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Fichamento - Tendências e impasses o feminismo como crítica da cultura - Copia

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Fichamento de Texto
Titulo: Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. HOLLANDA, Heloísa Buarque de (Org.). Rio de Janeiro: Rocco, 1994, pp 7-19 Introdução.
Objetivo: Tomar conhecimento sobre as tendências e os impasses do feminismo, através da obra tomada como referência. 
Resenha:
 A autora do livro Tendências e Impasses – O feminismo como crítica da cultura, traz na primeira parte da Introdução, que por mais que o feminismo tenha sido identificado como ideologia política desde o século XIX, é nestas duas últimas décadas que esse pensamento feminista surge como algo novo no meio acadêmico e com forte potencial crítico e político. O que se tem visto é um interesse progressivo em relação as teorias feministas e uma persistência na presença da voz feminina como um dos traços identificados no avanço da cultura pós-moderna. 
 A partir da década de 70, a crítica da cultura feminista obtém importância num contexto específico, o debate dentro dos meios políticos e social em torno da questão da alteridade, que é o se colocar no lugar do outro. Dentro do plano acadêmico alguns filósofos franceses pós-estruturalistas como Foucault, Deleuze, Barthes, Derrida e Kristeva intensificaram essas discursões sobre a crise e o descentramento da noção de sujeito com as ideias de marginalidade, alteridade e diferença. O que distingue as teorias feministas do pensamento pós-estruturalista é o comprometimento feminista com a crítica da hegemonia do idêntico com os processos históricos de construção e representação da categoria mulher. É intrigante notar que apesar do reconhecimento evidente da importância política das teorias feministas, o pensamento acadêmico pós-estruturalistas investe na ideia da existência de um sujeito indefinido que por muitas vezes é nomeado feminino. Entre esses dois discursos se colocam importantes distinções, enquanto as políticas e as teorias pós-modernas se colocam com a finalidade do fim da história, tanto do social quanto político, as teorias feministas continuam insistindo de modo contrário com a articulação de suas questões com suas determinações históricas e políticas. Se um fala de uma crise da representação e da morte social, o outro fala da necessidade de uma luta de ressignificação, apontando seus discursos para diferentes campos de contestação. 
 Apesar da exaltação e do avanço dos debates teórico feminista, o momento presente trás uma notória apreensão ao futuro e aos desgastes proporcionados por estes estudos. Atualmente foram notados dois polos conceituais que são divisores do campo da produção da teoria feminista: o feminismo Anglo-americano e o feminismo francês. A corrente Anglo-saxônica está a vinte anos buscando denunciar manipuladores das representações femininas dentro da tradição literária e particularizar a escritas das mulheres, esta tendência compõe-se em dois compromissos; o primeiro é a denúncia da ideologia patriarcal que transpassa a crítica tradicional e determina o modo de agir da série literária. O segundo compromisso é com o desenvolvimento de uma arqueologia literária que busca resgatar trabalhos de mulheres que de diferentes formas foram silenciadas dento da literatura. Já o feminismo francês vai ser mais vinculado com a psicanalise, com o sentido da identificação de uma possível subjetivação feminina. Durante os anos 60 as feministas americanas declaram guerra ao falocentrismo e freudiano enquanto as francesas buscavam a psicanalise entendida como teoria capaz de promover a exploração do inconsciente onde mostrava analisar e identificar a opressão da mulher. Na realidade essas duas tendências, tanto a americana quanto a francesa que são parcialmente contraditórias, vem se tornando cada vez menos evidente e é possível observar que a principal força reside em resolver essas tensões e contradições produzidas por duas formas de pensar. 
 Do ponto de vista político este empenho pode ser defendido como uma necessidade tática na luta contra as instituições de poder patriarcal. Pois reforçar a noção de mulher como outro, traz consigo apenas o risco de legitimar e garantir a identidade hegemônica do outro. É indiscutível que os discursos marginalizados das mulheres assim como de grupos excluídos ou silenciados que definem espaços possíveis de expressão sejam explorados. Entres as décadas de 60 e 70, questões de identidade e diferença foram importantes, pois conseguiu abrir espaços e canais de expressão, a introdução da categoria gênero representou o aprofundamento e a expansão das teorias feministas. Outra vertente de estudos feministas, ligadas às especificações da pesquisa na produção cultural latino-americano, aponta um campo de investigação, é o estudo da produção dos discursos sobre o nacionalismo e da construção de ideia de identidade nacional, um dos nossos eixos centrais do debate cultural em nossos países a partir da segunda metade do século XIX. Na américa latina os estudos sobre os processos de construção da subjetividade feminina pode ser visto como uma abertura para a revitalização das teorias críticas feministas contemporâneas. A condição das mulheres nestas sociedades vem impondo a problematização dos modelos teóricos feministas e europeus e norte-americanos. A vantagem do maior conceito de sujeito do feminismo é a de atuar num espaço ambíguo e exterior ao quadro das representações tradicionais. 
 Uma proposta teórica e política altamente estimulada por sua perspectiva anti-naturalistas é a de Donna Haraway no seu manifesto cyborg, como objeto de identificação para o feminismo deste fim de século é um grande achado. Segundo Haraway o cyborg é uma criatura do mundo pós-gênero, “um ser que não sonha com a comunidade a partir do modelo da família orgânica, que não se reconheceria o paraíso, assim como não voltará ao pó, porque não é feito de barro”. Haraway evita o senso comum que pensa estes avanços num sentido meramente determinista e propõe que se avalie o desenvolvimento cientifico e tecnológico como um sistema histórico que engendra relações sociais específicos. O futuros destes estudos tem o compromisso de garantir a eficácia de sua intervenção nos pontos nodais das diversas áreas do saber, nas inflexões das políticas, cientificas e culturais e nos múltiplos níveis da significação.

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