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AULA 6

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- -1
HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA ORIENTAL
AS NOVAS FORÇAS DO ORIENTE
- -2
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Conhecer os povos que irão emergir como forças no espaço oriental;
2. Identificar as características organizacionais desses grupos;
3. Analisar as conquistas realizadas por esses povos em áreas de impérios consolidados;
4. Compreender as relações estabelecidas entre os povos estudados e os impérios já consolidados.
Esta unidade é uma das mais fantásticas do curso. Mergulharemos em um mundo pouco conhecido. Nessa
postura eurocêntrica que aprendemos nas escolas, o resto do mundo parece que nunca existiu. China, Japão,
Índia, Norte e Leste europeu, África ficam sem muito estudo no mundo ocidental.
Por vontade, teríamos um curso muito mais amplo, falaríamos sobre os Xás de Cabul, das divisões chinesas, os
impérios do sudeste asiático, da conquista da Austrália.
Para isso, precisaríamos de muito tempo. Como não é possível, fizemos uma seleção.
Conheceremos um pouco sobre os húngaros, búlgaros e os mongóis que tiveram grande relação com os
bizantinos e o mundo islâmico.
- -3
Professor, se eu quiser saber mais como faço?
Pesquise, historiador, pesquise, sabendo que história não é decorar dados, momentos, mas discutir,
compreender, influenciar e notar que as sociedades estão em constantes transformações.
Sendo assim, meu querido aluno, não tenha medo de inovar, buscar, perguntar, estudar, pois a história é muito
mais densa, muito mais ampla do que o que te foi ensinado. Leve isso no seu coração, o mundo ainda precisa de
muitas perguntas para se transformar.
1 Húngaros
Quem são os húngaros? Quando começamos a estudar Idade Média, falamos de Átila, o Huno, e sua incursão pelo
norte da Europa.
Os húngaros vieram, provavelmente, das planícies situadas entre a China e a Rússia. Eram cavaleiros que tinham
no saque e na incorporação de novos grupos, suas principais características. Vindos da mesma região que os
citados hunos, foram batizados de novos hunos, magiares ou húngaros. A partir de 833, voltaram a pressionar os
reinos europeus. Partindo da Rússia, contornando o Mar Negro, chegaram aos limites de um importante
protetorado bizantino, os Búlgaros.
1.1 Os ataques húngaros
Os húngaros, em 896, ultrapassam os Cárpatos e se estabelecem no Danúbio Médio aproveitando-se da
desorganização dos grupos eslavos que ocupavam de maneira confusa a região, em especial desde que Carlos
Magno no século anterior havia conseguido vencer os Avaros.
A organização húngara fica entre dois mundos: saques sobre a Germânia e norte da Itália e a centralização
política-administrativa bizantina tão próxima.
- -4
Segundo Marc Bloch, o avanço húngaro teve seu fim quando “(...) em 10 de agosto de 955, o rei da França
Oriental, Otão, o Grande, advertido de uma incursão sobre a Alemanha do Sul, combateu, nas margens do Lech,
um bando húngaro que ia de regresso. Venceu-os, depois de um sangrento combate e tirou partido da
perseguição. A expedição de pilhagem, castigada desse modo, seria a última.
Graças a Otão, rei do Sacro Império Romano Germânico, os húngaros ficaram confinados aos limites da Baviera.
Com suas vitórias sobre os saqueadores húngaros, forçou que outra parte desse povo consolidasse sua
sedentarização.
1.2 O papel da igreja no assentamento húngaro
A Igreja teve papel importante no assentamento húngaro, a ponto de entre 1012 e 1015, um sínodo proibir que
os guerreiros de uma determinada paróquia se afastassem a uma determinada distância da Igreja Matriz, dando
assim fim à prática do saque em grandes cavalarias. Lembramos que é uma Igreja com uma relação intensa com
a bizantina.
Assim se perdia o costume das cavalgadas. Segundo Bloch, “estas modificações no gênero de vida harmonizavam-
se com profundas mudanças políticas, favorecidas aquelas talvez pela absorção, na massa magiar, de elementos
estrangeiros - tribos eslavas de há muito quase sedentárias; cativos oriundos das velhas civilizações rurais do
Ocidente".
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2 Os búlgaros
A organização dos Bálcãs passa pela organização dos búlgaros. Devemos destacar que a região não fora
claramente ocupada por um grupo, são no seu sentido pleno uma série de conjuntos clânicos que iam desde
macedônios, passando por grupos que alguns chamam de Trácios.
Estes grupos que eram utilizados constantemente como força de batalha dos bizantinos passam por uma
transformação intensa quando uma nova leva de "eslavos do sul" inicia uma organização política que força os
bizantinos a terem que negociar.
2.1 A cristianização búlgara
Para termos uma boa ideia de sua organização, é bastante interessante observar o processo de cristianização
búlgaro, trabalhado por Paul Johnson em seu A História do Cristianismo. Em torno de 850, a organização búlgara
emergente temia tanto o imperialismo dos carolíngios quanto dos bizantinos, em especial pós-organização da
dinastia dos macedônios.
- -6
Neste momento, tudo indica a direção de um curso pró-franco e, no princípio da década de 860, tudo indicava
que o Rei Búlgaro, Bóris I, aceitaria o Cristianismo romano. Lembremos que a religião é um símbolo do poder.
Em 864, uma poderosa demonstração militar e naval por parte de Bizâncio provocou uma mudança de rumos.
2.2 Consequências do processo de cristianização búlgaro
O clero ortodoxo penetrou em quantidades gigantescas em seus territórios e essa rápida introdução de novos
costumes provocou uma revolta da antiga aristocracia búlgara, que Bóris debelou com violência. Em
consequência, ele escreveu ao patriarca de Constantinopla, Fócio, solicitando uma Igreja autônoma, - isto é, um
patriarcado equivalente aos cinco já existentes - Roma, Constantinopla, Jerusalém, Antioquia e Alexandria -
reparem o que a proposta explicita, a leitura que o poder local tinha de sua organização. A resposta de Fócio, que
ainda existe, foi longa, mas insatisfatória e em 866, Bóris ensaiou um movimento em direção a Roma enviando ao
Papa uma carta pedindo respostas a 106 perguntas. O Papa Nicolau I ficou deliciado, despachou dois bispos e
respondeu a todas as indagações.
A resposta que chegou até nós é um dos documentos mais fascinantes de toda a Idade Média, segundo Paul
Johnson. Bóris não levantou nenhuma questão teológica. Estava preocupado com o comportamento, não com a
crença. Suas dúvidas refletem as tensões criadas na sociedade búlgara pela recepção do cristianismo e,
particularmente, pelo ritualismo rigoroso dos gregos ortodoxos. Os bizantinos estavam certos em proibir os
búlgaros de tomar banho às quartas e sextas-feiras? Em tomar a comunhão sem usar cinto? Em comer a carne de
animais mortos por eunucos? Era verdade que nenhum leigo podia conduzir orações públicas pedindo por chuva
ou fazer um sinal da cruz sobre a mesa antes da refeição?
E que os leigos não tinham de permanecer, na igreja, com os braços cruzados sobre o peito (segundo o Papa,
todas as respostas são não)?
Quanto à questão das reivindicações eclesiais bizantinas, o Papa negou que Constantinopla fosse a segunda na
classificação dos patriarcados; segundo ele, não se tratava sequer de uma fundação apostólica - sua importância
era meramente política. Sua afirmação de que apenas seu império podia proporcionar a santa crisma foi
repudiada com desdém. Por outro lado, o Papa rejeitou o pedido de Boris de fazer da Bulgária um patriarcado;
por ora, ele teria de se contentar com um arcebispado.
As interrogações de Bóris aproximam-nos mais das realidades do impacto cristão sobre a sociedade pagã,
sobremaneira na vida cotidiana, de que qualquer outro documento que tenha sobrevivido.
- -7
Bóris também desejava saber a posição de Nicolau sobre os costumes búlgaros que os Bizantinos proibiram.
Podia-se usar um rabo de cavalo como estandarte; procurar augúrios, enfeitiçar, executar cânticos e danças
cerimoniais antes das batalhas e fazer juramento sobre uma espada? Pedras milagrosas podiam curar ou
amuletos de pescoço podiam proteger contra a doença?O culto aos ancestrais era permitido. Dentre os costumes aprovados por Nicolau estava comer aves e animais
mortos sem derramamento de sangue; a prática do governante de comer sozinho, a uma mesa elevada; diversos
costumes de vestuário: Nicolau não fez objeção ao uso de calças.
2.3 Consequências da luta pela alma na Bulgária
O clero grego
A luta pela alma da Bulgária envenenou as relações entre Roma e Constantinopla.
Primeiro, o clero Bizantino, e depois, em resposta ao latino, foram expulsos da sede uma
da outra. Não era a primeira luta entre as sedes, mas as acusações iam ficando mais
sérias.
As acusações
dos búlgaros
Fócio, entre outras acusações, muitas falsas, dizia que: incluíam-se o jejum aos domingos,
uma Quaresma mais curta, o clero celibatário e a estranha teoria que somente os bispos
podiam confessar.
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A acusação do
Papa
A contenda tornou-se jurisdicional, com base em fronteiras provinciais que foram,
outrora, parte do sistema romano de governo e agora estavam desprovidas de qualquer
significado. O papado acusava os gregos de recorrer ao suborno em larga escala entre os
búlgaros. Isso pode muito bem ter sido verdade.
F a t o r e s
determinaram
as lealdades
búlgaras
Para os búlgaros, Bizâncio parecia muito mais rica e poderosa que Roma; também era
mais próxima. Esses fatores determinaram as lealdades búlgaras, acompanhadas, no
tempo oportuno, por praticamente a totalidade do mundo eslavo. Este exemplo nos dá
base para compreendermos a organização social entre os Bálcãs e o mundo em seu
contexto.
3 A dinastia Song
Nas fronteiras da China nasce uma forte e poderosa organização: os mongóis.
Para falar dos mongóis, precisamos nos livrar de nosso vício em estados modernos, onde um grande poder está
marcado pelo controle direto de seu território, pela pressão e o tesouro que este poder tem em si. Não estamos
falando de estados modernos, precisamos pensar que o modelo de governo em torno dos mongóis é
completamente diferente. Os mongóis, mesmo no seu auge, estabeleciam o controle em torno de práticas
nômades e seminômades.
A origem dos mongóis é difícil de precisar, sabe-se de relatos na China dos cavaleiros das estepes, e a Europa
conheceu muito bem um dos grupos que provavelmente pertencem ao tronco familiar dos mongóis, os Hunos.
Mas a força adquirida pelos mongóis pode ser precisada a partir da organização política do Grande Khan. No ano
de 1206, o grande Kuriltai, que é a assembleia dos líderes clânicos, escolhe Temujim para assumir a condição de
líder do conselho. É em torno de seu governo que Temujim reorganiza as tribos, criando uma hierarquia social
entre os clãs. Outra característica que ganha força é a incorporação dos grupos dominados, estabelecendo
sistemas de impostos, incorporando guerreiros, estabelecendo lideranças locais. Este processo é tão denso que
permite que grandes senhores militares em muito pouco tempo assumissem a condição de liderança política.
Temujim assume o nome de Grande Líder clânico, Gêngis Khan, aquele que deveria ser diferenciado entre os
demais, teria o direito a mais mulheres que qualquer um dos seus auxiliares. A política de absorção permitiu a
sucessão do Império chinês ao sul, dominando territórios que iam do sudeste asiático até o limite do Império
árabe-islâmico no Afeganistão.
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4 A expansão mongol
Podemos fazer uma analogia boba para brincar sobre a expansão mongol, se normalmente entendemos um
estado que vai incorporando a expansão mongol, funciona como uma mesa de sinuca, um primeiro movimento é
iniciado, e os demais são as bolas se batendo, que dão a continuidade. Por um lado as práticas militares, a
hierarquia do clã é mantida, por outro lado os novos grupos que entram neste processo.
Os sucessores de Gengis Khan, Hulagu Khan e Kublai Khan, se tornam os dois principais líderes, mas para que o
chicote mongol estalasse com força contra o Islão, foram necessários homens como Guo Kan, chinês, mestre de
sítio que vence Bagdá.
A expansão
China - a partir de 1215, a China foi intensamente conquistada pelos mongóis, absorvendo as fragilidades,
incorporam a dinastia Chin e Si´Há. Em 1279, com Ogodai e Kublai Khan, os mongóis já tinham recebido forte
influência chinesa, criando inclusive uma dinastia própria. Lembremos que é sempre uma influência parcial, pois
há uma contínua movimentação militar, negando as práticas sedentárias.
Os netos de Gengis Khan causam um grande abalo no mundo islâmico. Em um sistema de saques sistemáticos e
cercos, dominam em 1258 a cidade de Bagdá. Nos anos que se seguiram, causaram verdadeiro horror em
europeus e no mundo Islâmico pela força dos seus arqueiros, pela sua cavalaria rápida e arrasadora.
Para o domínio destas províncias distantes, foram organizadas as chamadas Tamma, um sistema em que os
guerreiros procedentes de diferentes tribos se mantinham nas áreas conquistadas para patrulhar o seu domínio
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mantendo a lei e a hegemonia local. Esse grupo seria modificado a cada necessidade de expansão, mantendo uma
intensa circulação.
Outras áreas foram marcadas pela expansão mongol. Na Rússia, a organização da Horda de Ouro é uma linha de
estabelecimento dos grupos mongóis. Na Índia, a descendência mongol ganha a derivação para Mogol, se tornam
os senhores da Índia, deixando histórias bem interessantes como a do príncipe Shah Jahan e o Taj Majal.
Dá um gostinho de quero mais, não é verdade? Então, não pare, busque sobre os Samurais, o Império Mongol, os
russos, Patchenegs, a origem dos afegãos e por aí vai! Essa é a beleza da História...
O que vem na próxima aula
• O Império Bizantino entre os século VIII e XI;
• Os problemas bélicos vivenciados por Bizâncio entre os séculos VIII e XI;
• As questões religiosas ocorridas entre os séculos VIII e XI envolvendo a Igreja e o Império Bizantino.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu como foi possível o surgimento de novas forças no espaço oriental;
• Aprendeu de que maneira esses povos organizavam sua política, economia e sociedade;
• Analisou as relações estabelecidas entre as forças emergentes no espaço oriental e os Impérios já 
estabelecidos.
Saiba mais
Para conhecer um pouco da história do Taj Majal, acesse o link:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Taj_Mahal>.
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