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Teoria Geral do Estado – Resumo
Etimologicamente, a ideia de Estado está relacionada à estabilidade, pois advém do latimstare status que significa estar firme. Consiste em uma instituição organizada política, social ejuridicamente, em um dado território e é regido por uma Constituição que, na maioria dasvezes, é escrita. 
§ O Estado é dirigido por um governo soberano reconhecido interna e externamente e é o único detentor da força de coerção.
Elementos do Estado
Povo – Aquele que pode votar e ser votado (Cidadão).
População - conjunto de habitantes de um lugar que mantenha relação jurídica.
Governo Soberano - é a autodeterminação de seu governo de forma independente das potencias estrangeiras nos campos político, econômico e cultural. 
No Brasil o povo é o detentor da soberania.
Nação – povo unido em torno de tradições históricas, culturais e religiosas, não precisa de território. 
Aparelhos coercitivos do poder – seria o poder de fato, uso da força.
Território - espaço terrestre geográfico, marítimo, aéreo e, na visão de alguns autores,
também diplomático (embaixadas).
A Origem do Estado
Há cinco teorias que apresentam a origem do Estado, são elas:
a) Teoria da Origem Familiar
Inspirado nas teorias de Aristóteles e São Tomás de Aquino, tal teoria defende que a “família
é a célula mãe do Estado”. É da própria natureza do indivíduo que nasce em uma sociedade e não por invenção.
b) Teoria da origem patrimonial
Defendida por Heller, Preuss, Marx e Engel, tal teoria professa que o Direito à propriedade é
um direito natural, portanto anterior e superior ao direito positivado pelo Estado.
c) Teoria da Origem Contratual
Advém das teorias contratualistas de Hobbes, John Lock, Rousseau e Kant, dizendo que vários indivíduos que viviam em uma situação de liberdade plena ou “estado de natureza” com a finalidade de manter a paz social deliberaram em abrir mão de sua liberdade plena por uma liberdade civil, obedecendo a lei. Seria a origem do Estado por um “contrato social”.
d) Teoria da Força
Segundo essa teoria, a origem do Estado se deu nos primórdios por um grupo dominador,
vencedor que tinha por finalidade manter o outro grupo dominado. Seria uma submissão das hordas mais fracas em detrimento às hordas mais fortes.
e) Teoria da Origem Natural ou Espontânea do Estado
Entende-se que não há apenas um único elemento que tenha força de originar o Estado. O
que ocorre é a junção de diversos elementos que o fazem existir. O que seria, na verdade, a
conjugação da família, da sociedade, de diversas características que originam o Estado.
Princípios e estratégica dos nascimentos dos Estados
O princípio da nacionalidade, autodeterminação dos povos e das fronteiras.
O nascimento do Estado
O nascimento do Estado pode ocorrer de três formas: originariamente, secundariamente ou
derivadamente.
a) Originário
Dá a primeira vida ao Estado. Para o nascimento não há nenhum fator externo, como foi com Roma e Atenas.
b) Secundário
Pode ocorrer pela união ou divisão de Estados já existentes.
Através da divisão, esse processo pode ser nacional (obtenção de independência) ou
sucessoral (divisão de monarquias entre os parentes do monarca).
E a união pode se dar de forma federativa (união perpétua e indissolúvel de estados não
soberanos), confederativa (união de dois ou mais Estados soberanos por meio de tratados,
convenções, etc.), união pessoal (um monarca governando dois ou mais Estados) ou união
real (junção de dois ou mais Estados que perdem suas respectivas soberanias e prevalece
uma delas).
c) Derivado
Através do modo derivado, o nascimento do Estado pode ser por conta de uma colonização
(nesse caso um Estado colônia adquire independência e se torna soberano), concessão dos
direitos de soberania (consiste na concessão espontânea do governo de soberania a algum
povo que vivia sob sua égide) ou por um ato de governo (acontece quando um governante
absoluto, por um ato simples, dá nascimento a um Estado).
Extinção do Estado
Causas naturais
Fatos aleatórios à vontade do governante e do povo e pela ocorrência de fatores imprevisíveis.
Conquista
Extinção de um Estado pela conquista de um outro Estado mais forte militarmente. 
Expulsão
Ocorre com a expulsão da população de um território.
Emigração
Ocorre quando determinado imprevisto faz com que todo população saia do Estado.
Renuncia da condição de Estado
Ocorre quando um Estado abre mão de sua autodeterminação para se integrar a um outro Estado mais próspero.
§ Soberania
Esse conceito nasce com Jean Bodin, no século XVI.
De grande importância, a soberania sempre buscou uma justificação filosófica e até teológica para com isso conseguir a adesão do governos sem a necessidade do uso da força, o que representaria debilidade do conceito e desgaste da instituição política.
Daí se desenvolveram três teorias:
Ideia do Divino – O poder vem de Deus. Uma das mais antigas e respeitáveis teorias é do direito Divino de governar. Exemplos: No Egito, os Faraós. Na Babilônia, o Imperador. O próprio Papa é o chefe de Estado da Cidade do Vaticano.
Soberania Popular – Os governantes exercem o mandato por delegação do povo. 
Esta teoria é a mais condizente com o regime democrático da maioria das nações.
Soberania do Estado – Nessa teoria a soberania pertence ao estado. Baseada na Teoria do Estado como Absoluto de Hegel, gerando governos totalitários como Nazismo, Fascismo e o Estado Novo de Getúlio.
§ Formas de governo
Há duas formas de governo:
a) A monarquia pode ser absoluta ou limitada. A limitação pode se dar por uma Constituição
(quando for regida por lei), por um Parlamento (quando houver a figura do rei como chefe de Estado e de um primeiro ministro como chefe de governo), por estamento (ou de braço,
acontece quando as funções forem descentralizadas).
b) A república que pode ser Aristocrática (governada por um grupo considerado com virtude), Democrática Direta (o povo que exerce o governo), Democrática Indireta ou Representativa (o povo escolhe um representante) ou Democracia Mista ou Semidireta (combina elementos da direta e da indireta). 
A democracia do Brasil é mista.
§ Formas de Estado
A forma de Estado pode ser simples, que são aqueles em que existe uma só soberania em
uma determinada nação. Pode ser um Estado Unitário (existência de um único estado) ou
pode ser uma Federação (união de estados não soberanos).
Mas, a forma de Estado pode ser composta, que são aquelas organizações políticas em que
em uma só nação coexistem soberanias, formando personalidades jurídicas de direito
público sui generis. Atualmente, é o caso das confederações e da comunidade das nações,
assim como no passado eram as uniões reais e as uniões pessoais.
§ Sistema de governo
a) Parlamentarista
A figura do chefe de Estado se diferencia da figura do chefe de governo. Suas principais
características são:
*divisão orgânica dos poderes;
*repartição de funções de chefia de Estado e de governo;
*interdependência entre os Poderes Executivos e Legislativo, em especial porque o gabinete
espelha a maioria parlamentar;
*gabinete dirigido pelo primeiro Ministro, a quem, em regra, são atribuídas as funções
inerentes à chefia do governo;
*queda do gabinete por moção de desconfiança do parlamento; e dissolução do parlamento,
com a convocação de eleições gerais, por injunção da chefia de Estado.
b) Presidencialista
Esse sistema é próprio das repúblicas. 
Suas características são:
*chefia do Estado e do Governo ficam concentradas nas mãos do Presidente;
*o líder é eleito para mandato determinado;
*o presidente possui liberdade para a escolha de seus ministros;
*o Parlamento, de igual forma, não pode ser dissolvido por convocação de eleições gerais pelo Poder Executivo;
*é compatível apenas com as Repúblicas.
§ Relação do Estado com o Direito
Teoria Monística
Também conhecida como Estatismo Jurídico, onde o Direito e o Estado se confundem numa mesma realidade. O direito é sempre emanado do Estado.
Teoria Dualística 
Também conhecida como Pluralista, afirma que o Estado e o Direito são duas realidade distintase inconfundíveis. Nela o Estado e a Sociedade têm papel importante. O Estado legitima o apelo social com a Norma.
Teoria do Paralelismo
Concilia o Estado e o Direito, pois são importantes e complementares, apesar de serem distintos.
§ Sociedade
É todo o complexo de relações do homem com seus semelhantes.
Para Aristóteles, o homem é um animal social, acredita que vivemos em sociedade naturalmente, porque este é o instinto humano.
Já os contratualistas Rousseau, Locke e Hobbes convergem no que diz respeito à sociedade.
Deste ponto, dizem que esta é resultado de contrato hipotético entre os homens. Eles negam que a sociedade tenha se formado por um impulso natural no estado de natureza.
Teoria organicista da sociedade
A interpretação organicista consiste em considerar que a sociedade é como um corpo dotado
de órgãos que desempenham, cada um, uma determinada atividade, função. Inspirada nos
ensinamentos de Platão que dizia que cada homem deve viver em função da sociedade e não
para si próprio. O social é mais importante que o individual. 
A crítica feita à teoria organicista é que pode levar a posições antidemocráticas e autoritárias, como as ditaduras. 
Teoria mecanicista da sociedade
Possui um viés mais individualista, define que cada indivíduo é livre e autônomo e todos juntos formam a sociedade. 
Os contratualistas são mecanicistas, pois definem que a sociedade é resultado de uma atividade voluntária e arbitrária de cada indivíduo. Em oposição a teoria Aristotélica que defende que o homem é por natureza um animal social.
Teoria eclética da sociedade
Esta interpretação defende que o individual e o coletivo fazem parte de uma mesma realidade. A sociedade seria então como o corpo humano composto por órgãos (indivíduos) que trabalham por um bem em comum. E se um parar de funcionar coloca em risco o corpo (sociedade).
§ Ciência Política
O termo “ciência política” surgiu com Nicolau Maquiavel, entretanto é inegável que a política era discutida muito antes do termo em si, por Platão, Sócrates e Aristóteles, por exemplo.
Consiste no estudo do governo do Estado buscando analisar a realidade social e histórica bem
como seu funcionamento.
§ Nicolau Maquiavel
Autor de O Príncipe, é considerado o criador do Estado Moderno.
Foi o primeiro mestre da suspeita.
Maquiavel defende a centralização do poder político, levando em consideração a
conjuntura política da descentralização da Itália no século XVI, e não propriamente
defende o absolutismo como muitos ate os dias atuais acreditam.
Para Maquiavel, o príncipe deve se valer do uso da força, o uso do poder e o uso das armas do Estado em favor do próprio povo, sendo este para quem o príncipe governa e faz valer sua posição.
Esta estabilidade a qual Maquiavel julga a grande razão do principado deve ser atingida a qualquer custo, seja o principado hereditário (onde o senhor é príncipe por herança de sangue) ou
principado novo conquistado pela Virtú e pelas armas do príncipe, entendido esta ultima como as forças ofensivas e defensivas que mantem o Estado, tal como um exercito próprio ou mercenário.
Considera que um bom governante deveria fazer o bom uso de quatro formas para manter o poder:
Força – Fortuna – Hereditariedade – Consentimento
Quanto maior o consentimento maior a legitimidade, quanto maior a legitimidade maior a autoridade.
Em toda a obra, Maquiavel esta exortando o príncipe a manter um Estado forte e centralizado contra as adversidades que afligia a Itália do século XVI. Não se trata unicamente de controlar o povo e manter o principado soberano, mas sim de estabelecer uma ordem rompendo com os conceitos morais e éticos de seu período com a finalidade de erguer uma Itália que seja edificada para o governo dos que nela vivem e para se impor aos que a invade e a divide.
§ Platão
Platão organiza uma cidade perfeita. É composta por homens de ouro (reis, filósofos –sabedoria, coragem e temperança), prata (guardas – coragem e temperança) e bronze (produtores temperança).
E todos indivíduos da polis ideal deveria passar por exames para avaliar quais virtudes possuíam.
Segundo sua filosofia idealista, o Estado deve ser governado pelos sábios filósofos e os trabalhadores devem obedecer aos sábios governantes que possuem o conhecimento verdadeiro.
Os guerreiros ou guardiões eram carregados de proteger e defender a polis. 
Após a condenação de Sócrates à morte, Platão escreve sua obra “República” demostrando sua descrença no sistema democrático.
Na polis justa, cada individuo deve exercer sua função que é capacitado e não deve querer exercer outra função, pois não tem capacidade para o ser e caso isso aconteça a polis seria injusta.
Platão se preocupa com classe social e não com gêneros (feminino e masculino), sendo assim, apresenta que a mulher merece espaço nessa sociedade justa.
O uso da mentira também é um aspecto tratado por Platão. Esse afirma que é permitida APENAS aos sábios governantes o uso da mentira e só é permitida se for para beneficio da comunidade.
§ Aristóteles
Aristóteles era seguidor de Platão, porém em sua obra “A Política” estabelece que sua filosofia
de uma forma mais realista. Chega a uma conclusão para as formas de governo que são: a monarquia, sua preferida, a aristocracia e democracia, mas há contrariedade, pois estas
formas de governo são tendentes à degeneração que seria através da tirania, oligarquia e
demagogia, respectivamente.
Aristóteles defende que a sociabilidade do homem é natural, afirmando que este é uma
animal social (zoon politikon). E dedicou parte de sua vida ao Alexandre, o grande.
§ Santo agostinho
Em seu livro “A Cidade de Deus” Santo Agostinho rebate opiniões que afirmavam que o motivo pela queda do Império Romano se deu pela escolha do catolicismo como religião oficial.
Santo Agostinho buscava conceitos de belo, bem e justo e acrescenta o elemento religioso para fundamentar seus próprios ideais, tal como a proposta de uma República Cristã.
O Estado seria então como um remédio para os governantes bons através de leis possam frear a má conduta dos maus. Acredita também que o Estado deve se subordinar à Igreja, pois esta é de Cristo. E deve apenas ser autônomo no que concerne às questões meramente políticas e/ou administrativas.
Santo Agostinho não defende um “Estado Católico” e sim um “Estado Cristão”.
§ São Tomás de Aquino
Seguindo os ensinamentos de Aristóteles e Santo Agostinho, São Tomás de Aquino também considera a monarquia a melhor forma de governo. Porém, não aceita monarquias absolutas como a dos Césares romanos e sim a monarquia limitada pelo poder da Igreja, das cortes nobres, das universidades e das corporações de artes e ofícios. Aceita, inclusive, o direito de revolução dos súditos contra monarcas que tenham tendências absolutistas ou anticatólicas.
Promove a hierarquização das leis e coloca claro limite ao Poder Legislativo do Estado. As leis
ficam escalonadas da seguinte forma: lex aeterna ou lei eterna, expressão da sabedoria e vontade de Deus; lex naturalis ou lei natural, inicio do jusnaturalismo; lex positiva ou lei positiva, emanada do Estado, o que chamamos de direito positivo.
§ RESUMO - CONTRATUALISTAS - HOBBES, LOCKE E ROUSSEAU.
Durante o período entre os séculos XVI ao XVIII surgiram correntes teóricas que visava refletir e tentar explicar como provavelmente se deu a criação do Estado, como a sociedade se comportava antes deste e quando os indivíduos sentiram a necessidade de sua criação. Os pensadores desta corrente filosófica tinham como base que o Estado havia sido criado por meio de um suposto contrato social. Entre os contratualistas mais famosos estão Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau. Apesar de que todos os três acreditavam que o Estado havia se formado a partir de um contrato social, existem algumas divergências no pensamento de cada um em relação ao caminho tomado para a consolidação do pacto.
Thomas Hobbes (1588 – 1679) em sua obra “Leviatã” discorre sobre o estado de natureza, o contrato social que os indivíduos tiveram necessidade de firmar e o governosoberano. Para Hobbes, os homens no estado de natureza são todos iguais, até mesmo o mais forte não possui a garantia de poder sobre os demais. Possuem, ademais, a mesma inteligência, entretanto devido à vaidade humana (requisito comum a todos) cada indivíduo se sente e se considera mais inteligente que o seu semelhante. 
Segundo ele, “a liberdade é ausência de obstáculos e igualdade e igual a guerra”.
Para Hobbes, quando dois homens desejam a mesma coisa e esta não pode satisfazer a ambos, e como estes se sentem possuidores de inteligência e capacidade de possuí-la, tornar-se-ão inimigos e irão intentar de todas as formas, cada um a sua maneira, se sobressair em relação ao outro. No entanto, apesar do confronto entre iguais, um indivíduo nunca sabe o que seu semelhante está pensando ou planejando, o que gera insegurança e receio em relação a uma eventual tentativa de ataque. Logo, na visão de Hobbes, os seres humanos no estado de natureza estão sempre supondo o que o outro pode estar planejando fazer contra o seu semelhante. 
Para ele “todo absolutista não acredita no outro”.
Outro aspecto do contrato é a escolha de um suserano, este deverá possuir poderes ilimitados tornando-se assim o Estado do povo. Cabe ao suserano garantir a paz e a segurança dos indivíduos e para que isto seja cumprido satisfatoriamente é necessário que seu poder seja total e ilimitado. Hobbes não vê outra escolha, o poder deve ser absoluto e o suserano deve manter temerosos os súditos para que obedeçam ao seu poder máximo. Entretanto, quando o escolhido para governar deixa de cumprir o dever de proteger um determinado indivíduo, este, prejudicado, não precisa mais lhe dever sujeição, contudo aos outros não é permitida a escolha de se rebelar, pois o suserano ainda os protege. 
Para Hobbes o pior que se pode acontecer é um eventual retorno ao estado de natureza.
John Locke (1632 – 1704) pai do empirismo e da doutrina liberal clássica, ele difere consideravelmente da teoria de Hobbes. Locke em “Segundo tratado sobre o governo civil” acredita que os homens no estado de natureza viviam em relativa harmonia e paz. 
Nesse momento, os homens eram dotados de razão e tinham sua propriedade. Propriedade para o autor, em uma primeira acepção, significava: vida, liberdade e bens. A segunda acepção de propriedade faz relação aos bens móveis adquiridos pelos indivíduos. 
O estado de guerra para Locke se dá a partir do momento em que há uma violação da propriedade privada fazendo-se necessário a criação de um contrato social. A finalidade principal do contrato era proteger a propriedade privada e preservar os direitos que cada um possuía no estado de natureza. Este acordo, para Locke, levou os homens a unirem e estabelecerem livremente o que ele vai chamar de “contrato de consentimento” diferentemente do “contrato de submissão” denominado por Hobbes.
Formado o estado civil através do contrato é necessária a escolha da forma de governo. 
A democracia ressurge com Locke no final do século XVII, onde a representatividade democrática se faz: DIRETA – onde o povo, DIGA-SE ELITE, vai diretamente decidir as questões sociais. INDIRETA - é aquela em que o povo exerce sua soberania por meio de representantes: senadores, deputados, governadores. SEMIDIRETA - é aquela que mistura as duas formas de exercício da democracia: a direta e a indireta.
Ele traz a tripartição do poder: Legislativo, Executivo e Federativo.
Entretanto, se o executivo e o legislativo violam a lei estabelecida e coloca a proteção da propriedade privada em risco, torna-se um governo tirânico. E a consequência desse poder tirânico é o retorno para o estado de guerra. O estado de guerra atribui aos cidadãos o direito de resistência, ou seja, o direito dos indivíduos se rebelarem por meio da força contra este estado civil.
Jean- Jacques Rousseau (1712 – 1778) fala que “O homem quando usa a razão se torna dissimulado”. Fala também da oposição entre a razão e a emoção:
UTILITARISMO – Razão sem emoção. 
TOTALITARISMO – Emoção sem razão.
É contra a propriedade privada.
No “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” Rousseau diz que os homens no estado de natureza são amorais, não tem conhecimento do que é bom ou mau, entretanto não conseguem ver seu semelhante sofrer. Não fala como se deu o processo do estado da natureza para a sociedade civil, entretanto, afirma que o pacto social foi injusto, já que, iludidos pelo discurso de homens ambiciosos, homens grosseiros e inocentes perderam sua liberdade natural para a servidão. Ou seja, os indivíduos abriram mão da sua liberdade em troca do trabalho, da servidão e da miséria.
No Contrato Social, Rousseau propõe condições de possibilidade de um pacto legítimo, ao mesmo tempo em que, os homens, ao abrirem mão da sua liberdade natural, não se submetam à servidão, pelo contrário, que ganhem em troca a liberdade civil. O corpo soberano surgido após o pacto possui condições de elaborar as leis, já que, é um agente ativo e passivo das mesmas. 
Na verdade Rousseau deseja no lugar de uma democracia representativa, uma democracia direta aos moldes das antigas Roma e Grécia. Haveria apenas um representante que colocasse em prática as leis criadas pelo povo soberano. Rousseau não crê em um retorno ao estado de natureza, pois o ser humano já perdeu a sua bondade e a pureza, infiltrado cada vez mais dentro da sociedade moderna. 
Para ele o papel do Estado é garantir a igualdade política.
São notáveis as várias diferenças nas teorias dos três contratualistas. Ao passo que Hobbes acredita em um ser humano egoísta e competitivo por natureza, Locke crê que este só se torna cruel no momento em que há a violação dos seus bens. Já Rousseau pensa que o indivíduo é amoral, não suporta ver seu semelhante sofrer, entretanto perde sua inocência ao passo que se integra cada vez mais na sociedade. 
O contrato social também possui visões díspares, em Hobbes os homens entram em acordo para firmar o pacto visando garantir segurança e paz, abrindo mão de todos os seus direitos e liberdade. Locke acredita que o contrato é firmado para preservar os direitos naturais e a propriedade privada e Rousseau não vê o pacto social como uma saída eficaz, pois faz o homem perder sua liberdade e se tornar servo. Logo, este último propõe outro tipo de contrato que seria o ideal, também divergente do contrato de Hobbes e de Locke.

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