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1 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO Caderno do Professor 6º ano do Ensino Fundamental Língua Portuguesa São Paulo 1º Bimestre de 2019 22ª edição 2 APRESENTAÇÃO A Avaliação da Aprendizagem em Processo – AAP - se caracteriza como ação desenvolvida de modo colaborativo entre a Coordenadoria Pedagógica e a Coordenadoria de Informação, Tecnologia, Evidência e Matrícula. Iniciada em 2011, em apenas dois anos/séries, foi gradativamente sendo expandida e desde 2015 está abrangendo todos os alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio além de, continuamente, aprimorar seus instrumentos e formas de registro. A AAP, fundamentada no Currículo do Estado de São Paulo, propõe o acompanhamento da aprendizagem das turmas e alunos, de forma individualizada, tendo caráter diagnóstico. Tem como objetivo apoiar as unidades e os docentes na elaboração de estratégias adequadas, a partir da análise de seus resultados, que contribuam efetivamente para melhoria da aprendizagem e desempenho dos alunos, especialmente nas ações de recuperação contínua. As habilidades selecionadas para a AAP, em Língua Portuguesa e Matemática, passaram a ter como referência, a partir de 2016, a Matriz de Avaliação Processual elaborada pela COPED e já disponibilizada à rede. Nas edições de 2019 prossegue esse mesmo referencial assim como, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental permanece a articulação com as expectativas de aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática e com os materiais do Programa Ler e Escrever e Educação Matemática nos Anos Iniciais – EMAI. Além da formulação dos instrumentos de avaliação, na forma de cadernos de provas para os alunos, também foram elaborados os respectivos Cadernos do Professor, com orientações específicas para os docentes, contendo instruções para a aplicação da prova (Anos Iniciais), quadro de habilidades de cada prova, exemplar da prova, gabarito, orientações para correção (Anos Iniciais), grade de correção e recomendações pedagógicas gerais. Estes subsídios, agregados aos registros que o professor já possui e juntamente com as informações incorporadas na Plataforma Foco Aprendizagem, a partir dos dados inseridos pelos docentes no SARA – Sistema de Acompanhamento dos Resultados de Avaliações – devem auxiliar no planejamento, replanejamento e acompanhamento das ações pedagógicas, mobilizando procedimentos, atitudes e conceitos necessários para as atividades de sala de aula, sobretudo aquelas relacionadas aos processos de recuperação das aprendizagens. COORDENADORIA PEDAGÓGICA COPED COORDENADORIA DE INFORMAÇÃO, TECNOLOGIA, EVIDÊNCIA E MATRÍCULA - CITEM 3 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO 6º ano EF – 1º bimestre/2019 – 22ª Edição Língua Portuguesa – Caderno do Professor Questão Gabarito Habilidade 01 C Reconhecer aspectos linguísticos (pontuação) em funcionamento em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). 02 D Localizar informação explícita em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance, não verbal). 03 B Estabelecer relações entre textos verbais (conto, fábula, crônica, trecho de romance) e/ou textos não verbais. 04 A Reconhecer os elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo, espaço ou foco narrativo) em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). 05 B Identificar relações entre segmentos de um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance), a partir de substituição por: forma pronominal (pronome pessoal, possessivo ou demonstrativo), substantivo e sinonímia. 06 A Estabelecer relações entre textos verbais (conto, fábula, crônica, trecho de romance) e/ou textos não verbais. 07 B Localizar informação explícita em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance, não verbal). 08 A Reconhecer os elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo, espaço ou foco narrativo) em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). 09 C Identificar relações entre segmentos de um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance), a partir de substituição por: forma pronominal (pronome pessoal, possessivo ou demonstrativo), substantivo e sinonímia. 10 B Identificar aspectos linguísticos (substantivo, adjetivo, verbo advérbio) em funcionamento em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). 11 C Reconhecer aspectos linguísticos (pontuação) em funcionamento em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). 12 C Identificar aspectos linguísticos (substantivo, adjetivo, verbo advérbio) em funcionamento em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). 4 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO 6º ano EF – 1º bimestre/2019 – 22ª Edição Língua Portuguesa – Caderno do Professor Leia o texto e responda às questões 01 e 02. O vendedor de pérolas Denyse Cantuária Era um menino de cabelos arrepiados pelo vento marinho e olhos acesos a procurar novidades em tudo. Usava roupas encardidas de tanto passar as mãos nelas, enquanto os pés, chatos como salamandras, andavam pelo lamaçal do cais do porto. A ilha onde ele morava tinha caminhos feitos com toras de madeira empilhadas e amarradas por cordas, impedindo a vontade da natureza de escorrer terra adentro. Uma espécie de parede construída para observar e receber os barcos que chegavam. Miraldo ouvia sempre a mesma lenga-lenga dos trabalhadores do lugar: - Oh menino! Tu tens pés que mais parecem nadadeiras de tubarão de tanto andar descalço nesses lamaceiros de escamas de peixe e sal. Anda a procurar um sapato, vai! O que o garoto retrucava: - Como comprarei sapatos? O pouco que ganho com as moedas recebidas em troca das sacolas carregadas até os carros nem compram um peixe grande para alimentar meus irmãos! Dito isto, ganhava dos homens do cais alguns peixes pequenos a serem levados para a família. Enquanto o dinheiro para os sapatos tão desejados... nunca chegava! CANTUÁRIA, Denyse. O vendedor de pérolas. São Paulo: Noovha América, 2010. p. 5-6. 5 Habilidade Reconhecer aspectos linguísticos (pontuação) em funcionamento em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). Questão 01 No texto, os trabalhadores deram um tipo de ordem a Miraldo. O trecho que indica isso é: (A) “Oh menino!”. (B) “Como comprarei sapatos?”. (C) “Anda a procurar um sapato, vai!”. (D) “[...] sapatos tão desejados... nunca chegava!”. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) “Oh menino!”. Resposta incorreta. A expressão “Oh menino!” indica, dentro do contexto, uma invocação, um ato de chamar a atenção para estabelecimento de diálogo. (B) “Como comprarei sapatos?”. Resposta incorreta. Em “Como comprarei sapatos?”, temos um exemplo da fala do menino iniciando, de acordo com o texto, uma justificativa àquele que o mandou comprar sapatos. Essa fala aciona um outro movimento: ao invés de ganhar dinheiro para adquirir o calçado, ganha peixes a fim de auxiliar na alimentação da família. 6 (C) “Anda a procurar um sapato, vai!”. Resposta correta. No trecho “Anda a procurar um sapato, vai!”, temos verbos no imperativo que indicam uma direção dada ao menino. Em primeiro lugar, os trabalhadores utilizam-se de um chamamento (“- Oh menino!”), depois fazem uma observação de algo já constatado (“Tu tens pés que mais parecem nadadeiras de tubarão de tanto andar descalço nesses lamaceiros de escamas de peixe e sal.”), que, por fim, resultam em umacomanda a ser praticada (“Anda a procurar um sapato, vai!”). (D) “[...] sapatos tão desejados... nunca chegava!”. Resposta incorreta. A expressão “[...] sapatos tão desejados... nunca chegava!” possui tom de lamento diante da constatação de que o dinheiro para a compra do calçado não seria conseguido. Habilidade Localizar informação explícita em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance, não verbal). Questão 02 Para conseguir moedas, Miraldo (A) caminhava pelo lamaçal do cais do porto. (B) conversava com os trabalhadores do local. (C) andava sem sapatos e com roupas encardidas. (D) carregava sacolas de compras até os carros. 7 GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) caminhava pelo lamaçal do cais do porto. Resposta incorreta. Miraldo caminhava descalço pelo lamaçal do cais do porto, essa ação compõe a movimentação da personagem e, embora explícita no texto, não contempla diretamente o ganho de moedas. (B) conversava com os trabalhadores do local. Resposta incorreta. A conversa com os trabalhadores do local resultava no ganho de peixes para Miraldo e sua família. (C) andava sem sapatos e com roupas encardidas. Resposta incorreta. Andar descalço e usar roupas encardidas configuram a personagem, determinam sua aparência que, diretamente, não correspondem ao ganho do dinheiro. (D) carregava sacolas de compras até os carros. Resposta correta. A personagem que andava sem sapatos pelo lamaçal do cais do porto, com roupas encardidas, ganhava suas moedas carregando sacolas de compras. Esse era o seu trabalho. 8 Leia os textos I e II e responda às questões 03 e 04. Texto I A inveja dos nomes Orígenes Lessa Vira-lata sou. Cão sem dono. Esta condição de cão sem dono foi um dos complexos da minha vida longo tempo. Sem dono e sem nome. Filho de pai desconhecido [...] cresci ao acaso das ruas. Não me lembro muito da primeira infância. Pela contagem dos homens devo ter doze ou quatorze anos, sou quase um velho. Pelo menos foi isso o que ouvi, não faz muito, de dois caras que me observavam com ar de entendidos. Um deles dizia: - Esse bicho é velho pra cachorro! Olhei com desprezo os dois infelizes. Idade não se mede pelo tempo vivido [...], mas pelo desgaste deixado. Eu sou o mesmo que era há não sei quanto tempo. A mesma disposição, a mesma alegria, a mesma coragem na luta pela comida difícil, a mesma rapidez no revolver uma lata do que os homens chamam de lixo [...]. Tenho a mesma ligeireza no fugir ao fantasma das carrocinhas1 que têm levado tantos dos nossos irmãos para destinos incertos. A mesma capacidade de evitar os colegas atacados pela raiva, que eu tão cedo aprendi, nos dias longínquos da inexperiência, quando ainda me agoniava por não ter nome nem dono. [...] LESSA, Orígenes. A Inveja dos nomes. In Confissões de um Vira-Lata. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d. p. 20-21. 1 Carrocinha - veículo utilizado para recolher cães que andam soltos pelas ruas. 9 Texto II Disponível em: <https://goo.gl/UssVHy>. Acesso em: 11 fev. 2019. 10 Habilidade Estabelecer relações entre textos verbais (conto, fábula, crônica, trecho de romance) e/ou textos não verbais. Questão 03 Os Textos I e II têm em comum (A) a curiosidade que carrocinhas provocam em cães e gatos. (B) o medo que os cachorros de rua possuem de carrocinhas. (C) a quantidade de cães vira-latas que vivem soltos nas ruas. (D) o jeito dos cães mostrarem que não gostam de humanos. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) a curiosidade que carrocinhas provocam em cães e gatos. Resposta incorreta. Geralmente, as carrocinhas não atraem cães e gatos. (B) o medo que os cachorros de rua possuem de carrocinhas. Resposta correta. Os dois textos evidenciam o medo que animais de rua têm das carrocinhas. (C) a quantidade de cães vira-latas que vivem soltos nas ruas. Resposta incorreta. Os dois textos não intencionam evidenciar a demanda de cães soltos nas ruas. (D) o jeito dos cães mostrarem que não gostam de humanos. Resposta incorreta. A carrocinha e os animais soltos são elementos comuns entre os dois textos. O fato de não gostarem de humanos não é evidenciado. 11 Habilidade Reconhecer os elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo, espaço ou foco narrativo) em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). Questão 04 Releia o texto I “A inveja dos nomes”. A história fala sobre um cachorro que (A) morava nas ruas. (B) procurava um dono. (C) foi capturado pela carrocinha. (D) adquiriu a doença da raiva. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) morava nas ruas. Resposta correta. A história fala de um cachorro que morava nas ruas: “Filho de pai desconhecido [...] cresci ao acaso das ruas. Não me lembro muito da primeira infância”. (B) procurava um dono. Resposta incorreta. O cachorro, em suas memórias, afirma “Vira-lata sou. Cão sem dono. Esta condição de cão sem dono foi um dos complexos da minha vida longo tempo. Sem dono e sem nome.” (C) foi capturado pela carrocinha. Resposta incorreta. A personagem nunca foi capturada pela carrocinha: “[...] Tenho a mesma ligeireza no fugir ao fantasma das carrocinhas que têm levado tantos dos nossos irmãos para destinos incertos [...].” (D) adquiriu a doença da raiva. Resposta incorreta. A personagem nunca adquiriu a doença: “[Tenho] A mesma capacidade de evitar os colegas atacados pela raiva, que eu tão cedo aprendi [...]. 12 Leia o texto e responda à questão 05. A formiga e a pomba Esopo Uma formiga, sedenta, desceu a uma fonte e, arrastada pela correnteza, estava para afogar-se. Uma pomba, ao ver isso, arrancou um galho de uma árvore e o jogou na fonte. Subindo nele, a formiga salvou-se. Um caçador de pássaros, depois disso, avançou com uma armadilha de galhinhos para prender a pomba. A formiga, vendo isso, mordeu o pé do caçador, que, com a dor, atirou fora os galhinhos, e imediatamente a pomba fugiu. ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 2004. p. 136. (Coleção travessias) Habilidade Identificar relações entre segmentos de um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance), a partir de substituição por: forma pronominal (pronome pessoal, possessivo ou demonstrativo), substantivo e sinonímia. Questão 05 No texto, a palavra “nele”, está se referindo a (A) pé. (B) galho. (C) pássaro. (D) caçador. 13 GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) pé. Resposta incorreta. O “pé”, parte do corpo do caçador que foi mordida pela formiga, não é retomado pelo pronome “nele”: “ A formiga, vendo isso, mordeu o pé do caçador, que, com a dor, atirou fora os galhinhos, e imediatamente a pomba fugiu”. (B) galho. Resposta correta. A palavra masculina “galho” é retomada pelo pronome “nele”, conforme explicitado no trecho: “[...] Uma pomba, ao ver isso, arrancou um galho de uma árvore e o jogou na fonte. Subindo nele [no galho], a formiga salvou-se. (C) pássaro. Resposta incorreta. O pronome “nele” também não retoma a palavra “pássaro”, conforme evidencia o trecho: “Um caçador de pássaros, depois disso, avançoucom uma armadilha de galhinhos para prender a pomba”. (D) caçador. Resposta incorreta. Com relação à palavra “caçador”, a ligação com o pronome “nele” não se sustenta: “Um caçador de pássaros, depois disso, avançou com uma armadilha de galhinhos para prender a pomba. A formiga, vendo isso, mordeu o pé do caçador, que, com a dor, atirou fora os galhinhos, e imediatamente a pomba fugiu”. 14 Leia os Textos I e II e responda à questão 06. Texto I Disponível em: <https://clubehq.loja2.com.br/7293746-Emilia-N-10-Cuidado-Voce-Pode-Se-Apaixonar->. Acesso em: 25 fev. 2018. 15 Texto II Disponível em: <http://www.sincerando.com/2014/08/turma-da-monica-edicao-91-julho-2014.html>. Acesso em: 11 fev. 2019. 16 Habilidade Estabelecer relações entre textos verbais (conto, fábula, crônica, trecho de romance) e/ou textos não verbais. Questão 06 Os Textos I e II têm em comum (A) as flechas do Cupido, o deus do amor. (B) as personagens fugindo das flechadas. (C) os lugares em que as personagens estão. (D) os corações vermelhos na ponta das setas. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) as flechas do Cupido, o deus do amor. Resposta correta. A associação com as flechas do Cupido deve ser estabelecida. Embora a mensagem esteja implícita no Texto I, no Texto II há pistas que remetem à ação de lançar as flechas do amor em direção ao alvo pretendido (pessoa que será amada). A alternativa traz um elemento complementar (e possivelmente complicador): chama o Cupido de deus do amor. Esse complemento não tende a prejudicar a resposta, pois outras marcas remetem à elucidação do enunciado. A partir disso, é possível explorar e expandir o repertório cultural do aluno. (B) as personagens fugindo das flechadas. Resposta incorreta. No Texto I, isso não se evidencia. No Texto II, as personagens não fogem das flechadas. (C) os lugares em que as personagens estão. Resposta incorreta. O cenário não consta como evidência comum entre os textos. (D) os corações vermelhos na ponta das setas. Resposta incorreta. No Texto I, o coração na ponta da flecha é azul; já no Texto II, a cor é vermelha. 17 Leia o texto e responda à questão 07. O Caracol e a Pitanga Millôr Fernandes Há dois dias o caracol galgava2 lentamente o tronco da pitangueira3, subindo e parando, parando e subindo. Quarenta e oito horas de esforço tranquilo, de caminhar quase filosófico. De repente, enquanto ele fazia mais um movimento para avançar, desceu pelo tronco, apressadamente, no seu passo fustigado4 e ágil, uma formiga maluca, dessas que vão e vêm mais rápidas que coelho de desenho animado. Parou um instantinho, olhou zombeteira5 o caracol e disse: - Volta, volta, volta! Que é que você vai fazer lá em cima? Não é tempo de pitanga. - Vou indo, vou indo - respondeu calmamente o caracol. - Quando eu chegar lá em cima vai ser tempo de pitanga. FERNANDES. Millôr. Fábulas Fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1967. p. 67. (adaptado) Habilidade Localizar informação explícita em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance, não verbal). Questão 07 O caracol subia o tronco da pitangueira (A) apressadamente. (B) lentamente. (C) zombeteiro. (D) fustigado. 2 Galgava – subia, escalava. 3 Pitangueira – árvore que dá pitangas (pequenas frutas vermelhas). 4 Fustigado – castigado, cansado. 5 Zombeteira – aquela que zomba, tira sarro. 18 GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) apressadamente. Resposta incorreta. A formiga, em ação oposta a do caracol, “[...] desceu pelo tronco, apressadamente, no seu passo fustigado e ágil [...]”. (B) lentamente. Resposta correta. O trecho “Há dois dias o caracol galgava lentamente o tronco da pitangueira, subindo e parando, parando e subindo” [...] comprova a vagarosidade com que ele percorre seu trajeto. (C) zombeteiro. Resposta incorreta. Em “[A formiga] Parou um instantinho, olhou zombeteira6 o caracol [...]”, pode-se verificar que o olhar zombeteiro é o da formiga e não o do caracol. (D) fustigado. Resposta incorreta. Em “[...] desceu pelo tronco, apressadamente, no seu passo fustigado e ágil, uma formiga maluca [...]”, observa-se o passo fustigado é o da formiga. Leia o texto para responder às questões 08, 09 e 10. Tudo nos conformes Carlos Heitor Cony Não lhe sabia o nome, apenas o apelido. Era “Conformes”. Frequentava nossa roda no Leme, um grupo de jornalistas, escritores, gente do cinema e do teatro, ele se aproximava, ninguém sabia de onde vinha nem quem era. Esfregava as mãos, sentava-se na mesa e perguntava: - Como é? Está tudo nos conformes? Pois naquela viagem para Recife, mal sentei na poltrona preferida, 7L, dei de cara com Conformes, que estava no assento ao lado. Para variar, ele esfregou as mãos e perguntou: 6 Zombeteira – aquela que zomba, tira sarro. 19 - Como é? Está tudo nos conformes? Respondi que sim, para evitar conversa. Três horas de avião com um chato ao lado é dose. Se tudo estava nos conformes, o tempo não estava nada para conformes. Mal o avião decolou, começou a jogar. O tempo péssimo e o aparelho pior, não ganhava altura. Comecei a suar frio. E mais frio suava quando via Conformes, na poltrona do lado, dormindo em paz, sem dar bola para o pânico que aumentava em mim e nos demais passageiros. Mas tudo tem limite. O avião começou a beirar a copa das árvores de uma pequena floresta, o piloto manobrava à direita e à esquerda, tentando desviar-se do perigo, eu sabia que, após a floresta, viria a montanha. E com o avião sem altura, o choque seria fatal. Irritei-me com Conformes. Dei um jeito de acordá-lo. Lívido, a testa encharcada, mãos crispadas de terror, mostrei-lhe a janela, as árvores passando rente à cabine. Os passageiros gritando, um deles garantindo que Deus nos salvaria. Conformes olhou lá fora, não disse nada. Levantou-se, cambaleando foi até a cabine. Se a situação estava péssima, ficaria pior com Conformes lá dentro. Consegui vencer o pânico e chamar a comissária, dando o alerta: - Olha! Tem um louco lá dentro, saiu daqui agora mesmo, é um idiota, tirem o sujeito de lá! A comissária, que estava alarmada, mais alarmada ficou. Alguns passageiros já estavam gritando, chorando e rezando, com a notícia de um louco na cabine gritaram, choraram e rezaram com mais veemência. Fechei os olhos, esperando a morte. Senti que o avião continuava a descer, estávamos agora no meio das árvores. Eu chegava ao fim dos meus dias. Cerrei os punhos esperando o impacto final. O avião sacolejou, sacolejou muito e só então percebi que o aparelho conseguira aterrissar numa clareira providencial. Estávamos salvos mas o avião devia estar em pedaços. Estava. Galhos de árvores haviam invadido a cabine, vidros destroçados, forte cheiro de queimado em toda parte. Fui à cabine agradecer a perícia do piloto que nos salvara. Encontrei Conformes no comando, com a 20 cara de sempre. Só então fiquei sabendo que ele era instrutor na FAB, medalhado e tudo o mais. Ele olhou para mim, livrando-se do cinto que o amarrava à cadeira do comandante. Esfregou as mãos e perguntou: - Como é? Está tudo nos conformes? CONY, Carlos Heitor. Et al. Tudo nos conformes. In: ______. Contosde pânico. São Paulo: Marco Zero, 2004. p. 09-13. (adaptado) Habilidade Reconhecer os elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo, espaço ou foco narrativo) em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). Questão 08 No texto “Tudo nos conformes”, (A) o narrador conta e participa da história. (B) o narrador fala somente sobre Conformes. (C) Conformes é um dos narradores da história. (D) Conformes é narrador e personagem do conto. 21 GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) o narrador conta e participa da história. Resposta correta. O narrador da história conta e dela participa, colocando-se como conhecido de Conformes. (B) o narrador fala somente sobre Conformes. Resposta incorreta. Conformes é privilegiado na narrativa, mas outros aspectos também são mencionados: roda de amigos no Leme, viagem a Recife, avião em pane, passageiros, comissária entre outros. (C) Conformes é um dos narradores da história. Resposta incorreta. Conformes é colocado na narrativa como personagem essencial de uma história contada por um narrador em primeira pessoa. (D) Conformes é narrador e personagem do conto. Resposta incorreta. Conformes é uma das personagens da história. Habilidade Identificar relações entre segmentos de um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance), a par de substituição por: forma pronominal (pronome pessoal, possessivo ou demonstrativo), substantivo e sinonímia. Questão 09 De acordo com o texto, Conformes era um reconhecido (A) jornalista. (B) escritor. (C) instrutor. (D) passageiro. 22 GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) jornalista. Resposta incorreta. Conformes frequentava roda de amigos do narrador. Entre escritores, gente do cinema e do teatro estavam os jornalistas. (B) escritor. Resposta incorreta. Conformes frequentava roda de amigos do narrador. Entre jornalistas, gente do cinema e do teatro estavam também os escritores. (C) instrutor. Resposta correta. Na fala do narrador personagem, temos: “[...] Fui à cabine agradecer a perícia do piloto que nos salvara. Encontrei Conformes no comando, com a cara de sempre. Só então fiquei sabendo que ele era instrutor na FAB, medalhado e tudo o mais [...]”. (D) passageiro. Resposta incorreta. Começou a viagem como passageiro e a terminou como piloto, salvando a todos com sua perícia no comando da aeronave. Habilidade Identificar aspectos linguísticos (substantivo, adjetivo, verbo e advérbio) em funcionamento em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). Questão 10 No trecho “Olha! Tem um louco lá dentro [...]”, a parte em destaque se refere (A) a avião. (B) à cabine. (C) a bagageiro. (D) à condução. 23 GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) a avião. Resposta incorreta. Estavam todos no avião (narrador, comissária, passageiros, Conformes, piloto). A expressão “lá dentro” remete a um local pertencente à aeronave. (B) à cabine. Resposta correta. Espaço do avião que corresponde ao “lá dentro” enfatizado pelo narrador personagem. (C) a bagageiro. Resposta incorreta. Espaço do avião, mas sem ligação com o contexto da história contada pelo narrador. (D) à condução. Resposta incorreta. A palavra “condução”, no contexto, acolhe o meio de transporte “avião” e, devido à abrangência, também se distancia da resposta correta. Leia o texto para responder à questão 11. Foi na estação das águas que Antônio chegou. Dizem que nasceu antes do tempo7. Pediram galinhas gordas emprestadas aos vizinhos. Secaram suas roupas no canto do fogão. Jogaram seu umbigo na correnteza. Nasceu tão fraco que recebeu o batismo em casa, na correria, sem festas. Para padrinhos, escolheram casal de amigos bem próximos, com muitas desculpas. A morte sem batismo condenaria o menino, mesmo inocente, a viver eternamente no limbo, lugar sem luz. Enrolado em mantas de franjas bordadas com pontos e cores, todos desejavam ver aquele menino – fruto temporão 8– dormindo no canto do catre9 da mãe. Mas Antônio, como se ainda submerso num mundo anterior ao nosso, desconhecia as visitas. [...] QUEIRÓS, Bartolomeu Campos. Indez. São Paulo: Global, 2004. p. 10. 7 “nasceu antes do tempo” – nasceu antes dos nove meses, nasceu prematuro. 8 “fruto temporão” – fruto que nasce fora da época. 9 Catre – espécie de cama, leito simples. 24 Habilidade Identificar aspectos linguísticos (substantivo, adjetivo, verbo e advérbio) em funcionamento em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). Questão 11 “Fruto temporão” é característica (A) da mãe. (B) das visitas. (C) do menino. (D) dos padrinhos. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) da mãe. Resposta incorreta. Segundo o texto, o fruto temporão dormia no “canto do catre da mãe”. (B) das visitas. Resposta incorreta. Segundo o texto, as visitas são as pessoas que iam ver Antônio: “[...] todos [as visitas] desejavam ver aquele menino – fruto temporão – dormindo no canto do catre da mãe [...]”. (C) do menino. Resposta correta. Fruto temporão caracteriza Antônio: “[...] todos desejavam ver aquele menino – fruto temporão – dormindo no canto do catre da mãe [...]”. (D) dos padrinhos. Resposta incorreta. Na narrativa, o menino “[...] Nasceu tão fraco que recebeu o batismo em casa, na correria, sem festas. Para padrinhos, escolheram casal de amigos bem próximos [...]”. 25 Leia o texto e responda à questão 12. Prisioneiros da Selvas Francisco Marins Não posso me esquecer das grandes emoções daquele dia em que, em meio a terrível tempestade, eu, Perova e o indiozinho Pixuíra escapamos de morrer afogados, bem em frente da serra fantástica, que meu tio Juvenal tanto procurara, e onde afinal ficou sepultado para sempre!... Com ele, para o fundo das águas agitadas, também se fora o velho e misterioso índio Muiraquitã! Eu, Perova e Pixuíra dentro do frágil barco fomos arrastados horas e horas, pela correnteza [...]. Quando pudemos reestabelecer a calma procuramos nos orientar. Onde estávamos? Para onde seguíamos? Era impossível saber. [...] MARINS, Francisco. Prisioneiros das Selvas. In _____. Volta à Serra Misteriosa. São Paulo: Melhoramentos, 1978. p. 15. 26 Habilidade Reconhecer aspectos linguísticos (pontuação) em funcionamento em um texto (conto, fábula, crônica, trecho de romance). Questão 12 No texto, o uso dos pontos de interrogação indica (A) raiva. (B) alegria. (C) incerteza. (D) entusiasmo. GRADE DE CORREÇÃO ALTERNATIVAS OBSERVAÇÕES (A) raiva. Resposta incorreta. Ao considerarmos o contexto, o sentimento da raiva não é elemento passível de inferência. (B) alegria. Resposta incorreta. Embora a alegria de ter sobrevivido à violência do rio possa ser algo inferido, as questões remetem à incerteza do que virá depois. (C) incerteza. Resposta correta. O trecho “Quando pudemos reestabelecer a calma procuramos nos orientar. Onde estávamos? Para onde seguíamos? Era impossível saber. [...]” traz dois questionamentos que atraem respostas incertas para acontecimentos futuros. (D) entusiasmo.Resposta incorreta. No trecho do texto apresentado, o entusiasmo é algo possivelmente inexistente. 27 Referências Bibliográficas CANTUÁRIA, Denyse. O vendedor de pérolas. São Paulo: Noovha América, 2010. p. 5-6. CONY, Carlos Heitor. Et al. Tudo nos conformes. In: ______. Contos de pânico. São Paulo: Marco Zero, 2004. p. 09-13. (adaptado). ESOPO. Fábulas completas. São Paulo: Moderna, 2004. p. 136. (Coleção travessias). FERNANDES. Millôr. Fábulas Fabulosas. Rio de Janeiro: Nórdica, 1967. p. 67. (adaptado). LESSA, Orígenes. A Inveja dos nomes. In Confissões de um Vira-Lata. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d. p. 20-21. MARINS, Francisco. Prisioneiros das Selvas. In _____. Volta à Serra Misteriosa. São Paulo: Melhoramentos, 1978. p. 15. QUEIRÓS, Bartolomeu Campos. Indez. São Paulo: Global, 2004. p. 10. Sites Pesquisados <https://goo.gl/UssVHy>. Acesso em: 11 fev. 2019. <https://clubehq.loja2.com.br/7293746-Emilia-N-10-Cuidado-Voce-Pode-Se- Apaixonar->. Acesso em: 25 fev. 2018. <http://www.sincerando.com/2014/08/turma-da-monica-edicao-91-julho- 2014.html>. Acesso em: 11 fev. 2019. 28 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO COORDENADORIAS Coordenadoria Pedagógica - COPED Coordenador: Caetano Pansani Siqueira Coordenadoria de Informação, Tecnologia, Evidência e Matrícula - CMITE Coordenadora: Fátima Elisabete Pereira Thimoteo DEPARTAMENTOS Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão Pedagógica - DECEGEP Diretor: Valéria Arcari Muhi Centro dos Anos Finais do Ensino Fundamental - CEFAF Diretora: Carolina dos Santos Batista Murauskas Centro de Ensino Médio - CEM Diretora: Ana Joaquina Simões Sallares de Mattos Carvalho Equipe Curricular de Língua Portuguesa – Leitura crítica e validação do material Katia Regina Pessoa, Mara Lucia David; Marcos Rodrigues Ferreira; Mary Jacomine da Silva Autoria do material de Língua Portuguesa Katia Regina Pessoa – 6º e 7º ano EF; Rozeli Frasca Bueno Alves – 8º, 9º ano EF e 3ª série EM; Claricia Akemi Eguti - 1ª e 2ª EM. Professores Coordenadores dos Núcleos Pedagógicos das Diretorias de Ensino - Leitura crítica e validação do material Daniel Carvalho Nhani; Jacqueline da Silva Souza; Kátia Alexandra Amâncio Cruz; Tatiana Balli; Wanessa Aparecida de Godoi Santana Departamento de Avaliação Educacional - DAVED Diretora: Patricia de Barros Monteiro Assistente Técnica: Maria Julia Filgueira Ferreira Centro de Planejamento e Análise de Avaliações - CEPAV Diretor: Juvenal de Gouveia Ademilde Ferreira de Souza, Cristiane Dias Mirisola, Soraia Calderoni Statonato, Márcia Soares de Araújo Feitosa Centro de Aplicação de Avaliações - CEAPA Diretora: Isabelle Regina de Amorim Mesquita Denis Delgado dos Santos, José Guilherme Brauner Filho, Kamila Lopes Candido, Nilson Luiz da Costa Paes, Teresa Miyoko Souza Vilela Departamento de Tecnologia de Sistemas - DETEC Diretor: Marcos Aparecido Barros de Lima Centro de Planejamento e Integração de Sistemas - CPLIS Diretora: Camila da Silva Alcazar Viviana Fernandes dos Santos – Analista de Sistemas Representantes do CAPE Leitura crítica, validação e adaptação do material para os deficientes visuais Tânia Regina Martins Resende
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