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INTRODUÇÃO AO METABOLISMO ENERGÉTICO Prof. Renato (Sala dos professores: 20) PLANO DE AULA; · Visão Geral do Metabolismo energético; · Conceitos gerais sobre metabolismo; · Transdução de energia bioenergética; · ATP como moeda energética; · Compostos de alta e baixa energia; · Sistemas de transferência de elétrons; · Regulação do metabolismo: principais fatores. Energia A vida e as leis da termodinâmica Primeira Lei da Termodinâmica: Observação Universal de que a energia é conservada nos processos químicos de qualquer natureza; Está tudo presente no sistema: “Nada se cria, nada se perde; Tudo se transforma” Segunda Lei da Termodinâmica: Indica que os processos biológicos espontâneos induzem a desordem. · Entalpia: Conteúdo de calor das moléculas; · Entropia: Grau de desordem - Via central de oxidação da glicose, supre outras vias metabólicas (papel chave) Metabolismo: soma de todas as reações químicas da célula (anabolismo + catabolismo) Catabolismo: vias de produção de energia; fase de degradação de moléculas orgânicas (carboidratos, gorduras e proteínas) em produtos finais menores. Envolve liberação de energia (conservada como ATP; NADH, NADPH, FADH2)* *Coenzimas transportadoras de elétrons Sistemas multienzimáticos :realização de 4 funções 1. Obtenção de energia química; 2. Desempenho de trabalho mecânico na contração muscular; 3. Polimerização de precursores mononuméricos (polissacarídeos, gordura, proteínas) 4. Síntese e degradação de biomoléculas (anabolismo e catabolismo) RESUMINDO: Anabolismo: vias que usam energia para biossíntese de moléculas maiores e mais complexas. Necessitam de energia ( como ATP; NADH, NADPH, FADH2). Usa a energia produzida nos processos catabólicos. Oxi-redução de fad´s e nad´s transportam elétrons, logo, transportam energia; Agente Redutor: molécula doadora de elétrons Agente Oxidante: molécula receptora de elétrons PROPÓSITO DO METABOLISMO: FORNECIMENTO E UTILIZAÇÃO DE ENERGIA - As células e os organismos vivos devem realizar trabalho para permanecer vivos, crescer e se reproduzir; - Propriedade fundamental de um ser vivo: capacidade de controlar a energia e direcioná-la para o trabalho biológico; Transdução de energia nas reações químicas: bioenergética x termodinâmica Conversão de uma forma de energia em outra. Ex: transferência, produção. Bioenergética: ΔG = ΔH –T . ΔS · ΔG = Variação de energia livre · ΔH = Tipo e número de ligações químicas, formação e a quebra de interações não covalentes · ΔS = Variação de entropia do sistema (desordem do sistema) · T = Temperatura absoluta em Kelvin ΔS/ΔG > 0 = Não espontâneo – Endergônicas – Consome energia ΔS/ΔG < 0 = Espontâneo – Exergônicas – Libera energia ΔS/ΔG = 0 = Reação em equilíbrio ΔH > 0 = reação endotérmica ΔH < 0 = reação exotérmica Propósito do metabolismo: fornecimento e utilização de energoa As células e os organismo vivos devem realizar trabalho para permanecer vivos, crescer e se reproduzir Propriedade fundamental de um ser vivo: capacidade de controlar a energia e direcioná-la para o trabalho biológico. Transdução de energia nas reações químicas: conversão de uma forma de energia em outra Acoplamento de reações químicas Uma reação termodinamicamente desfavorável pode ser dirigida por uma reação favorável: constante de equilíbrio da reação pode ser uma medida energia livre (ΔG). A ⇌ B + C B ⇌ D______ _ A ⇌ C + D Exemplo: Fosforilação da glicose: ATP ADP +P glicose glicose6P________ Glicose + ATP Glicose6P + ADP ATP é a moeda universal de energia livre em sistemas biológicos ATP + H2O ⇌ ADP + Pi + H+ ATP + H2O ⇌ AMP + PPi + H+ p 1. Realização de trabalho mecânico (contração muscular e movimentos celulares); 2. Transporte ativo de íons e moléculas; 3. Síntese de biomoléculas FOSFORILAÇÃO DA GLICOSE 1. Glicose + Pi glicose-6-fosfato + H2O 2. ATP + H2O ADP + Pi _____________________ __ _ Soma: ATP + glicose ADP + glicose-6-fosfato O ATP tem alto poder de transferência de fosforilas · Estabilização por ressonância: O Pi tem maior estabilização que o ATP O ATP é a moeda universal de energia livre em sistemas biológicos Outras moléculas com potencial de transferência de fosforilas · Podem fosforilar o ADP; · A síntese de intermediários metabólicos com alto conteúdo energético é essencial para o funcionamento de uma via metabólica · Composto de alta energia: libera acima de 30kJ Ex: Fosfenolpiruvato (PEP) Libera 6 KJ · Composto de baixa energia: libera menor quantidade de energia. Ex: Hidrólise da Glicose libera 15KJ O ATP tem alto poder de transferência de fosforilas · Repulsão eletrostática: Em pH 7 o ATP possui 4 cargas negativas que se repelem por estarem muito próximas. A hidrólise do ATP resolve o impedimento eletrostático; · Estabilização por hidratação: mais água pode se ligar ao ADP e do Pi do que ao ATP · Hidrólise do ATP: liberação de grande quantidade de energia 1,3 bisfosfoglicerato (1,3-BPG) ATP MUSCULAR CREATINA FOSFATO + ADP <-> ATP + CREATINA REGENERAÇÃO DOS ESTOQUES DE ATP CELULAR (ciclo do ATP) - Oxidação dos átomos de carbono (CO2) -> resulta em elétrons que são capturados e utilizados para regenerar ATP (oxidação de moléculas energéticas) REAÇÕES DE OXIDAÇÃO-REDUÇÃO -Transferência de grupos fosforil não é a única forma de se obter energia - Reações de oxirredução · Perda de elétrons por uma espécie química (oxidada) · Ganho de elétrons por outra espécie (reduzida) - Os elétrons são transferidos de intermediários metabólicos para transportadores especializados que doam seus elétrons liberando energia no processo. - Fluxo de elétrons: gera energia que será utilizada para realização de trabalho 1. Transferência entre pares redox de elementos; 2. Transferência de átomos de H: um próton e um elétron; 3. Transferência de íons hidreto (dois elétrons); 4. Transferência para Oxigênio (aceptor final de elétron) - Perda de elétrons por uma espécie química (oxidada) - Ganho de elétrons por outra espécie química (reduzida) - Os elétrons são transferidos de intermediários metabólicos para transportadores especializados que doam seus elétrons: liberando energia no processo- Fluxo de elétrons gera energia que será utilizado para a realização de trabalho - Objetivo: captar, transferir e armazenar a energia · Transportadores universais: 1. coenzimas: NAD+(nicotinamida adenina dinucleotídeo – derivado da vitamina B3 – niacina) , NADPH+ (nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato), FMN (mononucleotideo de flavina) e FAD+ (flavina adenina dinucleotideo) (formas oxidadas) - Sofrem redução e oxidação reversíveis através de reações de transferência de elétrons durante o metabolismo energético; - Durante o metabolismo essas coenzimas são reduzidas gerando: NADH, NADPH, FMH2 E FADH2 - A oxidação dessas coenzimas reduzidas gera grande quantidade de energia livre Deficiência de B3(niacina): pelagra · Sintetizada a partir do triptofano dieta pobre em triptofano pelagra (pele áspera, “três D”: dermatite, diarréia e demência); · Tratamento: suplementação com vit. B3. Exceto em pessoas alcoólatras (absorção reduzida de niacina); · Deficiência de niacina afeta todas as desidrogenases dependentes de NAD+ e NADP+ · Coenzima A: - carreador universal de grupos acil; - derivado da vitamina B5 ; - possui ligação tioéster: hidrólise mais favorável Extração de energia dos alimentos 1st. Moléculas complexas de alimento são quebradas em unidades menores através da digestão; 2nd. Produção de acetil- Coa e Consumo de ATP 3rd. Ciclo do Ácido Cítrico e fosforilação oxidativa e Oxidação completa do Acetil- CoA gerando grande quantidade de ATP; A carga energética regula o metabolismo Regulação do metabolismo - Controle de quantidade de enzimas velocidade de transcrição (expressão gênica); - Disponibilidade de nutrientes; - Controle da atividade cetalíticaregulação alostérica (enzimas alostéricas) e modificação covalente; concentração de substratos e coenzimas; - Controle de acessibilidade e substratos compartimentação; - Intervenção hormonal (insulina, glucagon, adrenalina) importante reguladores metabólicos METABOLISMO DE CARBOIDRATOS: GLICÓLISE - Visão geral do metabolismo de carboidratos; Algumas células utilizam exclusivamente glicose para produção de energia Ex: células cerebrais e hemácias Produção de carreadores de elétrons = NAD - Glicólise (Glicose Piruvato) -> açúcar de 6 carbonos · Fase de preparação e pagamento; · Reações enzimáticas; · Produção de ATP e NADH; · Destinos do Piruvato · Regulação da glicólise. · Definição: A glicólise é a sequência de 10 reações que metaboliza uma molécula de glicose (6C) em duas de piruvato (3C) com a produção concomitante de duas moléculas de ATP Digestão de carboidratos: · Mastigação: fracionamento do alimento e mistura com a saliva; · Estômago: a digestão de carboidratos cessa temporariamente no estomago devido a inativação da amilase salivar (pH); · Intestino: a amilase pancreática; a digestão final ocorre pela ação de enzimas da mucosa intestinal; finalmente, ocorre a absorção de monossacarídeos (glicose, frutose e galactose) no intestino. - Glicólise · Envolve 10 reações enzimáticas; · Ocorre no citoplasma; · Envolve 11 intermediários metabólicos · Dividida em duas fases 1. Fase preparatória: I. Aprisionamento e desestabilização da glicose (através da fosfarilação) II. Investimento de 2 moléculas de ATP (aumento conteúdo energético dos intermediários) 2. Fase de pagamento ou compensatória: I. Produção de duas moléculas de ATP II. Produção de 2NADH - Metabolismo da glicose: · A glicólise é uma via central quase universal do catabolismo de glicose, a via com o maior fluxo de carbono na maioria das células; · Glicose; principal substrato oxidável: fonte de energia universal e prontamente utiliável dentro das células; · Única fonte de energia (no curto prazo) para determinados tipos celulares: hemácias, cérebro, medula renal. 1st. FASE PREPARATÓRIA Isomeração da G-6P em frutose-6P: Aldose -> Cetose; - Fosfohexose Isomerase · Reação reversível; · Controlada pela concentração de substrato/produtos Formação de gliceraldeido-3P (3C) (GAP) e DI-hidroxicetona-P (3C) (DHAP) - Aldolase: · Envolve a abertura do anel; · Reação reversível em condições fisiológicas apesar do AG>0 · Somente o GAP entra na 2 fase da glicólise; · Consumo de GAP e DHAP desloca o equilíbrio no sentido direto da reação. Formação de Frutose-1,6-bifosfato - Fosfofrutoquinase-1 (PPK-1) · Reação de fosforilação · Reação irreversível: 2 ponto chave da regulação da glicólise · A PPK-1 é uma enzima alostérica e catalisa uma reação exergônica · Controla a velocidade da glicólise; · Etapa “comprometida” com a glicólise. Balanço parcial da fase 1 · Entrou 1 molécula de glicose (6C); · Consumo de 2 ATPs para a fosforilação da glicose; · Saíram 2 moléculas de GAP 3C fosforilado Conversão de DI-hidroxiacetona-P (3C) (DHAP) em gliceraldeído-3P (3C) (GAP) - Triose fosfato isomerase: · Reação rápida e reversível; · No equilíbrio: 96% da triose fosfato está na forma de DHAP · A remoção de GAP pelas próximas reações desloca o equilibro no sentido direto. 2nd. FASE DE PAGAMENTO Fosforilação no nível de substrato: transferência do grupo fosforil do 1,3-BGP ao ADP Enzima: fosfoglicerato-cinase - Acoplamento da etapa e etapa 2 torna o processo termodinamicamente favorável · Gliceraldeído-3P desidrogenase 1,3-BPG: reação endergônica · Fosfoglicerato-cinase: transferência do grupo fosforil: reação exergônica 2 moléculas de GAP entram nesta fase; Enzima: gliceraldeido-3-fosfato desidrogenase · Oxidação de GAP em 1,3-bisfosfoglicerato (1,3-BPG) · Formação de composto de alta energia; · Reação reversível · Importância da reciclagem do NAD+ Desidratação de 2-fosfoglicerato a fosfoenlopiruvato (PEP) Enzima: enolase · Formação do 2 composto de alta energia; · Potencial de transferência do grupo fosforil da PEP = ΔG -61,9 kj/mol Destinos do piruvato Balanço geral da glicólise Glicose + 2ATP + 2NAD++ 4ADP + 2Pi 2 piruvato + 2ADP + 2NADH + 2H+ + 4ATP + 2H2O Glicose + 2NAD+ + 2Pi 2 PIRUVATO + 2NADH + 2H+ + 2ATP + 2H2O · ATP: principal moeda energética; · NADH: condições aeróbicas oxidação pelo O2, produção de ATP e H2O; · NADH: ausência de oxigênio glicólise cessa: escassez de NAD+; · É necessária a reoxidação a NAD+ para ocorrer glicólise Regeneração de NAD+ O metabolismo do Piruvato permite manter a glicólise em condições anaeróbicas Ao ser fermentado o Piruvato permite regenerar o NAD+ Ausência de O2: redução do Piruvato a lactato Enzima: lactato-desidrogenase Fermentação láctica Lactato como fonte de energia O lactato pode ser exportado da célula ou convertido (novamente) em piruvato; Durante a recuperação muscular o lactato é transportado pelo sangue até o fígado, onde é usado na síntese da glicose ciclo de cori Rendimento em energia da fermentação Fermentação alcoólica · Leveduras e outros microorganismos · Álcool desidrogenase: no homem, envolvida no metabolismo do etanol no fígado · Glicose + 2ADP + 2Pi 2entanol + 2CO2 + 2ATP + 2H2O Fermentação láctica · Nos eritrócitos · Músculos em contração vigorosa · Microorganismos · Glicose + 2Pi + 2ADP 2lactato + 2ATP + 2H2O Metabolismo de outras hexoses Galactosemia: incapacidade de transformar galactose em glicose · Acúmulo de galactose gerando galactitol ou galactonato: toxicidade elevada; · Acúmulo de galactose-1-fosfato: insuficiência hepática, galactosúria, hepaatomegalia (acúmulo de galactitol nos hepatócitos, aumento da pressão osmótica) Intolerância a frutose · Frutose + ATP Frutose-1P + ADP · ADP + · Moléculas de ATP produzidas: 4 · Saldo de ATP: 2 · Produto final: piruvato, que pode seguir diferentes caminhos: 1. Músculo: consome glicose para produção de ATP; 2. Fígado: consome ou libera glicose dependendo da [glicose] na corrente sanguínea · Período pós-prandrial (bem-alimentado): glicose é armazenada no fígado; · Jejum (gliconeogênese): glicose é liberada do fígado e transportada para os tecidos periféricos. Regulação da Glicólise · Papéis primários da glicólise: - produção de ATP e intermediários metabólicos (nucleotídeos e ácidos graxos) · Velocidade da glicólise é regulada: 1. - Pelo nível de ATP; 2. - Regeneração de NAD+; 3. - Fosfofrutoquinase 1 (PFK-1) 4. - Piruvato-cinase:
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