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Os Condenados da Terra - Resumo - Parte 1

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“A zona habitada pelos colonizados não é a complementar a zona habitada 
pelos colonos. Essas duas zonas opõem-se, mas não ao serviço de uma unidade 
superior”. 
 
O autor busca caracterizar o comportamento geral do processo colonizador 
para abordar a descolonização. Uma vez empreendida a violência histórica do 
colonizador, cabe ao colonizado reequilibrar-se pelas vias da violência legítima 
que é capaz de empreender sob a tomada de território e invasão da zona do 
colono. 
 
 As realidades econômicas, as desigualdades e a diferença do modo de 
vida não escondem as realidades humanas. O que divide o mundo é pertencer 
ou não a tal espécie, tal raça. As análises marxistas devem modificar-se para ler 
a realidade do sistema colonial, uma vez que a infraestrutura é igualmente uma 
superestrutura: se é rico porque é branco, se é branco porque é rico. Aqui não é 
a posse dos meios de produção que caracterizam a classe dirigente, 
mas sim seu estrangeirismo colono é sempre estrangeiro. A diferença 
de classes é legitimada por um "direito divino", a saber: uma espécie de 
"superestrutura mágica" que, por sua vez, invade o inconsciente do colonizado. 
Frantz Fanon - Os condenados da Terra.
Um breve resumo.
PARTE 1
 A descolonização, segundo o autor, é sempre um fenômeno violento, é a 
substituição de uma espécie de homens por outra espécie de homens. Um 
programa de desestruturação absoluta, um processo histórico a ser 
empreendido por colonizados. O colono, por sua vez, tornou uma espécie de 
homem enquanto colonizado, tirando-lhe sua verdade e os seus bens. A 
descolonização transforma o ser, introduzindo-lhe a um novo ritmo, uma nova 
linguagem, uma humanidade possível apenas pelo processo de 
descolonização.
 
 A violência sofrida pelos colonizados é reivindicada no momento em que 
estes penetram violentamente nas zonas dos colonos. 
 
“Destruir o mundo colonial é, nem mais nem menos, abolir uma zona, 
enterrá-la no solo mais fundo ou expulsá-la do território” não há, no entanto, algo 
como um "diálogo" entre zonas, mas sim a abolição total da zona. O mundo 
colonial é um mundo maniqueísta: o colonizado não é somente limitado 
fisicamente, mas é caracterizado enquanto uma espécie que representa um mal 
em si mesma: em valores e impermeável a qualquer ética, não é a ausência de 
valores, é a negação destes, um inimigo de valores. O maniqueísmo do colono 
atinge os extremos, ao desumanizar e animalizar o colonizado. Quanto a isso, o 
autor cita a maneira com a qual o colono se apropria de uma linguagem que, 
literalmente, está associada ao "não-humano" para se referir àquilo que diz 
respeito ao colonizado. 
 
“O colonizado sabe tudo isso e ri cada vez que se descobre como animal 
nas palavras do outro. Porque sabe que não é um animal. Ao mesmo tempo que 
descobre sua humanidade, começa a polir as suas armas para as fazer triunfar”.

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