Buscar

Visagismo parte 1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Definição do Tema
Iniciaremos este tema estudando o que é o visagismo. Abordaremos suas origens, os conceitos básicos e sua importância. Veremos como o visagismo pode servir de empoderamento no mundo atual em que a aparência tem se tornado causa de exclusão e preconceito.
Em seguida, conheceremos um pouco da história da beleza, o que ajudará a compreender como a beleza pode ser subjetiva e como podemos usar essa subjetividade a nosso favor.
Por fim, veremos como identificar o tom de pele, levando em conta a grande diversidade cultural e étnica do nosso país, que resulta em uma paleta de tons de pele bastante diversificada. Você verá a importância de entender essa diversidade de cores e de saber como lidar com ela utilizando os conceitos da linguagem visual e a teoria das cores, que é fundamental para o visagista.
Objetivos
A ORIGEM DO VISAGISMO
O termo visagismo tem origem na palavra francesa visage, que significa rosto.
A noção de visagismo foi criada pelo maquiador e cabelereiro francês Fernand Aubry, em 1936, com o intuito de integrar a arte de criar uma imagem pessoal por meio da valorização do rosto. Ele acreditava que todas as mulheres são bonitas, mas algumas não sabem disso. Sendo assim, criou o slogan:
“Não há mulher sem beleza, mas só belezas escondidas que não estão cientes disso”. (AUBRY, 1936)
Aubry nomeou sua técnica Le Visagisme, e tinha como premissa adequar a imagem à personalidade, tratando cada pessoa como única. Ele sempre buscava identificar tipo físico, traços de personalidade, profissão, preferências pessoais, para somente depois definir como realizaria seu trabalho.
O visagismo procura encontrar harmonia com a aplicação de técnicas simples que visam ao alcance de um melhor conhecimento de si mesmo e do seu corpo.
Os valores e conceitos de beleza são relativos; qualquer um pode encontrar o seu lugar, aquele em que pretende se relacionar, para, então, formar sua identidade e ser feliz com seus atributos naturais, por meio do conhecimento de si e do outro, valorizando a diversidade.
Outros profissionais da beleza continuaram a seguir seu caminho, já que Aubry não deixou nenhum livro escrito.
Entre eles estão:
O cabeleireiro inglês Vidal Sassoon é considerado o primeiro designer de cabelos. Sassoon se notabilizou por criar cortes inspirados nas formas geométricas e adaptados à estrutura óssea do rosto, por volta da década de 1960.
Saiba mais
Leia o artigo Vidal Sassoon, o cabeleireiro superpop.
Claude Julliard
O cabeleireiro francês Claude Julliard foi discípulo de Aubry. Julliard se formou em Belas Artes e se dedicou em manter vivo o visagismo. Em Paris, ele é diretor de uma instituição na qual ministra seus cursos e dissemina o conceito de visagismo, tendo também diversos livros e uma página no Facebook sobre o tema.
Comentário
O visagimo não propõe:
· Modelos padronizados de comportamentos e corpos;
· Corpo objeto que, muitas vezes, é agredido com procedimentos completamente avessos à sua singularidade, buscando padrões que não lhe são pertinentes.
O visagismo contribui para o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas, já que, com mudanças promovidas na estética, respeitando traços físicos naturais, as pessoas se sentem não somente mais bonitas, mas também mais seguras de seus desejos e mais fortalecidas para perseguir seus objetivos.
Uma vez conquistadas a autoestima e a autoconfiança, que estão no nível individual, consequentemente, ocorrem mudanças e adaptações nos demais níveis, ou seja, o relacional e o contextual.
Autores como Oliveira (2004, p. 66), explicam que o “[...] empoderamento consiste na importância de aumentar o poder e controle sobre as decisões e problemas que determinam a vida”.
O visagismo pode contribuir para a (re)construção das imagens; não somente a externa, mas também a interna, aquela que as pessoas possuem de si mesmas, ou seja, seu autoconhecimento que decorre da elevação de da autoestima.
A autoestima de uma pessoa se reflete em suas emoções, levando-a a um grau maior ou menor de felicidade e bem-estar. É possível que, ao proporcionar às pessoas, dentro do meio em que vivem, a possibilidade de usarem seus recursos financeiros de forma coerente com seu corpo e sua imagem visual, elas sejam capazes de gerar por si mesmas melhor qualidade de vida.
Ao valorizar seus atributos pessoais, o indivíduo torna-se emocionalmente mais positivo, e, com isso, poderá adquirir forças para lutar por uma vida melhor.
A composição da imagem estética
O visagismo criado por Aubry começou com estudos sobre o rosto, uma vez que ele era cabeleireiro e maquiador.
É no rosto que, muitas vezes, mostra-se a individualidade do sujeito. Entretanto, existe a necessidade de formar uma composição em seu todo.
Como toda composição plástica, não importa o estilo, determinadas regras da linguagem visual deverão ser seguidas para obter o resultado desejado.
Para a transmissão de uma mensagem clara e verdadeira, a unidade entre as partes é fundamental.
O rosto e o corpo são parte de uma composição do indivíduo, um conjunto harmonioso, coerente e unificado.
Os detalhes que descrevem a vida e o tempo através do rosto necessitam ser observadas pelo visagista com muita atenção, sem separar as partes e lembrando que sua obra de arte tem como espaço plástico o ser humano com todas as suas peculiaridades.
O rosto é a parte do corpo que primeiro observamos em uma pessoa. Por exemplo, quando você tira uma foto para um documento de identidade, será sempre uma foto do seu rosto. É através do rosto que se faz a identificação direta de um indivíduo.
COMO FORMAMOS A IMAGEM SOBRE UMA PESSOA?
Outro fato importante é como formamos a imagem sobre uma pessoa.
Ao encontrarmos alguém pela primeira vez, olhamos em seu rosto suas expressões, seu olhar, enquanto todos os nossos sentidos estarão captando mensagens do indivíduo: voz, cheiro, roupas, cores, formas e comportamento social.
Todas essas informações, percebidas pelos nossos olhos e demais sentidos, formarão nossa primeira impressão sobre aquela pessoa. É essa imagem que será gravada em nosso cérebro e que nos dará subsídios para formarmos um conceito positivo ou negativo sobre a pessoa em questão.
Essa imagem que nos foi apresentada é o que chamamos de imagem pessoal. Por isso, a consideramos tão importante.
Tendo consciência de quem somos e de como gostaríamos de ser reconhecidos socialmente, podemos encontrar, no visagismo, um grande aliado para conseguir uma harmonização entre nós, nosso corpo e o ambiente social.
O visagismo não pretende enquadrar as pessoas em padrões previamente estabelecidos, de comportamento ou de moda, mas fazer com que a pessoa que receba a técnica possa se sentir melhor consigo mesma.
Logo no primeiro contato com o cliente, as técnicas do visagismo já conseguem apresentar uma grande transformação visual. Embora esse primeiro impacto seja importante, a assimilação da transformação e o conhecimento básico para compreensão e utilização da técnica em seu proveito no dia a dia se darão lentamente.
A inspiração de Fernand Aubry para desenvolver o visagismo veio dos conceitos de design difundidos pela Bauhaus. A escola de artes e design contava com os mais renomados profissionais da época em seu corpo docente e construía seus conceitos com base nos fenômenos da linguagem visual e percepção, que eram estudados e demonstrados cientificamente através das teorias da Gestalt.
Walter Gropius, arquiteto alemão, fundador e diretor da Bauhaus, difundia um novo conceito de design e do ensino da arte. Ele propunha o desenvolvimento da criatividade em seus alunos e, por meio da pesquisa e do conhecimento de técnicas e de materiais, tratava cada caso de acordo com suas condições peculiares, sem imposições de fórmulas e manuais.
O pensamento de Gropius é importante para entender a ligação do visagismo com a arte e o design, que, aliados ao conhecimento da cultura (como as necessidades e características da pessoa, incluindo grupo social, profissão, condição econômica, relação familiar e religiosa) e um conhecimento aprofundado sobreo indivíduo, são necessários para conseguir um resultado satisfatório no trabalho de visagismo e imagem pessoal. Assim como na Bauhaus, a estética no visagismo deve ser associada à funcionalidade.
O VISAGISMO É UMA ARTE
Para um visagista, é fundamental nunca procurar por fórmulas preconcebidas, mas, procurar conhecer o seu cliente, saber que ele é único e seus desejos e anseios são diferentes dos de todos os outros, assim como a sua constituição física, financeira e cotidiana. A natureza é sábia e nossa saúde e bem-estar são o que mais interessa.
· Antes de começar seu trabalho, marque uma entrevista com seu cliente e faça uma ficha com tudo sobre ele. Você precisa saber o motivo que o levou a procurar os serviços do visagista;
· É importante entender quais as satisfações e insatisfações que ele possui em relação à sua aparência;
· Deve saber o máximo possível sobre o modo de vida, a profissão, o grupo sócio cultural e econômico, o tipo de família, estado civil, cônjuge, idade dos filhos, religião, diversões de preferência;
· É muito importante que o cliente confie no profissional visagista e em seu trabalho.
Lembre-se das palavras de Aubry e acrescente para todos os seres humanos “não existem pessoas feias, mas belezas escondidas” e você pode desvendar essa beleza, aceitando, principalmente, que no mundo contemporâneo a diversidade é contemplada tanto na moda, como na beleza e no estilo de vida.
· Observe as pessoas, mas não faça julgamento nem comente com os outros, apenas anote em seu caderno;
· Pesquise revistas e fotografias, assista a bons filmes e observe figurinos e maquiagem, veja como os personagens são apresentados segundo as cores de roupas que usam;
· Lembre-se, o visagismo é uma arte, e como toda arte ele é um meio de comunicação, portanto, antes de finalizar seu projeto e apresentá-lo ao cliente, procure adquirir o máximo possível de informações;
· Você, como visagista, não precisa também ser o cabelereiro, maquiador e estilista, mas deve sempre possuir uma boa equipe para auxiliá-lo.
Alguns cabeleireiros, maquiadores e outros profissionais também entendem de visagismo. Isso é importante para que realizem com maior esmero e segurança o seu trabalho. Se você é esteticista, o visagismo poderá trazer auxilio de diversas maneiras.
Exemplo
O aconselhamento de um cliente na escolha das cores de seu vestuário, para que a pele tratada por você possa realçar ainda mais o viço e a beleza daquele rosto; ou em um tratamento corporal, você poderá orientar o cliente sobre as modelagens adequadas ao tipo de corpo. O visagismo pode ser aproveitado de diversos modos, agregando valores ao trabalho de todos os profissionais da área de beleza.
A seguir, conheceremos um pouco sobre a história da beleza. Esse conhecimento ajudará a compreender como a beleza pode ser subjetiva e como podemos usar essa subjetividade a nosso favor.
Parte superior do formulário
Verificando o aprendizado
1. Ao receber um cliente devemos, antes de qualquer intervenção, marcar uma entrevista para entender o motivo que o leva a procurar os serviços do visagista. É importante entender quais as satisfações e insatisfações que ele possui em relação à sua aparência. Devemos saber o máximo possível sobre o modo de vida, a profissão, o grupo sociocultural e econômico, o tipo de família, estado civil, cônjuge, idade dos filhos, religião, diversões de preferência. Dessa forma, é importante que o cliente confie no profissional visagista e em seu trabalho.
Marque a resposta correta em relação ao texto.
a) O texto está correto. É necessário conhecer o máximo possível sobre o cliente antes de sugerir qualquer intervenção em seu visual.
b) Não devemos entrar em tantos detalhes, basta saber o que o cliente deseja e então fazer conforme ele pediu.
c) Religião e família são questões muito particulares e não precisam ser do conhecimento do profissional.
d) A situação econômica só interessa para ter certeza que o cliente pode pagar os serviços do profissional.
e) O que realmente interessa no trabalho do visagista é seguir as tendências da moda.
Gabarito comentado
Parabéns! Você acertou!
Resposta correta: letra a.
É importante conhecer o máximo possível sobre o cliente para não cometermos erros ou mesmo impor nosso gosto. Não podemos desrespeitar o cliente em momento algum, podemos até convencê-lo, mas para isso temos que possuir argumentos fortes baseados em muito conhecimento. Religião e profissão são dados importantes, pois fazem parte da vida de uma pessoa e muitas religiões influenciam e até exigem um modo específico de vestir e de se apresentar de uma forma geral, influenciando em cores, modelagem, maquiagem e cortes de cabelo.
O mesmo pode acontecer com a profissão. Observe por exemplo as unhas de uma enfermeira e as unhas de uma professora. Uma enfermeira tem que manter as unhas curtas, por uma questão de higiene e de segurança, enquanto uma professora não tem fatores impeditivos profissionalmente sobre manter as unhas compridas.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. A constante busca por um padrão de beleza, muitas vezes inatingível, tem se tornado um verdadeiro tormento para as pessoas no universo contemporâneo. O corpo mostra-se um objeto plástico transformável a cada tendência da moda. De que forma o visagismo pode colaborar para ajudar as pessoas? Marque a resposta correta.
a) O visagismo não tem como ajudar, uma vez que também faz parte deste sistema, desta padronização da beleza e da moda.
b) O visagismo trabalha com o conceito de que cada pessoa é única e todos podem descobrir o seu melhor, encontrando a beleza tanto externa quanto interna, por meio do autoconhecimento e da autoestima.
c) O visagismo é apenas uma forma de arte e não tem como ajudar alguém que não se enquadra nos padrões de beleza a se sentir melhor consigo mesmo.
d) Este não é objetivo do visagismo.
e) Sugerindo sempre cirurgias plásticas.
O conceito de beleza muda de acordo com a época e a sociedade, constituindo-se, portanto, de um produto cultural. No mundo contemporâneo ocidental, a beleza tem se tornado de grande interesse mercadológico e motivo de exclusão social. O convívio social privilegia padrões como forma de aceitar alguns e rejeitar outros, tornando facilmente excluídos os que não dominam tais signos.
A EXPRESSÃO DO BELO
A beleza tem sido definida, estudada e conceituada por diversas ciências ao longo do tempo e, a cada época ou lugar, ela recebe uma diferente aceitação. Isso nos deixa a certeza de que a beleza, ou o que se sente por algo que é considerado belo, é produto da formação cultural do indivíduo. É algo vivo, em constante transformação, e está dentro de cada sociedade, grupo ou pessoa.
Não se pode compreender o conceito de beleza de um grupo social sem antes compreender sua cultura.
Umberto Eco (2014) observa que para entender o que uma cultura considera belo, é preciso um registro de forma visual e escrita. O entendimento teórico é fundamental para garantir se o que está sendo analisado visualmente corresponde ou não ao que certo grupo ou cultura sentiu em determinada época.
Em muitos momentos, considerou-se a arte como expressão do belo, porém é importante observar em que sentido ocorre essa expressão. Segundo Gombrich (1999), os temas abordados por uma obra podem, por vezes, ser repulsivos e horrendos e, mesmo assim, a obra de arte ser considerada bela. Nesse caso, a beleza está na obra propriamente dita e não no que ela retrata.
Os conceitos de beleza se adaptam aos períodos vividos pelas mais diferentes culturas, e podem existir diferentes formas de beleza em uma mesma época e cultura.
As formas diferentes de beleza, podem ser observadas nos diferentes grupos da sociedade urbana.
Exemplo
Por exemplo, você já reparou nos ídolos da música, como cada um pode ser bonito ao seu modo?
CONCEITO DE BELEZA DO CORPO HUMANO NA HISTÓRIA
GRÉCIA
Dos gregos antigos provém a base da cultura europeia, ainda hoje dominante no mundo ocidental. A arte grega buscava a perfeição suprema, que acreditava-se ser encontrada somentenos deuses. Os artistas gregos, ao conceberem a escultura de um corpo humano, procuravam representar ou se inspirar nos habitantes do Olimpo, em sua perfeição.
Os ideais de beleza do corpo humano seguiam rígidos padrões matemáticos que configuravam a proporção entre as partes, mas também compreendiam que, além da beleza física, outros critérios deveriam ser observados para alcançar a verdadeira beleza. Eles estavam em outras dimensões, como no caráter, no espírito e na alma, e a beleza poderia ser inatingível em sua plenitude.
Para Pitágoras , além da ordem, deve haver harmonia e proporção. Ordem, harmonia e proporção são a base dos tratados de beleza do mundo ocidental, criados principalmente pelos artistas – pintores e escultores –, que faziam uso deles para uma perfeita realização de sua obra.
IDADE MÉDIA
Durante a Idade Média, com a influência da Igreja, os europeus estiveram sob rígidos padrões de moralidade, as pessoas se entregavam mais aos cuidados da alma do que aos do próprio corpo. Nesse período, os temas artísticos eram quase sempre religiosos. As concepções clássicas de origem grega foram substituídas por motivos abstratos e simbólicos. O corpo mal aparecia debaixo dos efeitos da roupagem. A expressão facial era sempre bem trabalhada, demonstrando desapego ao corpo e à vida terrena, em busca da vida eterna da alma. A verdadeira beleza, a das virtudes, se contrapunha à beleza física, que correspondia à aparência saudável.
RENASCIMENTO
A mulher renascentista é a deusa, a vênus amada e admirada por sua beleza e retratada em todas as expressões artísticas.
Está nas mãos do pintor representar nas obras o seu imaginário do corpo perfeito, o corpo humano sob as regras matemáticas da proporção e harmonia dos antigos gregos, e vai além, procurando a beleza por meio da imitação da natureza.
A temática da arte renascentista deixa de lado os temas sacros da Idade Média. O corpo da mulher renascentista pode ser representado desnudo, são inúmeros os retratos de damas e de cavalheiros. Vênus é pintada por diversos artistas e representa o ideal da beleza e da perfeição moral e espiritual. A beleza feminina renascentista é desassociada da imagem do pecado.
O homem belo daquela época era corpulento e altivo. As mulheres apresentavam corpo curvilíneo e um rosto com expressões indecifráveis, como as que vemos nas obras de Leonardo da Vinci.
BARROCO E ROCOCÓ
Os cânones de beleza foram deixados de lado, dissolveram-se as regras da beleza clássica, que passou a ser vista como sem alma, uma beleza vazia. As cores e as formas em poses de constante movimento tornavam a arte expressiva e levavam ao sonho, à graça e à beleza com sentimentos.
O ser humano do período Barroco foi marcado pelo conflito consigo mesmo, um conflito constante entre a ciência e a religião, o bem e o mal, Deus e o homem. Um período de tensão, mas também de muita criação artística.
Em seu período final, o Barroco foi perdendo os excessos, os claros e escuros das cores deram lugar aos tons pastéis, transformando-se no Rococó, um estilo de linhas delicadas e frágeis.
No período do Rococó, as mulheres usavam vestidos exagerados nas formas e nas cores pálidas, os decotes mostravam os ombros, deixando a pele alva à mostra, a maquiagem empalidecia os rostos e as perucas com arranjos ultrapassavam a altura de um metro.
NEOCLÁSSICO
A burguesia, em meados do século XVIII, era formada por comerciantes, advogados, magistrados e jornalistas, cujo gosto era mais severo e matemático. O gosto burguês rejeitava o rococó e encontrou mais afinidade no estilo neoclássico.
Os neoclássicos se inspiravam na Grécia antiga, assim como os renascentistas. Os trajes femininos buscavam imitar as deusas gregas, o que mudou por completo a imagem da mulher, que se tornou mais livre, sem os espartilhos e as saias com armações. Finas camisolas presas abaixo do busto, muitas vezes mostrando os seios, caíam livres e transparentes sobre o corpo coberto por uma malha colante. 
ROMANTISMO
Nesse período, a vida era vivida como se fosse um romance: negava-se a razão, tornando-se livre e despojado de regras, entregava-se aos sentimentos, aos quais não podiam resistir. O belo podia ser o caótico, à beleza se misturavam paixão e sentimento, e a feiura não contradizia o belo, mas se tornou sua outra face. A realidade da vida era o cenário para a literatura composta de trágicos romances.
As mulheres voltaram a usar o espartilho, a cintura deveria ser fina, mesmo a custo de duros sacrifícios. Conforme relata Laver (1999), um anúncio da época aconselhava as mães a deitarem suas filhas de bruços no chão para que pudessem colocar os pés em suas costas e ter mais firmeza a fim de puxar os cordões do espartilho de forma necessária.
A aparência saudável se tornou vulgar, a palidez passou a ser admirada pelas mulheres que chegavam a tomar vinagre para parecerem mais pálidas. Era preciso demonstrar-se frágil e dependente do homem, que usava a mulher para demonstrar seu status.
Saiba mais
No limiar do século XX, as saias diminuíram o diâmetro, mas o espartilho continuou a ser utilizado por muito tempo, até que passou a ser questionado em função dos males que causava às mulheres.
Havia mulheres que se gabavam de ter uma cintura tão fina que podia chegar a 16 centímetros de circunferência. Esse excesso de aperto causava problemas nos órgãos internos e deformidade aos ossos da costela. 
A BELEZA NO SÉCULO XX
O espartilho teve seu fim no início do século XX, com a Era Eduardina, para os ingleses, ou Belle Époque, para os franceses. Naquela época, os esportes e os banhos de mar começaram a ser adotados como necessários à boa saúde, a aristocracia deixou os estilistas comandarem a forma de se vestir e de se comportar das mulheres. A pele bronzeada pelo sol passou a ser aceita, uma vez que a estilista Chanel lançou como moda.
Na segunda década do século XX, aconteceu a Primeira Guerra Mundial. Com os homens se ocupando dos campos de batalha, muitas mulheres passaram a levar uma vida mais independente. Tiveram que exercer profissões que antes eram ocupadas pelos homens. As novas profissões possibilitaram às mulheres serem independentes economicamente, o que provocou a libertação também na vida social, fazendo com que elas deixassem de ser apenas acompanhantes e começassem a se movimentar por conta própria.
Passaram a comandar suas vidas, passeavam sozinhas pelas ruas das grandes cidades, conduziam carro próprio e usavam trajes que não lhes limitavam os movimentos, possibilitando trabalhar e praticar desporto. A silhueta feminina assumiu uma forma mais prática e apropriada aos novos tempos:
"Os ideais de beleza modificaram-se completamente nos anos 20. De um momento para o outro, o ideal de beleza feminina, com formas acentuadamente arredondadas, transforma-se dando lugar à silhueta alta e esguia. Estava na moda ter ancas estreitas, peito pequeno, cabeça pequenina e pernas longas, o que levou alguns contemporâneos de renome a comentar que as mulheres estavam a se masculinizar."
(LEHNERT, 2001, p. 21)
O estilista foi o profissional do século XX seguido pelas mulheres como a um ditador, daí a chamada ditadura da moda.
Mas o desenvolvimento da indústria do vestuário, assim como a criação do pronto para vestir, tornou a moda um produto de consumo tão fácil de adquirir como de descartar. Ainda na primeira metade do século XX começaram a surgir outros influenciadores da moda. O cinema, os artistas, a televisão e a música também passaram a ser referência para se vestir e se comportar, conforme Lehnert (2001, p. 84): “Os grandes estilistas tinham deixado de ditar a moda”.
A indústria de cosméticos e produtos de embelezamento em geral também procurou atender a diferentes classes sociais e cresceu vertiginosamente. A beleza se tornou um produto de consumo, podendo ser adquirida por quem pudesse pagar.
Em meados do século XX, a medicina, com grandes avanços na cirurgia plástica, já podia transformar e moldar os corpos conforme o desejo do cliente. Conforme relata Sant’Anna:
"[...] já em 1930, um artigo publicadona Revista da Semana, intitulado A força pela beleza, mostrou fotografias de rostos masculinos e femininos, antes e depois das operações plásticas."
(SANT’ANNA, 2014, p. 87)
Os ideais de beleza oscilaram rapidamente: do tipo andrógeno das décadas de 1920 e 1930 à silhueta equilibrada e proporcional das misses das décadas de 1950 e 1960, à esquálida modelo de passarela dos anos 1970, 1980 e 1990. Exemplos:
O corpo gordo era visto como um problema, uma doença a ser tratada. Segundo Carvalho (2018, p.36), “[...] a medicalização da gordura corrobora a ideia de que intervenções e tratamentos médicos são a única forma legítima para a cura, revelando as estruturas sociais que enfatizam o corpo gordo como inaceitável e legitimam a vinculação dessa visão”, incentivando a busca pelo corpo magro. E as tão magras modelos, que mesmo vítimas de doenças como anorexia, não deixam de ser a fonte de inspiração para as mulheres.
A luta pela liberdade feminina conseguiu avançar muito no século XX, embora não seja uma verdade para todas, pois muitas mulheres ainda se encontram em condições muito precárias em relação à própria sexualidade. No vestuário, a liberdade de usar o que melhor lhes convém já não incomoda tanto, muitas procuram a beleza que melhor lhes satisfaz e se aproximam do grupo social com o qual mais se identificam.
Porém, existem muitas mulheres aprisionadas a padrões de beleza, que ainda não convivem em completa harmonia com seu corpo, com seu sexo e sua vida; novas frentes de luta continuam a fazer parte do cotidiano desta que Lipovestky (1997) chama de terceira mulher.
A BELEZA NA CONTEMPORANEIDADE
No mundo contemporâneo, a aparência tem um papel preponderante na mídia como expressão de interesse mercadológico na venda de produtos associados à beleza física.
Saiba mais
Em muitos anos, a cultura burguesa fortaleceu os padrões de beleza como forma de distinção social, assim como os gostos, como relata Pierre Bourdieu (1983) em sua obra Gostos de classe e estilos de vida. O convívio social privilegia padrões como forma de aceitar alguns e rejeitar outros, tornando facilmente excluídos os que não dominam tais signos.
Seguir um padrão de beleza deveria ser uma opção, uma escolha da pessoa de acordo com suas convicções, seus desejos, afirmações e trajetória de uma vida plena. No entanto, não é o que ocorre, as portas para as pessoas que fogem a esses padrões muitas vezes se fecham e a crença passa a ser naturalizada como se não tivessem sido agraciadas pela natureza. Mesmo que se esforcem, com poucos recursos financeiros e conhecimentos, não conseguem chegar a um padrão aceitável.
Desse modo, as mulheres se sentem constantemente fora dos padrões estabelecidos pela indústria cultural. Além disso, muitas vezes, se veem excluídas do mercado de trabalho em função da aparência, que nem sempre corresponde ao que é esperado pelos empregadores. Por isso, muitas creem que lhes falta beleza, sem perceberem o motivo da discriminação visual sofrida.
Algumas mulheres parecem acreditar que um figurino que enfatize a sua sensualidade é ideal para qualquer tipo de ocasião, enquanto outras usam roupas apenas por uma necessidade de proteção do corpo, sem se importar com a imagem que estão formando sobre si mesmas. Não compreendem como a roupa pode se tornar um facilitador na concorrência cotidiana que cobra uma aparência exemplar.
Mesmo que se esforcem, sem um conhecimento básico, acabam por se tornar representantes de uma estética desfavorável, vistas como feias e de mau gosto por não saberem fazer uso correto e a seu favor da estética visual. Tornam-se constantes vítimas da seleção pela aparência. Essa seleção é encontrada em vários setores da sociedade.
Importante compreender como tais situações são vividas e elaboradas por essas mulheres contemporâneas que são submetidas ao ritmo intenso de consumo da indústria. Baixas autoestima e autoimagem são vividas como uma inadequação. Em função de sua aparência física, essas mulheres, muitas vezes, acabam sendo vítimas de preconceito. Assim, elas se sentem também preteridas no mundo do trabalho e dos desejos.
No entanto, é possível compreender e tirar proveito dos conceitos de beleza para aprender a lidar com a diversidade e não somente aceitá-la, mas conviver com ela sabendo que, em um mundo multicultural, o que conta é a diferença.
"O mimetismo diretivo próprio da moda de cem anos atrás cedeu a um mimetismo de tipo opcional e flexível: imita-se a quem quiser, como se quer; a moda já não é injuntiva; é iniciativa, sugestiva, indicativa. Na época do individualismo consumado, o ‘look’ funciona ‘à la carte’, na mobilidade, no mimetismo aberto."
(LIPOVESTKY, 2009, p. 143)
A moda mais sugestiva e indicativa do que ditadora torna os novos conceitos de beleza mais flexíveis. No entanto, para esses novos conceitos serem construídos por um indivíduo de forma consciente e autônoma, é preciso:
	Conhecimento bem fundamentado, para não cair nas manobras da mídia de interesses dominantes capitalistas, que levarão a pensar que se deve seguir unicamente um modelo.
	Saber que não é indispensável fazer uma dieta a qualquer custo, sem levar em conta os riscos que poderá causar à saúde, como se esta não fosse a base da vida.
	Observar fatores importantes como a genética e etnia, exaltando a própria identidade.
Não é a mídia direcionada pelos dominantes ou a ditadura agonizante da moda de cem anos atrás que deverão ditar o modo de vida ou formar a identidade do indivíduo, fora de sua realidade.
Portanto, a imagem pessoal que se pretende alcançar deve partir do conhecimento do próprio corpo e seus limites, do conhecimento consciente de si mesmo e do meio em que se vive ou almeja conviver, para não deixar que a aparência física seja um motivo de exclusão, mas um motivo para gerar emoções positivas que possibilitem ao indivíduo reconhecer suas capacidades e possibilidades, seu potencial e seu poder.
Parte superior do formulário
Verificando o aprendizado
1. Marque a resposta correta.
I. Hoje em dia a moda é mais sugestiva e indicativa do que ditadora, o que torna os novos conceitos de beleza mais flexíveis.
II. A imagem pessoal que se pretende alcançar, deve partir do conhecimento do próprio corpo e seus limites.
III. O convívio social privilegia padrões como forma de aceitar alguns e rejeitar outros, tornando facilmente excluídos os que não dominam tais signos.
a) I e III estão corretas.
b) Somente a II está correta.
c) Todas estão corretas.
d) I e II estão corretas.
e) Somente a I está correta.
Gabarito comentado
Parabéns! Você acertou!
Resposta correta: letra c.
Embora tenha mudado o conceito de moda, os padrões de beleza ainda persistem na sociedade contemporânea.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. Marque a resposta correta:
I. No mundo contemporâneo, a aparência tem um papel preponderante na mídia como expressão de interesse mercadológico na venda de produtos associados à beleza física.
II. Ao longo dos anos, a cultura burguesa fortaleceu os padrões de beleza como forma de distinção social.
III. A medicalização da gordura corrobora a ideia de que intervenções e tratamentos médicos são a única forma legítima para a cura, revelando as estruturas sociais que enfatizam o corpo gordo como inaceitável.
a) I e III estão corretas.
b) Somente a II está correta.
c) Todas estão corretas.
d) I e II estão corretas.
e) Somente a I está correta.
TONS DE PELE
Segundo Barreto, pesquisador do IBGE:
“Um suplemento da Pesquisa Mensal de Emprego – PME – de 1998, realizada também pelo IBGE, apresenta um leque muito mais variado de cores e raças. A partir de uma pergunta aberta sobre à qual cor/raça a população pertencia, foram encontradas 143 (cento e quarenta e três) autodenominações diferentes, um número realmente expressivo para quem se acostuma com as 5 (cinco) primeiras categorias descritas. Obtivemos, além das usuais utilizadas pelo IBGE, as cores azul/branca, branca escura, bege, encardida, mel, morena mais para amarela, mestiça postiça, roxa, tostada e vermelha, como exemplosda lista divulgada pelo IBGE (PETRUCCELLI, 2000). A aglutinação é, no entanto, válida para estas categorias maiores dentro das 5 (cinco) oficiais.”
Diante da grande diversidade, os fabricantes de cosméticos tentam encontrar, por meio de diversos estudos, uma paleta de cores que possa atender de forma prática a toda clientela brasileira. Veja a seguir as principais tonalidades de peles brasileiras:
O gráfico a seguir apresenta uma estimativa proporcional da população dividida em cinco classificações de cor ou raça:
Saiba mais
O visagismo trabalha com os tons de pele procurando harmonia com a indumentária, os acessórios e a maquiagem, no intuito de valorizar a aparência das pessoas por meio das cores.
CORES
A cor não possui existência material, ela é apenas uma sensação que a luz produz no órgão da visão. Para que exista cor é necessário que exista uma energia, a luz, e um corpo cuja superfície absorve ou reflete toda ou parte da luz incidente.
Os efeitos luminosos capazes de provocar a sensação que denominamos cor se dividem em cor luz e cor pigmento.
CLASSIFICAÇÃO DAS CORES
Cores primárias ou geratrizes
Misturadas em proporções variáveis produzem todas as cores do universo. Por isso, recebem o nome de geratrizes.
Amarelo
Azul Cian
Magenta
Cores secundárias
São as cores formadas da mistura de duas primárias na mesma proporção, ou seja, cinquenta por cento de cada cor primária. Quando variamos as proporções, temos as secundárias intermediárias.
Verde
Laranja
Violeta
A formação das secundárias se processa da seguinte forma:
Amarelo
add
Azul Cian
drag_handle
Verde
Amarelo
add
Magenta
Laranja
Magenta
Azul Cian
drag_handle
Violeta
As secundárias intermediárias formam imensa gama de variações dependendo da proporção das primárias na composição.
Cores terciárias
São as cores formadas por uma primária e uma secundária.
COR PRIMÁRIA
COR SECUNDÁRIA
COR TERCIÁRIA
Amarelo
Laranja
Amarelo-alaranjado
Azul Ciano
Verde
Azul-esverdeado
Azul Ciano
Violeta
Azul-arroxeado
Magenta
Violeta
Magenta-arroxeado
Magenta
Laranja
Magenta-alaranjado
Amarelo
Verde
Amarelo-esverdeado
Cores quentes
São as cores em que predominam o vermelho e o amarelo.
Cores frias
São as cores em que predomina o azul.
Cores complementares
São as cores que mutuamente se neutralizam, resultando na cinza neutra. São opostas no círculo das cores; uma é quente e a outra é fria.
Cores puras
Chamamos cores puras às cores no seu mais alto grau de saturação.
· Cores saturadas ou puras são as que se encontram no centro da escala;
· Clareadas são às quais foi acrescentada a branca;
· Sombreadas são às quais foi acrescentada a preta.
 Fonte: Maraisa Marques
Cores neutras
As cores neutras são branca, preta e os diferentes tons de cinza, além da mistura entre as cores complementares, que também resultam em cores neutras. Possuem como caraterística baixa intensidade, pouco reflexo e pouca energia.
CARACTERÍSTICAS DA COR
Matiz
É o sinônimo de cor e tom.
Luminosidade
É a cor mais a branca.
Saturação
É a cor mais a cinza.
Sombra
É a cor mais a preta.
Cor-chave
É a cor dominante em uma mistura.
Croma ou intensidade
Descreve tom e saturação, mas não brilho.
Valor (luminosidade ou brilho)
É definido em uma escala que vai do claro ao escuro.
TRABALHANDO COM AS CORES
Quando pretendemos trabalhar com cor devemos lembrar que ela é apenas uma sensação que a luz provoca em nossos olhos e que, dependendo da luz incidente em uma superfície, pode nos parecer muito diferente.
A melhor luz para se trabalhar com a cor é sempre a luz do sol. É importante ressaltar que uma cor tem valor bem diferente dependendo da outra cor que está ao seu lado. Dessa forma, devemos tomar alguns cuidados ao analisar um tom de pele, uma vez que precisamos de muita percepção, pois as diferenças são muito sutis.
Atenção
Quando fazemos uma análise, não podemos nos deixar influenciar pelo gosto pessoal. O importante é observar a pele que está sendo analisada. Observar se o rosto pareceu mais iluminado, mais viçoso, ou se pareceu mais duro, com um semblante, mais pesado, com mais sombras.
No momento da análise, três elementos fundamentais devem ser levados em consideração:
O local de trabalho
A cliente
A paleta de cores
PELES BRANCAS
Para analisar a temperatura da cor da pele branca, usamos os lenços bege e o branco.
A cor branca ilumina mais as peles que combinam melhor com as cores frias.
A cor bege ilumina mais as peles que combinam melhor com cores quentes.
Dica
Para você ter mais certeza, poderá aproximar do rosto um acessório prata e depois um dourado. As peles quentes ficam melhor com o ouro enquanto a prata se destaca mais nas peles frias.
Pele inverno
Importante lembrar que a diferença é muito sutil e será necessária muita sensibilidade. Portanto, não se deve deixar influenciar pelo gosto pessoal, mas pela aceitação do tom da pele diante da cor que a envolve. Observe as sombras que delineiam a face e o entorno dos olhos.
Após encontrar a temperatura da cor da pele, analisa-se a tonalidade. Tanto as peles quentes como as frias possuem dois tons, um mais amarelado e outro mais rosado. Então, vamos ao segundo passo:
Como analisar a tonalidade da pele de cor fria.
Usaremos agora os lenços de cor fúcsia e o de cor rosa.
O rosto que se destacar mais com a cor fúcsia é o mais amarelado e ficará muito bem com todos os tons frios e escuros:
· Tons frios avermelhados: carmim, vinho, magenta, pink intenso;
· Tons escuros de azul;
· Tons escuros de verde;
· Tons intensos de roxo;
· Cinzas azulados, esverdeados e roxeados;
· Marrons escuros e frios.
Os visagistas denominam esse tom de pele de pele inverno.
Pele verão
A outra tonalidade mais rosada vai ficar mais iluminada com o lenço de cor rosa. Esse tom de pele combina mais com as cores frias e claras:
· Todos os tons de azul rosa e verde claros;
· Cinza pérola;
· Magenta;
· Framboesa;
· Marrom rosado;
· Amarelo claro;
· Ameixa.
Os visagistas denominam esse tom de pele de pele verão.
Pele primavera
Se a pele analisada incialmente indicou ser uma pele de tonalidade quente, uma vez que ficou mais iluminada próximo ao bege e ao ouro, então, serão usados os lenços de cor tijolo e o de cor pêssego para encontrar os tons.
A cor pêssego deixará mais iluminada as peles claras, mas não tão rosadas. Esse tom de pele vai combinar bem com:
· Todos os amarelos;
· Verdes quentes: musgo, oliva, limão;
· Marrons quentes, terra de siena;
· Todos os tons de bege;
· Pêssego, rosa chá, coral;
· Rosa alaranjado, vermelho alaranjado;
· Azul lavanda.
Os visagistas denominam esse tom de pele de pele primavera.
Pele outono
O outro tom de pele quente ficará bem mais iluminado próximo à cor tijolo. Essa tonalidade de pele é encontrada principalmente em pessoas ruivas.
· Combina com os vermelhos quentes;
· Amarelo dourado e alaranjado brilhante;
· Bege escuro;
· Verde musgo;
· Bronze;
· Marrom claro amarelado;
· Azul jeans;
· Tijolo e ferrugem.
Os visagistas denominam esse tom de pele de pele outono.
Brancas neutras
As peles brancas e neutras fazem parte do grupo que pertence ao tom de pele inverno. Para encontrá-la procede-se da mesma forma que para a pele inverno, porém as cores serão as neutras como os cinzas azulados, esverdeados e roxeados. Marrons escuros e frios.
PELES NEGRAS
O processo de análise é o mesmo das peles brancas.
As peles de tonalidades quentes ficarão melhor junto ao amarelo dourado ou o tijolo enquanto as de tonalidade frias ficaram melhor junto ao vinho ou ao pink.
Peles quentes
Os dois tons que combinam com as cores frias são denominados Calipso e Spike. Vejamos mais detalhes sobre cada um deles:
Calipso
A pele quente que se torna mais iluminada junto ao amarelo dourado, foi denominada pelos visagistas de calipso. Possui as mesmas características da pele primavera e combina com as mesmas cores.
Combina com todas as cores quentes, principalmente as mais luminosas, em que predominam o amarelo dourado e os tons quentes de rosa, como salmão, coral e pêssego. Todos os amarelos;verdes quentes: musgo, oliva, limão; marrons quentes, terra de siena; rosa alaranjado, vermelho alaranjado; azul lavanda.
Spike
Denominada pelos visagistas de spike, é uma cor muito comum no Brasil. Esse tom de pele tem as características da pele de outono, combina com as cores avermelhadas vivas e quentes.
Amarelo dourado e alaranjado brilhante; bege escuro; verde musgo; bronze; marrom claro amarelado; azul jeans; tijolo e ferrugem.
Peles frias
Os dois tons que combinam com as cores frias são denominados blues e jazz.
Dica
· O jazz se ilumina na presença da cor fúcsia;
· O blues fica mais iluminado próximo da cor vinho;
· Os acessórios e joias ficam melhor em prata.
Blues
É o tom mais escuro da pele negra. Combina com as cores frias e vivas, com predominância para o azul, o verde e o carmim.
Jazz
É também uma pele escura, mas não tanto quanto o blues, assemelha-se ao tom de chocolate. Combina com as cores frias e vivas com predominância para o violeta.
Negras neutras
Existem ainda alguns tons de pele que só combinam com as cores neutras. Esses tons de pele tendem aos tons frios e ficam sempre bem com acessórios em prata. Eles são encontradas tanto entre as pessoas negras como entre as pessoas brancas.
Dica
Para identificar as peles negras neutras, os lenços usados são em cores fúcsia e rosa. Esses tons de pele foram denominados de Nilo e Saara.
Nilo
Fica mais iluminada próximo ao rosa. Esse tom de pele é bastante claro, quase marfim. É uma cor neutra com muita proximidade com os tons frios. As cores que melhor combinam são as neutras, claras e frias, os tons de cinza azulado e marrom esverdeado.
Saara
É um tom de pele bastante claro, um pouco amarelado, mas voltado aos tons frios. As cores que combinam com esse tom de pele são as neutras com predominância para o magenta, o roxo, verdes e amarelos bem claros e os tons de bege.
Parte superior do formulário
Verificando o aprendizado
1. Marque a resposta correta.
I. A melhor luz para se trabalhar com a cor é sempre a luz do sol.
II. A luz não interfere na tonalidade de uma cor.
III. Uma cor pode parecer bem diferente dependendo da outra cor que está ao seu lado.
IV. A cor é apenas uma sensação que a luz provoca em nossos olhos.
V. A cor pigmento é a cor das tintas e maquiagem.
a) I, III e V estão corretas.
b) I, II, III e V estão corretas.
c) I e V estão corretas.
d) I e III estão corretas.
Gabarito comentado
Parabéns! Você acertou!
Resposta correta: letra a.
A cor não existe materialmente, ela é apenas uma sensação que a luz provoca em nossos olhos. Uma cor pode ter valores muito diferentes de acordo com a outra cor que se encontra ao seu lado.
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
2. Marque a resposta correta:
I. As peles negras de tonalidades quentes ficam melhor junto ao amarelo dourado ou o tijolo.
II. As peles negras de tonalidades frias ficam melhor junto ao vinho ou ao pink.
III. A pele negra e quente que se torna mais iluminada junto ao amarelo dourado, foi denominada pelos visagistas de calipso.
a) II e III estão corretas.
b) Somente a II está correta.
c) Todas estão corretas.
d) I e II estão corretas.
e) Somente a I está correta.
gabarito comentado
Parabéns! Você acertou!
Resposta correta: letra c.
As peles quentes combinam com acessórios dourados e ficam bem com as cores vivas e quentes.
Parte inferior do formulário

(Fonte: Didecs / Shutterstock)
Vimos neste tema que o visagismo procura encontrar harmonia com a aplicação de técnicas simples para o alcance de um melhor conhecimento de si mesmo e do seu corpo.
Falamos também sobre como o conceito de beleza muda de acordo com a época e a sociedade, constituindo-se, portanto, de um produto cultural.
Por último, falamos sobre as cores e os tons de pele de acordo com a diversidade da miscigenação brasileira. Vimos que o visagismo trabalha com os tons de pele procurando harmonia deles com a indumentária, os acessórios e a maquiagem, no intuito de valorizar a aparência das pessoas por meio das cores

Continue navegando