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Tecido Epitelial: Caracteriza-se por apresentar células bem próximas entre si com pequena quantidade de material extracelular Principais funções: revestimento e secreção - Revestimento de superfícies internas e externas de órgãos ou do corpo todo - Células epiteliais podem excretar pois podem constituir glândulas - Células mioepiteliais são capazes de contração - Epitélios são constituídos de células poliédricas. São células justapostas e com pouca substância extracelular. - A forma dos núcleos geralmente acompanha a forma das células - Praticamente todo epitélio é apoiado sobre tecidos conjuntivos. - No caso dos epitélios que revestem as cavidades de órgãos ocos, a camada de tecido conjuntivo recebe o nome de lâmina própria. A porção da célula epitelial voltada para o tecido conjuntivo é denominada porção basal ou polo basal, enquanto a extremidade oposta é denominada porção apical ou polo apical. A superfície da porção apical é chamada de superfície livre e as superfícies que confrontam células adjacentes são denominadas superfícies laterais. Essas superfícies normalmente se continuam com a superfície que forma a base das células, chamadas de superfícies basolaterais. As lâminâs bâsâis possuem como componentes principais o colágeno tipo IV, as glicoproteínas lâmina, entactina e proteoglicanos. A lâmina basal é se prende ao tecido conjuntivo por meio de fibras de ancoragem constituídas por colágeno tipo VII. As lâminas basais entre as camadas de células epiteliais muito próximas entre si são mais espessas pois resultam na fusão das lâminas basais de casa uma das camadas de células epiteliais. Lâmina basal: constituída por colágeno, laminina (glicoproteína) e proteoglicanas (proteínas + glicosaminoglicanas) As glicosaminoglicanas contém cargas negativas e prendem cátions aos quais se ligam numerosas moléculas de água. Assim se forma um gel muito rico em água que resiste às compressões. Trata-se de um polissacarídeo muito grande e que consiste em unidades repetidas. Os componentes das lâminas basais são secretados pelas células epiteliais, musculares, adiposas e de Schwann. Em alguns casos, fibras reticulares estão intimamente associadas à lâmina basal, constituindo a lâmina reticular. As lâminas basais têm várias funções; uma das principais é promover a adesão das células epiteliais ao tecido conjuntivo subjacente. Elas também são importantes: para filtrar moléculas; influenciar a polaridade das células; regular a proliferação e a diferenciação celular pelo fato de se ligarem a fatores de crescimento; influir no metabolismo celular; organizar as proteínas nas membranas plasmáticas de células adjacentes afetando a transdução de sinais através dessas membranas; servir como caminho e suporte para migração de células. A lâmina basal parece conter informações necessárias para algumas interações célula–célula, como a reinervação de células musculares desnervadas; nesse caso, a lâmina basal ao redor das células musculares é necessária para o estabelecimento de novas junções neuromusculares. - A membrana basal é mais espessa que a lâmina basal pois inclui algumas proteínas que se situam no tecido conjuntivo próximo à lâmina basal Câderinâs – glicoproteínas transmembranas que acionam a adesão entre células. Elas perdem sua capacidade de promover adesividade na ausência de Ca2+. Interdigitâções: outra maneira de aumentar a adesão entre as células – por maio de dobras das membranas que se encaixam nas dobras das membranas de células adjacentes. Os vários tipos de junções entre as células servem como locais de adesão, mas também como vedantes, oferecendo também a comunicação entre células adjacentes. Tecido Epitelial As junções estreitas ou zônulas de oclusão são junções mais próximas da superfície apical da célula. A oclusão veda o espaço intercelular. Junçâõ õçlusivâ: - Adere firmemente as membranas plasmáticas de células contíguas através de uma região perto da boca apical - Impedem a passagem de substâncias pelo espaço intercelular - Sucessivas junções oclusivas formam uma espécie de anel circundante presença de ocludinas (proteínas integrais) nas bicamadas lipídicas das duas membranas, que aderem firmemente entre si, ocluindo o espaço intercelular. A zõnulâ de âdesâõ circunda toda a célula e contribui para a aderência entre células adjacente. - Característica importante: inserção de numerosos filamentos de actina em placas de material elétron-denso contidas no citoplasma subjacente à membrana da junção. Os filamentos fazem parte da trama terminal, uma rede de filamentos de actina, filamentos intermediários e espectrina existente no citoplasma apical de muitas células epiteliais. O conjunto da zônula de oclusão e zônula de adesão que circunda a lateral da região apical de muitos tipos de células epiteliais se da o nome de complexo unitivo. Desmõssõmõs õu mâçulâ de âdesâõ: estrutura em forma de disco na superfície de uma célula e que é sobreposta a uma estrutura idêntica observada na superfície da célula adjacente. No lado interno de uma das células há uma placa circular chamada placa de ancoragem, composta de pelo menos 12 proteínas - Localiza-se abaixo do cinturão adesivo - Mantém as células unidas; conferem resistência mecânica. - Contém glicoproteínas transmembranosas da família das caderinas, que unem as membranas adjacentes - Se associam a filamentos intermediários (queratina) - Presença de uma placa discoidal (proteica): uma face se relaciona com as caderinas e a outra com os filamentos Hemidesmõssõmõs podem ser encontrados na região de contato entre alguns tipos de células epiteliais e sua lâmina basal. Essas junções têm a estrutura de metade de um desmossomo e prendem a célula epitelial à lâmina basal. Nos desmossomos as placas de ancoragem contêm principalmente caderinas, enquanto nos hemidesmossomos as placas de ancoragem contêm integrinas, uma família de proteínas transmembranas que podem agir como receptores para macromoléculas da matriz extracelular, tais como lâmina e colágeno tipo IV. -Aspecto de meio desmossomo - Auxiliam na fixação do tecido epitelial à membrana basal - Participação de proteínas da família das integrais (proteínas transmembrana) - Mais frequente em células submetidas a atritos Junções çõmuniçântes: podem existir praticamente em qualquer local das membranas laterais das células epiteliais. As junções comunicantes participam da coordenação das contrações do músculo cardíaco. - Permite a livre passagem de íons, aminoácidos, nucleotídeos, etc. - É impermeável a macromoléculas - Normalmente estão abertos – fecham-se quando a concentração de Ca++ no citosol aumenta. Cinturâõ âdesivõ: - Localiza-se abaixo da junção de oclusão - Ajuda a manter as células epiteliais unidas - Formado por glicoproteínas transmembranosas (caderinas) e filamentos de actina - A união ocorre por meio das caderinas de ambas as células ESPECIALIZACÕES DA SUPERFICIE APICAL DAS CELULAS EPITELIAIS Microvilosidades: - Podem ser curtas ou longas - Exercem intensa absorção (epitélio de revestimento do intestino delgado e dos túbulos proximais dos rins) - Em seu interior há feixes de filamentos de actina, os quais, por meio de várias outras proteínas, mantém ligações cruzadas entre si e ligações com a membrana plasmática do microvilo. Nas células que exercem intensa absorção por sua superfície apical, o glicocálice é mais espesso, e o conjunto formado por glicocálice e microvilos é visto facilmente ao microscópio de luz, sendo chamado de borda em escova ou borda estriada. Estereõçiliõs: - Prolongamentos longos e imóveis que são microvilos longos e ramificados. Não devem ser confundidos com os verdadeiros cílios, que são móveis. - Aumentam a área de superfície da célula facilitando o movimento de moléculas para dentro e para fora da célula. São comuns em células do revestimento epitelialdo epidídimo e do ducto deferente. Ciliõs e flâgelõs: - Os cílios estão inseridos em corpúsculo basais situados no ápice das células, logo abaixo da membrana. A estrutura dos corpos basais é análoga à dos centríolos Os cílios exibem um rápido movimento de vaivém. O movimento ciliar de um conjunto de células de um epitélio é frequentemente coordenado para possibilitar que uma corrente de fluido ou de partículas seja impelida em uma direção ao longo da superfície do epitélio. Trifosfato de adenosina (ATP) é a fonte de energia para o movimento ciliar. Calcula-se que cada célula ciliada da traqueia tenha aproximadamente 250 cílios. A estrutura dos flagelos, que no corpo humano são encontrados somente em espermatozoides, é semelhante à dos cílios, porém os flagelos são mais longos e limitados a um por célula. Tipõs de Epiteliõ - Divididos em dois grupos principais: 1. Epitélios de revestimento: folhetos que cobrem a superfície externa do corpo ou que revestem cavidades internas (lúmen dos vasos sanguíneos, lúmen de todos os órgãos ocos, tubos de diversos calibres). São classificados de acordo com o número de camadas de células que constituem esses folhetos epiteliais e conforme as características morfológicas das suas células. Epitélio simples: uma só camada de células - Pavimentoso: células achatadas (ladrilhos) e núcleos alongados. – Reveste o lúmen dos vasos sanguíneos e linfáticos (endotélio), grandes cavidades do corpo, como as cavidades pleural, pericárdica e peritoneal, recobrindo os órgãos contidos nessas cavidades (mesotélio). - Cúbico: células cubóides e seus núcleos são arredondados – encontrado na superfície externa do ovário e formando parede de pequenos ductos excretores de muitas glândulas. - Prismático: células alongadas, núcleos alongados, elípticos e acompanham o maior eixo da célula. (reveste o lúmen intestinal e o lúmen da vesícula biliar) – alguns são ciliados (tuba uterina – ajudam o transporte dos espermatozóides). - Epitélio simples pavimentoso formado por uma camada de células achatadas, bastante delgadas e com núcleos alongados. É um mesotélio. - Epitélio simples cúbico – A. revestimento do ovário, B. plexo Corioide. Epitélio estratificado: mais de uma camada de células. - Cúbico e prismático: raro no organismo (cúbico encontrado em curtos trechos de ductos excretores de glândulas; prismático encontrado na conjuntiva do olho) - Pavimentoso: distribuem em várias camadas, forma das células dependem de onde as células estão. As células epiteliais mais próximas ao tecido conjuntivo (chamadas células basais) são geralmente cúbicas ou prismáticas. Essas células migram lentamente para a superfície do epitélio, mudando sua forma: elas gradativamente se tornam alongadas e achatadas como ladrilhos. O nome desse epitélio deriva, portanto, da forma das células de sua camada mais superficial. Essas células descamam, sendo substituídas pelas células que continuamente migram da base para a superfície. Esses epitélios revestem cavidades úmidas (p. ex., boca, esôfago, vagina), sujeitas a atrito e a forças mecânicas, e é mais corretamente denominado epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. A superfície da pele, cuja superfície é seca, é revestida por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado. Neste epitélio, as células das camadas mais superficiais morrem, perdem suas organelas e seu citoplasma é ocupado por grande quantidade de queratina. Essa camada de queratina confere grande proteção à superfície da pele e impede a perda de líquido pela pele. As células mortas descamam gradativamente da superfície. - Transição: reveste a bexiga urinária, o uréter e a porção inicial da uretra. É um epitélio estratificado no qual a forma das células da camada mais superficial varia com o estado de distensão ou relaxamento do órgão. Quando a bexiga está vazia, as células mais externas do epitélio são frequentemente globosas e de superfície convexa também chamadas de células em abóbada. Quando a bexiga está cheia, o número de camadas parece diminuir, o epitélio se torna mais delgado e muitas células superficiais tornam-se achatadas. Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado do esôfago. As células mais basais do epitélio (região A) são cuboides e se alongam à medida que migram para o meio do epitélio (região B), tornando-se ainda mais achatadas na superfície (região C). Descamação de uma célula superficial (seta). (HE. Grande aumento.) Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da pele. Observe as várias camadas de células. A forma das células varia conforme sua localização. São cuboides, na região basal, e, à medida que se afastam da base do epitélio, tornam-se poliédricas até ficarem achatadas na superfície do epitélio. A camada mais superficial, bastante corada, é formada por células mortas e contém muita queratina. À direita da camada de queratina, algumas lâminas mais superficiais de células mortas parecem estar descamando do epitélio. (HE. Médio aumento.) O epitélio pseudoestratificado é assim chamado porque, embora seja formado por apenas uma camada de células, os núcleos são vistos em diferentes alturas do epitélio, parecendo estar em várias camadas. Todas as suas células estão apoiadas na lâmina basal, mas nem todas alcançam a superfície do epitélio, fazendo com que a posição dos núcleos seja variável. O exemplo mais bem conhecido desse tecido é o epitélio pseudoestratificado prismático ciliado que reveste as passagens respiratórias mais calibrosas desde o nariz até os brônquios. Os cílios desse epitélio são úteis porque transportam para fora dos pulmões (em direção à faringe) poeira e microrganismos aspirados que aderem à superfície do epitélio. Esse epitélio é encontrado também no epidídimo. Um tipo especial de epitélio é constituído pelos neuroepitélios. São constituídos por células neuroepiteliais, células de origem epitelial que constituem epitélios com funções sensoriais especializadas (p. ex., as células das papilas gustativas e da mucosa olfatória). 2. Epitélios glandulares - São constituídos por células especializadas na atividade de secreção. - As células epiteliais glandulares podem sintetizar, armazenar e eliminar proteínas (pâncreas), lipídios (adrenal e sebáceas) ou complexos de carboidrato e proteínas (glândulas salivares). As glândulas mamárias secretam os três tipos de substância. É raro observar glândulas que tem baixa atividade sintética (glândulas sudoríparas), cuja secreção é constituída principalmente por substâncias transportadas do sangue ao lúmen da glândula. - As moléculas a serem secretadas são em geral temporariamente armazenadas nos grânulos de secreção Tipõs de glândulâs - Glândula unicelular (ex: célula calciforme – revestimento do intestino delgado ou do sistema respiratório) - Glândula multicelular – agregados multicelulares maiores e mais complexos de células epiteliais glandulares. o As glândulas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimento cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente. Glândulas exócrinas: mantém sua conexão com o epitélio que se originam. Isso forma ductos tubulares constituídos por células epiteliais e por esse ducto as secreções são eliminadas, alcançando a superfície do corpo ou cavidade. As glândulas exócrinas sempre tem uma porção secretora e ductos excretores que transportam a secreção eliminada pelas células. Glândulas Simples: possuem somente um ducto não ramificado Glândulas comportas: possuem ductos ramificados Tipos de glândulas simples: G. S. tubulares G. S. Tubulares enoveladas G. S. Tubulares ramificadas G. S. Acinosas Tipos de glândulas compostas: G. C. tubulares G. C. Acinosas G. C. mistas tubolacinosas Glândulas endócrinas – não possuem ductos e as secreções são lançadas no sangue e transportadas para o seu localde ação pela circulação sanguínea. As glândulas endócrinas podem ser divididas em dois tipos: 1. Glândulas endócrinas cordonais: células formam cordões anastomosados, entremeados por capilares sanguíneos. (adrenal, paratireoide, lóbulo anterior da hipófise). 2. Glândulas vesiculares: células formam vesículas ou folículos preenchidos de material secretado (glândula tireoide) Alguns órgãos tem função endócrina e exócrina, podendo uma só célula funcionar de ambas maneiras. (fígado). Em outros órgãos algumas células são especializadas (exócrinas ou endócrinas) A unidade secretora de algumas glândulas é envolta por células mioepiteliais. (células ramificadas que contém miosina e um grande número de filamentos de actina. São capazes de contração, expulsando a secreção da glândula. Glândulas exócrinas: 1- Tubulosa simples; 2- tubulosa simples ramificada; 3- tubulosa composta; 4- tubulosa simples enovelada; 5- alveolar ou acinosa; 6- alveolar composta; 7- tubualveolar composta Azul claro: porções constituídas de células secretoras Azul escuro: ductos secretores Glândulas merócrinas: secreção acumulada em grãos de secreção é liberada pela célula por exocitose, sem perda de outro material celular. Glândulas Holócrinas (ex: sebáceas): a secreção é eliminada juntamente com toda a célula, destruindo as células repletas de secreção. Glândulas Apócrinas (ex: mamárias): o produto da secreção é descarregado com pequenas porções do citoplasma apical. As grandes glândulas multicelulares normalmente são envolvidas por uma cápsula de tecido conjuntivo; prolongamentos da cápsula chamados septos dividem a glândula em porções menores, chamadas lóbulos. Vasos sanguíneos e nervos penetram a glândula e se subdividem no interior dos septos. Muitos dos ductos maiores das glândulas também passam pelos septos. Tipos de glândulas multicelulares: Ácino seroso – pequenas porções secretoras formadas por células colunares ou piramidais. Apresentam lúmen bem reduzido. Em cortes são vistos como estruturas arredondadas ou alongadas. Núcleos são redondos e se situam na região basal da célula. A região basal das células acinosas contém muito ácido ribonucleico (RNA) e se cora bem pela hematoxilina, enquanto a região apical é ocupada por grãos de secreção e, por essa razão, cora-se em rosa pela eosina Túbulo mucoso: estruturas alongadas, tubulares, que podem ser únicas ou ramificadas. As células são largas e geralmente piramidais. Apresenta um lúmen dilatado que se continua com um ducto excretor. Seus núcleos geralmente têm cromatina condensada e se coram fortemente pela hematoxilina. Esses núcleos costumam ficar “deitados” contra a base da célula. Ao contrário das células acinosas, seu citoplasma é pouco corado, em azul- claro. Algumas glândulas (p. ex., a glândula salivar submandibular) são formadas tanto por ácinos serosos como por túbulos mucosos. Corte de pâncreas, órgão formado por milhões de ácinos serosos. A. Ácinos seccionados em diferentes ângulos e por isso vistos com formas e tamanhos muito diferentes. Alguns ácinos estão ressaltados para facilitar seu reconhecimento. A porção basal de suas células contém muito RNA e é bem corada pela hematoxilina. A porção apical corada em rosa contém muitos grãos de secreção. B. Ácinos serosos em aumento maior. É possível observar detalhes dos núcleos redondos, da basofilia da porção basal das células e dos grãos de secreção na porção apical. O lúmen dos ácinos é muito estreito. (HE. A. Médio aumento B. Grande aumento.) Desenho esquemático de um túbulo mucoso. A porção secretora tem forma tubular e pode ser ramificada. As células são piramidais ou prismáticas, e os núcleos de cromatina condensada, situados junto à superfície basal das células. O lúmen do túbulo é amplo. Biõlõgiâ dõs teçidõs epiteliâis Papilas: interface irregular entre o tecido epitelial e a lâmina própria. – Existem com maior frequência em tecidos epiteliais de revestimento sujeitos a forças mecânicas como pele, língua e gengiva Polaridade: diferença na distribuição das organelas na porção do citoplasma apoiada na lâmina basal. Com raras exceções, os vasos sanguíneos não penetram nos epitélios e, portanto, todos os nutrientes das células epiteliais devem vir dos capilares sanguíneos existentes no tecido conjuntivo subjacente. Esses nutrientes se difundem pela lâmina basal e entram nas células epiteliais através da sua superfície basal e lateral (superfície basolateral), frequentemente por processos dependentes de energia. Receptores para mensageiros químicos (p. ex., hormônios, neurotransmissores) que influenciam a atividade das células epiteliais estão localizados na superfície basolateral. Em células secretoras, frequentemente há organelas de síntese na porção basal, grãos de secreção na porção apical e complexo de Golgi entre essas duas regiões. Inervação: A maioria dos tecidos epiteliais é ricamente inervada por terminações nervosas provenientes de plexos nervosos originários da lâmina própria. Todos conhecem a grande sensibilidade da córnea, o epitélio que cobre a superfície anterior do olho. Essa sensibilidade se deve ao grande número de fibras nervosas sensoriais que se ramificam entre células epiteliais da córnea. Além da inervação sensorial, o funcionamento de muitas células epiteliais secretoras depende de inervação que estimula ou inibe sua atividade. Renõvâçâõ dâs çelulâs epiteliâis Taxa de renovação é variável. Em tecidos epiteliais de revestimento estratificados e pseudoestratificados, as mitoses ocorrem na camada basal do epitélio, a camada mais interna próxima à lâmina basal, onde se encontram as células-tronco desses epitélios. Nos epitélios estratificados, as novas células continuamente migram para a superfície ao mesmo tempo que células superficiais descamam. Cõntrõle dâ Atividâde glândulâr O controle endócrino e nervoso das glândulas se dá pela ação de substâncias chamadas de mensageiros químicos, para os quais as células secretoras têm receptores em suas membranas. Esses mensageiros são constituídos por hormônios ou por mediadores químicos liberados nas sinapses nervosas estabelecidas na superfície das células glandulares. ALGUNS TIPÕS CARACTERISTICÕS DE CELULAS EPITELIAIS - Células que transportam íons: Todas as células têm a capacidade de transportar certos íons contra uma concentração e contra um gradiente de potencial elétrico, de um local menos concentrado para um local mais concentrado. Esse processo é chamado transporte ativo, e requer energia para que seja efetivo. Devemos distingui-lo da difusão passiva, que se dá a favor de um gradiente de concentração, isto é, de um local mais concentrado para um menos concentrado, e que não requer energia ou requer muito pouca energia. Para manter baixas concentrações intracelulares de sódio, a célula realiza a bomba de sódio. Algumas células epiteliais usam a bomba de sódio para transferir sódio através do epitélio do ápice para a base; isto é conhecido como transporte transcelular. Junções estreitas têm um papel importante no processo de transporte. Em razão de sua relativa impermeabilidade a íons, água e moléculas grandes, elas impedem o retorno, pelo espaço entre as paredes laterais das células, de grande parte dos materiais transportados pelo epitélio. Caso contrário, muita energia seria desperdiçada. O transporte de íons e o consequente fluxo de fluidos podem acontecer em direções opostas (apical → basal, basal → apical) em diferentes tecidos epiteliais. - Células que transportam por pinocitose Na maioria das células do corpo, moléculas existentes no meio extracelular são interiorizadas para o citoplasma por vesículas de pinocitose que se formam no plasmalema. Essa atividade ocorre de maneira intensa nos epitélios simples pavimentosos que revestem os capilares sanguíneos e linfáticos (chamados endotélios) ou que revestem as cavidades de corpo(mesotélios). Desenho esquemático da ultraestrutura de uma célula de um túbulo contorcido proximal do rim. A porção basal da célula contém muitas mitocôndrias alongadas. Esta é uma disposição típica de células transportadoras de íons. Íons sódio difundem-se passivamente pela membrana apical das células epiteliais renais. Esses íons são depois transportados ativamente para fora das células por uma ATPase Na+/K+ encontrada nas membranas basolaterais das células. Energia para esta bomba de sódio é provida pelas mitocôndrias. Proteína absorvida do lúmen do túbulo por pinocitose é digerida por lisossomos. Transporte de íons e de fluido pode ocorrer em diferentes direções, dependendo do tecido. A. A direção do transporte é do lúmen para o vaso sanguíneo, como na vesícula biliar e no intestino. Esse processo é chamado de absorção. B. O transporte pode ser feito na direção oposta, como no plexo corioide, no corpo ciliar e nas glândulas sudoríparas. Esse processo é chamado de secreção. As junções de oclusão são necessárias para manter a compartimentalização e o controle da distribuição de íons. Transporte por pinocitose ocorre com muita intensidade nas células endoteliais dos capilares que irrigam essas células. Células serosas As células acinosas do pâncreas e das glândulas salivares parótidas são exemplos de células serosas. Essas células geralmente se organizam em forma de ácinos serosos As células serosas são poliédricas ou piramidais, têm núcleos arredondados e polaridade bem definida. A região basal dessas células exibe intensa basofilia, que resulta do grande acúmulo neste local de retículo endoplasmático granuloso sob a forma de conjuntos paralelos de cisternas associadas a abundantes polirribossomo. Na região supranuclear há um complexo de Golgi bem desenvolvido e muitas vesículas arredondadas, envolvidas por membrana e com conteúdo rico em proteínas, chamadas vesículas ou grânulos de secreção. Em células que produzem enzimas digestivas (p. ex., células acinosas de pâncreas), essas vesículas são chamadas grânulos de zimogênio. - Células secretoras de muco - Sistema neuroendócrino difuso As células do sistema que secretam polipeptídios, quando observadas ao microscópio eletrônico, geralmente mostram grânulos bem distintos, densos, medindo aproximadamente 100 a 400 nm de diâmetro. Células mioepiteliais Essas células abraçam as unidades secretoras da glândula como um polvo abraçaria um pedregulho arredondado. Ao longo dos ductos, elas se organizam longitudinalmente. As células mioepiteliais se localizam entre a lâmina basal e o polo basal das células secretoras ou das células dos ductos. Elas são conectadas umas às outras e às células epiteliais por junções comunicantes e desmossomos. O citoplasma contém numerosos filamentos de actina, assim como miosina. As células mioepiteliais também contêm filamentos intermediários da família da queratina, o que confirma a sua origem epitelial. A função das células mioepiteliais é contrair-se em volta da porção secretora ou condutora da glândula e, assim, ajudar a impelir os produtos de secreção para o exterior. - Células secretoras de esteroides São células endócrinas especializadas em sintetizar e secretar esteroides com atividade hormonal e têm as seguintes características: São células acidófilas poliédricas ou arredondadas, com um núcleo central e citoplasma que frequentemente, mas nem sempre, contém muitas gotículas de lipídios O citoplasma das células secretoras de esteroides tem abundante retículo endoplasmático liso formado por túbulos anastomosados. Essa organela contém as enzimas necessárias para sintetizar colesterol a partir de acetato e de outros substratos e também para transformar a pregnenolona produzida nas mitocôndrias em andrógenos, estrógenos e progestógenos As mitocôndrias esféricas ou alongadas dessas células normalmente contêm cristas tubulares, em lugar das cristas em forma de prateleiras comumente encontradas nas mitocôndrias de outras células. Além de ser o local principal de produção de energia para as funções celulares, essa organela tem não só as enzimas necessárias para clivar a cadeia lateral do colesterol e produzir pregnenolona, mas também para participar das reações subsequentes que resultam na produção de hormônios esteroides. O processo de síntese de esteroides resulta, portanto, da colaboração íntima entre o retículo endoplasmático liso e as mitocôndrias.
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