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RESUMO A TRADO MANUAL

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FACULDADE POLITÉCNICA DE CAMPINAS 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
NIVEA PERLE 
RAIMUNDO NONATO DA LUZ DA COSTA 
WISNEY DA COSTA DIAS 
 
 
 
 
ESTUDO DA APLICAÇÃO DA NBR 6484-01 
SONDAGEM A TRADO MANUAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPINAS - SP 
2020 
NIVEA PERLE 
RAIMUNDO NONATO DA LUZ DA COSTA 
WISNEY DA COSTA DIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DA APLICAÇÃO DA NBR 6484-01 
SONDAGEM A TRADO MANUAL 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, 
apresentado à Disciplina de Trabalho de 
Diplomação, do Curso Superior de Engenharia 
Civil – Faculdade Policamp, como parte dos 
requisitos para a obtenção do Título Graduado. 
 
 
 
 
 
 
 
CAMPINAS - SP 
2020 
NIVEA PERLE 
RAIMUNDO NONATO DA LUZ DA COSTA 
WISNEY DA COSTA DIAS 
 
 
 
 
ESTUDO DA APLICAÇÃO DA NBR 6484-01 
SONDAGEM A TRADO MANUAL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, 
apresentado à Disciplina de Trabalho de Diplomação, 
do Curso Superior de Engenharia Civil – Faculdade 
Policamp, como parte dos requisitos para a obtenção 
do Título Graduado. 
Orientador: Prof. Dr. Sergio Costa. 
 
 
 
Banca examinadora: 
 
 
Prof. [Nome do 1º professor] 
 
 
Prof. [Nome do 2º professor] 
 
 
Prof. [Nome do 3º professor] 
 
Campinas - SP 
2020 
RESUMO 
Sondagem a trado é uma perfuração manual de pequeno diâmetro e sua finalidade é 
a coleta de amostras deformadas para a execução de ensaios de laboratório. O ensaio 
de simples reconhecimento dos solos é extremamente importante para se identificar 
as características do subsolo. Tal conhecimento implica na prospecção do subsolo e 
na amostragem ao longo de seu curso. Para que estes dados possam ser 
considerados como fiel retrato das condições naturais do subsolo, é necessário que 
os serviços de prospecção sejam elaborados por pessoal altamente capacitado, 
acompanhado de um técnico e de um geólogo ou engenheiro geotécnico. Seus 
resultados podem ser utilizados em diversas áreas tais como engenharia de minas, 
geologia, mineralogia, pedologia, mas é na engenharia civil que esse método é mais 
difundido. O trabalho em questão teve como objetivo, estudar a aplicação da NBR 
6484-01 sobre as sondagens de solos para simples reconhecimento com emprego do 
método Standard Penetration Test (SPT), realizando para tanto, uma pesquisa 
exploratória em que se aplicou um questionário sobre as características e os métodos 
executivos da sondagem SPT em empresas construtoras da região de Campinas/SP. 
 
Palavras-chave: Sondagem. Trado. SPT. 
 
 
ABSTRACT 
 
Trado drilling is a small diameter manual drilling and its purpose is to collect deformed 
samples for the execution of laboratory tests. The drilling survey investigation method 
uses the auger as a collection instrument, a type of soil sampler, consisting of cutting 
blades, which,convex,(shell auger) or single, helicallydetermined the nature of the local 
soil and determine the types of possible foundations that can be used in the 
preparation of the structural design. If the professional is not aware of what is below 
the surfase of the soil, he is at risk of designing the foundation or the structure of his 
house with na incorrect dimension, causing unnecessary costs if it is oversided or risks 
of serious future problems. Manual auge ris a simpler, faster and more economical 
process for soil investigations. It usually only penetrates the soil layers with low 
resistance and above the water level. The drilling of the soil is usually carried out with 
operators rotating a horizontal bar coupled to vertical rods, where the drills are located. 
Every five or six revolutions it is necessary to remove the drill bit to remove the 
accumulated material. 
 
Keywords: Soil survey. Trado. SPT. 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 7 
2. OBJETIVOS ........................................................... Erro! Indicador não definido. 
3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................... 8 
4. UTILIZAÇÃO DA SONDAGEM A TRADO .......................................................... 13 
5. CONTROLE DE PROFUNDIDADE E COLETA DE AMOSTRAS ....................... 14 
6. PRESENÇA DE NÍVEL D’ÁGUA ........................................................................ 14 
7. ENCERRAMENTO DA SONDAGEM.................................................................. 15 
8. EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS................................................................ 15 
9. NBR 6484-01 ...................................................................................................... 17 
10. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 32 
11. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTAGEM E ABREVIAÇÕES 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. 
ART Anotação de Responsabilidade Técnica 
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas. 
N Número de Golpes para penetração 
NB Norma Brasileira 
NBR Norma Brasileira Regulamentadora 
Nestaca Número de golpes para cravação de estacas 
Nspt Indice de resistência à penetração 
SIG Sistema de Informações Geográficas 
SPT Standard penetration test 
SPT-T Standard Penetration Test with Torque Measurement 
TC Trado-concha 
TH Trado helicoidal 
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Uma sondagem é realizada para se determinar a natureza do solo local e 
sua estratificação, bem como a determinação da profundidade e natureza do leito 
rochoso, também para observar as condições de drenagem local, a posição do lençol 
freático e, somando-se a esses, tem-se a coleta de amostras de solo para a realização 
de ensaios específicos, tais como aqueles que avaliam a permeabilidade e a 
resistência às tensões, entre outros ensaios de mecânica do solo e de geotecnia. 
Tais tensões são relacionadas a deformações do subsolo ocasionadas por 
fatores não contemplados e não investigação, tais como: a) recalques diferenciais, os 
quais causam o aparecimento de trincas; b) recalques uniformes, os quais são 
responsáveis pelo afundamento da edificação; c) ruptura de tubulações de água e/ou 
de esgoto e, d) problemas de afundamento de piso. Também é importante frisar que 
a informação extraída do perfil de sondagem possibilita ao projetista de fundações ou 
ao engenheiro uma escolha racional da fundação, ou seja, cabível ao contexto do 
projeto, a qual melhor se adapte ao subsolo, em função das informações geotécnicas 
encontradas. 
Em resposta a isso, temos a Sondagem de Solo à Trado (SPT), que é um 
tipo específico de ensaio que consiste basicamente na penetração de um amostrador 
padrão no solo através da queda livre de um peso de 65 kg a uma altura de 75 cm. 
A SPT é um recurso valioso que pode facilitar a escolha do tipo de fundação 
que venha ser utilizada, não importando o porte da obra, além de influenciar 
diretamente nos padrões de segurança, qualidade e economia. Cabe citar que a 
variação do solo de um ponto de estudo para outro torna necessária a execução de 
sondagens em todos os projetos de fundações. 
Para iniciar a sondagem monta-se sobre o terreno, na posição desejada, 
um cavalete de quatro pernas. Através de uma roldana e de um cabo, o peso é 
orientado sobre o amostrador e solto em queda livre ao solo, sobre o ponto a ser 
estudado. 
Posto isso, faz-se necessária a busca de um melhor entendimento e 
avaliação dos fatores intervenientes nesse tipo de ensaio, objetivando sempre a sua 
execução conforme a padronização vigente, sendo que neste estudo empregou-se a 
ABNT NBR 6484 (2020). Nesta pesquisa buscou-se avaliaros conhecimentos básicos 
e específicos sobre a SPT. 
Assim, um dos objetivos principais desta monografia foi o de estudar a 
aplicação da ABNT NBR 6484 sobre as sondagens de solos para simples 
reconhecimento, tendo como instrumento mais significativo no seu uso o SPT. 
A intenção em empregar a ABNT NBR 6484 se deu por dois motivos, a 
saber: a) auxílio na identificação do solo, através de sua sondagem, para escolha de 
uma fundação segura e econômica, evitando-se, com isso, um 
superdimensionamento destas em função de informações geotécnicas insuficientes 
e, b) analisar os riscos que uma empresa corre ao não executar a sondagem conforme 
seus ditames. 
 
 
2. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Por mais simples e modesta que seja a edificação que será elaborada, esta 
requer uma sondagem, pois possibilitará à profissional informação indispensável e 
necessária para a escolha de uma fundação segura e econômica, evitando um 
superdimensionamento destas em função de informações geotécnicas insuficientes. 
Justifica-se tais estudos por conta da necessidade premente na engenharia 
de que os projetos devem ser dimensionados e executados de forma a atender os 
requisitos de custo, qualidade e prazo. 
Um bom projeto de fundação é aquele que atende os parâmetros de 
segurança das normas, não permitindo a ruptura geotécnica, a ruptura estrutural e 
recalque acima do compatível com a estrutura, aliado a um baixo custo e a um prazo 
de execução ajustado à necessidade da obra. 
Neste sentido alguns fatores, tais como a topografia do terreno, os dados 
geológicos e geotécnicos, os dados da estrutura a ser construída, as informações 
sobre obras vizinhas e os equipamentos disponíveis na região, são fundamentais para 
dimensionamento e escolha da fundação, além de se evitar possíveis danos pessoais 
e/ou materiais à sociedade a qual essa obra estará inserida. 
Caso o profissional não tenha conhecimento a respeito do que está abaixo 
da superfície do solo, ele corre o risco de projetar a fundação ou a estrutura da sua 
casa com dimensões incorretas, acarretando custos desnecessários se for 
superdimensionada ou riscos de sérios problemas futuros se for subdimensionada. 
A sondagem a trado pode ser utilizada para pesquisar os materiais terrosos 
e na caracterização das fundações de barragens. No caso de fundações, geralmente 
essa sondagem é complementar a outros tipos de investigação mecânica já realizadas 
ou para aferir a geofísica. Também é usada em amostras achadas provenientes de 
pesquisas em jazidas, determinações de nível d´água, mudanças de camadas e 
avanço de perfuração em ensaios de penetração. Procedimentos executivos da 
sondagem a trado 
O presente trabalho tem como característica a pesquisa qualitativa de 
estudo de caso, sendo embasada por meio de revisões bibliográficas, através de 
livros, e normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT. 
Tal pesquisa se resume à coleta de informações a respeito da realização 
de sondagem, dos ensaios de caracterização do solo e por meio de resultados 
laboratoriais. Obtém-se, a partir desse conjunto de dados, os seguintes pontos: 
 
a) Obtenção dos dados necessários para o projeto: o dimensionamento da 
estrutura da fundação foi realizado por meio da análise da planta de carga da 
edificação que deve ser suportada pela fundação, parâmetro esse fornecido pelo 
projetista estrutural, bem como dos laudos dos ensaios realizados na obra; 
 
b) Determinação da capacidade de carga: a previsão da capacidade de 
carga das estacas pode ser realizada por. meio de diferentes métodos, sendo que os 
de uso mais comum no Brasil; 
 
c) Determinação do estaqueamento: a determinação da profundidade e 
quantidade de estacas que irá receber as cargas provenientes da estrutura e transmiti-
las ao solo foi feita por meio da divisão da carga do pilar pela carga admissível da 
estaca; 
 
d) Dimensionamento da armadura da estaca: o cálculo da quantidade, 
disposição e área das armaduras das estacas foi realizado por meio do cálculo das 
ações de compressão; 
 
e) Levantamento de custo: após dimensionamento da fundação, será 
elaborado uma planilha de levantamento de custos, no que tange a perfuração, 
concreto bombeado nas estacas e blocos e armadura da estaca para auxílio na 
determinação da fundação profunda a ser utilizada; 
 
f) Elaboração gráfica do projeto: após conclusão do dimensionamento dos 
elementos da fundação e escolha do tipo a ser utilizada para o estudo em questão, 
será elaborado o projeto executivo da fundação por meio de programa apropriado ao 
desenho técnico civil, contendo neste projeto, todas informações necessárias para 
execução. 
 
 
3. BREVE HISTÓRICO DO SPT 
 
Em 1902, a sondagem de simples reconhecimento iníciou-se nos Estados 
Unidos com uma proposta para um processo de amostragem utilizando-se de um 
aparelho com cravação dinâmica e dotado de um amostrador com diâmetro de 25,4 
mm e comprimento variando entre 300 e 450 mm. Tal amostrador era cravado no solo 
utilizando-se um martelo de 50 kg. Esse são dados fornecidos por TSUTSUMI (2000 
apud CARLOS SILVA, 2007, p.28). 
Somente em 1927 foi introduzido um amostrador com diâmetro externo de 
51 mm e interno de 35 mm, e com seu corpo bipartido facilitando a coleta da amostra 
de solo. Este amostrador conhecido como Raymond é utilizado até hoje para os 
ensaios de penetração das sondagens de simples reconhecimento. 
CARLOS SILVA (2007) comenta ainda que a sondagem do tipo (SPT) 
foi introduzida no Brasil em 1939 pela seção de Solos e Fundações do Instituto de 
Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). No início encontrou dificuldades para 
conseguir tubos com as dimensões do amostrador do tipo Raymond. Então, 
desenvolveu um amostrador próprio que deixou de ser usado na década de 70 devido 
à tendência internacional de normalização do equipamento. 
Até meados dos anos 70, muitos amostradores e procedimentos foram 
utilizados tentando chegar à opção que melhor se adaptasse a realidade da prática 
brasileira. Em 1970, a Geotécnica S.A e o (IPT) se uniformizam na utilização de um 
único amostrador o Raymond de 50,8 mm de diâmetro externo conforme figuras 1 e 
2 (NEVES, 2004). 
 
 
 
 
Figura 1: Ilustrações de equipamentos do aparelho de SPT. Fonte: 
Neves, (2004) 
 
 
 Figura 2: Amostrador padrão bi-partido em ensaio. Fonte: Folle 
(2002) 
 
O ensaio (SPT) foi normalizado no Brasil pela Associação Brasileira de 
Normas Técnicas em 1979 com a NB 1211 de 1979, intitulada “Execução de 
Sondagens de Simples reconhecimento dos Solos”, até ser em dezembro de 1980, 
denominada NBR 6484 (1980) e atualizada em 2001 com o título “Solo Sondagem de 
simples reconhecimento com (SPT) - Método de ensaio”, que é atualmente a norma 
vigente no país. Nos Estados Unidos a D1586 da American Society for Testing and 
Materials 
– ASTM é de 1958. Esta norma foi revisada em 1967, 1974, 1986 e 1992 a 
qual continua em utilização ate o presente momento. 
NBR 6484-01; PESQUISAS BRASILEIRAS 
Para Cavalcante; Danziger e Danziger, (2003), um estudo realizado com 
várias empresas brasileiras que executam o (SPT) pode-se apontar os principais 
desvios relativo aos procedimentos e equipamentos em relação a legislação vigente. 
Nota-se como descumprimentos mais frequentes, o controle adequado da altura de 
queda do martelo, ausência do coxim de madeira e cabeça de bater fora do padrão. 
O procedimento de se cravar continuamente o amostrador foi detectado em algumas 
empresas, o que pode aumentar a resistência à penetração em até 130% e constatou-
se também que em nenhum momento da pesquisa foi registrada a presença de um 
engenheiro supervisionando os serviços de sondagem. 
Baillot e Ribeiro Júnior (1999 apud FONTELES, 2003) fizeram uma 
comparação entre os equipamentos e processos executivos das sondagens com 
(SPT) segundo as normas da (ABNT) e da (ASTM), e observaram que, as falhas 
humanasinerentes ao processo de liberação manual tais como a imprecisão da altura 
de soltura, podem constituir fatores influentes nos valores de (Nspt), à luz dos valores 
analisados obtidos com o mecanismo automático de alçamento e liberação do 
martelo. 
Cavalcante (2002) realizou uma análise sobre vários aspectos 
associados a transferência de energia no (SPT), com ênfase na questão do 
comprimento da composição do conjunto haste-amostrador. Seus resultados 
mostraram que a eficiência da energia transmitida ao topo da composição de hastes, 
independente do seu comprimento e da resistência do solo, apresenta diferença entre 
a energia medida no topo das hastes e a que atinge o amostrador. Essa energia é 
efetivamente responsável pelo numero de golpes (Nspt) medido para um determinado 
solo, que por sua vez é diretamente usado como parâmetro chave no cálculo da 
capacidade de suporte e recalques das fundações, fatores importantes do projeto que 
podem garantir o sucesso inclusive financeiro de um empreendimento. 
 
4. UTILIZAÇÃO DA STP 
 
A STP é um método de investigação geológico-geotécnica que utiliza o 
trado para obter amostras do solo. Esse instrumento é constituído por lâminas 
cortantes que podem ser espiraladas, as quais também denominadas helicoidais ou 
espirais, ou convexas, conhecidas por sua vez, como conchas ou cavadeiras. 
Esse tipo de sondagem é uma prospecção de solo semidireta e ainda 
rudimentar, cujo objetivo é o de coletar amostras e determinar a profundidade do nível 
d’água de modo a identificar os horizontes do terreno. 
O trado é composto por três partes: a cruzeta, a haste e o trado 
propriamente dito. A cruzeta e as hastes são de ferro galvanizado e apresentam 
diâmetro mínimo de uma polegada, ou 2,54 cm. O trado é feito de um aço e aço de 
grande espessura em forma de espiral, que possui a extremidade inferior pontiaguda. 
Ao girar, o trado consegue perfurar madeira e terra, entre outras coisas. Com requisito 
de operação adequada, as hastes devem estar retilíneas, mesmo quando acopladas 
entre si por luvas, devendo ser acopladas ao trado e à ponteira. Como um último 
critério, as manivelas de acionamento de descida do trado ao solo precisam estar em 
bom estado. 
Após a limpeza de uma área circular de, aproximadamente, 2 m de 
diâmetro, tendo como centro o furo a ser executado pelo trado, deve ser realizada a 
abertura de um sulco ao redor para que as águas pluviais sejam desviadas. 
A sondagem deve iniciar com o trado concha. A profundidade a ser 
alcançada por ele dependerá do terreno, entretanto, é comum que ultrapasse os 
primeiros 15 m acima do lençol freático. 
Quando são encontradas concreções de seixos ou de laterita, deve-se 
utilizar a concha por uma ponteira de aço que poderá desagregar ou reduzir as 
concreções, possibilitando que a escavação continue com o trado concha. Quando 
são atingidos os horizontes de argila mais resistente ou abaixo do nível freático, a 
concha precisa ser substituída pelo trado helicoidal. 
 
 
 
 
 
5. CONTROLE DE PROFUNDIDADE E COLETA DE AMOSTRAS 
 
Segundo a NBR 9603 (atualizada em 2015), a profundidade dos furos deve ser 
controlada por meio da diferença entre o comprimento total das hastes com o trado e 
a sobra das hastes em relação à boca do furo. 
A cada metro perfurado devem ser coletadas amostras do solo para, 
posteriormente, serem dispostas em pilhas sobre uma lona, impedindo que sejam 
contaminadas ou modificadas ao entrarem em contato com o solo da superfície. Essas 
pilhas devem ser separadas sempre que houver mudança de material. 
Em seguida, as amostras devem ser acondicionadas de acordo com o objetivo 
da coleta. No caso de ensaios geotécnicos por exemplo, devem ser coletadas duas 
amostras. A primeira deverá ter 100 gramas e ser acondicionada em um frasco, 
parafinizado ou selado com fita colante — possibilitando a determinação da umidade 
natural. 
Já a segunda amostra deve apresentar cerca de 14 quilos e ser armazenada 
em saco de lona ou plástico transparente, para a realização dos demais ensaios 
geotécnicos, conforme as prescrições normativas informadas na NBR 9603. 
As amostras coletadas devem receber duas etiquetas: uma interna e outra 
externa. Ambas devem conter o nome da obra, do cliente, local, data de coleta, 
número do furo, intervalo de profundidade da amostra e responsável pela coleta. 
6. PRESENÇA DE NÍVEL D’ÁGUA 
Quando o nível freático é encontrado, ou quando há um artesiano não te 
surgem, deve-se interromper a sondagem e anotar a profundidade. 
Passa-se então a observar se ocorrerá elevação do nível d’água no furo, 
por meio de leituras realizadas de cinco em cinco minutos, durante os primeiros 30 
minutos. A NBR 9603 especifica que os resultados devem ser apresentados em perfis 
apropriados. 
7. ENCERRAMENTO DA SONDAGEM 
O encerramento da sondagem ocorrerá quando a profundidade relevante 
ao projeto for atingida, quando ocorrer desmoronamentos sucessivos nas paredes do 
furo, quando o avanço da escavação for inferior a 5 cm em um tempo de perfuração 
contínua de dez minutos ou quando se atingir material impenetrável a perfuração. 
Caso não haja finalidade para o furo realizado, esse deverá ser preenchido 
com solo, deixando cravada no local uma estaca identificando-o. 
8. EQUIPAMENTOS E FERRAMENTAS 
A sondagem a trado pode ser realizada por meio do trado cavadeira ou pelo 
helicoidal. Ambos apresentam diâmetro mínimo de 63,5 mm e também necessitam 
de: cruzetas; luvas de aço; hastes; chaves de grifo; medidor de nível d’água; trena; 
recipientes e etiquetas apropriados para as amostras; ponteira de aço bom ponta em 
bisel. 
VANTAGENS E LIMITAÇÕES 
As principais vantagens da sondagem a trado são o baixo custo e rapidez 
da prospecção, tornando-o vantajoso para investigações preliminares de condições 
geológicas superficiais. 
Entretanto, existem algumas limitações que a restringem, pois o trado não 
consegue atravessar camadas de pedregulhos, mesmo quando são de pequena 
espessura. Portanto, um matacão com diâmetro de 10 cm seria suficiente para 
paralisar a sondagem. 
Além disso, mesmo permitindo a escavação abaixo do nível d’água, 
quando o material é bem consolidado, não é possível continuar a sondagem. No caso 
de areias inconsolidadas, mesmo quando acima do nível d’água, pode-se dificultar ou 
impossibilitar o avanço — principalmente quando não é possível recuperar o material 
escavado. 
Diferentemente das sondagens SPT, esse tipo não permite a obtenção de 
índices de resistência do solo. Contudo, mesmo com as limitações apresentadas, o 
uso da sondagem a trado é intenso em pesquisas de áreas de empréstimo de solos. 
Para qualquer edificação, deverá ser feita uma investigação geotécnica 
preliminar constituída, no mínimo, por sondagens a percussão com SPT (A execução 
dos SPT vem da sigla Standard Penetration Test, que significa Teste de Penetração 
Padrão, e é popularmente conhecido como sondagem à percussão por circulação de 
água). Em conformidades com a NBR 6484-01, não descartando ainda a elaboração 
de outros métodos de sondagem para investigação complementar, através da 
realização de sondagens adicionais, instalação de indicadores de nível d’água, 
piezômetros, bem como de outros ensaios de campo e de ensaios de laboratório que 
podem se constituir em um auxiliar eficaz no traçado dos perfis geotécnicos do 
subsolo principalmente em obras de grande extensão (NBR 6122 ASSOCIAÇAO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2009) . 
A NBR 6484-01 A NBR 6484 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2001) prescreve o método correto de execução da sondagem de simples 
reconhecimento de solos com (SPT), que consiste na perfuração de um amostrador-
padrão, a cada metro de solo, resultando na determinação dos tipos de solo em suas 
respectivas profundidades, além do índice de resistência à penetração a cada metro, 
a posição do nível do lençol freático. Com a previsãodo solo e o projeto da edificação 
pode-se obter a opção mais adequada de fundação. 
Apesar da importância da NBR 6484 estudadas não tem conhecimento das 
suas recomendações e dos parâmetros que influenciam em seus resultados. Os 
valores obtidos com a sondagem de executada de forma inadequada levam a 
resultados que podem comprometer a estrutura da obra. Além do mais, compromete 
tecnicamente a escolha de um projeto de fundação que condiz com as características 
técnicas reais do solo, acarretando em escolhas inadequadas de fundações, 
superdimensionamento de estruturas, gerando desperdícios desnecessários, ou 
ainda, gerando patologias causadas por problemas dimensionais de fundação. 
Fundações são os elementos estruturais com função de transmitir as 
cargas da estrutura ao terreno onde ela se apóia. “As fundações são peças 
enterradas, como as sapatas, as estacas, etc., que intermedeiam entre a estrutura e 
o terreno”, é o meio de ligação entre a estrutura e o solo. Existe dois tipos de 
fundações: superficiais (rasas ou diretas) e profundas. 
A execução dos SPT é simples. Basta seguir os seguintes passos: 
Marcar o local do furo, Levantar o tripé e centrar sobre o local marcado 
usando o martelo como fio de prumo, abrir o furo usando um trado até que o solo 
mude ou chegue a 1 m de profundidade, Coletar amostras de solo sempre que o solo 
mudar na haste que ficou fora da boca do furo marcar três trechos de 15 cm, 
Na profundidade de 1 m, colocar o amostrador padrão no fundo do furo, 
Alinhar o martelo com a haste, levantar o martelo até 75 cm e soltar o martelo (golpe), 
Repetir os golpes até cravar o primeiro trecho de 15 cm, Anotar a quantidade de 
golpes fazer a mesma coisa para cravar os outros dois trechos de 15 cm, Anotar o 
número de golpes para cada trecho, Retirar o amostrador, Abrir o amostrador soltando 
o bico e a haste para coletar a amostra, Guardar a amostra em um saquinho plástico, 
Fazer a etiqueta da amostra, Continuar o furo com trado até que chegue a 2 m, Repetir 
a cravação do amostrador padrão e coleta de amostra, Quando o avanço com o trado 
ficar difícil ou encontrar o nível de água, revestir o furo e instalara bomba. 
O revestimento deve ficar sempre acima do fundo do furo; o revestimento 
deve ficar firme no solo, sem balançar ou girar, A boca do revestimento deve ficar 75 
cm acima do terreno, o aprofundamento ou avanço do furo após o revestimento deve 
ser feito por lavagem; para lavar o furo deve-se trocar o amostrador, ligar a mangueira 
da bomba no topo das hastes, introduzirem o conjunto no furo e ligar a bomba, O 
trabalho de sondagem segue nessa ordem até o final do furo. 
O final do furo se dá por uma dessas situações: Limite de profundidade 
contratada, mais de 50 golpes para penetrar o primeiro trecho de 15 cm em 5 m 
sucessivos, Mais de 40 golpes para penetrar os dois primeiros trechos de 15 cm em 
4 m sucessivos; ou mais de 30 golpes para penetrar os dois últimos trechos de 15 cm 
em 3 m sucessivos. 
 
9. A NBR 6484-01 
 
A NBR 6484 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 
2001) 
Prescreve o método correto de execução da sondagem de simples 
reconhecimento de solos com (SPT), que consiste na perfuração e cravação dinâmica 
de um amostrador-padrão, a cada metro de solo, resultando na determinação dos 
tipos de solo em suas respectivas profundidades, além do índice de resistência à 
penetração a cada metro, a posição do nível do lençol freático. Com a previsão do 
solo e o projeto da edificação pode-se obter a opção mais adequada de fundação. O 
ensaio inicia-se com a sondagem do terreno a partir da superfície de instalação do 
equipamento até 1 m de profundidade com o trado concha ou cavadeira manual onde 
se recolhe uma amostra dessa parte inicial. A partir de 2 m de perfuração, inicia-se o 
procedimento com o amostrador padrão fixado no conjunto de hastes do aparelho. 
Um martelo de 65 kg é erguido a uma altura de 75 cm com auxilio de uma corda de 
sisal caindo em queda livre sobre o amostrador padrão. Este procedimento é repetido 
ate que o amostrador penetre 45 cm no solo, a cada 15 cm conta-se o numero de 
golpes do martelo para atingir tal profundidade e o valor de (Nspt) é a soma do numero 
de golpes necessários para penetrar o amostrador nos últimos 30 cm no solo. 
A sondagem (SPT) se divide nas seguintes operações: 
 1- Abertura do furo; 
2- Ensaio de penetração; 3- Amostragem 
4- Avaliação do nível d’água; 
5- Identificação e classificação das amostras e 6- Relatório. 
O número mínimo de sondagens deve ser de duas perfurações para áreas 
de até 200 m2 de projeção em planta, três para área entre 200 m2 e 400 m2e para os 
casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, como nos estudos 
de viabilidade de construção ou de escolha do local, o número de sondagens deve 
ser fixado de forma que a distância máxima entre elas seja de 100 m, com um mínimo 
de três sondagens. Já a profundidade a ser explorada pelas sondagens depende do 
tipo de edifício, das características da sua estrutura, e das condições geotécnicas e 
topográficas do local garantindo que não venha prejudicar a estabilidade e o 
comportamento estrutural e funcional do edifício NBR 8036 (ASSOCIAÇAO 
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1983). 
Ainda segundo a NBR 6484 (ABNT, 2001), o processo de perfuração por 
circulação de água associado aos ensaios de penetração, deve ser utilizado até onde 
se obtiver as seguintes condições: 
1. Quando em 3 m sucessivos se obtiver 30 golpes para penetração dos 
15 cm iniciais do amostrador padrão; 
2. Quando em 4 m sucessivos se obtiver 50 golpes para penetração dos 
30 cm iniciais do amostrador padrão; e 
3. Quando em 5 m sucessivos se obtiver 50 golpes para a penetração dos 
45cm do amostrador-padrão. 
Segundo a NBR 6484 (ABNT, 2001), a cravação do amostrador padrão é 
interrompida antes dos 45 cm de penetração sempre que ocorrer uma das seguintes 
situações: 
1. Em qualquer dos três seguimentos de 15 cm, o numero de golpes 
ultrapassarem 30; 
2. Se em um total de 50 golpes tiver sido aplicado durante toda a gravação; 
e 
3. Se não se observar avanço do amostrador-padrão durante a aplicação 
de cinco golpes sucessivos do martelo. 
Esta norma traz uma relação dos estados de compacidade e de 
consistência dos solos conforme a tabela abaixo e resalta que as expressões 
empregadas para a classificação da compacidade das areias referem-se à 
deformabilidade e resistência destes solos, sob o ponto de vista de fundações. Não 
se deve confundir com as 
mesmas denominações empregadas para a designação da compacidade 
relativa das areias ou para a situação perante o índice de vazios críticos, definidos na 
mecânica dos Solos. 
 
Tabela 1 - Compacidade e de consistência dos solos segundo a NBR 6484-
01. 
 
Argila e Silte 
Argiloso 
Resistência à 
Penetração N 
Areia e Silte Arenoso Resistência à 
PenetraçãoN 
Muito Mole ≤ 2 Fofa ≤ 4 
Mole 3 a 5 Pouco Compactada 5 a 8 
Média 6 a 10 Mediamente 
compactada 
9 a 18 
Rija 11 a 19 Compactada 19 a 40 
Dura > 19 Muito Compactada > 40 
Fonte: NBR 6484-01 
A tabela 2 mostra uma Correlação entre o ensaio (SPT) e a resistência ao 
cisalhamento de areias e argilas. 
 
Tabela 2 - Correlação ensaio SPT e resistência ao cisalhamento 
(kgf/cm2). 
 
A
rgila 
N
°de Golpes 
R
esistência 
Areia N° de 
Golpes 
R
esistência 
Muito Mole ≤ 2 0.3 Fofa ≤ 4 <1 
Mole 3 a 4 3 a 0.6 Pouco 5 a 10 1 a 2 
Compactada 
Média a Mediamente 
Rija 5 a8 0.6 a 1.2 compactada 11 a 30 2 a 4 
ija 9 a 15 1.2 a 2.4 Compacta 31 a 50 4 a 6 
uito Rija 
 16 a 30 2.4 a 4.8 Muito Compactada > 50 >6 
Dura >30 >4.8 - - - 
Fonte: NBR 6484-01 
 
Os métodos para obtenção da eficiência nos golpes do ensaio (SPT) tem um 
custo elevado, o que tornam economicamente inviável para as empresas de sondagem. 
Neves (2004) testou um método que possibilita um custo mais baixo eque se mostrou 
confiável para os tipos de solos ensaiados por ele, aplicando uma carga estática fixa 
utilizando um macaco hidráulico e uma bomba de óleo manual sobre o conjunto haste-
amostrador em substituição ao peso de 65 kg utilizado manualmente, adicionando 
acelerômetros, medidores de deformação e o receptor de dados SPT Analyzer que registra 
os dados com auxílio de um software conforme figura 3. 
 
 
 
Figura 3 -Sistema de Neves (2004) sendo executado. 
Fonte: Neves, (2004) 
Romão (2006) utilizou, para definir a modelagem de terreno da região de 
Goiânia, um banco de dados a partir de um levantamento de relatórios de várias empresas 
de sondagens da região, contendo dados de 1400 furos com informações do (Nspt), a 
cada metro, e informações sobre os níveis de água encontrados, que compilados a um 
software forneceram características mais densas do solo em estudo como espessura do 
material não consolidado, textura, profundidade do nível de água, caracterização do solo 
local como argiloso vermelho, raramente arenoso e com presença de maciços rochosos 
do tipo xisto micáceo. 
Oliveira e Romão (2006) elaboraram um banco de dados de sondagens 
geotécnicas para estudos de entendimento do solo natural e também de problemas 
urbanos como as erosões na cidade de Goiânia-GO, com o armazenamento de 
atributos macroscópicos como cor, textura e consistência, tornando uma ferramenta 
importante para o estudo e estruturação do solo e dos processos relacionados a ele. 
Borges (2007) destaca que o mapeamento geotécnico baseado em um banco 
de dados de sondagens (SPT), manipulado através de um sistema de informações 
geográficas (SIG) para auxiliar no planejamento do uso e da ocupação dos solos urbanos 
da cidade de Rio Branco no Acre, auxiliou como informação adicional no planejamento e 
complementação da investigação para escolha do tipo de fundação das obras de 
Engenharia. 
Segundo Nixon, (1982 apud CAVALCANTE, 2002) as empresas executoras do 
(SPT) vêm incorporando modificações na sistemática do ensaio, e deixando desejar 
quanto à manutenção necessária do conjunto que constitui o equipamento original 
surgindo assim, aparelhagens com configurações diferentes da que se preconiza como 
padrão ou de referência. 
Existe também o ensaio denominado (SPT-T), que consiste na execução do 
ensaio (SPT), normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 6484-
01, mas logo que terminada a cravação do amostrador, é instalado um torquímetro na 
polia de giração podendo ser analógico ou digital. Durante a rotação de recolhimento do 
amostrador o operador verifica a leitura do torque máximo necessário para romper a 
adesão entre o solo e o amostrador obtendo o atrito lateral amostrador-solo, além de obter 
também o torque residual na medida em que o operador continuar girando o amostrador 
até que a leitura se mantenha constante, quando então, faz-se uma segunda medida 
(PASQUALIN FILHO, 2008). 
Bessa (2005) utilizou um método diferente para o ensaio de (SPT-T). Depois de 
cravado o amostrador metro a metro, o torquímetro é fixado na haste do amostrador e a 
rotação é aplicada obtendo a medida de torque máximo necessário entre a ruptura da 
adesão entre o solo e o amostrador. Permite-se também nesse ensaio obter a medida de 
torque residual que são dados importantes para uma informação mais precisa do atrito 
lateral. 
Vieira (2006) fez uma correlação entre o número de golpes (Nspt) e o número 
de golpes para cravação da estaca de 50cm (Nestaca), e partindo dessa formulação, se 
torna possível avaliar o perfil de resistência do subsolo e a capacidade de carga estática 
de cada estaca, e ainda a previsão do numero de golpes necessários para cravar uma 
estaca até a profundidade desejada, já que no ensaio (SPT) conjuga-se uma medida de 
resistência dinâmica a uma sondagem de simples reconhecimento onde amostras do 
subsolo são coletadas a cada metro de profundidade. O autor ressalta ainda que é 
importante executar a sondagem (SPT) próxima de todas as estacas de fundação e não 
apenas em 10% delas, como sugere a norma brasileira NBR 6122 (1996) para que se 
tenha um controle da qualidade dos estaqueamentos com maior eficiência. 
Souza (2009) utilizou a correlação entre (SPT) e (CPT) Cone Penetration Test 
apenas em solos arenosos identificando-os em diferentes estados de compactação, 
obtendo em sua análise global um valor aproximado para (K) que é o coeficiente que 
correlaciona o valor de (Nspt) obtido pelas sondagens com o valor da resistência de ponta 
do ensaio (CPT) (NBR 12.069/1991), em: 10MPa, de 11 MPa para areias fofas, 8 MPa 
para pouco compactadas, 6 MPa para mediamente compactadas e 5 MPa para areias 
compactadas. 
De acordo com Mello (1971 apud SOUZA, 2009), o (Nspt) está intimamente 
ligado à resistência ao cisalhamento, considerando solos arenosos e à classificação da 
densidade das areias a partir do (Nspt). Nas figuras 4 e 5 verificam-se as várias partes do 
equipamento de sondagem de simples reconhecimento, para um melhor entendimento do 
ensaio. 
 
Figura 4-Sondagem de simples reconhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 - Equipamento completo com moto-bomba Fonte: Folle (2002) 
As amostras provindas da sondagem de simples reconhecimento devem 
ser examinadas procurando-se identificá-las no mínimo por: granulometria, 
plasticidade, compacidade, consistência cor e origem, sempre seguindo 
recomendações da NBR 7250, (1982) (MACIEL FILHO, 1997 p.110). 
Segundo Schnaid (2000) os valores médios de penetração podem servir de 
indicação qualitativa a previsão de problemas. Por exemplo, solos com (Nspt) 
superiores a 30 indicam em sua maioria solos resistentes e estáveis. Solos que 
apresentem (Nspt) inferiores a 5 são compressíveis e pouco resistentes tendo a 
necessidade de estudos geotécnicos mais elaborados para a solução de casos 
correntes. 
Dois fatores relevantes na questão da eficiência do (SPT) são o tipo de 
martelo e o sistema de levantamento e soltura. De acordo com Belincanta (1998) são 
empregados no Brasil três sistemas básicos: 
• martelo cilíndrico com coxim de madeira, operado manualmente e 
levantado através de corda de sisal auxiliado por roldana fixa, onde a perfuração é 
feita com trado helicoidal até a cota do nível de água, e a partir desta cota adota-se o 
uso do trepano de lavagem com percolação de água. Esse é o método mais comum 
até porque esta em conformidade com a NBR 6484 (2001); 
• existe um mecanismo de pouca utilização com sistema que se 
assemelha ao da NBR 6484 (2001), porém o acionamento do martelo é realizado com 
cabo de aço ao invés de corda de sisal; 
• metodologia utilizada em regiões onde existe camada espessa de solo 
superficial poroso, não saturado e de baixa resistência em que a cravação do 
amostrador é executada com avanço sucessivo, sem a necessidade de perfuração 
prévia. Este procedimento não segue as recomendações da NBR 6484 (2001). 
Apesar do ensaio (SPT) ter uma normalização específica no Brasil, é 
comum na prática, a incorporação de mudanças na realização do ensaio de diferentes 
técnicas de perfuração e de equipamentos diferentes dos normalizados. Esta 
desuniformidade torna os resultados obtidos diferentes das condições naturais do 
terreno. Em função disso faz-se necessário a constante busca do entendimento e 
avaliação dos fatores intervenientes neste tipo de ensaio, objetivando sempre a sua 
padronização (CÉSAR, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. CONCLUSÃO 
 
A necessidade de conhecimento das características geotecnológicas do 
subsolo é cada vez mais crescente face às obras de engenharia civil exigirem 
informações cada vez mais confiáveis para o planejamento de seus 
empreendimentos. 
Na prática, notam-se muitos descuidos com a execução das investigações 
geotécnicas como a ausência de manutenção do equipamento, e a despadronização 
na execução doensaio. Esta pesquisa demonstrou que algumas empresas sabiam da 
existência do ensaio e parte de suas finalidades, mas um número grande de empresas 
não conhecem detalhes importantes acondicionados ao (SPT) já que: 
As empresa que disponibiliza o conhecimento das recomendações da NBR 
6484-01 tem a preocupação com correta execução e obtenção da eficiência nos 
ensaios (SPT) pareceu estar fechada apenas à comunidade científica. Existem uma 
infinidade de pesquisas pertinentes ao tema, muitas a níveis de mestrados e 
doutorados na busca de um melhor entendimento e otimização do sistema. 
A não execução da prospecção do subsolo antes de iniciar uma obra torna-
a sujeita a patologias futuras que poderiam ter sido evitadas. Além disso, evita um 
superdimensionamento das fundações que só aumentam os custos da obra. Essas 
empresas deviam estar atentas ao risco inerente ao executar uma obra sem uma 
investigação preliminar, por isso torna-se oportuno sugerir que este estudo possa ser 
continuado, pra que pesquisas futuras analisem com afinco qual a real dificuldade 
dessas empresas em executar a sondagem preliminar antes de iniciarem suas obras. 
Dentro da engenharia não há como desenvolver projetos de fundações e 
de geotecnia em geral sem investigações de campo. A sondagem é uma ferramenta 
de trabalho que deve ser utilizada por fornecer uma grande quantidade de dados, por 
apresentar uma facilidade relativa de operação e principalmente por propiciar ao 
engenheiro condições para melhores soluções em seus projetos. Para que seja 
possível comparar resultados é necessário comparar a eficiência dos mesmos. 
Quanto mais eficiente for um ensaio melhor será a sua qualidade para o projeto. Os 
resultados serão apresentados em desenhos contendo o perfil de cada sondagem 
realizada, onde serão descritas todas as informações do solo investigado, como 
posição e cota do furo, início e término da investigação, posição de coleta das 
amostras, descrição e identificação das camadas do solo e posição do nível d’água 
quando encontrado. Faz parte também dos resultados uma planta com a locação de 
todos os furos de sondagem realizados, esta planta deve conter amarrações e cotas 
de referência para identificação da posição dos furos realizados. A sondagem deve 
gerar dois documentos importantes, o primeiro deles é o boletim de campo, que servirá 
de referência para elaboração do segundo documento, o relatório de sondagem. O 
relatório de sondagem é o documento que será entregue ao cliente, onde estarão 
contidas todas as informações pertinentes da execução dos serviços. 
Boletim de sondagem deve trazer resultados do solo investigado: 
coordenadas e cota da boca do furo, descrição e identificação das camadas do solo, 
interpretação geológica, interpretação geológica. Segundo a classificação táctil-visual, 
indicando: tipo de material (argila, silte, areia, pedregulho), consistência (compacto, 
fofo, poroso...), presença de algum material de interesse (mica, feldspato, caulim, 
matéria orgânica etc). Tipo de material (argila, silte, areia, pedregulho), número de 
golpes, profundidade do nível d'água, data de início e término. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6484: Solo — 
Sondagem de simples reconhecimento com SPT — Método de ensaio. Rio de 
Janeiro: ABNT, 2020. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 9603: 
Sondagem a trado – Procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. 
 
TORRES GEOTECNIA. Disponível em:http://www.torresgeotecnia.com.br/portfolio-
view/sondagem-a-trado. Acesso em: 26 MAR.2020. 
 
JSSONDAGENS disponível em: Https://www.jssondagens.com.br.com acesso 
em: /26/março/2020 
 
CASAN Disponível em: 
https://www.casan.com.br/ckfinder/userfiles/files/documentos/ download/, atualizado 
em: 01 /abril/2020, acessado:5 de ago. 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.torresgeotecnia.com.br/portfolio-view/sondagem-a-trado
http://www.torresgeotecnia.com.br/portfolio-view/sondagem-a-trado
https://www.jssondagens.com.br.com/
https://www.casan.com.br/ckfinder/userfiles/files/documentos/
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