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PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS EMERGÊNCIAS CARDIORRESPIRATÓRIAS Nesta etapa abordaremos sobre as emergências cardiorrespiratórias e o atendimento inicial do suporte básico de vida. Tais condutas exigirão do socorrista conhecimento de técnicas e manobras para garantir uma assistência imediata e procedimentos corretos, reduzindo, desta forma, possíveis sequelas ou até mesmo evitando o óbito da vítima. Para isso, disponibilizamos uma apostila exclusiva em formato PDF, materiais complementares e interativos, exercícios para você testar o seu conhecimento e um tema no fórum de discussão, a fim de manifestar a sua opinião. No caso de dúvidas, acesse o link Tire suas Dúvidas e relate-as para nós. Vamos começar? APRESENTAÇÃO Organização Carla Eunice Gomes Correa Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano Torres Edição Gráfica e Revisão UNIASSELVI Autora Talita Cristiane Sutter CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS .03 EMERGÊNCIAS CARDIORRESPIRATÓRIAS 1 INTRODUÇÃO Como vimos anteriormente, as situações de emergência requerem ação imediata por acarretar risco de vida à vítima. A assistência, nos casos das emergências cardiorrespiratórias, é baseada nos sinais e sintomas do paciente (BERGERON et al., 2007). Esta avaliação deve ser realizada com atenção pelo socorrista, a fim de verificar se a vítima está sendo acometida por uma parada no sistema respiratório e cardíaco. Nestes casos, o atendimento deve ser iniciado imediatamente. Suas causas e procedimentos serão descritos a seguir. AVALIAÇÃO DA VÍTIMA COM SUSPEITA DE PARADA CARDÍACA FONTE: <http://twixar.me/3qS1>. Acesso em: 8 abr. 2019 2 PARADA RESPIRATÓRIA E CARDÍACA O ato de respirar tem um comando autônomo que ocorre naturalmente, independentemente da nossa vontade. A respiração possui 3 fases: a inspiração, a expiração e uma pausa. O processo respiratório leva oxigênio do ar para os pulmões, de onde é transferido para o sangue para oxigená-lo. Quando expiramos, liberamos o oxigênio junto ao dióxido de carbono. O distúrbio que impede que o oxigênio seja levado para o sangue, causando sufocamento, é chamado de asfixia. Quando a quantidade de oxigênio que circula no pulmão é insuficiente para oxigenar o sangue, o distúrbio chama-se hipóxia. Se esta CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS não for revertida rapidamente, fatalmente irá ocorrer a asfixia e a parada respiratória e cardíaca. Se o suprimento de sangue for interrompido por 3 minutos as células cerebrais morrem (FERNANDES JÚNIOR, 2014). Podemos considerar como padrão respiratório adequado quando respiramos o suficiente, sem esforço, mantendo nosso organismo funcionando normalmente. Avaliamos a respiração pela sua frequência, ritmo e qualidade (BERGERON et al . , 2007). Sendo a frequência respiratória o número de respirações por minuto. Esta avaliação é realizada de acordo com a fase de vida do ser humano, conforme tabela a srguir: Classificação Respiração por minuto (rpm) Adulto 12 a 20 rpm Criança de 1 a 4 anos Até 40 rpm Bebê até 2 meses 25 a 60 rpm Bebê de 2 até 11 meses Até 50 rpm AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA FONTE: Adaptado de Bergeron et al. (2007) e Núcleo (2009) 2.1 DETERMINAÇÃO DA FREQUÊNCIA E CARACTERÍSTICAS RESPIRATÓRIAS • Observar, durante um minuto, cada inspiração/expiração como um movimento respiratório. • Verificar a respiração antes dos outros sinais vitais em decorrência das alterações provocadas pelo choro. • Observar dificuldade respiratória e presença de secreções. • Tomar providências, caso haja alteração. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS MANIFESTAÇÃO FÍSICA DE PROBLEMA RESPIRATÓRIO FONTE: <http://medicalstudentsharing.blogspot.com/2015/>. Acesso em: 8. abr. 2019 2.2 COMO AVALIAR OS DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS Os principais sintomas dos distúrbios respiratórios são: • Perda da consciência. • Respiração difícil, ruidosa e ofegante. • Cianose (cor arroxeada) na pele e nas ponta dos dedos. • Confusão, irritabilidade e agressividade. • Frequência respiratória aumentada ou diminuída. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS Distúrbios Causas Obstrução das vias aéreas. Sufocamento por meio externo como afogamento, estrangulamento ou enforcamento. Bloqueio ou inchaço das vias aéreas. Condições que afetam a parede do tórax. Esmagamento do tórax ou lesões como fraturas múltiplas das costelas. Funcionamento insuficiente do pulmão. Lesões ou doenças infecciosas no pulmão, como pneumonia. Lesões no cérebro que afetam o comando da respiração. Derrame ou outras lesões que danifiquem o centro do comando respiratório. Lesões na coluna que paralisem os nervos que controlam os músculos da respiração. Insuficiência de oxigênio nos tecidos. Envenenamento por monóxido de carbono ou cianeto. Oxigênio insuficiente no ar. Sufocamento por fumaça ou gás. Mudanças na pressão atmosférica em grandes altitudes ou despressurização de cabine de avião. DISTÚRBIOS E CAUSAS DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA FONTE: Adaptado de Fernandes Júnior (2014) 2.3 FLUXO CIRCULATÓRIO O sangue circula no corpo num movimento contínuo de contração e relaxamento do miocárdio (músculo do coração), que pode ser reconhecido pela pulsação. A circulação do sangue se dá através de uma rede de vasos sanguíneos formada por artérias, veias e vasos capilares. O sangue oxigenado pelo ar que entra através dos pulmões (respiração) é bombeado do coração para todo o corpo pelas artérias. Após distribuir o oxigênio e os nutrientes no organismo, o sangue, desoxigenado, retorna para o coração através das veias e é bombeado do coração para os pulmões, onde libera o gás dióxido de carbono para fora do organismo através da expiração. A força com que o coração impulsiona o sangue através dos vasos sanguíneos é conhecida como pressão sanguínea (FERNANDES JÚNIOR, 2014). A verificação do pulso é um dado importante dos sinais vitais e pode trazer informações relevantes sobre o estado da vítima. Ao longo das fases de vida, a frequência cardíaca se altera, assim como o padrão respiratório já visto anteriormente. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS VASOS SANGUÍNEOS E FLUXO SANGUÍNEO FONTE: <https://www.treinoemfoco.com.br/wp-content/uploads/2016/08/treino_em_foco_fi siologia_ cardiovascular_sistema_cardiovascular_respirat%C3%B3rio.jpg>. Acesso em: 8 abr. 2019. Classificação Batidas por minuto Bebê recém-nascido De 70 a 170 bpm, média de 120 bpm Criança 4 anos 80 a 120 bpm, média de 100 bpm Criança de 6 a 12 anos 70 a 110 bpm, média de 90 bpm Adulto 18 anos (mulheres) 65 a 80 bpm Adulto 18 anos (homens) 60 a 70 bpm AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA FONTE: Adaptado de Brasil (2003) Normalmente a verificação do pulso é realizada sobre a artéria radial e, eventualmente, quando o pulso está filiforme (difícil de detectar), é avaliada sobre as artérias mais calibrosas (carótida e a femoral). “Outras artérias, como a temporal, a facial, a braquial, a poplítea e a dorsal do pé também possibilitam a verificação do pulso” (BRASIL, 2003, p. 80). CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS FONTE: Brasil (2003, p. 80) AVALIAÇÃO DO PULSO 2.4 PARADA CARDÍACA É denominada toda paralisação súbita do funcionamento do coração, que pode ser detectada pela ausência de pulso e de respiração. Ela pode ocorrer por asfixia, perda grave de sangue (hemorragia), choque elétrico, choque anafilático, envenenamento ou por outros distúrbios (FERNANDES JÚNIOR, 2014). A parada cardíaca súbita em crianças não é comum, nesta faixa etária se apresenta em decorrência da insuficiência respiratória e/ou choque. A incidência é aproximadamente 15% do total de paradas cardíacas pediátricas, sendo mais recorrente em crianças acima de 12 anos (MATSUNO, 2012). Sinais e sintomas: • Dor forte no peito com sensação de esmagamento, irradiando-se do coração para os braços. • Pulsação rápida e cada vez mais fraca • Náuseas e vômitos • Dificuldadepara respirar, dor de cabeça no maxilar e nos ombros • Intensa ansiedade e mal-estar, sensação de morte eminente • Inconsciência (vítima não responde) • Evolução para ausência de batimentos cardíacos e ausência de movimentos respiratórios O que fazer: Constatando a ausência de pulso e de respiração, inicie imediatamente a reanimação cardiopulmonar da vítima e não pare até a chegada do socorro especializado (FERNANDES JÚNIOR, 2014). A manobra se inicia após a constatação que a vítima está inconsciente. Observe a figura a seguir para avaliação no caso de suspeita de PCR. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS AVALIAÇÃO DE SUSPEITA DE PCR FONTE: Pazin Filho et al. (2003, p. 164) Também conhecida como massagem cardíaca, a reanimação cardíaca pulmonar (PCR) consiste em substituir a função do coração provocando, através de técnicas manuais externas, compressão e relaxamento do coração para mobilizar o sangue para todo o corpo. MANOBRA DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR FONTE: <http://medimagem.com.br/thumb/0/0/geral/ img_20080401_174405.jpg>. Acesso em: 8 abr. 2019. Reanimação cardíaca em crianças: • É necessário comprovar a parada do coração pela ausência de pulso (braquial em lactentes e carotídeo em crianças maiores). • Certificar-se que a vítima está inconsciente. • Manter a criança deitada (decúbito dorsal) sobre uma superfície lisa e rígida (chão), nunca realizar a manobra em cima de colchões (não exercem a pressão necessária com a manobra para a eficácia da assistência). • Ajoelhar-se ao lado da criança maior. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS • Identificar o ponto de compressão da seguinte forma: localizar o osso esterno da criança (osso no meio do tórax) e identificar a metade inferior desse osso entre os mamilos. • Em recém-nascidos e lactentes comprimir o esterno utilizando dois dedos das mãos posicionados abaixo do nível dos mamilos. • Comprimir de 1,5 a 2,5 cm aproximadamente. • Manter a frequência de compressões de pelo menos 100 vezes por minuto. • As compressões devem ser intercaladas com as ventilações. Realizar 30 compressões para 2 ventilações. • Ao final de cada compressão, sem remover os dedos do tórax, liberar a pressão permitindo que o esterno retorne à posição inicial. • Em crianças de 1 a 8 anos, apoiar a região hipotenar (músculos localizados abaixo do dedo mínimo) de uma das mãos sobre a metade inferior do esterno (entre os mamilos), entrelaçando os dedos de ambas as mãos. Os braços devem estar esticados e deve-se utilizar o próprio peso para comprimir o esterno. • Comprimir cerca de 1/3 da profundidade (2,5 a 4cm do esterno). • Manter uma frequência de 30 compressões para 2 ventilações, mantendo aproximadamente 100 compressões por minuto. • As manobras devem ser mantidas até a chegada do socorro especializado. REANIMAÇÃO CARDÍACA EM BEBÊS FONTE: <http://www.tjpe.jus.br/documents/459300/486137/imagem_ PCR11.jpg/2800dcfb-eeb5-43e1-b3d2-29d67e1a7050?t=1398714992240>. Acesso em: 8 abr. 2019. No ano de 2017, as diretrizes sobre as recomendações acerca do atendimento imediato à vítima com Parada Cardiorrespiratória (PCR) tiveram alterações. Se tratando da abordagem da ventilação não invasiva (por exemplo, respiração boca a boca), esta deixa de ser aplicada como etapa primordial durante a assistência em adultos (AHA, 2017). As mudanças para o suporte básico de vida pediátrico levaram em consideração os benefícios de sobrevivência da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) com compressões torácicas e respirações de resgate contra RCP somente de compressão, concluindo o benefício das respirações de resgate. Reafirmando que as compressões e a ventilação são necessárias para bebês CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS e crianças em Parada Cardiorrespiratória (PCR). Recomendando que os espectadores que não estão dispostos ou incapazes de oferecer respirações de resgate devem fornecer compressões torácicas para bebês e crianças (AHA, 2017). REANIMAÇÃO CARDÍACA EM CRIANÇAS FONTE: <http://static.tuasaude.com/img/ posts/2013/03/42576a3157b315079d2c0b6247de3c3a-640_427.jpeg>. Acesso em: 8 abr. 2019. Reanimação cardiopulmonar (RCP) feita por leigos: A RCP pode manter a respiração e a circulação vital por alguns minutos até que o tratamento especializado seja iniciado. A RCP ganha tempo e salva vidas (BORBA; BAUMEL, 2013). O atendente (do 192) deve orientar os socorristas leigos (pessoas que estão na cena para ajudar, mas não têm treinamento oficial) a exercerem apenas compressões torácicas contínuas (massagem cardíaca). Porém, aqueles que desejarem realizar ventilação (boca a boca) não devem ser proibidos de fazê-lo. “Do mesmo modo, as pessoas devem ser incentivadas a realizar a massagem cardíaca mesmo que não haja disponibilidade de orientação por telefone (GISMONDI, 2017, s.p.). As compressões torácicas são essenciais para encaminhar o fluxo sanguíneo aos órgãos vitais, reestabelecendo, desta forma, a circulação normal (MATSUNO, 2012). Sendo assim, estas devem ser priorizadas no atendimento à vítima. A boca máscara (máscaras faciais) é indicada para o uso do socorrista no momento da realização da manobra de ventilação. Elas proporcionam menor esforço, já que conduz o ar diretamente pelo orifício da máscara até a vítima. Este equipamento também reduz os problemas com a higiene e previne contra doenças transmissíveis. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS BOCA MÁSCARA PARA RESPIRAÇÃO BOCA-A-BOCA FONTE: <https://www.joom.com/pt-br/ products/1491820035226268553-10-1-629-3856493448>. Acesso em: 8 abr. 2019. Reanimação cardiopulmonar pré-hospitalar por socorrista treinado (Suporte Básico de Vida): Esta mudança é considerada a mais relevante na reforma da diretriz, dando autonomia para os socorristas oficiais decidirem entre duas opções para alternar compressão/massagem e ventilação, podendo escolher qual estratégia preferem: 1. Massagem cardíaca contínua com ventilação (bolsa-máscara ou boca- máscara) a cada 6 segundos (cerca 10 incursões por minuto), sem interromper as compressões, mesmo que não haja via aérea avançada. 2. Alternar 30 compressões com 2 ventilações quando não houver via aérea avançada, como era recomendado previamente. Essas recomendações se aplicam à parada cardíaca sem trauma e sem asfixia. A ideia central é aumentar a fração de compressão torácica, isto é, o percentual do tempo total de atendimento em que é realizada massagem cardíaca eficaz (GISMONDI, 2017, s.p.). O que NÃO mudou: É permitido em PCR extra-hospitalar de causa não respiratória a execução apenas de massagem cardíaca contínua, sem ventilações, até o suporte avançado chegar. Se houver via aérea avançada no extra-hospitalar, manter massagem cardíaca contínua por 2 minutos, com ventilações a cada 6 segundos sem interromper as compressões (GISMONDI, 2017, s.p.). CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS DEPRESSÃO TORÁCICA NA MASSAGEM CARDÍACA EM ADULTO FONTE: <https://big1news.com.br/wp-content/uploads/2013/11/passagem- cardiaca.jpg>. Acesso em: 8 abr. 2019. A realização da manobra somente será interrompida quando: • A circulação e respiração espontânea for reestabelecida. • Outro socorrista treinado assumir o atendimento do suporte básico de vida. • O médico assumir a responsabilidade pelo atendimento. • Há exaustão e não tiver mais condições de prosseguir com a manobra. Lembre-se: a decisão de interromper a RCP por irreversibilidade do quadro é de competência exclusiva do médico. 3 HEMORRAGIA A hemorragia é caracterizada pela ruptura de um vaso sanguíneo, podendo ser interna (dentro do organismo) ou externa (fora do organismo). Uma hemorragia muito intensa pode causar um estado de choque (choque hipovolêmico), que pode levar a vítima à morte (GONÇALVES; GONÇALVES, 2009). 3.1 TIPOS DE HEMORRAGIA Existem três tipos básicos de hemorragia: CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS Tipo de hemorragia Características Venosa Caracterizada eidentificada pela coloração vermelho- escuro do sangue e sangramento contínuo. Arterial Caracterizada pelo sangramento em jatos de cor vermelho-vivo. Este tipo de hemorragia é considerado mais sério do que a venosa por possuir maior pressão sanguínea. Capilar Sangramento por um leito capilar, flui de forma escassa, tem a cor avermelhada, menos vivo que o arterial e mais simples de ser controlada. TIPOS DE HEMORRAGIA FONTE: Adaptado de Gonçalves; Gonçalves (2009) e Borba; Baumel (2013). TIPOS DE HEMORRAGIAS FONTE: <https://i1.wp.com/userscontent2.emaze.com/images/aa15d87a-d4af-470b- 83ff -acf89e9bf499/Slide35_Pic1_636293298888335179.jpeg>. Acesso em: 8 abr. 2019. 3.2 SINAIS E SINTOMAS • Pele fria e pegajosa. • Suor excessivo. • Cianose nas extremidades (dedos e mãos arroxeados). • Palidez generalizada. • Fraqueza. • Hematomas na pele após traumatismo, fratura ou golpe. • Sangramento pelos orifícios. • Confusão e agitação evoluindo para a perda da consciência. • Pulso fraco e rápido. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS CIANOSE NAS EXTREMIDADES FONTE: <https://medifoco.com.br/cianose-pele-dedos-boca-arroxeada/>. Acesso em: 8 abr. 2019. 3.3 CONTROLE DA HEMORRAGIA Hemorragia externa: A hemorragia externa ocorre em estruturas superficiais e podemos ver o sangramento, já a hemorragia interna não pode ser vista, e necessita de atenção quanto aos sinais e sintomas para uma intervenção hospitalar imediata (GONÇALVES; GONÇALVES, 2009). Conduta: • Chame o atendimento médico de emergência, caso a hemorragia for grave. • Deitar a criança o mais breve possível. • Elevar o membro ferido de forma que fique a uma altura superior à do coração. • Cobrir a área afetada com gaze ou pano limpo e fazer compressão firme por pelo menos 10 minutos, até cessar o sangramento. • Envolver o curativo com uma atadura de modo que fique firme. • Se ainda assim não parar de sangrar, realizar pressão sobre a artéria mais próxima da região afetada. • Não usar torniquetes, isto pode agravar a lesão e evoluir para uma necrose. • Verifique a respiração e o pulso. • Parando o sangramento, evitar que a criança movimente a região afetada. • Encaminhar a criança imediatamente para o hospital. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS PRÁTICA INCORRETA COM O USO DO TORNIQUETE PARA ESTANCAR HEMORRAGIAS FONTE: <http://www.herpetofauna.com.br/EvitarTorniquete.jpg>. Acesso em: 8 abr. 2019. Lembre-se de ter sempre no kit de primeiros socorros e luva de procedimento descartável. Nunca toque uma lesão com a mão sem estar protegido. Hemorragia interna: Fraturas ou traumatismos graves e profundos podem causar hemorragias internas que não manifestam externamente com o rompimento da pele. Em muitos casos, podem ocorrer sangramentos através dos orifícios do corpo (boca, nariz, ânus, vagina e uretra). A vítima pode entrar em choque mesmo que externamente os ferimentos não aparentem gravidade. Conduta: • Ter tranquilidade para agir e transmitir o mesmo para a criança. • Posicionar a criança de modo que a cabeça fique um pouco mais baixa do que o corpo. • Aquecer bem a vítima. • Não oferecer nenhum líquido à criança. • Encaminhar imediatamente para o hospital. Local Causas Sintomas Boca Sangramento dos pulmões e/ ou no sistema digestivo. Tosse com sangue vermelho vivo, espumoso. Sangue vomi tado, vermelho escuro e granulado. Ouvido Lesão no ouvido interno, e/ou tímpano perfurado. Sangue vermelho vivo. SANGRAMENTOS EM ORIFÍCIOS POR HEMORRAGIAS INTERNAS CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS Nariz Rompimento de vasos nasais, vazamento de líquido cérebro e s p i n h a l d e c o r r e n t e d e traumatismo craniano. Sangue vermelho v ivo, ra lo e aquoso. Ânus Lesão no ânus ou intestino. Sangue vermelho v ivo . Fezes escuras com cheiro forte. Uretra Hemorragia na bexiga ou nos rins Urina vermelha ou escura FONTE: Adaptado de Fernandes Júnior (2014) FONTE: <http://image.slidesharecdn.com/sistemacirculatorio-110614171547-phpapp01/95/ sistema-circulatorio-7-728.jpg?cb=1308072754 >. Acesso em: 8 abr. 2019. SANGUE ARTERIAL E VENOSO A ausência da passagem do sangue oxigenado para as células resulta na falência dos órgãos. Mesmo quando algumas células são inicialmente poupadas, a morte pode ocorrer mais tarde, já que as células restantes não conseguem desempenhar a função daquele órgão (ESPÍRITO SANTO, 2016). Localização Tempo Coração, Cérebro e Pulmões. 4 a 6 minutos. Rins, Fígado, Estômago e Intestino. 45 a 90 minutos. Músculo, Ossos e Pele. 4 a 6 horas. FONTE: Adaptado de Espirito Santo (2016) TEMPO DE FALÊNCIA DOS ÓRGÃOS COM PRIVAÇÃO DE OXIGÊNIO CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS Hemorragia no nariz: Sangramento nasal, ou epistaxe, consiste na perda de sangue através das narinas em pequena ou grande quantidade, em razão da ruptura de vasos sanguíneos causadas por traumatismos, manipulação com o dedo, esforço físico excesso de exposição ao sol ou em decorrência de algumas doenças. Ele é mais comum na segunda infância (TADDEI et al., 2006). Sair sangue do nariz é bastante comum e, geralmente, ele cessa naturalmente, mas se a vítima sofreu ferimento na cabeça e apresentar sangramento nasal ralo e aquoso leve-a imediatamente para o hospital. Nos casos superficiais que o nariz sangra, utilize a seguinte providência: • Sente a vítima e incline sua cabeça para frente para impedir que o sangue escorra para a garganta, provocando o vômito. • Diga a vítima para respirar pela boca e apertar o nariz com o polegar e o indicador, logo abaixo do osso, durante 5 a 10 minutos. • Não aplique gelo, pois o sangramento só é interrompido pela pressão e não temperatura. • Relaxe a pressão e verifique se ainda estiver sangrando, repita o procedimento novamente. • Quando o sangramento parar, limpe o nariz e diga à vítima para não o assoar nos próximos 30 minutos para não romper com a coagulação. • Se o sangramento não parar em 20 minutos, leve a vítima para o hospital. POSIÇÃO DA CABEÇA DA CRIANÇA INCLINADA PARA FRENTE EM SITUAÇÕES DE EPISTAXE FONTE: <https://1.bp.blogspot.com/-uWlBaJmcgj8/VsJnxVdwsRI/AAAAAAAACJs/ Kap18ZJQGjo/s1600/nose%2Bbleeding%2B1.jpg>. Acesso em: 8 abr. 2019. 4 CHOQUE HIPOVOLÊMICO O choque hipovolêmico é o quadro clínico que resulta na incapacidade do sistema cardiovascular de prover circulação sanguínea suficiente para o organismo causado pela perda de líquido e sangue. As causas mais comuns são oriundas das hemorragias internas, perda de plasma em queimaduras CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS graves, por situações clínicas acompanhadas por desidratação intensa, por exemplo: episódios de diarreia ou vômito (JÚNIOR et al., 2007). A vítima deve ser encaminhada imediatamente para o hospital para receber o tratamento adequado que consiste em: • Oxigenação das hemácias obtida através de uma via aérea permeável e uma boa ventilação. • Perfusão: aporte adequado de sangue oxigenado aos tecidos que se obtém com boa circulação. TRANSFUSÃO DE SANGUE PARA O CHOQUE HIPOVOLÊMICO FONTE: <http://www.a2.jor.br/site/2015/10/7215/>. Acesso em: 8 abr. 2019. Carmo et al . (2017) em seus estudos relataram que a maioria das crianças que tiveram entrada nos ambulatórios de saúde, nas escolas, foram em decorrência de atividades esportivas e recreativas. O Ministério da Saúde ressalta sobre a necessidade de haver a disseminação do conhecimento sobre primeiros socorros entre alunos e professores. Nestes casos, o conhecimento por parte dos estudantes seria um fator predominante para a busca do autocuidado e prevenção das lesões. Caso a prevenção falhar, cabe aos docentes saber realizar o atendimento primário e imediato necessário. Os agravos mais comuns, presenciados pelos professores, foram: entorses, luxações, convulsões, cortes profundos, fraturas expostas, hemorragias, quedas e engasgamentos. Pode-se se evidenciar pelas características das lesões a necessidade de um atendimento imediato eeficaz para garantir a segurança e manutenção da vida dos estudantes. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS AMBULATÓRIO EM ESCOLA FONTE: <http://planmyhealth.in/Healthyblog/wp-content/uploads/2017/10/ b4400e2bb1eefd6e0d9c8c39e30e33a9-doctor-role-play-area-play-doctor-300x224. jpg>. Acesso em: 8 abr. 2019. Importante ressaltar algumas medidas de segurança na área física da escola para prevenir os acidentes: • Nas escadas, a altura e a largura dos degraus devem ser adequadas para o uso das crianças. • Deve-se avaliar a necessidade do corrimão e piso antiderrapante nos degraus e portões que dividem as salas para impedir a passagem e descida pelas escadas das crianças menores. • As grades não devem ter ponta de lança, prevenindo acidentes. • Redobrar a atenção aos móveis e objetos que possam ser escalados pela criança. • As tomadas devem ser protegidas ou localizadas a 1,20m de distância do piso. • Os quadros de luz devem ter os interruptores identificados para que possam ser prontamente desligados no momento de emergência. • Os produtos de limpeza devem ser armazenados fora do alcance das crianças. • O piso e/ou revestimento deverá ser liso, nivelado, de material impermeável, isolante térmico, de fácil lavagem, não escorregadio e não inflamável. CURSO LIVRE - PRIMEIROS SOCORROS NAS ESCOLAS REFERÊNCIAS AHA - American Heart Association. Destaques das atualizações específicas das diretrizes de 2017 da American Heart Association para suporte básico de vida em pediatria e para adultos e qualidade da ressucitaçãos cardiopulmonary. Dallas, TX, nov. 2017. Disponível em: https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2017/12/2017-Focused- Updates_Highlights_PTBR.pdf. Acesso em: 2 abr. 2017. BERGERON, D. et al. Primeiros socorros. São Paulo: Ed. Atheneu, 2007. BORBA, D.; BAUMEL, L. (Orgs.). Socorro de urgência: manual de procedimentos. Curitiba: Casa Militar da Governadoria; Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, 2013. Disponível em: http://www.educadores. diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/marco2015/cursobrigada/modulo5_ socorrosdeurgencia.pdf. Acesso em: 4 abr. 2019. BRASIL. Profissionalização dos auxiliares de enfermagem: caderno do aluno. Brasília: Ministério da Saúde 2003. 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