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FILOSOFIA (questões)

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*Brenda Alves 
QUESTÕES - FILOSOFIA 
 
1. Explique o significado a partir do livro Martin Heidegger – o que é isto a 
filosofia, de ser e ente. 
 
Martin Heidegger, depois de Aristóteles, foi o filósofo que abordou mais 
profundamente a questão do ser. Ele afirma que não existe apenas uma diferença entre o ente 
e o ser, mas uma diferença absoluta, onde os mesmos precisam ser pensados separadamente, 
distintamente. 
Pode-se dizer que, em sua acepção mais radical, o ente é tudo aquilo que é, ou seja, 
tudo aquilo que existe e que pode ser categorizado como "ente", inclusive figuras abstratas 
como as virtudes, os sentimentos, e os números. Portanto, o ente é o que é, tem uma definição 
de gênero. 
Heidegger salienta que o ser não é o ente, apesar de todo ente ter um ser, o ser do ente; 
o ser não pode ser determinado no ente, embora, possa determinar um ente à presença. Com a 
frase “O ser recolhe o ente”, o ser está relacionado logicamente com a existência, sendo 
assim, seria dizer que o ser é, ou seja, o próprio existir. Entende-se que a partir do ser é que o 
ente ganha sua determinação. Apesar de o ser, assim como a filosofia, substancializa-lo teria o 
significado de deter a sua determinação. Pensar na verdade do Ser, ao modo Heideggeriano, 
significa dizer o mesmo que: “a tradição está superada”. 
Ele também afirma que o homem seria o ente aberto ao ser, que é o único ente que 
pode compreender o ser, pois o homem é a porta de entrada do ser. Na relação entre ser e ente 
se estabelece, assim, na perspectiva de Heidegger a diferença ontológica. Embora esta questão 
ainda seja bem inconclusiva, Heidegger contribuiu muito para esse questionamento do ser. 
2. Os sofistas eram grandes sábios gregos. Porém, Platão não vai considerar essa 
prática como verdadeira filosofia, Sócrates é quem terá esse título, explique. 
 
Os sofistas foram considerados os primeiros professores da história, mestres na arte da 
retórica e da persuasão e diziam que tudo sabiam e tudo podiam ensinar e refutar. Eram 
procurados por jovens bem-nascidos, dispostos a pagar muito dinheiro para transmitir 
conhecimento. 
Era comum que sofistas viajassem em grupos pelas cidades gregas e romanas 
ensinando a argumentação a respeito de qualquer tema, mesmo que os argumentos não fossem 
válidos, ou seja, não estavam interessados pela procura da verdade e sim pelo refinamento da 
arte de vencer discussões, pois para eles a verdade é relativa de acordo com o lugar e o tempo 
em que o homem está inserido. 
Para Platão, os sofistas não eram filósofos que não passam de mágicos imitadores, 
pois com sua desenvolvida capacidade de persuasão e refutação encantam as pessoas com sua 
retórica e reproduzem a realidade de modo a fazerem-nas acreditar que são oniscientes e que 
tudo podem refutar. 
Criticava também a atitude dos sofistas de cobrar para repassar conhecimento. Para 
ele, a busca pelo conhecimento deveria vir como forma de descoberta da verdade e de 
enobrecimento da alma, sem nenhuma finalidade lucrativa. 
*Brenda Alves 
Apesar disso, eles deixaram importantes contribuições à filosofia. Foram os primeiros 
a fazer uma distinção entre a physis (ordem natural) e o nomos (ordem humana). 
Contudo, ele afirma Sócrates como verdadeira filosofia, pois o mesmo, não cobrava 
para ensinar; enquanto Sócrates refutava para purificar a alma de sua ignorância, fazendo 
dialética, o sofista refutava para ganhar a disputa verbal, fazendo a retórica; e os sofistas 
diziam que “sabiam de tudo”, Sócrates afirmava que nada sabia. 
Além disso, Sócrates foi mencionado com o modelo proposto na República de Platão, 
o mito da caverna, onde a caverna simbolizava o mundo onde todos os seres humanos vivem, 
enquanto que as correntes significava a ignorância que prendem os povos, que pode ser 
representada pelas crenças, culturas e outras informações de senso comum que são absorvidas 
ao longo da vida. O indivíduo que consegue se “libertar das correntes” e vivenciar o mundo 
exterior é aquele que vai além do pensamento comum, criticando e questionando a sua 
realidade. Assim como aconteceu com seu mestre, Sócrates, que foi morto pelos atenienses 
devido aos seus pensamentos filosóficos que provocavam uma desestabilização no 
“pensamento comum”, o protagonista desta metáfora foi morto para evitar a disseminação de 
ideias “revolucionárias”. 
 
3. Tendo em vista o que foi estudado em sala e no material proposto, discorra sobre 
a seguinte problemática: Como encontrar segurança na argumentação filosófica, 
tendo em vista as dúvidas essenciais quanto à verdade mesma do “ser”, enquanto 
problema originário (arché). 
 
No primeiro momento, vai existir homens primitivos no mundo, que vão explicar a 
realidade do mundo de maneira mítica, onde o mito é basicamente um narrativa criada pelos 
homens para explicar as origens das coisas que para eles não eram explicados. 
Com isso, o mito não vai pendurar como a única forma de explicar o mundo, 
precisamente vai nascer à filosofia. Os primeiros filósofos então vão tentar explicar a 
realidade, não como fazia o mito, onde explicava através de elementos, agentes e entes 
supranaturais, mas sim, vão encontrar a segurança a partir das leis da natureza, desvinculando 
totalmente a doxa, a mitologia e a religião. 
Para moldar esse conhecimento, é necessário quatro pressupostos: Organização das 
ideias; método, para dizer quais os caminhos que vão ser estudados; ter um certo rigor e 
ordenamento daquilo que tem que seguir e a sistematicidade, possibilitando assim o 
funcionamento da razão instrumental na busca por resultados seguros que compõe a filosofia. 
 
4. Discorra a respeito da problemática envolvendo o pensamento de Platão a 
respeito do ser em sua essência, quando os pensadores Heráclito e Parmênides, 
tendo em vista a concepção mesma do conhecimento. 
 
Para Heráclito, o mundo era um fluxo contínuo, onde nada permanece idêntico a si 
mesmo, mas transforma-se no seu oposto (negação, contradição). Ele acreditava num mundo 
contínuo, um mundo em constante movimento, em constante transformação, onde tudo flui, 
tudo passa. Dessa forma, o homem também muda. 
Ele utilizou uma metáfora, a da vela acesa: quando vemos a chama de uma vela, temos 
a impressão que ela é sempre a mesma, porém o que acontece é que a cera da vela é 
*Brenda Alves 
transformada é fogo, o fogo em fumaça e a fumaça em ar, ou seja, na verdade estamos diante 
de um processo de transformação que atua naquele momento. Segundo Heráclito, é esse 
processo de transformação continuo que atua no mundo. 
 Parmênides, por sua vez, vai entrar com a ideia contrária à de Heráclito. Onde define 
que o ser é único, imutável, infinito e imóvel. Ele vai defender a ideia de que o nosso 
conhecimento perceptivo, ou sensitivo das coisas, só nos fornece uma aparência, uma ilusão 
do movimento, e somente o conhecimento intelectivo nos permite contemplar a realidade 
como idêntica a si mesma. A realidade, de acordo com essa ideia, é imutável; excluindo assim 
os conceitos de mudança e movimento. 
Contrapondo o debate entre Heráclito e Parmênides, vai surgir Platão. Platão resolve 
esse problema com sua Teoria das Ideias, explicando que é possível dividir o mundo em dois: 
mundo sensível, que é o mundo material ou físico, onde provém de nossa experiência sensível 
com as coisas no mundo e para Platão não passa de uma mera aparência ou uma cópia do 
mundo real; e o mundo inteligível, que é o mundo das ideias, onde vai estar às essências 
verdadeiras. 
Concluímos que tanto as ideias de Parmênides, quanto as de Heráclito se enquadram a 
realidade, completando-se. Há situações em que o movimento é inaceitável, a realidade não 
consiste em mudança ou movimento. Contudo há situações que não podem ser aceitas com a 
simples explicação de que o movimento é uma ilusão dos sentidos, pois é provado pela 
razão que só existem a partir dessa mudança. 
Ou seja, Heráclitoestava afirmando que o mundo era um processo de transformação, 
dentro do mundo sensível, onde para Platão, este seria apenas cópias da ideia, do mundo 
real, por isso ocorria transformações, visto que a essência, a coisa verdadeira estaria no 
mundo inteligível, como Parmênides, em sua ideia do mundo como imóvel, visto que ele 
estaria afirmando dentro do mundo inteligível. 
Um exemplo da união das duas ideias é o da morte. Uma pessoa morre e permanece 
em mudança, transformando-se constantemente (mobilistas), mas seu estado permanece 
morto (monistas).

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