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- -1 EMPREENDEDORISMO UNIDADE 4 - QUAIS SÃO OS TIPOS DE EMPREENDEDORISMO QUE EXISTEM? Autoria: Dra. Ana Lúcia Ferraresi Schmitz - Revisão técnica: Dr. Leandro Trigueiro Fernandes - -2 Introdução Em nossos estudos sobre empreendedorismo, observamos com empreendedores diferentes, com perfis e metas que variam de acorda com sua motivação pessoal e profissional. Neste capítulo, vamos estudar os tipos de empreendedorismo como: intraempreendedorismo, empreendedorismo de impacto social; empreendedorismo como oportunidade de carreira, e políticas públicas como fomento ao empreendedorismo. Além de aprender mais um pouco sobre esse universo, nosso objetivo é provocar o empreendedor que existe em cada um e, também, compreender a importância do profissional empreendedor para o desenvolvimento econômico de uma sociedade. Para isso, é preciso criar uma consciência crítica e reflexiva para responder perguntas como: qual a diferença entre empreendedor e intraempreendedor? Como um empreendedor pode causar impacto social? Qual a importância do empreendedorismo para a minha carreira profissional? Posso contribuir com a construção de políticas públicas de fomento ao empreendedorismo? Ao responder esses questionamentos, vamos refletir sobre o conteúdo de cada tópico e compreender quais os tipos de empreendedorismo existem e como eles se inserem em nosso meio. Bons estudos! Tempo estimado de leitura: 43 minutos. 4.1 Intraempreendedorismo Neste item, vamos entender que o empreendedor pode ser também em um ambiente interno, isto é, dentro de uma organização Como isso pode ser feito? O que é necessário para se tornar um intraempreendedor? O empreendedorismo é algo tão importante nos dias atuais e presentes no cenário globalizado e mutável, que encontramos os empreendedores atuando tanto em nível pessoal, como é o caso do empreendedor individual; atuando em nível organizacional, que é definido como o intraempreendedor; empreendedores atuando também em nível social, o empreendedor social e seu impacto na sustentabilidade (meio ambiente). Em todos os níveis do empreendedorismo, encontramos a agregação de valor, seja em processos ou em produtos, em nível individual ou pessoal do empreendedor. A satisfação do empreendedor ao realizar ou alcançar seus sonhos e objetivos reflete ao seu redor trazendo benefícios e melhorias e, ao mesmo tempo, despertando novos sonhos e objetivos do empreendedor. - -3 Portanto, a atuação de um empreendedor organizacional é um diferencial competitivo e que agrega valor. Mas o que vem a ser intraempreendedorismo? Vamos à resposta a seguir. 4.1.1. Entendendo o intraempreendedorismo Hashimoto (2009) explica sobre a necessidade do empreendedor interno, ou intraempreendedor, afirmando que há muitos estudos que comprovam que uma das principais características das empresas bem sucedidas no atual cenário instável, flexível e global do mercado está na implantação de uma cultura empresarial de estímulo ao intraempreendedorismo. E que tornar os colaboradores motivados e proativos, a fim de obter maiores e melhores resultados, ainda é um grande desafio para as empresas preocupadas em manter-se no mercado competitivo. Um dos autores ícone neste assunto, Pinchot III (1985), define o intraempreendedor como: um forte visionário e insaciável que não descansa até que sua visão esteja manifestada dentro da empresa. O autor também apresenta formas de como uma empresa pode adquirir uma cultura e propiciar um ambiente facilitador ao intraempreendedorismo, o que ele chamou de “os dez mandamentos do intraempreendedor” ( III, 1985). Ao retomar o assunto, Santos . (2013, p. 145) nos apresente esses mandamentos:PINCHOT et al 1 – Encontre pessoas para ajudá-lo, pois o intraempreendedorismo não é uma atividade solitária; 2 – Vá para o trabalho a cada dia disposto a ser demitido; 3 – Evite quaisquer ordens que visem interromper seu sonho; 4 – Execute qualquer tarefa necessária a fazer seu projeto funcionar, a despeito de sua descrição de cargo; 5 – Siga sua intuição a respeito das pessoas que escolher e, trabalhe somente com as melhores; 6 – Trabalhe de forma clandestina o máximo que puder, pois a publicidade aciona o mecanismo de imunidade da corporação; 7 – Nunca aposte em uma corrida, a menos que esteja correndo nela; 8 – Lembre-se de que é mais fácil pedir perdão do que pedir permissão; 9 – Seja leal as suas metas, mas realista quanto as maneiras para atingi-las; - -4 Pinchot III (1985) afirma que o intraempreendedor é o profissional que possui talento suficiente para ser um terceiro caminho na empresa. É ele que preenche o vazio entre o gerente e o inventor organizacional. Segundo o autor: “os intraempreendedores não são necessariamente inventores de novos produtos ou serviços”, mas contribuem com “novas ideias ou protótipos e transforma-os em realidade lucrativa” (PINCHOT III, 1985, p. 26). A figura a seguir apresenta o espanto da equipe de trabalho quando um intraempreendedor apresenta suas ideias revolucionárias. Figura 1 - O intraempreendedor em ação pode causar forte impacto na empresa ao expressar suas ideias e sonhos Fonte: Roman King, Shutterstock, 2021. : na figura, temos a fotografia de uma mulher segurando um cartaz. Ela está com uma expressão#PraCegoVer de surpresa. No cartaz, temos a escrita "ideia". Ao fundo, pode-se observar um grande painel com o mapa mundi, um gráfico e outras informações à direita. Então qual é o papel do empreendedor dentro das empresas? Em uma empresa, organização, instituição, ONGs, entre outras formas de atuação no mercado de trabalho, o papel do intraempreendedor é fundamental para o alcance dos objetivos. No entanto, nem sempre é fácil entender a atuação de um empreendedor interno ou intraempreendedor. Dentro das organizações, o empreendedor possui características diferenciadas dos demais como criatividade, liderança, assumir riscos, é orientado para resultados, mas também é independente, tem necessidade de autorrealização, pensa e age de modo diferente dos demais, sendo em muitos casos inesperado e inusitado. Schmitz (2013, p. 11) conceitua o intraempreendedor como: “... paixão e proatividade [...] Talentos incontidos, aberto às oportunidades [...] um ser apaixonado, criativo e necessário a qualquer empresa que pretenda se manter competitiva no mercado nos tempos atuais”. Você o conhece? 10 – Honre seus patrocinadores. - -5 Assim como o empreendedor, o intraempreendedor, para executar suas ações e assumir um papel decisivo, precisa de um ambiente predisposto ao empreendedorismo. E para isso é essencial que haja comprometimento e incentivo de patrocinadores, a fim de incentivar as ações empreendedoras de forma efetiva. Pois com o constante aumento da competitividade, as ideias e ações inovadoras dos intraempreendedores são de extrema importância, pois podem garantir sustentabilidade da organização no mercado. Para que o intraempreendedor alcance seus objetivos na organização em que trabalha, ele precisará de um ou mais patrocinadores. E neste caso, quem são os patrocinadores? São aqueles indivíduos que vão acreditar em você, no seu potencial de desenvolvimento e vão facilitar os meios de alcançar algo. Normalmente se encontram em níveis hierárquicos acima do intraempreendedor. E por isso mesmo, tem o poder de facilitar e alavancar processos e insumos para o alcance dos objetivos. Estes patrocinadores são pessoas que conseguem visualizar o intraempreendedor como alguém que agrega valor além de reconhecerem as atitudes empreendedoras. Pinchot III (1985, p. 125) conceitua o patrocinador como alguém que está envolvido com problemas técnicos, ou marketing, ou apresenta ideias a gerencia para, por trás desse cenário, manter vivo o intraempreendedor. Pois ajudam e protegem os intraempreendedores lhes dando o “controle dos recursos de que necessitam para realizar suas visões e constroem um ambiente que torna válida a sua permanência”. Autores como Pinchot III (1985), Buenoe Lapolli (2001), Fialho (2006), Santos (2013) e Schmitzet al. et al. (2012) apresentam características comuns aos intraempreendedores, como você pode observar a seguir: Visão Imagina em sua mente a sua obra acabada, além de pensar no caminho para alcançá-la, analisando e avaliando. Ainda é aquele cooperador que sonha e realiza seus sonhos. Polivalência Ultrapassam suas funções e acabam realizando a de outras pessoas, têm flexibilidade e adaptam-se com facilidade aos grupos de trabalho, pois executam qualquer tarefa necessária para fazer seu projeto empreendedor funcionar a despeito de sua descrição de cargo. Orientados para ação Gifford Pinchot III é o autor referência para o intraempreendedorismo. Em 1978, conceituou pela primeira vez o termo. Ele é um grande empresário norte americano, dono da empresa Pinchot & Company e tem atuado no mercado ajudando empresas, empresários e intraempreendedores a criarem produtos novos, bem como a educá-los a criarem um ambiente favorável ao intraempreendedorismo. - -6 Sempre que vislumbram algo, logo se colocam em atividade a fim de alcança-lo, tem facilidade para avaliar caminhos tortuosos e evitam ordens que visem interromper seus sonhos. Assumem riscos Por serem grandes estrategistas e prospectarem cenários procuram alternativas para atender seus anseios de forma independente, assumindo, dessa forma, riscos inerentes as suas ações. Todos os dias vão para o trabalho dispostos a serem demitidos. Seu foco é a realização de seus sonhos. Planejam e executam Planejam suas ações e logo as colocam em prática, ou seja, planejam e trabalham quase que simultaneamente, pois são leais às suas metas não medindo esforços. São velozes Não perdem tempo para executar suas ações, por isso planejam e logo colocam em ação seus planos. Tomam decisões com urgência e são rápidos para resolver problemas, mas tem plena consciência de que somente apostam em suas próprias corridas. São independentes Não aderem padrões impostos. Agem de forma autônoma e trabalham de forma clandestina o máximo que podem. Tomam decisões Por serem independentes muitas vezes tomam decisões independe de aprovação de seus gerentes. São leais às suas metas. Buscam patrocinadores Na rede de relacionamentos do intraempreendedor encontram as pessoas estratégicas para alcançar seus objetivos, são persuasivos. Mas tem uma grande característica: são leais aos seus patrocinadores. Sabem que suas atividades não acontecem de forma solitária. São autoconfiantes Confiam sua própria habilidade para realizar seus objetivos, pois são realistas quanto a maneira de atingir suas metas. São criativos e inovadores Utilizam sua criatividade para não perder as oportunidades e inovar em ideias para agregar valor e angariar recursos. Mas antes e acima de tudo está seu foco em alcançar seus sonhos. Por meio do uso de suas características de personalidade e comportamento, os intraempreendedores contribuem para transformarem novas ideias em realidades lucrativas agregando valor ao negócio e possibilitando a manutenção da empresa no cenário competitivo global. - -7 Nesse cenário competitivo e global encontramos empreendedores de sucesso. São eles os responsáveis pelo que conhecemos como empreendedorismo de impacto social. 4.2 Empreendedorismo de impacto social Vamos refletir sobre ações sociais feitas por empreendedores que se preocupam com o bem-estar das pessoas ao seu redor e com o desenvolvimento econômico e mais igualitário de uma comunidade. Algumas vezes essas atitudes empreendedoras são tão importantes que acabam tomando dimensões não imaginadas no início do projeto quando o empreendedor começou a colocar em prática suas ideias e ideais. Mas o que é empreendedorismo social? 4.2.1 Empreendedorismo Social Dess (2001) define o empreendedor social como aquele que defende uma missão social e não a geração de riqueza, pois em suas metas não há lugar para benefício do empreendedor. Autores e estudiosos como Melo Neto e Froes (2002) definem os empreendedores sociais como vítimas da exclusão social e movidos por ideias e soluções para as disfunções existentes, com atitude de inconformismo e crítica diante do cenário de injustiças, não se acomodam. Direcionam esforços, criam e implementam ações no sentido de promover um sistema mais equilibrado e funcional, garantindo o autossustento e a melhoria contínua do bem-estar da comunidade. Saiba que em toda a atividade de um empreendedor o objetivo primordial é o alcance de seus sonhos, de sua realização pessoal. Mas como consequência dessa atitude, ocorre a geração de valor, isso porque o empreendedor agrega valor ao seu produto final, até mesmo quando transforma a realidade de uma comunidade, trazendo educação, lazer, entre outros, alterando dessa forma a vida das pessoas e criando inclusive oportunidades de trabalho. A figura a seguir mostra a ilustração de uma ação social desenvolvida voltada a sustentabilidade e que acaba por agregar valor à sociedade. - -8 Figura 2 - Empreendedorismo social inicia com ações pequenas e de inconformismo do empreendedor e agrega valor à sociedade Fonte: Jacob_09, Shutterstock, 2021. : na figura, temos uma fotografia editada digitalmente. Há dois pares de mãos, um de cada lado.#PraCegoVer As mãos formam uma concha e apontam para dentro. Nas mãos à esquerda, encontramos uma cidade, com prédios e construções. Nas mãos à direita, encontramos uma muda de árvore com terra. Em nosso país, os problemas sociais vêm se avolumando e agravando. A ausência de ações do Estado acaba por obrigar a população a conviver com a falta de assistência dos órgãos públicos que deveriam assistir a sociedade em, por exemplo, saúde, educação, cultura, laser, segurança, entre outros. Esses problemas agregados à lentidão e a pouca eficácia dos serviços oferecidos pelo poder público, impelem ao desafio de alguns, os empreendedores. Normalmente são pessoas comuns e nascidas naquelas realidades e que tem em seu ideal de vida o sonho de transformar aquela realidade local. Vemos iniciativas esportivas, musicais, educacionais, que modificam a realidade de muitas comunidades em nosso país. São ações sociais fruto de habilidades e dons que os empreendedores costumam colocar em prática. Em outras vezes, essas habilidades também podem ser adquiridas e transformadas em benefícios sociais, somente pelo simples fato de querer mudar uma realidade. Figura 3 - Ao construir uma escola, por exemplo, a realidade foi mudada e acabou agregando valor pelo empenho e inconformismo de um empreendedor social Fonte: Rawpixel, Shutterstock, 2021. - -9 : na figura, temos uma fotografia editada digitalmente. Há pessoas na parte inferior viradas de#PraCegoVer costas. À frente, encontramos um painel com algumas escritas, como trabalho em equipe, sucesso, visão, parceiro, ideias, ajuda e crescimento, juntamente com ilustrações relacionadas. Muitas vezes esse tipo de empreendedorismo acontece em uma comunidade carente, em que um empreendedor com grandes ideias vem oferecer seus serviços para mudar a condição das pessoas que ali vivem. Quando se fala em empreendedorismo de impacto social, não necessariamente se está falando de algo grande e de grande valor econômico, mas de algo que pode iniciar pequeno e se tornar grande, de visualização e valor econômico e social. Você já deve ter ouvido falar em cooperativas? Em obras sociais que visam mudar a realidade de crianças carentes? Ou então em produtos que geram valor econômico para um país – criação ou inovação? Então, trata-se de ações sociais que tem como a frente um grande empreendedor, que conseguiu vislumbrar situações diferentes daquelas que os olhos comuns enxergam. O empreendedor social, portanto, é aquele que está sempre em busca de algo que possa modificar realidades. São pessoas inconformadas que buscam soluções e se sentem atraídas por desafios e querem ver realidades modificadas em que condições de miséria, doença e violênciasejam transformadas em realidades produtivas. Seja na música, no esporte, no artesanato, na alimentação, na ajuda comunitária e no desenvolvimento social de uma região. Conhecer o impacto social de iniciativas empreendedoras estimula a criação de novos projetos ou organizações sociais. Para isso, essas iniciativas estão apresentadas de diversas formas, seja em blogs, em sites, livros, ou reportagens na TV. E há também muitos livros escritos por empreendedores nas mais diversas áreas que trazem, os sonhos, as ações, os sentimentos e os entendimentos dos empreendedores envolvidos. Você quer ler? No site da GROUNDWELL, você encontra uma iniciativa para que as comunidades carentes obtenham energia limpa, com um baixíssimo custo. Ler e entender como ideias simples podem se tornar em soluções importantesVemos em telhados de casas as placas de energia solar, mas não em comunidades carentes. Como pessoas de baixa renda podem usufruir de algo que inclusive não agride a natureza? Essa é a proposta, que a energia seja compartilhada. Acesse Você quer ver? Amyr Klink é um grande empreendedor na navegação. Entre 1998 e 1999, realiza o Projeto Antártica 360º, em que faz a navegação circular polar pela rota mais curta, https://groundswell.org/ - -10 Por fim, o empreendedorismo social acontece não só no Brasil, como em todo o mundo. No caso de Amyr Klink, foi ele quem construiu sua primeira embarcação, sua própria marina, sendo hoje dono de um estaleiro. Seu negócio é rentável e agregou valor para a comunidade (KLINK, 2014). Temos, então, um grande empresário que investiu em sua carreira profissional naquilo que gosta, um exemplo de empreendedorismo como oportunidade de carreira, nosso assunto do próximo tópico de estudo. 4.3 Empreendedorismo como oportunidade de carreira O empreendedorismo na própria carreira começa quando você idealiza algo para sua vida. É nesse ponto que se inicia a caminhada para realização de seus sonhos. Muitas vezes o empreendedor tem um sonho e não sabe como fazer. Ou tem uma habilidade até então desconhecida e a partir da visão do outro é que a reconhecemos. Talvez você não tenha se dado conta, mas o fato de estar estudando para alcançar um novo patamar de conhecimento pode ser o ponto de partida. A partir desse momento, você começa a conhecer e vislumbrar novos horizontes que, talvez, jamais tenha pensado ou imaginado. Mas se até aqui você ainda não encontrou rápida e difícil, sozinho a bordo do navio Paratii. Essa viagem é contada no documentário (CORRÊA; KUBRUSLY, 2002).Mar Sem Fim Estudo de Caso Muitos são os casos de empreendedores brasileiros que iniciaram suas carreiras por necessidade. Um exemplo bem conhecido é do apresentador Silvio Santos. Iniciou sua carreia como vendedor ambulante aos 14 anos, vendendo capas para título de eleitor. Mas chamou a atenção com sua voz. Embora fosse muito habilidoso para as vendas, foi sua voz que o ajudou no desenvolvimento de sua carreira. Contava com outras características importantes para um empreendedor de sucesso: ser um visionário, um sonhador, e não ter receio de correr riscos. Não teve medo de procurar o desconhecido e foi morar em São Paulo. Lá acabou conhecendo um empresário que estava com dificuldades de administrar seus negócios e aí inicia uma rede de contatos poderosa. O empresário tornou-se seu patrocinador, o que culminou com sua carreira como locutor de TV. Durante toda sua caminhada rumo ao sucesso jamais desistiu mesmo nos tempos de turbulência. Usou sua visão empreendedora e hoje, com mais de 80 anos, ainda encontra-se na ativa. - -11 seu propósito, saiba que todo o empreendedor não desiste. Continue sua busca, faça outros cursos, ande por outros caminhos e esteja tenha atenção ao que vai surgir, pois aí pode estar sua oportunidade de carreira. A seguir, vamos tratar da questão carreira profissional e os obstáculos do mercado global. 4.3.1 Carreira profissional x Mercado global Muitos são os efeitos da globalização ao mundo do trabalho. Hoje dar conta de acompanhar o fluxo de novas informações é necessária criatividade e acesso às novas tecnologias. O outro lado desses efeitos é a diminuição da oferta de trabalho e a exigência de qualificação profissional. Outro fator agravante é que o novo padrão de trabalho prevê pouca estabilidade, ou seja, o colaborador encontra pouca garantia de permanência na empresa. É nesse cenário globalizado e instável que entra o papel do empreendedorismo na carreira profissional. Flexibilização passa a ser a palavra de ordem. E também a necessidade de planejar, traçar boas estratégias, pensar, vislumbrar oportunidades, criar, inovar. As condições de conhecimento, condutas e posturas impostas pelo mercado, chamamos de empregabilidade. E agregado a isso, planejar e traçar a carreira profissional de forma criativa e inovadora chamamos de carreira empreendedora. Ela inicia com a observação do que vêm sofrendo o mundo do trabalho com a globalização, inovações tecnológicas, comunicação global, mudança e surgimento de novos postos de trabalho e novas necessidades de mercado. Com isso, se torna necessário construir a carreira em bases sólidas com visão, estudos, habilidades e conhecimentos. As atitudes empreendedoras podem tomar dimensões não imaginadas no início do projeto de carreira. Mas o empreendedor sempre procura conhecer e buscar o novo, os desafios e ultrapassar os obstáculos quando obstinadamente coloca em prática suas ideias e necessidades. Saiba que o desenvolvimento de sua carreira, quando bem investida, pode agregar valor à empresa que está vinculado, à comunidade a que se pertence e ao ambiente em que você está investindo. Birley e MuzyKa Você quer ver? Walt Antes do Mickey (GUTIERREZ; BERNSTEIN, 2014) traz a história real de Walt Disney. Vivendo da carreira de desenhista, o protagonista superou vários obstáculos até desenhar Mickey Mouse, a criação que o tornou famoso. Além de mostrar a superação das dificuldades para desenvolver sua carreira profissional, o filme apresenta muitas características empreendedoras. Também traz um importante conselho: “tudo o que vale a pena fazer deve ser bem feito”. - -12 (2001, p. 6-7) afirmam que “gerenciar um empreendedor nem sempre é uma tarefa fácil. [...] os empreendedores tem suas próprias formas de lidar com os problemas da vida cotidiana [...] criam novas atividades e estimulam a economia”. Figura 4 - A carreira profissional de um empreendedor é cheia de vieses necessários para alcançar o sucesso sonhado Fonte: OPOLJA, Shutterstock, 2021. : na figura, temos a fotografia de uma mulher falando ao telefone. Ela está sentada em uma#PraCegoVer poltrona, inclinada para frente, com um sorriso aberto. Há uma mesa de centro à sua frente com um papel com gráficos, uma xícara de café ao lado e um tablet. Pode-se observar mais uma poltrona do lado esquerdo e uma estante ao fundo. Muitas vezes o empreendedor está obstinado em empreender em sua própria carreira profissional, e para isso, utiliza as características do comportamento empreendedor, além de outras que já desenvolveu no transcorrer de sua vida. Figura 5 - O empreendedor ao planejar sua carreira põe em práticas suas características de sonhador, planejador e visionário de oportunidades Fonte: Peshkova, Shutterstock, 2021. - -13 : na figura, temos a fotografia de perfil de um homem com os braços para trás da cabeça,#PraCegoVer inclinando-se para trás. Outras vezes o empreendedor se depara com situações em que encontra dificuldades para resolver. Essas são as preferidas pelos empreendedores, pois são movidos por desafios. E quando o empreendedor realizou cursos de capacitação, logo vai saber que fazer coisas que não são rotineiras, são necessárias nesses momentos. São atitudes simples, mas que representam o vislumbre de novas perspectivas, muitas vezes necessárias para despertar a criatividade e estimular a inventividade. O empreendedor de sucesso, em grande parte,não depende de ações do governo. Ele age para realizar seus sonhos. Visto serem os empreendedores, pessoas que contribuem para o desenvolvimento econômico de uma nação, o próprio governo cria políticas para ajudarem na implementação de ideias empreendedoras. 4.4 Políticas Públicas de fomento ao empreendedorismo Em nível mundial, muitos estudos são desenvolvidos a fim de compreender a ação do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico e social de um país. Apesar de muitos estudiosos terem constatado que o empreendedorismo é uma mola propulsora para o desenvolvimento em nível econômico ou social, no Brasil, pouco tem sido feito quanto a políticas públicas de fomento ao empreendedorismo social. 4.4.1 Apresentando políticas públicas de fomento ao empreendedorismo Dornelas (2001, p. 181) afirma que “existem diversas fontes de financiamento provenientes de governos municipais, estaduais e federal,” no país, mas que muitas vezes não aparecem de forma estruturada e exigem atenção dos empreendedores. Muitas vezes os empreendedores desconhecem esta informação de há nem ouviram sequer falar. Mas que os empreendedores devem ficar atentos e sempre procurar informações a respeito. Você sabia? Como você faria para impulsionar sua carreira? Você pensa em impactar a sociedade, em agregar valor a um produto? Muitas literaturas apresentam características empreendedoras, outras apresentam exemplos de empreendedorismo, mas outros agregam as duas informações, como é o caso de “O Segredo de Luísa” de Fernando Dolabela (2008). - -14 Figura 6 - A atenção e a busca de informações são de grande importância e devem ser a constante para os empreendedores em relação às políticas públicas Fonte: Picsfive, Shutterstock, 2021. : na figura, temos a fotografia de diversas câmeras profissionais em tripés, uma atrás da outra.#PraCegoVer Há pessoas manipulando os equipamentos, mas não estão totalmente visíveis. Observe no quadro a seguir a indicação de autor de referência e as ações e política pública de fomento e incentivo ao empreendedorismo de Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Quadro 1 - Alguns estados se destacam ao investir em Políticas de fomento ao empreendedorismo tanto em nível inicial como no desenvolvimento Fonte: Elaborado pela autora, baseado em Gomes; Alves; Fernandes, 2013. : no quadro, temos sete linhas e duas colunas retratando os#PraCegoVer autores de referência e as ações e política pública de fomento e incentivo ao empreendedorismo de Micro e Pequenas Empresas (MPEs). Na primeira coluna, encontramos os autores (Eduardo José Grin e Thamiris Rodrigues Ferreira; Patrícia - -15 Laczynski, Eliane Barbosa da Conceição e Eduardo de Lima Caldas; Fernando Burgos e Adriano Borges Costa; Gilberto Sarfati e Renê José Rodrigues Fernandes; e Otávio Prado e Adriano Borges Costa). Já na segunda coluna há a política pública relacionada a cada autor apresentado. A partir das informações do quadro, fica evidente o que afirma Spink (2013): Outro local propício para informações sobre políticas públicas e mecanismos de fomento e reconhecimento da ação empreendedora com impacto social é o anuário (GEM). Global Entrepreneurship Monitor O GEM apresenta o que há de novo no Brasil e no mundo em relação ao empreendedorismo e desenvolvimento de ações norteadoras ao empreendedor. Em nível de Brasil, apresenta algumas limitações como é o caso de impostos e dos casos de corrupção tão amplamente divulgados nos últimos tempos. Mas ao mesmo tempo apresenta entidades como SEBRAE, SENAC e SENAI como organizações propulsoras do empreendedorismo. O SENAC e SENAI são instituições que oferecem cursos para desenvolver habilidades especificas para profissões técnicas. Já o SEBRAE é uma organização que dá suporte ao empreendedor, não só trazendo orientações necessárias ao desenvolvimento de negócios, como também oferecendo e adaptando cursos que fomentam ações empreendedoras. Você sabia? O SEBRAE é um órgão de fomento ao empreendedorismo que oferece cursos de capacitação e auxilia os empreendedores em suas dúvidas e necessidades? Está sempre aprimorando os cursos para as novas necessidades do mercado, complexidade e burocracia na criação de empresas no Brasil. Também oferece ajuda no desenvolvimento de micro ou pequena empresa. Encontre respostas aos seus questionamentos no portal SEBRAE (2018): < .http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/> Você quer ler? a área de fomento ao empreendedorismo é – antes de mais nada – uma área híbrida, conforme a própria expressão. Cabe ao estado as ações de “fomento”, cabe aos atores empresariais as ações de “empreender”, cabe a ambos juntos a construção de uma arena efetiva de ação pública empreendedora (SPINK, 2013, p. 58) http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/> - -16 O Brasil tem investido em importantes, mas poucas políticas públicas, que tem fomentado e aumentado o surgimento de negócios desenvolvidos por empreendedores. No contexto das políticas públicas em favor do micro, pequenos e médios negócios são exemplos a “Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas em 2006, a implantação do Microempreendedor Individual (MEI) em 2009, e a ampliação dos limites de faturamento do Simples Nacional em 2012” (SEBRAE, 2013, p. 7). Silva e Machado (2008) acrescentam que, no caso brasileiro, há necessidade de políticas públicas para programas voltados ao crescimento de micro e pequenas empresas, “[...] à otimização do processo de abertura de empresas, à capacitação para pequenos empresários e ao incentivo a instalações para empreendedores iniciantes [...]” (SILVA; MACHADO, 2008, p. 11). O anuário GEM (2016) também aponta na mesma direção quando comenta sobre o fomento financeiro para implantação de empresas MEI e, posteriormente, explica que não há preocupação em acompanhar o desenvolvimento, crescimento e maturidade. Políticas públicas para o acompanhamento e suporte para sustentação não são desenvolvidas pelo governo, o que normalmente encontramos no Brasil são organizações como SEBRAE, SENAC, SENAI que trabalham com cursos como citamos anteriormente. O governo brasileiro demonstra que sua intenção é dar importância para a área economia, pois as políticas públicas são voltadas ao financiamento. Já as políticas de estímulo ao empreendedorismo precisam de um olhar mais atento do poder público. Conforme Sarfati (2013, p. 22) afirma que não há políticas públicas de estimulo ao empreendedorismo, por isso sugere que haja: Políticas públicas de fomento ao empreendedorismo são tão relevantes para a economia que vários pesquisadores se interessam sobre o assunto. O livro Políticas Públicas de (GOMES; ALVES; Fomento ao Empreendedorismo e às Micro e Pequenas Empresas FERNANDES, 2013) traz a perspectiva de políticas públicas como fomento a ações empreendedoras em algumas regiões brasileiras. (...) necessidade de políticas relacionadas a ações que diretamente promovem a atividade empreendedora, como: • Políticas Públicas para a promoção de cultura e educação empreendedora; • Políticas Públicas para o desenvolvimento de indústria de incubadoras e ;venture-capital - -17 Quanto ao desenvolvimento das diversas regiões brasileiras, no que se refere ao cuidado com a educação e saúde da população, as fontes de informação não apresentam políticas públicas de fomento. Assim, avalia-se como ações fragmentas de fomento, voltadas somente ao ambiente de negócios financeiros. O que reflete um “estágio incipiente em nosso país na elaboração de políticas públicas de fomento ao empreendedorismo” (BURGOS; COSTA, 2013, p. 119). Eis aí uma grande lacuna. Isso é o que tem sido observado pelos empreendedores sociais. Daí a criação de ONGs e o surgimento de empreendedores sociais na busca por sanar este déficit nacional. Muitas dessas iniciativas não são conhecidas, pois não tem ampla divulgação pelos meios de comunicação. Essa é uma das razões que devem levar o empreendedor a procurar por essas iniciativas, pois podem proporcionarmomentos de importantes para o desenvolvimento de novas ações empreendedoras voltadas para o social.insight • Políticas Públicas para Programas de promoção a inovação (pesquisa e desenvolvimento); • Políticas Públicas para Programas de fomento à internacionalização. - -18 Conclusão Concluímos os estudos sobre tipos de empreendedorismo. Neste capítulo, entendemos o empreendedorismo como oportunidade para a carreira profissional, buscando desenvolver a motivação para empreender e compreender que, mesmo sendo um profissional inserido em uma organização, o resultado de suas ações gera um espírito intraempreendedor visível aos membros da empresa. Isso transforma a vida empresarial e acrescenta valor aos produtos e processos da empresa. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • definir o conceito de intraempreendedorismo; • compreender a importância de ser um empreendedor em sua carreira profissional; • compreender a geração de impacto social por meio de suas ações empreendedoras; • conhecer sugestões de s políticas públicas de fomento ao empreendedorismo. • • • • - -19 Referências BIRLEY, S.; MUZYKA, D.F. . São Paulo: Makron Books, 2001.Dominando os desafios do empreendedor 334p. BUENO, J. L. P.; LAPOLLI, É. M. empreendedorismo tecnológico naVivências empreendedoras: educação. Florianópolis: UFSC, 2001. BURGOS, F.; COSTA, A. B. Badesc e o Programa de Microcrédito Catarinense. GOMES, M. V. P.;In: ALVES, M. A.; FERNANDES, R. J. R (Orgs.). Políticas Públicas de fomento ao empreendedorismo e às . São Paulo: Programa Gestão Pública e Cidadania - FGV, 2013, 167p.micro e pequenas empresas CORRÊA, M. S.; KUBRUSLY, V. . [documentário] Direção de Breno Silveira. 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Entendendo o intraempreendedorismo Visão Polivalência Orientados para ação Assumem riscos Planejam e executam São velozes São independentes Tomam decisões Buscam patrocinadores São autoconfiantes São criativos e inovadores 4.2 Empreendedorismo de impacto social 4.2.1 Empreendedorismo Social 4.3 Empreendedorismo como oportunidade de carreira 4.3.1 Carreira profissional x Mercado global 4.4 Políticas Públicas de fomento ao empreendedorismo 4.4.1 Apresentando políticas públicas de fomento ao empreendedorismo Conclusão Referências
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