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PÓS - NÚCLEO COMUM MATEMÁTICA FINANCEIRA Gabriel Eid http://unar.info/ead2 MATEMÁTICA FINANCEIRA Prof. Gabriel Eid 2 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ............................................................................................................. 3 PROGRAMA DA DISCIPLINA ..................................................................................................................... 4 UNIDADE 01. CONCEITOS BÁSICOS....................................................................................................... 6 UNIDADE 02. JUROS SIMPLES ............................................................................................................... 13 UNIDADE 03. JUROS COMPOSTOS ..................................................................................................... 20 UNIDADE 04. TAXAS EFETIVAS, PROPORCIONAIS E NOMINAIS ............................................. 26 UNIDADE 05. TAXA EQUIVALENTE, BRUTA, NOMINAL, LÍQUIDA E REAL ............................. 33 3 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Nessa disciplina serão abordadas as questões matemáticas relacionadas às operações financeiras e seus conceitos básicos pautados em aspectos eminentemente práticos e contemporâneos. O objetivo dessa disciplina é o de desenvolver no aluno as habilidades necessárias para realizar os cálculos financeiros básicos. O material está dividido em cinco unidades: na primeira são apresentados os conceitos básicos, em seguida serão abordados os Juros Simples e Compostos, na quarta parte são abordados os tipos de taxas e a disciplina é concluída com a equivalência de taxas de capitais. 4 PROGRAMA DA DISCIPLINA Ementa Aplicação dos conceitos básicos da Matemática Financeira para a fundamentação de decisões de investimentos e empréstimos. Utilização dos conceitos de capitalização simples e composta, taxas equivalentes, real, nominal, líquida e bruta. Objetivos Capacitar os alunos a desenvolver os raciocínios necessários para as análises das transações financeiras. Conteúdos Conceitos financeiros de Principal, Montante, Juros, Taxa de Juros, Valor Presente e Futuro; cálculo dos juros, da taxa de juros, valor presente e futuro; elaborar, analisar e calcular operações financeiras com juros simples e compostos, calcular equivalência de taxas de juros e capitais; compreensão dos conceitos de taxa real, nominal, bruta e líquida. Bibliografia Básica ASSAF NETO, Alexandre. Matemática Financeira e suas aplicações. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1997. HAZZAN, Samuel; POMPEO, José N. Matemática Financeira. São Paulo: Atual, 1997. VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2000. 5 Bibliografia Complementar FARO, Clóvis de. Fundamentos de Matemática Financeira: uma introdução ao cálculo financeiro e à análise de investimento de risco, Saraiva, 2006. KMETEUK FILHO, Osmir Fundamentos da Matemática Financeira, Ciência Moderna, 2010. MATHIAS, Washington Franco; GOMES, José Maria, Matemática Financeira, Atlas, 1996. PUCCINI, Abelardo de Lima Matemática Financeira: objetiva e aplicada, Saraiva, 2004. BRUNI, Adriano Leal; FAMA, Rubens. Matemática Financeira com HP12c e Excel, Atlas, 2004. 6 UNIDADE 01. CONCEITOS BÁSICOS Objetivo Esta unidade tem por objetivo abordar os conceitos básicos sobre matemática financeira, necessários para que o aluno entenda completamente a disciplina, consiga realizar os exercícios, sem cometer equívocos e consiga desenvolver seu raciocínio de forma correta ao longo do curso e nas disciplinas seguintes. Serão abordados os conceitos de Valor do dinheiro no tempo, Juros, Taxa de Juros, Principal, Montante, Valor Presente e Valor Futuro. Bebendo na fonte Valor do dinheiro no tempo Sucintamente, pode-se dizer que a Matemática Financeira é o ramo da Matemática Aplicada que estuda o valor do dinheiro no tempo. Ela busca calcular e analisar as transações que ocorrem na esfera financeira levando em conta as variáveis que podem afetar o valor do dinheiro; para isso, é preciso estudar o fluxo do capital, suas entradas e saídas e como elas são afetadas por taxas de juros, tempo, entre outros fatores como inflação e tributos. A matemática financeira é a ferramenta mais essencial para a gestão financeira de uma empresa; todo gestor financeiro precisa dominar os conceitos da matemática financeira para poder realizar suas análises financeiras e, assim, selecionar as melhores decisões de investimentos e financiamentos para a empresa. Além disso, tal conhecimento também é necessário para avaliar o correto funcionamento da empresa sob a ótica financeira. As fontes de financiamento e investimento no Brasil são escassas, a tributação é elevada e a inflação e o câmbio são muito instáveis, o que torna o custo do capital bem elevado e a rentabilidade dos investimentos baixa. Diante 7 desse cenário complicado, a matemática financeira tem lugar de destaque, pois as decisões de investimento e financiamento são mais difíceis e na grande maioria das vezes se traduzem na continuidade ou na falência de um negócio. Não basta ser bom naquilo que se faz, se uma empresa não possuir uma gestão financeira eficiente; é certo que ela irá falir em alguns anos. Juros, Taxa de Juros e Prazo Juros e Taxas de Juros: muitos acabam confundindo esses dois conceitos, terminam por considerar que são a mesma coisa, um erro terrível e inadmissível para qualquer gestor financeiro. Basicamente, Juros são expressos em unidade monetária, ou seja, em Reais. Enquanto Taxa de Juros equivale a uma medida matemática expressa em decimais ou em porcentagem (%) – bom lembrar que o decimal multiplicado por 100 resulta no valor em porcentagem, portanto, uma taxa de 0,1 equivale a uma taxa de 10%. Os juros são a remuneração do investidor após aplicar seu capital; basicamente, é o quanto ele receberá, em Reais, por ter cedido seu capital para terceiros. De maneira inversa, os Juros são também o valor que será pago ao financiador – fornecedor do dinheiro – por aquele que tomou o empréstimo. Esse valor a ser recebido ou pago dependerá diretamente da Taxa de Juros incidente sobre a operação financeira. Os juros podem ser capitalizados segundo dois regimes: simples ou compostos. JUROS SIMPLES: o juro de cada intervalo de tempo sempre é calculado sobre o capital inicial emprestado ou aplicado. JUROS COMPOSTOS: o juro de cada intervalo seguinte de tempo é calculado a partir do saldo anterior. O juro de cada intervalo de tempo é incorporado ao capital inicial e passa a render juros também, acumulando-se. 8 Podemos definir, então, que os Juros são o resultado de um cálculo financeiro que leva em conta o Capital inicialmente aplicado/emprestado, a Taxa de Juros incidente – que pode ser Simples ou Composta –, o Prazo – que pode ser mensurado em dias, meses, anos etc. – e o sistema de capitalização – que podem ser vários e que serão vistos no módulo específico. Portanto, a taxa de juros é uma medida de referência a ser utilizada pelo mercado financeiro para definir o valor dos juros. Além disso, a taxa de juros é expressa com base em um prazo fixo, ou seja, se essa taxa incidir mensalmente ela é mensal (ao mês), se incidir anualmente ela é anual (ao ano) e assim por diante. Ela, mais o prazo e o sistema de capitalização irão definir o montante a ser pago ou recebido. Por sua vez, o Prazo é o período de tempo, medido em unidades de tempo – dias, meses, anos etc. – que irão determinar a duração da operação financeira e irão determinar o cálculo dos juros. Dependendo do tipo de capitalização dos juros – simples ou composta – o prazo incidirá de forma diferente, junto com a taxa de juros, no cálculodos juros. Neste ponto, cabe uma observação muito importante, muitas vezes podem ocorrer situações em que o prazo da operação financeira será diferente do prazo da taxa de juros. EXEMPLIFICAR isso implica a conversão de uma das duas variáveis, pois ambas precisam estar na mesma unidade de tempo, sempre! Capital ou Valor Presente (VP) Capital ou Valor Presente (VP) é o Capital Inicial (Principal) em uma operação financeira. É, ainda, o valor à vista quando nos referimos, nos termos comerciais, àquele valor "com desconto" nas compras a prazo ou, quando se quita uma dívida adiantada, é o valor dela após abatidos os juros. 9 Ou seja, o Capital é o valor inicial sobre o qual incidem o prazo e a taxa de juros para se calcular os juros. Montante ou Valor Futuro (VF) Se o valor presente é o capital inicial de uma operação financeira, o Montante é o valor final, ou, o Valor Futuro, ou seja, após incidir a taxa de juros e o decorrer do prazo da operação financeira e somados/decrescidos os Juros resultantes dessa conta, tem-se o Valor Futuro. Agora que já vimos os conceitos básicos, temos a Equação financeira básica: VF = VP + J Valor Futuro = Valor Presente + Juros Por sua vez temos também que: Juros = VF – VP Juros = Valor Futuro – Valor Presente Ou Juros = VP x i Juros = Valor Presente x Taxa de Juros Além disso, temos também: Taxa de Juros = – 1 Taxa de Juros = – 1 Importante observar que não foi inserido ainda o prazo nas contas, pois a maneira como o prazo afetará a equação dependerá do tipo de capitalização da taxa de juros, conceitos que serão expostos nas Unidades seguintes. Vamos ver alguns exemplos para fixar esses conceitos. E também apresentar uma metodologia de resolução das questões, passo a passo. Exemplo 1: Fernanda investiu R$1.000,00 em um título de renda fixa; após o resgate recebeu R$100 de juros. Qual foi a taxa de juros dessa operação e qual o valor futuro da operação? 10 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 1000 Juros = 100 VF = ? Taxa de Juros = ? 2º Passo: elaborar as equações VF = VP + Juros Taxa de Juros = – 1 3º Passo: calcular as equações VF = 1000 + 100 VF = 1100 Taxa de Juros = – 1 Taxa de Juros = (1,1) – 1 0,1 ou 10% Resposta: Valor Futuro de R$1100 e Taxa de Juros de 10% Exemplo 2: A sua empresa realizou um empréstimo de R$2.000,00 por um determinado período de tempo. Após o término desse período, o banco lhe cobrou o pagamento do empréstimo acrescido de uma taxa de 20% de juros no período. Quanto sua empresa deve pagar ao banco e quanto desse montante são de juros? 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 2000 Taxa de Juros = 20% Juros = ? VF = ? 2º Passo: elaborar as equações Juros = VP x Taxa de Juros Valor Futuro = Valor Presente + Juros 3º Passo: calcular as equações Juros = 2000 x 20% Juros = 400 Valor Futuro = 2000 + 400 Valor futuro = 2400 Resposta: Valor Futuro de R$2400 e Juros de R$400 11 Ampliando horizontes O autor Assaf Neto é uma das referências na produção textual com foco no mercado financeiro, sendo adotado em muitos cursos de graduação, pós- graduação e MBAs por oferecer um bom enfoque matemático. Pesquise também os inúmeros materiais online contendo exercícios resolvidos, um website interessante é o http://www.somatematica.com.br/financeira.php, contendo um conteúdo resumido razoável e bons exemplos. Também recomendamos o http://www.matematicadidatica.com.br/ que contem vários materiais com exercícios resolvidos. Não se esqueça também da bibliografia básica e complementar, pois, possuem um enorme material para leitura e muitos exercícios. Outra dica importante para esse curso é buscar conhecer o funcionamento das calculadoras financeiras, em especial a HP12c, que é a mais comum delas. A seguir, algumas informações pertinentes sobre a calculadora (extraídas dos manuais fornecidos pela HP): http://www.somatematica.com.br/financeira.php http://www.matematicadidatica.com.br/ 12 (n) Number of compounding periods: número de períodos. (i) Interest rate per compounding period: taxa de juros expressa em decimais. (PV) The present value of a compounded amount: Valor presente ou Principal. (FV) The future value of a compunded amount: Valor Futuro ou Montante. (PMT) Periodic payment amount: Valor de pagamento periódico ou valor da prestação mensal ou Parcelas. (CLX) Clear: limpa as informações anteriores recentes e a tela. (f) (CLX)REG: limpa todos os registros. (STO) (EEX) Storage: carrega na memória o "c" de juros compostos. (g) (BEG) Begin: os juros serão pagos a partir do início do período. (g) (END) End: os juros serão pagos no final de cada período. (CHS) Change Sinal: troca o sinal dos números na tela para + ou -. 13 UNIDADE 02. JUROS SIMPLES Objetivo Esta unidade tem por objetivo abordar os conceitos de Juros Simples, Capitalização Simples, Cálculo do Valor Presente e Futuro para Juros Simples, Conversão de Taxas e Prazos no Regime de Juros Simples e Desconto Simples. Bebendo na fonte Juros Simples É o regime de capitalização de juros, em que a taxa de juros incide apenas sobre o valor principal, sem se acumular periodicamente. Dessa forma, os juros resultantes de cada período terão valor idêntico e o prazo será apenas um multiplicador simples. Importante ressaltar que o prazo deve estar na mesma unidade de tempo que a taxa de juros, pois senão a multiplicação deles será incorreta, portanto, se o prazo estiver diferente da taxa de juros um dos dois precisa ser convertido. Assim, temos a seguinte fórmula: J = VP x i x n Juros = Valor Presente x Taxa de Juros x Prazo Onde: J = juros VP = Valor Presente i = taxa de juros n = número de períodos/Prazo Vamos ver um exemplo para fixar o conceito: Temos uma dívida de R$ 2.000,00 na qual a taxa de juros é de 10% ao mês (a.m.) pelo regime de juros simples. Se essa dívida for cobrada após três meses qual será o valor dos Juros? 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 2000 Taxa de Juros = 10% a.m. Prazo = 3 meses Juros = ? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade 14 Taxa de Juros de 3% ao mês ; Prazo de 3 meses ; OK 3º Passo: Elaborar as equações Juros = VP x Taxa de Juros x Prazo 4º Passo: Calcular as equações Juros = 2000 x 10% x 3 Juros = 600 Resposta: Juros de R$600 Conversão da taxa de juros ou do prazo no Regime Simples Muitas vezes, a Taxa de Juros e o Prazo não serão compatíveis e será necessário converter um dos dois para que fiquem na mesma unidade de tempo. Como o cálculo no regime simples é linear, essa conversão pode ser feita facilmente por meio da regra de três. Para converter a Taxa de Juros para a mesma unidade do prazo, a fórmula é a seguinte: Dessa forma, realize a regra de três e obtenha o valor desejado. Vejamos um exemplo para fixar o conceito. Exemplo: Um investimento de R$1000 à uma taxa de juros de 12% ao ano (a.a.) foi resgatado (encerrado) após 6 meses, qual foi o valor do Juros recebidos por esse investimento? 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 1000 Taxa de Juros = 12% a.a Prazo = 6 meses Juros = ? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade Taxa de Juros de 12% ao ano; Prazo de 6 meses; Incompatíveis 3º Passo: Converter a Taxa de Juros para o prazo mensal 15 4º Passo: Elaborar as equações Juros = VP x Taxa de Juros x Prazo 5º Passo: Calcular as equações Juros = 1000 x 1% x 6 Juros = 600 Resposta: Juros de R$600 Da mesma maneira, para converter o prazo para a mesma unidade da taxa de juros a fórmula é a seguinte: Dessa forma, realize a regra de três e obtenha o valor desejado. Vejamos um exemplo para fixar o conceito. Exemplo: Em um investimento queremunera a uma taxa de juros de 10% ao ano, José deseja saber quanto tempo ele precisa deixar seu capital aplicado nesse investimento para que o mesmo lhe renda 5% de juros sobre o capital aplicado. 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas Taxa de Juros = 10% a.a Taxa de Juros desejada = 5% Prazo = ? 2º Passo: Converter a Taxa de Juros anual para a taxa desejada Resposta: 6 meses ou ½ ano 16 Cálculo do Valor Presente e Valor Futuro no Regime Simples Agora que já abordamos o cálculo dos juros e a conversão das taxas e prazos, veremos como se dá o cálculo do Valor Presente e do Valor Futuro. De fato, o cálculo é muito simples, basta calcular os Juros e somá-los para encontrar o Valor Futuro. Quando houver incógnitas, basta elaborar e resolver a equação que é de 1º grau. Dessa forma, a equação final para o cálculo de operações financeiras no regime de capitalização simples é: VF = VP + (VP x i x n) VF = VP x (1+ (i x n) ) logo, VP = Onde: VF = Valor Futuro VP = Valor Presente i = taxa de juros n = número de períodos/Prazo Veremos agora um exercício resolvido para fixar os conceitos: Ex1. Joaquim aplicou R$10.000,00 em um investimento que remunera 10% ao ano a juros simples, durante 16 meses. Calcule os Juros recebidos e o Montante que Joaquim irá receber após os 16 meses. 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 10000 Taxa de Juros = 10% a.a Prazo = 16 meses Juros=? VF=? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade Taxa de Juros de 10% ao ano; Prazo de 16 meses; Incompatíveis 3º Passo: Converter a Taxa de Juros para o prazo mensal 4º Passo: Elaborar as equações 17 Juros = VP x Taxa de Juros x Prazo VF = VP + Juros VF = VP + (VP x i x n) VF = VP x (1+ (i x n) ) 5º Passo: Calcular as equações Juros = 10000 x 0,833333% x 16 Juros = 1333,33 VF = 10000 + 1333,33 VF = 13.333,33 Ou VF = 10000 + (10000 x 0,833333% x 16) VF = 10000 + (1333,33) VF = 13333,33 Resposta: Juros de R$1333,33 e Valor Futuro de R$13.333,33 Ex2. Ana fez um empréstimo em um banco que cobra 5% ao mês de juros simples, após 3 anos ela pagou ao Banco R$8400. Calcule os Juros pagos e qual foi o Valor que Ana emprestou. 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VF = 8400 Taxa de Juros = 5% a.m. Prazo = 36 meses ou 3 anos Juros=? VP=? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade Taxa de Juros de 5% ao mês; Prazo de 36 meses; Compatíveis 3º Passo: Elaborar as equações VF = VP x (1+ (i x n) ) VP = Juros = VP x Taxa de Juros x Prazo ou Juros = VF – VP 4º Passo: Calcular as equações VP = VP = VP = VP = 3000 Juros = VF – VP Juros = 8400 – 3000 Juros = 6400 Ou Juros = 3000 x 5% x 36 Juros = 6400 Resposta: Juros de R$6400 e Valor Presente de R$3000 18 Desconto Simples A didática do desconto pode ser facilmente entendida como sendo o inverso dos juros. Basicamente é a inversão da equação básica, você sabe o Valor Futuro e deseja saber qual será o Valor Presente; eles não têm esse nome, pois, na prática o que o ocorre é o Desconto de um Valor Nominal por uma taxa de juros simples multiplicada pelo prazo. Conforme a equação abaixo: VD = Valor Descontado = Ex2. Francisco recebeu uma ordem de pagamento de R$1000 para ser paga daqui a 6 meses, porém, precisa do dinheiro agora e foi a uma Factoring – uma empresa que adquire esse tipo de título após realizar um desconto – que cobra um desconto de 2% ao mês a juros simples. Quanto dinheiro Francisco recebeu? 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VN = 1000 Taxa de Juros = 2% a.m. Prazo = 6 meses VD=? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade Taxa de Juros de 2% ao mês; Prazo de 6 meses; Compatíveis 3º Passo: Elaborar as equações VD = 4º Passo: Calcular as equações VD = VD = VD = VD = 892,86 Resposta: Valor Descontado de R$892,86 19 Ampliando horizontes A melhor maneira de fixar os conceitos apresentados nesta unidade é a realização de exercícios e a leitura de exercícios resolvidos. Busque exercícios difíceis, que as variáveis mudem, com várias etapas, que exijam, de uma só vez, todos os conceitos aqui apresentados. Ou seja, exercícios em que sejam necessários o cálculo do prazo, o desconto e também a conversão das taxas. Um website com muitos exercícios que recomendo é o www.matematicadidatica.com.br. http://www.matematicadidatica.com.br/ 20 UNIDADE 03. JUROS COMPOSTOS Objetivo Esta unidade tem por objetivo abordar os conceitos de Juros Compostos, Capitalização Compostos, Cálculo do Valor Presente e Futuro para Juros Compostos, Conversão de Taxas e Prazos no Regime de Juros Compostos. Bebendo na fonte Juros Compostos É o regime de capitalização de juros, no qual a taxa de juros incide sobre o valor principal no primeiro período e, partir daí, o saldo acumulado se torna o valor principal do próximo período; dessa forma, os juros se acumulam a cada período até o último período (juros sobre juros), resultando numa equação geométrica que pode ser expressa da seguinte maneira: J = VP x ((1+i)n – 1) Juros = Valor Presente x ((1+Taxa de Juros)Prazo–1) Onde: J = juros VP = Valor Presente i = taxa de juros n = número de períodos/Prazo Assim como ocorre nos Juros Simples, tome cuidado com a unidade do Prazo e da Taxa de juros. Vamos ver um exemplo para fixar o conceito: Temos uma dívida de R$ 1000,00 na qual a taxa de juros é de 5% ao mês (a.m.) pelo regime de juros compostos. Se essa dívida for cobrada após 3 meses qual será o valor dos Juros? 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 1000 Taxa de Juros = 5% a.m. Prazo = 3 meses Juros = ? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade Taxa de Juros de 3% ao mês ; Prazo de 3 meses ; OK 21 3º Passo: Elaborar as equações Juros = Valor Presente x (1+Taxa de Juros)Prazo – 1) 4º Passo: Calcular as equações Juros = 1000 x (1+5%)3 Juros = 1000 x 1,053 Juros = 1000 x 1,157625 Resposta: Juros de R$1157,62 Conversão da taxa de juros ou do prazo no Regime Composto Muitas vezes, a Taxa de Juros e o Prazo não serão compatíveis e será necessário converter um dos dois para que fiquem na mesma unidade de tempo. Como o cálculo no regime composto é geométrico, essa conversão precisa ser feita com a equação abaixo: Vejamos um exemplo para fixar o conceito. Exemplo: Qual a taxa de juros mensal de um investimento que remunera à taxa de juros compostos de 15% ao ano? 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas Taxa de Juros = 15% a.a Prazo = 1 ano ou 12 meses Prazo desejado = 1 mês Taxa de Juros Desejada = ? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade Taxa de Juros de 15% ao ano; Prazo de 1 mês; Incompatíveis 3º Passo: Converter a Taxa de Juros para o prazo mensal – 1 Taxa desejada = 1,1715% ao mês 22 Resposta: Taxa de Juros de 15% ao ano equivale à 1,1715% ao mês Já, para converter o prazo, é necessário isolar os prazos na equação previamente citada – processo longo demais para ser inserido aqui – o que resulta na seguinte equação: Vejamos um exemplo para fixar o conceito. Exemplo: Em um investimento que remunera a uma taxa de juros de 12% ao ano, José deseja saber quanto tempo ele precisa deixar seu capital aplicado nesse investimento para que o mesmo lhe renda 7% de juros sobre o capital aplicado. 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas Taxa de Juros = 12% a.a Taxa de Juros desejada = 7% Prazo = ? Prazo da taxa de juros = 1 ano ou 12 meses 2º Passo: Converter a Taxa de Juros anual para a taxa desejada = 7,16415 meses Para converter esse valor em meses e dias: 1 mês é igual a30 dias, logo, basta multiplicar 30 dias por 0,16415 que teremos 4,9245 dias. Resposta: 7 meses e 5 dias ou 7,16415 meses Cálculo do Valor Presente e Valor Futuro no Regime Composto Agora que já abordamos o cálculo dos juros e a conversão das taxas e prazos, veremos como se dá o cálculo do Valor Presente e do Valor Futuro. Ao contrário dos juros simples, o cálculo agora é um pouco complicado, pois se trata de uma equação geométrica. Dessa forma, a equação final para o cálculo de operações financeiras no regime de capitalização composta é: 23 VF = VP x (1+i)n Valor Futuro = Valor Presente x (1+Taxa de Juros)Prazo Onde: J = juros VP = Valor Presente i = taxa de juros n = número de períodos/Prazo Veremos agora um exercício resolvido para fixar os conceitos: Ex1. João aplicou R$7000,00 em um investimento que remunera 8% ao ano a juros compostos, durante 10 meses. Calcule os Juros recebidos e o Montante que João irá receber após os 10 meses. 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 7000 Taxa de Juros = 8% a.a Prazo = 10 meses Juros=? VF=? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade Taxa de Juros de 8% ao ano; Prazo de 10 meses; Incompatíveis 3º Passo: Converter a Taxa de Juros para o prazo mensal – 1 Taxa Desejada = 0,6434% ao mês 4º Passo: Elaborar as equações e Calcular as equações VF = VP x (1+ i )n e Juros = VF – VP VF = 7000 x (1+0,6434%)10 VF = 7000 x (1,006434)10 VF = 7000 x 1,0662354 VF = 7463,65 Juros = 7463,65 – 7000 Juros = 463,65 Resposta: Juros de R$463,65 e Valor Futuro de R$7463,65 Ex2. Ana fez um empréstimo em um banco que cobra 15% ao ano de juros compostos, após 26 meses ela pagou ao Banco R$16244. Calcule os Juros pagos e qual foi o Valor que Ana emprestou. 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VF = 8400 Taxa de Juros = 5% a.m. Prazo = 36 meses ou 3 anos 24 Juros=? VP=? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade Taxa de Juros de 15% ao ano; Prazo de 26 meses; Incompatíveis 3º Passo: Converter a Taxa de Juros para o prazo mensal – 1 Taxa Desejada = 1,1715% ao mês 4º Passo: Elaborar as equações e Calcular as equações VF = VP x (1+ i )n VP = e Juros = VF -VP VP = VP = VP = VP = 12000 Juros = 16244 – 12000 Juros = 4244 Resposta: Juros de R$4244 e Valor Presente de R$12000 Desconto Composto A didática do desconto pode ser facilmente entendida como sendo o inverso dos juros. Basicamente é a inversão da equação básica. Você sabe o Valor Futuro e deseja saber qual será o Valor Presente; eles não têm esse nome, pois, na prática o que o ocorre é o Desconto de um Valor Nominal por uma taxa de juros composta. Conforme a equação abaixo: VD = Valor Descontado = Exemplo: Francisco recebeu uma ordem de pagamento de R$10000 para ser paga daqui a 10 meses, porém, precisa do dinheiro agora e foi à uma Factoring – uma empresa que adquire esse tipo de título após realizar um 25 desconto – que cobra um desconto de 1% ao mês à juros compostos. Quanto dinheiro Francisco recebeu? 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VN = 10000 Taxa de Juros = 1% a.m. Prazo = 10 meses VD=? 2º Passo: Conferir se Taxa de Juros e Prazo estão na mesma unidade Taxa de Juros de 1% ao mês; Prazo de 10 meses; Compatíveis 3º Passo: Elaborar as equações VD = 4º Passo: Calcular as equações VD = VD = VD = VD = 9052,87 Resposta: Valor Descontado de R$ 9052,87 Ampliando horizontes A melhor maneira de fixar os conceitos apresentados nesta unidade é a realização de exercícios e a leitura de exercícios resolvidos. Busque exercícios difíceis, que as variáveis mudem, com várias etapas, que exijam, de uma só vez, todos os conceitos aqui apresentados. Ou seja, exercícios em que sejam necessárias a conversão das taxas, o cálculo do prazo, do desconto, etc. Um website com muitos exercícios que recomendo é o www.matematicadidatica.com.br. http://www.matematicadidatica.com.br/ 26 UNIDADE 04. TAXAS EFETIVAS, PROPORCIONAIS E NOMINAIS Objetivo Abordar as questões relativas à conversão de taxas de juros para adequação aos prazos conforme ocorre no cotidiano das empresas no mercado financeiro brasileiro. Bebendo na fonte As calculadoras financeiras, em especial a HP12c, estão baseadas na condição de que a taxa de juros e o prazo estejam em unidades compatíveis. Assim, uma taxa de juros anual de 5% requer um investimento com prazo estabelecido em anos; se for uma taxa mensal, o prazo deverá estar em meses e assim por diante. Entretanto, no nosso cotidiano, as taxas de juros e os períodos de capitalização nem sempre são compatíveis; como já vimos em capítulos anteriores, é necessário realizar cálculos de conversão das taxas e dos prazos. Porém, até agora os problemas e as conversões apresentadas foram simplificadas e, agora, veremos como realmente acontece no mercado financeiro. Taxa Efetiva Taxa de juros efetiva é aquela em que a unidade referencial de tempo é compatível com a unidade de tempo do prazo. Por exemplo: a) 2% ao mês, capitalizados mensalmente em um investimento com prazo determinado em meses; 27 b) 3% ao trimestre, capitalizados trimestralmente em um investimento com prazo determinado em trimestres; c) 6% ao semestre, capitalizados semestralmente em um investimento com prazo determinado em semestres; d) 10% ao ano, capitalizados anualmente em um investimento com prazo determinado em anos. Nesse caso, tendo em vista a coincidência nas unidades de medida dos tempos da taxa de juros e dos períodos de capitalização, costuma-se dizer: 2% ao mês, 3% ao trimestre, 6% ao semestre, 10% ao ano. A taxa efetiva é utilizada nas calculadoras financeiras e nas funções financeiras das planilhas eletrônicas. É a taxa que buscamos para poder realizar os cálculos financeiros corretamente. Taxas Proporcionais Taxas de juros proporcionais são aquelas fornecidas em unidades de tempo diferentes que, ao serem aplicadas a um mesmo principal durante um mesmo prazo, produzem um mesmo montante e a mesma quantidade de juros para aquele prazo, no regime de capitalização simples. O conceito de taxas proporcionais está, portanto, diretamente ligado ao regime de juros simples e é esclarecido pelo exemplo a seguir. Calcule os montantes a partir de um principal de R$1000, no regime de juros simples, com as seguintes taxas de juros, para um prazo de 4 anos: a) 12% ao ano 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 1000 Taxa de Juros = 12% a.a. Prazo = 4 anos Juros = ? VF = ? 2º Passo: Adaptar o prazo à periodicidade da taxa de juros Taxa de Juros de 12% ao ano ; Prazo de 4 anos ; OK 3º Passo: Elaborar as equações 28 Juros = VP x Taxa de Juros x Prazo VF = VP + Juros 4º Passo: Calcular as equações Juros = 1000 x 12% x 4 Juros = 1000 x 48% Juros = 480 VF = VP + Juros VF = 1000 + 480 VF = 1480 Resposta: Juros de R$480 e Montante de R$1480 b) 6% ao semestre 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 1000 Taxa de Juros = 6% a.s. Prazo = 4 anos Juros = ? VF = ? 2º Passo: Adaptar o prazo à periodicidade da taxa de juros Taxa de Juros de 6% ao semestre ; Prazo de 4 anos 1 ano tem 2 semestres, logo, 4 anos tem 8 semestres. 3º Passo: Elaborar as equações Juros = VP x Taxa de Juros x Prazo VF = VP + Juros 4º Passo: Calcular as equações Juros = 1000 x 6% x 8 Juros = 1000 x 48% Juros = 480 VF = VP + Juros VF = 1000 + 480 VF = 1480 Resposta: Juros de R$480 e Montante de R$1480 c) 1% ao mês 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 1000 Taxa de Juros = 6% a.s. Prazo = 4 anos Juros = ? VF = ? 2º Passo: Adaptar o prazo à periodicidade da taxa de juros Taxade Juros de 1% ao mês ; Prazo de 4 anos 1 ano tem 12 meses, logo, 4 anos tem 48 semestres. 3º Passo: Elaborar as equações 29 Juros = VP x Taxa de Juros x Prazo VF = VP + Juros 4º Passo: Calcular as equações Juros = 1000 x 1% x 48 Juros = 1000 x 48% Juros = 480 VF = VP + Juros VF = 1000 + 480 VF = 1480 Resposta: Juros de R$480 e Montante de R$1480 É importante notar que os cálculos foram realizados no regime de juros simples e que nos três casos o principal e o prazo foram os mesmos; se não fosse assim, não seria possível demonstrar a proporcionalidade. Como o montante obtido no final dos quatro anos foi sempre igual a R$ 1480, podemos concluir que as taxas de 12% a.a., 6% a.s. e 1% a.m. são proporcionais, pois produzem o mesmo montante, ao serem aplicadas sobre o mesmo principal, pelo mesmo prazo no regime de juros simples. Taxa Nominal Taxa de juros nominal é aquela em que a unidade referencial de seu tempo não coincide com a unidade de tempo do prazo da operação financeira. A taxa nominal é sempre fornecida em termos anuais e os períodos de capitalização podem ser semestrais, trimestrais, mensais ou diários. A taxa nominal, apesar de bastante utilizada no mercado, não representa uma taxa efetiva e, por isso, não deve ser usada nos cálculos financeiros, no regime de juros compostos. Toda taxa nominal traz em seu enunciado uma taxa efetiva implícita, que é a taxa de juros a ser aplicada em cada período de capitalização. Essa taxa efetiva implícita é sempre calculada de forma proporcional, no regime de juros simples. Nos exemplos a seguir, a taxas efetivas que estão implícitas nos enunciados das taxas nominais são as seguintes: 30 a) 12% ao ano, capitalizados mensalmente; 1 ano tem 12 meses, logo basta dividir a taxa anual pelo número de meses de 1 ano e teremos: 1% ao mês b) 24% ao ano, capitalizados semestralmente; 1 ano tem 2 semestres, logo basta dividir a taxa anual pelo número de semestres que 1 ano tem e teremos: 12% ao semestre c) 10% ao ano, capitalizados trimestralmente; 1 ano tem 4 trimestres, logo basta dividir a taxa anual pelo número de trimestres de 1 ano e teremos: 2,5% ao trimestre Devemos então abandonar os valores das taxas nominais e realizar todos os cálculos financeiros, no regime de juros compostos, com valores das taxas efetivas correspondentes, ou seja, 1% ao mês. 12% ao semestre, 2,5% ao trimestre e 0,05% ao dia. Após a realização dessa conversão, deve-se tomar cuidado, pois o mercado financeiro brasileiro, em geral, utiliza a capitalização de juros compostos nas suas operações financeiras, então, após a conversão da taxa nominal para a efetiva, os cálculos que se seguirem devem ser feitos normalmente, conforme as equações dos juros compostos. Outra observação importante é tomar cuidado quando ocorrer de o prazo da operação financeira ser diferente do prazo da taxa efetiva obtida, pois deverá ser feita outra conversão da periodicidade da taxa e, desta vez, o cálculo efetuado deve seguir a equação de conversão para juros compostos. Vejamos um exemplo para fixar esses conceitos: 31 Um dado investimento remunera a taxa de juros compostos de 12% ao ano capitalizados trimestralmente. Ana aplicou seu capital nesse investimento durante 6 meses; qual foi a taxa de rendimento obtida? 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas Taxa de Juros Nominal= 12% a.a. capitalizada trimestralmente Prazo = 6 meses Taxa de Juros Efetiva = ? Taxa da operação = ? 2º Passo: Obter a Taxa Efetiva convertendo a Taxa Nominal 12% ao ano capitalizada trimestralmente; 1 ano tem 4 trimestres, logo basta dividir a taxa anual pelo número de trimestres de 1 ano e teremos: 3% ao trimestre 3º Passo: Converter a Taxa de Juros para o prazo mensal 1 ano tem 4 trimestras, logo : – 1 Taxa Desejada = 0,7417% ao mês 4º Passo: Elaborar as equações e Calcular as equações Taxa da operação= ((1+Taxa de JurosPrazo)) – 1 ((1+0,7417%)6) – 1 ((1,007417)6) – 1 (1,045336) – 1Taxa da Operação = 0,0453358 Resposta: Taxa da Operação após 6 meses é de 4,5336% Conforme podemos observar, a taxa efetiva implícita de uma taxa nominal anual é sempre obtida no regime de juros simples. A taxa anual equivalente a essa taxa efetiva implícita é sempre maior que a taxa nominal que lhe deu origem, pois essa equivalência é sempre feita no regime de juros compostos. Essa taxa anual equivalente será tanto maior quanto maior for o número de períodos de capitalização da taxa nominal. 32 Ampliando horizontes A melhor maneira de fixar os conceitos apresentados nesta unidade é a realização de exercícios e a leitura de exercícios resolvidos. Busque exercícios difíceis, em que as variáveis mudem, com várias etapas, que exijam, de uma só vez, todos os conceitos aqui apresentados. Ou seja, exercícios em que sejam necessários o cálculo do prazo, do desconto, a conversão das taxas, etc. Um website com muitos exercícios que recomendo é o www.matematicadidatica.com.br. http://www.matematicadidatica.com.br/ 33 UNIDADE 05. TAXA EQUIVALENTE, BRUTA, NOMINAL, LÍQUIDA E REAL Objetivo Conceituar e capacitar o aluno no cálculo das taxas Bruta, Nominal, Líquida e Real. Indicadores de performance financeira utilizados no mercado e que indicam se, de fato, uma operação financeira de investimento foi lucrativa. Bebendo na fonte Taxas Equivalentes Taxas de juros equivalentes são aquelas dadas em unidades de tempo diferentes que, ao serem aplicadas a um mesmo principal durante um mesmo prazo, produzem um mesmo montante acumulado no final daquele tempo, no regime de juros compostos. O conceito de taxas equivalentes está, portanto, diretamente ligado ao regime de juros compostos e é esclarecido pelos exemplos dados abaixo. Portanto, podemos observar que a diferença entre as taxas equivalentes e as taxas proporcionais se resume ao regime de capitalização de juros considerado. As taxas proporcionais se baseiam em juros simples e as taxas equivalentes se baseiam em juros compostos. Exemplo: Determinar os montantes acumulados no final de quatro anos, a partir de um principal de R$1000, no regime de juros compostos, com as seguintes taxas de juros: a) 12,6825% ao ano 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 1000 Taxa de Juros = 12,6825% a.a. Prazo = 4 anos Juros = ? VF = ? 34 2º Passo: Adaptar o prazo à periodicidade da taxa de juros Taxa de Juros de 12% ao ano ; Prazo de 4 anos Ok 3º Passo: Elaborar as equações Juros = VP x ((1+Taxa de Juros)Prazo) – 1) VF = VP x (1+Taxa de Juros)Prazo 4º Passo: Calcular as equações Juros = 1000 x ((1+12,6825%)4) – 1) Juros = 1000 x (1,612226 – 1) Juros = 1000 x (0,612226) Juros = 612,23 VF = 1000 x (1+12,6825%)4 VF = 1000 x (1,612226) VF = 1612,23 Resposta: Juros de R$612,23 e Montante de R$1612,23 b) 6,1520% ao semestre 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas VP = 1000 Taxa de Juros = 6,1520% a.s. Prazo = 4 anos Juros = ? VF = ? 2º Passo: Adaptar o prazo à periodicidade da taxa de juros Taxa de Juros de 6,1520% ao semestre ; Prazo de 4 anos 1 ano tem 2 semestres, logo, 4 anos tem 8 semestres. 3º Passo: Elaborar as equações Juros = VP x ((1+Taxa de Juros)Prazo) – 1) VF = VP x (1+Taxa de Juros)Prazo 4º Passo: Calcular as equações Juros = 1000 x ((1+6,1520%)8) – 1) Juros = 1000 x (1,612226 – 1) Juros = 1000 x (0,612226) Juros = 612,23 VF = 1000 x (1+6,1520%)8 VF = 1000 x (1,612226) VF = 1612,23 Resposta: Juros de R$612,23 e Montante de R$1612,23 35 Observe que os cálculos foram realizados no sistema de juros compostos e que nos três casos o principal e o prazo foram os mesmos. Como o montante obtido no final de quatro anos foi sempre o mesmo, pode-se concluir que as taxas 12,6825%ao ano e 6,1520% ao semestre são taxas equivalentes, pois produzem o mesmo montante ao serem aplicadas sobre o mesmo principal, pelo mesmo prazo, no regime de juros compostos. Taxas segundo a ótica da Rentabilidade Agora que já abordamos o funcionamento e os cálculos de operações financeiras para juros simples, compostos, a conversão de taxas e prazos e conceituamos as conversões para diversos tipos de capitalização, vamos abordar uma questão prática e necessária para a avaliação de qualquer investimento: os efeitos da Inflação e dos Tributos sobre a lucratividade da operação financeira. No cotidiano do gestor financeiro, que lida com decisões de investimento, tudo o que já foi abordado até aqui acontece com frequência, normalmente, os cenários possuem várias incógnitas e exigem a utilização de quase todos os conceitos apresentados até o momento de uma só vez, é necessário converter a taxa nominal para efetiva, depois adequá-la ao prazo da operação; em seguida, calcular os juros e o valor futuro, porém, mais alguns cálculos são necessários ainda. Todos os exemplos citados, até aqui, nessa apostila, resultaram em Juros e Taxas de Juros que não consideraram o efeito da inflação sobre a operação financeira, nem sequer foram abatidos os tributos. No mundo real, infelizmente, temos que levar essas duas variáveis em conta, a inflação mede a deterioração do dinheiro e a sua perda de poder de compra, logo, tem um efeito negativo sobre a rentabilidade de um investimento. Da mesma maneira, os impostos incidem sobre a lucratividade da operação, reduzindo o seu valor final; dessa 36 forma, para se ter uma ideia correta da lucratividade de uma operação financeira, é necessário considerar essas duas variáveis. Mais considerações sobre Inflação, Tributação, Lucratividade, Rentabilidade, entre outros conceitos econômicos são abordados na apostila da disciplina de Economia aplicada a Negócios. Vamos primeiramente conceituar os tipos de taxas de acordo com a ótica da Rentabilidade: Taxa Nominal: Apesar da semelhança no nome, nada tem a ver com a Taxa Nominal citada na unidade anterior; essa taxa expressa o valor de rentabilidade sem considerar os efeitos da inflação; portanto, todos os exemplos dados na apostila, até aqui, foram de Juros e Taxas de Juros Nominais. Taxa Bruta: É aquela que não considera o abatimento dos tributos. Portanto, todos os exemplos citados até aqui também são de Juros e Taxas de Juros Brutos. Logo, podemos dizer que todos os resultados dos investimentos usados nos exemplos são resultados Brutos Nominais. Taxa Real: É aquela em que é considerada a inflação, portanto, a taxa de juros da operação deve ser reduzida pela inflação ou acrescida em caso de deflação – que é quando a inflação é menor do que zero. Vejamos a fórmula abaixo: Vejamos um exemplo para fixar os conceitos: Um investimento remunera 10% de juros ao ano, se a inflação acumulada nesse ano for de 5% qual será a rentabilidade real de uma operação de investimento com 1 ano de duração? 1º Passo: definir as variáveis e as incógnitas Taxa de Juros Nominal Bruta = 10% a.a. Inflação = 5% no ano Taxa de Juros Real Bruta= ? Prazo = 1 ano 37 2º Passo: Obter a Taxa Real Taxa Real = = 1,047619 Resposta: Taxa Real Bruta de 4,762% no ano em questão. Importante fazer aqui algumas observações importantes: primeiro, o leitor atento perceberá na resposta do exemplo acima em que está escrito Taxa Real Bruta no ano em questão, isso porque a inflação do ano em questão foi de 5% e a do ano seguinte não foi definida, logo o cálculo da taxa real deve ser feito periodicamente. Além disso, existem investimentos que remuneram de duas maneiras a taxa nominal, como visto nos exemplos das unidades anteriores, ou a taxa real. O cálculo exposto no exemplo acima é apenas para fins de avaliação da rentabilidade de um investimento; na hora de calcular um investimento, mesmo se houver inflação, a taxa utilizada deve ser a nominal, a taxa real serve apenas para avaliar a rentabilidade – afinal, a inflação não diminui a quantidade de dinheiro paga em juros, apenas o poder de compra desse montante de dinheiro – lembre-se disso também na hora de calcular os tributos, pois eles incidem sobre o valor bruto nominal. Quando um investimento lhe dá a opção de escolher entre um rendimento nominal e um real, nada mais é do que uma aposta entre você e o fornecedor do investimento. Ele está lhe dizendo que pode lhe pagar, por exemplo, uma taxa de juros nominal de 5% no ano ou 1% de taxa de juros reais, o que significa que ele irá lhe pagar 1% de juros mais a inflação acumulada no ano em questão. Vejamos o exemplo: Dois títulos de investimento lhe foram oferecidos, o primeiro remunera a uma taxa de juros nominais de 10% ao ano, o segundo remunera a uma taxa de juros reais de 6% ao ano. Se a inflação no ano for de 4%, qual título você deve escolher? 38 Taxa Real = = 1,05769 Título 1 : Taxa de Rentabilidade Real Bruta de 5,769% Título 2 : Taxa de Rentabilidade Real Bruta de 6% Resposta: O título 2 rende mais se a inflação for de 4% ao ano ou mais. Taxa Líquida: Por último, temos a taxa em que são abatidos os tributos; essa taxa pode ser calculada no final da operação financeira, abatendo os tributos sobre os Juros obtidos e depois dividindo o valor desses juros pelo Principal, ou abatendo o valor da alíquota do imposto da taxa de juros do investimento; com a taxa líquida, é possível saber de antemão qual será o lucro da operação financeira após pagos os tributos. Vejamos as duas fórmulas: Taxa Líquida = ou Taxa Líquida = Taxa de Juros x (1 – Taxa Imposto) Fórmula para Juros Simples VF = VP x [1[+(i*(1-t))n]] Fórmula para Juros Compostos VF = VP x [1+(i*(1-t))]n J = juros VP = Valor Presente VF = Valor Futuro i = taxa de juros t = Taxa Imposto ou Alíquota de Imposto n = número de períodos/Prazo Por exemplo, para um investimento de R$200 que remunera 50% ao ano e rendeu R$100 de Juros em um ano com uma alíquota de IR é de 20% sobre o lucro ao ano, a taxa líquida será obtida seguindo o cálculo abaixo: VP = 200 J = 100 n=1 t= 20% ilíquida=? ibruta = 50% Taxa Líquida = 50% x (1 – 20%) 0,5 x 0,8 0,4 Taxa Líquida = 40% Taxa Líquida = Taxa Líquida = 40% Vamos aproveitar o exemplo para apresentar os dois possíveis Montantes, com e sem a cobrança de impostos; basta alterar entre a taxa de juros bruta e líquida: 39 VFBruto = 200 x 1+50% = 200 x 1,5 = VF = 300 VFLíquido = 200 x 1+40% = 200 x 1,4 = VF = 280 Impostos pagos = VFbruto – VFlíquido ou Juros x Taxa Imposto Impostos = 300 – 280 = 20 ou 100 x 20% = 20 Observação final da Unidade: Taxa Real e Líquida podem ser calculadas juntas, mas é preciso fazer esta operação com cuidado, o imposto incide sobre o valor nominal, logo, primeiro calcule o Lucro Nominal Bruto com a taxa de nominal, em seguida abata os Impostos e obtenha o Lucro Nominal Líquido; somente então deprecie com a Inflação para obter o Lucro Real Líquido. Não tente realizar esse cálculo de outra maneira, evitando assim resultados equivocados. Mais sobre esse assunto na disciplina de Gestão Financeira no módulo específico. Av. Ernani Lacerda de Oliveira, 100 Bairro: Pq. Santa Cândida CEP: 13603-112 Araras / SP (19) 3321-8000 ead@unar.edu.br Rua Américo Gomes da Costa, 52 / 60 Bairro: São Miguel Paulista CEP: 08010-112 São Paulo / SP (11) 2031-6901 eadsp@unar.edu.br www.unar.edu.br 0800-772-8030 POLOS EAD http://www.unar.edu.br http://unar.info/ead2 Capa Matemática Financeira Capa Matemática Financeira
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