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Fígado: é considerado um órgão acessório do tubo digestório. Localiza-se fora do tubo digestivo, porém as suas secreções na forma de bile são de importância vital para a digestão das gorduras. O fígado também recebe todo o sangue que deixa as vísceras por meio da veia porta do fígado. O sangue da veia porta transporta os produtos finais da digestão dos carboidratos e das proteínas diretamente para o fígado para o seu processamento. Alguns dos açúcares absorvidos pelo intestino são removidos e usados para fornecer energia aos processos metabólicos do fígado. Alguns são convertidos em glicogênio para uso subsequente pelos hepatócitos entre as refeições. Uma alta porcentagem dos aminoácidos no sangue da veia porta é extraída pelo fígado e usada para a síntese de uma variedade de proteínas, como albumina, α1-globulinas, α2- globulinas e β globulinas, fatores de coagulação e proteínas da fase aguda. Os lipídios absorvidos durante a digestão são acondicionados em quilomícrons, que são captados pela circulação linfática e alcançam o fígado por meio da artéria hepática. Os lipídios podem ser oxidados dentro do fígado, produzindo a energia necessária para as diversas vias metabólicas, ou podem ser acondicionados em partículas de lipoproteína de densidade muito baixa (VLDL) para transporte de lipídios a outros órgãos para uso de energia. Outra importante ação do fígado consiste em destoxificar venenos potenciais e produtos de degradação por meio de biotransformação e excreção na bile para eliminação nas fezes. O fígado também atua como local de armazenamento dos lipídios e das vitaminas lipossolúveis A, D e E. O fígado também abriga macrófagos especiais, conhecidos como células de Kupffer, que protegem o fígado contra antígenos bacterianos e virais passíveis de entrar pela circulação portal. A estrutura básica do fígado é o lóbulo hepático, composto pela tríade portal (arteríola, vênula e ducto biliar menor). O ducto biliar comum é chamado também de colédoco. As infecções patológicas e toxinas frequentemente são transportadas até o fígado pelo fluxo sanguíneo, de modo que é comum observar alterações patológicas nas áreas supridas por uma tríade portal. No fígado há umas células chamadas de estreladas que produzem tecido cicatricial fibroso que envolve uma área lesada por infecção ou toxina. Fígado – Glândula Anexa Quando essa cicatriz fibrosa ocorre por uma área extensa, denomina-se esclerose hepática. A veia hepática, que se une finalmente à veia cava caudal que leva ao coração. Secreção biliar: Os hepatócitos secretam a bile nos canalículos, que levam a bile para o canal biliar que se une com o ducto biliar. Os hepatócitos executam muitas ações de destoxificação para livrar o corpo de produtos de degradação, como hormônios esteroides e bilirrubina, bem como de toxinas que podem ter sido ingeridas. Muitas substâncias e fármacos também são removidos do sangue pelos hepatócitos e excretados na bile. Os produtos de degradação e as toxinas, antes de entrarem na bile, sofrem dois processamentos no fígado. 1. Oxidação: adição de OH na molécula por enzimas, com o objetivo de tornar esse composto menos perigoso. 2. Conjugação: o composto frequentemente é conjugado a uma molécula de glicuronídio por enzimas no hepatócito, tornando a molécula muito mais hidrossolúvel e permite que ela permaneça solúvel na bile à medida que é transportada pelos ductos biliares. A bilirrubina é um produto da degradação da hemoglobina muito insolúvel em água. A bilirrubina é transportada no sangue ligada à albumina. A bilirrubina tem uma coloração amarelada e é responsável pela cor amarelada das equimoses e pela coloração amarelada observada na icterícia da insuficiência hepática. Em seguida, os hepatócitos conjugam a bilirrubina com ácido glicurônico para formar um diglicuronídeo de bilirrubina mais hidrossolúvel, que é excretado nos canalículos. Isso confere à bile a sua coloração esverdeada. A bilirrubina conjugada pode ser convertida pelas bactérias da colônia, em urobilinogênio e em estercobilina, que é responsável pela cor marrom das fezes normais. Parte do urobilinogênio produzido pelas bactérias no intestino sofre reabsorção no sangue e é removida pelo rim. O urobilinogênio confere à urina a sua coloração amarela distinta. Os sais biliares são os componentes finais importantes da bile, formados pela conjugação de um aminoácido com o colesterol. O aminoácido frequentemente usado é a taurina. Os sais biliares tem uma extremidade hidrofóbica e outra hidrofílica. Isso confere aos sais biliares a capacidade de produzir estruturas especializadas, denominadas micelas, no intestino, que ajudam na digestão e na absorção das gorduras. A secreção de bile (colerese) é um processo contínuo. Em muitas espécies, a bile é coletada em uma vesícula biliar, de modo que possa ser liberada após as refeições. O cavalo e o rato não têm vesícula biliar, e, nessas espécies, a bile flui continuamente no duodeno. Na maioria das espécies, o ducto biliar une-se com o ducto pancreático, e esse ducto colédoco/pancreático libera a bile e as secreções pancreáticas na parte superior do duodeno. A produção de bile pelos hepatócitos e a contração da vesícula biliar podem ser estimuladas pelo hormônio CCK produzido pelas células enteroendócrinas do duodeno, em resposta à presença de gorduras e aminoácidos no duodeno. A infecção bacteriana dos ductos biliares ou da vesícula biliar pode resultar em cálculos biliares ou colélitos. As bactérias rompem a ligação glicuronídio entre o ácido glicurônico em compostos como a bilirrubina. A perda da molécula de glicuronídio torna a bilirrubina menos solúvel em água, de modo que ela pode formar cristais e precipitar, particularmente se houver também colesterol livre na bile. Podem-se encontrar colélitos em todas as espécies.
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