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A posse no Código Civil de 2002

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A posse no Código Civil de 2002: 
 
HISTÓRICO DA POSSE 
 
Conforme salientam os brilhantes juristas, Cristiano Chaves de Farias e Nelson 
Rosenvald², “A origem da posse é historicamente justificada no poder físico 
sobre as coisas e na necessidade do homem se apropriar de bens”. 
Nesse contexto, interessante uma abordagem inicial de como foi delineada a 
distribuição de terras no âmbito brasileiro. Inicialmente, cumpre esclarecer que 
tal desmembramento ocorreu por via das “sesmarias”, regime que perdurou até 
o fim do Período Colonial, ou seja, entre a metade do século XVI e o fim do 
século XVIII. 
A sesmaria foi um instituto jurídico português que delegou a particulares 
porções de terras no território brasileiro – mais precisamente em cada uma das 
capitanias hereditárias – com um único objetivo: estimular a produção no 
sistema de “plantation” açucareiro. 
Entretanto, diversos sesmeiros não estabeleciam um sistema produtivo em 
seus desdobramentos de terras, fato que gerou o surgimento do posseiro, 
homem que passa a ocupar a terra dando produtividade àquela até então 
improdutiva. 
Tal fato gerou inúmeros problemas em relação à distribuição de terra no país, 
o que inflamou diversas críticas da sociedade. Após diversos anos, em 1822, 
foi suspensa a concessão de sesmarias, fato que aumentou ainda mais a 
importância dos posseiros, como bem sugerem os autores Paulo Garcia e Lígia 
Osório Silva³ em estudo sobre o tema, pois no período que vai de “1822 até 
1850, a posse se tornou a única forma de aquisição de domínio sobre as terras, 
ainda que apenas de fato, e é por isso que na história da apropriação territorial 
esse período ficou conhecido como a ‘fase áurea do posseiro”. 
Destarte, após diversos anos de debates políticos sobre o tema, em 1850, 
houve a promulgação da Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850, a denominada 
Lei de Terras, que foi a primeira norma jurídica estabelecida para organizar a 
propriedade privada no território brasileiro. 
Em brilhante artigo publicado na Revista Histórica do Arquivo Público do Estado 
de São Paulo, José Luiz Cavalcante, comenta que: 
A partir da criação dessa lei, a terra só poderia ser adquirida através da compra, 
não sendo permitidas novas concessões de sesmaria, tampouco a ocupação 
por posse, com exceção das terras localizadas a dez léguas do limite do 
território. Seria permitida a venda de todas as terras devolutas. Eram 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104056/lei-601-50
consideradas terras devolutas todas aquelas que não estavam sob os cuidados 
do poder público em todas as suas instâncias (nacional, provincial ou 
municipal) e aquelas que não pertenciam a nenhum particular, sejam estas 
concedidas por sesmarias ou ocupadas por posse. 
Desse modo, percebe-se que, desde bem antigamente, buscou-se regular a 
propriedade no Brasil, e que isto sempre esteve relacionado ao instituto da 
posse. 
Posteriormente, com o advento do Código Civil de 1916, a posse, per si, foi 
normatizada em capítulo próprio do Direito das Coisas nos artigos 485 a 523, 
e já assim definia como possuidor: “todo aquele, que tem de fato o exercício, 
pleno, ou não, de algum dos poderes inerentes ao domínio, ou propriedade.”4 
Atualmente, como já informado linhas acima, a posse é regulada pelo Código 
Civil de 2002, a partir do artigo 1.196. 
Interessante salientar a semelhança da conceituação do instituto da posse na 
legislação estrangeira com a adotada pelo Direito Brasileiro, como pode se 
observar do Código Civil Italiano que estabelece em seu artigo 1.140 que: “Il 
possesso e il potere sulla cosa che si manifesta in un'attività corrispondente 
all'esercizio della proprietà o di altro diritto reale.”5 
 
NATUREZA DA POSSE 
 
É sabido que um dos temas mais relevantes no tocante ao estudo da posse diz 
respeito a sua natureza jurídica. De fato, durante décadas, tem a doutrina 
debatido tal questão buscando atribuir uma natureza própria a tal instituto. 
Nesse contexto, basicamente surgem algumas correntes em relação a 
natureza jurídica da posse. No que tange à teoria clássica, a posse teria 
natureza jurídica dúplice, sendo compreendida como fato, mas que adquire 
relevância jurídica em razão dos seus efeitos. Nessa perspectiva, para esta 
teoria a posse é percebida com a junção fática dos dois elementos estudados 
anteriormente, o animus e o corpus, porém alguns efeitos disso geram 
consequências no âmbito jurídico, por exemplo na posse exercida por diversos 
anos, podendo gerar a usucapião; como a utilização de ações possessórias 
pelo que se afirmar possuidor. 
De outro modo, Ihering estabelece a posse como um direito subjetivo, tutelado 
pelo ordenamento, informando que “a proteção jurídica seria atribuída por lei 
àquele que preenche a condição de possuidor, sendo-lhe deferido o uso das 
ações possessórias, direito aos frutos e benfeitorias e, em alguns casos, 
acesso à usucapião.”² 
Ademais, acesa discussão diz respeito natureza do direito de posse, se este 
seria obrigacional ou real. Para Ihering, tal natureza seria de direito real tendo 
em vista a posse possuir os atributos característicos dos direitos reais. 
Respeitando este renomado jurista alemão, entretanto, não coadunamos com 
essa teoria no âmbito do direito brasileiro, em geral. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103251/c%C3%B3digo-civil-de-1916-lei-3071-16
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11450435/artigo-485-da-lei-n-3071-de-01-de-janeiro-de-1916
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11447781/artigo-523-da-lei-n-3071-de-01-de-janeiro-de-1916
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10655278/artigo-1196-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10659289/artigo-1140-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
Porém, embora seja de difícil compreensão a natureza jurídica do instituto da 
posse, alinhamo-nos à dimensionalização estabelecida de modo bastante 
didático pelos brilhantes professores já citados neste artigo², objetivando 
demonstrar três modos distintos de manifestação da posse. 
O primeiro caso diz respeito à semelhança entre proprietário e possuidor, mais 
objetivamente, quando ambas as figuras se confundem. Neste caso, a posse 
deverá ser vista como um direito real, haja vista ser um dos atributos do domínio 
conferidos ao proprietário. 
Por outro lado, a posse pode ser concebida em virtude de um negócio jurídico 
de natureza real ou obrigacional, por exemplo o usufruto, a locação, entre 
outros. Neste caso, “o possuidor não é tutelado pela situação fática em que se 
encontra, mas pelo fato do nascimento de relações jurídicas oriundas do direito 
subjetivo patrimonial que é proveniente de um título. 
Por fim, há ainda uma terceira dimensão a ser analisada no que tange à 
natureza jurídica da posse, qual seja: quando ela é externada apenas por uma 
situação fática de utilização e de destinação socioeconômica da coisa por 
aquele que está exercendo alguns dos poderes inerentes à propriedade e, 
neste caso, alinha-se, ao nosso ver, àquela concepção estabelecida pela teoria 
clássica, pois num primeiro momento há apenas o controle material da coisa 
para se verificar a posse, entretanto tal fato gera consequências para o 
ordenamento jurídico, como a usucapião, fato que denota a natureza dúplice 
nesse caso demonstrada por Savigny. 
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE 
 
Seguindo a linha do Código Civil¹, cumpre-nos estabelecer uma classificação 
sistemática da posse, a qual pode ocorrer em virtude de seus desdobramentos 
e de sua aquisição. 
POSSE DIRETA E POSSE INDIRETA 
 
Nesse contexto, no que tange ao desdobramento da posse, surge a 
classificação referente à posse direta (imediata) e indireta (mediata). Assim, 
estabelece o CC-02 que 
“A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente,em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi 
havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.” 
Destarte, tal fenômeno se verifica quando o proprietário, efetivando uma 
relação jurídica negocial com terceiro, transfere-lhe o poder de fato sobre a 
coisa². Tal desdobramento é bastante corriqueiro em nossa sociedade, quando, 
por exemplo, A, proprietário do imóvel X, mediante contrato de locação por 
tempo determinado, aluga seu bem ao indivíduo B, o qual terá diretamente a 
posse do bem, permanecendo a posse indireta com o proprietário de X. 
Importante salientar que, 
“O desdobramento da posse apenas verifica-se quando faculdades que 
integram o domínio são transferidas a outra pessoa, para que a utilize como 
decorrência de relação jurídica de direito real (v. G., penhor, usufruto, 
propriedade fiduciária) ou obrigacional (v. G., comodato, locação).” 
Assim, podemos conceituar a posse direta como aquela exercida por aquele 
que obteve algum dos poderes dominiais que lhe foram transferidos pelo 
possuidor indireto, sendo limitada a estes. Logo, se lhe fora transferido apenas 
a faculdade de gozar do bem, o possuidor imediato estará impedido de dispor 
da coisa, pois este poder dominial permaneceu com o possuidor mediato. 
Por outro lado, concebemos o possuidor indireto como o proprietário ou àquele 
com poderes dominiais sobre a coisa (veremos adiante a relevância desta 
distinção) que transfere a terceiro alguma das faculdades da propriedade. 
Ademais, consoante já explicitado linhas acima, o locatário ou o usufrutuário, 
por exemplo, são considerados possuidores diretos, muito embora não tenham 
a posse da coisa em si, mas o direito à posse, visto que para se verificar esta 
é necessário o exercício dos poderes dominiais que lhe foram conferidos, ou 
seja, a utilização socioeconômica de algum dos poderes inerentes à 
propriedade. 
Outrossim, cumpre salientar que tanto o possuidor direto como o possuidor 
indireto podem exercer seu direito contra terceiros intentando ações 
possessórias contra aqueles que pretendam invadir a esfera jurídica de 
utilização do bem. Ainda nesta esfera, é importante esclarecer também que o 
possuidor direto pode exercer tal direito contra o indireto e vice-versa, a 
depender da situação. 
POSSE E DETENÇÃO 
 
Apesar da extrema semelhança entre os institutos, devemos diferenciar a 
posse da detenção. O Código Civil de 2002 muito bem expressa, em redação 
semelhante à legislação revogada (“Não é possuidor aquele, achando-se em 
relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e 
em cumprimento de ordens ou instruções suas”) que “considera-se detentor 
aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva 
a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas.” 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
Portanto, logo num primeiro momento estabelecemos que para haver detenção 
há uma premissa básica: a existência de uma relação de dependência entre o 
indivíduo detentor e o possuidor na qual aquele subordine-se a este em relação 
as suas ordens e aos seus mandamentos. 
Antes disso contudo, cabe esclarecer que o detentor possui o controle material 
sobre o bem, muito embora seja subordinado ao autêntico possuidor e, por tal 
motivo, certas vezes, é confundido como se ele fosse. Entretanto, como bem 
assevera a doutrina²: 
“A detenção é uma posse degradada, juridicamente desqualificada pelo 
ordenamento vigente. O detentor não poerá manejas ações possessórias e 
nem tampouco alcançar a propriedade pela via da usucapião. O legislador 
entendeu que, em determinadas situações, alguém possui poder fático sobre a 
coisa sem que sua conduta alcance repercussão jurídica, a ponto de ser 
negada ao detentor tutela possessória. 
(…) 
… a distinção entre as figuras aludidas advém de um simples elemento 
negativo, que é uma restrição decorrente da norma jurídica. Ou seja, a lei 
desqualifica a posse, transformando-a em merda detenção em determinados 
casos.” 
Portanto, o detentor apesar de possuir, de fato, o controle material sobre o bem 
foi desqualificado pelo ordenamento jurídico de forma a não ser constituído 
como autêntico possuidor. Trata-se, logo, de opção legislativa. 
Nesse contexto, o ordenamento vigente estabeleceu quatro hipóteses de 
detenção. 
SERVIDORES DA POSSE 
 
A primeira diz respeito exatamente ao caput do artigo 1.198, citado 
anteriormente, o qual rege os servidores da posse que são aqueles que 
mantém o poder fático sobre o bem em virtude de relação subordinativa com o 
possuidor. Tal caso é o frequente exemplo do caseiro que vive no imóvel. 
Tal norma é semelhante à extraída do Código Civil Italiano, quando conceitua 
a posse, vejamos: Art. 1.140: Si puòuò possedere direttamente o per mezzo di 
altra persona, che ha la detenzione della cosa 
Importante salientar, que não se faz necessária a existência do contrato de 
trabalho formal, nem de contraprestação pecuniária ou não por parte do 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
possuidor para o detentor para que se esteja diante da hipótese do artigo 1.198, 
basta somente a relação de dependência e subordinação. 
No aspecto processual, observa-se que o fâmulo da posse – outra 
denominação dada ao detentor nestes casos – possui ilegitimidade passiva em 
quaisquer ações possessórias em virtude de expressa previsão legal em 
sentido contrário: Art. 62, CPC: Aquele que detiver a coisa em nome alheio, 
sendo-lhe demandada em nome próprio, deverá nomear à autoria o proprietário 
ou possuidor. 
Por analogia, entende-se, ademais, que o servidor da posse também não pode 
ajuizar ação possessória contra esbulhadores, por exemplo, muito embora é 
possível, assim como devido, que exerça a autotutela do bem por meio do 
desforço imediato ou da autodefesa (classificação a ser vista posteriormente). 
Outrossim, certas vezes, o servidor da posse pode adquiri-la caso consiga 
provar a cessação da detenção e sua transformação em autêntica posse, 
consoante se extrai do parágrafo único do artigo 1.198: Aquele que começou a 
comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e à 
outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. 
ATOS DE PERMISSÃO OU TOLERÂNCIA 
 
Outra hipótese em que restará configurada o instituto da detenção está 
expressamente prevista no início do artigo 1.208 do Código Civil, o qual 
estabelece que: “não induzem posse os atos de mera permissão ou 
tolerância...” 
Importante, primeiramente, conceituar o que seriam atos de permissão e atos 
de tolerância. 
“A permissão nasce de autorização expressa do verdadeiro possuidor para que 
terceiro utilize a coisa, a tolerância resulta de consentimento tácito ao seu uso, 
caracterizando-se ambas pela transitoriedade e pela faculdade de supressão 
do uso, a qualquer instante, pelo real possuidor, sem erigir proteção 
possessória ao usuário, conforme o disposto no art. 1.208 do Código Civil. 
Quer dizer, a permissão é um comportamento positivo e prévio, de 
aquiescência à prática por outrem de atos de detenção sobre o bem; já a 
tolerância é a conduta negativa, de condescendência perante a prática de atos 
detentivos.” 
Nessa mesma linha, o Código Civil Italiano observa que: “Gli atti compiuti con 
l'altrui tolleranza non possono servire di fondamento all'acquisto del 
possesso”; afirmando que os atos praticados com tolerância não servem de 
fundamento para a aquisição da posse. 
Destarte, observa-se que tais atos são realizados, diferentemente do que 
ocorre com os servidores da posse, em nome dos próprios indivíduos que foram 
autorizados expressa ou tacitamente pelo possuidor. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10733204/artigo-62-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654687/artigo-1208-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654687/artigo-1208-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
ATOS DE VIOLÊNCIA OU CLANDESTINIDADE 
 
A parte final do artigo 1.208 diz respeito à impossibilidade de ser adquirida a 
posse por meio de atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a 
violência ou a clandestinidade. 
Atos de violência serão aqueles em que o indivíduo por meio do uso da força 
física ou da ameaça detém o bem anteriormente na posse de outro. 
Diferentemente, a prática de atos clandestinos resta ligada ao fato da invasão 
às obscuras da propriedade, por exemplo, sem a efetiva publicização. 
Importante salientar nesta classificação que apenas após interrompidos os atos 
de violência ou clandestinidade que estar-se-ia diante de posse, assim como 
esta será qualificada como injusta, tendo em vista o modo de sua aquisição – 
fato que também será visto nas próximas classificações. 
O USO DE BENS PÚBLICOS 
 
Por fim, a última hipótese a ser esclarecida diz respeito à atuação em bens 
públicos de uso comum do povo ou de uso especial. 
Nesse sentido, obviamente, não cogitar-se-ia que o particular poderia intentar 
ação possessória em face do Poder Público em virtude de frequentar 
universidade pública por exemplo – que é bem público de uso especial. 
Tampouco em relação ao indivíduo que frequentando uma praça alegue 
esbulho ou turbação em relação a outras pessoas, haja vista tratar-se de bem 
público de uso comum do povo. 
Destarte, “é a afetação do bem a uma finalidade pública que dirá se pode ou 
não ser objeto de atos possessórios por um particular.”² 
COMPOSSE 
 
Estabelece o Código Civil em seu artigo 1.199 que “se duas ou mais pessoas 
possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos 
possessórios, contanto que não excluam os dos outros.” 
Tal situação excepcionaliza a condição de exclusividade do possuidor sobre o 
bem, característica do direito de propriedade, a qual atribui a um único indivíduo 
– o proprietário – a utilização socioeconômica da coisa, salvo se dela disponha, 
ou transfira algumas das faculdades a terceiro. 
De fato, conforme a doutrina², a composse é uma situação excepcional 
consistente na posse comum e de mais de uma pessoa sobre a mesma coisa, 
que se encontra em estado de indivisão. 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10655137/artigo-1199-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
Maria Helena Diniz8 aponta a necessidade da conjunção de dois elementos 
para se verificar o instituto da composse: a pluralidade de sujeitos e coisa 
indivisa ou em estado de indivisão. 
Importante salientar que cessado o estado de indivisão, não estaremos mais 
diante da composse e sim de posse individual. Tal fato ocorre quando ocupado 
um imóvel abandonado, por exemplo, por uma pluralidade de pessoas e estas 
estabelecem a fração ideal pertencente a cada uma; neste caso, após o 
repartimento do imóvel, a composse transforma-se em posses individuais. 
Importante destacar que a composse não se confunde com o desdobramento 
da posse já visto anteriormente em que a posse se subdivide em posse direta 
e indireta. Na composse, todos os possuidores se situam no mesmo plano, 
enquanto com o desdobramento da posse surgem posses paralelas.² 
QUANTO AOS ELEMENTOS OBJETIVOS 
 
Uma das mais importantes classificações em relação à posse diz respeito a 
como se deu a obtenção do título de possuidor no mundo fático, analisando, 
portanto, os aspectos objetivos de aquisição da posse. 
Nessa classificação, será ela considerada uma posse justa ou injusta. 
POSSE JUSTA 
 
O Código Civil¹ conceitua o que é entendido como posse justa: É justa a posse 
que não for violenta, clandestina ou precária. Portanto, o critério utilizado pelo 
Código é o da exclusão. 
Posse justa é aquela cuja aquisição não repugna ao direito, isenta de vícios de 
origem, posto não ter sido obtida pelas formas enunciadas no 
art. 1.200 do Código Civil.² 
Cumpre salientar, entretanto, que o conceito empregado pelo Código não 
possui relação com uma das significações que a palavra justiça pode 
expressar, ou seja, alinhado ao sentimento de justiça. Não interessou ao 
legislador analisar critérios subjetivos, relacionados à vontade do agente nesta 
classificação, e sim os critérios objetivos de obtenção da posse da coisa. 
POSSE INJUSTA 
 
Conforme já mencionado anteriormente, a posse injusta será aquela obtida por 
meio da violência, da clandestinidade ou da precariedade. Portanto, obtida de 
modo que o ordenamento jurídico considera repugnante. Nesse contexto, tal 
classificação necessita, para um estudo mais sistematizado, ser subdividida em 
posse violenta, clandestina e precária. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10655101/artigo-1200-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
POSSE VIOLENTA 
 
Posse violenta, consoante já anotado linhas acima, é aquela obtida por meio 
da utilização da força física ou da ameaça. Importante salientar que será 
considerada violenta não obstante tais atos sejam praticados contra o próprio 
possuidor ou o servidor da posse, por exemplo, um caseiro. 
Ainda nesse contexto, cumpre esclarecer que tanto o possuidor como o fâmulo 
da posse podem utilizar-se da autotutela, seja pelo desforço imediato, seja pela 
autodefesa para proteger sua posse. Assim como, conforme já informado 
anteriormente, até cessarem os atos de violência, estaremos diante de hipótese 
de mera detenção, pois apenas após interrompidos os atos violentos poderá 
ser estabelecida a posse, a qual será qualificada como injusta. 
POSSE CLANDESTINA 
 
Consoante renomada doutrina², posse clandestina é aquela que adquire-se às 
ocultas de quem exerce a posse atual, sem publicidade ou ostensividade, 
mesmo que a ocupação seja eventualmente constatada por outras pessoas. 
Interessante julgado explicita de forma bastante sucinta o conceito de posse 
clandestina, num caso em que um imóvel do Instituto Nacional de Seguridade 
Social (INSS) – autarquia federal – fora invadido clandestinamente por um 
casal, vejamos: 
CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. 
CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. IMÓVEL SITUADO 
EM PROPRIEDADE DO INSS. POSSE CLANDESTINA. INDENIZAÇÃO POR 
BENFEITORIAS. - À luz do artigo 1200 do Código Civil, a posse considera-se 
justa quando não for violenta, clandestina ou precária. Caracteriza-se a posse 
clandestina como aquela feita às ocultas de quem interessa conhecê-la, 
sendo que no momento da tradição da posse é que deve ser aferida a 
situação de clandestinidade. - Na situação versada nos autos, tem-se que os 
ora embargantes adquiriram a cessão de direitos sobre a posse de parte do 
imóvel objeto de ação reintegratória manejada pelo antigo IAPAS, o qual foi 
sucedido pelo INSS (Proc. Nº 00.0013044-3). Essa aquisição foi efetuada a um 
dos moradores que já se encontravam residindo no local e se verificou na data 
de 29/06/1988. Por outro turno, o ajuizamento da ação reintegratória havia se 
operado em data anterior, qual seja, 04/04/1988. - Segundo a prova 
documental contida nos autos, o imóvel em tela, de propriedade da 
autarquia apelada, foi objeto de invasão por várias famílias de baixa renda 
e que os embargantes, também de modesta condição financeira, 
adquiriram de um dos moradores daquela localidade uma pequena fração 
de terreno, em situação de clandestinidade em relação à autarquia ré, 
proprietária do imóvel, o que denota autêntica situação de ilegitimidade 
do estado tanto da posse dos ora apelantes como do anterior ocupante 
do imóvel. - Revela-se, pois, ilegítimo o direito da embargante ao 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10655101/artigo-1200-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
reconhecimento da legitimidade das suas posses no imóvel, o que, ademais, 
restou assinalado na ação reintegratória conexa aos presentes autos. - Noutro 
giro, o regramento previsto no Código Civil não ampara as situações de posse 
ilegítima como a discutida nestes autos, todavia, como bem assinalado na r. 
Sentença recorrida, afigura-se legítima, por conta da ausência de comprovação 
de manifesta má-fé, a indenização por benfeitorias úteis e necessárias, nos 
moldes do artigos 516 do Código Civil de 1916 e 1219 do Código Civil vigente, 
ante as particularidades do caso concreto, a envolver pessoas de comprovada 
baixa renda, com pouca instrução, revelador do fato de que não agiram 
necessariamente imbuídos de má-fé, ao adquirirem onerosamente o imóvel de 
outrem que se encontrava na posse do local. - Apelação não provida. 
(TRF-5 - AC: 337729 PE 0008385-19.2004.4.05.0000, Relator: 
Desembargador Federal Cesar Carvalho (Substituto), Data de Julgamento: 
05/02/2009, Primeira Turma, Data de Publicação: Fonte: Diário da Justiça - 
Data: 18/03/2009 - Página: 338 - Nº: 52 - Ano: 2009) 
POSSE PRECÁRIA 
 
Distintamente das outras duas hipóteses de posse injusta – violenta e 
clandestina – a posse precária, inicialmente, revestia-se de licitude, pois 
decorrente, por exemplo, de uma relação jurídica negocial. Tal relação conferiu 
a determinado indivíduo a posse do bem por determinado período de tempo. 
Entretanto, por abuso de confiança do possuidor indireto, o possuidor imediato 
permanece no bem após o término do prazo avençado, nascendo assim a 
posse injusta revestida de precariedade. 
Portanto, importante observar que, anteriormente à posse precária, havia uma 
posse pacífica e justa, respaldada pelo ordenamento jurídico em virtude de 
negócio jurídico, como um contrato de locação. Entretanto, por abuso de 
confiança do possuidor direto, o agora possuidor precário se recusa a restituir 
a coisa ao dono, caracterizando essa modalidade de posse injusta. 
QUANTO AOS ELEMENTOS SUBJETIVOS 
 
Estabelece o artigo 1.201 que é de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o 
vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Assim também 
estabelece o Código Civil Italiano no seu artigo 1.147 que trata 
especificamente da posse de boa-fé: E' possessore di buona fede chi possiede 
ignorando di ledere l'altrui diritto. La buona fede non giova se l'ignoranza 
dipende da colpa grave. La buona fede e presunta e basta che vi sia stata al 
tempo dell'acquisto 
Nesse sentido, em comentários a legislação Civil, Nelson Nery Junior e Rosa 
Maria de Andrade Nery9 dão grande lição sobre o tema: 
(…) a boa ou má-fé da posse diz respeito à intenção interior do possuidor, ou 
seja, ao seu componente subjetivo. Na posse de boa-fé o possuidor ignora, 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10699643/artigo-516-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654186/artigo-1219-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
https://trf-5.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/8298812/apelacao-civel-ac-337729-pe-0008385-1920044050000
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10658867/artigo-1147-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
desconhece o vício ou o obstáculo impossibilitador da aquisição da posse. No 
caso da má-fé, ele, mesmo conhecendo as circunstâncias de fato que cercam 
o objeto da posse, persiste em seu intento de adquiri-la, de modo que, 
conscientemente, assume o risco de sofrer as consequências jurídicas 
advindas de sua manifestação de vontade. O conceito de posse de má-fé é 
construído: não é expresso na Lei, mas decorre logicamente do sentido 
negativo das circunstâncias em que não há boa-fé; em outras palavras, o CC 
não diz o que é posse de má-fé; decorre das situações em que não existe boa-
fé e deve ser avaliada casuisticamente. 
De fato, a boa-fé é caracterizada pela ausência de conhecimento pelo indivíduo 
de que aquela posse está revestida de algum elemento de ilicitude. Exemplo 
comum no cotidiano forense diz respeito ao cidadão que mediante contrato de 
compra e venda adquire bem cuja propriedade é de terceiro que não o 
vendedor, ou seja, a venda é realizada a non domino, muito embora o 
adquirente desconheça de tal ilicitude. 
Ademais, o parágrafo único do mencionado artigo informa que o possuidor com 
justo título é presumivelmente possuidor de boa-fé, salvo prova em contrário, 
ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. 
Nesse sentido, pode-se observar, ademais, a semelhança com a norma 
expressa no artigo 434 do Código Civil Espanhol10, atentando-se para a 
diferença que, nessa legislação alienígena, a boa-fé é sempre presumida, 
vejamos: “La buena fe se presume siempre, y al que afirma la mala fe de un 
poseedor corresponde la prueba”. 
Tal entendimento fora consolidado na IV Jornada de Direito Civil do Superior 
Tribunal de Justiça no Enunciado 303: “Considera-se de justo título para 
presunção relativa de boa-fé do possuidor o justo motivo que lhe autoriza a 
aquisição derivada da posse, esteja ou não materializado em instrumento 
público ou particular. Compreensão na perspectiva da função social da posse.” 
INTERVERSÃO DA POSSE 
 
Em regra, consoante a legislação civil atual, a posse mantém o caráter com 
que foi adquirida, fato que se extrai de dicção expressa do artigo 1.203: “Salvo 
prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi 
adquirida.” 
Neste mesmo sentido expressam as legislações estrangeiras que servem de 
comparação para este estudo – o Código Civil Italiano e o Código 
Civil Espanhol. Inclusive, a legislação atual traduz norma extremamente 
semelhante com a extraída da regra hispânica, a qual está exposta em seu 
artigo 436: Se presume que la posesión se sigue disfrutando en el mismo 
concepto en que se adquirió, mientras no se pruebe lo contrario. 
Portanto, apenas em caráter extraordinário poderá a posse injusta, por 
exemplo, ser transmudada e adquirir a natureza de posse justa. Tal fenômeno 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704064/artigo-434-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
é denominado pela doutrina como a interversão ou o convalescimento da 
posse. 
A doutrina costuma estabelecer duas situações em que há a modificação 
da causa possessionis. Tal mudança poderá ocorrer tendo em vista fatos de 
natureza jurídica ou material. Consoante salienta a doutrina², no que diz 
respeito aos fatos de natureza jurídica: 
“Em razão de uma relação jurídica de direito real ou obrigacional, é facultado 
ao possuidor que mantenha posse objetiva ou subjetivamente viciada, alterar o 
seu caráter, sanando os vícios de origem. 
Suponha-se que alguém tenha obtido a posse violentamente e posteriormente 
venha a adquirir o imóvel por contrato de compra e venda ou, então, após obter 
posse precária, permaneça no local mediante um novo contrato de comodato.” 
Em relação aos fatos de natureza material, estes dizem respeito a atos públicos 
e prolongados daquele que passa a agir como autêntico possuidor. De outro 
modo², se o proprietário esbulhado descurar em enfrentar a posse injusta, 
temos que o abandono prolongado e a incúria no trato com a coisa denotam a 
alteração da postura do possuidor perante o bem. Em outras palavras, uma 
posse injusta pela precariedade e, em princípio, inapta a gerar usucapião, sofreo fenômeno da interversão e o possuidor adquire animus domini. 
Tal convalescimento se estabelece em consonância ao disposto no artigo 1.224 
da legislação civil atual: Só se considera perdida a posse para quem não 
presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a 
coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. 
AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE 
 
Como já estudado, a posse, de acordo com a teoria objetiva de Ihering, é a 
situação de fato na qual o indivíduo exerce algum dos poderes inerentes à 
propriedade, dando destinação socioeconômica à coisa. 
Não obstante, a aquisição natural da posse, obviamente, dá-se a partir do 
momento em que se observa a prática reiterada de atos que externam esse 
exercício das faculdades da propriedade, como a disposição ou o gozo do bem. 
Nesse sentido é expresso o artigo 1.204 exemplificando a modalidade de 
aquisição de posse pela via natural: Adquire-se a posse desde o momento em 
que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes 
inerentes à propriedade. De modo muito semelhante, a legislação espanhola 
também traduz a posse natural como a que “se adquiere por la ocupación 
material de la cosa.” 
Entretanto, é sabido que, conforme já estudado, o proprietário, por exemplo, 
pode transferir algum dos poderes inerentes à propriedade a terceiro, como 
ocorre nos contratos de locação, usufruto, uso. Nestes casos, estaremos diante 
da aquisição derivada da posse, que possui como núcleo a posse civil ou 
jurídica, ou seja, aquela que nasce a partir de uma relação jurídica negocial, 
por meio da qual o direito de possuir é transferido a alguém que anteriormente 
não detinha de tal faculdade. 
A legislação revogada estabelecia em seu artigo 494 que a posse podia ser 
adquirida: pela própria pessoa que a pretende; por seu representante, ou 
procurador; por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação; pelo 
constituto possessório. Os três primeiros incisos foram repetidos na norma do 
artigo 1.205 do Código atual, entretanto o constituto possessório foi suprimido 
pela legislação vigente. 
Em comentários à norma atual, a doutrina9 busca conceitar o constituo 
possessório: 
Pela cláusula constituti, inserida em escritura pública de alienação de coisa 
imóvel, permite-se, em favor do adquirente da propriedade, a aquisição fictícia 
da posse. Enquanto a propriedade se transmitia, e ainda se transmite, pelo 
registro do título no álbum imobiliário, a efetiva posse do comprador dependia 
de imissão que muitas vezes não ocorria, porque o então possuidor alienado 
se mantinha na posse dire do imóvel. 
Embora tenha sido suprimido da legislação vigente, ainda é admissível a 
aquisição da posse por meio deste instituto. 
Importante destacar o que a doutrina denomina de união de posses, fato que 
remonta a continuação da posse pela soma do tempo do atual possuidor com 
o de seus antecessores, o que bastante interessa-os no que diz respeito à 
aquisição da propriedade por meio da usucapião ordinária, por exemplo. 
Nesse sentido alinham-se os artigos 1.206 e 1.207 do Código Civil, 
estabelecendo, primeiramente, que, consoante visto no capítulo referente à 
interversão da posse, esta transmite-se aos herdeiros ou legatários do 
possuidor com os mesmos caracteres. Assim como, o sucessor universal 
continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é 
facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
Nesta mesma linha preveem tanto a legislação civil italiana - Il possesso 
continua nell'erede con effetto dall'apertura della successione (456, 460). Il 
successore a titolo particolare può unire al proprio possesso quello del suo 
autore per goderne gli effetti. - quanto a espanhola - La posesión de los bienes 
hereditarios se entiende transmitida al heredero sin interrupción y desde el 
momento de la muerte del causante, en el caso de que llegue a adirse la 
herencia. El que válidamente repudia una herencia se entiende que no la ha 
poseído en ningún momento. 
Entretanto, também pode ser transferida a posse, conforme já visto, por meio 
de uma relação jurídica negocial inter vivos, como a compra e venda. Neste 
caso, estaremos diante do fenômeno denominado accessio possessionis. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654776/artigo-1206-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654735/artigo-1207-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
Por fim, torna-se prático observar quando será perdida a posse. Em 
consonância com o artigo 1.223 do Código Civil: Perde-se a posse quando 
cessa, embora contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem, ao qual se 
refere o art. 1.196. 
Logo, deixará de ser possuidor aquele que não mais praticar atos externos que 
comprovem o exercício de algum dos poderes inerentes à propriedade, ou seja, 
aquele que deixar de dar destinação socioeconômica à coisa por meio das 
faculdades de disposição, gozo ou uso do bem. 
EFEITOS DA POSSE 
 
Importante tema no que diz respeito ao estudo da posse se trata dos efeitos 
verificados pelo possuidor quando da situação fática de exercício de algum dos 
poderes inerentes à propriedade. Nesse contexto, cumpre-nos estabelecer as 
principais consequências no que tange ao direito aos frutos e às benfeitorias, 
e em relação à responsabilidade civil. 
DIREITO AOS FRUTOS 
 
Consoante anota a doutrina², 
“frutos são as utilidades econômicas que a coisa periodicamente produz, sem 
alteração ou perda de sua substância. Esta definição parte da noção de fruto 
como algo que é produzido e lhe destaca duas características: a periodicidade 
de sua produção e a preservação da substância da coisa frutífera.” 
Diferem esses dos produtos, visto que estes são produzidos em detrimento da 
substância da coisa, ou seja, caracteriza-se pela diminuição da constituição do 
bem, alterando-lhe; é o caso do poço de petróleo, por exemplo. 
Destarte, estabelece o Código Civil que o possuidor de boa-fé tem direito, 
enquanto a posse durar, aos frutos percebidos, aduzindo que ao cessar a boa-
fé os frutos pendentes devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas 
da produção e do custeio, assim como os frutos colhidos antecipadamente. 
Nessa mesma linha estabelece a legislação hispânica em seus artigos 451 e 
452: 
Artigo 451. El poseedor de buena fe hace suyos los frutos percibidos mientras 
no sea interrumpida legalmente la posesión. Se entienden percibidos los frutos 
naturales e industriales desde que se alzan o separan. Los frutos civiles se 
consideran producidos por días, y pertenecen al poseedor de buena fe en esa 
proporción. 
Artigo 452. Si al tiempo en que cesare la buena fe se hallaren pendientes 
algunos frutos naturales o industriales, tendrá el poseedor derecho a los gastos 
que hubiese hecho para su producción, y además a la parte del producto líquido 
de la cosecha proporcional al tiempo de su posesión. Las cargas se 
prorratearán del mismo modo entre los dos poseedores. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654049/artigo-1223-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
Em relação ao possuidor de má-fé, este responderá por todos os frutos colhidos 
e percebidos, assim como pelos que deixou de perceber, desde o momento 
inicial de percepção da má índole do indivíduo, possuindo direito apenas às 
despesas de produção e custeio. 
É nesse sentido a jurisprudência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais: 
APELAÇÃO. AÇÃO REIVINDICATÓRIA. IMÓVEL CONSTRUÇÃO. 
Propriedade comprovada. POSSE DE MÁ-FÉ. FRUTOS. Comprovada a 
propriedade do imóvel, bem como assim da construção nele edificada, é de se 
manter a decisão deprimeira instância que julgou procedente a demanda 
reivindicatória. O possuidor de má-fé responde pelos frutos que deixou de 
colher por culpa sua, nos termos daquilo que estabelece o 
artigo 1.216 do Código Civil. 
(TJ-MG - AC: 10405100008326001 MG, Relator: Tiago Pinto, Data de 
Julgamento: 13/06/2013, Câmaras Cíveis / 15ª CÂMARA CÍVEL, Data de 
Publicação: 21/06/2013) 
RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
No que tange à responsabilidade civil do possuidor, importa notar a 
característica da posse, se de boa-fé ou de má-fé, pois a depender da situação 
restará responsabilizado o possuidor ou não. 
O artigo 1.217 da legislação civil vigente estabelece que: O possuidor de boa-
fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. 
Nesse mesmo sentido aduz a norma hispânica:El poseedor de buena fe no 
responde del deterioro o pérdida de la cosa poseída, fuera de los casos en que 
se justifique haber procedido con dolo. 
Diferentemente, em relação ao possuidor de má-fé, este responde pela perda, 
ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual 
modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante, norma também 
reproduzida na legislação espanhola em sentido quase idêntico: El poseedor 
de mala fe responde del deterioro o pérdida en todo caso, y aun de los 
ocasionados por fuerza mayor cuando maliciosamente haya retrasado la 
entrega de la cosa a su poseedor legítimo. 
 
DIREITO ÀS BENFEITORIAS 
 
Um dos temas mais analisados em sede de doutrina e de jurisprudências diz 
respeito à relação entre a posse e as benfeitorias feitas no imóvel pelo 
possuidor, seja ele de má ou boa-fé. Estas, consoante se extrai da doutrina², 
consistem em obras ou despesas efetuadas para fins de conservação, 
melhoramento ou embelezamento. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654295/artigo-1216-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
A depender da sua utilidade, as benfeitorias podem ser classificadas em 
necessárias, úteis ou voluptuárias e cabe ressaltar que tal classificação é de 
suma importância para a observação das consequências no que diz respeito à 
posse. 
Nesse sentido, benfeitorias necessárias são aquelas que tenham por finalidade 
evitar a deterioração da coisa, assim como permitir a sua normal utilização, 
sem prejuízos ao possuidor, como a mudança das vigas do imóvel que 
encontram-se desgastadas, fato que poderia gerar um desabamento. De outro 
modo, benfeitorias úteis tendem a melhorar a utilidade do bem, assim como 
aumentar o seu valor venal, como a mudança do telhado da casa. 
De modo totalmente diverso, entende-se que as benfeitorias voluptuárias são 
aquelas implementadas apenas para embelezamento do bem, assim como 
para recreação e prazer do possuidor. 
Nesse contexto, a legislação civil entendeu que ao possuidor de boa-fé surge 
o direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto 
às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem 
detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das 
benfeitorias necessárias e úteis. 
Desta norma faz-se necessário extrair alguns conceitos. Num primeiro 
momento, observamos que o legislador previu que o possuidor de boa-fé deve 
ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis e possui o direito de 
levantar as voluptuárias, quando isto não causar deterioração da coisa. 
Nesse mesmo sentido estabelece a legislação espanhola sob uma análise 
conjunta dos artigos 453 e 454: 
Artigo 453:Los gastos necesarios se abonan a todo poseedor; pero sólo el de 
buena fe podrá retener la cosa hasta que se le satisfagan. Los gastos útiles se 
abonan al poseedor de buena fe con el mismo derecho de retención, pudiendo 
optar el que le hubiese vencido en su posesión por satisfacer el importe de los 
gastos, o por abonar el aumento de valor que por ellos haya adquirido la cosa 
Artigo 454: Los gastos de puro lujo o mero recreo no son abonables al poseedor 
de buena fe pero podrá llevarse los adornos con que hubiese embellecido la 
cosa principal si no sufriere deterioro, y si el sucesor en la posesión no prefiere 
abonar el importe de lo gastado 
Importante extrair de ambas as normas o instituto denominado de direito de 
retenção. Este 
“consiste em um meio de defesa outorgado ao possuidor de boa-fé, a quem é 
reconhecida a faculdade de continuar a deter a coisa alheia, mantendo-a em 
seu poder até ser indenizado pelo crédito, que se origina, das benfeitorias ou 
de acessões por ele feitas. Cuida-se de meio coercitivo de pagamento, uma 
modalidade de exceptio non adimpli contractus, do art. 476 do Código Civil. Em 
suma, pelo jus retentionis, o possuidor manterá o poder fático sobre a coisa 
alheia, como modo de constragenr o retomante a indenizá-lo pelas benfeitorias 
necessárias e úteis nela realizadas de boa-fé.”² 
De modo totalmente diverso, estabelece o legislador que o possuidor de má-fé 
só será ressarcido pelas benfeitorias necessárias, assim como a ele não surge 
o direito de retenção em relação a nenhum destes melhoramentos 
implementados ao bem. 
Nesse sentido, vejamos alguns julgados que expõem as normas referidas neste 
capítulo. 
DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores, integrantes da Sétima Câmara 
Cível do Tribunal de Justiça do Paraná, por unanimidade de votos, em conhecer 
do recurso de apelação interposto, para, no mérito, negar-lhe provimento, nos 
termos do voto do Relator. EMENTA: APELAÇÃO CIVEL - AÇÃO 
DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE ATO JURÍDICO POR SIMULAÇÃO C/C 
PEDIDO LIMINAR DE INTERDITO PROIBITÓRIO (MANUTENÇÃO DE 
POSSE) - ALEGAÇÃO DE COMPRA E VENDA SIMULADA DE IMÓVEL - 
PLEITO DE DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE NEGÓCIO JURÍDICO 
COM A NULIDADE DA ESCRITURA PÚBLICA LAVRADA - AUSÊNCIA DE 
PROVA DOS FATOS CONSTITUTIVOS DO DIREITO DOS APELANTES - 
INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 333 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - 
DOCUMENTO PÚBLICO IMPUGNADO QUE POSSUI PRESUNÇÃO DE 
VERACIDADE - RESSARCIMENTO DE TODAS AS BENFEITORIAS 
REALIZADAS NO BEM - NÃO CABIMENTO - O POSSUIDOR DE MÁ-FÉ 
DETÉM DIREITO À RESTITUIÇÃO SOMENTE DAS BENFEITORIAS 
NECESSÁRIAS - NORMA CONTIDA NO ARTIGO 1.220 DO CÓDIGO CIVIL - 
REQUERIMENTO DE IMPROCEDÊNCIA DA RECONVENÇÃO 
PREJUDICADO - AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO - SENTENÇA MANTIDA 
- RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. (TJPR - 7ª C. 
Cível - AC - 1181880-9 - Pato Branco - Rel.: Luiz Sérgio Neiva de Lima Vieira - 
Unânime - - J. 14.04.2015) 
(TJ-PR - APL: 11818809 PR 1181880-9 (Acórdão), Relator: Luiz Sérgio Neiva 
de Lima Vieira, Data de Julgamento: 14/04/2015, 7ª Câmara Cível, Data de 
Publicação: DJ: 1558 06/05/2015) 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AGRAVO 
DE INSTRUMENTO. BENFEITORIAS. DIREITO À INDENIZAÇÃO E À 
RETENÇÃO. ANÁLISE DA CONDUTA DO RECORRENTE. OFENSA AO 
ART. 1.219 DO CÓDIGO CIVIL. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO. 
ENUNCIADO N. 7/STJ. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTOS QUE JUSTIFIQUEM 
A ALTERAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL 
DESPROVIDO. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701732/artigo-476-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10704289/artigo-333-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10654145/artigo-1220-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
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(STJ, Relator: Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Data de 
Julgamento: 17/12/2013, T3 - TERCEIRA TURMA) 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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3 – GARCIA, Paulo, apud SILVA, Lígia Osório. Terras devolutas e latifúndio: 
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4 – Código Civil, Lei Nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916 
5 – II Codice Civile Italiano, R. D. 16 marzo 1942, n. 262 
6 - OLIVEIRA, Álvaro Borges de; MACIEL, Marcos Leandro. Estado da arte das 
teorias possessórias, Revista direitos fundamentais e democracia, Curitiba, v. 
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7 – SILVA PEREIRA, Caio Mário da. Instituições de Direito Civil – Direitos 
Reais, 18ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. 
8 – DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro – Direito das Coisas. 
17ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2002. 
9 – NERY JUNIOR, Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código 
Civil Comentado. 9ª Ed. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012. 
10 – Código Civil Español, Real Decreto de 24 de julio de 1889. 
 
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