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RESUMO HISTOEMBRIO ORAL - DENTINOGENESE

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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
Dentinogênese 
 A dentina, que constitui a maior parte da 
estrutura dentária, é um tecido de origem conjuntiva 
extremamente mineralizado, que é recoberta pelo 
esmalte (na região de coroa) e cemento (na região 
de raiz). Dentro da dentina, temos a polpa dentária, 
que, ainda possuindo características similares a 
formação, é um tecido não mineralizado; mas os 
dois tecidos estão intimamente relacionados pelo 
complexo dentina-polpa. 
 A dentina é similar ao tecido ósseo, ela é 
uma estrutura avascular, não possui células no seu 
interior, mas possuem prolongamentos de 
odontoblastos que vão da polpa até a junção 
amelodentinária (uma estruturação tubular). Mesmo 
sendo mais resistente do que o osso, ainda é 
menos resistente do que o esmalte dentário. A 
polpa, é limitada pela dentina à cavidade pulpar, ela 
se comunica com o ligamento periodontal pelo 
forame apical e foraminas acessórias. 
COMPOSIÇÃO DA DENTINA 
70% Hidroxiapatita 
18% Material orgânico 
12% Água 
A dentina e a polpa se originam da papila 
dentária. As células da periferia da papila dentária 
(polpa primitiva) diferenciam-se em odontoblastos, 
que são as células responsáveis pela formação da 
dentina, que é o primeiro evento da dentinogênese. 
A dentinogênese pode ser dividida em duas etapas, 
a formação da dentina coronária e a radicular. A 
priori há a formação da dentina do manto (formada 
por pré-odontoblastos), que se localiza junto ao 
esmalte, na coroa, e, depois, há a formação da 
dentina circumpulpar (formada por odontoblastos 
maduros), recobrindo a polpa tanto na região de 
coroa como na região de raiz. 
A dentina, também pode ser classificada de acordo 
com sua localização (dentina do manto, 
circumpulpar, peritubular e intertubular), padrão de 
mineralização (interglobular, granulosa ou de 
tomes) e padrão de desenvolvimento (primária, 
secundária e terciária). 
 
 
Etapas de formação da dentina 
 A dentinogênese pode ser separada em 
diferentes etapas: diferenciação dos odontoblastos, 
formação da dentina coronária (Matriz orgânica; 
dentina do manto; dentina circumpulpar e radicular, 
formação da polpa. 
• Diferenciação dos odontoblastos – fase de 
indução 
Quando chegamos na fase de campânula, o 
germe “para” de crescer, assim temos todos os 
elementos celulares necessários para a formação 
das estruturas do dente. 
A dentina começa o seu desenvolvimento 
onde haverá a formação das cúspides coronárias, 
nessa região o epitélio interno do órgão do esmalte 
para de se reproduzir, e suas células se tornam 
cilíndricas, ficando muito próximas ao estrato 
intermediário, e passam a ser chamadas de pré-
ameloblastos. 
Quando os pré-ameloblastos aparecem, logo 
em seguida, as células da papila dentária 
subjacente, localizadas na periferia da papila se 
diferenciam sendo chamadas de pré-odontoblastos, 
que crescem de tamanho e volume (com síntese e 
secreção de proteínas), e passam a ser chamadas 
de odontoblastos, que darão origem a dentina; 
assim a faixa acelular é ocupada pelos 
odontoblastos. 
A ação do epitélio interno do órgão do 
esmalte sobre as células da papila dentária é 
mediada pela lâmina basal, ela é constituída pela 
lâmina densa, lâmina difusa e lâmina lúcida. A 
lâmina densa é composta basicamente pelas 
células do epitélio interno e contém colágeno do tipo 
IV, laminina e fibronectina, enquanto as lâminas 
Os odontoblastos se diferenciam das células 
ectomesenquimais da papila dentária sobre a influência 
indutora do epitélio do esmalte. 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
difusa e lúcida são compostas por células 
ectomesenquimais da periferia da papila dentária, 
que permite a entrada e saída de moléculas que 
alteram componentes, e produz fatores de 
crescimento. 
A diferenciação dos odontoblastos são 
controladas a partir da interação das células 
epiteliais e ectomesenquimais e com a secreção de 
mensageiros químicos liberados pelos pré-
ameloblastos. Enquanto o processo de 
diferenciação acontece, o colágeno da lâmina basal 
e as proteínas da matriz da membrana plasmática 
se deslocam da periferia deixando o caminho livre 
para que haja interação das células. Os pré-
ameloblastos, liberam mensageiros diretos que se 
ligam aos receptores específicos que estão nas 
membranas das células indiferenciadas. A 
presença de fatores de crescimento, que são 
polipeptídios, que regulam as modificações, 
estimulam a proliferação. migração e diferenciação 
das células. Esta é definida com o término do ciclo 
celular e início da multiplicação e modificação 
transcricionais e pós-transcricionais. 
Os odontoblastos são polarizados, por meio 
dos receptores da membrana e por conta da matriz 
extracelular que interfere na localização e 
polarização dos receptores; os odontoblastos se 
alongam, o seu núcleo fica na periferia do lado 
oposto do epitélio interno, determinando o polo 
proximal, nesse afastamento há a formação de 
processos curtos; a célula passa a secretar matriz 
orgânica e isso faz com que ela forme um único 
prolongamento, o prolongamento odontoblástico, 
que mantém ramificações até a linha 
amelodentinária. A partir de então, há o 
aparecimento de junções do tipo GAP 
(comunicantes), quando vemos junções do tipo 
TIGHT (oclusivas), o processo de polarização e 
diferenciação dos odontoblastos está completo; e 
começam a produzir a mátria dentinária. 
 
• Formação da matriz orgânica da dentina 
A matriz tem formação a partir dos 
odontoblastos, ela sofre mineralização e possui 
componentes fibrilares, principalmente substâncias 
colágenas e substância fundamental interfibrilar – o 
colágeno que compõe a dentina, em sua maioria é 
do tipo I – a matriz também é constituída por 
proteínas não colágenas, tudo sintetizado pelos 
odontoblastos. A secreção destes vai até o polo 
proximal, onde a pré-dentina é secretada (dentina 
não mineralizada, rica em colágeno e 
proteoglicanos), ficando entre o órgão do esmalte e 
os odontoblastos. 
Odontoblastos 
diferenciados
Aumento 
da sintese 
de 
colágeno I 
e redução 
do III
Fomação 
de junção 
tipo GAP
Fomação 
de junções 
oclusivas
Fim da 
polarizaçã
o
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
COMPOSIÇÃO DA MATRIZ 
85% Colágeno tipo I 
5% Colágeno tipo III e V 
10% 
Componentes não colágenos – proteoglicanas, 
sialoproteína dentinária, fosfoproteína dentinária 
e glicoproteínas do osso alveolar e proteínas 
morfogênicas 
• Formação da dentina do manto 
Inicia-se com a secreção dos componentes 
da matriz orgânica, como as fibras colágenas, que 
se dispõem perpendicularmente a lâmina basal (vai 
formar a junção amelodentinária) essas fibras 
podem ser chamadas de Fibras de VanKorff, 
também há o aparecimento da vesícula da matriz 
que são formados de odontoblastos, que ficam 
entre as fibras colágenas. 
Os pré-ameloblastos se diferenciam 
totalmente em ameloblastos, e a lâmina basal sofre 
com a ação de lisossomos dos ameloblastos e a 
ação proteolítica dos odontoblastos, sendo 
degradada. Os ameloblastos emitem processos 
curtos que se ligam aos odontoblastos e as 
vesículas matriz; então, com o aumento da 
deposição da matriz e com o deslocamento dos 
odontoblastos para a região da papila dentária é 
estabelecido um único prolongamento, que ocupará 
o espaço da dentina em formação, recebendo o 
nome de túbulo dentinário. 
Quando é estabelecida uma fina camada da 
matriz orgânica, inicia-se a deposição de 
hidroxiapatita nas vesículas da matriz orgânica. É 
nomeada de dentina do manto, pois o 
odontoblastos estão imaturos. Emparalelo, os 
ameloblastos fagocitam totalmente a lâmina basal 
formando a ligação entre dentina-esmalte, que é um 
mix dos dois tecidos, quando os processos curtos 
dos ameloblastos se ligam aos do odontoblastos; 
esse é o momento que os ameloblastos começam 
a produzir o esmalte. 
• Formação da dentina circumpulpar 
Quando os odontoblastos se diferenciam 
totalmente, secretando e mineralizando, começa a 
formação da dentina circumpulpar, enquanto eles 
se descolam centripetamente, continuam 
depositando moléculas da matriz orgânica. Além do 
colágeno, os odontoblastos secretam a maioria dos 
componentes da matriz, por conta dos complexos 
juncionais que ficam entre as membranas distais. 
Mas, as oclusivas só permitem a passagem 
intercelular; dessa forma as moléculas de 
mineralização ficam no interior da matriz se 
associando a fibras colágenas, permitindo a 
calcificação quando há ausência de vesículas da 
matriz. A dentina do manto, que está adjacente a 
pré-dentina, quando mineralizada, constitui a 
primeira camada da dentina circumpulpar. 
Depois da dentina do manto, é formada uma 
camada de pré-dentina, e depois que ela é 
mineralizada é formada outra camada (um ciclo até 
se completar a deposição total). Durante a 
calcificação da dentina é visto um espaço ao redor 
do processo odontoblástico, em que vai ser 
depositado uma fina camada de matriz orgânica, 
quase totalmente desprovida de fibras colágenas 
que se mineraliza rapidamente e se torna densa e 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
homogeneamente calcificada. É nomeada de 
dentina peritubular e constitui as paredes do túbulo 
dentinário. O restante da dentina é chamado de 
intertubular e representa a maior parte do tecido. Os 
odontoblastos voltam para à papila enquanto há 
deposição constante de pré-dentina, fazendo com 
que o prolongamento e seus ramos fiquem 
rodeados de dentina peritubular, que, por ser muito 
fina, não é calcificada, formando o espaço 
preriodontoblástico, estes, juntos, formam o túbulo 
dentinário, que se enchem de fluidos que se 
comunicam com a polpa. Na mineralização, ocorre 
aposição dos cristais de hidroxiapatita em vários 
pontos de uma vez - núcleos de cristalização 
globulares: calcosferitos - que se fusionam, 
deixando um espaço entre elas, chamado de 
dentina interglobular, que é pouco mineralizado. 
• Formação da dentina radicular; 
Acontece no início da fase de raiz, em que as 
células epiteliais que em da bainha de radicular de 
Hertwig, estimulam a diferenciação dos 
odontoblastos presentes nessa região (não há 
formação de ameloblastos), a bainha é 
fragmentada, depois de algum tempo, formando os 
restos epiteliais de Melassez. 
É um processo semelhante a dentinogênese 
coronária, se diferenciando na espessura das fibras 
colágenas, a disposição da dentina é paralela a 
lâmina basal e ao longo eixo da raiz, mais perto do 
cemento, e os odontoblastos são menos alongados, 
embora seus prolongamentos são mais 
ramificados, que forma a camada granulosa de 
tomes. 
 
 
• Dentina primária e secundária 
A primária se forma até completar o ápice 
radicular, a que é depositada após esse momento é 
denominada dentina secundária, que é produzida 
mais lentamente no decorrer da vida, difere apenas 
na direção dos trajetos dos túbulos dentinários; os 
quais são mais irregulares. 
• Dentina terciária ou reparativa 
Fatores de agressão estimulam a produção 
de dentina do tipo reacional, nesse caso os 
odontoblastos produzem uma dentina irregular para 
reagir rapidamente se afastando do estimulo. A 
dentina reparativa é produzida por células 
indiferenciadas da polpa, quando os odontoblastos 
são destruídos, a composição é semelhante ao 
tecido ósseo, chamada de dentina osteóide. 
A dentina terciária resulta de processos 
patológicos, quando há destruição da camada 
odontoblástica e a migração das células da polpa, 
que se diferenciam e se depositam na matriz de 
maneira desorganizada, sendo aprisionadas nas 
células da matriz. 
• Formação da polpa. 
A polpa deriva da papila dentária, sua origem 
é ectomesenquimal; as mudanças na papila iniciam 
na fase de campanula quando há a diferenciação 
das células em odontoblastos. A papila é 
constituída, em sua maioria, por células 
indiferenciadas. A vascularização da papila 
acontece quando os ramos da artéria alveolar a 
penetram chegando até a periferia. As primeiras 
fibras nervosas na papila aparecem, entretanto, 
mais tarde, quando a fase de coroa está de fato 
estabelecida. A papila passa a ser polpa, quando as 
células ectomesenquimais diminuem, e passamos 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
a ver a presença de fibroblastos e o aumento de 
fibras colágenas na matriz extracelular, essa 
transformação está completa quando o dente 
eclode. 
 A polpa é formada por tecido conjuntivo 
frouxo, dividida em duas camadas: odontoblásticas 
e subodontoblásticas; esta é dividida entre pobre e 
rica em células. 
Zona pobre em células: possui fibras nervosas 
amielinicas, que atingem a camada odontoblástica; 
apresentam vasos que formam um plexo capilar 
cujas ramificações atingem a camada 
odontoblástica; possui prolongamentos celulares 
que estabelecem contato entre si e com os 
odontoblastos pro junções comunicantes e zônulas 
de adesão 
Zona rica em células: Abriga os corpos das células 
que emitem prolongamentos para a região pobre 
em células; contém fibroblastos, fibrocitos e células 
indiferenciadas; é mais evidente na polpa coronária 
do que na radicular. 
Zona central da polpa: Contém fibroblastos, 
fibrócitos, linfócitos e plasmócitos; e é rica em 
colágeno I e II, fibras oxitalânicas e substância 
fundamental amorfa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
KATCHBURIAN, E.; ARANA, V. Histologia e 
embriologia oral: texto, atlas, correlações clínicas. 
4.ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
277. p.

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