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Prévia do material em texto

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9
Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO 
 DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS 
UNVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ 
 
 
 
 
 Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013 
Título: A LEITURA PARA ALUNOS DA EJA: Com foco para a formação do leitor 
- 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental 
Autor: Mariam Fouani 
Disciplina/Área: Língua Portuguesa 
Escola de Implementação do 
Projeto e sua localização: 
 CEEBJA Mandaguaçu 
Município da escola: Mandaguaçu 
Núcleo Regional de Educação: Maringá 
Professor Orientador: Roselene de Fátima Coito 
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Maringá 
Relação Interdisciplinar: 
Resumo: 
 
O presente trabalho tem como título 
“A LEITURA PARA ALUNOS DA EJA: Com 
foco para a formação do leitor - 6° ao 9° ano 
do Ensino Fundamental”, visto que são alunos 
que, na maioria, ficaram muito tempo fora da 
escola por diversos motivos e somente agora 
retornaram. Pretende-se então, com este 
estudo, melhorar os conhecimentos 
referentes ao processo de ensino-
aprendizagem no que tange à leitura, visto 
que a leitura é o ponto de partida para outros 
entendimentos, pois sem uma boa leitura não 
há interpretação, e sem interpretação não 
existe nem êxito escolar e nem leitor 
proficiente. 
Palavras-chave: Jovens e Adultos; Formação; Leitor. 
Formato do Material Didático: Sequência didática 
Público: 
 
 Alunos do 6° ao 9° ano do ensino 
 fundamental da EJA. 
2 
 
MATERIAL DIDÁTICO DA LEITURA PARA ALUNOS DA EJA: Com 
foco para a formação do leitor - 6° ao 9° ano do Ensino 
Fundamental 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
O trabalho que será apresentado tem como finalidade desenvolver o material 
que será utilizado na produção didático-pedagógica na leitura para os alunos da 
EJA, com foco para formação do leitor do 6° ao 9° ano do ensino fundamental. 
Tendo como objetivos, além de proporcionar aos alunos de EJA atividades 
que estimulem a compreensão leitora por meio de estratégias de leitura, amenizar 
as dificuldades que os alunos da EJA encontram na leitura; orientar o aluno de como 
a leitura está associada às outras áreas de ensino; utilizar várias estratégias de 
leitura que possibilitem ao educando a compreensão, interpretação e reflexão sobre 
os temas lidos; propiciar momentos de leitura em que o aluno seja capaz de pensar 
criticamente e, destacar a importância da leitura e seus possíveis desdobramentos 
na escrita. 
Por ser um tema que contém certa relevância, a leitura para os alunos da 
EJA configura-se com um problema de grande repercussão para a vida escolar 
deste estudante, pois pelo fato desses alunos serem alfabetizados não significa que 
eles tenham contato e experiência com a leitura, entretanto. A leitura pensada neste 
projeto, refere-se aos textos literários disponíveis em contos pré-selecionados. E os 
questionamentos são: 
Existe a compreensão quando o aluno lê um texto? Quais as dificuldades na 
interpretação da leitura que este aluno tem? Por que, muitos dos alunos de EJA 
leem, mas não compreendem? 
Questões como as expostas acima configuram a problematização deste 
trabalho, que se volta para a questão da leitura para este público específico e para 
as estratégias que podem amenizar o problema. 
Cabe ressaltar que existe uma procura muito grande por parte de jovens e 
adultos com relação ao retorno aos estudos, visto que houve uma evasão escolar 
muito grande há tempos atrás, provocada por diversos problemas, uns relacionados 
ao trabalho, outros às questões financeiras, alguns por questões familiares, enfim, 
3 
 
por questões variadas, porém, com esta mudança no contexto social atual, esses 
alunos estão retomando seus estudos devido às exigências impostas pelo mercado 
de trabalho, e mesmo tendo que enfrentar algumas dificuldades, acreditamos que 
esses alunos podem vencer os obstáculos encontrados e alcançar um nível de 
leitura satisfatório. Assim, este trabalho será direcionado aos alunos que estão há 
muito tempo fora da escola e que precisam ter contato e compreensão da leitura de 
textos literários, os quais poderão proporcionar atividades que possam estimular a 
compreensão leitora por meio de estratégias de leitura. 
Vale lembrar que estes alunos, trazem consigo uma bagagem muito grande 
de vida. Para isso, faz-se necessário uma leitura contextualizada e diferenciada para 
que possam fazer uma conexão com sua vivência diária e que assim agucem sua 
curiosidade. 
No que tange à interpretação de texto, os alunos da EJA enfrentam algumas 
dificuldades como, por exemplo, a seleção vocabular, sintaxe, utilização de 
metáforas, desconhecimento de termos técnicos, falta ou excesso de imagens, 
textos fragmentados que comprometem a compreensão do texto, entre outros. E 
com relação ao texto literário, devido à sua complexidade composicional, 
acreditamos ser o de maior valia para o pleno desenvolvimento da leitura e, 
consequentemente, da escrita. 
Este estudo apresenta uma proposta que pode servir como base de estudos 
para profissionais da área. Serão discutidos conceitos referentes à leitura para o 
ensino supletivo, com foco para estudantes do 6° ao 9° ano do ensino fundamental. 
A escolha do tema – leitura – foi de agrado, visto que a mesma leva o aluno fazer 
uma abstração entre o real e o imaginário, pois pode ser através da leitura que o 
indivíduo sente-se vivo e consegue enxergar emoções que nem sempre conseguem 
ver no dia a dia. 
 Pretende-se então, com este estudo, melhorar os conhecimentos referentes 
ao processo de ensino-aprendizagem no que tange à leitura, visto que a leitura é o 
ponto de partida para outros entendimentos, pois sem uma boa leitura não há 
interpretação, e sem interpretação não existe êxito escolar. Um indivíduo que lê, 
consegue desenvolver de forma mais ágil seu intelecto, pode ser mais criativo, 
crítico, desenvolve seu lado social e político, mantém-se atualizado, ajuda na 
definição de ideias, enriquece o vocabulário, imaginação e a forma de expressar-se, 
4 
 
ou seja, a leitura preenche lacunas do nosso conhecimento. Segundo Orlandi 
(2001a, p.9), “a leitura, portanto, não é uma questão de tudo ou nada, é uma 
questão de natureza, de condições, de modos de relação, de trabalho, de produção 
de sentidos, em uma palavra: historicidade”. 
Cabe ressaltar também a questão da leitura enquanto discurso que 
compõem a história de leitura dos sujeitos. Ora, não é possível ancorar a leitura 
apenas a um tipo de discurso (científico, filosófico, jornalístico etc.) ou gênero de 
discurso (por exemplo, instrução técnica, carta, receita, história em quadrinhos). 
Somos frequentemente alvos de diversos deles em nosso cotidiano, os quais 
conduzem a relação entre o discurso, o texto e o objetivo que nos levam até ele, na 
medida em que compõem o conjunto de leitura de cada leitor (ORLANDI 2001a). 
Desta forma, entendemos que a prática de leitura se constitui na sociedade 
por uma relação histórica entre os sujeitos e os sentidos, em um espaço constituído 
entre o discurso e o texto, onde jogam diferentes gestos de interpretação. Assim, a 
leitura pode ser vista como um: 
 
trabalho simbólico no espaço aberto de significação que aparece quando há 
textualização do discurso. Há, pois, muitas versões de leitura possíveis. São 
vários os efeitos-leitor produzidos a partir de um texto, são diferentes 
possibilidades de leitura que não se alternam (ORLANDI, 2001b, p. 71). 
 
Com foco na perspectiva de enfrentamento dos problemas cotidianos 
relacionados à leitura para alunos da EJA, entendendo que são alunos que estão há 
muitotempo fora do ambiente escolar, o objetivo é desenvolver um trabalho voltado 
para esta realidade. 
 
 
A TRAJETÓRIA DO ENSINO SUPLETIVO 
 
Como o público alvo deste estudo é o ensino supletivo, mais conhecido com 
EJA, se faz necessário saber um pouco mais sobre esta modalidade de ensino. A 
EJA não é recente no Brasil. Conforme Santos: 
 
Pode-se afirmar que, desde a chegada dos portugueses ao Brasil, o ensino 
5 
 
do ler e escrever aos adultos indígenas, ao lado da catequese constituiu-se 
de uma ação prioritária no interior do processo de colonização (SANTOS, 
2008 p. 1). 
 
De acordo com Paiva (1973), a EJA no Brasil tem sua trajetória desde a 
catequização dos indígenas, alfabetização e transmissão da língua portuguesa no 
Brasil. 
Já no início da industrialização no Brasil, a EJA passa por algumas 
transformações, como podemos ver em Lopes: 
 
Com a vinda de D. João VI para o Brasil, em janeiro de 1808, retoma-se o 
processo de desenvolvimento industrial a partir da permissão de abertura de 
novas fábricas, inaugurando-se dessa forma uma nova era para o setor de 
aprendizagem profissional. [...] 
A solução encontrada na época foi a aprendizagem compulsória, que 
consistia em ensinar ofícios às crianças e aos jovens, que na sociedade não 
tivessem outra opção, como era o caso dos órfãos e desvalidos, que eram 
encaminhados pelos juízes e pela Santa Casa de Misericórdia aos arsenais 
militares e da marinha [...] (LOPES, 2000 p. 207). 
 
No entanto, neste período este sistema de ensino era restrito para as 
mulheres, porém, após muitas mudanças, em 1988 com a Constituição Brasileira a 
educação passou a ser obrigatória para todos os cidadãos conforme o artigo: 
“ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive sua oferta garantida para todos 
os que a ele não tiveram acesso na idade própria”. (Constituição Federal de 1988 – 
Artigo 208). 
A partir da década de 1960, a alfabetização de jovens e adultos, foi 
composta de vários movimentos que visavam a educação e cultura popular, nas 
quais citam-se: MEB (Movimento de Educação de Base); MCP (Movimento de 
Cultura Popular); CPC (Centro Popular de Cultura) e CEPLAR (Campanha de 
Educação Popular). Neste período de golpe militar muitos movimentos foram 
extintos devido a questões políticas. 
Durante o regime militar surge o MOBRAL. Mas logo após a queda do 
regime militar o MOBRAL foi substituído pela Fundação EDUCAR. 
A Fundação EDUCAR surgiu em 1985, como substituta do MOBRAL. O 
estatuto, porém só foi estabelecido pelo Decreto nº 92.374, de 6 de fevereiro de 
1986, onde todos os bens do MOBRAL foram transferidos para a EDUCAR. 
As diferenças mais marcantes entre o MOBRAL e a EDUCAR foram: 
 A EDUCAR estava dentro das competências do MEC; 
6 
 
 Promovia a execução dos programas de alfabetização por meio do “apoio 
financeiro e técnico às ações de outros níveis de governo, de organizações 
não 
governamentais e de empresas” (Parecer CNE/CEB n.º 11/2000) e; 
 Tinha como especialidade à “educação básica”. 
A EDUCAR foi extinta em 1990 pelo então governo Collor. (BRASIL. 
Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n.º 
11/2000. Brasília, 2000). 
 Com a LDB 9394/96, a nomenclatura Ensino Supletivo passa para EJA.Com o 
Parecer CEB/CNE 11/2000 que baseou a Resolução do CNE de Diretrizes 
Curriculares para a EJA, são enfatizadas as mudanças da nomenclatura de ensino 
supletivo para EJA, o direito público subjetivo dos cidadãos à educação, as funções: 
reparadora; equalizadora e qualificadora, assim como distingue a EJA da aceleração 
de estudos, concebe a necessidade de contextualização do currículo e dos 
procedimentos pedagógicos e aconselha a formação específica dos educadores 
(PAIVA, 1983). 
Entretanto, a EJA ganhou notoriedade e mais espaço quando Paulo Freire e 
outros estudiosos passaram a discutir a importância deste sistema de ensino. Em 
decorrência disso, a EJA começa a definir sua identidade com o objetivo de erradicar 
o analfabetismo. 
 Este material didático baseia-se nos conceitos de tipologia textual e gêneros 
textuais, para tal, faz-se necessário a compreensão de ambos. 
 
 
TIPOLOGIA TEXTUAL 
 
De acordo com Marcuschi, a tipologia textual designa uma espécie de 
sequência definida pela natureza linguística de sua composição (Marcuschi, 2002 p. 
22). Os tipos de tipologia textual são a narração, argumentação, exposição, 
descrição e injunção. 
Já Travaglia (1991), descreve tipologia textual como aquilo que pode instaurar 
um modo de interação, interlocução que podem variar de acordo com as 
perspectivas. 
7 
 
 Kaufman e Rodrigues (1995) complementam dizendo que: 
 
Há a preocupação em estabelecer tipologias de texto. Em geral, a 
necessidade de estabelecer tipologias claras e concisas estabelece, 
fundamentalmente, à intenção de facilitar a produção e a interpretação de 
todos os textos que circulam em um determinado ambiente social. 
Existe consenso em classificar e designar esses textos a partir de certas 
características comuns, as quais justificam incluí-las em uma mesma 
categoria. Cada uma destas características admite variedades: destacamos 
como critérios pertinentes as funções da linguagem e as tramas que 
predominam na construção dos textos (KAUFMAN e RODRIGUES 1995 p. 
11 e 12). 
 
 
GÊNEROS TEXTUAIS 
 
Gênero Textual para Marcuschi pode ser definido como uma noção vaga 
para os textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam 
características sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades 
funcionais, estilo e composição característica. 
De acordo com Travaglia (1991), o gênero textual se caracteriza por exercer 
uma função social específica. Para ele, estas funções sociais são pressentidas e 
vivenciadas pelos usuários. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que 
gênero usar em momentos específicos de interação, de acordo com a função social 
dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que ele pode apresentar 
características que farão com que ele “funcione” de maneira diferente. Assim, 
escrever um e-mail para um amigo não é o mesmo que escrever um e-mail para 
uma universidade, pedindo informações sobre um concurso público, por exemplo. 
 
Para Nicola (1991): 
 
São textos que se realizam por uma (ou mais de uma) razão 
determinada em uma situação comunicativa (um contexto) para promover 
uma interação específica. Trata-se de unidades definidas por seus 
conteúdos, suas propriedades funcionais, estilo e composição organizados 
em razão do objetivo que cumprem na situação comunicativa (NICOLA, 
1991 p. 71). 
 
 
 
8 
 
NARRATIVA 
 
Entende-se como narrativa: 
 
[...] discurso capaz de evocar, através da sucessão de fatos, um mundo 
dado como real ou imaginário, situado num tempo e num espaço 
determinados. Na narrativa distingue-se a narração (construção verbal ou 
visual que fala do mundo) da diegese (mundo narrado, ou seja, ações, 
personagens, tempos). Como uma imagem, a narrativa põe diante de 
nossos olhos, nos apresenta, um mundo (SODRÉ, 1988 p.75). 
 
De acordo com Cardoso na narrativa: 
 
Dependendo de como se dá o modo da narrativa, os textos literários são 
classificáveis em gêneros distintos, tais como a epopéia, o romance e o 
drama. Esses tipos textuais apresentam uma estrutura particular, isto é, os 
fatos de que se constitui uma narrativa são apresentados numa certa 
organização (seqüência), localizam-se num espaço e numa época 
identificáveis no texto e deles participam os personagens (CARDOSO, 2001 
p. 35). 
 
 
 
CONTO 
 
 O conto pode ser entendido como uma narrativa única que gira ao redor de 
uma só célula de ação, externa (com deslocamento espaço-temporal) ou interna 
(espaço-tempo mental ou psicológico); ou seja, todos os elementos do enredo 
convergem para um mesmo e único ponto. O conto pode enfatizar o desenrolar da 
ação; pode enfatizar o desenvolvimento das personagens;pode enfatizar o cenário 
ou clima onde se desenrola a ação; ou pode enfatizar uma emoção, um conceito ou 
ideia. 
 
 
PROPOSTA DO MATERIAL DIDÁTICO 
 
 A unidade temática é a narrativa e para ilustrar foram utilizados os seguintes 
tipos de textos: 
9 
 
 Música narrativa; 
 Poema narrativo; 
 Crônica; 
 Contos literários; 
 Leitura de telas; 
 
 
OBJETIVOS DO MATERIAL DIDÁTICO 
 
 Apresentar a narrativa; 
 Apresentar os gêneros textuais narrativos; 
 Mostrar como esses gêneros fazem parte do dia-a-dia; 
 Aproximar o autor/leitor através de estratégias de leitura; 
 Promover a compreensão linguística e compreensão do tema; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
MATERIAL DIDÁTICO 
 
Esta primeira etapa será um momento de discussão; tem como objetivo a 
sondagem para levantamento das opiniões dos alunos sobre leitura, provocar um 
debate em sala, seguindo as questões abaixo: 
 
1. Para você, o que significa ler? 
2. Costuma fazer leitura? Com que frequência? De que tipo de texto? 
3. Você compreende todos os textos que lê? Por que você acha que isso 
acontece? 
4. Para que lemos? 
5. Que outros tipos de leitura, além do texto escrito, costumamos fazer 
diariamente? 
6. Para você, qual função da escola a respeito disso? 
 
 
 
Professor: Mediar a discussão para 
esclarecer que a leitura, além de prazer, 
aquisição de informações e outras hipóteses 
levantadas neste primeiro momento, é 
formadora do discurso e que percebam 
como as estratégias de leitura são 
importantes para ajudar o leitor na 
compreensão dos textos. 
 
 
Na sequência, serão apresentados aos alunos três textos de gêneros 
textuais diferentes, porém todos narrativos. Os mesmos receberão uma cópia de 
cada texto. 
 
 
 
11 
 
PRIMEIRO TEXTO: POEMA NARRATIVO 
 
JOSÉ 
 
E agora, José? 
A festa acabou, 
a luz apagou, 
o povo sumiu, 
a noite esfriou, 
e agora, José? 
você que é sem nome, 
que zomba dos outros, 
você que faz versos, 
que ama, protesta? 
e agora, José? 
 
Está sem mulher, 
está sem discurso, 
está sem carinho, 
já não pode beber, 
já não pode fumar, 
cuspir já não pode, 
a noite esfriou, 
o dia não veio, 
o bonde não veio, 
o riso não veio, 
não veio a utopia 
e tudo acabou 
e tudo fugiu 
e tudo mofou, 
e agora, José? 
 
E agora, José? 
Sua doce palavra, 
seu instante de febre, 
sua gula e jejum, 
sua biblioteca, 
sua lavra de ouro, 
seu terno de vidro, 
sua incoerência, 
seu ódio - e agora? 
 
Com a chave na mão 
quer abrir a porta, 
não existe porta; 
quer morrer no mar, 
mas o mar secou; 
quer ir para Minas, 
12 
 
Minas não há mais. 
José, e agora? 
 
Se você gritasse, 
se você gemesse, 
se você tocasse 
a valsa vienense, 
se você dormisse, 
se você cansasse, 
se você morresse… 
Mas você não morre, 
você é duro, José! 
 
Sozinho no escuro 
qual bicho-do-mato, 
sem teogonia, 
sem parede nua 
para se encostar, 
sem cavalo preto 
que fuja a galope, 
você marcha, José! 
José, pra onde? 
 
(Carlos Drummond de Andrade) 
Fonte: José de Nicola/Ulisses Infante. Português – Palavras e Ideias. 7ª série. 1991. 
Editora Scipione. P. 42 e 43. 
 
 
QUESTIONAMENTO 
 
a) Você acha que José é uma pessoa específica? 
b) Quem é ele? 
c) Quem José do poema representa? 
d) Como você o descreveria? 
e) Qual é o tema do poema? 
f) Qual parte do poema chamou mais a atenção? 
g) Dê sua opinião a respeito do nome “José” escolhido pelo autor. 
 
 
13 
 
Professor: Comente a estrutura do texto em 
verso. Explore a temática do poema e quem 
José representa. 
 
 
Sugestão: A leitura deste poema poderá ser 
feita pelo professor em voz alta, para que os 
alunos percebam a entonação de voz e a 
dramaticidade do tema. 
 
 
SEGUNDO TEXTO: CRÔNICA 
 
“TELEVISÃO PARA DOIS” 
 
Ao chegar ele via uma luz que se coava por baixo da porta para o corredor às 
escuras. Era enfiar a chave na fechadura e a luz se apagava. Na sala, punha a mão 
na televisão, só para se certificar: quente, como desconfiava. Às vezes ainda 
pressentia movimento na cozinha: 
 
 - Etelvina, é você? 
 
 A preta aparecia, esfregando os olhos: 
 
 - Ouvi o senhor chegar... Quer um cafezinho? 
 
 Um dia ele abriu o jogo: 
 
 - Se você quiser ver televisão quando eu não estou em casa, pode ver à 
vontade. 
 
 - Não precisa não, doutor. Não gosto de televisão. 
 
 - E eu muito menos. 
 
 Solteirão, morando sozinho, pouco parava em casa. A pobre da cozinheira 
metida lá no seu quarto o dia inteiro, sozinha também, sem ter muito que fazer... 
 
 Mas a verdade é que ele curtia o seu futebolzinho aos domingos, o noticiário 
14 
 
todas as noites e mesmo um ou outro capítulo da novela, “só para fazer sono”, como 
costumava dizer: 
 
 - Tenho horror de televisão. 
 
 Um dia Etelvina acabou concordando: 
 
 - Já que o senhor não se incomoda... 
 
 Não sabia que ia se arrepender tão cedo: ao chegar da rua, a luz azulada sob 
a porta já não se apagava quando introduzia a chave na fechadura. A princípio ela 
ainda se erguia da ponta do sofá onde ousava se sentar muito erecta: 
 
 - Quer que eu desligue, doutor? 
 
 Com o tempo, ela foi deixando de se incomodar quando o patrão entrava, mal 
percebia a sua chegada. E ele ia se refugiar no quarto, a que se reduzira seu espaço 
útil dentro de casa. Se precisava vir até a sala para apanhar um livro, mal ousava 
acender a luz: 
 
 - Com licença... 
 
 Nem ao menos tinha mais liberdade de circular pelo apartamento em trajes 
menores, que era o que lhe restava de comodidade, na solidão em que vivia: a 
cozinheira lá na sala a noite toda, olhos pregados na televisão. Pouco a pouco ela 
se punha cada vez mais à vontade, já derreada no sofá, e se dando mesmo ao 
direito de só servir o jantar depois da novela das oito. Às vezes ele vinha para casa 
mais cedo, especialmente para ver determinado programa que lhe haviam 
recomendado, ficava sem jeito de estar ali olhando ao lado dela, sentados os dois 
como amiguinhos. Muito menos ousaria perturbá-la, mudando o canal, se o que lhe 
interessava estivesse sendo mostrado em outra estação. 
 
 A solução do problema lhe surgiu um dia, quando alguém, muito espantado 
que ele não tivesse televisão em cores, sugeriu-lhe que comprasse uma. 
 
 - Etelvina, pode levar essa televisão lá para o seu quarto, que hoje vai chegar 
outra para mim. 
 
 - Não precisava, doutor – disse ela, mostrando os dentes, toda feliz. 
 
 Ele passou a ver tranquilamente o que quisesse na sua sala, em cores e, o que 
era melhor, de cuecas – quando não inteiramente nu, se bem o desejasse. 
 
 Até que uma noite teve a surpresa de ver luz por debaixo da porta, ao chegar. 
Nem bem entrara e já não havia ninguém na sala, como antes – a televisão ainda 
quente. Foi à cozinha a pretexto de beber um copo d´água, esticou um olho lá para o 
quarto na área: a luz azulada, a preta entretida com a televisão certamente recém-
ligada. 
 
 - Não pensa que me engana, minha velha – resmungou ele. 
15 
 
 Aquilo se repetiu algumas vezes, antes que ele resolvesse acabar com o 
abuso: afinal, ela já tinha a dela, que diabo. Entrou uma noite de supetão e flagrou a 
cozinheira às gargalhadas com um programa humorístico. 
 
 -Qual é, Etelvina? A sua quebrou? 
 
 Ela não teve jeito senão confessar, com um sorriso encabulado: 
 
 - Colorido é tão mais bonito... 
 
 Desde então a dúvida se instalou no seu espírito: não sabe se despede a 
empregada, se lhe confia o novo aparelho e traz de volta para a sala o antigo, se 
deixa que ela assista a seu lado aos programas em cores. 
 
 O que significa praticamente casar-se com ela, pois, segundo a mais nova 
concepção de casamento, a verdadeira felicidade conjugal consiste em ver televisão 
a dois. 
 
 
FONTE: Fernando Sabino. In. Para gostar deler, vol 13. São Paulo. Ática, 1994. 
 
 
 
Sugestão: Poderá ser feita uma leitura 
teatralizada: alunos representando o 
narrador e os personagens, para que 
percebam as vozes do discurso. Explorar a 
estrutura da crônica e o tema a hierarquia 
social. 
 
 
TERCEIRO TEXTO: MÚSICA 
 
“EDUARDO E MÔNICA” 
 
Quem um dia irá dizer 
Que existe razão 
Nas coisas feitas pelo coração? 
E quem irá dizer 
Que não existe razão? 
 
16 
 
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar: 
Ficou deitado e viu que horas eram 
Enquanto Mônica tomava um conhaque, 
No outro canto da cidade, 
Como eles disseram 
 
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer 
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer 
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse: 
 -Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir. 
Festa estranha, com gente esquisita: 
- Eu não estou legal. Não aguento mais birita. 
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais 
Sobre o boyzinho que tentava impressionar 
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa: 
- É quase duas, eu vou me ferrar. 
Eduardo e Mônica trocaram telefone 
Depois telefonaram e decidiram se encontrar. 
O Eduardo sugeriu uma lanchonete 
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard. 
Se encontraram então no parque da cidade: 
A Mônica de moto e o Eduardo de camelo. 
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar 
Mas a menina tinha tinta no cabelo. 
Eduardo e Mônica eram nada parecidos 
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis. 
Ela fazia Medicina e falava alemão 
E ele ainda nas aulinhas de inglês. 
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, 
De Van Gogh e dos Mutantes, 
De Caetano e de Rimbaud 
E o Eduardo gostava de novela 
E jogava futebol-de-botão com seu avô. 
Ela falava coisas sobre o Planalto Central, 
Também magia e meditação. 
E o Eduardo ainda estava 
No esquema “escola-cinema-clube-televisão”. 
 
E, mesmo com tudo diferente, 
Veio mesmo, de repente, 
Uma vontade de se ver 
E os dois se encontravam todo dia 
E a vontade crescia, 
Como tinha de ser. 
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, 
Teatro, artesanato, e foram viajar. 
A Mônica explicava pro Eduardo 
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar. 
17 
 
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer 
E decidiu trabalhar; 
E ela se formou no mesmo mês 
Que ele passou no vestibular. 
E os dois comemoraram juntos 
E também brigaram juntos, muitas vezes depois. 
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa, 
Que nem feijão com arroz. 
Construíram uma casa há uns dois anos atrás, 
Mais ou menos quando os gêmeos vieram 
Batalharam grana, seguraram legal 
A barra mais pesada que tiveram. 
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília 
E a nossa amizade dá saudade no verão. 
Só que nessas férias, não vão viajar 
Porque o filhinho do Eduardo 
Tá de recuperação. 
E quem um dia irá dizer 
Que existe razão 
Nas coisas feitas pelo coração? 
E quem irá dizer 
Que não existe razão? 
Renato Russo. In Legião Urbana, Dois. EMI-ODEON, 1996. 
 
FONTE: FRASCOLLA, Ana. Lendo e interferindo: 7ª série. São Paulo. Moderna, 
1999. p. 52, 53 e 54. 
 
 
QUESTIONAMENTO: 
 
a) Quem são as pessoas que “vivem” essa história? 
b) Compare as características, gostos e hábitos de cada pessoa do texto. 
c) Qual o tema principal da canção? 
d) Grife no texto as expressões informais. 
e) Para você “existe razão nas coisas feitas pelo coração”? Comente. 
 
 
 
 
18 
 
 
Professor: Para ouvir a música acesse o 
site vagalume. Antes de ouvi-la, perguntar 
quem já conhecia a canção e a banda. Após 
escutar a música, fazer oralmente uma 
breve interpretação seguindo o 
questionamento. 
 Comentar com os alunos as 
personalidades mencionadas no texto 
(Godard, Bandeira, Bauhaus, Van 
Gogh, Mutantes, Caetano, Rimbaud). 
 Discuta com os alunos a diferença de 
idade entre o Eduardo e a Mônica; a 
visão que a sociedade tem diante 
desse tipo de relacionamento. 
 
 
 
A leitura desses textos tem como objetivo ilustrar a presença da narrativa em 
nosso cotidiano. 
 
 
 
Professor: Explicar aos alunos a diferença 
entre tipologia textual e gêneros literários. 
Apresentar as características que fazem um 
texto ser considerado literário ou não-
literário. 
 
 
 
 
19 
 
DEFINIÇÃO DE TIPOLOGIA TEXTUAL 
 
TIPOLOGIA TEXTUAL 
 
Há a preocupação em estabelecer tipologias de texto. Em geral, a 
necessidade de estabelecer tipologias claras e concisas estabelece, 
fundamentalmente, intenção de facilitar a produção e a interpretação de todos os 
textos que circulam em um determinado ambiente social. 
Existe consenso em classificar e designar esses textos a partir de certas 
características comuns, as quais justificam incluí-las em uma mesma categoria. 
Cada uma destas características admite variedades: destacamos como critérios 
pertinentes as funções da linguagem e as tramas que predominam na construção 
dos textos. 
 
FONTE: KAUFMAN, A. M. RODRIGUES, M. H. Escola, leitura e produção de textos. 
Trad. Inajara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995 p. 11 e 12. 
 
 
GÊNERO LITERÁRIO 
 
“A literatura é a arte que se manifesta pela palavra, seja ela falada ou escrita. 
Quanto à forma, o texto pode apresentar-se em prosa ou verso. Quanto ao 
conteúdo, estrutura e, segundo os clássicos, conforme a “maneira da imitação”, 
podemos enquadrar as obras literárias em três gêneros: o lírico, quando um “eu” nos 
passa uma emoção, um estado; o dramático, quando ‘atores, num espaço especial, 
apresentam, por meio de palavras e gestos, um acontecimento’; o épico, quando 
temos um narrador (este último gênero inclui todas as manifestações narrativas, 
desde o poema épico até o romance, a novela, o conto). Essa divisão tradicional em 
três gêneros literários originou-se na Grécia clássica, com Aristóteles, quando a 
poesia era a forma predominante da literatura”. 
 
FONTE: NICOLA, José. Língua, literatura & redação. Volume 1. Editora Scipione: 
São Paulo. 1991. p.70. 
20 
 
APRESENTAÇÃO DO GÊNERO CONTO 
 
Este momento do trabalho tem como objetivo analisar o conhecimento prévio dos 
alunos sobre o gênero conto. Começaremos oralmente com o segundo 
questionamento: 
 
1. O que é conto para você? 
2. Já leu, ouviu contos? Em quais circunstâncias? 
3. Você se lembra de algum conto que marcou um momento de sua vida? 
Relate. 
 
 
 
Professor: Espera-se que os alunos 
lembrem-se de histórias que marcaram a 
infância: Contos de fadas, assombração. 
Pela presença de estudantes adultos, é 
provável que alguns lembrem de causos 
contados pelos antigos. 
 
 
GÊNEROS TEXTUAIS 
 
“São textos que se realizam por uma (ou mais de uma) razão determinada em 
uma situação comunicativa (um contexto) para promover uma interação específica. 
Trata-se de unidades definidas por seus conteúdos, suas propriedades funcionais, 
estilo e composição organizados em razão do objetivo que cumprem na situação 
comunicativa”. 
 
FONTE: NICOLA, José. Língua, literatura & redação. Volume 1. Editora Scipione: 
São Paulo. 1991. p.71. 
 
“Narrar é contar uma história, um caso; é situar acontecimentos e personagens no 
21 
 
tempo e no espaço, relatar o que ocorreu ou o que poderia ter ocorrido; é repartir 
com o outro as histórias de nossa história”. (FRASCOLLA, Anna. Lendo e 
Interferindo: 7ª série. São Paulo: Moderna, 1999). 
 
 
GÊNERO NARRATIVO 
 
Gênero narrativo: “O gênero narrativo é visto como uma variante do gênero épico, 
enquadrando, neste caso, as narrativas em prosa. Dependendo da estrutura, da 
forma e da extensão, as principais manifestações narrativas são o romance, a 
novela, o conto, a crônica e a fábula”. 
 
FONTE: NICOLA, José. Língua, literatura & redação. Volume 1. Editora Scipione: 
São Paulo. 1991. p.73. 
 
 
O CONTO 
 
 É uma obra de ficção que cria um universo de seres e acontecimentos, de 
fantasia ou imaginação. O conto apresenta um narrador, personagens, ponto de 
vista e enredo. 
 Há várias fases do conto.A primeira fase é a oral a qual não é possível precisar o seu início: o conto se 
origina num tempo em que nem se quer existia a escrita; as histórias eram narradas 
oralmente ao redor de fogueiras das habitações dos povos primitivos. Por isso o 
suspense, o fantástico que o caracterizou. 
 A primeira fase escrita iniciou-se com os egípcios, depois a Bíblia com vários 
episódios com a estrutura do conto. 
 Por volta do século XIX o conto “decola” através da imprensa escrita, toma 
força e se moderniza. 
 
FONTE: http://tp.wikpedia.org/wiki/Conto. Acesso em 16/09 de 2013. 
O conto também é caracterizado como narrativa curta que procura registrar 
http://tp.wikpedia.org/wiki/Conto.%20Acesso%20em%2016/09
22 
 
um conflito do qual um número reduzido de personagens participa. Com a introdução 
muito próxima do desfecho, o conto apresenta uma só unidade de ação, num espaço 
limitado. Esta ação costuma ter uma intensa carga dramática em um único local. É 
característica do contista evitar divagações ou descrições exageradas, para narrar 
apenas o essencial. 
 
FONTE: ABAURRE, M. L. PONTARA, M. N. Português – Volume Único. 1. ed. São 
Paulo: Moderna. 1999. (p. 79). 
 
 
ATIVIDADE 
 
Faremos uma atividade para vivenciarmos a experiência da oralidade, que 
propicia aos ouvintes uma “viagem” na imaginação e no tempo, visto que na 
atualidade não há a prática da reunião para contação de história. 
 Os alunos pesquisarão causos, faremos uma “roda para contação de causos”. 
Como todos os alunos são adultos e o período de aula noturno, iremos a uma praça 
pública da cidade, onde todos poderão contar e ouvir histórias, e assim sentir um 
pouco dessa prática tão antiga e prazerosa. 
 
 
 
 
Professor: Dependendo do número de 
alunos na turma, a pesquisa poderá ser 
feita em duplas ou pequenos grupos. O 
grupo escolhe quem irá contar a história 
para a turma. Essa atividade pode ser 
realizada na quadra do pátio da escola. 
Também é interessante o professor levar 
causos para aqueles alunos que se 
intimidarem ou não conhecerem um 
causo. 
 
23 
 
Finalizando este momento de apresentação do gênero conto, iniciaremos as 
atividades com os textos escolhidos. 
 
 
PRIMEIRO TEXTO 
 
“O RETRATO” 
(Artur Azevedo) 
 
 
LEVANTAMENTO DAS HIPÓTESES 
 
a) O que sugere o título? 
b) Sobre o que você imagina que irá ler no texto? 
 
 
VAMOS LER UMA PARTE DO TEXTO 
 
(Até o 7° parágrafo) 
O meu querido amigo Emílio Rouède, que há dias faleceu, foi um homem 
espirituoso, que forneceria matéria para muitos contos ligeiros. 
Em vez de inventar uma anedota, vou contar-vos uma historieta em que ele 
figurou, e que tem, por conseguinte, o mérito de ser autêntica. 
A coisa passou-se há um quarto de século pouco mais ou menos. Emílio 
Rouède tinha se casado havia poucos meses, e estava estabelecido com fotografia 
na Rua dos Ourives, numa casa que foi demolida quando se tratou de construir a 
Avenida Central. 
Um dia Mme. Rouède, que era uma linda senhora, saiu sozinha à rua, e foi 
acompanhada por um impertinente que, vendo-a sorrir, supôs que ela sorrisse não 
dele mas para ele. 
Ela entendeu que o mais prudente era voltar para casa, e assim fez; o 
conquistador, porém, continuou a segui-la imperturbavelmente. 
Chegando à porta da casa, a moça olhou para trás, a fim de verificar se 
24 
 
continuava a perseguição, e esse movimento animou o homenzinho, ao que parece: 
quando ela entrou, ele entrou também; ela subiu a escada, ele também subiu. 
Emilio Rouède estava no atelier, de blusa, a trabalhar, e, ouvindo os passos 
de sua esposa, foi esperá-la no topo da escada. 
 
FONTE: Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000100.pdf. Acesso em: 
12/08/2013. 
 
 
a) O que pode ter acontecido com esses personagens? 
b) Continue o conto usando sua criatividade e imaginação dando um desfecho para 
essa situação. 
 
 
VAMOS LER O TEXTO NA ÍNTEGRA 
 
O sujeito, quando reparou que havia ali um homem, não teve mais tempo de 
fugir. Mme. Rouède apresentou-o ao marido: 
- Aqui tens este senhor que me tem acompanhado por toda parte, e entrou 
comigo. Não sei o que pretende. 
- Sei eu, acudiu prontamente o fotógrafo. - Pretende tirar o retrato; não pode 
ser outra coisa. 
E voltando-se para o desconhecido, perguntou-lhe olhando por cima dos 
óculos, segundo o seu costume. 
- Busto ou corpo inteiro? 
O pobre diabo, que não sabia mais de que freguesia era, gaguejou: 
- Busto... busto... 
- Faça favor. 
E levou uma hora a tirar-lhe o retrato que foi pago, ficando o retratado de ir 
buscá-lo daí a três ou quatro dias. Este queria apenas meia dúzia, mas Emílio 
Rouêde convenceu-o de que devia encomendar duas dúzias e meia. 
Quando o freguês saiu, Emílio Rouède disse à esposa, que ria a bandeiras 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000100.pdf
25 
 
despregadas: 
- Tenho pena de não ser dentista, em vez de fotógrafo! 
Escusado é dizer que os retratos ficaram na fotografia. 
 
FONTE: Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000100.pdf. Acesso em: 
12/08/2013 
 
 
a) A conclusão dessa história te surpreendeu? Por quê? 
b) Quais os termos usados pelo narrador para se referir ao homem que perseguia 
Mme. Rouêde? 
c) Qual o sentido dessas palavras nesse contexto? 
d) O que você achou da atitude do marido em relação ao “sujeito”? 
e) “-Tenho pena de não ser dentista, em vez de fotógrafo!” 
Qual a intenção de Emilio Rouêde ao dizer isso? 
 
 
BIOGRAFIA DO AUTOR ARTUR AZEVEDO 
 
Artur Azevedo, jornalista e teatrólogo, nasceu em São Luís, MA, em 7 de julho 
de 1855, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de outubro de 1908. Figurou ao 
lado do irmão Aluísio de Azevedo, no grupo fundador da Academia Brasileira de 
Letras, onde criou a Cadeira nº 29, que tem como patrono Martins Pena. 
Aos oito anos Artur já demonstrava pendor para o teatro, brincando com 
adaptações de textos de autores como Joaquim Manuel de Macedo, e pouco depois 
passou a escrever as peças que representava. 
Ao mesmo tempo lançava as primeiras comédias nos teatros de São Luís. 
Aos quinze anos escreveu a peça Amor por anexins, que teve grande êxito, com 
mais de mil representações no século passado. Ao incompatibilizar-se com a 
administração provincial, concorreu a um concurso aberto, em São Luís, para o 
preenchimento de vagas de amanuense da Fazenda. Obtida a classificação, 
transferiu-se para o Rio de Janeiro, no ano de 1873 e obteve emprego no Ministério 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000100.pdf
26 
 
da Agricultura. 
A princípio, dedicou-se também ao magistério, ensinando Português no 
Colégio Pinheiro. Mas foi no jornalismo que ele pôde desenvolver atividades que o 
projetaram como um dos maiores contistas e teatrólogos brasileiros. 
Fundou publicações literárias, como A Gazetinha, Vida Moderna e O Álbum. 
Colaborou em A Estação, ao lado de Machado de Assis, e no jornal Novidades, onde 
seus companheiros eram Alcindo Guanabara, Moreira Sampaio, Olavo Bilac e 
Coelho Neto. Foi um dos grandes defensores da abolição da escravatura, em seus 
ardorosos artigos de jornal, em cenas de revistas dramáticas e em peças 
dramáticas, como O Liberato e A família Salazar, esta escrita em colaboração com 
Urbano Duarte, proibida pela censura imperial e publicada mais tarde em volume, 
com o título de O escravocrata. Escreveu mais de quatro mil artigos sobre eventos 
artísticos, principalmente sobre teatro, nas seções que manteve, sucessivamente, 
em O País ("A Palestra"), no Diário de Notícias ("De Palanque"), em A Notícia (o 
folhetim "O Teatro"). Multiplicava-se em pseudônimos: Elói o herói, Gavroche, 
Petrônio, Cosimo, Juvenal, Dorante, Frivolino, Batista o trocista, e outros. A partir de 
1879 dirigiu, com Lopes Cardoso, a Revista do Teatro. 
Por cerca de três décadas sustentou a campanha vitoriosa para a construção 
do Teatro Municipal,a cuja inauguração não pôde assistir. 
Embora escrevendo contos desde 1871, só em 1889 animou-se a reunir 
alguns deles no volume Contos possíveis, dedicado a Machado de Assis, seu 
companheiro na secretaria da Viação e um de seus mais severos críticos. Em 1894, 
publicou o segundo livro de histórias curtas, Contos fora de moda, e mais dois 
volumes, Contos cariocas e Vida alheia, constituídos de histórias deixadas por Artur 
de Azevedo nos vários jornais em que colaborara. 
No conto e no teatro, Artur Azevedo foi um descobridor do cotidiano da vida 
carioca e observador dos hábitos da capital. Os namoros, as infidelidades conjugais, 
as relações de família ou de amizade, as cerimônias festivas ou fúnebres, tudo o 
que se passava nas ruas ou nas casas forneceu assunto para as histórias. No teatro 
foi o continuador de Martins Pena e de França Júnior. Nelas teremos sempre um 
documentário sobre a evolução da então capital brasileira. Teve em vida cerca de 
uma centena de peças de vários gêneros e mais trinta traduções e adaptações livres 
de peças francesas encenadas em palcos nacionais e portugueses. 
27 
 
Outra atividade a que se dedicou foi a poesia. É um poeta lírico, sentimental, e seus 
sonetos estão perfeitamente dentro da tradição amorosa dos sonetos brasileiros. 
 
FONTE: 
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=259&sid=281 
 
 
ESTUDO DO VACUBULÁRIO 
 
Grife no texto todas as palavras desconhecidas e procure no dicionário os 
significados. 
 
 
ELEMENTOS DA NARRATIVA 
 
1. Narrador: Quem conta a história. Atenção: Não confunda o narrador com o 
autor da história. O autor é um escritor, com uma biografia civil, um ser 
humano como qualquer outro de nós, cujo ofício é contar histórias. O narrador 
é o contador de histórias. 
2. Foco narrativo: O narrador pode optar pela primeira pessoa (nesse caso é 
uma personagem que participa da narrativa ou a personagem central, que 
conta sua própria história) ou pela terceira pessoa (alguém que observa os 
fatos e está fora da história). 
3. Enredo: É o conjunto encadeado de fatos, organizado de acordo com a 
vontade do escritor. Todo enredo supõe um conflito. 
4. Personagens: São seres ficcionais que vivem os fatos. Lembre-se: qualquer 
tipo de ser – gente, bicho, criaturas inanimadas – pode ser personagem de 
uma narrativa. 
5. Espaço: É o lugar onde acontecem os fatos narrados. Em algumas narrativas 
o espaço não é mencionado, pois não tem importância fundamental. Em 
outros casos, o espaço é muito importante e o escritor dedica a ele extensos 
trechos da obra. 
6. Tempo: É o momento em que ocorrem os fatos narrados. O tempo pode ser 
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=259&sid=281
28 
 
cronológico ou psicológico. 
7. Clímax: É o momento de tensão máxima da história, o momento decisivo. 
 
FONTE: Faraco e Moura - Língua e Literatura. 19. ed. Volume 1 – 2° grau. Ática: 
São Paulo. 2006 p. 150. 
 
 
a) Quem são as personagens participantes desse conto? 
b) Descreva cada um dos personagens. 
c) Em quais lugares os fatos acontecem? 
d) Quais são as marcas de tempo encontradas no texto? Anote-as. 
 
 
FOCO NARRATIVO 
 
1) Primeira pessoa: O narrador é uma personagem secundária ou o personagem 
central contando sua própria história. 
 
2) Terceira pessoa: O narrador observa as ações das personagens, acompanha-as, 
penetrando ou não no mundo interior das mesmas. Quando o narrador conhece tudo 
sobre a personagem, inclusive emoções e pensamentos, ele é chamado de narrador 
onisciente. 
 
FONTE: Faraco e Moura - Língua e Literatura. 19. ed. Volume 1 – 2° grau. Ática: 
São Paulo. 2006 p. 148. 
 
 
a) Em “O Retrato” o narrador é ativo, participante ou um observador que conta algo 
ocorrido com outros? E que diferença isso faz na interpretação do texto? 
b) Copie do texto um trecho que indique a presença do narrador. 
 
 
 
29 
 
Analisando o conto “O Retrato”, encontre os seguintes elementos e escreva-os: 
 Situação inicial 
 Ruptura da situação inicial 
 Conflito 
 Clímax 
 Desfecho 
 
 
DISCURSOS 
 
É a maneira como o narrador dá informações ao seu leitor. Existem três tipos 
de discurso à disposição de um narrador e é muito frequente encontrarmos mais de 
um deles utilizados em um mesmo texto. 
 
Vejamos os tipos de diálogos: 
 
1. Direto: Quando temos, em um texto, a apresentação da própria fala das 
personagens. Isso ocorre sempre que encontramos, em um texto, a 
transcrição de um diálogo (marcada formalmente pelo uso de aspas ou 
travessões). 
2. Indireto: Neste caso, em lugar de a fala das personagens ser apresentada tal 
qual ocorreu em um diálogo, o narrador assume a responsabilidade de 
produzi-la. 
3. Indireto livre: O que ocorre, neste caso, é que o narrador insere 
falas/pensamentos da personagem em meio à sua própria fala, causando 
uma certa confusão em relação a quem seria responsável pelo que foi dito 
(ele ou a personagem). 
 
FONTE: ABAURRE, M. L. PONTARA, M. N. Português – Volume Único. 1. ed. São 
Paulo: Moderna. 1999. (p. 229 e 230). 
 
a) Retire do texto “O Retrato” dois trechos que apresentem discurso direto. 
b) Retire do texto dois trechos que apresentem discurso indireto. 
30 
 
c) Tente descrever cada personagem observando a fala de cada um. 
d) Qual a importância desses discursos na constituição da história? 
 
 
Nesse texto notamos a presença de quatro vozes ou 4 discursos: a do narrador, 
Emilio Rouêde, Mme Rouêde e a do “sujeito”. Diante disso, a proposta é identificar 
quem fala nos seguintes trechos: 
1) – Busto ou corpo inteiro? 
2) – Aqui tens este senhor que me tem acompanhado por toda parte, e entrou 
consigo. Não sei o que pretende. 
3) – Tenho pena de não ser dentista, em vez de fotógrafo! 
4) – O sujeito, quando reparou que havia ali um homem, não teve mais tempo de 
fugir. 
5) – Busto... busto... 
6) Ela entendeu que o mais prudente era voltar para casa, e assim fez; 
7) – Faça favor. 
 
 
ESTRATÉGIAS DE LEIRUTA (TEXTO: O RETRATO) 
 
 Escreva no quadro o título do conto para levantamento de hipóteses. 
 Na sequência, entregar para cada aluno uma cópia do fragmento do texto até 
o 7° parágrafo. 
 A primeira leitura será silenciosa, seguida de uma leitura oral pelo professor. 
 Peça para que os alunos escrevam um desfecho para o texto. Em seguida 
cada aluno lê sua produção para toda turma. 
 Entregar aos alunos o final do texto original, fazer a leitura do texto completo 
comparando-o com os desfechos produzidos. 
 Chamar atenção para a época em que o texto foi produzido e a presença de 
vocabulários desconhecidos ou em desuso. 
 Comentar a biografia do autor. 
 Explicar os elementos da narrativa e os tipos de discurso fazendo inferências 
no texto através dos questionamentos e exercícios. 
31 
 
 
 
Professor: Esta atividade será 
desenvolvida com o texto fragmentado 
para depois utilizar o texto na íntegra. 
 
 
Sugestão: Os questionamentos poderão 
ser feitos oralmente e as questões de 
vocabulário e linguagem escritas. 
 
 
 
SEGUNDO TEXTO 
 
“UMA VELA PARA DARIO” 
(Dalton Trevisan) 
 
Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou 
a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela 
escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra 
o cachimbo. 
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario 
abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, 
sugeriu que devia sofrer de ataque. Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora 
na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se 
afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a 
cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma 
surgiram no canto da boca. 
Cada pessoaque chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o 
pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças 
foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario 
sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o 
32 
 
guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado. 
A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o 
arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o 
motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario 
conduzido de volta e recostado à parede – não tinha os sapatos nem o alfinete de 
pérola na gravata. 
Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da 
esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado 
na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um 
gesto para espantá-las. 
Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, 
agora, comendo e bebendo, gozavam as delícias da noite. Dario ficou torto como o 
deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. 
Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados - com vários 
objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do 
nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade. 
Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, 
ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. 
Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes. 
O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os bolsos 
vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio – quando vivo – 
só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o 
rabecão. 
A última boca repetiu — Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se 
dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no 
fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto. 
Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. 
Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a 
espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as 
mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para 
descansar os cotovelos. 
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do 
cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela 
33 
 
chuva. 
Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à 
espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. 
A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que 
voltava a cair. 
(TREVISAN, 1979) 
 
FONTE: Livro: Vinte contos menores. Ed. Record. Rio de Janeiro. 1979 (pg. 20) 
 
 
LEVANTAMENTO DE HIPÓTESES 
 
a) O que esse título sugere? 
b) Para você, o que uma vela representa? 
c) Sobre o que você acha que o texto irá tratar? 
d) Quem você acha que é Dario? 
 
 
VAMOS LER O TEXTO 
 
a) Esse conto chama a atenção do leitor? 
b) O conto é interessante? Por quê? 
c) Quais características do texto confirmam tratar-se de um conto? 
d) Quem é o autor desse conto? Já ouviu falar sobre ele? 
 
 
BIOGRAFIA DE DALTON TREVISAN 
 
 Dalton Trevisan nasceu em Curitiba em 14 de junho de 1925. Entrou na 
literatura em 1945, quando ainda cursava Direito na Faculdade de Direito da Paraná. 
Produz contos curtos,com linguagem concisa. Seu estilo é direto e ágil e suas 
narrativas apresentam os dramas de pessoas que se movem entre as expectativas 
34 
 
de felicidade e realização que aprenderam a alimentar a realidade crua e desumana. 
As relações humanas que apresenta comprovam que a realidade é degradada e 
cruel: as pessoas se maltratam e se ferem em vez de manterem vínculos de carinho 
e respeito. 
 Algumas de suas obras: Cemitério dos elefantes; O vampiro de Curitiba; 
Desastres do amor; Mistérios de Curitiba; Em busca de Curitiba Perdida, etc. 
 
FONTE: revistaescola.abril.com.br (acesso em 24/09/2013) 
 
 
ELEMENTOS DA NARRATIVA 
 
a) Qual o fato principal da história? 
b) Pelas informações do texto, descreva o personagem Dario. 
c) Quem são os demais personagens do texto? Como você os descreveria? 
d) Onde ocorreram os fatos narrados? 
e) Qual o tempo aproximado da duração dos fatos narrados na história? 
f) Qual o momento mais tenso do texto? 
g) Que tipo de narrador temos nesse conto? Copie um trecho do texto que comprove 
sua resposta. 
h) Que tipo de discurso predomina no texto? E o que isso significa para a 
interpretação do texto? 
i) Compare a estrutura desse conto com a do conto “O Retrato”. 
 
 
ANALISANDO O TEXTO 
 
a) Observamos no conto que somente o personagem Dario tem nome, os outros 
não; tampouco a cidade tem nome. Ou seja, as informações contidas no texto são 
imprecisas. 
 Qual a sua opinião sobre isso? 
 Essa falta de informação foi proposital pelo autor? Por que você acha isso? 
 O que nos revela essa imprecisão de informações? 
35 
 
b) No decorrer da história os pertences de Dario vão desaparecendo, ele foi 
pisoteado e não lhe prestaram socorro. 
 Essas atitudes das personagens ocorrem só na ficção? Comente. 
 
c) Que características você atribuiria pra as pessoas que roubaram os objetos 
pessoais de Dario? 
d) Quais atitudes as pessoas deveriam ter com Dario? 
e) Como você explica o fato de que um menino negro e descalço veio com uma vela 
e acendeu ao lado do cadáver? 
f) No texto há um outro momento em que alguém pratica um ato de solidariedade 
com Dario. Identifique e copie esse trecho. 
g) Em que parágrafo é mais marcante o contraste entre o sofrimento de Dario e o 
bem estar das pessoas? 
 
 
ATIVIDADE 
 
Faremos uma atividade para representar o conto “Uma vela para Dario”. 
 
 Dividam-se em grupos. 
 Conversem e escolham um ponto do conto que tenha sido mais marcante 
para vocês. 
 Usem a criatividade e escolham uma maneira para representar o conto e 
expor para o grande grupo. 
 
 
ESTRATÉGIAS DE LEITURA (TEXTO: UMA VELA PARA DARIO) 
 
 Entregar para cada aluno uma cópia do texto. 
 Antes de leitura fazer o levantamento de hipóteses oralmente a partir do título. 
 A primeira leitura será silenciosa, seguida de uma leitura oral feita pelo 
professor. 
36 
 
 Fazer o questionamento e comentar a biografia do autor após a leitura. 
 As questões referentes aos elementos da narrativa e análise do texto serão 
respondidas no caderno e discutidas na sequência. 
 Para a realização da atividade final, os alunos se dividirão em grupos, 
conversarão e escolherão um ponto do texto para ser representado. Essa 
representação poderá ser uma dramatização, pintura de tela, desenho, leitura 
dramática, ou outra forma a critério dos alunos, mas previamente combinada 
com o professor. 
 
 
“UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS” 
 
 Como discutimos no início de nosso trabalho, fazemos leitura a todo 
momento, em diversas situações. A leitura vai muito além das palavras. De acordo 
com Paulo Freire: “a criança lê uma imagem antes mesmo de falar”. Uma das mais 
antigas formas de relação do homem com o mundo é a imagem. É um ato natural de 
todo ser humano. 
 A história da humanidade era transmitida através de imagens. O homem 
primitivo registrava seu cotidiano nas paredes das cavernas; era a forma de registrar 
algo para um grupo ou para o futuro. 
 É uma forma de comunicação, de expressão. Toda imagem tem uma 
mensagem. Está presente no cinema, televisão, fotografia, vídeo, outdoor, 
esculturas, telas, enfim, inúmeras formas. 
 A leitura de uma imagem é silenciosa, imóvel, propicia a leitura de 
contemplação e percepção. 
Segundo o dicionário, contemplar é: Observar; mirar;ver; meditar; agraciar; 
premiar. 
 
FONTE: BUENO, Silveira. Mini dicionário da língua portuguesa. São Paulo: FTD, 
2000. 
 
 
 
37 
 
Contemplar é um ler. 
 
“Embora toda imagem incorpore uma maneira de ver, nossa percepção ou 
apreciação de uma imagem depende também de nosso próprio modo de ver”. 
 
FONTE: BERGER, John. Modos de ver/ John Berger; tradução de Lucia Olinto. Rio 
de Janeiro: Rocco, 1999. Artemídia. 
 
 
QUESTIONAMENTO 
 
a) O que é arte para você? 
b) Costuma ver, admirar, observar imagens? 
 
 Assistiremos a um dos vídeos da série “Obra Revelada”, com o convidado 
Carlos Reichenbach, roteirista, diretor de cinema e de fotografia. (FONTE: 
http://abr.io/obra-revelada) 
 
 
ATIVIDADE 
 
 Diante do texto exposto e do vídeo assistido faremos uma atividade de leitura 
de imagens. 
 Cada grupo recebe uma cópia da tela: 
 
 
 Observem, analisem a imagem representada na tela. 
 Façam uma leitura de contemplação. 
 Discutam entre os membros do grupo as impressões adquiridas. 
 Apresentem para a turma a leitura sobre a tela que o grupo fez. 
 
 
 
http://abr.io/obra-revelada
38 
 
 
Professor: Explique aos alunos a 
questão da simbologia e leitura de 
imagens. 
 Comente sobre as diferentes 
formas de expressão da arte. Que se 
costuma observar a beleza, materiais 
do que é feito, o contexto da produção 
daquela obra. 
 A série “Obra Revelada” é um 
programa que associa pessoas 
(comunidades) às obras. Os mesmos 
apresentam sua impressão sobre uma 
determinada obra de arte (tela, 
escultura, construções...). Neste 
programa que assistiremos, Carlos 
Reichenbach apresenta uma obra de 
arte do artista plático Rodolpho 
Tanamati Neto, obra que retrata a 
cidade de São Paulo. 
 Apresente para os alunos a 
atividade. 
 Divida a turma em pequenos 
grupos e entregue uma imagem 
para cada um. 
 Cada grupo deverá apresentar a 
leitura adquirida sobre a tela. 
 
 
 
 
Sugestão: Essa atividade pode ser 
realizada com telas com mesmo tema 
39 
 
ou do mesmo artista. 
Após a contemplação e exposição das 
sensações diante das telas, dividir a 
turma em grupos e pedir para que 
façam uma pesquisa sobre cada artista 
plástico (vida, obras e técnicas de 
pintura). Outra atividade também que 
pode ser feita é discutir com a turma as 
cores usadas nas telas, os traços de 
pintura e os temas abordados pelos 
artistas e o porquê eles acham que eles 
fizeram representação desses temas. 
 
 
TELAS PARA ATIVIDADE 
GUIDO VIARO “PAISAGEM” – 1948 
 
Fonte: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=154&evento=1 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=154&evento=1
40 
 
ALFREDO ANDERSEN “PASSEIO PÚBLICO DE CURITIBA” 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=16&evento=1 
 
GUIDO VIARO “LAVADEIRAS” - 1944 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=156&evento=1 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=16&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=156&evento=1
41 
 
GUILHERME MATTER “PLANTAÇÃO DE TRIGO” 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=161&evento=1 
 
JOHANN MORITZ RUGENDAS “RODA DE CAPOEIRA”- 1835 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=322&evento=1 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=161&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=322&evento=1
42 
 
LEONARDO DA VINCI “A ÚLTIMA CEIA” - 1495-97 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=75&evento=1 
 
 
PAUL GARFUNKEL “MERCADO DE PARANAGUÁ” - 1979 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=280&evento=1 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=75&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=280&evento=1
43 
 
PAUL GARFUNKEL “FESTA DE POLACOS” - 1957 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=298&evento=1 
 
PORTINARI “CAFÉ” - 1935 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=44&evento=1 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=298&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=44&evento=1
44 
 
TARSILA DO AMARAL “O ABAPORU” - 1928 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=337&evento=1 
 
TARSILA DO AMARAL “O PESCADOR” - 1925 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=339&evento=1 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=337&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=339&evento=1
45 
 
KURT BOIGER “PAISAGEM” - 1948 
 
FONTE: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=167&evento=1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=167&evento=1
46 
 
REFERÊNCIAS 
 
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Moderna. 1999. (p. 79). 
 
BERGER, John. Modos de ver. John Berger; tradução de Lucia Olinto. Rio de 
Janeiro: Rocco, 1999. Artemídia. 
 
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer 
CNE/CEB n.º 11/2000. Brasília, 2000. 
 
_______ Lei n° 9394, de 20/12/96. Estabelece as diretrizes e bases da educação 
nacional. In Diário da União, ano CXXXIV, n°. 248, 23.12.96. 
 
________ Constituição Federal de 1988 – Artigo 208. 
 
BUENO, Silveira. Mini dicionário da língua portuguesa. São Paulo: FTD, 2000. 
 
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Universidade de Brasília, São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2001. 
 
FARACO E MOURA - Língua e Literatura. 19. ed. Volume 1 – 2° grau. Ática: São 
Paulo. 2006. 
 
FRASCOLLA, Ana. Lendo e interferindo: 7ª série. São Paulo. Moderna, 1999. 
 
KAUFMAN, A. M. RODRIGUES, M. H. Escola, leitura e produção de textos. Trad. 
Inajara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995 p. 11 e 12. 
 
GANCHO, Cândida Vilares. Como analisar narrativas. São Paulo: Ática. 2002. 
 
LOPES, Eliane Marta Teixeira (org). 500 Anos de Educação no Brasil. 2 ed. Belo 
Horizonte: Autêntica, 2000. 
 
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Â. et al. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna. 2002 
 
NICOLA, José. Língua, literatura & redação. Volume 1. Editora Scipione: São 
Paulo. 1991. p.71. 
 
ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Unicamp, 
2001. 
 
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PAIVA, V. P. Educação Popular e Educação de Adultos. 2. ed. São Paulo : Loyola, 
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SABINO, F. In. Para gostar de ler, vol 13. São Paulo. Ática, 1994. 
 
SANTOS, Ivonete Maciel Sacramento dos. Trajetória da Educação de jovens e 
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<http://www.webartigos.com/articles/4105/1/a-educacao-de-jovens-e-adultos-
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TRAVAGLIA, L. C. Um estudo textual-discursivo do verbo no 
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TELAS 
 
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http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=154&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
 “Passeio Público de Curitiba”. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=16&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
“Lavadeiras” – 1944. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=156&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
“Plantação de trigo”. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=161&evento=1.Acesso em: 28/09/2013 
 
“Roda de capoeira”, 1835. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=322&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
“A Última Ceia”, 1495-97. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=75&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
“Mercado de Paranaguá”, 1979. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=280&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=154&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=16&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=156&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=161&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=322&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=75&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=280&evento=1
48 
 
“Festa de Polacos”, 1957. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=298&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
“Café”, 1935. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=44&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
“O Abaporu”, 1928 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=337&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
“O Pescador”, 1925. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=339&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
“Paisagem”, 1948. Disponível em: 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=167&evento=1. 
Acesso em: 28/09/2013 
 
 
SITES 
 
Biografia Dalton Trevisan. Disponível em: www.abril.com.br. Acesso em 24/09/2013. 
 
Biografia de Artur Azevedo. Disponível em: 
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=259&sid=281. 
Acesso em 24/09/2013. 
 
Conto. Disponível em: http://tp.wikpedia.org/wiki/Conto. Acesso em 16/09 de 2013. 
 
Obra revelada. Disponível em: http://abr.io/obra-revelada. Acesso em 2409/2013. 
 
Texto o retrato de Artur Azevedo.Disponível em: 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000100.pdf. Acesso em: 
12/08/2013. 
 
 
 
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=298&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=44&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=337&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=339&evento=1
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=167&evento=1
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=259&sid=281
http://tp.wikpedia.org/wiki/Conto.%20Acesso%20em%2016/09
http://abr.io/obra-revelada
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000100.pdf

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