Queixa Caso concreto

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL VARA CRIMINAL DA CEILÂNDIA-DF 
Maria Celeste, brasileira, solteira, portador do RG nº... e CPF nº .... comerciante, residente e domiciliado na QNM 24, conjunto C, casa 40, Ceilândia Norte/DF, vem, por seu advogado infra-assinado (procuração anexa – poderes especiais), à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 41 e 44 do Código de Processo Penal combinado com o artigo 100, parágrafo 2º, do Código Penal, oferecer QUEIXA-CRIME em face de Deolice Pereira, brasileira, casada, funcionaria publica, residente na QNM 1, conjunto A, casa 25, Ceilândia Sul/DF, com fundamento no artigo 30 combinado com o artigo 14 ambos do Código de Processo Penal, pelos motivos a seguir expostos:
DOS FATOS
Na tarde do dia 26 (vinte e seis) de setembro do corrente ano por volta das 13:00 horas, a Sra. DEOLICE PEREIRA ora querelada compareceu ao restaurante de propriedade da querelada Sra. MARIA CELESTE “Bom de Boca” localizado na CNM 2, conjunto C, Loja 5, Ceilândia Centro/DF, onde fez uso do "self service”. Durante a refeição, após já ter servido o primeiro prato Deolice dirigiu-se ao garçom do citado estabelecimento comercial, Francisco da Cruz, alegando que não iria efetuar o pagamento das despesas do almoço, pois não gostou da comida. Diante do acontecido o garçom disse para Deolice, que aproximadamente 200 pessoas já haviam se servido da comida daquele dia, e nenhuma havia apresentado qualquer tipo de reclamação. Diante da insistência da querelada em não saldar o debito contraído o Sr. Francisco chamou a dona do restaurante “Bom de Boca” ora querelante que imediatamente foi ao encontro da cliente. Após ouvir atentamente as reclamações da querelada a querelante ponderou que a mesma poderia se servir de novo prato, sem qualquer ônus pela substituição. No entanto de modo extremamente grosseiro, Deolice interrompeu o diálogo, e dirigiu-se a pessoa de Maria Celeste e afirmou: "eu não quero conversa com você, sua puta, piranha, biscate". A querelada teve que ser retirada do estabelecimento com ajuda de outros clientes que estavam no local e presenciaram todo o acontecimento, assim como também tentaram acalmar a a proprietária do restaurante que muito abalada, teve uma crise nervosa. Não satisfeita antes de ser retirada do estabelecimento comercial por outros fregueses que ali se encontravam como antes citado, a Sra. Deolice em alto tom de voz e na frente de várias pessoas, se dirigiu à recepcionista do estabelecimento, Karina Xavier, afirmando que: "Maria meteu um par de chifres no marido porque “deu” várias vezes para o Roberval, empresário de quem comprou o restaurante" 
DO DIREITO
Pelo exposto, demonstra-se claro o enquadramento da ação da Querelada no crime de difamação (artigo 139 do Código Penal), com causa de aumento de pena de um terço, por ter sido realizada adiante de várias pessoas, (artigo 141, III do Código Penal). 
Supracitados dispositivos preceituam: 
Art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: 
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) anos, e multa.” 
“Art. 141. As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:(…)
 III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.”
DO PEDIDO
Ante o exposto, tendo a Querelada infringido os artigos 139, caput e 141, III do Código Penal, requer que seja recebida a presente queixa-crime, sendo a Querelada citada para defender-se da presente ação penal, e, ao final, seja condenada às penas previstas no precitado dispositivo legal. Por fim, requer a fixação de valor mínimo de indenização pelos prejuízos causados à vítima, nos termos do artigo 387, inciso IV do Código de Processo Penal.
Dá se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), para efeitos meramente fiscais e de distribuição.
Termos em que
pede deferimento.
Ceilândia-DF, 26 de Setembro de 2020
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Advogado
OAB nº
ROL DE TESTEMUNHAS:
1. FRANCISCO DA CRUZ, GARÇOM, (endereço).
2. KARINA XAVIER, RECEPCIONISTA, (endereço).