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TRATAMENTO DE DEJETOS O manejo e o tratamento do dejeto deve ser visto como parte do processo produtivo, tudo que for feito dentro das instalações influenciará positiva ou negativamente a eficiência do sistema de manejo e tratamento de dejetos. Uma série de cuidados devem ser tomados às instalações para evitar a diluição do dejeto: • Desviar água da chuva; • diminuir o desperdício de bebedouros; • otimizar a limpeza das instalações com uso de raspagem; • para lavagem com água utilizar lava-jatos; • reuso da parte líquida dos dejetos. O excesso de água para esse tratamento deve ser visto como um fato a ser evitado pois um dejeto muito diluído causa: • Superdimensionamento das instalações de tratamento, com o respectivo aumento dos custos; • Baixa eficiência de alguns sistemas; • Consumo excessivo de produtos químicos, energia elétrica e transporte para a disposição final. Utilizando rações de alta eficiência que permitam um maior aproveitamento pelo animal, evitará o desperdício de nutrientes não absorvidos no trato digestivo e que podem sobrecarregar o tratamento. O cuidado com a entrada de antibióticos, detergentes e outros produtos químicos devem ser atentos. Existem várias alternativas para o tratamento de dejetos suínos, o primeiro passo recomendado diz respeito a separação sólido- líquida que irá diminuir a sobrecarga do sistema de tratamento complementar. COMPOSTAGEM Sistema de reciclagem dos nutrientes presentes no substrato, com decomposição acelerada da matéria orgânica em comparação com o que ocorreria no meio ambiente favorecendo a disponibilização dos nutrientes, tornando-os mais assimiláveis pelas plantas. A decomposição melhora as condições de atividade dos microorganismos com poder na destruição de patógenos. O processo pode ser dividido em duas fases: Fase termofílica ou primeira fase: a temperatura deve estar entre 45 e 65°C, pois somente nessa faixa a atividade microbiológica de degradação e higienização será maximizada. Segunda fase ou período de maturação: temperatura já próxima do ambiente. Ocorre a umidificação e produção do composto, os sólidos são convertidos para um estado estável que pode ser manejado, estocado e aplicado como adubo orgânico. O intervalo desejado quanto à umidade está entre 40 e 60%. Quanto à aeração, esta tem papel fundamental no processo, devido a necessidade de oxigênio pelos microorganismos para efetuar seu metabolismo e pode ser realizada através de revolvimentos. Vantagens: • Redução de odores desagradáveis; • Redução de volume, peso e teor de umidade dos resíduos facilitando o transporte e armazenamento; • Redução do número de patógenos e de insetos e aves atraídos pela decomposição de resíduos; Possíveis dificuldades: • Custo inicial e necessidade de espaço para dispor os dejetos e treinamento dos funcionários. COMPOSTAGEM E CAMA DE FRANGO Dentre as funções da cama de frango, pode-se destacar a absorção dos dejetos produzidos durante o ciclo de produção, a fim de facilitar sua remoção, auxílio na regulação de temperatura corporal e proteção contra atritos mecânicos. Apesar de ser composta pelos dejetos das aves, ricos em nutrientes não absorvidos, nunca se deve esquecer que a prioridade da criação está em converter a dieta em rendimento das aves. O composto de cama de casca de amendoim apresentou maior redução de volume e maior concentração de macro e micronutrientes com o processo da compostagem, seguido pelos compostos de camas de casca de arroz e de serragem de pinus. A compostagem de aves mortas deve ser dividido em duas fases: Primeira Fase: o composto cama e aves é depositado em uma composteira com adição de água sob condições ambientais controladas, para que ocorra a decomposição das carcaças. O período do primeiro estágio varia de acordo com o lote. Segunda Fase: o material é removido da composteira e passa para a fase de compostagem propriamente dito, onde ocorre decomposição do material até a formação do composto final. Pode ser feita em locais abertos com a formação de leiras ou em locais fechados semelhantes às composteiras iniciais. Quando o envolvimento é feito em locais abertos o material fica exposto à umidade. Essa fase contribui com a diminuição de bactérias patógenas que podem ter sobrevivido à primeira fase. Compostagem de dejetos de galinhas poedeiras: os dejetos de galinhas poedeiras encontram-se dentre os mais ricos em nutrientes e diferente do frango de corte, esses resíduos não estão misturados a outros materiais como a cama. A concentração de nutrientes são maiores quando compararas a eles. LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO: forma mais simples para tratamento de esgotos. Principais sistemas: • Lagoas Facultativas; • Lagoas anaeróbias – lagoas facultativas; • Lagoas aeradas facultativas • Lagoas aeradas de mistura completa – lagoas de decantação • Lagoa de maturação LAGOAS FACULTATIVAS: variante mais simples do sistema de lagoas e baseia-se na retenção dos esgotos por um período de tempo longo o suficiente para desenvolvimento dos processos naturais de estabilização. Aspectos gerais: influência das algas pela incidência de radiação solar – para fotossíntese, respiração 24h. Oxigênio produzido e consumido 1:15. Influência das condições ambientais: temperatura dá velocidade à fotossíntese e solubilidade e transferência de gases (condições de mistura) e o vento (condições de mistura) dá a reaeração atmosférica. Importância da mistura é minimizar a ocorrência de zonas estagnadas e homogenização da distribuição. A área da lagoa deve ser suficiente para suprir a demanda para a estabilização da matéria orgânica. PROFUNDIDADE: LAGOAS ANAERÓBIAS: recebimento de elevadas cargas orgânicas e remoção de poluentes por forças físicas – sedimentação e ação de microrganismos anaeróbios. Concentração de microrganismos no fundo – liberação gasosa que mistura a fase líquida. Necessidade de etapa posterior de tratamento. Camada flotante: diminui o contato entre a massa líquida e o O2 atmosférico e reduz perdas de calor líquido e promove a proliferação de insetos e apresenta aspecto visual indesejável. Influência de fatores ambientais com ação dos ventos, temperatura, insolação e precipitação pluviométrica. Configurações como garantir a mistura adequada, relação de comprimento\largura =3 que otimiza a distribuição e redução de acúmulo de lodo e de ação dos ventos. Profundidade de 3,5 a 5m. MÉTODO DE 3 LAGOAS: 1. Lagoa anaeróbica: 4m de profundidade e permanece por 40 dias. 2. Lagoa aeróbia facultativa: 2m de profundidade e permanece por 60 dias. 3. Lagoa aeróbia: 1m de profundidade e permanece por 60 dias. CONTROLE DE ROEDORES Roedores transmitem doenças como Leptospirose, peste e hantaviroses. A metropolização criou as condições ideais à ligação dos roedores com o homem, originando um processo de sinantropia (relação homem-animal). A sociedade como está organizada fornece abundantemente o que eles necessitam para sobreviver como alimento, água e abrigo. Classificação dos roedores: Pertencem à ordem Rodentia e possuem dentes incisivos que crescem continuamente. Apresentam variedade de adaptação ecológica, suportando os climas mais frios e os mais tórridos. Roedores Sinantrópicos Comensais: dependem unicamente do ambiente ao homem. Roedores Sinantrópicos não Comensais ou Silvestres: não inteiramente dependentes. Classificação quanto ao tipo de vida: • Arborícolas: pés curtos com unhas curvas e caudas longas. • Aquícolas: cauda longa e escamosa com membranas interdigitais. • Galerícolas: galerias sob vegetação herbácea: cauda longa, pelagem densa, orelhas curtas, dentes desenvolvidos e garras para cavar. • Terrícolas: velozes e saltadores.ROEDORES SINANTRÓPICOS COMENSAIS: RATAZANA: rato-do-esgoto; mais comum na faixa litorânea e vive em colônias de tamanho relativo. Hábito fossorial e abriga-se abaixo do nível do solo com o auxílio de unhas e dentes que usam para cavar tocas no chão, formando galerias que causam danos às estruturas. Encontram-se em galerias de esgotos, águas pluviais, caixas subterrâneas de telefone e eletricidade. Costumam apresentar neofobia em locais pouco movimentados: desconfiança de novos objetos e alimentos colocados no território. Controle lento e difícil. É nadador também. RATO-DE-TELHADO: rato de silo ou navio. Predominante na maior parte do país, sendo mais comum em propriedades rurais e pequenas cidades do interior. Possuem hábitos arborícolas e se alojam em superfícies altas das construções em forros, telhados e sótãos, onde constroem seus ninhos, descendo em busca de recursos. Vivem em colônias parentais. Dispersão facilitada pelos forros falsos e galerias de passagem de fios e cabos. Possui neofobia marcada e é escalador. CAMUNDONGO: rato-de-gaveta. Maior nível de dispersão, sendo encontrado em todo o planeta. Uma vez alojados podem permanecer por um longo período sem serem notados, sendo detectados quando a infestação já estiver estabelecida. Costumam fazer ninhos no fundo de gavetas e armários pouco utilizados. São onívoros e curiosos, sem neofobia, com hábito exploratório sobre o ambiente vivido (neófilos). ROEDORES SINANTRÓPICOS NÃO COMENSAIS OU SILVESTRES: formam colônias no ambiente silvestre longe do contato com o homem, mas em função da modificações ambientais, acabam expandindo suas colônias por entre e ao redor das plantações e instalações no peridomicílio, como tulhas e silos, aumentando o contato com o homem. Transmitem doenças como a peste, tularemia, leishmaniose, chagas, esquistossomose, etc. Ao entrarem em contato com roedores comensais, transmitem esses agentes causando muitas vezes surtos. Rato-do-chão: vive sob galerias de camadas de folhas em decomposição em matas e terras cultivadas. Possuem hábitos noturnos. Rato-do-capim: colônias com pequeno número de indivíduos com multiplicação rápida. Porquinho da índia: unhas cortantes e hábitos diurnos, sendo encontrados em capinzais, córregos e rios. MEDIDAS PARA CONTROLE DE ROEDORES: Inspeção – Identificação da espécie e habilidades – Anti-ratização de acordo com a espécie – Desratização e Avaliação e Monitoramento. Deve-se primeiro verificar o nível de infestação de acordo com a presença ou não de trilhas, fezes, roeduras, tocas e a quantidade de ratos vistos. Medidas de Anti-ratização corretivas: -Visam a retirada de condições que facilitem a infestação como o manejo adequado do lixo com locais de deposição e transporte adequados e protegidos. Reparo de danos estruturais como canalização de córregos. Medidas de anti-ratização preventivas: -Construções à prova de roedores com penetração bloqueada: vigamento de telhado, pilotis (estruturas de sustentação e fiações elétricas), colunas e vigas (discos de lata em forma de chapéu chinês), e ralos metálicos chumbados. Destatização: utilização de processos capazes de produzir a eliminação física dos roedores. Processos mecânicos: -Armadilhas auto-colantes: sucesso contra camundongos e alguns não comensais de igual porte, porém com lenta agonia. -Armadilhas ratoeiras quebra-costas: Melhores resultados com utilização de várias de uma só vez. Eliminação de resquícios de capturas passadas como odor, pelos. -Gaiolas: sem danos físicos com iscas e resultados baixos. -Ultrassom: incomodam-se com sons agudíssimos: abandono de local porém podem se acostumar e nem toda área é alcançada. -Aparelhos eletromagnéticos: distúrbios no SNC, porém afetam humanos também. Processos de controle biológico: bactérias e predadores naturais como gatos. Processos de controle químico: -Raticidas agudos: Morte de até 24h, atuam no SNC, risco para animais e humanos, sem cheiro ou cor e ausência de antídoto específico. Utilizam Estrecnina e arsênia além de 1080. Proibidos no brasil. -Raticidas crônicos: morte com +de24h, anticoagulantes e derivados de cumarina. Antídoto como vitamina k1 injetável. Raticidas anticoagulantes de dose múltipla: Hidroxicumarinicos de 1 geração. Efeito acumulativo, precisam ser ingeridos por dias consecutivos (2-5), roedores não percebem o que está causando a morte e continuam comendo. Eficazes mesmo em doses baixas, intervalo entre as refeições não mais que 2 dias. Renovar a isca por 2 semanas ou até que cesse a ingestão. Iscas: atrair o roedor, apetecível (induzí-lo a comer continuamente), consistência de tamanhos maiores e adição de atrativos especiais e de eméticos com teor de proteína maior ou igual a 5%. Blocos sólidos resistentes à umidade: áreas úmidas ou com muita chuva que prejudicam a palatabilidade. Iscas envoltas por uma capa de parafina que prolongam suas vidas úteis. Utilizados em esgotos. Raticidas anticoagulantes de dose única: Hidroxicumarínicos de 2 geração. Efeito letal e morte em 3-5 dias até 8-12. Altamente tóxicos. Pó de contato: pó finíssimo que deve ser colocado na trilha dos animais da água e fonte de comida. Cuidado por há risco de contaminação com alimentos. Mecanismo de ação e de uso profissional. Efeito Bumerangue: Aumento do número de roedores de uma certa área onde alguns meses foi praticada uma operação de desratização falha. CONTROLE DE VETORES Algumas doenças: Dengue, Malária, Chagas, Leishmaniose, Esquistossomose, Oncocercose, Elefantíase, Peste bubônica, Febre Amarela, Zikavírus. O QUE CAUSAM: Disseminação e manutenção de doenças, perda de crias e morte de animais, depreciação do couro, queda da produção de leite, redução do ganho de peso e gasto com medicamentos. Vetor: todos ser vivo invertebrado capaz de transmitir de forma ativa ou passiva um agente infectante. Portador usualmente artrópode. Vetor Biológico: Hospedeiro onde o agente patogênico desenvolve parte de seu ciclo de vida, possibilitando a transmissão para um novo hospedeiro. Erradicando-se o vetor, elimina-se a doença que ele transmite. Doença de chagas: triatoma (barbeiro), vetor do Tripanossoma Cruzi. Vetor Mecânico: apenas carreador mecânico de agentes infecciosos. Os microrganismos não se reproduzem nem se desenvolvem no vetor. Sua erradicação retira apenas um dos componentes de transmissão da doença. Quando um mamífero atua como carreador de um microrganismo importante na ocorrência de uma infecção ele é chamado de reservatório. Moscas: Estresse nos animais, perdas produtivas, grande capacidade de dispersão e transmissão mecânica de patógenos. Haematobia irritans – mosca do chifre Stomoxys calcitrans – mosca do estábulo Musca domestica Dermatobia Lominis – Bernes Cachliomya Lominivorax – bicheira Tabanídeos – mutucas Anemia infecciosa equina Mosquitos: hematófagos ou não, vetores mecânicos e biológicos. Ciclo evolutivo rápido com 3 fases aquáticas. Aedes sp. Dengue, febre amarela Culex sp. Malária Anopheles. Elefantíase Simulídeos (borrachudos) oncocercose Mosquito pólvora – leishmaniose A irritação causada pelas secreções salivares pode se agravar em alguns indivíduos. Podem ocorrer infecções secundárias. Pulgas: Ctenocephalides canis e Ctenocephalides felis Verminoses Pulex irritans Xenopsylla cheopis pulga de rato que transmite peste e tifo murinho Tunga penetrans – bicho de pé Suínos: infestação comum em pescoço e orelhas. Retardo no crescimento de leitões, perda de peso. Vetor de doenças graves como peste suína, varíola. Equinos: crina e base da cauda. Infestações severas podem afetar todo o corpo. Aves: mais de 40 espécies de pulgas. Severa irritação e perda de peso. Altas infestaçõespodem levar a morte. *Os ovos e pupas são impermeáveis à inseticidas cuja ação se restringe às larvas e aos adultos da pulga. Piolhos: Haematopinus suis, Menacanthus stromineus Baratas: adaptalidade e resistência. Ativas à noite quando deixam seus abrigos para procurar alimentos. Regurgitam e depositam fezes enquanto se alimentam. Vetores mecânicos de diversos microrganismos. Ooteca=”ovo de barata” impermeável Baratinha-de-cozinha: Blatella germânica; difícil controle com intolerância à inseticidas. Barata-de-esgoto: Periplaneta americana Vetores: controle baseado no impedimento ao acesso: água, alimento, abrigo. Controle mecânico: ações de saneamento básico e educação ambiental. Controle de resíduos de alimentos e rações, coleta e destino adequado do lixo, limpeza e remoção de entulhos e vegetações. Compostagem adequada e destruição de criadouros: drenagem ou fechamento de recipientes com água, eliminação de vazamentos em sistema de esgoto, vedação das fendas que possam ser utilizadas como abrigo. Implantação de barreiras físicas: telas em aberturas, ralos ou entradas de fios elétricos, armadilhas colantes ou de captura. Iluminação: atraídos por comprimentos de ondas mais curtos. Controle Biológico: predadores, parasitas, microrganismos e manipulação genética (machos inférteis) Inimigos naturais específicos: Controle biológico de mosquitos pelo peixe barrigudinho. Besouro rola bosta X mosca dos chifres. Vantagens: baixo custo, solução a longo prazo, não prejudicial a organismos não alvo, sem toxicidade ou resíduos. Desvantagens: nem sempre aplicáveis, níveis de controle podem não ser suficientes, custo de pesquisa altos. Controle Químico: utilização de compostos químicos que aplicados direta ou indiretamente sobre os insetos, provocam a sua morte. Vantagens: aplicáveis para maioria das pragas com efeitos curativos e fácil aplicação e controle rápido. Desvantagens: prejudiciais para os inimigos naturais e outros organismos não alvos, frequentemente tóxicos aos usuários, resíduos em alimentos, alto custo e desenvolvimento de resistência. Controle Integrado: associação de 2 ou + métodos e menores efeitos adversos ao ecossistema, menores custos e controle mais eficiente. Benefícios econômicos: redução nos custo com agrotóxicos e agregação de valor ao produto ofertado. Benefícios ambientais: Redução nas chances de contaminação ambiental , de intoxicações no trabalhador rural, no uso de agrotóxicos, uso de técnicas de controle ambientalmente racionais. Etapas: vistoria (acesso, abrigo , proliferação), identificação das espécies, diagnóstico (nível de inifestação, causas), controle (tipo, conograma), medidas preventivas e corretivas e monitoramento.
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