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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FALÊNCIAS DA COMARCA DE SÃO PAULO BANCO CORAZÓN S/A, pessoa jurídica de Direito privado, situada na rua (endereço eletrônico), São Paulo/SP, inscrita no CNPJ Sob o Nº (número), contrato social devidamente inscrito e registrado na JUCEG, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), com endereço profissional na Rua (endereço), (número), (bairro), (Cidade/Estado), (CEP), onde recebe intimações, nos termos do art. 94, I da Lei 11.105/ 05, interpor: AÇÃO DE FALÊNCIA Em face de, SOCIEDADE LINDAS.COM pessoa jurídica de Direito privado, situada na rua (endereço eletrônico), São Paulo/SP, inscrita no CNPJ Sob o nº (número) cujo contrato social está devidamente inscrito e registrado na JUCEG, pelos motivos de fato e de direito que se seguem: I – DOS FATOS Em 01/02/2010 foi constituída a sociedade Lindas.com como Comércio de Bolsas, Sapatos e acessórios LTDA EPP, pelas sócias Maria Bonita e Maria Flor, com capital social de R$ 100.000,00 cada qual detém 50% das quotas da sociedade e ambas a administram. Acontece que, em detrimento de mudanças mercadológicas atreladas a falta de Know-How das sociedades, a sociedade não tem honrado seus devidos compromissos, isto vemos, pois em 2018 iniciaram vendas pela internet na expectativa de aumentar as vendas e para isso contou com um grande investimento no valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão) mesmo não havendo condições para tal investimento. A sociedade se vendo em estado de necessidade para que as suas expectativas em vendas online não fossem frustradas buscou o atendimento do Autor (Banco Corazón - Credor da ré) para que fosse realizado um empréstimo neste determinado valor, o que, com muita seriedade lhe concedeu em razão de tal negócio jurídico o valor representado por um a nota promissória com vencimento para o dia 21/12/2018. Ocorre que, de qualquer forma, esta expectativa da devedora foi frustrada, não obtendo os resultados esperados em suas vendas pela internet, pois não houve retorno financeiro o que gerou inadimplência do referido título de crédito, ora já protestado. Em 2019 foi ajuizada pelo Autor (Banco Corazón – Credor) uma ação de execução em face da sociedade por outro descumprimento de pagamento de uma Cédula Bancária no valor de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais), no entanto, não obteve sucesso o que apenas lhe resultou em uma penhora de um carro da sociedade. Já no início de 2020, o Banco Corazón tomou conhecimento através de notificação extrajudicial que a parte Ré – Sociedade Lindas.Com pretende alienar parte de seu estabelecimento à Bonitas.com. Diante de tais fatos o Autor tem se preocupado com a insolvência da devedora e se preocupa em não receber os seus créditos que lhe são devidos, razão pela qual, pede-se a declaração de falência, com base no mencionado art. 94, I da Lei 11.101/05. II – DO DIREITO No aludido art. 94, I da Lei de Falência está previsto a possibilidade de o Credor pedir falência do devedor quando não executada a dívida, acerca dos títulos líquidos, certos e exigíveis firmados pela mesma: “Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou t ít ulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários - mínimos na data do pedido de falência;” Nesse sentido, corrobora com o exposto o entendimento de MARLON TOMAZETTE que preleciona acerca do despacho inicial e citação o seguinte: “Estando a petição formalmente adequada e regularmente instruída, o juiz deverá determinará a citação do requerido e, caso se trate de pedido de falência, baseado na impontualidade ou na execução frustrada, o juiz deverá fixar imediatamente os honorários, considerando a possibilidade do depósito elisivo ( Lei 11.101/05 – Art. 98, Parágrafo Único)” – TOMAZETTE, Marlon: Falências e Recuperação de Empresas, Curso de Direito Empresarial v.3, ed 3, p. 331). Portanto, é devida a decretação de falência por estar devidamente enquadrada no art. 94 da Lei de Falências, para isto, foram anexados documentos que instruem o devido pedido. Destaca -se que a lei não exige prova inequívoca da insolvência empresarial , sendo suficiente o conjunto probatório que junta em anexo para demonstrar o necessário afastamento do administrador da gestão da empresa. Neste sentido, leciona a doutrina: “O Direito não espera comprovação inequívoca de insolvência. Pelo contrário, salvo o pedido de autofalência, quando a insolvência é confessada pelo devedor, aceita-se que a demonstração do estado falimentar se faça por presunção relativa (iuris tantum), a partir de elementos externos que seriam indicador es da situação falimentar : (1) A impontualidade no adimplemento de obrigações, ( 2) a verificação de execução frustrada, (3) a prática de determinados atos, considerados falimentares”. (MAMEDE, Gladson. Direito empresarial Brasileito. Falência e Recuperação de empresas. 9ª Edição Editora Atlas, 2017, Versão Kindle, p. 5746. III – DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto, requer: 1) Seja DEFERIDO o processamento do presente pedido de falência com a nomeação do Administrador Judicial e tomada de todas ulteriores providências previstas no art. 52 da Lei de Falências. 2) Seja determinada a citação da Ré, na pessoa de seu representante legal, contestar a presente ação em 10 (dez) dias e/ou depositar o valor devido, elidindo assim o decreto de sua quebra, sob pena de, imediatamente, ser decretada FALÊNCIA para todos os efeitos legais. 3) Seja proibida a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do falido – bem como, a insolvência do estabelecimento – submetendo-os preliminarmente a autorização judicial e do Comitê. 4) Seja a ré condenada ao pagamento do principal, acrescido de juros de mora e correção monetária, custas judiciais e extrajudiciais, além dos honorários sucumbenciais. Dá-se a causa no valor de R$ 1.040.000,00 Nestes termos, pede deferimento . IRINEU OAB Nº 4002.8922/SP São Paulo/SP
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