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Seminario Os Sertões Comentado

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O Modernismo
Professora: Elidiane Pires Barbosa
Alunos: 
Elpídio Nunes
Paulo Victor
Itamar
Turma: LET 061
“Os Sertões” 
Euclides da Cunha
“Os Sertões” é uma das obras mais emblemáticas do escritor pré-modernista Euclides da Cunha (1866-1909), publicada em 1902.
A obra regionalista narra os acontecimentos da sangrenta Guerra de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro (1830-1897), que ocorreu no Interior da Bahia, durante 1896 e 1897.
		Trata-se de um relato histórico mesclado à literatura, posto que Euclides foi convidado pelo Jornal Estado de São Paulo para cobrir a guerra no Arraial de Canudos e nesse momento, surgiu sua obra.
		Por esse motivo, "Os Sertões" representa um marco da literatura e na história do Brasil, sendo, portanto, analisada por outras áreas do conhecimento, tal qual: Antropologia, Sociologia, Geografia e História.
		A obra possui um caráter crítico e realista nunca antes abordado por um literato do Brasil, donde Euclides por meio de uma linguagem cientificista recrimina o nacionalismo e ufanismo exacerbado da sociedade brasileira da época, mostrando a face cotidiana e realista do país e das pessoas que o compõem.
		De tal modo, trata-se de uma prosa científica e artística, acabando com essa visão idealista do índio herói e do negro trabalhador, abordado com entusiasmo pelos escritores do romantismo.
			Estrutura da Obra
		“Os Sertões” é uma obra extensa com cerca de 630 páginas, dividido em 3 partes, as quais são constituídas por diversos capítulos, a saber:
	
A Terra
		Descrição do ambiente (local, clima, relevo, fauna, flora, vegetação, etc.) do sertão e da seca que assola a região. Trata-se de um estudo geográfico, dividido em 5 capítulos:
I. Preliminares. A entrada do sertão. Terra ignota. Em caminho para Monte Santo. Primeiras impressões. Um sonho de geólogo.
II. Golpe de vista do alto de Monte Santo. Do alto da Favela.
III. O clima. Higrômetros singulares.
IV. As secas. Hipóteses a gênese das secas. As caatingas. O juazeiro. A Tormenta. Ressurreição da Flora. O umbuzeiro. A jurema. O sertão é um paraíso. Manhãs sertanejas.
V. Uma categoria geográfica que Hegel não citou. Como se faz um deserto. Como se extingue o deserto. O martírio secular da terra.
O planalto central do Brasil desce, nos litorais do Sul, em escarpas inteiriças, altas e abruptas. Assoberba os mares; e desata-se em chapadões nivelados pelos visos das cordilheiras marítimas, distendidas do Rio Grande a Minas. Mas ao derivar para as terras setentrionais diminui gradualmente de altitude, ao mesmo tempo que descamba para a costa oriental em andares, ou repetidos socalcos, que o despem da primitiva grandeza afastando-o consideravelmente para o interior.
De sorte que quem o contorna, seguindo para o norte, observa notáveis mudanças de relevos: a princípio o traço contínuo e dominante das montanhas, precintando-o, com destaque saliente, sobre a linha projetante das praias, depois, no segmento de orla marítima entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, um aparelho litoral revolto, feito da envergadura desarticulada das serras, riçado de cumeadas e corroído de angras, e escancelando-se em baías, e repartindo-se em ilhas, e desagregando-se em recifes desnudos, à maneira de escombros do conflito secular que ali se trava entre os mares e a terra; em seguida, transposto o 15º paralelo, a atenuação de todos os acidentes — serranias que se arredondam e suavizam as linhas dos taludes, fracionadas em morros de encostas indistintas no horizonte que se amplia; até que em plena faixa costeira da Bahia, o olhar, livre dos anteparos de serras que até lá o repulsam e abreviam, se dilata em cheio para o ocidente, mergulhando no âmago da terra amplíssima lentamente emergindo num ondear longínquo de chapadas...
		O Homem
		Descrição do homem, da vida e dos costumes do sertão, ou seja, do sertanejo. Trata-se de um estudo antropológico e sociológico, donde o homem é determinado pela tríade - meio, raça e história - segundo a teoria determinista do historiador francês Hippolyte Taine (1828-1893). Essa parte da obra é dividida em 5 capítulos:
I. Complexidade do problema etnológico no Brasil. Variabilidade do meio físico. (...) e sua reflexão na História. Ação do meio na fase inicial da formação das raças. A formação brasileira no Norte. Os primeiros povoadores. A gênese do mulato.
II. Gênese dos jagunços. Função histórica do rio S. Francisco. Os jagunços: colaterais prováveis dos paulistas. O vaqueiro. Fundações jesuíticas na Bahia. Causas favoráveis à formação mestiça dos sertões, distinguindo-a dos cruzamentos no litoral. Um parêntesis irritante. Uma raça forte.
III. O sertanejo. Tipos díspares: o jagunço e o gaúcho. O vaqueiro. O gaúcho. O jagunço. Os vaqueiros. Servidão inconsciente. A vaquejada. A arribada. Estouro da Boiada. Tradições. Danças. Desafios. A seca. Insulamento no deserto. Religião mestiça. Fatores históricos da religião mestiça. Caráter variável da religiosidade sertaneja. a “Pedra Bonita”. Monte Santo. As missões atuais. Os “Serenos”.
IV. Antônio Conselheiro, documento vivo de atavismo. Um gnóstico bronco. Grande homem pelo avesso. Representante natural do meio em que nasceu. Antecedentes de família: os Maciéis. Lutas entre Maciéis e Araújos. Uma vida bem auspiciada. Primeiros reveses. A queda. Como se faz um monstro. Peregrinações e martírios. Lendas. O asceta. As prédicas. Preceitos de montanista. Profecias. Um heresiarca do século 2 em plena idade moderna. Tentativas de reação legal. Mais lendas. Hégira para o sertão.
V. Canudos: antecedentes. Crescimento vertiginoso. Aspecto original. Regimen da “urbs”. População multiforme. Polícia de bandidos. Depredações. O templo. Estrada para o céu. As rezas. Agrupamentos bizarros. O “beija” das imagens. Por que não pregar contra a República? Uma missão abortada. Retrato do Conselheiro. Maldição sobre a Jerusalém de taipa.
Adstrita às influências que mutuam, em graus variáveis, três elementos étnicos, a gênese das raças mestiças do Brasil é um problema que por muito tempo ainda desafiará o esforço dos melhores espíritos.
Está apenas delineado.
Entretanto no domínio das investigações antropológicas brasileiras se encontram nomes altamente encarecedores do nosso movimento intelectual. Os estudos sobre a pré-história indígena patenteiam modelos de obervação sutil e conceito crítico brilhante, mercê dos quais parece definitivamente firmado, contravindo ao pensar dos caprichosos construtores da ponte alêutica, o autoctonismo das raças americanas.
Neste belo esforço, rematado pela profunda elaboração paleontológica de Wilhelm Lund, destacam-se o nome de Morton, a intuição genial de Frederico Hartt, a inteiriça organização científica de Meyer, a rara lucidez de Trajano de Moura, e muitos outros cujos trabalhos reforçam os de Nott e Gordon no definir, de uma maneira geral mas completa, a América como um centro de criação desligado do grande viveiro da Ásia Central. Erige-se autônomo entre as raças o homo americanus.
A face primordial da questão ficou assim aclarada. Que resultem do "homem da Lagoa Santa" cruzado com o pré-colombiano dos sambaquis; ou se derivem, altamente modificados por ulteriores cruzamentos e pelo meio, de alguma raça invasora do Norte, de que se supõe oriundos os tupis tão numerosos na época do descobrimento — os nossos silvícolas, com seus frisantes caracteres antropológicos, podem ser considerados tipos evanescentes de velhas raças autóctones da nossa terra.
A Luta
 		Descrição da Guerra de Canudos que dizimou grande parte da população nordestina. Trata-se de um estudo historiográfico, dividido em 34 capítulos, narra as quatro expedições realizadas pelo exército e ainda sobre o período do pós-guerra:
 		A primeira expedição é dividida em 4 capítulos:
I. Preliminares. Antecedentes.
II. Causas próximas da luta. Uauá. Primeiro combate.
III. Preparativos da reação. A guerra das caatingas.
IV. Autonomia duvidosa. Travessia do cambaio.
 		A segunda expediçãoé dividida em 6 capítulos:
I. Monte Santo. Triunfos antecipados.
II. Incompreensão da campanha. Em marcha para Canudos.
III. O Cambaio. Baluartes sine calcii linimenti. Primeiro recontro. João Grande. Episódio trágico.
IV. Nos Tabuleirinhos. Segundo combate. A Legio Fulminata de João Abade. Novo milagre de Conselheiro.
V. Retirada.
VI. Procissão dos jiraus. Expedição Moreira César.
 	 	A terceira expedição é dividida em 6 capítulos:
I. Moreira César e o meio que o celebrizou. Floriano Peixoto. Moreira César. Primeira expedição regular. Crítica. Cresce a População de Canudos. Como aguardam os jagunços a nova expedição. Trincheiras. Armas. Pólvora. Balas. Lutadores. João Abade. Procissões. Rezas.
II. Partida de Monte Santo. Primeiros erros. Nova estrada. Em marcha para Angico. Psicologia do soldado brasileiro.
III. Pitombas. O primeiro encontro. “Esta gente está desarmada...”. O pânico e a bravura. “Em acelerado! ”. Dois cartões de visita ao Conselheiro. Um olhar sobre Canudos. Chegada da Força. Rebate.
IV. A ordem de batalha. O terreno. Crítica. Cidadela-mundéu. Conflitos Parciais. Saques antes do triunfo. No labirinto das vielas. Situação inquietadora. Moreira César fora de combate. Recuo. Ao bater da Ave-Maria.
V. Sobre o Alto do Mário. O coronel Tamarindo. Alvitre de retirada. Protesto de Moreira César. Retirada. Vaia.
VI. Debandada. Fuga. Salomão da Rocha. Um arsenal ao ar livre. Uma diversão cruel.
 	A quarta expedição é dividida em 8 capítulos:
I. Desastres. Canudos — uma diátese. Empastelamento de jornais monárquicos. A rua do Ouvidor e as caatingas. Considerações. Versões disparatadas. Mentiras heróicas. O cabo Roque. Levantamento em massa. Planos. Um tropear de bárbaros.
II. Mobilização de tropas. Concentração em Queimadas. Organiza-se a 4.ª expedição. Críticas. Delongas. Não há um plano de campanha. Crítica. A comissão de engenharia. Siqueira de Meneses. Estrada de Calumbi. A marcha para Canudos. O 5.° Corpo de Polícia Baiana. Alteração da formatura. Incidentes. Um guia temeroso: Pajeú. No Rosário. Passagem nas Pitombas. Recordações cruéis. O alto da Favela. Fuzilaria. Crítica. Trincheiras dos Jagunços. Continua a fuzilaria. Acampamento na Favela. Canudos. Chuva de balas. Confusão e Desordem. Baixas. Uma divisão aprisionada.
III. Coluna Savaget. Carlos Teles. Cocorobó. Retrospecção geológica. Diante das trincheiras. Carga de baionetas excepcional. A travessia. Macambira. Nova carga de baionetas.Fuzilaria. Bombardeio. Trabubu. Emissário inesperado. Destrói-se um plano de campanha.
IV. Vitória singular. O medo. Baixas. Começo de uma batalha crônica. Canhoneio. Réplica dos jagunços. Regímen de privações. Aventuras do cerco. Caçadas perigosas. Desânimos. Assalto ao acampamento. A “matadeira”. Atitude do comando-em-chefe. Outro olhar sobre Canudos. Desânimo. Deserções heroicas. Um choque galvânico na expedição combalida.
V. O assalto: preparativos. Plano do assalto. O recontro. Linha de combate. Crítica. Confusão. Tocaias dos jagunços. Nova vitória desastrosa. Baixas. Nos flancos de Canudos. Posição crítica. Notas de um diário. Triunfos pelo telégrafo.
VI. Pelas estradas. Os feridos. Depredações. Incêndios. Primeiras notícias certas. Baixas. Versões e lendas. “Viva o Bom Jesus !”. Um lance épico.
VII. Outros reforços. A brigada Girard. Heroísmo estranho. Em viagem para Canudos.
VIII. Novos reforços. O marechal Bitencourt. Quadro lancinante. Colaboradores prosaicos demais. Em Canudos. O sino da igreja. Fuzilaria.
 	A “nova fase da luta” é dividida em 3 capítulos:
I. Queimadas. Páginas demoníacas. Uma ficção geográfica. Fora da pátria. Em Canudos. Prisioneiros. Diante de uma criança. Outra criança. Na estrada de Monte Santo. Palimpsestos ultrajantes. Em Monte Santo. Em Canudos. Uma “vaia entusiástica”. Trincheira Sete de Setembro. Estrada de Calumbi.
II. Marcha da divisão auxiliar. Medo glorioso. Caxomongó. Rebate falso. Em busca de uma meia ração de glória. Aspecto do acampamento. Canudos. O charlatanismo da coragem.
III. Embaixada ao céu. Complemento do assédio. Cenário de tragédia.
 	Os “últimos dias” é dividido em 7 capítulos:
I. O estrebuchar dos vencidos. Os prisioneiros. A degola.
II. Depoimento do autor. Um grito de protesto.
III. Titãs contra moribundos. Constringe-se o assédio. Cavando o próprio túmulo. Trincheira de cadáveres. Em torno das cacimbas. Sobre os muradais da igreja nova.
IV. Passeio dentro de Canudos.
V. O assalto. O canhoneio. Réplica dos jagunços. Baixas. Tupi Caldas. A dinamite. Continua a réplica. Baixas. No hospital de sangue. Notas de um Diário. Antônio, o Beatinho. Morte de Conselheiro. Prisioneiros.
VI. O fim. Canudos não se rendeu. O cadáver do Conselheiro.
VII. Duas linhas.
O novo insucesso das armas legais, imprevisto para toda a gente, coincidia com uma fase crítica da nossa história.
A pique ainda das lamentáveis conseqüências de sanguinolenta guerra civil, que rematara ininterrupta série de sedições e revoltas, emergentes desde os primeiros dias do novo regímen, a sociedade brasileira, em 1897, tinha alto grau de receptividade para a intrusão de todos os elementos revolucionários e dispersivos. E quando mais tarde alguém se abalançar a definir, à luz de expressivos documentos, a sua psicologia interessante naquela quadra, demonstrará a inadaptabilidade do povo à legislação superior do sistema político recém-inaugurado, como se este, pelo avantajar-se em demasia ao curso de uma evolução vagarosa, tivesse, como efeito predominante, alastrar sobre o país, que se amolentara no marasmo monárquico, intenso espírito de desordem, precipitando a República por um declive onde os desastres repontavam, ritmicamente, delatando a marcha cíclica de uma moléstia.
O governo civil, iniciado em 1894, não tivera a base essencial de uma opinião pública organizada. Encontrara o país dividido em vitoriosos e vencidos. E quedara na impotência de corrigir uma situação que, não sendo francamente revolucionária e não sendo também normal, repelia por igual os recursos extremos da forca e o influxo sereno das leis. Estava defronte de uma sociedade que, progredindo em saltos, da máxima frouxidão ao rigorismo máximo, das conspirações incessantes aos estados de sítio repetidos, parecia espelhar incisivo contraste entre a sua organização intelectual imperfeita e a organização política incompreendida.
Imagem Fotográfica da Guerra dos Canudos
Imagem Fotográfica da Guerra dos Canudos
Imagem Fotográfica da Guerra dos Canudos
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Referências Bibliográficas
	Cunha, Euclides da (1866-1909) Os Sertões. São Paulo: Ubu Editora.
Fim

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