Buscar

EMPREENDEDORISMO A4

Prévia do material em texto

EMPREENDEDORISMO 
CAPÍTULO 4 - QUAIS SÃO OS 
TIPOS DE EMPREENDEDORISMO 
QUE EXISTEM? 
Introdução 
Observamos com empreendedores 
diferentes, com perfis e metas que variam 
de acorda com sua motivação pessoal e 
profissional. Neste capítulo, vamos estudar 
os tipos de empreendedorismo como: 
intraempreendedorismo, 
empreendedorismo de impacto social; 
empreendedorismo como oportunidade de 
carreira, e políticas públicas como fomento 
ao empreendedorismo. 
Além de aprender mais um pouco sobre 
esse universo, nosso objetivo é provocar o 
empreendedor que existe em cada um e, 
também, compreender a importância do 
profissional empreendedor para o 
desenvolvimento econômico de uma 
sociedade. 
Para isso, é preciso criar uma consciência 
crítica e reflexiva para responder perguntas 
como: qual a diferença entre empreendedor 
e intraempreendedor? Como um 
empreendedor pode causar impacto social? 
Qual a importância do empreendedorismo 
para a minha carreira profissional? Posso 
contribuir com a construção de políticas 
públicas de fomento ao 
empreendedorismo? 
Ao responder esses questionamentos, vamos 
refletir sobre o conteúdo de cada tópico e 
compreender quais os tipos de 
empreendedorismo existem e como eles se 
inserem em nosso meio. 
4.1 Intraempreendedorismo 
Neste item, vamos entender que o 
empreendedor pode ser também em um 
ambiente interno, isto é, dentro de uma 
organização Como isso pode ser feito? O 
que é necessário para se tornar um 
intraempreendedor? O empreendedorismo 
é algo tão importante nos dias atuais e 
presentes no cenário globalizado e mutável, 
que encontramos os empreendedores 
atuando tanto em nível pessoal, como é o 
caso do empreendedor individual; atuando 
em nível organizacional, que é definido 
como o intraempreendedor; 
empreendedores atuando também em nível 
social, o empreendedor social e seu 
impacto na sustentabilidade (meio 
ambiente). 
Em todos os níveis do empreendedorismo, 
encontramos a agregação de valor, seja em 
processos ou em produtos, em nível 
individual ou pessoal do empreendedor. A 
satisfação do empreendedor ao realizar ou 
alcançar seus sonhos e objetivos reflete ao 
seu redor trazendo benefícios e melhorias e, 
ao mesmo tempo, despertando novos 
sonhos e objetivos do empreendedor. 
Portanto, a atuação de um empreendedor 
organizacional é um diferencial competitivo 
e que agrega valor. Mas o que vem a ser 
intraempreendedorismo? Vamos à resposta 
a seguir. 
4.1.1. Entendendo o 
intraempreendedorismo 
Hashimoto (2009) explica sobre a 
necessidade do empreendedor interno, ou 
intraempreendedor, afirmando que há 
muitos estudos que comprovam que uma 
das principais características das empresas 
bem sucedidas no atual cenário instável, 
flexível e global do mercado está na 
implantação de uma cultura empresarial de 
estímulo ao intraempreendedorismo. E que 
tornar os colaboradores motivados e 
proativos, a fim de obter maiores e melhores 
resultados, ainda é um grande desafio para 
as empresas preocupadas em manter-se no 
mercado competitivo. 
Um dos autores ícone neste assunto, 
Pinchot III (1985), define o 
intraempreendedor como: um forte 
visionário e insaciável que não descansa até 
que sua visão esteja manifestada dentro da 
empresa. 
O autor também apresenta formas de como 
uma empresa pode adquirir uma cultura e 
propiciar um ambiente facilitador ao 
intraempreendedorismo, o que ele chamou 
de “os dez mandamentos do 
intraempreendedor” (PINCHOT III, 1985). 
Ao retomar o assunto, Santos et al. (2013, 
p. 145) nos apresente esses mandamentos: 
1 – Encontre pessoas para ajudá-lo, pois o 
intraempreendedorismo não é uma 
atividade solitária; 
2 – Vá para o trabalho a cada dia disposto 
a ser demitido; 
3 – Evite quaisquer ordens que visem 
interromper seu sonho; 
4 – Execute qualquer tarefa necessária a 
fazer seu projeto funcionar, a despeito de 
sua descrição de cargo; 
5 – Siga sua intuição a respeito das pessoas 
que escolher e, trabalhe somente com as 
melhores; 
6 – Trabalhe de forma clandestina o 
máximo que puder, pois a publicidade 
aciona o mecanismo de imunidade da 
corporação; 
7 – Nunca aposte em uma corrida, a menos 
que esteja correndo nela; 
8 – Lembre-se de que é mais fácil pedir 
perdão do que pedir permissão; 
9 – Seja leal as suas metas, mas realista 
quanto as maneiras para atingi-las; 
10 – Honre seus patrocinadores. 
Pinchot III (1985) afirma que o 
intraempreendedor é o profissional que 
possui talento suficiente para ser um 
terceiro caminho na empresa. É ele que 
preenche o vazio entre o gerente e o 
inventor organizacional. Segundo o autor: 
“os intraempreendedores não são 
necessariamente inventores de novos 
produtos ou serviços”, mas contribuem com 
“novas ideias ou protótipos e transforma-os 
em realidade lucrativa” (PINCHOT III, 
1985, p. 26). A figura a seguir apresenta o 
espanto da equipe de trabalho quando um 
intraempreendedor apresenta suas ideias 
revolucionárias. 
 
O intraempreendedor em ação pode causar forte 
impacto na empresa ao expressar suas ideias e 
sonhos. 
Então qual é o papel do empreendedor 
dentro das empresas? Em uma empresa, 
organização, instituição, ONGs, entre 
outras formas de atuação no mercado de 
trabalho, o papel do intraempreendedor é 
fundamental para o alcance dos objetivos. 
No entanto, nem sempre é fácil entender a 
atuação de um empreendedor interno ou 
intraempreendedor. 
Dentro das organizações, o empreendedor 
possui características diferenciadas dos 
demais como criatividade, liderança, 
assumir riscos, é orientado para resultados, 
mas também é independente, tem 
necessidade de autorrealização, pensa e age 
de modo diferente dos demais, sendo em 
muitos casos inesperado e inusitado. 
Schmitz (2013, p. 11) conceitua o 
intraempreendedor como: “... paixão e 
proatividade [...] Talentos incontidos, aberto 
às oportunidades [...] um ser apaixonado, 
criativo e necessário a qualquer empresa 
que pretenda se manter competitiva no 
mercado nos tempos atuais”. 
Você o conhece? 
Gifford Pinchot III é o autor referência para 
o intraempreendedorismo. Em 1978, 
conceituou pela primeira vez o termo. Ele é 
um grande empresário norte americano, 
dono da empresa Pinchot & Company e tem 
atuado no mercado ajudando empresas, 
empresários e intraempreendedores a 
criarem produtos novos, bem como a 
educá-los a criarem um ambiente favorável 
ao intraempreendedorismo. 
Assim como o empreendedor, o 
intraempreendedor, para executar suas 
ações e assumir um papel decisivo, precisa 
de um ambiente predisposto ao 
empreendedorismo. E para isso é essencial 
que haja comprometimento e incentivo de 
patrocinadores, a fim de incentivar as ações 
empreendedoras de forma efetiva. Pois com 
o constante aumento da competitividade, as 
ideias e ações inovadoras dos 
intraempreendedores são de extrema 
importância, pois podem garantir 
sustentabilidade da organização no 
mercado. 
Para que o intraempreendedor alcance seus 
objetivos na organização em que trabalha, 
ele precisará de um ou mais patrocinadores. 
E neste caso, quem são os patrocinadores? 
São aqueles indivíduos que vão acreditar 
em você, no seu potencial de 
desenvolvimento e vão facilitar os meios de 
alcançar algo. Normalmente se encontram 
em níveis hierárquicos acima do 
intraempreendedor. E por isso mesmo, tem 
o poder de facilitar e alavancar processos e 
insumos para o alcance dos objetivos. Estes 
patrocinadores são pessoas que conseguem 
visualizar o intraempreendedor como 
alguém que agrega valor além de 
reconhecerem as atitudes empreendedoras. 
Pinchot III (1985, p. 125) conceitua o 
patrocinador como alguém que está 
envolvido com problemas técnicos, ou 
marketing, ou apresenta ideias a gerencia 
para, por trás desse cenário, manter vivo o 
intraempreendedor. Pois ajudam e 
protegem os intraempreendedoreslhes 
dando o “controle dos recursos de que 
necessitam para realizar suas visões e 
constroem um ambiente que torna válida a 
sua permanência”. 
Autores como Pinchot III (1985), Bueno e 
Lapolli (2001), Fialho et al. (2006), 
Santos et al. (2013) e Schmitz (2012) 
apresentam características comuns aos 
intraempreendedores, como você pode 
observar a seguir: 
1. visão – imagina em sua mente a sua 
obra acabada, além de pensar no 
caminho para alcançá-la, analisando 
e avaliando. Ainda é aquele 
cooperador que sonha e realiza seus 
sonhos; 
2. polivalência – ultrapassam suas 
funções e acabam realizando a de 
outras pessoas, têm flexibilidade e 
adaptam-se com facilidade aos 
grupos de trabalho, pois executam 
qualquer tarefa necessária para fazer 
seu projeto empreendedor funcionar 
a despeito de sua descrição de 
cargo; 
3. orientados para ação – sempre que 
vislumbram algo, logo se colocam 
em atividade a fim de alcança-lo, tem 
facilidade para avaliar caminhos 
tortuosos e evitam ordens que visem 
interromper seus sonhos; 
4. assumem riscos – por serem grandes 
estrategistas e prospectarem cenários 
procuram alternativas para atender 
seus anseios de forma independente, 
assumindo, dessa forma, riscos 
inerentes as suas ações. Todos os dias 
vão para o trabalho dispostos a serem 
demitidos. Seu foco é a realização de 
seus sonhos; 
5. planejam e executam – planejam 
suas ações e logo as colocam em 
prática, ou seja, planejam e 
trabalham quase que 
simultaneamente, pois são leais às 
suas metas não medindo esforços; 
6. são velozes – não perdem tempo 
para executar suas ações, por isso 
planejam e logo colocam em ação 
seus planos. Tomam decisões com 
urgência e são rápidos para resolver 
problemas, mas tem plena 
consciência de que somente apostam 
em suas próprias corridas; 
7. são independentes – não aderem 
padrões impostos. Agem de forma 
autônoma e trabalham de forma 
clandestina o máximo que podem; 
8. tomam decisões – por serem 
independentes muitas vezes tomam 
decisões independe de aprovação de 
seus gerentes. São leais às suas metas; 
9. buscam patrocinadores – na rede de 
relacionamentos do 
intraempreendedor encontram as 
pessoas estratégicas para alcançar 
seus objetivos, são persuasivos. Mas 
tem uma grande característica: são 
leais aos seus patrocinadores. Sabem 
que suas atividades não acontecem 
de forma solitária; 
10. são autoconfiantes – confiam 
sua própria habilidade para realizar 
seus objetivos, pois são realistas 
quanto a maneira de atingir suas 
metas; 
11. são criativos e inovadores – 
utilizam sua criatividade para não 
perder as oportunidades e inovar em 
ideias para agregar valor e angariar 
recursos. Mas antes e acima de tudo 
está seu foco em alcançar seus 
sonhos. 
 
Por meio do uso de suas características de 
personalidade e comportamento, os 
intraempreendedores contribuem para 
transformarem novas ideias em realidades 
lucrativas agregando valor ao negócio e 
possibilitando a manutenção da empresa no 
cenário competitivo global. 
Nesse cenário competitivo e global 
encontramos empreendedores de sucesso. 
São eles os responsáveis pelo que 
conhecemos como empreendedorismo de 
impacto social. 
4.2 Empreendedorismo de 
impacto social 
Vamos refletir sobre ações sociais feitas por 
empreendedores que se preocupam com o 
bem-estar das pessoas ao seu redor e com 
o desenvolvimento econômico e mais 
igualitário de uma comunidade. 
Algumas vezes essas atitudes 
empreendedoras são tão importantes que 
acabam tomando dimensões não 
imaginadas no início do projeto quando o 
empreendedor começou a colocar em 
prática suas ideias e ideais. Mas o que é 
empreendedorismo social? 
4.2.1 Empreendedorismo Social 
Dess (2001) define o empreendedor social 
como aquele que defende uma missão 
social e não a geração de riqueza, pois em 
suas metas não há lugar para benefício do 
empreendedor. 
Autores e estudiosos como Melo Neto e 
Froes (2002) definem os empreendedores 
sociais como vítimas da exclusão social e 
movidos por ideias e soluções para as 
disfunções existentes, com atitude de 
inconformismo e crítica diante do cenário 
de injustiças, não se acomodam. 
Direcionam esforços, criam e implementam 
ações no sentido de promover um sistema 
mais equilibrado e funcional, garantindo o 
autossustento e a melhoria contínua do 
bem-estar da comunidade. 
Saiba que em toda a atividade de um 
empreendedor o objetivo primordial é o 
alcance de seus sonhos, de sua realização 
pessoal. Mas como consequência dessa 
atitude, ocorre a geração de valor, isso 
porque o empreendedor agrega valor ao seu 
produto final, até mesmo quando 
transforma a realidade de uma 
comunidade, trazendo educação, lazer, 
entre outros, alterando dessa forma a vida 
das pessoas e criando inclusive 
oportunidades de trabalho. 
A figura a seguir mostra a ilustração de uma 
ação social desenvolvida voltada a 
sustentabilidade e que acaba por agregar 
valor à sociedade. 
 
Empreendedorismo social inicia com ações 
pequenas e de inconformismo do 
empreendedor e agrega valor à sociedade. 
Em nosso país, os problemas sociais vêm se 
avolumando e agravando. A ausência de 
ações do Estado acaba por obrigar a 
população a conviver com a falta de 
assistência dos órgãos públicos que 
deveriam assistir a sociedade em, por 
exemplo, saúde, educação, cultura, laser, 
segurança, entre outros. Esses problemas 
agregados à lentidão e a pouca eficácia dos 
serviços oferecidos pelo poder público, 
impelem ao desafio de alguns, os 
empreendedores. Normalmente são pessoas 
comuns e nascidas naquelas realidades e 
que tem em seu ideal de vida o sonho de 
transformar aquela realidade local. Vemos 
iniciativas esportivas, musicais, 
educacionais, que modificam a realidade de 
muitas comunidades em nosso país. São 
ações sociais fruto de habilidades e dons 
que os empreendedores costumam colocar 
em prática. Em outras vezes, essas 
habilidades também podem ser adquiridas 
e transformadas em benefícios sociais, 
somente pelo simples fato de querer mudar 
uma realidade. 
 
Ao construir uma escola, por exemplo, a 
realidade foi mudada e acabou agregando 
valor pelo empenho e inconformismo de 
um empreendedor social. 
Muitas vezes esse tipo de 
empreendedorismo acontece em uma 
comunidade carente, em que um 
empreendedor com grandes ideias vem 
oferecer seus serviços para mudar a 
condição das pessoas que ali 
vivem. Quando se fala em 
empreendedorismo de impacto social, não 
necessariamente se está falando de algo 
grande e de grande valor econômico, mas 
de algo que pode iniciar pequeno e se 
tornar grande, de visualização e valor 
econômico e social. Você já deve ter 
ouvido falar em cooperativas? Em obras 
sociais que visam mudar a realidade de 
crianças carentes? Ou então em produtos 
que geram valor econômico para um país – 
criação ou inovação? Então, trata-se de 
ações sociais que tem como a frente um 
grande empreendedor, que conseguiu 
vislumbrar situações diferentes daquelas 
que os olhos comuns enxergam. 
O empreendedor social, portanto, é aquele 
que está sempre em busca de algo que 
possa modificar realidades. São pessoas 
inconformadas que buscam soluções e se 
sentem atraídas por desafios e querem ver 
realidades modificadas em que condições 
de miséria, doença e violência sejam 
transformadas em realidades 
produtivas. Seja na música, no esporte, no 
artesanato, na alimentação, na ajuda 
comunitária e no desenvolvimento social de 
uma região. 
Conhecer o impacto social de iniciativas 
empreendedoras estimula a criação de 
novos projetos ou organizações sociais. 
Para isso, essas iniciativas estão 
apresentadas de diversas formas, seja em 
blogs, em sites, livros, ou reportagens na 
TV. E há também muitos livros escritos por 
empreendedores nas mais diversas áreas 
que trazem, ossonhos, as ações, os 
sentimentos e os entendimentos dos 
empreendedores envolvidos. 
Por fim, o empreendedorismo social 
acontece não só no Brasil, como em todo o 
mundo. No caso de Amyr Klink, foi ele 
quem construiu sua primeira embarcação, 
sua própria marina, sendo hoje dono de um 
estaleiro. Seu negócio é rentável e agregou 
valor para a comunidade (KLINK, 
2014). Temos, então, um grande 
empresário que investiu em sua carreira 
profissional naquilo que gosta, um exemplo 
de empreendedorismo como oportunidade 
de carreira, nosso assunto do próximo 
tópico de estudo. 
4.3 Empreendedorismo como 
oportunidade de carreira 
O empreendedorismo na própria carreira 
começa quando você idealiza algo para sua 
vida. É nesse ponto que se inicia a 
caminhada para realização de seus sonhos. 
Muitas vezes o empreendedor tem um 
sonho e não sabe como fazer. Ou tem uma 
habilidade até então desconhecida e a partir 
da visão do outro é que a reconhecemos. 
 
Caso 
Muitos são os casos de empreendedores 
brasileiros que iniciaram suas carreiras por 
necessidade. Um exemplo bem conhecido 
é do apresentador Silvio Santos. Iniciou sua 
carreia como vendedor ambulante aos 14 
anos, vendendo capas para título de eleitor. 
Mas chamou a atenção com sua voz. 
Embora fosse muito habilidoso para as 
vendas, foi sua voz que o ajudou no 
desenvolvimento de sua carreira. Contava 
com outras características importantes para 
um empreendedor de sucesso: ser um 
visionário, um sonhador, e não ter receio de 
correr riscos. Não teve medo de procurar o 
desconhecido e foi morar em São Paulo. Lá 
acabou conhecendo um empresário que 
estava com dificuldades de administrar seus 
negócios e aí inicia uma rede de contatos 
poderosa. O empresário tornou-se seu 
patrocinador, o que culminou com sua 
carreira como locutor de TV. Durante toda 
sua caminhada rumo ao sucesso jamais 
desistiu mesmo nos tempos de turbulência. 
Usou sua visão empreendedora e hoje, com 
mais de 80 anos, ainda encontra-se na 
ativa. 
Talvez você não tenha se dado conta, mas 
o fato de estar estudando para alcançar um 
novo patamar de conhecimento pode ser o 
ponto de partida. A partir desse momento, 
você começa a conhecer e vislumbrar 
novos horizontes que, talvez, jamais tenha 
pensado ou imaginado. Mas se até aqui 
você ainda não encontrou seu propósito, 
saiba que todo o empreendedor não desiste. 
Continue sua busca, faça outros cursos, 
ande por outros caminhos e esteja tenha 
atenção ao que vai surgir, pois aí pode estar 
sua oportunidade de carreira. A seguir, 
vamos tratar da questão carreira profissional 
e os obstáculos do mercado global. 
4.3.1 Carreira profissional x 
Mercado global 
Muitos são os efeitos da globalização ao 
mundo do trabalho. Hoje dar conta de 
acompanhar o fluxo de novas informações 
é necessária criatividade e acesso às novas 
tecnologias. O outro lado desses efeitos é a 
diminuição da oferta de trabalho e a 
exigência de qualificação profissional. 
Outro fator agravante é que o novo padrão 
de trabalho prevê pouca estabilidade, ou 
seja, o colaborador encontra pouca garantia 
de permanência na empresa. 
É nesse cenário globalizado e instável que 
entra o papel do empreendedorismo na 
carreira profissional. Flexibilização passa a 
ser a palavra de ordem. E também a 
necessidade de planejar, traçar boas 
estratégias, pensar, vislumbrar 
oportunidades, criar, inovar. As condições 
de conhecimento, condutas e posturas 
impostas pelo mercado, chamamos de 
empregabilidade. E agregado a isso, 
planejar e traçar a carreira profissional de 
forma criativa e inovadora chamamos de 
carreira empreendedora. Ela inicia com a 
observação do que vêm sofrendo o mundo 
do trabalho com a globalização, inovações 
tecnológicas, comunicação global, 
mudança e surgimento de novos postos de 
trabalho e novas necessidades de 
mercado. Com isso, se torna necessário 
construir a carreira em bases sólidas com 
visão, estudos, habilidades e 
conhecimentos. 
As atitudes empreendedoras podem tomar 
dimensões não imaginadas no início do 
projeto de carreira. Mas o empreendedor 
sempre procura conhecer e buscar o novo, 
os desafios e ultrapassar os obstáculos 
quando obstinadamente coloca em prática 
suas ideias e necessidades. 
Saiba que o desenvolvimento de sua 
carreira, quando bem investida, pode 
agregar valor à empresa que está vinculado, 
à comunidade a que se pertence e ao 
ambiente em que você está investindo. 
Birley e MuzyKa (2001, p. 6-7) afirmam que 
“gerenciar um empreendedor nem sempre é 
uma tarefa fácil.[...] os empreendedores tem 
suas próprias formas de lidar com os 
problemas da vida cotidiana [...] criam 
novas atividades e estimulam a economia”. 
Muitas vezes o empreendedor está 
obstinado em empreender em sua própria 
carreira profissional, e para isso, utiliza as 
características do comportamento 
empreendedor, além de outras que já 
desenvolveu no transcorrer de sua vida. 
Outras vezes o empreendedor se depara 
com situações em que encontra 
dificuldades para resolver. Essas são as 
preferidas pelos empreendedores, pois são 
movidos por desafios. E quando o 
empreendedor realizou cursos de 
capacitação, logo vai saber que fazer coisas 
que não são rotineiras, são necessárias 
nesses momentos. São atitudes simples, mas 
que representam o vislumbre de novas 
perspectivas, muitas vezes necessárias para 
despertar a criatividade e estimular a 
inventividade. 
O empreendedor de sucesso, em grande 
parte, não depende de ações do governo. 
Ele age para realizar seus sonhos. Visto 
serem os empreendedores, pessoas que 
contribuem para o desenvolvimento 
econômico de uma nação, o próprio 
governo cria políticas para ajudarem na 
implementação de ideias empreendedoras. 
4.4 Políticas Públicas de 
fomento ao empreendedorismo 
Em nível mundial, muitos estudos são 
desenvolvidos a fim de compreender a ação 
do empreendedorismo para o 
desenvolvimento econômico e social de um 
país. Apesar de muitos estudiosos terem 
constatado que o empreendedorismo é uma 
mola propulsora para o desenvolvimento 
em nível econômico ou social, no Brasil, 
pouco tem sido feito quanto a políticas 
públicas de fomento ao empreendedorismo 
social. 
4.4.1 Apresentando políticas 
públicas de fomento ao 
empreendedorismo 
Dornelas (2001, p. 181) afirma que 
“existem diversas fontes de financiamento 
provenientes de governos municipais, 
estaduais e federal,” no país, mas que 
muitas vezes não aparecem de forma 
estruturada e exigem atenção dos 
empreendedores. Muitas vezes os 
empreendedores desconhecem esta 
informação de há nem ouviram sequer falar. 
Mas que os empreendedores devem ficar 
atentos e sempre procurar informações a 
respeito. 
Observe no quadro a seguir a indicação de 
autor de referência e as ações e política 
pública de fomento e incentivo ao 
empreendedorismo de Micro e Pequenas 
Empresas (MPEs). 
 
Alguns estados se destacam ao investir em 
Políticas de fomento ao empreendedorismo tanto 
em nível inicial como no desenvolvimento. 
A partir das informações do quadro, fica 
evidente o que afirma Spink (2013): 
a área de fomento ao empreendedorismo é – 
antes de mais nada – uma área híbrida, conforme 
a própria expressão. Cabe ao estado as ações de 
“fomento”, cabe aos atores empresariais as ações 
de “empreender”, cabe a ambos juntos a 
construção de uma arena efetiva de ação pública 
empreendedora (SPINK, 2013, p. 58) 
Outro local propício para informações 
sobre políticas públicas e mecanismos de 
fomento e reconhecimento da ação 
empreendedora com impacto social é o 
anuário Global Entrepreneurship 
Monitor (GEM). O GEM apresenta o que há 
de novo no Brasil e no mundo em relação 
ao empreendedorismo e desenvolvimento 
de ações norteadoras ao empreendedor. 
Em nível de Brasil, apresenta algumas 
limitações como é o caso de impostos e dos 
casosde corrupção tão amplamente 
divulgados nos últimos tempos. Mas ao 
mesmo tempo apresenta entidades como 
SEBRAE, SENAC e SENAI como 
organizações propulsoras do 
empreendedorismo. 
O SENAC e SENAI são instituições que 
oferecem cursos para desenvolver 
habilidades especificas para profissões 
técnicas. Já o SEBRAE é uma organização 
que dá suporte ao empreendedor, não só 
trazendo orientações necessárias ao 
desenvolvimento de negócios, como 
também oferecendo e adaptando cursos que 
fomentam ações empreendedoras. 
O Brasil tem investido em importantes, mas 
poucas políticas públicas, que tem 
fomentado e aumentado o surgimento de 
negócios desenvolvidos por 
empreendedores. No contexto das políticas 
públicas em favor do micro, pequenos e 
médios negócios são exemplos a “Lei Geral 
das Micro e Pequenas Empresas em 2006, 
a implantação do Microempreendedor 
Individual (MEI) em 2009, e a ampliação 
dos limites de faturamento do Simples 
Nacional em 2012” (SEBRAE, 2013, p. 7). 
Silva e Machado (2008) também 
acrescentam que, no caso brasileiro, há 
necessidade de políticas públicas para 
programas voltados ao crescimento de 
micro e pequenas empresas, “[...] à 
otimização do processo de abertura de 
empresas, à capacitação para pequenos 
empresários e ao incentivo a instalações 
para empreendedores iniciantes [...]” 
(SILVA; MACHADO, 2008, p. 11). O 
anuário GEM (2016) também aponta na 
mesma direção quando comenta sobre o 
fomento financeiro para implantação de 
empresas MEI e, posteriormente, explica 
que não há preocupação em acompanhar o 
desenvolvimento, crescimento e 
maturidade. Políticas públicas para o 
acompanhamento e suporte para 
sustentação não são desenvolvidas pelo 
governo, o que normalmente encontramos 
no Brasil são organizações como SEBRAE, 
SENAC, SENAI que trabalham com cursos 
como citamos anteriormente. 
O governo brasileiro demonstra que sua 
intenção é dar importância para a área 
economia, pois as políticas públicas são 
voltadas ao financiamento. Já as políticas de 
estímulo ao empreendedorismo precisam de 
um olhar mais atento do poder público. 
Conforme Sarfati (2013, p. 22) afirma que 
não há políticas públicas de estimulo ao 
empreendedorismo, por isso sugere que 
haja: 
(...) necessidade de políticas relacionadas a 
ações que diretamente promovem a 
atividade empreendedora, como: 
• Políticas Públicas para a promoção de 
cultura e educação empreendedora; 
• Políticas Públicas para o desenvolvimento 
de indústria de incubadoras e venture-
capital; 
• Políticas Públicas para Programas de 
promoção a inovação (pesquisa e 
desenvolvimento); 
• Políticas Públicas para Programas de 
fomento à internacionalização. 
Quanto ao desenvolvimento das diversas 
regiões brasileiras, no que se refere ao 
cuidado com a educação e saúde da 
população, as fontes de informação não 
apresentam políticas públicas de fomento. 
Assim, avalia-se como ações fragmentas de 
fomento, voltadas somente ao ambiente de 
negócios financeiros. O que reflete um 
“estágio incipiente em nosso país na 
elaboração de políticas públicas de fomento 
ao empreendedorismo” (BURGOS; COSTA, 
2013, p. 119). 
Eis aí uma grande lacuna. Isso é o que tem 
sido observado pelos empreendedores 
sociais. Daí a criação de ONGs e o 
surgimento de empreendedores sociais na 
busca por sanar este déficit nacional. Muitas 
dessas iniciativas não são conhecidas, pois 
não tem ampla divulgação pelos meios de 
comunicação. Essa é uma das razões que 
devem levar o empreendedor a procurar por 
essas iniciativas, pois podem proporcionar 
momentos de insight importantes para o 
desenvolvimento de novas ações 
empreendedoras voltadas para o social. 
 
 
Síntese 
Concluímos os estudos sobre tipos de 
empreendedorismo. Neste capítulo, 
entendemos o empreendedorismo como 
oportunidade para a carreira profissional, 
buscando desenvolver a motivação para 
empreender e compreender que, mesmo 
sendo um profissional inserido em uma 
organização, o resultado de suas ações gera 
um espírito intraempreendedor visível aos 
membros da empresa. Isso transforma a vida 
empresarial e acrescenta valor aos produtos 
e processos da empresa. Neste capítulo, 
você teve a oportunidade de: 
• definir o conceito de 
intraempreendedorismo; 
• compreender a importância de ser 
um empreendedor em sua carreira 
profissional; 
• compreender a geração de impacto 
social por meio de suas ações 
empreendedoras; 
• conhecer sugestões de s políticas 
públicas de fomento ao 
empreendedorismo. 
 
Vídeos 
https://www.youtube.com/embed/6sb5kiV6bok 
https://www.youtube.com/embed/HLodRmvRXJk 
 
https://www.youtube.com/embed/6sb5kiV6bok
https://www.youtube.com/embed/HLodRmvRXJk

Continue navegando