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Histologia - Fígado e Pâncreas

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histologia – fígado e pâncreas
fígado
- Padrão de organização histológica normal: possui capsula fibrosa de tecido conjuntivo. Essa cápsula que se projeta no parênquima hepático organiza o fígado em lóbulos (lóbulos hepáticos clássicos), que são estruturas poligonais. Os hepatócitos estão organizados nas fileiras de células, dentro de cada lóbulo, separadas pelos capilares sinusoides. 
- Capilar sinusoide: estrutura endotelial delgada, sendo a menor porção do sistema circulatório. Sua margem é fenestrada (“falhada”). A lâmina basal é descontinua e há espaço entre as células endoteliais.
- Organização histológica do lóbulo hepático clássico: delimitado, nos seus vértices, pela tríade portal/espaço porta (ducto biliar, ramo da veia porta e ramo da artéria hepática). Região central: veia centrolobular.
- Ducto biliar: camada simples de células cúbicas.
- Hepatócito: responsável por:
Síntese de proteínas (albumina, protrombina, fibrinogênio, lipoproteínas e globulinas);
Produção da bile;
Metabolismo de glicogênio;
Detoxificação e neutralização de substâncias (amônia em ureia, álcool);
Degradação de hormônios esteroides.
Possui muito retículo endoplasmático liso, devido à sua função de desintoxicação e à produção da bile e do colesterol, muito retículo endoplasmático rugoso, devido à síntese de proteínas. Muito lisossomas, que armazenam ferro e ajudam na degradação de células envelhecidas. Além disso, possui as células de Kupffer, que possui função de secretar proteínas relacionadas com processos imunológicos. Além disso, possui microvilosidades, que aumentam superfície de contato e absorção. 
- Células que fazem parte do parênquima hepático: hepatócitos, células de Kupffer e células de ITO. 
- Células de ITO: armazenamento de vitamina A (contêm gotículas lipídicas no citoplasma) e estão relacionadas à regeneração do fígado.
- Lóbulo hepático clássico: possui a tríade portal em seus vértices e, no centro, há a veia central, que recebe o conteúdo sanguíneo proveniente dos capilares sinusoides. 
- Lóbulo portal: responsável pelas funções exócrinas do fígado, como a secreção biliar. Suas margens são imaginárias, considerando 3 hepatócitos, delimitadas pelas 3 veias centrolobulares. O conteúdo de bile dessas 3 células é lançado no mesmo ducto biliar, que é considerado como o centro do lóbulo portal.
- Ácino portal: linhas imaginarias que conectam duas veias centrolobulares com os dois espaços portais correspondentes. Nisso, há um gradiente de distribuição de oxigênio ao longo dessa região. 
Zona I: região muito rica de oxigênio, onde tem maior síntese de glicogênio e proteínas do plasma. É a região mais próxima do ácido portal;
Zona II: intermediária;
Zona III: detoxificação. É a região que tem menos oxigênio e menor distribuição de oxigênio.
Obs.: reduzir aporte de oxigênio para hepatócito = região que mais irá sofrer é a III, pois já não tem muito oxigênio. Sabemos a gravidade da lesão hepática analisando as zonas que foram afetadas (se a zona I foi afetada, a lesão foi grave). Ou então se a lesão for por toxinas, a região I é a primeira a ser afetada porque está em contato.
- Alterações histológicas na cirrose: estágio tardio de fibrose progressiva, caracterizado pela lesão irreversível dos hepatócitos, graças às células de ITO. Há grande acúmulo de gotículas lipídicas. As células passam a ter característica de miofibroblastos. Há a perda dos capilares sinusoides, já que não possuem mais espaço para existir. Logo, a nutrição dos hepatócitos fica comprometida. No parênquima do fígado, há a infiltração de células inflamatórias.
- No fígado, além dos hepatócitos, estão presentes as células de ITO e os macrófagos. As células de ITO estão localizadas no espaço de Disse, armazenam vitamina A em gotículas lipídicas e produzem fatores de crescimento e componentes de matriz extracelular, como as fibras reticulares. Os macrófagos (chamados de células de Kupffer) fazem parte do revestimento dos sinusoides e fagocitam hemácias velhas, bactérias, vírus e material particulado presente no sangue.
- Células de Kupffer: também denominadas macrófagos sinusais estrelados, secretam proteínas relacionadas a processos inflamatórios e degradam eritrócitos danificados que chegam ao fígado. É uma célula de vigilância da imunidade nos sinusoides hepáticos. Quando tem uma lesão, elas ficam parecidas com miofibroblastos, produzindo matriz extracelular em abundância.
- Células de Ito: são armazenadoras de lipídios, proliferam próximo aos hepatócitos lesionados e adquirem características de miofibroblastos, participando do processo de fibrose. 
Obs.: a fibrose impede a chegada de alimentos e oxigênio aos hepatócitos e destróis as microvilosidades deles, que levam a morte dessas células.
pâncreas
- Histologia da porção pancreática acometida pela diabetes mellitus: é a porção endócrina e é representada pelas Ilhotas de Langerhans, que são constituídas por
células poligonais, dispostas em cordões, permeada por uma abundante rede de capilares sanguíneos com células endoteliais fenestradas. Além disso, uma fina camada de tecido conjuntivo envolve a ilhota e a separa do tecido
pancreático restante.
- Funções dos tipos celulares da ilhota pancreática: 
Célula alfa: produz glucagon (hormônio hiperglicemiante). Se localizam mais na periferia em relação às betas;
Célula beta: produz insulina e amilina (hormônio hipoglicemiante). Estão na região central da ilhota e são as mais numerosas do que as alfa;
Célula delta: produz somatostatina e regula a liberação de hormônios de outras ilhotas;
Célula PP: produz polipeptídeos pancreáticos e suas principais funções não estão muito definidas, mas provoca a diminuição do apetite e aumenta a secreção do suco gástrico.
Célula épsilon: produz grelina e estimula apetite, por ação no hipotálamo. Estimula também produção do hormônio do crescimento, na adeno-hipófise.
Obs.: em microscopia de luz, não conseguimos distinguir células PP e épsilon. Proporcionalmente falando, estão em menor quantidade nas ilhotas pancreáticas. Se quisemos vê-las, temos que fazer coloração específica para identificar seus hormônios.
- Histologia da porção exócrina do pâncreas: A porção exócrina é formada por glândulas serosas acinosas/tubuloacinosas, formadas por epitélio simples,
constituído por células acinares piramidais, de porção basal larga e parte apical afilada, contendo um
lúmen delgado. As células acinosas, estimuladas pela colecistoquinina produzem as enzimas digestivas. A porção exócrina também é responsável por elevar o pH que foi acidificado no estômago. Não tem ducto ciliado, somente o intercalar. 
- Diabetes tipo 1: um mecanismo autoimune destrói as células beta, impossibilitando o pâncreas de produzir insulina. A carência da insulina na corrente sanguínea impede que a glicose entre nas células, permanecendo assim na corrente sanguínea, acarretando hiperglicemia e seus sintomas, como por exemplo fraqueza.
- Diabetes tipo 2 (maior parte dos casos): a hiperglicemia acontece a partir de duas outras possibilidades: os receptores celulares não reconhecem a insulina, portanto não se ligam a ela, causando a resistência à insulina; ou no pâncreas, a quantidade de células beta diminui, logo o pâncreas passa a produzir uma quantidade pequena de insulina, logo insuficiente para promover a entrada da glicose nas células do corpo.
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