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a) Estudar a anatomia vascular do encéfalo (irrigação e drenagem). O sistema nervoso é formado de estruturas nobres e altamente especializadas, que exigem para seu metabolismo um suprimento permanente e elevado de glicose e oxigênio. A atividade funcional do encéfalo depende, de um processo de oxidação de carboidratos e não pode, mesmo temporariamente, ser sustentada por metabolismo anaeróbio. Assim, o consumo de oxigênio e glirose pelo encéfalo é muito elevado, o que requer um fluxo sanguíneo geralmente intenso. O encéfalo é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, originadas no pescoço. Na base do crânio estas artérias formam um polígono anastomótico, o polígono de Willis, de onde saem as principais artérias para a vascularização cerebral. Deste modo, a vascularização do encéfalo é peculiar, pois, ao contrário da maioria das vísceras, não possui um hilo para a penetração dos vasos, estes penetram no encéfalo a partir de vários pontos de sua superfície. As artérias cerebrais tem paredes finas, comparáveis às paredes de veias de mesmo calibre situadas cm outras áreas do organismo. Este é um fator que torna as artérias cerebrais especialmente propensas as hemorragias. A túnica média das artérias cerebrais tem menos fibras musculares, e a túnica elástica interna é mais espessa e tortuosa. Este espessamento da túnica elástica interna, amortece o choque da onda sistólica responsável pela pulsação das artérias. O líquor também contribui para amortecer o choque da onda sistólica. Artéria Carótida Interna: Ramo de bifurcação da carótida comum, a artéria carótida interna, penetra na cavidade craniana pelo canal carotídeo do osso temporal, atravessa o seio cavernoso, formando um S, o sifão carotídeo. A seguir perfura a dura-máter e a aracnóide e, no início do sulco lateral e divide- se em seus dois ramos terminais: as artérias cerebrais média e anterior. Além de seus dois ramos terminais, a artéria carótida interna dá os seguintes ramos mais importantes: a) artéria oftálmica: emerge da carótida quando esta atravessa a dura-máter, logo abaixo do processo clinóide anterior. Irriga o bulbo ocular e formações anexas b) artéria comunicante posterior: anastomosa com a artéria cerebral posterior, ramo da basilar, contribuindo para a formação do polígono de Willis; c) artéria corióidea anterior: dirige-se para trás, ao longo do tracto óptico, penetra no corno inferior do ventriculo lateral, irrigando os plexos corióides e parte da cápsula interna. Artérias Vertebral e Basilar: As artérias vertebrais direita e esquerda destacam-se das artérias subclávias, direita e esquerda correspondentes, sobem no pescoço dentro dos forames transversos das vertebras cervicais, perfuram a membrana atlanto-occipital, a dura-máter e a aracnóide, penetrando no crânio pelo forame magno. Percorrem a seguir a face ventral do bulbo e, aproximadamente ao nível do sulco bulbo-pontino, fundem-se para constituir um tronco único, a artéria basilar. As artérias vertebrais dão origem às duas artérias espinhais posteriores e à artéria espinhal anterior. Originam ainda as artérias cerebelares inferiores posteriores, que irrigam a porção inferior e posterior do cerebelo, bem como a área lateral do bulbo. A artéria basilar percorre geralmente o sulco basilar da ponte e termina anteriormente, bifurcando-se para formar as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda, que serão estudadas mais adiante. Neste trajeto a artéria basilar emite os seguintes ramos: a) anuria cerebelar superior: nasce da basilar, logo atrás das cerebrais posteriores, distribuindo-se ao mesencéfalo e parte superior do cerebelo; b) artéria cerebelar inferior anterior: distribui-se à parte anterior da face inferior do cerebelo. c) artéria do labirinto: penetra no meato acústico interno junto com os nervos facial e vestibulococlear, vascularizando estruturas do ouvido interno. O Círculo Arterial do Cérebro: O círculo arterial do cérebro ou polígono de Willis é uma anastomose arterial de forma poli- gonal situado na base do cérebro, onde circunda o quiasma óptico e o túber cinéreo, relacionando-se ainda com a fossa interpeduncular e a substância perfurada anterior. E formado pelas porções proximais das artérias cerebrais anterior, média e posterior, pela artéria comunicante anterior e pelas artérias comunicantes posteriores, direita e esquerda. A artéria comunicante anterior é pequena e anastomosa as duas artérias cerebrais anteriores adiante do quiasma óptico. As artérias comunicantes posteriores unem de cada lado as carótidas internas com as cerebrais posteriores correspondentes. Deste modo elas anastomosam o sistema carotídeo interno ao sistema vertebral. As artérias cerebrais anterior, média e posterior dão ramos corticais e ramos centrais. Os ramos corticais destinam-se à vascularização do córtex e substância branca subjacente. Os ramos centrais emergem do círculo arterial do cérebro e penetram na base do cérebro, vascularizam o diencéfalo, os núcleo da base da cápsula interna. Três artérias cerebrais: a) artéria cerebral anterior: um dos ramos de bifurcação da carótida interna, a artéria cerebral anterior dirige-se para diante e para cima, ganha a fissura longitudinal do cérebro, curva-seem torno do joelho do corpo caloso e ramifica-se na face mediai década hemisfério desde o lobo frontal até o sulco parieto-occipital. Distribui-se também à parte mais alta da face súpero-lateral de cada hemisfério, onde se limita com o território da artéria cerebral média. b) artéria cerebral média: ramo principal da carótida interna, a artéria cerebral média percorre o sulco lateral em toda a sua extensão, distribuindo ramos que vascularizam a maior parte da face súpero-lateral de cada hemisfério. Este território compreende áreas corticais importantes, como a área motora, a área somestésica, o centro da palavra falada e outras. c) artéria cerebral posterior: ramos de bifurcação da artéria basilar, as artérias cerebrais posteriores dirigem-se para trás, contornam o pedúnculo cerebral e, percorrendo a face inferior do lobo temporal, ganham o lobo occipital. A artéria cerebral posterior irriga, pois, a área visual situada no lobo occipital. e sua obstrução causa cegueira em uma parte do campo visual. VASCULARIZAÇÃO VENOSA DO ENCÉFALO As veias do encéfalo, de um modo geral, não acompanham as artérias, sendo maiores e mais calibrosas do que elas. Drenam para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para as veias jugulares internas, que recebem praticamente todo o sangue venoso encefálico. Os seios da dura-máter ligam-se também às veias extracranianas por meio de pequenas veias emissárias que passam através de pequenos forames no crânio. As paredes das veias encefálicas são muito finas e praticamente desprovidas de musculatura. Faltam assim os elementos necessários a uma regulação ativa da circulação venosa. Esta se faz principalmente sob a ação de três forças: a) aspiração da cavidade torácica, determinada pelas pressões sub atmosféricas da cavidade torácica, mais evidente no início da inspiração; b) força da gravidade, notando-se que o retorno sangüíneo do encéfalo se faz a favor da gravidade, o que torna desnecessária a existência de válvulas nas veias cerebrais; c) pulsação das artérias, cuja eficácia é aumentada pelo fato de que se faz em umacavidade fechada. Este fator é mais eficiente no seio cavernoso, cujo sangue recebe diretamente a força expansiva da carótida interna, que o atravessa. O leito venoso do encéfalo é muito maior que o arterial; conseqüentemente, a circulação venosa é muito mais lenta. A pressão venosa no encéfalo é muito baixa e varia muito pouco em razão da grande distensibilidade das veias e seios. Sistema Venoso Superficial É constituído por veias que drenam o córtex e a substância branca subjacente, anastomosam-seamplamente na superfície do cérebro, onde formam grandes troncos venosos, as veias cerebrais superficiais, que desembocam nos seios da dura-máter. Distinguem-se veias cerebrais superficiais superiores e inferiores. As veias cerebrais superficiais superiores Provêm da face medial e da metade superior da face súpero-lateral de cada hemisfério desembocando no seio sagital superior. As veias cerebrais superficiais inferiores provêm da metade inferior da face súpero lateral de cada hemisfério e de sua face inferior, terminando nos seios da base (petroso superior e cavernoso) e no seio transverso. A principal veia superficial inferior é a veia cerebral média superficial, que percorre o sulco lateral e termina, em geral, no seio cavernoso. Sistema Venoso Profundo Compreende veias que drenam o sangue de regiões situadas profundamente no cérebro, tais como: o corpo estriado, a cápsula interna, o diencéfalo e grande parte do centro branco medular do cérebro. A mais importante veia deste sistema é a veia cerebral magna ou veia de Galeno, para a qual converge quase todo o sangue do sistema venoso profundo do cérebro. A veia cerebral magna é um curto tronco venoso ímpar e mediano formado pela confluência das veias cerebrais internas, logo abaixo do esplênio do corpo caloso, desembocando no seio reto. Suas paredes muito finas são facilmente rompidas, o que às vezes ocorre em recém-nascidos como resultado de traumatismos da cabeça durante o parto. B) Conhecer os lobos, os giros e os sulcos do encéfalo. Lobos cerebrais Os lobos anatômicos são: Frontal, parietal, temporal, occipital e insular. Lobo frontal Apresenta quatro giros na face súpero-lateral: giro frontal superior, giro frontal médio, giro frontal inferior e giro pré-central. Os giros frontais apresentam disposição ântero-posterior, enquanto que o giro pré-central é súpero-inferior. 1.Giro frontal superior: estende-se da face medial do telencéfalo (nessa região pode ser denominado de giro frontal medial), até o sulco frontal superior. 2.Giro frontal médio: localiza-se entre os sulcos frontais superior e inferior. 3.Giro frontal inferior: localizado inferiormente ao sulco frontal inferior. É a área motora da fala. No lado direito está envolvido com o ritmo e entonação da fala. Os giros frontais superior e médio respondem por diversas funções. A porção mais anterior desses giros é denominada de área pré-frontal, relacionada com funções como atenção, iniciativa e comportamento social. As porções mais posteriores desses giros estão envolvidas com o movimento somático (áreas motoras secundárias), que controlam movimentos posturais e elaboram a programação do movimento, antes que o mesmo ocorra. Giro pré-central: localizado entre os sulcos pré-central (anteriormente) e central (posteriormente). O giro pré-central contém neurônios motores, desta forma, essa é a área motora somática primária. Os neurônios localizados no giro pré-central são denominados de neurônios motores superiores, realizando sinapse com os neurônios motores inferiores (localizados nas colunas anteriores da medula espinal). O giro pré-central direito comanda os músculos estriados esqueléticos do lado oposto. Há uma representação funcional do corpo no giro pré-central, quanto maior a função motora da parte do corpo, maior é a quantidade de neurônios no giro pré-central (Homúnculo motor de Penfild). Lobo parietal Na face súpero-lateral apresenta três giros. A divisão dos giros é peculiar. O lobo parietal é separado em duas áreas menores, lóbulos parietais superior e inferior, pelo sulco intra-parietal. O lóbulo parietal inferior contém os giros supramarginal e angular. Giro pós-central: localizado entre os sulcos central (anteriormente) e pós-central (posteriormente). O giro pós-central contém neurônios sensitivos, constituindo a área sensitiva somática primária. O giro pós-central direito recebe os estímulos sensitivos provenientes do lado oposto do corpo (com exceção da cabeça que possui representação sensitiva bilateral). Há uma representação funcional do corpo no giro pós-central, quanto maior a sensibilidade da parte do corpo, maior é a quantidade de neurônios no giro pós-central (Homúnculo sensitivo de Penfild). Lóbulo parietal superior: localizado superiormente ao sulco intraparietal. Está relacionado com funções interpretativas sensitivas (gnosia). Lóbulo parietal inferior: localizada inferiormente ao sulco intraparietal. Nesse lóbulo estão localizados dois giros, o giro supramarginal (anteriormente, na direção do término do sulco lateral), e o giro angular (posteriormente). O giro supramarginal comunica-se anteriormente com o giro pós-central e, posteriormente com o giro temporal superior. Os giros supramarginal e angular possuem conexões com o lobo temporal (principalmente o giro temporal transverso anterior – “área de Heschl”), formando a área do cérebro responsável pela compreensão da linguagem falada (“área de Wernick”). O lóbulo parietal inferior também está relacionado com o esquema corporal (percepção do corpo no espaço). Lobo parietal Na face súpero-lateral apresenta três giros. A divisão dos giros é peculiar. O lobo parietal é separado em duas áreas menores, lóbulos parietais superior e inferior, pelo sulco intra-parietal. O lóbulo parietal inferior contém os giros supramarginal e angular. Giro pós-central: localizado entre os sulcos central (anteriormente) e pós-central (posteriormente). O giro pós-central contém neurônios sensitivos, constituindo a área sensitiva somática primária. O giro pós-central direito recebe os estímulos sensitivos provenientes do lado oposto do corpo (com exceção da cabeça que possui representação sensitiva bilateral). Há uma representação funcional do corpo no giro pós-central, quanto maior a sensibilidade da parte do corpo, maior é a quantidade de neurônios no giro pós-central (Homúnculo sensitivo de Penfild). Lóbulo parietal superior: localizado superiormente ao sulco intraparietal. Está relacionado com funções interpretativas sensitivas (gnosia). Lóbulo parietal inferior: localizada inferiormente ao sulco intraparietal. Nesse lóbulo estão localizados dois giros, o giro supramarginal (anteriormente, na direção do término do sulco lateral), e o giro angular (posteriormente). O giro supramarginal comunica-se anteriormente com o giro pós-central e, posteriormente com o giro temporal superior. Os giros supramarginal e angular possuem conexões com o lobo temporal (principalmente o giro temporal transverso anterior – “área de Heschl”), formando a área do cérebro responsável pela compreensão da linguagem falada (“área de Wernick”). O lóbulo parietal inferior também está relacionado com o esquema corporal (percepção do corpo no espaço). Lobo occipital Na face súpero-lateral não apresenta giros e sulcos nominados. Sua precisa delimitação é realizada pela incisura pré-occipital, que o separa do lobo temporal. Lobo insular É um lobo profundo, situado no fundo do sulco lateral, no encéfalo. A ínsula tem forma triangular com vértice ínfero-anterior, está separada dos lobos vizinhos por sulcos pré-insulares. Possui cinco giros (curtos e longos). Suas principais funções são fazer parte do sistema límbico e coordenar quaisquer emoções, além de ser responsável pelo paladar. Lobo límbico O lobo límbico (do latim limbus – anel, é uma região do córtex cerebral. Constituída por neurônios esse lobo está relacionado ao comportamento sexual, emocional bem como o processamento da memória. Situa-se entre o corpo caloso e os lobos frontal, occipital e parietal e curva-se para ocupar parte da superfície medial do que outrora era conhecido como parte do lobo temporal. É composto por: Giro cingulado – situado acima do corpo caloso podendo ser seguido até ao esplênio do corpocaloso que serve como referência para o istmo fornicado deste giro cingulado e onde a partir do qual se inicia o giro parahipocampal. Situa-se então superiormente ao corpo caloso e separa-se deste pelo sulco caloso e superiormente é limitado pelo sulco cingulado. Giro parahipocampal – a terminação anterior constitui o úncus. O bordo superior deste giro é o sulco hipocampal. Está separado da circunvolução occipto-temporal medial pelo sulco colateral. O úncus limita postero-lateralmente a substância perfurada anterior. Existem ainda giros menores: Giro paraterminal – próximo da lâmina terminal; Área subcalosa – inferiormente ao joelho do corpo caloso.