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Livro-Texto - Unidade II SEGURANÇA EMPRESARIAL

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45
SEGURANÇA EMPRESARIAL
Unidade II
3 SEGURANÇA NAS EMPRESAS
3.1 Breve histórico
Antes da década de 1960, a segurança dos estabelecimentos bancários privados era de 
responsabilidade das forças de segurança pública. Com a ditadura militar, a segurança bancária deixou 
de ser desempenhada pelo Estado.
Nesse período, houve também aumento da densidade populacional das grandes cidades e das 
capitais, que não foi acompanhado na mesma proporção pela geração de empregos, o que se configurou 
como um dos fatores motivadores de violência urbana.
 Observação
A colonização do Brasil baseou-se no poder delegado a senhores de 
extensas terras. Isso teve consequências na organização política e social 
que se desenvolveu desde então.
O proprietário da fazenda não era apenas seu administrador: ele 
representava o poder local, de modo que suas ordens tinham valor de lei. 
Sob sua responsabilidade, estavam a mulher e os filhos, os escravos, os 
aliados e os apadrinhados.
Sérgio Buarque de Holanda (1969) aponta, em sua obra Raízes do Brasil, 
que a estrutura familiar patriarcal marcou profundamente a formação 
da nossa sociedade. Essa peculiaridade original tem repercussão em dois 
aspectos referentes ao tema da disciplina: a organização de um grupo 
particular que garantia a segurança pessoal e patrimonial do senhor e a 
separação nebulosa entre o público e o privado.
O crescimento dos serviços de segurança privada tem sido notório desde as últimas décadas 
do século XX, com a ampliação de guardas privados, de veículos de segurança patrimonial e de 
equipamentos de vigilância, como câmeras. Esses serviços atuam em variados segmentos: segurança 
eletrônica, segurança patrimonial (residencial, comercial, industrial, institucional etc.), escolta e 
monitoramento no transporte de valores e de cargas.
46
Unidade II
É comum, em vários lugares, lermos o aviso “Sorria, você está sendo filmado”. O monitoramento 
dos espaços, públicos ou privados, levanta questões polêmicas que envolvem a oposição entre 
segurança e privacidade.
Em grande parte dos países ocidentais, os serviços de segurança privada expandiram-se a partir da 
década de 1960, especialmente com o avanço do liberalismo como doutrina político-econômica.
No Brasil, em 1969, o Decreto-Lei 1.034 autorizou a prestação de serviços dessa natureza para a 
proteção de instituições financeiras.
A demanda por segurança privada aumentou consideravelmente ao longo dos anos. Assim, tal 
atividade estendeu-se também a empresas particulares. O novo cenário exigiu normatização mais 
ampla. Houve, então, grande esforço para regulamentar o serviço de segurança privada por meio de 
legislação específica. Em 1983, a Lei n. 7.102 (BRASIL, 1983) cumpriu essa tarefa, e a fiscalização deixou 
de ser estadual (SSP) e passou a ser federal (PF – MJ).
Nos mapas apresentados nas figuras 9 e 10, podemos ver uma comparação das taxas de homicídios 
por estado brasileiro, em 1980 e 2017. A escala é a mesma nos dois mapas. Vemos que a taxa de 
homicídios aumentou ou se manteve no mesmo intervalo, excetuando-se o estado de São Paulo, onde 
houve diminuição desse índice.
 0,00+ 0,00 -1,00
1,00 - 2,50
2,50 - 4,50
4,50 - 7,00
7,00 - 10,00
10,00 - 13,50
13,50 - 17,50
17,50 - 55,00
55,00+
1980
Figura 9 – Taxa de homicídios por estado em 1980
47
SEGURANÇA EMPRESARIAL
 0,00+ 0,00 -1,00
1,00 - 2,50
2,50 - 4,50
4,50 - 7,00
7,00 - 10,00
10,00 - 13,50
13,50 - 17,50
17,50 - 55,00
55,00+
2017
Figura 10 – Taxa de homicídios por estado em 2017
 Saiba mais
Para saber mais sobre a violência na cidade de São Paulo, em particular 
sobre o número de homicídios e sua comparação com o restante do estado, 
leia o artigo indicado a seguir:
ADORNO, S.; NERY, M. B. Crime e violências em São Paulo: retrospectiva 
teórico-metodológica, avanços, limites e perspectivas futuras. Cad. Metrop., 
São Paulo, v. 21, n. 44, p. 169-194, jan./abr. 2019. Disponível em: https://
www.scielo.br/pdf/cm/v21n44/2236-9996-cm-21-44-0169.pdf. Acesso em: 
10 dez. 2020.
O infográfico apresentado na figura 11 mostra os números de crimes contra o patrimônio, 
tais como roubos ou furtos de veículos ou roubos de carga, no ano de 2019, e aponta a evolução 
em relação a 2018.
48
Unidade II
Figura 11 – Número de ocorrências de furtos de veículos e roubos 
de cargas em 2019 e comparativo com os dados de 2018
Outro ponto a ser considerado é que, nessas últimas décadas, o principal patrimônio de uma 
empresa deixou de ser seus produtos ou patrimônios, conforme a informação se tornou um dos ativos 
mais importantes de diversas empresas. Temos empresas com patrimônio gigantesco que não produzem 
um único parafuso, mas lidam com informação. É importante que o profissional de segurança esteja 
ciente desse fato e esteja preparado para proteger também as informações das empresas.
 Observação
A Google é uma das principais empresas cujo capital é informação. 
Trata-se de uma empresa que pertence a um conglomerado chamado de 
Alphabet Inc., que emprega mais de 120 mil funcionários e teve receita 
avaliada em mais de 160 milhões de dólares em 2019 (ALPHABET INC., 2020).
 Lembrete
Antes da década de 1960, a segurança dos estabelecimentos bancários 
privados era de responsabilidade das forças de segurança pública. Com 
a ditadura militar, a segurança bancária deixou de ser desempenhada 
pelo Estado.
49
SEGURANÇA EMPRESARIAL
3.2 Ameaças específicas à segurança
As principais ameaças que envolvem questões de segurança nas empresas estão relacionadas a:
• roubos e furtos;
• incêndios e outros desastres;
• espionagem industrial;
• invasão dos sistemas de informática;
• contaminações;
• acidentes do trabalho;
• sequestros.
Na figura 12, temos uma representação dessas ameaças.
Invasão dos 
sistemas de 
informática
Sequestros
Contaminações
Incêndios e 
outro desastres
Roubos e 
furtos
Espionagem 
industrial
Acidentes do 
trabalho
Figura 12 – Ameaças à segurança
Para evitar ou minimizar a ocorrência de roubos e furtos dentro do ambiente empresarial, é necessária 
a elaboração de um plano de segurança. Esse plano pode apontar a necessidade de dispositivos de 
monitoramento, como câmeras de vídeo, ou dispositivos de barreiras, como fechaduras eletrônicas 
em áreas sensíveis, para evitar que pessoas dentro da empresa pratiquem atos ilícitos ou acessem 
áreas indevidas.
A fim de impedir que pessoas externas à empresa acessem suas instalações e pratiquem delitos, é 
fundamental que haja controle de acesso ao prédio, com pessoal de segurança treinado monitorando o 
acesso e com uso de catracas para restringir o fluxo de pessoas. Quanto às invasões externas, a instalação 
de dispositivos de segurança perimetral em muros e cercas pode ser importante. Esses dispositivos de 
segurança serão detalhados mais adiante.
50
Unidade II
A proteção contra incêndios é fundamental para garantir a preservação das instalações físicas e 
a segurança dos funcionários da empresa. A empresa deve ter um sistema de detecção e alarme de 
incêndio (SDAI), que deve estar em funcionamento adequado e com a manutenção em dia. Além disso, 
deve haver treinamento periódico para a evacuação da empresa em caso de emergência. Os detalhes do 
SDAI serão especificados mais adiante neste livro.
O gestor de segurança deve trabalhar com a equipe de tecnologia da informação (TI) para resguardar 
as informações e os dados da empresa e deve ter à disposição equipamentos de informática e de 
comunicação. Nesse ponto, a restrição e o controle de acesso a pessoas não autorizadas a ambientes 
sensíveis, como data centers ou salas com dispositivos de informática e rede, são essenciais.
Além das instalações, dos produtos e do pessoal, outro ponto de valor para as empresas são seus modos 
de produção ou os ingredientes de certos produtos, que podem ser classificados como segredos industriais. 
Uma empresa concorrente teria vantagem no mercado se tivesse acesso a esses segredos. É função da equipe 
de segurança empresarial resguardar essasinformações sensíveis, impedindo que pessoas não autorizadas 
tenham acesso a elas e controlando acesso físico e virtual a esses dados.
A equipe de segurança deve atuar junto dos engenheiros de segurança do trabalho e dos médicos do 
trabalho para minimizar a ocorrência de acidentes de trabalho no ambiente empresarial. Esses acidentes 
podem gerar contaminações no ambiente de trabalho, o que demanda atuação da equipe de segurança 
para garantir a evacuação das instalações. As contaminações também podem ter causa criminosa e, 
nesse caso, a atuação da equipe de segurança também se dá para impedir que alguém mal-intencionado 
tenha acesso às instalações da fábrica e pratique atos de sabotagem.
 Saiba mais
Para saber mais sobre a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(Cipa), que tem como objetivo prevenir acidentes de trabalho e doenças 
ocupacionais, visite o site:
TEODORO. O que é Cipa, para que ela serve e como elaborá-la? On 
Safety, 25 nov. 2019. Disponível em: https://onsafety.com.br/o-que-e-cipa/. 
Acesso em: 10 dez. 2020.
A equipe de segurança é responsável pela segurança dos funcionários da empresa, mas também deve 
estar atenta à segurança do escalão mais alto da empresa, que pode ser alvo de sequestros e ameaças.
51
SEGURANÇA EMPRESARIAL
3.3 Funções da segurança
A equipe de segurança tem como objetivos resguardar o patrimônio material, o patrimônio imaterial 
e as pessoas que trabalham na empresa. Isso pode se dar sob a forma de medidas preventivas, nas 
quais a equipe de segurança se antecipa às ocorrências, ou sob a forma de medidas combativas, 
quando o problema de segurança ocorre e deve ser enfrentado o mais breve e de forma mais eficiente 
possível. É função da segurança também garantir a retomada do funcionamento da empresa em 
caso de ocorrência.
Para atingir esses objetivos, a equipe de segurança deve estar preparada para agir em caso de 
ocorrência e tomar ações preventivas. As ações preventivas envolvem monitoramento da área da empresa, 
que pode ocorrer, de acordo com o plano de segurança, com a realização de rondas, vigilância em postos 
físicos ou monitoramento por meio de dispositivos de segurança. A equipe deve estar preparada, dentro 
de suas atribuições, a operar e a usar os dispositivos de monitoramento.
Outra função da segurança é trabalhar com o controle de acesso das pessoas ao prédio, tanto em 
uma portaria ou em uma recepção quanto em ambientes internos restritos. Hoje em dia, temos catracas 
que são liberadas com o uso de cartões ou QR code, que facilitam o controle de acesso na empresa, 
conforme veremos mais adiante, mas o trabalho humano também é essencial. O segurança deve estar 
atento à movimentação das pessoas e ficar alerta em caso de qualquer comportamento atípico.
 Observação
As normas brasileiras prescrevem que a segurança privada corresponde 
a “atividades desenvolvidas em prestação de serviços” que se encarregam da 
“vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, 
públicos ou privados”, e a “segurança de pessoas físicas”; além de “realizar o 
transporte de valores” e a garantia “do transporte de qualquer outro tipo 
de carga” (BRASIL, 1983).
Se a empresa trabalha com a produção de bens, a segurança é responsável também pelas 
matérias-primas e pelos estoques.
Marcondes (2017b) apresenta como exemplo de organização de um departamento de segurança 
patrimonial a seguinte estrutura. A gerência de segurança patrimonial é responsável pelo planejamento, 
pela administração e pela execução de todas as atividades que envolvam segurança patrimonial na 
organização. Ela é composta, conforme mostrado na figura 13, de:
• apoio administrativo;
• supervisão de inteligência;
• supervisão de controle de acessos.
52
Unidade II
Supervisão de 
controle de acessos
Supervisão de 
inteligência
Apoio 
administrativo
Figura 13 – Composição da gerência de segurança patrimonial
Segundo Marcondes (2017b), o apoio administrativo tem como funções:
• administrar a documentação da segurança patrimonial;
• administrar as escalas de trabalho;
• administrar escala de férias;
• encaminhar vigilantes para cursos de reciclagem obrigatória;
• revalidar o alvará de funcionamento da equipe de segurança na PF;
• fornecer equipamentos, uniformes, transporte e alimentação para a equipe.
A supervisão de inteligência tem as seguintes atribuições (MARCONDES, 2017b):
• desenvolver ações para obter, analisar e disseminar informações;
• interagir com órgãos oficiais de segurança para gerar conhecimento que será aplicado em ações 
preventivas de rotina;
• acompanhar acontecimentos envolvendo ações terroristas, fraudes, sequestros e evolução da 
criminalidade geral, tanto em âmbito local como mundial;
• proceder a investigação social de potenciais funcionários da empresa.
O principal método de atuação da segurança empresarial é o uso da contrainteligência. O objetivo 
da contrainteligência é resguardar os sistemas de uma organização do ataque de um oponente, com a 
adoção de medidas de segurança que impeçam a divulgação de pontos de vulnerabilidade.
Segundo Marcondes (2017b), são atividades de contrainteligência desenvolvidas pela equipe de 
supervisão de inteligência:
• realizar levantamento de riscos e análise de riscos;
53
SEGURANÇA EMPRESARIAL
• desenvolver sistemas e processos para proteção da informação;
• desenvolver e implementar campanhas educativas para proteger informações sensíveis;
• desenvolver plano de gerenciamento de crises;
• desenvolver programas de segurança da informação, atuando com a equipe de TI;
• executar varreduras para detectar aparelhos de espionagem;
• investigar denúncias de comprometimento de informação sensível;
• investigar denúncias de roubos, furtos, sabotagem ou fraudes;
• acompanhar e prestar suporte a investigações policiais;
• investigar denúncias de desvio de comportamento de componentes da equipe de segurança.
A contrainteligência pode se dar tanto sob a forma de segurança passiva quanto sob a forma de 
segurança ativa.
A segurança passiva, segundo Dantas Filho (2004, p. 164), é composta de:
• segurança de pessoal;
• segurança da documentação e do material;
• segurança das comunicações;
• segurança das áreas e instalações;
• segurança da informática.
Na figura 14, temos uma representação dos elementos que compõem a segurança passiva.
Segurança 
de pessoal
Segurança da 
documentação e do 
material
Segurança das 
comunicações
Segurança da 
informática
Segurança das áreas 
e instalações
Figura 14 – Elementos que compõem a segurança passiva
54
Unidade II
A segurança de pessoal tem como meta a adoção de comportamentos adequados pelas pessoas 
que trabalhem na equipe de segurança. Os profissionais da equipe de segurança devem ser sempre 
monitorados quanto à sua conduta, e antecedentes criminais devem ser levantados quando da 
sua contratação.
A segurança da documentação e do material tem como objetivo evitar o vazamento de informações 
sensíveis da equipe de segurança. A segurança das comunicações, por sua vez, tem como objetivo 
também evitar o vazamento de informações quando estas trafegarem por dispositivos de comunicação. 
A segurança das áreas e instalações tem como objetivo proteger as instalações que armazenam 
informações sensíveis à empresa. Já a segurança da informática visa proteger as informações e dados 
em meio digital da empresa.
A segurança ativa tem sua atuação baseada na realização de ações de contrainteligência, como as 
citadas por Dantas Filho (2004, p. 165):
• contraespionagem;
• contraterrorismo;
• contrassabotagem;
• contrapropaganda;
• desinformação.
O objetivo da contraespionagem é inibir a espionagem que mira as informações da equipe de 
segurança. Os procedimentos que devem ser adotados em ações de contraespionagem envolvem, segundo 
Almeida (2018, p. 143):
• qualificar o corpo de funcionários;
• sanar pontos fracos;
• prestar auxílio aos detentores de informações sigilosas;
• conscientizar os funcionáriosa respeito de suas responsabilidades;
• prestar auxílio a visitantes sem prover informações sensíveis.
O contraterrorismo tem como objetivo identificar e inviabilizar ações terroristas, da mesma forma que a 
contrassabotagem tem como objetivo identificar e neutralizar ações de sabotagem.
55
SEGURANÇA EMPRESARIAL
A contrapropaganda tem como objetivo neutralizar o efeito de propagandas adversas, enquanto a 
desinformação tem como objetivo ocultar informações dos ofensores e induzi-los ao erro quando fazem 
prerrogativas sobre o sistema de segurança.
A supervisão de controle de acesso é responsável pelo ingresso e pela saída de pessoas, veículos, 
materiais, equipamentos e informações, e segundo Marcondes (2017b) é composta de:
• serviço de portaria;
• serviço de vigilância patrimonial;
• central de monitoramento.
 Lembrete
A equipe de segurança tem como objetivos resguardar o patrimônio 
material, o patrimônio imaterial e as pessoas que trabalham na empresa.
Na figura 15, temos uma representação das responsabilidades do supervisor de controle de acesso.
Portaria
Vigilância 
patrimonial
Central de 
monitoramento
Figura 15 – Responsabilidades do supervisor de controle de acesso
Marcondes (2017b) aponta as seguintes atribuições do serviço de portaria:
• recepcionar, identificar, liberar acesso e registrar movimentações de funcionários, visitantes e 
prestadores de serviço;
• identificar, conferir documentação, registrar entrada e saída de materiais, equipamentos, produtos, 
documentos e veículos;
• identificar, receber e despachar correspondências e volumes;
• controlar a guarda e uso das chaves;
• operar o sistema eletrônico de controle de acesso.
56
Unidade II
A central de monitoramento é responsável pela operação dos diversos sistemas de sensores e câmeras 
usados na segurança. São atribuições da central de monitoramento (MARCONDES, 2017b):
• monitorar os dispositivos de segurança;
• interpretar os alertas e alarmes emitidos por esses dispositivos;
• desencadear plano de ação em caso de ocorrência;
• administrar e coordenar as comunicações via rádio da equipe;
• fazer contato com a Central da Polícia Militar e com a Rede Integrada de Emergência (Rinem).
 Saiba mais
A Rinem é uma sociedade civil constituída por entidades e órgãos 
públicos de defesa civil, empresas, indústrias, entidades e pessoas físicas, com 
o objetivo de atender às emergências. Para ler mais sobre a Rinem, consulte:
MARCONDES, J. S. Rinem – Rede Integrada de Emergência: o que é? 
Conceitos, objetivos? Gestão de Segurança Privada, [s.d.]. Disponível em: 
https://gestaodesegurancaprivada.com.br/rinem-rede-integrada-de-
emergencia/. Acesso em: 10 dez. 2020.
O serviço de vigilância patrimonial é responsável pela operação, presença e intervenção em 
ocorrências. São atribuições do serviço de vigilância patrimonial, segundo Marcondes (2017b):
• ocupar postos de vigilância;
• realizar rondas;
• atuar em resposta imediata a ocorrências;
• garantir ordem em caso de manifestações;
• coordenar, fiscalizar e controlar o fluxo de pessoas e veículos dentro da empresa;
• atuar no combate a incêndios e na ocorrência de emergências;
• intervir quando houver crime contra o patrimônio ou contra a integridade física das pessoas 
da organização.
57
SEGURANÇA EMPRESARIAL
Na figura 16, mostramos uma representação das atribuições do serviço de vigilância patrimonial.
Controlar o fluxo de 
pessoas e veículos
Atuar no combate 
a incêndios
Intervir na 
ocorrência de crimes
Atuar na ocorrência 
de emergências
Atuar em resposta 
a ocorrências
Realizar rondas
Ocupar postos 
de vigilância
Figura 16 – Atribuições do serviço de vigilância patrimonial
O setor de segurança não atua sozinho dentro de uma empresa, visto que sua função abrange a 
empresa como um todo e engloba todos os seus funcionários. Logo, a interação do setor de segurança 
com os demais setores da empresa é fundamental.
4 INTER-RELACIONAMENTO DA SEGURANÇA COM AS DEMAIS ÁREAS DA 
ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL
A divisão de uma empresa em setores é fundamental para seu funcionamento, já que isso delimita as 
funções que cada setor exerce, o que evita o acúmulo de tarefas, facilita a identificação dos responsáveis 
por cada processo e acarreta maior agilidade e aumento da produtividade. Essa divisão não quer dizer 
que os setores trabalhem isolados uns dos outros, já que a interação e o diálogo entre os diferentes 
setores são fundamentais para o funcionamento da empresa.
Na figura 17 enumeramos os principais setores de uma empresa.
Logística
Recursos 
humanos Produção
Comercial Financeiro
Administrativo
Figura 17 – Principais setores de uma empresa
58
Unidade II
4.1 Setor administrativo
É o departamento administrativo que coordena o funcionamento dos demais departamentos ou 
setores de uma empresa, liderando e coordenando a interação entre esses setores, atuando como um 
maestro regendo uma orquestra. São funções do departamento administrativo:
• elaboração de estratégias da empresa;
• gerenciamento de tarefas;
• fiscalização de atividades;
• coordenação dos demais departamentos;
• tomada de decisões.
Fazem parte do setor administrativo a presidência/diretoria da empresa, os gerentes e os coordenadores.
4.2 Setor de recursos humanos (RH)
O setor de RH tem como principal papel a interação entre a empresa e seus funcionários.
São funções do setor de RH:
• seleção de pessoal;
• contratação de pessoal;
• alocação de pessoal;
• desenvolvimento dos funcionários;
• treinamento dos funcionários;
• motivação da equipe;
• engajamento dos funcionários;
• reconhecimento;
• atração de talentos;
• retenção de talentos;
59
SEGURANÇA EMPRESARIAL
• comunicação entre a empresa e os funcionários;
• elaboração de plano de carreira;
• definição de cargos e salários;
• garantia de segurança no trabalho;
• gerenciamento da qualidade do ambiente organizacional;
• busca da solução de conflitos;
• controle de horários dos funcionários;
• garantia de higiene;
• realização de pagamentos.
O setor de RH é responsável pelo bem-estar dos funcionários da empresa, por isso sua interação com 
o setor de segurança é essencial.
Quando há a inclusão ou a exclusão de um funcionário da empresa, é necessário que o setor de RH 
comunique o fato ao setor de segurança, para que ele atualize as políticas de acesso físico às instalações 
da empresa para aquele funcionário. Essas políticas de acesso podem envolver, dependendo da estrutura 
de segurança da empresa e do cargo do funcionário, as seguintes ações:
• liberação/bloqueio de acesso a catracas ou fechaduras eletrônicas;
• cadastro de identificação biométrica;
• cadastro de imagens para acompanhamento por câmera;
• liberação/bloqueio de acesso a computadores, redes ou e-mails.
4.3 Setor financeiro
A função do departamento financeiro de uma empresa é garantir recursos para que ela mantenha a 
sua atividade e continue a fornecer seus produtos ou serviços. São de responsabilidade do setor financeiro:
• controle de tesouraria;
• controle de investimentos;
• controle dos riscos;
60
Unidade II
• gestão de contas;
• gestão de impostos;
• planejamento financeiro;
• divulgação de resultados financeiros.
Em algumas empresas, além do departamento financeiro, há o setor contábil, que trabalha com 
fluxo de caixa e pagamentos de contas e faz a movimentação de ativos e passivos da empresa.
 Observação
Em contabilidade, os ativos de uma empresa são compostos de seus 
bens e direitos, enquanto os passivos são as obrigações que a empresa deve 
cumprir. Um exemplo de um ativo seria um pagamento que a empresa 
recebe; de um passivo, um pagamento que a empresa deve efetuar.
4.4 Setor comercial (setor de marketing)
O setor comercial, também conhecido como setor de marketing, é o setor responsável pelas vendas 
de produtos e de serviços de uma empresa. São funções do setor comercial:
• a criação de estratégias de divulgação dos produtos ou serviços que ela fornece;
• a definição daforma como os produtos são vendidos;
• o estabelecimento de estratégias para fidelizar o cliente.
O setor comercial não tem como objetivo apenas o aumento direto das vendas de produtos e serviços 
de uma empresa, mas também a construção da imagem da empresa com consumidores e com o público 
em geral, além da manutenção de um bom relacionamento com os clientes.
4.5 Setor de logística
O setor de logística é o responsável pelo transporte de insumos e dos produtos que a empresa produz, 
seja entre unidades da própria empresa, seja na entrega dos produtos vendidos. Havendo transporte 
externo de bens, é necessária a interação do setor de logística com o setor de segurança para que não 
haja intercorrências durante esse deslocamento.
O serviço de logística de uma empresa pode ser terceirizado, o que não elimina a necessidade de 
interação com o setor de segurança.
61
SEGURANÇA EMPRESARIAL
O diálogo entre o departamento de logística e o departamento de segurança pode estabelecer, em 
caso de transporte de bens, as necessidades de:
• escolta;
• escolta armada;
• colocação de rastreadores na carga;
• veículos especiais/blindados;
• estabelecimento de rota e horários para o transporte.
4.6 Setor de produção
O setor de produção, também conhecido como setor operacional, é o setor central de uma empresa. 
Ele é responsável por transformar a matéria-prima no produto final comercializado pela empresa.
São funções do setor de produção:
• controle de entrada e saída de matérias-primas;
• prestação de suporte logístico;
• gestão do uso e da manutenção das máquinas de produção;
• acompanhamento da produtividade da empresa.
Vemos que o setor de produção tem forte ligação com os demais setores apresentados, de forma que 
um setor da empresa depende dos outros para que haja uma atividade eficiente.
A interação do setor de produção com o setor de segurança se dá, principalmente, para garantir a 
segurança dos funcionários na produção e a segurança do transporte de matérias-primas e produtos.
Exemplo de aplicação
A ideia de o Estado atuar como regulador das relações sociais e ser responsável pela gestão de 
conflitos remonta à Idade Moderna, com Thomas Hobbes. Segundo o filósofo, os homens em estado 
de natureza tenderiam à disputa pelos recursos que satisfizessem suas necessidades. A máxima “o 
homem é o lobo do homem” expressa sua tese, segundo a qual seria necessária a presença do Estado 
para resolver os conflitos. Na perspectiva hobbesiana, expressa na obra Leviatã, os homens, por meio de 
um contrato social, cederiam poderes ao soberano em troca da segurança.
62
Unidade II
Na concepção moderna de Estado, portanto, os cidadãos contam com o poder instituído para se 
sentirem seguros e atendidos em suas necessidades. Cabe ressaltar, no entanto, que a segurança que 
o cidadão almeja não diz respeito apenas à prevenção contra assaltos, roubos e assassinatos. Não há 
dúvida, todavia, de que esses problemas ocupam lugar de destaque na sociedade até os dias atuais.
O desenvolvimento do capitalismo industrial e as consequentes mudanças sociais proporcionaram 
visões diferentes sobre o papel do Estado. A perspectiva liberal, com origens no pensamento de Locke e 
Adam Smith, considera que a ação do Estado deve ser mínima e que a iniciativa privada pode – e deve – 
atuar em setores de base, como educação, saúde e segurança.
Com base nessas informações, reflita: como você avalia as ideias explicadas à luz da atualidade?
 Resumo
Nesta unidade, vimos as ameaças específicas à segurança, tais como 
roubos e furtos, incêndios e outros desastres, espionagem industrial, 
invasão dos sistemas de informática, contaminações, acidentes do 
trabalho, sequestros etc. Foram discutidas também estratégias para 
minimizar essas ameaças.
Apresentamos os objetivos e as funções da segurança em uma empresa. 
Estudamos a organização de uma equipe de gerência de segurança 
patrimonial e a função e as atribuições de cada um de seus componentes. 
Nesse ponto, expusemos as atividades de contrainteligência e definimos 
segurança passiva e segurança ativa, detalhando suas atividades.
Listamos as responsabilidades de um supervisor de controle de acesso, bem 
como as atribuições dos serviços de portaria, de central de monitoramento e 
de vigilância patrimonial.
Como o setor de segurança não é um setor estanque em uma empresa, 
mas atua em conjunto com os demais setores, tratamos, também, do 
inter-relacionamento da segurança com as demais áreas de uma empresa.
Foram abordados os principais setores de uma empresa, como 
administrativo, de recursos humanos, financeiro, comercial, de logística e 
produção. Apontamos as suas funções e como se dá a interação de cada 
um desses setores com o setor de segurança.
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SEGURANÇA EMPRESARIAL
 Exercícios
Questão 1. Observe, na figura a seguir, a definição de missão da segurança dada por Henri Fayol.
Figura 18 
Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/conceito-de-seguranca-empresarial/#:~:text=Import%C3%A2ncia%20
da%20Seguran%C3%A7a%20Empresarial&text=Segundo%20Henri%20Fayol%2C%20a%20miss%C3%A3o,mesmo%20a%20
vida%20da%20empresa%E2%80%9D. Acesso em: 10 dez. 2020.
Considerando a definição apresentada e seus conhecimentos, avalie as afirmativas a seguir e a 
relação proposta entre elas.
I – A definição não se vincula ao conceito atual de segurança empresarial.
PORQUE
II – Hoje em dia, a tecnologia é capaz de evitar as consequências de desastres naturais severos.
A respeito dessas afirmativas, assinale a alternativa correta.
A) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, e a II justifica a I.
B) As afirmativas I e II são proposições verdadeiras, e a II não justifica a I.
C) A afirmativa I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D) A afirmativa I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
E) As afirmativas I e II são proposições falsas.
Resposta correta: alternativa E.
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Unidade II
Análise das afirmativas
I – Afirmativa falsa.
Justificativa: conforme dito no livro-texto, desde os princípios da teoria clássica da administração, é 
destacada a importância de um sistema de segurança empresarial. Segundo Fayol, a segurança é uma 
das funções essenciais na organização de uma empresa, e isso converge para o conceito de segurança 
empresarial, em que se tem a intenção de eliminar ou dirimir os efeitos de ameaças no ambiente empresarial, a 
fim de resguardar valores da organização. Esses valores incluem pessoas, instalações físicas, equipamentos, 
informações, suprimentos e dispositivos usados para comunicação.
II – Afirmativa falsa.
Justificativa: mesmo com os avanços tecnológicos presentes na atualidade, não se pode dizer que 
sejamos capazes evitar as consequências de desastres naturais severos. Vale notar que muitos eventos 
naturais que causam danos às pessoas e às empresas nem podem ser controlados.
Questão 2. (Covest 2012, adaptada) Podemos dizer que o início da atividade de segurança privada 
no Brasil teve como principal impulsionador:
A) A industrialização promovida pelo governo JK.
B) A eleição do presidente Tancredo Neves.
C) O aumento da violência urbana ocorrido na década de 1980.
D) O milagre econômico brasileiro ocorrido durante o governo militar.
E) A dificuldade do Estado de oferecer segurança aos bancos no final da década de 1960.
Resposta correta: alternativa E.
Análise da questão
Conforme o livro-texto, antes da década de 1960, a segurança dos estabelecimentos bancários 
privados era de responsabilidade das forças de segurança pública. Com a ditadura militar, a segurança 
bancária deixou de ser desempenhada pelo Estado; isso pode ser considerado um dos impulsionadores 
do começo das atividades de segurança privada no Brasil. Na figura a seguir, há um texto que 
complementa o que foi dito.
65
SEGURANÇA EMPRESARIAL
Figura 19 
Disponível em: https://sesvesp.com.br/institucional/historico-seguranca/#:~:text=A%20Atividade%20de%20seguran%C3%A7a%20
privada,a%20recorrer%20%C3%A0%20seguran%C3%A7a%20privada.Acesso em: 22 out. 2020. Adaptada.

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