Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA VARA xxxxx DA COMARCA DE xxxxx ANTONIA MOREIRA SOARES, portuguesa, casada, médica, CPF xxxx, RG xxx, endereço eletrônico, residente e domiciliada sito à rua xxxxx, bairro xxxx, cep xxx, cidadae/estado; vem mui respeitosamente perante a presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono, FULANO DE TAL, conforme procuração em anexo (doc. 1), com endereço profissional sito à avenida xxx, bairro xxx, cep xxx, cidade/ estado, para onde deverão ser remetidas todas as intimações, nos moldes do art. 77, V do CPC propor AÇÃO DE DIVÓRCIO C/C TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR ANTECEDENTE C/C DANOS MORAIS Em face de PEDRO SOARES, brasileiro, casado, dentista, CPF xxxx, RG xxx, endereço eletrônico, residente e domiciliado no endereço da autora desta ação; pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor: 1. DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA Requer o autor, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, com fulcro no disposto na Constituição Federal, art 5º, LXXIV e artigos 98 e 99, § 3º do CPC/2015, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, conforme declaração em anexo (Doc.). 2. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO A autora não vislumbra nenhum óbice quanto à realização da audiência de conciliação, conforme preceitua o art. 3º do CPC/2015. 3. DA NARRATIVA DOS FATOS Narra a autora que após 30 anos de união conjugal com o requerido, essa descobriu que aquele mantinha um caso extraconjugal, o que, por óbvio, impossibilitou a manutenção da sociedade conjugal. Ocorre que o requerido ao tomar conhecimento da pretensão da autora em pedir o divórcio tratou de doar à irmã Isabel dois veículos, nos modelos SW4 e um Corolla, ambos da marca Toyota, assim como passou a sacar altas quantias das contas conjuntas que mantém com a autora. Ao ter ciência do comportamento do requerido, a autora dirigiu-se ao banco e se municiou com os comprovantes de saque, conforme anexo (doc. 2). 4. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS Conforme exposto na narrativa dos fatos, Excelência, o requerido, após 30 anos de união violou um dos deveres do casamento que é o da fidelidade recíproca, conforme o art. 1.566 do Código Civil, o que permite a autora requerer a separação judicial e consequente dissolução da sociedade conjugal, pelo divórcio, de acordo com o art. 1.571, IV do Código Civil. Outrossim, a mantença de um casamento fracassado tem provocado à autora farto desânimo e tristeza, tendo em vista que além da descoberta da traição, o requerido ainda se mostra disposto a dilapidar o patrimônio, construído com muito sacrificio por ambos, com o claro intuito de lesar a autora, demonstrando total desrespeito e má-fé por parte do réu, tornando impossível o compartilhamento de uma vida em comum. Além disso, cabe ressaltar que o divórcio passou a ser um direito potestativo dos cônjuges, no qual desaparecendo a vontade de continuarem juntos, pode-se perquirir pela decretação do divórcio. Dessa forma, a autora requer que seja decretada a dissolução da sociedade conjugal com o requerido mediante divórcio, nos moldes do art. 1.571 do Código Civil. Ato contínuo, repise-se, sr. Magistrado, que diante da ocorrência do caso extraconjugal, o que impossibilita a continuação do casamento, além de requerer a dissolução da sociedade conjugal, nos moldes dos artigos 1.571 e 1.572 do Código Civil, requer também o levantamento de todos os bens do casal e consequente meação, conforme preceitua o art. 1.658 do Código Civil, tendo em vista que os litigantes casaram-se sob o regime de comunhão parcial de bens, onde “(...) comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes”. Tal pleito faz-se imprescindível, uma vez que o requerido, ao tomar conhecimento do desejo da autora em pedir o divórcio, passou a doar os bens móveis à sua irmã, bem como passou a sacar vultosas quantias das contas conjuntas, conforme documentos anexos (doc. 2). À vista do exposto, requer a autora o levantamento de todos os bens e numerários adquiridos na constância do casamento para que seja feita a devida partilha de bens. Por fim, há de se trazer à baila também, Excelência, o prejuízo psicológico que a autora sofreu diante da descoberta do caso extraconjugal. Foram 30 anos de vida em comum, relação esta que a autora sempre empregou seu tempo, respeito e esmero, procurando oferecer ao requerido um porto seguro, uma esposa companheira para todas as horas. A ciência de um comportamento infiel por parte do requerido causou grande tristeza e decepção à autora, posto que tal atitude decretou o fracasso de sua relação marital. Para aumentar mais ainda o desespero e a mágoa daquela, além do comportamento de traidor, o requerido tem se mostrado um cônjuge mesquinho, ingrato e desrespeitoso, posto que tem agido de forma deliberadamente inconsequente ao se desfazer dos bens do casal para atingir de modo vil à autora no que tange à meação de tais bens. Ademais, há de se convir, sr. Magistrado, que apesar de ser um ato comum, a infidelidade não é bem quista pela sociedade, uma vez que causa raiva, tristeza, mágoa. Crístofer Batista da Costa e Cláudia Mara Busetto Cenci explanam que “é mais comum encontrar pessoas que já tiveram uma relação extraconjugal que pessoas fiéis e que, apesar da incidência de casos de infidelidade, tal fenômeno é considerado um problema grave e incabível até mesmo para aqueles que traem”. (COSTA e CENCI, 2014, s.p.). É cediço que ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas respeitar o é!! Portanto, merece prosperar, em favor da autora, a condenação do requerido ao pagamento de indenização por danos morais, no quantum indenizatório de R$ XXXX, diante do abalo psicológico que a autora sofreu bem como pela situação vexatória de infidelidade pela qual passou. 4.1. DA TUTELA DE URGÊNCIA DE NATUREZA CAUTELAR ANTECEDENTE O Código de Processo Civil é cristalino ao preceituar no seu art. 305 que para a concessão de uma tutela cautelar é imprescindível a presença de dois elementos: a probabilidade do direito e o perigo de dano ao resultado útil do processo. É cediço que a tutela cautelar tem natureza assecuratória, isto é, de resguardar um provável direito, com o objetivo de garantir a efetividade do provimento jurisdicional ao final da lide. Ora, Excelência, diante dos fatos narrados não o que se discutir quanto à inequívoca presença do direito da autora em requerer a preservação dos bens do casal, que foram adquiridos durante a constância da união conjugal. O casamento entre os litigantes foi realizado sob o manto do art. 1.658 do código civil que trata sobre o regime de comunhão parcial de bens. Logo, todo o patrimônio proveniente dessa união deve ser partilhado igualmente, de modo que até a finalização da ação do divórcio com a consequentepartilha dos bens, nenhum dos cônjuges, sem a anuência do outro, poderá alienar, arrendar, doar ou promover qualquer negócio jurídico que venha causar prejuízo ao outro cônjuge. Ocorre, no entanto, sr. Magistrado, que o requerido de maneira ardilosa e utilizando-se de má-fé, passou a dilapidar o patrimônio do casal, fazendo doações à sua irmã - com vistas à anulabilidade das mesmas, diga-se de passagem - bem como passou a sacar, deliberadamente, vultosas quantias das contas conjuntas que mantinha com autora. Diante de tal comportamento, é inegável que até final desta lide, se não houve um socorro do judiciário, a autora corre fundado receio de dano irreparável, posto que não haverá também bem algum que possa satisfazer as pretensões da autora com a decretação do divórcio, o que certamente geraria um grave dano ao resultado útil do processo. Na esteira dos melhores julgados, tem-se decisão do TJDFT que assevera que: “A antecipação de tutela formulada no ambiente da tutela provisória de urgência em caráter antecedente tem como pressupostos genéricos a ponderação da subsistência de prova inequívoca e a verossimilhança da argumentação alinhada de forma a ser aferido que são aptas a forrar e revestir de certeza o direito material invocado, resultando da aferição da inverossimilhança do aduzido a ausência da probabilidade indispensável à sua concessão, à medida que não tem caráter instrumental, ensejando, ao contrário, o deferimento da prestação perseguida de forma antecipada (NCPC, arts. 300 e 303)." (Acórdão 1124008, unânime, Relator: TEÓFILO CAETANO 1ª Turma Cível, data de julgamento: 12/9/2018). Logo, perante tal situação de urgência e inequívoca iminência de dano ao objeto desta presente ação, requer a autora que Vossa Excelência se digne a conceder tal liminar inaudita altera pars, nos moldes do art. 305 do CPC para que sejam os bens apreendidos bem como as contas conjuntas sejam bloqueadas até o http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=1124008 provimento jurisdicional final que garanta a adequada partilha de todos os bens, em consonância com o art. 301 do CPC. 5. DOS PEDIDOS Diante da situação em comento, requer desse juízo: a. Os benefícios da justiça gratuita, nos moldes do art. 5º, LXXIV da CF/88 e artigos 98 e 99, § 3º do CPC/2015; b. Citação do réu para, caso desejar, responder com o recurso pertinente o provimento da tutela cautelar; nos moldes do art. 304 do CPC. c. Intimação do réu para compor a presente lide bem como para comparecimento à audiência de conciliação, conforme art. 3º do CPC; d. A decretação do divórcio, para dissolver a sociedade conjugal, e consequente partilha dos bens; e. Que o requerido seja condenado a pagar indenização por danos morais à autora, no valor de XXX; f. A condenação do requerido ao pagamento de custas e honorários advocatícios. g. Que seja acolhido o pedido de concessão de tutela de urgência de natureza cautelar em favor da autora para apreensão de todos os bens dos litigantes bem como o bloqueio das contas conjuntas. 6. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas admitidas em direito. 7. DO VALOR DA CAUSA Dá-se a presente causa o valor de R$ XXXXXX Nestes termos, Pede deferimento ___________ Advogado OAB/UF Local, data, mês e ano.
Compartilhar