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O Metodo Clinico de PIAGET

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1
CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA
O MÉTODO CLÍNICO DE PIAGET
(A partir de: DELVAL, J. Introdução à prática do método clínico: descobrindo o pensamento das 
crianças. Porto Alegre: Artmed, 2002.)
O MÉTODO
O método clínico é um procedimento de coleta e análise de dados para o 
estudo do pensamento da criança que se realiza mediante entrevistas nas quais se 
procura acompanhar o curso do pensamento do sujeito ao longo da situação, fazendo 
sempre novas perguntas para esclarecer respostas anteriores. Consta, portanto, de 
algumas perguntas básicas e de outras que variam em função do que o sujeito diz ou 
faz e dos interesses que orientam a pesquisa.
A essência do método consiste em numa intervenção sistemática do 
pesquisador em função do que o sujeito vai fazendo ou dizendo. Em alguns casos 
ele tem que cumprir uma tarefa, em outros, explicar um fenômeno. 
A psicologia do desenvolvimento teve um enorme porgresso graças à 
utilização do método clínico. Foi Piaget que introduziu este método na psicologia do 
desenvolvimento e o primento a utilizá-lo como método para o estudo o 
desenvolvimento normal. 
CARACTERÍSTICAS
• Procedimento para investigar como as crianças pensam, percebem, agem, 
sentem.
• Coloca-se o sujeito diante de uma situação problemática e ele tem que 
resolvê-la ou explicá-la.
• O pesquisador observa as ações e as explicações e procura analisar o que está 
acontecendo e esclarecer seu significado, ou seja, procura descobrir o que os 
sujeitos fazem ou dizem, o que está atrás da aparência de sua conduta, seja 
em ações ou palavras. Procura, assim, deixar claro o sentido das ações ou 
explicações do sujeito.
• A essência do método é a intervenção sistemática do experimentador diante 
da atuação/conduta do sujeito e como resposta às suas ações ou explicações 
(a conduta do sujeito pode ser verbal; de manipulação de um objeto – “não 
verbal” –; ou de manipulação/transformação de um objeto com explicação).
• Tem como finalidade descobrir os caminhos que segue o pensamento do 
sujeito, dos quais este não tem consciência e que não pode tornar explícito de 
maneira voluntária. 
• Por isso, essa intervenção é orientada pelas hipóteses que o experimentador 
vai formulando acerca do significado das ações do sujeito.
• O pesquisador, para isto, deve abrir mão de sua forma de pensar para 
introduzir-se na forma de pensar do sujeito.
2
TIPOS DE UTILIZAÇÃO DO MÉTODO CLÍNICO
Tipos Características
Método não-verbal
(ações sobre a 
realidade sem 
linguagem)
Introduzimos modificações na situação de acordo com nossas 
hipóteses ou suposições acerca do que está se passando na 
mente do sujeito. Suas ações nos servirão para confirmar ou 
nossas suposições.
Utilizado quando estudamos um sujeito sem a intervenção da 
linguagem (principalmente com crianças pequenas que ainda 
não dominam a fala - linguagem oral). Ex: noção de objeto 
permanente (esconde-se objeto embaixo de uma almofada e 
observa-se realção do bebê).
Interesse: origem da inteligência antes do aparecimento da 
linguagem.
Entrevista livre
 
(método verbal, sem 
material, estuda o 
pensamento verbal)
Mantém-se uma conversa aberta com a criança procurando 
seguir o curso de suas idéias a respeito de um tema ou a 
respeito da explicação de um problema (geralmente a respeito 
de fenômenos naturais, psíquicos ou sociais).
O entrevistador intervém sistematicamente e conduz suas 
perguntas de modo a tentar esclarecer o que a criança diz.
A utilização de um material está excluída ou será muito 
limitada, devido à natureza dos problemas que lhe colocamos.
Ex: “o que é o sonho?” (fen. psíquico); “porque chove?” (fen. 
natural); origem das diferenças sociais – “porque uns são ricos e 
outros pobres?” (fen. social); etc.
Método de 
Manipulação e 
Formalização
(Transformação de 
um material e
explicação sobre 
uma situação)
Estudo das operações mentais durante os estádios operatório 
concreto e operatório formal. 
É feito mediante atividades nas quais o sujeito tem de realizar 
uma tarefa manipulando um material. Entrevista-se o sujeito 
sobre transformações que se produzem nos objetos que têm 
diante de si. As ações/afirmações que o sujeito realiza e suas 
explicações nos informam sobre suas idéias. A conversa com o 
sujeito serve para dar-lhe instruções e nos ajuda a interpretar o 
sentido do que ele faz.
Pressuposto: a forma como o sujeito trata a realidade revela 
quais são as operações que ele é capaz de realizar ( e essas vão 
mudando conforme a idade).
Também conhecido como “provas operatórias” de Piaget, pois 
investiga a conquista das operações lógicas e/ou infralógicas.
Ex.: conservação de substância (transormação da forma da 
massinha de modelar e respostas da criança sobre a alteração 
ou não da quantidade de massa).
3
TIPOS DE PERGUNTAS
1.DE EXPLORAÇÃO - tendem a desvelar a noção cuja existência e estruturação se 
busca (ex: o que aconteceu?, o que você pensa/acha sobre...?)
2.DE JUSTIFICAÇÃO – obrigam a criança a justificar seu ponto de vista (“por quê...?”; 
“como...?”).
3.DE CONTROLE – buscam a coerência ou contradição das respostas através da 
contra-argumentação. Trata-se de apresentar uma explicação distinta ou contrária à 
do sujeito para ver se ele persiste nela, o que poderia revelar que sua convicção é 
firme e não produto de sugestão de nossa parte. 
TIPOS DE RESPOSTAS
Uma entrevista bem realizada deve conseguir por em evidência as ideias ou 
crenças que o sujeito tem. A criança reflete constantemente sobre a realidade à sua 
volta mesmo que não tenha consciência disto. O pressuposto do método clínico é 
que o sujeito tem em mente representações ou modelos da realidade. A questão é 
fazer com que essas crenças aflorem através de perguntas adequadas.
Tipo Características Valor
1.Espontâneas
 
As que a criança dá espontaneamente sem 
intervenção do entrevistador.
Revelam as crenças/idéias que o sujeito já 
traz consigo sobre o assunto.
Desejável
As que mais interessa 
conhecer (revelam 
organização do 
pensamento).
2.Desencade -
adas 
Surgidas na entrevista diante das perguntas 
do experimentador (o problema é colocado 
ao sujeito pela primeira vez, é aprimeira vez 
que pensa no assunto). Mas respostas são 
elaboradas pelo sujeito espontaneamente e 
estão relacionadas com o conjunto de seu 
pensamento.
Desejável
Também interessantes
(também revelam 
organização do 
pensamento).
3.Sugeridas Produto da entrevista e influenciadas pela 
intervenção do experimentador.
Indesejável 
Evitar!
4.Fabuladas Histórias inventadas pela criança ao longo 
da entrevista, pouco relacionadas com o 
tema e de caráter pessoal.
São impevisíveis e revelam um “jogo” – a 
criança parece estar divertindo-se com a 
criação destas respostas.
Indesejável 
Geralmente não têm 
valor para o estudo que 
se realiza (descartar e 
retomar a entrevista).
5.Não-
importistas
Respostas dadas ao acaso, também 
inventadas na hora, mas geralmente 
“secas”, curtas. Revela aborrecimento com a 
tarefa (criança diz qualquer coisa para livrar-
se do experimentador ou da situação).
Indesejável 
Não têm valor para o 
estudo que se realiza 
(descartar e retomar a 
entrevista).

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