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Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 1 1Francisco Lorentz Controladoria Estratégica Francisco Lorentz franciscolorentz@gmail.com Pós-graduação em CONTROLADORIA, AUDITORIA e COMPLIANCE. 2Francisco LorentzFrancisco Lorentz 2 O EVA® e o MVA: métodos de avaliação da performance das empresas 3Francisco LorentzFrancisco Lorentz 3 EVA® e MVA Por que duas empresas que apresentam lucro líquido, uma pode estar criando valor para seus acionistas enquanto a outra, destruindo? Devem tais variações do lucro e do valor da empresa ser atribuídas às estratégias empresariais? 4Francisco LorentzFrancisco Lorentz 4 Sabe‐se que muitas empresas têm criado riqueza, enquanto outras têm destruído. Desvendar os fatores econômicos que levam as empresas a criar ou destruir riqueza é um tema muito importante tanto para os administradores quanto para os investidores. EVA® e MVA 5Francisco LorentzFrancisco Lorentz 5 As técnicas de gerenciamento de empresas estão se tornando cada vez mais complexas e tem exigido um aperfeiçoamento contínuo dos métodos de avaliação de desempenho, na busca do aumento da eficiência, aliada à precisão e simplicidade de implantação dos mesmos. EVA® e MVA 6Francisco LorentzFrancisco Lorentz 6 Diversos métodos têm sido desenvolvidos, partindo dos já clássicos como Análise do Valor Presente Líquido ou de Taxa Interna de Retorno de um projeto e chegando aos métodos mais recentes de avaliação de gestão como o Ecomomic Value Added (EVA) o qual avalia a performance das empresas sob a ótica dos conceitos de criação de valor ao acionista; O Market Value Added (MVA), sistema de mensuração financeira que possibilita analisar o resultado, os recursos aplicados e a estrutura de capitais. EVA® e MVA 1 2 3 4 5 6 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 2 7Francisco Lorentz Análise da Performance Econômica usando o conceito do EVA® 8Francisco LorentzFrancisco Lorentz 8 O que é Valor ? Valor é um conceito relativo. • Valor é algo percebido e portanto está nos olhos de quem vê! • A percepção de Valor depende de uma série de fatores, entre eles: expectativa de retorno; tolerância à risco; tempo etc. • Para finanças, Valor é uma medida vinculada ao processo de criação de riqueza através da operação de um negócio e ao processo de avaliação deste negócio. 9Francisco LorentzFrancisco Lorentz 9 • As empresas empregam diversos insumos para gerar produtos, que geram vendas, que geram custos e por fim, produzem um resultado (lucro ou prejuízo); • Gerar lucro implica em geração de valor? Processo Matérias Primas Mão de Obra Tecnologia Máquinas e Equipamentos Lucro ou Prejuízo (Resultado) da Operação O que é Valor ? 10Francisco LorentzFrancisco Lorentz 10 Capital Encargo de Capital Valor Debt e Equity Capital de Giro Imobilizado • Criação de Valor implica que o Resultado da Operação supere o encargo de capital investido na atividade. x Custo $ Processo Matérias Primas Mão de Obra Tecnologia Máquinas e Equipamentos Lucro ou Prejuízo (Resultado) da Operação O que é Valor ? 11Francisco LorentzFrancisco Lorentz 11 Como Avaliar a Performance de um Negócio? • Métricas mais utilizadas: – Crescimento de Vendas; – Margens de Lucro; – Lucro; – Retorno sobre o Capital Investido; – Outras.... • Baixa capacidade de capturar Criação de Valor! 12Francisco LorentzFrancisco Lorentz 12 Uma “Nova” Proposição • EVA® é uma medida de performance gerencial que denota o quanto foi criado de valor para os acionistas em um determinado período. • É a parcela do lucro operacional (deduzida de impostos) que excede os gastos com a estrutura de capital. 7 8 9 10 11 12 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 3 13Francisco LorentzFrancisco Lorentz 13 Valor Econômico Adicionado • EVA® ‐ Valor Econômico Adicionado: – EVA® = Lucro Operac. – Encargos de Capital Encargo de Capital EVA® Lucro Operacional após Impostos 14Francisco LorentzFrancisco Lorentz 14 Valor Econômico Adicionado • Lucro Operacional: Receita Bruta Anual 1.197.000 ‐ Impostos s/ faturamento (120.000) = Receita Líquida 1.077.000 ‐ Custo dos Produtos Vendidos (500.000) ‐ Desp. Adm.e c/Vendas (330.000) = Lucro Operacional 247.000 ‐ Impostos (IR + CS) (67.000) = Lucro Operacional após Impostos 180.000 15Francisco LorentzFrancisco Lorentz 15 Valor Econômico Adicionado • Encargos de Capital: – Capital Investido (C.I.) x Custo de Oportunidade (k) – Encargo de Capital = R$ 700.000 x 20% = R$140.000 AC 500 AP 500 PL 700 PC 300 C.I. k Risco 16Francisco LorentzFrancisco Lorentz 16 Valor Econômico Adicionado EVA® ‐ Valor Econômico Adicionado – EVA® = Lucro Operacional – Encargos de Capital – EVA® = R$180.000 – R$140.000 – EVA® = R$40.000 Empresa Criando Valor 17Francisco LorentzFrancisco Lorentz 17 Por que o EVA®? EVA® Ferramenta p/Análise de Performance Ligação c/a Criação de Valor Adequação ao Modelo de Unidade de Negócios Base p/Sistema de Remuneração Variável 18Francisco LorentzFrancisco Lorentz 18 De uma forma simples pode‐se definir o EVA, como sendo: “uma medida de desempenho empresarial que difere da maioria das demais ao incluir uma cobrança sobre o lucro pelo custo de todo o capital que uma empresa utiliza”. EVA® 13 14 15 16 17 18 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 4 19Francisco LorentzFrancisco Lorentz 19 EVA® Trata‐se de uma forma de aferição do lucro econômico de uma empresa ao final de determinado período de tempo. O EVA foi criado com a finalidade de avaliar se, a cada ano, a empresa está ganhando dinheiro suficiente para pagar o custo do capital que administra. Portanto, o conceito básico é o de calcular a remuneração mínima exigida pelos acionistas e abatê‐ la do lucro apurado pela empresa. 20Francisco LorentzFrancisco Lorentz 20 EVA De forma direta, é o lucro líquido operacional depois dos impostos (NOPAT – Net Operating Profit After Taxes) deduzido do custo de capital de terceiros e do custo de capital próprio. Se o EVA for negativo, a empresa naquele ano, está destruindo o capital do acionista. Desse modo, o EVA consiste na diferença entre o lucro líquido operacional da empresa após o imposto de renda e o custo anual total do capital. 21Francisco LorentzFrancisco Lorentz 21 Conceito de Custo de Capital O custo do capital é o retorno exigido pelos fornecedores do mesmo, refletindo desse modo não só o fator temporal do valor do dinheiro, mas também a compensação pelo risco assumindo, pelo que quanto maior o risco, maior será o custo do capital. 22Francisco LorentzFrancisco Lorentz 22 Estando o valor do EVA diretamente relacionado com a utilização do capital, significa que os gestores têm de se preocupar, não só com os ativos, mas também com os proveitos produzidos pelos mesmos, o que os obriga a deter uma compreensão mais correta do trade‐ off* entre os mesmos. Conceito de Custo de Capital *Compensação. O trade-off é o nome que se dá a uma decisão que consiste na escolha de uma opção em detrimento de outra. Para se tratar de um trade-off o indivíduo deve, necessariamente, deixar de lado alguma opção em sua escolha. 23Francisco LorentzFrancisco Lorentz 23 O Custo Médio Ponderado de Capital (CPMC)* variável fundamental para se chegar ao valor econômico adicionado (EVA). “O custo de capital que equivale aos retornos exigidos pelos credores de empresa (capital de terceiros, bônus e debenturistas) e por seus proprietários” (Assaf Neto) CPMC é expresso pela fórmula: CPMC = CP ÷ (CP + CT) x Rcp + CT ÷ (CP + CT) x Rct x (1 – IR) Onde: CP = Volume de Capital Próprio = Patrimônio Líquido CT = Volume de Capital de Terceiros = Exigível Longo Prazo Rcp = Custo do Capital Próprio = nível de retorno doacionista Rct = Custo do Capital de Terceiros IR = Alíquota de Imposto de Renda da Empresa Conceito de Custo de Capital *Em inglês: WACC (Weighted Avarage Cost of Capital). 24Francisco LorentzFrancisco Lorentz 24 Exemplo de cálculo do CPMC Uma companhia tem emitidas ações e dívidas no mercado, estando o seu capital financiado por capital próprio e por capital de terceiros. Em ações a empresa possui um montante de R$ 800 mil, enquanto as dívidas emitidas chegam a R$ 200 mil. O custo associado ao capital próprio foi calculado em 5%. As dívidas emitidas têm uma taxa de rendimento até ao vencimento de 3,8%, considerando um imposto de 25%. O CPMC desta companhia é igual a: CPMC = [800 ÷ (200 + 800)] x 0,05 + [200 ÷ (200 + 800)] x 0,038 x (1 - 0,25) CPMC = 0,8 x 0,05 + 0,2 x 0,038 x 0,75 CPMC = 0,04 + 0,0057 CPMC = 0,0457 Conceito de Custo de Capital 19 20 21 22 23 24 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 5 25Francisco LorentzFrancisco Lorentz 25 Exemplo de cálculo do CPMC • O custo médio ponderado do capital desta companhia é então de 4,57%. Um investidor que se baseie nesta métrica deverá esperar um retorno maior que este valor para investir na companhia. • Sendo esperado, por exemplo, um retorno de 10%, significa que a companhia gera 5,47% (10% - 4,57%) para cada real investido. Conceito de Custo de Capital 26Francisco LorentzFrancisco Lorentz 26 Cálculo do EVA® Receita Operacional (‐) Custos e Despesas Operacionais = Lucro Operacional (‐) Imposto de Renda = Lucro Operacional após IR (NOPAT) (‐) Custo de Capital de Terceiros = Lucro Líquido do Exercício (‐) Custo do Capital Próprio = EVA 27Francisco LorentzFrancisco Lorentz 27 Cálculo do EVA® Financeiramente pode‐se calcular o EVA através da expressão matemática : EVA = (R – C) x Capital Investido R = taxa de retorno esperada C = custo de capital (CPMC) Ou EVA = (ROI x Investimento) – (CPMC x Investimento) 28Francisco LorentzFrancisco Lorentz 28 Cálculo do EVA® Financeiramente pode‐se calcular o EVA através da expressão matemática : • EVA = (Lucro Contábil Ajustado – Custo de Capital) x Nível de Investimento Ou EVA = NOPAT – Custo do Capital Onde: NOPAT = lucro operacional líquido após os impostos 29Francisco LorentzFrancisco Lorentz 29 Um exemplo prático de Aplicação do EVA Balanço Patrimonial 31/12/20X0 ATIVO PASSIVO Circulante 50.000 Caixa 5.000 Estoque 45.000 Não Circulante 100.000 Imobilizado 100.000 Circulante 50.000 Financiamento 50.000 Patrimônio Líquido 100.000 Capital 100.000 TOTAL 150.000 TOTAL 150.000 30Francisco LorentzFrancisco Lorentz 30 Um exemplo prático de Aplicação do EVA DRE 31/12/20X1 Receita Bruta 206.250, CMV (100.000) Lucro Bruto 106.250 Despesa Comercial (30.000) Despesa Administrativa (40.000) Depreciação (10.000) Despesa Financeira (1.250,) Lucro Operacional 25.000 I.R. ( 20% ) 5.000 Lucro Líquido 20.000 25 26 27 28 29 30 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 6 31Francisco LorentzFrancisco Lorentz 31 Um exemplo prático de Aplicação do EVA Dessa forma, temos: Passivo Total = 150.000, sendo, • Financiamento (capital de terceiros) 50.000, representando 33,33% • Patrimônio Líquido (capital próprio) 100.000, representando 66,66% Supondo que o custo de o custo de cada fonte de financiamento seja: • Capital de terceiros = 2,5% • Capital próprio = 5,0% 32Francisco LorentzFrancisco Lorentz 32 Um exemplo prático de Aplicação do EVA Podemos, com essas informações, encontrar o CMPC, conforme abaixo: CMPC = [% Capital terc. x custo x (1 – IR )] + [% Capital próprio x custo] CMPC= [33,33% x 2,5% x (1 – 0,2)] + [66,66% x 5,0%] CMPC= 0,6667%+ 3,3333% CMPC= 4,0% 33Francisco LorentzFrancisco Lorentz 33 Um exemplo prático de Aplicação do EVA Encontrado o CMPC, devemos encontrar o ROI (Retorno sobre Investimento) da empresa, segundo a fórmula abaixo: ROI = (Lucro Operacional (*) ‐ Impostos) ÷ Investimento (*) O lucro Operacional neste caso deve ser ajustado, não considerando a despesa financeira, pois esta é a remuneração do capital de terceiros, e este índice avalia a capacidade de geração de resultado independente da forma de financiamento adotada. 34Francisco LorentzFrancisco Lorentz 34 Um exemplo prático de Aplicação do EVA Portanto, ROI = [(25.000 + 1.250) X (1 – 0,2)] ÷ 150.000 ROI = 14,0% Com base nestas informações podemos encontrar o EVA da empresa, como segue: EVA = (Investimento x ROI) – (Investimento x CMPC) EVA = (150.000 x 14%) – ( 150.000 x 4% ) EVA = 21.000 – 6.000 EVA = 15.000 35Francisco LorentzFrancisco Lorentz 35 Um exemplo prático de Aplicação do EVA Com isso, chegamos a um EVA para esta empresa de 15.000, podendo concluir que a mesma está criando valor para seus proprietários, ou seja, os remunera além do retorno por eles esperado. 36Francisco LorentzFrancisco Lorentz 36 EVA® O EVA®, enquanto indicador de performance, pode ser utilizado ao nível de toda a empresa para medida da performance geral, ou de uma unidade de negócio, departamento, divisão, projeto de investimento etc. Uma das utilizações mais frequentes é para o estabelecimento de métodos de compensação de executivos. Em face de ênfase colocada no capital e especialmente na correta alocação dos custos inerentes ao mesmo a seus devidos utilizadores, o EVA® tem-se revelado como excelente indicador. No entanto, para sua correta implementação, é necessário perceber não só os conceitos que lhes são subjacentes, mas também a situação específica de cada empresa ou unidade de negócio. o EVA® está diretamente relacionado com o valor de mercado de uma empresa. Se o resultado econômico for superior ao custo do capital, existe criação de valor; para resultados inferiores, destruição de valor. 31 32 33 34 35 36 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 7 37Francisco Lorentz Análise da Performance Econômica usando o conceito do MVA 38Francisco LorentzFrancisco Lorentz 38 MVA O MVA representa a diferença entre o preço atual das ações no mercado acionário e o valor investido pelos acionistas no negócio. Apura a diferença entre o valor total de mercado da empresa e o capital investido na mesma, ou seja, é a diferença entre o cash‐in (o que foi investido, contemplando todas as formas de financiamento) e o cash‐out (o que os investidores poderiam obter se vendessem a empresa atualmente). 39Francisco LorentzFrancisco Lorentz 39 MVA O MVA é também considerado como sendo uma medida do valor presente da empresa. É o montante acumulado pelo qual a empresa valorizou ou desvalorizou a riqueza dos acionistas. Reflete como a empresa investiu capital no passado e como investirá novos capitais no futuro. MVA = Valor Total de Mercado – Capital Investido MVA = Valor de Mercado do Capital – Valor Contábil do Capital 40Francisco LorentzFrancisco Lorentz 40 MVA A relação existente entre o EVA e o MVA tem implicações na avaliação da empresa. Rearranjando as equações anteriormente mencionadas, permite‐nos encontrar uma definição para o valor da empresa: Valor de Mercado da Empresa = Valor do Capital Investido + Valor Atual do EVA de Projetos Atuais + Valor Atual do EVA de Projetos Futuros Ou Valor de Mercado do Capital = Valor Contábil do Capital + Valor Atual do EVA Futuro 41Francisco LorentzFrancisco Lorentz 41 Cálculo do MVA A representação matemática do MVA é dada por : MVA = EVA1 + EVA2 + ... EVAn (1+CMPC) (1+CMPC)2 (1+CMPC)n ou seja, é o desconto ao valor presente dos EVA futuros, à taxa de custo médio ponderado de capital da empresa. 42Francisco LorentzFrancisco Lorentz 42 Um exemplo prático de Aplicação do MVA Utilizando‐se do exemplo anterior (EVA) vamos supor que a empresa tenha um tempo determinado de duração de cinco anos, e que todo o resultado apurado em cada exercício seja distribuído,mantendo‐se assim o investimento constante. Além disso, a sua projeção de resultados seria como a apresentada seguir: 37 38 39 40 41 42 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 8 43Francisco LorentzFrancisco Lorentz 43 20X2 20X3 20X4 20X4 20X5 Receita 216.250 226.250 236.250 246.250 256.250 (-) CMV 105.000 110.000 115.000 120.000 125.000 Lucro Bruto 112.250 116.250 121.250 126.250 131.250 D Comercial (30.000) (30.000) (30.000) (30.000) (30.000) D Administrat (40.000) (40.000) (40.000) (40.000) (40.000) Depreciação (10.000) (10.000) (10.000) (10.000) (10.000) D Financeira (1.250) (1.250) (1.250) (1.250) (1.250) Lucro Operac 30.000 35.000 40.000 45.000 50.000 I.R (20%) (6.000) (7.000) (8.000) (9.000) (10.000) Lucro Líquido 24.000 28.000 32.000 36.000 40.000 Custo do Capital Próprio (5.000) (5.000) (5.000) (5.000) (5.000) EVA 19.000 23.000 27.000 31.000 35.000 44Francisco LorentzFrancisco Lorentz 44 Um exemplo prático de Aplicação do MVA Assim, podemos calcular o MVA desta empresa, como sendo: MVA= EVA1 + EVA2 + EVA3 + EVA4 + EVA5 . (1+CMPC)^1 (1+CMPC)^2 (1+CMPC)^3 (1+CMPC)^4 (1+CMPC)^5 MVA = 19.000 + 23.000 + 27.000 + 31.000 + 35.000 . 1,04^1 1,04^2 1,04^3 1,04^4 1,04^5 MVA = 18.269 + 21.265 + 24.003 + 26.499 + 28.767 MVA = 118.803 Portanto pelo MVA a empresa é totalmente viável, desde que as premissas adotadas aconteçam. 45Francisco LorentzFrancisco Lorentz 45 EVA e MVA Em contraste com as medidas de cunho fundamentalmente econômico, os indicadores EVA e MVA são particularmente atrativos não só por refletirem os aspectos econômicos do projeto, mas também por levar em conta os aspectos financeiros, tais como a alavancagem financeira associada a uma dada estrutura de capital. 46Francisco LorentzFrancisco Lorentz 46 EVA e MVA Desse modo, esses métodos de avaliação inserem‐se como importantes instrumentos auxiliares no planejamento baseado na criação de valor ao acionista. 47Francisco LorentzFrancisco Lorentz 47 Valor da Empresa Alavancagem 48Francisco LorentzFrancisco Lorentz 48 Alavancagem O conceito alavancagem deriva de alavanca física, ou seja, a utilização de uma ferramenta que proporcione um resultado mais do que proporcional ao esforço empregado. Um dos aspectos mais importantes do processo de avaliação do processo de avaliação de uma empresa é o estudo da alavancagem financeira e operacional. 43 44 45 46 47 48 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 9 49Francisco LorentzFrancisco Lorentz 49 Alavancagem A aplicação da alavancagem operacional e financeira na avaliação de uma empresa permite que se conheça sua viabilidade econômica, identificando-se claramente as causas que determinaram eventuais variações nos resultados. 50Francisco LorentzFrancisco Lorentz 50 Alavancagem A alavancagem financeira permite que se avalie como o endividamento da empresa está influindo sobre a rentabilidade de seus proprietários. O impacto total da estrutura de custos de uma empresa sobre suas decisões operacionais de financeiras é avaliado por meio da alavancagem total, que incorpora, de forma combinada, as informações das alavancagens operacional e financeira. 51Francisco Lorentz Grau de Alavancagem Operacional (GAO) 52Francisco Lorentz A alavancagem operacional é a medida do grau de sensibilidade do Lucro Operacional às variações no volume de vendas. Corresponde ao fato de que um aumento percentual no Lucro Operacional decorrente de uma elevação no volume de vendas é sempre maior que o respectivo aumento percentual das vendas, ou seja, um impulso nas vendas provoca um impulso maior nos lucros. Grau de Alavancagem Operacional (GAO) 53Francisco Lorentz O que é Alavancagem Operacional? Ocorre quando 1% de elevação nas vendas provocar uma elevação superior a 1% nos resultados operacionais, admitindo-se que a estrutura de custos e despesas fixos suporte esse aumento (não se altere). O GAO pode ser calculado com a seguinte fórmula: Grau de alavancagem operacional (GAO) 54Francisco Lorentz Exemplo 1: A empresa industrial ABC apresentou as seguintes informações referentes a mês de julho: - Receita de vendas: $ 180.000,00 - Custos e despesas variáveis: $ 120.000,00 - Custos e despesas fixos: $ 40.000,00 Resultado Receita de vendas $ 180.000,00 (-) Custos e despesas variáveis ($ 120.000,00) (=) Margem de contribuição $ 60.000,00 (-) Custos e despesas fixos ($ 40.000,00) (=) Lucro operacional $ 20.000,00 GAO = $ 60.000,00 = 3 $ 20.000,00 Grau de alavancagem operacional (GAO) 49 50 51 52 53 54 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 10 55Francisco Lorentz O GAO é 3. Isso significa que o lucro aumentou 3 vezes mais que o aumento na receita, ou seja, para cada ponto percentual de aumento na receita, teremos um aumento 3 vezes maior no lucro operacional. Vamos supor que o volume de vendas teve um aumento de 10%. Assim a receita total passará para $ 198.000,00. Consequentemente, a margem de contribuição acompanhará esse aumento percentual, pois receitas e gastos variáveis totais são multiplicados pelas mesmas quantidades vendidas. Grau de alavancagem operacional (GAO) 56Francisco Lorentz Nosso resultado operacional, então, será: Receita de vendas $ 198.000,00 (+ 10%) (-) Custos e despesas variáveis ($ 132.000,00) (+ 10%) (=) Margem de contribuição $ 66.000,00 (+ 10%) (-) Custos e despesas fixos ($ 40.000,00) (=) Lucro operacional $ 26.000,00 (+ 30%) Percebe-se que um aumento de 10% nas vendas provocou um aumento de 30% no lucro operacional (de $ 20.000,00 para $ 26.000,00), ou seja, o lucro aumentou 3 vezes mais que o aumento na receita. Grau de alavancagem operacional (GAO) 57Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) O GAO também poderá ser calculado da seguinte maneira: GAO = Variação percentual do lucro operacional Variação percentual da receita GAO = 30% = 3 10% 58Francisco Lorentz A alavancagem operacional é o efeito causado pela presença de custos fixos na estrutura de resultado da empresa, pois um aumento ou redução do volume de vendas, não tem a mesma proporção nos volumes de custos totais. Isso ocorre em função daqueles custos, que não se alteram, gerando maiores lucros ou prejuízos operacionais. Empresas que apresentam custos e despesas fixos em proporções mais elevadas apresentam alavancagem operacional maior, o que representa maior risco operacional. Grau de alavancagem operacional (GAO) 59Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Observe este outro exemplo: Exemplo 2: Uma empresa produz e vende 200 unidades mensais do produto Alfa com os seguintes dados: • Preço de venda por unidade: $ 1.350,00 • Custos e despesas variáveis por unidade: $ 850,00 • Custos e despesas fixos: $ 75.000,00 O resultado do período, de acordo com os dados apresentados, será: 60Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Resultado Receita de vendas: 200 un. x $ 1.350,00 $ 270.000,00 (–) Custos e despesas variáveis: 200 un. x $ 850,00 ($ 170.000,00) (=) Margem de contribuição $ 100.000,00 (–) Custos e despesas fixos ($ 75.000,00) (=) Lucro operacional $ 25.000,00 Calculando o GAO: GAO = $ 100.000,00 = 4,0 $ 25.000,00 GAO = 4 Demonstra em quantas vezes o resultado operacional variará em função do aumento ou da redução do volume de vendas. 55 56 57 58 59 60 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 11 61Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Uma empresa com custos fixos e GAO elevados poderá ter grandes aumentos ou grandes reduções nos lucros, dependendo da oscilação do volume de vendas. No exemplo apresentado essas oscilações provocarão aumentos ou reduções no resultado operacional iguais a quatro vezes à alteração percentual ocorrida no volume de vendas. 62Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Considerando os dados do exemplo anterior, admita a ocorrência de um aumento e uma redução de 20% no volume atual de vendas do produto Alfa.Sabendo que o GAO no volume atual de vendas é 4, depreende-se, imediatamente, que o resultado das vendas aumentará e reduzirá em 80% (4 x 20%). 63Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Vamos aos cálculos: a) Aumento do volume de vendas • Aumento = 20% • GAO = 4,0 • Aumento no resultado operacional = 20% x 4,0 = 80% • Resultado atual = $ 25.000,00 • Resultado após aumento no volume de vendas = $ 25.000,00 + ($ 25.000,00 x 80%) = $ 45.000,00 b) Redução do volume de vendas • Redução = 20% • GAO = 4,0 • Redução no resultado operacional = (20%) x 4,0 = (80%) • Resultado atual = $ 25.000,00 • Resultado após redução no volume de vendas = $ 25.000,00 - ($ 25.000,00 x 80%) = $ 5.000,00 64Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Quadro comparativo do resultado projetado Fonte: Lorentz (2021; p. 224) 65Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Comprova-se que o aumento ou a redução de 20% nas vendas produz uma variação de 80% no lucro operacional, motivada pela presença dos custos e despesas fixos. De acordo com Megliorini (2012), empresas que apresentam gastos fixos em proporções mais elevadas apresentam alavancagem operacional maior, o que representa maior risco operacional. Outros fatores também devem ser levados em conta para avaliar a ocorrência do risco operacional, como o comportamento da concorrência, falhas ou inadequações dos processos internos, entre outros. O GAO tem muita utilidade para as projeções dos resultados que as empresas possam obter em diversos níveis de atividades de produção e vendas, quando mantidos constantes o preço de venda, os custos e despesas variáveis e o montante dos custos e despesas fixos. 66Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Exemplo 3: Suponha que duas empresas sejam idênticas; que apresentem o mesmo resultado acumulado e o mesmo nível de rentabilidade, conforme tabela a seguir. Em qual das duas você estaria mais inclinado a investir? A resposta mais natural seria: “Em qualquer uma”. 61 62 63 64 65 66 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 12 67Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Mas isso não é tão fácil quanto parece! Os dados numéricos de receitas e de lucro de ambas as empresas são idênticos! Para evitar uma resposta simples num caso semelhante, primeiro, vamos analisar o GAO de cada uma delas: Empresa A: GAO = 40.000 ÷ 20.000 = 2 Empresa B: GAO = 70.000 ÷ 20.000 = 3,5 68Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Suponha que as empresas A e B tenham a mesma variação nas receitas (20%): Empresa A Variação nas receitas = 20% Variação no lucro = (2 x 20%) = 40% Empresa B Variação nas receitas = 20% Variação no lucro = (3,5 x 20%) = 70% Considerando um cenário de expansão de atividades e vendas, a melhor alternativa seria, então, investir na empresa B. 69Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Mas, se o mercado estiver recessivo ou com indicação parecida, uma queda de 10% no volume de vendas da empresa B ocasionará uma redução na lucratividade na ordem de 35% (3,5 x 10%), enquanto na empresa A, a redução na lucratividade seria de 20% (2 x 10%). Isso ocorre em função do impacto dos gastos fixos. A empresa B possui mais desses gastos. Mesmo reduzindo as vendas, esses gastos permanecerão os mesmos, no entanto a margem de contribuição será menor para absorvê-los. 70Francisco Lorentz Grau de alavancagem operacional (GAO) Não existe uma regra clara para decidirmos por uma empresa ou por outra. Os resultados de ambas serão alavancados pelos respectivos graus de alavancagem – quer seja para mais ou para menos. As decisões a serem tomadas em relação ao investimento nas empresas analisadas levarão em conta: Seu tamanho O mercado consumidor As expectativas futuras nos curto e médio prazos A regra é a seguinte: Quanto mais em expansão estiver um mercado, mais alavancada deverá ser a empresa e vice-versa. 71Francisco LorentzFrancisco Lorentz 71 Alavancagem Financeira 72Francisco LorentzFrancisco Lorentz 72 Análise da AlavancagemFinanceira Estrutura de capital Estrutura de capital é a participação relativa dos diversos tipos de fontes de capital remuneradas que estão sendo utilizadas para financiar os investimentos do ativo da empresa. Os passivos remunerados com juros, que fazem parte do conceito de estrutura de capital, são denominados de passivos de financiamento. (Padoveze) 67 68 69 70 71 72 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 13 73Francisco LorentzFrancisco Lorentz 73 Estrutura de capital Não são considerados fontes de capital os passivos normais decorrentes do financiamento dos custos das operações da empresa, tais como: fornecedores, contas a pagar, salários e encargos sociais a pagar, impostos a recolher e adiantamentos de clientes. (Padoveze) Esses são denominados de passivos de funcionamento, pois não são remunerados explicitamente com juros e os seus prazos de pagamento existem para dar operacionalidade de rotina de pagamento. Análise da AlavancagemFinanceira 74Francisco LorentzFrancisco Lorentz 74 C ap it al d e Te rc ei ro s Es tr u tu ra d e C ap it al C ap it al P ró p ri o Ativo Passivos de Funcionamento Passivos de Financiamento PL Es tr u tu ra d e Fi n an ci am en to Estrutura de Capital Análise da AlavancagemFinanceira 75Francisco LorentzFrancisco Lorentz 75 Ativos $10.000 Passivos de Funcionamento $2.000 Passivos de Financiamento $3.000 PL $5.000 Estrutura de Capital Ativos Líquidos $8.000 Passivos de Financiamento $3.000 PL $5.000 Es tr u tu ra d e C ap it al Os passivos de funcionamento são redutores do ativo. $10.000‐$2,000 = $8.000. Análise da AlavancagemFinanceira 76Francisco LorentzFrancisco Lorentz 76 Estrutura de Capital Empresa A Empresa B Valor - R$ Participação % Valor - R$ Participação % Financiamentos 100.000 10 250.000 25 Debêntures 250.000 25 350.000 35 Ações Preferenciais 300.000 30 150.000 15 Ações Ordinárias 350.000 35 250.000 25 Total 1.000.000 100 1.000.000 100 Exemplo de estrutura de capital - (Padoveze) Cap. Próprio Cap. Terceiros 65% 35% Empresa A Cap.Próprio Cap. Terceiros40% 60% Empresa B Análise da AlavancagemFinanceira 77Francisco LorentzFrancisco Lorentz 77 Parâmetros norteadores da estrutura de capital Grau de aversão ao risco Dilema liquidez x rentabilidade Mensuração do endividamento Análise da AlavancagemFinanceira 78Francisco LorentzFrancisco Lorentz 78 Grau de aversão ao risco As empresas são propriedades de pessoas e administradas por pessoas que têm comportamentos específicos, que refletem nas várias atividades empresariais dentro de diversos modelos decisórios. O risco pode ser definido como probabilidade de perda em relação a resultados esperados. Cap.Próprio Cap. Terceiros40% 60% Empresa B Menos aversão ao risco. Empresas arrojadas. Cap.Próprio Cap. Terceiros 65% 35% Empresa A Maior aversão ao risco. Empresas conservadoras. Análise da AlavancagemFinanceira 73 74 75 76 77 78 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 14 79Francisco LorentzFrancisco Lorentz 79 Dilema Liquidez x Rentabilidade O custo da fontes de capital são os juros e qualquer outra remuneração paga aos detentores e cedentes de capital. Deve‐se buscar a maior quantidade de fontes externas de capital, desde que a um custos menor que as fontes dos acionistas. Maiores lucros com maior quantidade de fontes baratas de capital. Quanto mais fontes externas maior o endividamento, consequentemente menor liquidez. Liquidez → capacidade de pagamento das dívidas. + Fontes Externas Liquidez + - Rentabili dade Rentabilidade Liquidez Fontes Externas Análise da AlavancagemFinanceira 80Francisco LorentzFrancisco Lorentz 80 Capital Próprio e Capital de Terceiros Na visão tradicional de finanças, ou abordagem ortodoxa: FontesExternas (financiamentos e debêntures) → Capital de Terceiros. Fontes Internas (Acionistas ordinários e preferenciais) → Capital Próprio. Análise da AlavancagemFinanceira 81Francisco LorentzFrancisco Lorentz 81 Capital Próprio e Capital de Terceiros Aspecto jurídico: os acionistas assumem os riscos e as responsabilidades finais pelo empreendimento quando de sua eventual liquidação. Análise da AlavancagemFinanceira 82Francisco LorentzFrancisco Lorentz 82 Capital Próprio e Capital de Terceiros Tipo de remuneração O capital de terceiros é remunerado, contratualmente, por meio de pagamento de juros e prêmios, tendo a empresa obtido lucro ou não (renda fixa). O capital próprio é remunerado pelo lucro residual, após pagamento dos juros aos financiadores externos. Caso haja prejuízos, os acionistas não terão lucros distribuídos (renda variável) Análise da AlavancagemFinanceira 83Francisco LorentzFrancisco Lorentz 83 Análise da AlavancagemFinanceira Capital Próprio e Capital de Terceiros Capital de Terceiros $100.000 Ganho = $200 Juros = ($80) Lucro = $120 Ganho = $70 Juros = ($80) Prejuízo = ($10) Situação A Situação B Remuneração Fixa Remuneração Variável O lucro para os acionistas dependem dos juros Na situação A, o capital de terceiros está alavancando o PL, pois gera $200 de ganho com pagamento de $80 de juros, deixando um lucro para os acionistas de $120. Na situação B, os ganhos foram insuficientes para pagar os $80 de juros, apresentando um prejuízo de $10. 84Francisco LorentzFrancisco Lorentz 84 Grau de Endividamento e Risco Financeiro Risco Financeiro → Possibilidade de a empresa não se responsabilizar, temporária ou definitivamente, pelo pagamento das parcelas do principal e dos juros contratuais. Financiadores externos adotam como referência básica para medir o risco financeiro de cada empresa, além do potencial de geração operacional de lucros, o grau de endividamento atual e futuro. Análise da AlavancagemFinanceira 79 80 81 82 83 84 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 15 85Francisco LorentzFrancisco Lorentz 85 Grau de Endividamento e Risco Financeiro Quanto maior o grau de endividamento, maior o risco financeiro da empresa. GE = Capital de Terceiros / Capital Próprio Como o capital de terceiros exige remuneração fixa, quanto mais empréstimos e debêntures existirem na empresa, maiores serão os comprometimentos financeiros no seu fluxo de caixa. O grau de endividamento mostra uma relação de garantia. Quanto mais os acionistas investem no prórpio negócio, mais indicações há de confiança no empreeendimento e que estão dispostos a assumir riscos. Análise da AlavancagemFinanceira 86Francisco LorentzFrancisco Lorentz 86 Estrutura de Capital Estrutura A Estrutura B Estrutura C Capital de Terceiros (A) 0 500.000 750.000 Capital Próprio (B) 1.000.000 500.000 250.000 Total das Fontes 1.000.000 1.000.000 1.000.000 Grau de Endividamento (A/B) 0 1,0 3,0 Exemplo de grau de endividamento - (Padoveze) Estrutura A → Possui endividamento zero. Estrutura financeira não alavancada, absolutamente conservadora. Estrutura B→Mostra uma relação capital de terceiros/capital próprio de 1:1. Estrutura C → Mostra pouca aversão ao risco e uso intensivo de capital de terceiros. Estrutura financeira arrojada. Análise da AlavancagemFinanceira 87Francisco LorentzFrancisco Lorentz 87 Rentabilidades do ativo e do acionista A rentabilidade geral da empresas decorre da rentabilidade do ativo, do resultado operacional. A rentabilidade do capital próprio depende de quanto de juros tem de se pagar para os empréstimos. Empresas do mesmo setor podem ter a mesma rentabilidade do ativo, mas obterem rentabilidades diferentes para o capital próprio decorrentes de sua estrutura financeira e taxa de juros do capital de terceiros. Análise da AlavancagemFinanceira 88Francisco LorentzFrancisco Lorentz 88 Endividamento e Rentabilidade EstruturaA Estrutura B Estrutura C Capital de Terceiros (A) 0 500.000 750.000 Capital Próprio (B) 1.000.000 500.000 250.000 Total das Fontes 1.000.000 1.000.000 1.000.000 A tabela anterior serve de base para análises no slide seguinte, que apresenta três estruturas financeiras e o impacto na rentabilidade dos acionistas sob o efeito de duas taxas de juros escolhidas arbitrariamente, 12% e 18% a.a. O lucro operacional para todas as hipóteses é o mesmo $150.000, uma vez que a rentabilidade operacional está relacionada com os ativos, e sua estrutura não é afetada pela estrutura de capital. Análise da AlavancagemFinanceira 89Francisco LorentzFrancisco Lorentz 89 Endividamento e Rentabilidade Hipótese 1: Taxa de Juros 12% a.a. EstruturaA Estrutura B Estrutura C Lucro operacional antes dos juros 150.000 150.000 150.000 Juros – 12% a.a. s/Cap. Terceiros - 60.000 90.000 Lucro líquido p/ os Acionistas 150.000 90.000 60.000 Rentabilidade do ativo (Em %) 15,0 15,0 15,0 Rentabilidade dos acionistas (Em%) 15,0 18,0 24,0 Hipótese 2: Taxa de Juros 18% a.a. EstruturaA Estrutura B Estrutura C Lucro operacional antes dos juros 150.000 150.000 150.000 Juros – 18% a.a. s/Cap. Terceiros - 90.000 135.000 Lucro líquido p/ os Acionistas 150.000 60.000 15.000 Rentabilidade do ativo (Em %) 15,0 15,0 15,0 Rentabilidade dos acionistas (Em%) 15,0 12,0 6,0 Endividamento e rentabilidade - (Padoveze) Análise da AlavancagemFinanceira 90Francisco LorentzFrancisco Lorentz 90 Endividamento e Rentabilidade Hipótese 1 → Na estrutura A, a rentabilidade do ativo é igual à rentabilidade dos acionista, pois não há pagamento de juros, toda a rentabilidade pertence aos acionistas. Nas estruturas B e C, a rentabilidade dos acionistas cresce, pois as taxas de juros sobre o capital de terceiros (12%) é menor que a rentabilidade dos ativos (15%). Quanto mais capital de terceiros existir na estrutura financeira, maior será a rentabilidade residual para os acionistas. Hipótese 2 → Nas estruturas B e C, há queda da rentabilidade para os acionistas em relação à remuneração do capital de terceiros. Ao pagar 18% a.a. de juros sobre o capital de terceiros, os acionistas obtém rentabilidade inferior àquela gerada pelos ativos. Neste caso, a taxa de juros compromete a estrutura e alavancagem financeira. Fica claro a relação do endividamento com o risco financeiro. Se o lucro operacional na estrutura C, por razões não previstas, for inferior a $135.000, a empresa não conseguirá honrar seus compromissos financeiros anuais, entrando em problemas de liquidez. Análise da AlavancagemFinanceira 85 86 87 88 89 90 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 16 91Francisco LorentzFrancisco Lorentz 91 Alavancagem Financeira Quando os acionistas da empresa obtém maiores lucros para suas ações, com o uso mais intensivo de capital de terceiros. Juros são custos fixos e permitem a alavancagem financeira. No dilema risco x retorno, há uma contrapartida negativa que é o risco. Maior alavancagem financeira, maior risco financeiro. Alavancagem 1 → quando os juros s/ capital de terceiros é menor que a rentabilidade dos ativos. Alavancagem 2 → quando a empresa aumenta o seu nível de atividade operacional, mantendo fixos os valores pagos de juros. Análise da AlavancagemFinanceira 92Francisco LorentzFrancisco Lorentz 92 Fórmulas Custo médio do capital de terceiros: ki = Custo anual de juros / Capital de terceiros Custo médio do capital dos acionistas: ke = Lucro operacional depois dos juros / Capital próprio Custo médio do capital da empresa: ko = Lucro operacional antes dos juros / (Cap. terceiros + Cap. Próprio) Grau de alavancagem financeira: GAF = Lucro operacional antes dos juros / Lucro operacional depois dos juros Análise da AlavancagemFinanceira 93Francisco LorentzFrancisco Lorentz 93 Alavancagem Financeira e Risco Financeiro EstruturaA Estrutura B Capital de terceiros 350.000 600.000 Capital próprio 650.000 400.000 Ativo total 1.000.000 1.000.000 Taxa de juros 10% 10% EstruturaA Estrutura B Receita de vendas 1.500.000 1.500.000 Custos e depesas variáveis 900.000 900.000 Custos e despesas fixas 490.000 490.000 Lucro operacional antes dos juros (A) 110.000 110.000 Juros 35.000 60.000 Lucro operacional depois dos juros (B) 75.000 50.000 Rentabilidade operacional do ativo (%) 11,0 11,0 Rentabilidade do capital próprio (%) 11,5 12,5 Grau de alavancagem financeira (A:B) 1,467 2,200 Análise da AlavancagemFinanceira 94Francisco LorentzFrancisco Lorentz 94 Alavancagem Financeira e Risco Financeiro Com aumento de 12% no volume de vendas: EstruturaA Estrutura B Receita de vendas 1.680.000 1.680.000 Custos e depesas variáveis 1.008.000 1.008.000 Custos e despesas fixas 490.000 490.000 Lucro operacional antes dos juros (A) 182.000 182.000 Juros 35.000 60.000 Lucro operacional depois dos juros (B) 147.000 122.000 Rentabilidade operacional do ativo (%) 18,2 18,2 Rentabilidade do capital próprio (%) 22,6 30,5 Efeito da alavancagem financeira Análise da AlavancagemFinanceira 95Francisco LorentzFrancisco Lorentz 95 Alavancagem Financeira e Risco Financeiro Com diminuição de 12% no volume de vendas: EstruturaA Estrutura B Receita de vendas 1.320.000 1.320.000 Custos e depesas variáveis 792.000 792.000 Custos e despesas fixas 490.000 490.000 Lucro operacional antes dos juros (A) 38.000 38.000 Juros 35.000 60.000 Lucro operacional depois dos juros (B) 3.000 (22.000) Rentabilidade operacional do ativo (%) 3,8 3.8 Rentabilidade do capital próprio (%) 0,5 -5,5 Ocorrência do risco financeiro. Análise da AlavancagemFinanceira 96Francisco LorentzFrancisco Lorentz 96 AlavancagemFinanceira A alavancagem financeira resulta da participação de recursos de terceiros na estrutura de capital da empresa. Em princípio, pode-se admitir que interessa o endividamento sempre que seu custo for menor que o retorno produzido pela aplicação desses recursos. Nessa situação em que o retorno do investimento do capital emprestado excede a seu custo de captação, há diferença positiva alavancando a rentabilidade. Em situação inversa, quando a empresa toma emprestado a um custo superior a taxa de retorno que pode aplicar esses recursos, o proprietário cobre esse resultado desfavorável mediante seus resultados líquidos. 91 92 93 94 95 96 Análise de Custos e Contabilidade Gerencial março de 21 17 97Francisco LorentzFrancisco Lorentz 97 AlavancagemFinanceira Alavancagem financeira significa o que a empresa consegue aumentar do lucro líquido através da estrutura de financiamento, e mostra a possibilidade de os acionistas da empresa obterem maiores lucros para seus investimentos, com o uso mais intensivo de capitais de terceiros. A existência de capitais de terceiros na estrutura de financiamento permite a ocorrência de alavancagem financeira para os capitais próprios. A alavancagem traz consigo o conceito de risco financeiro, que é a dependência extrema dos capitais de terceiros para financiamento das atividades da empresa. 98Francisco LorentzFrancisco Lorentz 98 Grau de AlavancagemFinanceira (GAF) Poderá ser utilizada a seguinte fórmula para o cálculo do GAF: lucro antes dos juros GAF = lucro depois dos juros 99Francisco LorentzFrancisco Lorentz 99 AlavancagemFinanceira Exemplo: Considerando que as empresas ALFA LTDA e BETA LTDA têm estruturas de custos e despesas fixas que totalizam R$ 1.000,00. Com a utilização dessas estruturas, elas conseguem produzir e comercializar 10 unidades do produto Y. O preço de venda unitário (sem impostos e outras deduções) do produto Y é de R$ 200,00 e os custos variáveis de produção importam em R$ 80,00. 100Francisco LorentzFrancisco Lorentz 100 AlavancagemFinanceira A estrutura patrimonial das empresas ALFA LTDA e BETA LTDA é a seguinte: ALFA LTDA BETA LTDA Ativo total 1.000,00 1.000,00 Passivo total 350,00 600,00 Patrimônio Líquido 650,00 400,00 Ambas as empresas atuam num mercado onde a remuneração pelo uso dos capitais de terceiros (taxa de juros) é de 10% num determinado período (mês, ano etc.). Para as duas empresas os juros sobre capitais de terceiros são contabilizados como despesas financeiras e integram os custos fixos mais despesas de suas estruturas de custos. As empresas ALFA LTDA e BETA LTDA têm os mesmos investidores. 101Francisco LorentzFrancisco Lorentz 101 AlavancagemFinanceira DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO – EMPRESAS ALFA LTDA E BETA LTDA ALFA LTDA ‐ R$ BETA LTDA ‐ R$ ( = ) RECEITA LÍQUIDA 2.000,00 2.000,00 ( ‐ ) CUSTOS VARIÁVEIS (800,00) (800,00) ( = ) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 1.200,00 1.200,00 ( ‐ ) CUSTOS FIXOS + DESPESAS (antes dos juros) (965,00) (940,00) ( = ) LUCRO OPERACIONAL (antes dos juros) 235,00 260,00 ( ‐ ) JUROS (35,00) (60,00) ( = ) LUCRO OPERACIONAL (depois dos juros) 200,00 200,00 Grau de Alavancagem Financeira ‐ GAF 235,00 = 1,175 200,00 260,00 = 1,3 200,00 A situação apresentada pela comparação entre as empresas mostra que BETA LTDA utilizou melhor os capitais de terceiros. Mesmo com uma despesa maior pela remuneração pelo uso dos capitais de terceiros, a empresa BETA LTDA alcançou o mesmo lucro operacional de ALFA LTDA. Com essa análise, os acionistas de BETA LTDA podem decidir se as operações da empresa devem ser financiadas com capital próprio ou capital de terceiros. Francisco LorentzFrancisco Lorentz Francisco Lorentz franciscolorentz@gmail.com 97 98 99 100 101 102
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