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Excelentíssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) do Trabalho da 2a Vara do Trabalho de Goiânia/GO 
Processo no. 0010001-10.2017.518.0002
Maria José Pereira, já qualificada nos autos em epígrafe, doravante simplesmente denominado recorrente, por seu advogado que esta subscreve, nos autos da reclamação trabalhista que é movida por Albano Machado, também já qualificado no presente feito, ora denominada recorrido, vem interpor Recurso Ordinário para o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 3a Região, com fulcro no art. 895, “a”, da CLT. 
Satisfeitos os mandamentos legais, requer que seja o apelo recebido e enviado à apreciação do Tribunal Regional. 
Requer, por fim, a remessa das razões anexas ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 3a Região.
Termos em que pede juntada de ferimento. 
Data, assinatura. 
RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO
PELA RECORRENTE MARIA JOSÉ PEREIRA
 Colendo Tribunal
 I – Tempestividade
 A reclamada foi intimada da sentença por meio de publicação oficial ocorrida no dia 21/11/2017, segunda-feira. 
Dessa forma, o prazo para interposição do Recurso Ordinário se iniciou em 21/11/2017, terça-feira, e finda em 1/12/2017, vez que pela nova redação do art. 795, da CLT, os prazos devem ser contados em dias úteis. 
Assim, o presente Recurso Ordinário é tempestivo.
II – Depósito Recursal e Custas Processuais 
No caso em tela foi deferida assistência judiciária gratuita, o que torna desnecessário o recolhimento das custas processuais, nos termos do art. 790-A, da CLT.
 Também não é necessário o depósito recursal, pois o art. 899, §10o, da CLT, dispõe que são “isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial”. 
III – Mérito 
III. 1 – Feriados laborados em dobro
A decisão de primeiro grau julgou procedente o pedido de pagamento em dobro dos feriados, invocando a Súmula no 444, do TST. Veja o trecho da sentença: 
O pleito do reclamante de pagamento de domingos e feriados em dobro merece ser acolhido parcialmente. 
A Súmula no 444, do Colendo TST, dirime esta questão: Súmula no 444 do TST 
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.9.2012 - republicada em decorrência do despacho proferido no processo TST- PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em 26.11.2012.
 É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas. Como se infere, há previsão expressa de que o feriado deve ser pago em dobro. Isto porque o trabalhador, mesmo no regime 12x36 tem direito à folga neste dia, além daquelas 36 horas de descanso que são inerentes ao sistema em questão. Uma vez ocorrido o labor em dia de feriado, sem qualquer compensação, é devido seu pagamento em dobro.
Com a devida vênia, a decisão merece reforma.
 É cristalino que a Súmula no. 444, do TST, preveja o pagamento dos feriados laborados no regime 12x36. 
Todavia, em que pese o entendimento consolidado, esta não é a melhor diretriz quando se analisa o trabalho no mencionado sistema. Ele foi criado para permitir a alternância de trabalhadores de modo contínuo, em situações como a do enfermo, que merece cuidado vinte e quatro horas por dia. Ao dispor que o feriado deve ser pago em dobro, o Colendo Tribunal Superior do Trabalho estabelece que aquele dia deveria ser de folga. Neste contexto, indaga-se: quem iria cuidar do enfermo?
 Por óbvio, que a sistemática própria do regime12x36 já compensa, automaticamente, o trabalho exercido em dia de feriado, da mesma maneira que ocorre com o labor aos domingos.
 Não há razão plausível para se permitir a compensação aos domingos e negá-la em casos de feriados, como feito pela decisão atacada. 
Diante do exposto, requer que seja dado provimento ao recurso ordinário, a fim de julgar improcedente o pedido de pagamento dos feriados em dobro. 
III. 2 – Intervalo intrajornada 
A sentença também deferiu ao trabalhador o pagamento de uma hora por dia decorrente da supressão do intervalo intrajornada, acrescida de 50%, a partir de 2/6/2015 até o término do contrato de trabalho, com os reflexos legais.
 Mais uma vez a decisão merece reparo. 
Como salientado na peça contestatória, é óbvio que o reclamante não ficava trabalhando ininterruptamente durante 12 horas. Embora o enfermo, vítima de acidente vascular cerebral, demandasse cuidados especiais, resta evidente que o trabalhador tinha meios de usufruir da pausa intervalar de uma hora. Isto poderia ser feito, por exemplo, quando o enfermo estivesse assistindo televisão. 
Além disso, em vários outros momentos do turno de trabalho, o reclamante também poderia descansar, haja vista a precária condição de saúde do marido da reclamada. 
Dessa forma, resta claro que o laborista cumpria diariamente o intervalo para refeição de descanso, razão pela qual requer o provimento do recurso ordinário para julgar improcedente o pleito.
III. 3 – Indenização por danos morais
 A decisão de primeiro grau condenou a reclamada ao pagamento de indenização por danos morais no importe de R$ 10.000,00 pelo fato de ter sido aposto na CTPS do trabalhador que a rescisão do contrato de trabalho se deu por justa causa. 
Data maxima venia, equivocada a sentença.
 O art. 29, parágrafo 2o, “c”, da CLT, que determina que a anotação da rescisão do contrato de trabalho deve constar na CTPS. Foi exatamente o que foi feito pela recorrente. O fato de fazer menção à modalidade de dispensa, isto é, por justa causa, não constitui ilegalidade, pois o citado dispositivo legal não faz qualquer ressalva quanto à impossibilidade de se apor no documento a modalidade da rescisão do pacto laboral.
 Ademais, ainda que se entenda pela irregularidade da anotação, o que se admite somente em atenção ao princípio da eventualidade, não há dever de indenizar. 
No caso em tela, o reclamante não demonstrou a existência de qualquer constrangimento ou a dificuldade gerada pela anotação na busca de novo emprego. Não há nenhuma prova nos autos neste sentido, como exigem os arts. 818, da CLT e 373, inciso I, CPC, aplicado subsidiariamente ao Direito Processual do Trabalho. 
Portanto, os requisitos ensejadores da responsabilidade civil insculpidos nos arts. 186 e 927, do Código Civil, não se encontram presentes. A ausência de dano é patente, eis que como explicitado, o trabalhador não sofreu qualquer prejuízo efetivo com a anotação da dispensa por justa causa em sua CTPS. Além disso, a simples anotação não gera constrangimento ou ofensa a direito da personalidade passível de indenização por danos morais. 
Diante do exposto, requer que seja dado provimento ao recurso ordinário, a fim de julgar improcedente o pedido de indenização por danos morais. 
Em atenção ao princípio da eventualidade, caso se entenda que a hipótese é de reparação civil, o valor arbitrado (R$ 10.000,00) deve ser drasticamente reduzido. 
A quantia da indenização por danos morais violou o princípio da proporcionalidade e razoabilidade, assim como os arts. 884, 885, 886, 944, 945, do Código Civil. 
]Cabe ao julgador a fixação do quantum indenizável em casos dessa natureza, sendo que a indenização do dano moral não pode se converter em fonte de abuso e enriquecimento ilícito. Para arbitrá-la cabe ao magistrado utilizar-se de parâmetros e critérios razoáveis, considerando tanto a situação econômica do ofensor quanto a da vítima. 
Ressalta-se que a condição econômica da recorrente não permite o pagamento de indenização no valor fixado, principalmente, por se tratar de empregadora doméstica, cujo marido está em idade avançada e em precária condição de saúde.
Exige-se, por isso mesmo, muita prudência e cautela da parte dos Julgadores no trato desse delicado tema, evitando-se, assim, indenizaçãodesproporcional ao suposto dano acarretado, levando ao enriquecimento sem causa do recorrido, violando diretamente os artigos 884, 885 e 886 do Código Civil, que assim dispõem: 
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, serão obrigados a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. 
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido. 
Art. 885. A restituição é devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas também se esta deixou de existir. 
Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido. 
Da mesma forma, tanto o parágrafo único do artigo 944, quanto o artigo 945, do CC/2002, determinam que se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, deverá o julgador, para a fixação do quantum, utilizar o princípio da razoabilidade e da proporcionalidade. 
A reparação civil também deve levar em conta a extensão do dano, o que não foi considerado no caso vertente, em clara afronta ao art. 944 do Código Civil:
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. 
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
 Com efeito, a utilização de elementos meramente subjetivos, não apuráveis no caso concreto, para fixação da pena pode possibilitar a condenação em indenizações completamente diferentes para situações substancialmente iguais. 
Nítida a violação ao artigo5o,V,da Constituição da República/88, haja vista que as decisões não obedeceram ao princípio da proporcionalidade. 
Neste aspecto, pelo princípio da eventualidade, cabe enfatizar a orientação fixada pelo Código Civil, eis que nos artigos 944 a 946 são estabelecidos critérios para a fixação do valor pecuniário nas reparações civis. A indenização deverá ser analisada tendo em vista, exclusivamente, a repercussão do dano à vítima e a sua mensurabilidade em pecúnia. 
Por todo o exposto, incontroverso que a fixação de indenização por danos morais no valor de R$10.000,00 é extremamente exorbitante, devendo ser reduzida a patamares razoáveis e proporcionais. Nesse sentido, é o entendimento do Colendo Tribunal Superior do Trabalho: 
RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. BANCÁRIO. TRANSPORTE DE NUMERÁRIO. DESVIO DE FUNÇÃO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. A fixação do valor da indenização por dano moral deve se pautar na razoabilidade e proporcionalidade, pelo que se deve evitar um valor exorbitante ou irrisório, a ponto de levar a uma situação de enriquecimento sem causa ou a de não cumprir a função inibitória. Observadas as circunstâncias do caso concreto, o valor da reparação deve ser reduzido de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), por traduzir prudência e proporcionalidade ao dano sofrido, pois não consagra a impunidade do empregador ante a reiteração da conduta ilícita e serve de desestímulo a práticas que possam retirar do trabalhador a sua dignidade, ofendendo-lhe a honra e a imagem. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 651- 44.2012.5.05.0035 , Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Julgamento: 21/5/2014, 6a Turma, Data de Publicação: DEJT 30/5/2014) 
Diante do exposto, caso não seja o pleito julgado improcedente, requer que seja o valor da indenização por danos morais drasticamente reduzido. 
III. 4 – Honorários Advocatícios 
Como já salientado no início da peça recursal, foi deferido à recorrente os benefícios da assistência judiciária gratuita. Todavia, foi determinado o pagamento de honorários advocatícios. 
Não resta dúvida de que a condenação ao pagamento de honorários advocatícios contraria a ordem legal processual, eis que a Lei no. 13.467/17, cuja vigência se inicia em 11/11/2017, não pode ser aplicada para casos ajuizados anteriormente a tal data. Entendimento diverso, como o consignado na sentença, implica em violação ao princípio da segurança jurídica, o que não pode ser tolerado. 
Quando o Código de Processo Civil de 2015 entrou em vigor houve controvérsia semelhante, pois as regras referentes aos honorários advocatícios passaram por significativas mudanças. O Superior Tribunal de Justiça pacificou o seguinte entendimento à respeito do tema: 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. NATUREZA JURÍDICA. LEI NOVA. MARCO TEMPORAL PARA A APLICAÇÃO DO CPC/2015. PROLAÇÃO DA SENTENÇA. (…) 7. Os honorários advocatícios repercutem na esfera substantiva dos advogados, constituindo direito de natureza alimentar. 8. O Superior Tribunal de Justiça propugna que, em homenagem à natureza processual material e com o escopo de preservar-se o direito adquirido, AS NORMAS SOBRE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NÃO SÃO ALCANÇADAS PELA LEI NOVA. 9. A sentença, como ato processual que qualifica o nascedouro do direito à percepção dos honorários advocatícios, deve ser considerada o marco temporal para a aplicação das regras fixadas pelo CPC/2015. 10. Quando o capítulo acessório da sentença, referente aos honorários sucumbenciais, for publicado em consonância com o CPC/1973, serão aplicadas as regras do antigo diploma processual até a ocorrência do trânsito em julgado. Por outro lado, nos casos de sentença proferida a partir do dia 18.3.2016, as normas do novo CPC regularão a situação concreta. 11. No caso concreto, a sentença fixou os honorários em consonância com o CPC/1973. Dessa forma, não obstante o fato de esta Corte Superior reformar o acórdão recorrido após a vigência do novo CPC, incidem, quanto aos honorários, as regras do diploma processual anterior. (STJ, 4a Turma, Recurso Especial No 1.465.535 – SP (2011/0293641-3, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Publicação DJ Eletrônico: 7/10/2016) 
Ademais, o art. 791-A, da CLT, padece de vício de constitucionalidade, como já arguido em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade (no. 5766). Ora, não é razoável que o Poder Judiciário reconheça que a parte não tem condição de arcar com os custos do processo sem prejuízo do seu próprio sustento e, ainda assim, determinar o pagamento de honorários advocatício.
Ora, se a recorrente é pobre no sentido legal, sendo dispensada do pagamento das custas processuais e até mesmo do depósito recursal, por óbvio que não há qualquer razoabilidade ou lógica na condenação ao pagamento de honorários advocatícios. 
Dessa forma, requer que seja dado provimento ao recurso ordinário, julgando-se improcedente o pagamento de honorários advocatícios. 
IV– Pedido 
Diante do exposto, requer que seja dado provimento ao recurso ordinário, nos termos da fundamentação supra. 
Termos em que pede juntada deferimento.
Local, 10 de dezembro de 2017. 
Nome e assinatura do advogado.

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