependência I: Um cuidador para cada 20 idosos, ou fração, com 
carga horária de 8 horas /dia; 
• Grau de dependência II: Um cuidador para cada 10 idosos, ou fração por 
turno; 
• Grau de dependência III: Um cuidador para cada 6 idosos, ou fração, por 
turno. 
Os profissionais de saúde vinculados a equipe de trabalho, devem possuir seu registro 
profissional no respectivo conselho de classe, assim como o responsável técnico, cuja 
carga horária é de 30 horas semanais (Psicológo ou Assistente Social). 
9. Nutrição 
Uma alimentação saudável, adequada nutricionalmente e sem contaminação, tem 
influência no bem- estar físico e mental, mo equilíbrio emocional, na prevenção e 
tratamento de doenças. 
Os 10 passos para uma alimentação saudável é uma estratégia para buscar 
uma vida mais saudável, recomendada pelo Ministério da Saúde. Esses passos 
podem ser seguidos por toda a família. 
1 ° passo: Aumente e varie o consumo de frutas, legumes e. verduras. Coma-
os 5 vezes por dia. As frutas e verduras são ricas em vitaminas, minerais e fibras. 
Coma, pelo menos, 4 colheres de sopa de vegetais (verduras e legumes) 2 vezes 
por dia. Coloque os vegetais no prato do almoço e do jantar . Comece com 1 fruta 
20 
 
ou 1 fatia de fruta no café da manhã e acrescente mais 1 nos lanches da manhã e 
da tarde. 
2° passo: Coma feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por 
semana. O feijão é um alimento rico em ferro. Na hora das refeições, coloque 1 
concha de feijão no seu prato, assim você estará evitando a anemia. 
3° passo: Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carne com 
gordura aparente, salsicha, mortadela, frituras e salgadinhos, para no máximo 1 vez 
por semana. Retire antes do cozimento a pele do frango, a gordura visível da carne 
e o couro do peixe. Apesar de o óleo vegetal ser um tipo de gordura mais saudável, 
tudo em excesso faz mal! O ideal é não usar mais que 1 lata de óleo por mês para 
uma família de 4 pessoas. Prefira os alimentos cozidos ou assados e evite cozinhar 
com margarina, gordura vegetal ou manteiga. 
4° passo: Reduza o consumo de sal. Tire o saleiro da mesa. O sal da cozinha 
é a maior fonte de sódio da nossa alimentação. O sódio é essencial para o 
funcionamento do nosso corpo, mas o excesso pode levar ao aumento da pressão 
do sangue, que chamamos de hipertensão. As crianças e os adultos não precisam 
de mais que 1 pitada de sal por dia. Siga estas dicas: não coloque o saleiro na 
mesa, assim você evita adicionar o sal na comida pronta. Evite temperos prontos, 
alimentos enlatados, carnes salgadas e embutidos como mortadela, presunto, 
lingüiça, etc. Todos eles têm muito sal. 
5° passo: Faça pelo menos 3 refeições e 1 lanche por dia. Não pule as 
refeições. Para lanche e sobremesa prefira frutas. Fazendo todas as refeições, você 
evita que o estômago fique vazio por muito tempo, diminuindo o risco de ter gastrite 
e de exagerar na quantidade quando for comer. Evite "beliscar", isso vai ajudar você 
a controlar o peso. 
6° passo: Reduza o consumo de doces, bolos, biscoitos e outros alimentos 
ricos em açúcar para no máximo 2 vezes por semana. 
7° passo: Reduza o consumo de álcool e refrigerantes. Evite o consumo diário. 
A melhor bebida é a água. 
8° passo: Aprecie a sua refeição. Coma devagar. Faça das refeições um ponto 
de encontro da família. Não se alimente assistindo TV. 
“9° passo: Mantenha o seu peso dentro de limites saudáveis - veja no serviço de 
saúde se o seu IMC está entre 18,5 e 24,9 kg/m”, O IMC (índice de massa corporal) 
mostra se o seu peso está adequado para sua altura. É calculado dividindo-se o 
peso, em kg, pela altura, em metros, elevado ao quadrado. 
10° passo: Seja ativo. Acumule 30 minutos de atividade física todos os dias. 
Caminhe pelo seu bairro. Suba escadas. Não passe muitas horas assistindo TV. 
 
21 
 
Essas recomendações foram elaboradas para pessoas saudáveis, mas servem 
como guia para planejar a alimentação de pessoas que necessitam de cuidados 
especiais de saúde. 
Pessoas que precisam de dietas especiais devem receber orientações específicas 
e individualizadas de um nutricionista, de acordo com o seu estado de saúde. 
 
Outras recomendações gerais para a alimentação: 
Nem sempre é fácil alimentar outra pessoa, por isso o cuidador precisa ter 
muita calma e paciência, estabelecer horários regulares, criar um ambiente 
tranqüilo. São orientações importantes: 
• Para receber a alimentação, a pessoa deve estar sentada 
confortavelmente. 
Jamais ofereça água ou alimentos à pessoa na posição deitada, pois ela 
pode se engasgar. 
• Se a pessoa cuidada consegue se alimentar sozinha, o cuidador deve 
estimular e ajudá-Ia no que for preciso: preparar o ambiente, cortar os 
alimentos, etc. Lembrar que a pessoa precisa de uma tempo maior para se 
alimentar, por isso não se deve apressá-Ia. 
• É importante manter limpos os utensílios e os locais de preparo e consumo 
das refeições. A pessoa que prepara os alimentos deve cuidar de sua 
higiene pessoal, com a finalidade de evitar a contaminação dos alimentos. 
 
 
 
10. Síndromes Geriátricas 
 
 
Os idosos costumam apresentar sinais e sintomas relacionados às doenças ou agravos 
de forma atípica. Isso exige do profissional de saúde uma grande capacidade de 
observação e a compreensão da necessidade de valorização da queixa da pessoa 
idosa. Como a reserva funcional do idoso é progressivamente menor, a intervenção 
precoce torna-se essencial para a melhoria da qualidade assistencial. 
Síndromes geriátricas são condições de saúde que afetam a capacidade da pessoa 
22 
 
idosa de gerir a própria vida, interferindo na sua funcionalidade para realizar tarefas 
cotidianas. São elas: Imobilidade, Instabilidade Postural, Insuficiência familiar, 
iatrogenia, Incapacidade cognitiva e Incontinência. 
Abaixo, listamos as principais grandes síndromes geriátricas. Esses aspectos, ainda, 
podem desencadear o isolamento social e comprometer a qualidade de vida do idoso. 
 
No que se refere ao isolamento social a saúde mental do idoso está associada à 
qualidade de vida, à medida que constitui o risco para instalação de doenças e 
incapacidades. 
 
Incontinência 
 
As alterações intestinais e urinárias podem apresentar-sedurante todas as fases do 
ciclo vital. As alterações podem ocorrer por ingestão de alimentos, horários da 
alimentação, sedentarismo, o uso de medicamentos, ambientes diferentes do cotidiano, 
tensão emocional, falta de privacidade, entre outros. As principais queixas são: a 
constipação, a diarréia, a incontinência fecal e urinária. 
 
As causas para as incontinências podem ser congênitas ou adquiridas. As 
incontinências adquiridas são resultantes de morbidades na região anal; por traumas 
provocados por acidentes de trânsito; por cirurgias na região do períneo e de 
fissurectomias; de cirurgias para tratamento de câncer; sequelas de acidente vascular 
encefálico; diabetes; esclerose múltipla, e o próprio processo de envelhecimento, 
também podem causar incontinência fecal e urinária. 
 
A incontinência urinária e fecal é uma característica do processo de envelhecimento, 
acometendo principalmente, o sexo feminino. A incontinência fecal é a incapacidade de 
controlar a eliminação das fezes. Esse distúrbio compromete a qualidade de vida. A 
incontinência fecal predomina nas mulheres, principalmente, por causa do trabalho de 
parto e pela constipação. Entretanto, acima dos 70 anos, a incontinência fecal se 
manifesta igualmente nos dois sexos. 
 
A incontinência urinária é definida como perda de urina em frequência e quantidade 
suficiente para gerar problemas de ordem social e higiênico. Além disso, a incontinência 
urinária e fecal predispõe as infecções perineais, provoca maceração e ruptura da pele, 
facilita a formação de úlceras de pressão, interrompe o sono, predispõe as quedas, 
induz o isolamento, a depressão e a institucionalização. 
 
Diante desse contexto deve-se considerar e avaliar as queixas e as características de 
cada eliminação. 
 
Cabe a equipe de enfermagem investigar e propor cuidados de acordo com a 
capacidade funcional e nível de dependência do idoso: 
 
- Avaliar as preferências alimentares. 
- Propiciar a privacidade nas eliminações. 
- Avaliar o uso de medicamentos. 
- Estimular a hidratação. 
- Estimular a atividade física. 
- Manter a atenção quanto ao uso de laxantes, pois devem ser evitados. 
- Realizar a higiene perineal. 
- Realizar a higiene corporal. 
23 
 
- Manter as fraldas limpas e secas. 
- Estimular os exercícios de contração da musculatura perineal. 
- Estimular a reeducação vesical e intestinal. 
- Manter cuidados com a sonda vesical. 
- Orientar o autocateterismo. 
- Realizar a mensuração de resíduo urinário. 
A incontinência urinária apresenta tipos ou classificação de acordo com a duração dos 
sintomas, a presença de sintomas específicos ou por anormalidades fisiologias: 
• Incontinência funcional: por prejuízo da mobilidade, mudanças cognitivas ou 
barreiras ambientais. 
• Incontinência de estresse: é um vazamento da urina resultante de músculos 
perineais enfraquecidos combinado com maior pressão intra- abdominal( tossir, 
espirrar, rir...). 
• Incontinência e refluxo: bexiga neurogênica; esta associado á lesão de coluna 
vertebral, causa falta de consciência de que a bexiga esta cheia, portanto, ocorre 
a eliminação involuntária da urina. 
• Incontinência total: é a perda descontrolada e contínua de urina em virtude de 
múltiplas causas, tais como infecção do trato urinário, instabilidade de detrusor 
ou lesão neurogênica. 
 
Iatrogênia 
A polifarmácia é uma das grandes preocupações deste grupo etário. Assim, é de 
fundamental importância realizar um inquérito acurado a respeito de quais medicações 
a pessoa está fazendo uso, tanto as prescritas quanto aquelas indicadas por parentes, 
amigos e meios de comunicação. 
E mais do que isso, as interações observadas entre os inúmeros fármacos e a própria 
mudança fisiológica no organismo senescente denotam a relevância do conhecimento 
não somente da farmacocinética e da dinâmica da medicação como também das 
mudanças fisiológicas que ocorrem nesta população. 
 
Incapacidade cognitiva 
A cognição é o conjunto de funções cerebrais formadas pela memória (capacidade de 
armazenamento de informações), função executiva (capacidade de planejamento, 
antecipação, seqüenciamento e monito-ramento de tarefas complexas), linguagem 
(capacidade de compreensão e expressão da linguagem oral e escrita), praxia 
(capacidade de executar um ato motor), gnosia (capacidade de reconhecimento de 
estímulos visu-ais, auditivos e táteis) e função visuo-espacial (capacidade de 
localização no espaço e percepção das relações dos objetos entre si). O funcionamento 
integrado destas funções nos permite interagir com as pessoas e com o mundo, com o 
objetivo de resolvermos as dificuldades do cotidiano, é responsável pela nossa 
capacidade de decidir, que, juntamente com o humor (motivação), é fundamental para 
a manutenção da autonomia. A individualidade é resultante do acúmulo de 
conhecimentos da nossa história e da cultura que herdamos. A perda da cognição ou 
incapaci-dade cognitiva é, portanto, o “desmoronamento” ou o “apagamento” da 
24 
 
identidade que nos define como ser pensante. O envelhecimento fisiológico não afeta a 
cognição de forma significa-tiva. Ocorre uma atrofia do sistema nervoso central, o que 
pode ser per-cebido em toda tomografia computadorizada de crânio. O lobo frontal 
parece ser a região mais acometida, de forma irregular. As únicas con-seqüências são 
maior lentificação no processamento cognitivo, redução da atenção (déficit atentivo), 
maior dificuldade no resgate das informa-ções aprendidas (memória de trabalho), 
redução da memória prospec-tiva (“lembrar-se de lembrar”) e memória contextual 
(dificuldades com detalhes). Estas alterações não trazem nenhum prejuízo significativo 
na execução das tarefas do cotidiano. As alterações dos órgãos dos sentidos (visão, 
audição, entre outros) dificultam o acesso às informações e ao aprendizado. As 
atividades de vida diária, particularmente as instrumentais, avaliam as funções 
cognitivas de forma indireta, mas completa. Queremos dizer que a independência nas 
AVD instrumentais é um excelente indicador de bom funcionamento da cognição. 
A incapacidade cognitiva é um diagnóstico sindrômico e apresenta quatro grandes 
causas (4 D): demência, depressão, delirium e doença mental. 
 
 
Traumas e Quedas 
 
As quedas e traumas estão presentes em todas as fases do ciclo evolutivo do homem. 
Porém, apresentam maior gravidade seja física ou psicológica nas idades mais 
avançadas, que levam a situação de dependência parcial ou total do indivíduo idoso. O 
equilíbrio postural ortostático ocorre pelo sistema visual, vestibular e proprioceptivo. 
 
As causas das quedas devem ser avaliadas de acordo com: o ambiente em que ocorreu 
a queda; a história pregressa de quedas; e a intensidade do movimento durante a 
queda. Além dessa avaliação, pode ser utilizada a Escala de Coma de Glasgow que se 
avalia: a abertura ocular, a resposta verbal e a resposta motora. 
 Sabe-se que para ocorrer às quedas e traumas são necessários diversos fatores de 
riscos combinados, destacam-se: 
- Realizar as atividades vigorosas e arriscadas que podem gerar a instabilidade 
postural interna ou externa, desencadeando a queda. 
- Ter a idade avançada. 
- Ter comprometimento cognitivo. 
- Ser do sexo feminino. 
- Estar na estação do inverno e dias frios. 
- Ter comorbidades. 
- Estar depressivo. 
25 
 
- Ser ansioso. 
- Perda do equilíbrio. 
- Ter história pregressa de quedas. 
- Déficit do estado nutricional. 
- Ser consumidor de bebidas alcoólicas. 
- Ter instabilidade postural ortostática e quedas. 
- Acidentes de trânsito. 
- Queimaduras. 
- Toxicoses exógenas agudas. 
- Diminuição da resposta motora. 
- Uso de medicações. 
- Ambientes mal iluminados. 
- Tapetes soltos e escorregadios. 
- Ter dificuldade para deambular. 
- Ter objetos pelo chão, ocluindo passagem. 
 
As complicações decorrentes das quedas e traumas são: as lesões, as fraturas, as 
úlceras de pressão, a concussão, a contusão cerebral, o medo de quedas, o decúbito 
de longa duração, aredução nas atividades de vida diária, a dependência parcial ou 
total, a trombose venosa profunda, a síndrome da embolia gordurosa, e o óbito. 
 
Diante desse cenário de possíveis quedas e traumas, torna-se extremamente 
necessário a discussão e a orientação aos idosos e cuidadores, por meio da prevenção 
primária e secundária. O tratamento requer a avaliação interdisciplinar e a parceria do 
idoso, da família e do cuidador para que se tenha o sucesso do plano terapêutico. 
 
Imobilidade 
As pessoas idosas podem apresentar declínio da capacidade funcional acentuada, 
tornando-a fragilizada. O idoso fragilizado é aquele com idade acima de 65 anos que 
depende de terceiros para as atividades da vida diária (AVD’s), institucionalizados, 
incapazes de se movimentar, fazem uso de múltiplos medicamentos e apresentam 
alterações laboratoriais. Tais idosos que apresentam essas características supracitadas 
podem estar confinados ao leito e desencadeiam diversas complicações, que o autor 
denomina de Síndrome da Imobilização. 
 
A falta de atividade física por sedentarismo ou pela impossibilidade física leva ao 
despreparo físico global tornando a pessoa idosa suscetível aos diversos fatores de 
risco tais como: aumento de pressão arterial, aumento do peso corporal e diminuição da 
flexibilidade. As causas da imobilidade são: as doenças osteoarticulares, 
cardiorrespiratórias, vasculares, musculares, neurológicas e psíquicas; a iatrogenia 
medicamentosa; e o déficit neurossensorial. Portanto, a imobilidade prolongada 
desencadeia a deterioração funcional de vários sistemas que acarretam complicações, 
reduzindo a satisfação com a qualidade de vida. 
Como consequências, destaca-se: 
- Atrofia tegumentar e muscular. 
- Úlcera de pressão. 
- Dermatite. 
- Micoses. 
- Osteoporose. 
26 
 
- Artrose e anquilose. 
- Fraturas. 
- Hipertonia. 
- Trombose venosa profunda. 
- Embolia pulmonar. 
- Hipotensão postural. 
- Edema linfático. 
- Incontinência urinária e fecal. 
- Infecções do trato urinário. 
- Retenção urinária e hídrica. 
- Constipação e fecaloma. 
- Desnutrição. 
- Disfagia. 
- Insuficiência respiratória. 
- Pneumonias. 
- Depressão. 
- Déficit cognitivo. 
- Alterações do sono. 
- Resposta diminuída para insulina, glândula supra-renal, eritropoiese e síntese de 
vitamina D. 
- Diminuição na excreção de sódio, potássio e fosfato. 
Frente ao fato exposto, entende-se que a imobilidade traz sofrimento para o 
idoso/família e cuidador, pois se tem o declínio da qualidade de vida e que 
inevitavelmente o desfecho será o óbito. Cabe aos profissionais da equipe 
interdisciplinar o empenho máximo para prescrição de medidas de prevenção de 
complicações e conforto ao idoso próximo de sua finitude. Complementa-se que na 
necessidade de mobilização e transporte da pessoa idosa, orienta-se aos trabalhadores 
de saúde as capacitações para adequarem as técnicas de movimentação e 
transferência do idoso, visando à prevenção de doenças e promoção da saúde. 
 
A úlcera de pressão é uma das síndromes geriátricas que mais compromete o estado 
físico e funcional do tecido tegumentar da pessoa idosa e esta intimamente ligada à 
imobilidade e restrição ao leito. A formação da úlcera de pressão ocorre pela 
compressão prolongada da área corporal, preferencialmente, as proeminências ósseas 
sobre a superfície do colchão ou cadeira. Tal compressão reduz o fluxo sanguíneo, que 
por sua vez, diminui a nutrição celular. Outra forma de desenvolver a úlcera de pressão 
é por cisalhamento e fricção que pode causar as lesões. 
 
Três fatores externos podem se destacados por provocar a úlcera de pressão, são eles: 
- A pressão é o fator etiológico primário. O tecido mole comprime-se entre as saliências 
ósseas e superfície dura, provocando pressão nos capilares e ocorrendo isquemia 
localizada, seguida de necrose. O alívio da pressão sob o tecido ocorre pela mudança 
de decúbito. 
- Cisalhamento é uma força paralela ao plano da pele e perpendicular às protuberâncias 
ósseas, levando a oclusão dos capilares. A lesão resulta um hematoma, seguido de 
isquemia. O alívio do cisalhamento ocorre na reposição postural do indivíduo na cadeira 
ou na cama; 
- Fricção ocorre pelo atrito entre duas superfícies, podendo formar bolhas e abrasões 
superficiais na pele. Esse tipo de lesão acontece em movimentos voluntários ou 
involuntários. 
 
Outros fatores externos que contribuem para o aparecimento das úlceras de pressão: 
27 
 
umidade da pele; higiene; estar em superfície dura prolongadamente; colocação de 
comadre; sondas; agentes químicos e físicos. E os fatores internos: idade; raça; peso 
corporal; anemia; estado nutricional; imobilidade; infecção e hipertermia; fatores 
vasculares e neurológicos. 
 
Para as úlceras de pressão são descritos quatro estágios de progressão da lesão: 
- Hiperemia – aparece após 30 minutos de isquemia localizada, reverte o eritema após 
uma hora de descompressão do tecido. 
- Isquemia – presente entre duas a seis horas de pressão, a lesão ainda é reversível. 
- Necrose – após várias horas de isquemia, sendo irreversível, de aspecto azulado e 
nodulação profunda. 
- Ulceração – ocorre em torno de duas semanas, podendo tornar-se mais profunda. 
 
Na avaliação da úlcera de pressão é importante identificar o tamanho, a profundidade, 
a exsudação, a cor, o odor e a dor. Assim que identificadas as características pode-se 
classificá-las de acordo com National Pressure Ulcer Advisory Panel: 
- Estágio I – presença de eritema com a pele intacta, persistente mesmo após o alívio 
da pressão. 
- Estágio II – perda parcial da espessura da pele, envolvendo a derme e epiderme. A 
úlcera é superficial e se apresenta como abrasão, bolha ou cratera rasa com crosta, ou 
seja, há interrupção da continuidade da pele. 
- Estágio III – perda da espessura da pele com necrose ou comprometimento 
subcutâneo. Apresenta-se como uma cratera profunda e azulada. 
- Estágio IV – perda da espessura da pele com destruição extensa, necrose ou 
comprometimento muscular, ósseo e de tendões/articulações. Podendo atingir outras 
cavidades. 
 
 
Cabe aos profissionais de saúde, a orientação aos cuidadores da importância da 
mudança de decúbito e da avaliação da pele do idoso. Alguns cuidados de enfermagem 
que devem ser individualizadas para prevenção e redução de úlceras de pressão: 
28 
 
 
- Realizar a mudança de decúbito. 
- Realizar movimentos passivos. 
- Estimular movimentos ativos no leito. 
- Utilizar forro móvel. 
- Manter cabeceira elevada no máximo 30º. 
- Realizar massagem de conforto. 
- Estimular exercícios no leito. 
- Proteger proeminências ósseas. 
- Promover a alimentação equilibrada. 
- Avaliar as características da pele. 
- Realizar a higiene corporal, evitando a fricção. 
- Realizar a higiene perineal. 
- Utilizar sabonete de pH neutro. 
- Utilizar fraldas. 
- Controlar o peso. 
- Realizar a hidratação da pele. 
- Promover a reabilitação. 
- Utilizar os curativos e coberturas, de acordo com a característica da lesão. 
- Evitar o uso de talcos ou soluções alcoolizadas. 
 
 
11. Principais patologias que acometem o idoso. 
DELIRIUM 
O delirium é bem diferente do delírio. O delírio é um sintoma de doença psiquiátrica, 
habitualmente transtornos psicóticos. O paciente com delirium fica confuso e 
desorientado, tanto temporalmente quanto espacialmente, tendo dificuldades de saber 
onde está e de reconhecer a atual data (quando questionado em que ano estamos, ele 
pode responder algo como 1958). O paciente com delirium pode estar mais sonolento e 
com discurso letárgico. 
Há uma perda na capacidade de concentração, fazendo que o paciente não consiga 
prestar atenção por muito tempo em nada. Isto é evidente quando tenta-se conversar 
com o paciente, pois o mesmo distrai-se facilmente, não conseguindo manter uma 
conversação. Alterações da memória recente também são comuns, fazendo com que o 
paciente não consiga se lembrar de situações que ocorreram há poucas horas ou dias. 
Nomes alternativos: síndromecerebral aguda; estado confusional agudo 
Definição: Condição de confusão grave e rápidas alterações na função cerebral, 
geralmente como resultado de doenças físicas ou mentais tratáveis. 
Causas, incidências e fatores de risco: 
O estado confusional agudo geralmente é resultante de uma doença física ou mental e, 
normalmente, é temporário e reversível. 
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003205.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002215.htm
29 
 
O delirium consiste em uma alteração rápida entre estados mentais (por exemplo, da 
letargia à agitação e de volta à letargia) com interrupção da atenção, pensamento 
desorganizado, desorientação, alterações na sensação e percepção, além de outros 
sintomas. 
Os distúrbios que causam o delírio são numerosos e variados. Eles podem incluir 
condições que privam o cérebro de oxigênio ou de outras substâncias. O delirium pode 
ser causado por doenças dos sistemas do corpo (que não seja o cérebro) como 
envenenamento, líquido/eletrólito ou ácido/base, assim como por outras condições 
sérias e agudas. 
Sintomas: 
• distúrbio da atenção (atenção interrompida ou divagante) 
o incapacidade de manter um comportamento ou pensamento intencionais, 
direcionados a um objetivo 
o incapacidade de concentração 
• pensamento desorganizado, evidenciado por 
o fala incoerente 
o incapacidade de cessar padrões de fala ou comportamento 
• desorientação quanto ao tempo ou espaço 
• alterações na sensação e percepção (aumenta a desorientação) 
o pode precipitar ilusões ou alucinações 
• nível alterado da consciência 
• padrões do sono alterados, sonolência 
• a condição de alerta pode variar, geralmente mais alerta de manhã, menos alerta 
à noite (veja sonolência) 
• diminuição da memória e recordação recentes 
o incapacidade de recordar eventos depois de iniciado o delírio (amnésia 
anterógrada) 
o incapacidade de recordar eventos passados (amnésia retrógrada) 
• alterações nas atividades motoras, no movimento (por exemplo, o indivíduo pode 
estar letárgico ou lento) 
• movimentos ativados pelas alterações no sistema nervoso (inquietação 
psicomotora) 
• alterações emocionais ou de personalidade 
o ansiedade 
o raiva 
o apatia 
o depressão 
o euforia 
o irritabilidade 
Sinais e exames: 
O exame neurológico pode revelar anormalidades, incluindo reflexos anormais e níveis 
anormais de reflexos normais. Os estudos psicológicos e exames de sensação, função 
cognitiva e função motora podem apresentar resultados anormais. 
As lesões específicas, extensão do dano e causa do delírio podem ser indicadas pelos 
resultados dos exames e procedimentos, incluindo, entre outros: 
• eletrólitos séricos 
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003088.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003212.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002350.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002275.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003258.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003202.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003208.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003257.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003088.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003212.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003211.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003088.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003213.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003468.htm
30 
 
• análise bioquímica do sangue (chem-20) 
• cálcio sérico 
• exame de glicose 
• exame de magnésio sérico 
• CPK 
• testes da função hepática 
• níveis de amônia 
• nível do hormônio estimulante da tireóide 
• exames de função tireóidea 
• nível de B12 
• níveis de drogas, álcool (triagem toxicológica) 
• teste de urina I 
• gasometria do sangue 
• EEG, eletroencefalograma 
• tomografia computadorizada da cabeça 
• exame de ressonância magnética da cabeça 
• análise do LCR (líquido cefalorraquidiano) 
Tratamento: 
O objetivo do tratamento é controlar ou reverter os sintomas, variando de acordo com a 
condição específica que está causando o delirium. As pessoas devem estar em um 
ambiente agradável, confortável, que não ofereça qualquer ameaça e fisicamente 
seguro para que seja feito o diagnóstico e iniciado o tratamento. Pode ser necessária a 
hospitalização durante um curto período de tempo. 
Deve-se identificar e tratar a causa. 
A suspensão ou alteração de medicamentos que piorem a condição de confusão ou que 
não sejam essenciais para o cuidado das pessoas pode melhorar o funcionamento 
cognitivo, mesmo antes do tratamento do distúrbio subjacente. Os medicamentos que 
podem piorar a condição de confusão são os anticolinérgicos, analgésicos, cimetidina, 
depressores do sistema nervoso central e lidocaína, entre outras. 
Os distúrbios que contribuem para a condição de confusão devem ser tratados. Estes 
podem incluir insuficiência cardíaca, diminuição de oxigênio (hipóxia), níveis excessivos 
de dióxido de carbono (hipercapnia), distúrbios tireóideos, anemia, distúrbios 
nutricionais, infecções, insuficiência renal, insuficiência hepática e condições 
psiquiátricas como a depressão, por exemplo. A correção de distúrbios médicos e 
psiquiátricos coexistentes geralmente melhora significativamente o funcionamento 
mental do paciente. 
Podem ser necessários medicamentos para controlar comportamentos agressivos ou 
agitados ou que ofereçam algum perigo, tanto para as próprias pessoas como para 
outras. Os medicamentos geralmente são administrados em dosagens muito baixas, 
sendo adaptadas posteriormente de acordo com a necessidade. 
Os medicamentos que podem ser administrados são: 
• tiamina 
• antipsicóticos, tomados à noite 
• beta-bloqueadores (se a demência estiver relacionada com lesões do sistema 
nervoso central) 
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003468.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003477.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003482.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003487.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003503.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002759.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003684.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003705.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003578.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003579.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003855.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003931.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003786.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003791.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003625.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003205.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002123.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002311.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/000158.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003215.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003469.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/001159.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/000560.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/000501.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003213.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003212.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002401.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/000739.htm
31 
 
• drogas que afetem a serotonina (lítio, trazodona, buspirona e clonazepan) 
• bloqueadores de dopamina (como o haloperidol) 
• fluoxetina,imipramina (podem ajudar a estabilizar o humor) 
• vasodilatadores cerebrais (com relatos de resultados variáveis) 
• as drogas estimulantes podem melhorar o humor 
O funcionamento sensorial deve ser avaliado e aumentado de acordo com a 
necessidade, utilizando aparelhos auditivos, óculos ou cirurgia de catarata. 
Pode haver necessidade de tratamento psiquiátrico convencional. Para controlar os 
comportamentos inaceitáveis ou perigosos, pode ser de valia o estímulo à modificação 
comportamental por meio de recompensas ou estímulos positivos, ao mesmo tempo em 
que se ignoram os comportamentos inadequados (dentro dos limites de segurança). 
Para ajudar a diminuir a desorientação, deve-se reforçar repetidamente a orientação da 
realidade, do ambiente e outras orientações. 
Expectativas (prognóstico): 
O resultado varia, uma vez que os distúrbios agudos que causam o delírio podem 
coexistir com distúrbios crônicos que causam a demência. As síndromes cerebrais 
agudas podem ser reversíveis com o tratamento da causa subjacente. O delirium 
geralmente dura apenas cerca de uma semana, embora possa levar várias semanas 
para que a função cognitiva retorne aos níveis normais. A recuperação total é comum. 
Complicações: 
• perda da capacidade de cuidar de si próprio 
• perda da capacidade de interação 
• pode evoluir e converter-se em estupor ou coma 
• efeitos colaterais de medicamentos utilizados para tratar o distúrbio 
• outras complicações que variam dependendo do distúrbio causador. 
Solicitação de assistência médica: 
Chame seu médico se ocorrer uma rápida alteração no estado mental. 
DEPRESSÃO: sinônimos e nomes relacionados: 
Transtorno depressivo, depressão maior, depressão unipolar, incluindo ainda tipos 
diferenciados de depressão, como depressão grave, depressão psicótica, depressão 
atípica, depressão endógena, melancolia, depressão sazonal. 
O que é a depressão? 
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003561.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002957.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/001931.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003326.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002215.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/002312.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/000739.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003202.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003202.htm
http://adam.sertaoggi.com.br/encyclopedia/ency/article/003205.htm
32 
 
Depressão é uma doença que se caracteriza 
por afetar o estado de humor da pessoa, 
deixando-a com um predomínio anormal de 
tristeza. Todas as pessoas, homens e 
mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser 
atingidas, porém mulheres são duas vezes 
mais afetadas que os homens. Em crianças e 
idosos a doença tem características 
particulares, sendo a sua ocorrência em ambos 
os grupos também freqüente. 
Como se desenvolve a depressão? Na 
depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é possível haver clareza 
sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente 
das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais 
é possível localizar o evento desencadeador. 
As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a 
doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e 
neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e 
psicológicos, como: 
 
 
Estresse 
 
Estilo de vida 
 
Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, 
climatério, crise da meia-idade, entre outros. 
Como se diagnostica a depressão? 
Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a maior parte do dia por 
pelo menos duas semanas, nem sempre sendo possível saber porque a pessoa está 
assim. O mais importante é saber como a pessoa sente-se, como ela continua 
organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene, 
alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a fim de 
se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz. 
O que sente a pessoa deprimida? 
Freqüentemente o indivíduo deprimido sente-se triste e desesperançado, desanimado, 
abatido ou " na fossa ", com " baixo-astral ". Muitas pessoas com depressão, contudo, 
negam a existência de tais sentimentos, que podem aparecer de outras maneiras, como 
por um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de 
culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas 
médicas que as justifiquem. Pode ocorrer também uma perda de interesse por 
atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades 
recreativas, passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam 
de ser agradáveis. Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados, 
podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento, havendo perda 
ou ganho de peso. Em relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo 
dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da noite ou mesmo mais cedo 
33 
 
que o seu habitual, não conseguindo voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de 
diminuição de energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico. 
Como é o pensamento da pessoa deprimida? 
Pensamentos que freqüentemente ocorrem com as pessoas deprimidas são os de se 
sentirem sem valor, culpando-se em demasia, sentindo-se fracassadas até por 
acontecimentos do passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os 
indivíduos com tais pensamentos. Muitas pessoas podem ter ainda dificuldade em 
pensar, sentindo-se com falhas para concentrar-se ou para tomar decisões antes 
corriqueiras, sentindo-se incapazes de tomá-las ou exagerando os efeitos 
"catastróficos" de suas possíveis decisões erradas. 
Pensamentos de morte ou tentativas de suicídio 
Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em outras pessoas que já 
morreram, ou na sua própria morte. Muitas vezes há um desejo suicida, às vezes com 
tentativas de se matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do 
sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria depressão, que fazem a pessoa 
culpar-se, sentir-se inútil ou um peso para os outros. Esse aspecto faz com que a 
depressão seja uma das principais causas de suicídio, principalmente em pessoas 
deprimidas que vivem solitariamente. É bom lembrar que a própria tendência a isolar-
se é uma conseqüência da depressão, a qual gera um ciclo vicioso depressivo que 
resulta na perda da esperança em melhorar naquelas pessoas que não iniciam um 
tratamento médico adequado. 
Sentimentos que afetam a vida diária e os relacionamentos pessoais 
Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil 
iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas 
habituais pode tornar-se um peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de 
filhos, entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações penosas, ou mesmo 
impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas. Dessa forma, o relacionamento 
com outras pessoas pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem 
acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresse por amizades e 
por convívio social podem fazer o indivíduo tender a se isolar, até mesmo dificultando a 
busca de ajuda médica. 
Como se trata a depressão? 
A depressão é uma doença que não há cura e sim controle. O tratamento médico 
sempre se faz necessário, sendo o tipo de tratamento relacionado ao perfil de cada 
paciente. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas 
mostrados anteriormente e com pouco prejuízo sobre as atividades da vida diária. 
Nesses casos, o acompanhamentomédico é fundamental, mas o tratamento pode ser 
apenas psicoterápico. 
Pode haver também casos de depressões bem mais graves, com maior prejuízo sobre 
o dia-a-dia do indivíduo, podendo ocorrer também sintomas psicóticos (como delírios e 
alucinações) e ideação ou tentativas de suicídio. Nessa situação, o tratamento 
medicamentoso se faz obrigatório, além do acompanhamento psicoterápico. 
34 
 
Os medicamentos utilizados são os antidepressivos, medicações que não causam 
“dependência”, são bem toleradas e seguras se prescritas e acompanhadas pelo 
médico. Em alguns casos faz-se necessário associar outras medicações, que podem 
variar de acordo com os sintomas apresentados (ansiolíticos, antipsicóticos). 
DEMÊNCIA 
Demência é uma condição em que ocorre perda da função cerebral. É um conjunto de 
sintomas que afetam diretamente a qualidade de vida da pessoa, levando a problemas 
cognitivos, de memória, raciocínio e afetando, também, a linguagem, o comportamento 
e alterando a própria personalidade. 
Tipos 
As demências podem ser agrupadas em dois grandes grupos: as reversíveis e as 
irreversíveis, estas últimas também chamadas de degenerativas. As demências do tipo 
irreversível também são progressivas, ou seja, pioram com o passar do tempo. O melhor 
exemplo de demência degenerativa é a doença de Alzheimer. Os danos causados ao 
cérebro, neste caso, não podem, portanto, ser interrompidos ou revertidos. 
Já as demências reversíveis são aquelas que, apesar de causarem danos ao cérebro, 
podem ter seus sintomas revertidos. Bons exemplos para esse caso são tumores 
cerebrais, deficiência de vitamina B12, hidrocefalia normotensiva, entre outros. 
Causas 
Diversas doenças estão por trás das causas da demência. Veja exemplos: 
Demências degenerativas 
• Doença de Alzheimer 
• Demência com corpos de Lewy, cujos sintomas são similares aos do Alzheimer 
e cuja incidência é a segunda maior entre as demências (perdendo apenas 
para o próprio Alzheimer) 
• Demência vascular, resultante de uma série de pequenos acidentes vasculares 
cerebrais (AVC) 
• Demência frontotemporal, que é uma degeneração que ocorre no lóbulo frontal 
do cérebro e que pode se espalhar para o lóbulo temporal. 
Demências reversíveis 
• Tumores cerebrais 
• Demências de causa metabólica, em que há alterações nos níveis de açúcar, 
sódio e cálcio no sangue 
• Baixos níveis de vitamina B12 
• Hidrocefalia normotensiva 
• Uso de determinados medicamentos, principalmente alguns para tratar 
colesterol 
• Abuso crônico do álcool. 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/demencia
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/alzheimer
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/avc
https://www.minhavida.com.br/temas/açúcar
https://www.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/18344-sodio
https://www.minhavida.com.br/temas/cálcio
https://www.minhavida.com.br/alimentacao/tudo-sobre/17735-vitamina-b12
https://www.minhavida.com.br/temas/medicamentos
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/colesterol
https://www.minhavida.com.br/temas/álcool
35 
 
Outras demências 
• Traumatismo craniano 
• Doença de Parkinson 
• Esclerose múltipla 
• Doença de Huntington 
• Doença de Pick 
• Paralisia supranuclear progressiva 
• Infecções que podem afetar o cérebro, como HIV/AIDS e doença de Lyme 
• Doença de Creutzfeldt-Jakob. 
ALZHEIMER: 
Alois Alzheimer, neurologista alemão que primeiro descreveu esta patologia. 
É um distúrbio degenerativo, progressivo e irreversível que deteriora com o passar do 
tempo as funções cerebrais, como perda de Memória, linguagem, razão e habilidade de 
cuidar de si próprio. 
A doença de Alzheimer não é encontrada exclusivamente em idosos. As estatísticas 
mostram que 1 a 5% dos casos têm início na meia idade (45-50anos), cerca de 10% em 
maiores de 65 anos e 25% a partir de 85 anos. Ainda segundo as estatísticas, feito o 
diagnóstico, o tempo médio de sobrevida varia de 8 a 10 anos. 
 
 
Causas: 
 Não se conhece a causa específica, pesquisadores levantam a hipótese de que algum 
vírus e a deficiência de certas enzimas e proteínas estejam envolvidos na etiologia da 
doença. 
Nos EUA as pesquisas tendem a uma causa: fator hereditário devido a alteração do 
cromossomo 21. Sabe-se que o Alzheimer afeta as células do neurotransmissor de 
Acetilcolina que esta envolvido no processamento da memória. 
Sintomas: 
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/parkinson
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/esclerose-multipla
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/aids
36 
 
*estágio I: 
Forma inicial. Ocorre: esquecimento e perda sutil da memória. 
*estagio II: 
Forma moderada. Ocorre: dificuldade para falar, realizar movimentos e tarefas simples, 
agitação e insônia. 
*estagio III: 
Forma grave. Ocorre resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e 
fecal, dificuldade para comer, deficiência motora progressiva. 
*estagio IV: 
Terminal. Ocorre: restrição ao leito e dor ao deglutir. 
Diagnóstico: 
O histórico de saúde, incluindo anamnese, história social e cultural, história 
medicamentosa, exame físico, incluindo o estado de saúde funcional e mental 
constituem a chave no diagnóstico da provável doença de Alzheimer. Também são 
necessários exames complementares como: Eletroencefalograma, Tomografia 
Computadorizada e Ressonância Magnética. 
Tratamento: 
Até o momento, a doença permanece sem cura, em 1993 nos EUA foi aprovado o 
primeiro medicamento para doença de Alzheimer, CLORIDRATO DE TACRINA, esta 
medicação estimula Acetilcolina e ameniza os sintomas. 
Recomendações: 
- cuidar de doentes de Alzheimer é desgastante, portanto procure ajuda familiar e/ ou 
profissional. 
- fazer o paciente usar uma pulseira ou colar com endereço, nome e telefone e as 
palavras” memória prejudicada”. 
-estabelecer rotina diária e ajudar o doente a cumpri-la; espalhar lembretes e pela casa 
( apague a luz, feche as torneiras, desligue a tv...) 
-encorajar a pessoa vestir-se sozinha, comer, ir ao banheiro, estimular o auto-cuidado. 
-eliminar álcool e cigarro, pois agravam o desgaste mental. 
Estimular convívio familiar e social. 
 
PARKINSON 
37 
 
Em 1817, James Parkinson descreveu pela primeira vez uma doença neurológica que 
compromete os movimentos. 
É uma doença neurológica, crônica e progressiva, sem causa conhecida, que atinge o 
sistema nervoso central e compromete os movimentos. 
Sintomas: 
Os sintomas variam de paciente para paciente. Em geral, no início apresentam tremores 
nas extremidades das mãos e lentidão dos movimentos. Outros sintomas podem ser 
associados ao início da doença como rigidez muscular, acinesia( redução da quantidade 
de movimentos), distúrbios da fala, disfagia e depressão. 
Causas: 
A principal causa é a morte das células do cérebro, em especial na área conhecida como 
substância negra, responsável pela produção da Dopamina, um neurotransmissor que 
entre outras funções controla os movimentos. 
 
Diagnóstico: 
É feito por exclusão. Recomenda-se Tomografia Computadorizada e Ressonância 
Magnética para certificar se há outra doença no cérebro. 
Tratamento: 
Paliativo já que não há renovação de células no organismo. 
Combater e retardar os sintomas são palavras chaves. Fonoaudiólogos, fisioterapia e 
terapia ocupacional são mecanismos para se combater esta patologia. O medicamento 
Levodopa é o mais importante para amenizar os sintomas. A Levodopa se transforma 
em Dopamina no cérebro. 
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO 
Resulta da restrição de irrigação sanguínea ao cérebro, causando lesão celular e 
danos nas funções neurológicas. As causas mais comuns são os trombos, o 
embolismo e a hemorragia. 
Pode ser de dois tipos: 
Acidente vascular isquêmico – falta de circulação numa área do cérebro 
provocada por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, 
trombose ou embolia. Mais comum em idosos, com diabetes, colesterol 
elevado, hipertensão arterial, problemas vasculares e fumantes. 
Acidente vascular hemorrágico

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