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Metais Alcalinos Terrosos A Química dos Sulfatos (SO4 2-) e Carbonatos (CO3 2-) Estrutura Eletrônica Be – 1 s2, 2s2 Mg – 1s2, 2s2, 2p6 3s2 Ca- 1s2, 2s2, 2p6 3s2 3p6 4s2 Sr - 1s2, 2s2, 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 Ba - 1s2, 2s2, 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 5p6 6s2 X X X X Mesma tendência dos gases nobres Diferentes propriedades Importante: Compostos de Be e Ba normalmente são muito tóxicos Comportamento Anômalo do Berílio • Átomo menor tamanho; • Elevada eletronegatividade; • Orbitais p livres; Formação de compostos covalentes 2 S p Estado fundamental 2 S p Estado excitado Ocorrência e Abundância • Be – pouco comum, baixa abundância (presente em pequenas quantidades em silicatos); • Mg – 6º elemento mais abundante • Ca- 5° elemento mais abundante; • Ba – Barita BaSO4; • SrSO4 e SrCO3; • Ra - Radioativo Água do mar (0,13% MgCl2); Dolomita (MgCO3.CaCO3) Magnesita (MgCO3) Epsomita (MgSO4 . 7H2O) Carnalita ( KCl. MgCl2. 6H2O) Etc. Calcário (CaCO3) Aragonita e calcita Baixa abundância Obtenção – Forma metálica Semelhante aos metais alcalinos Eletrólise ígnea do sal do metal em questão (geralmente cloreto do metal alcalino terroso) Semi-reação Eo (V) Ba2+(aq) + 2e- --> Ba(s) -2,90 Sr2+(aq) + 2e- --> Sr(s) -2,89 Ca2+(aq) + 2e- --> Ca(s) -2,87 Mg2+(aq) + 2e- --> Mg(s) -2.37 2H2O + 2e - --> H2(g) + 2OH -(aq) -0,83 O2(g) + 2H2O + 4e - --> 4OH- (aq) +0,40 O2(g) + 2H +(aq) + 2e- --> H2O2(aq) +0,68 2H+(aq) + 2e- --> H2 0,00 Jamais em meio aquoso Obtenção-Mg Único que se tem o interesse de se produzir na forma metálica em larga escala Ligas metálicas Compostos de Grignard Obtenção via MgO (método antigo) MgO + C = Mg + CO (T= 2000°C) • Processos mais usados recentemente 1. Processo Pidgeon (a partir da dolomita) [CaCO3 . MgCO3] + calor → CaO . MgO + CO2 CaO . MgO + Fe/Si →Mg 2. Eletrólise do MgCl2 Mg2+ + 2e = Mg 2Cl- = Cl2 + 2e _______________________ Mg2+ + 2 Cl- = Mg + Cl2 Obtenção-Mg Processo Dow de extração da água do mar Água do mar contém 0,13% de Mg2+ A extração do Mg2+ da água do mar é possível pelo fato de Ca(OH)2 ser mais solúvel do que o Mg(OH)2. Ca(OH)2(aq) + MgCl2(aq) →Mg(OH)2 (s)+ CaCl2(aq) Filtração Mg(OH)2 (s) +2 HCl (aq) →MgCl2 (aq) + 2 H2O(l) Eletrólise Vaporização Obtenção de Ca • Eletrólise ígnea do CaCl2 obtido no processo Solvay; NH3 + H2O + CO2 → NH4HCO3 NaCl + NH4HCO3→ NaHCO3 + NH4Cl 2 NaHCO3 → Na2CO3 + CO2 + H2O (150°C) CaCO3 + aquecimento → CaO + CO2 (1100°C) CaO + H2O → Ca(OH)2 2 NH4Cl + Ca(OH)2 → 2 NH3 + CaCl2 + 2 H2O Reação com Água Formação de hidrogênio e do respectivo hidróxido Ca(s) + 2 H2O(l) → Ca(OH)2(aq) + H2(g) Mg(s) + 2 H2O(l) → Mg(OH)2(s) + H2(g) Be não reage com água Alguns estudos revelam que a água em temperatura crítica poderia reagir Hidróxidos – Bases Base forte: praticamente 100% de dissociação em meio aquoso Toda base de metal alcalino é uma base forte: LiOH(aq) → Li + (aq) + OH - (aq) NaOH(aq) → Na + (aq) + OH - (aq) KOH(aq) → K + (aq) + OH – (aq) Esse mesmo comportamento é observado com as bases de metais alcalinos terrosos? Porção não dissociada (sólido/precipitado) Porção dissociada (dissolvida em meio aquoso) Se uma base se mantém na forma não dissociada, significa dizer que as interações entre as partículas (cátion e ânion) são fortes, não permitindo a dissociação. Base fraca Se uma base se mantém na forma dissociada, significa dizer que as interações entre as partículas (cátion e ânion) são fracas, permitindo a dissociação, ou seja, as interações entre cátion/ânions e as moléculas de água são predominante. Base forte Bases de metais alcalinos terrosos – X(OH)2 Onde X = Mg, Ca, Sr, Ba Como varia a força das bases de metais alcalinos terrosos? Mg Ca Sr Ba A solubilidade dos hidróxidos dos metais alcalinos terrosos em água aumenta do magnésio para o bário, enquanto a ordem de solubilidade é inversa para os sulfatos desses metais. A solubilidade de sais inorgânicos está diretamente relacionada à relação entre os raios dos seus íons (cátions e ânions). Quando os raios iônicos são muito próximos à energia de rede cristalina, ∆U, é favorecida em relação à energia de solvatação (energia de hidratação no caso da água como solvente, ∆HHID). Quando os raios dos íons são diferentes, a energia de hidratação é favorecida em relação à energia de rede cristalina. Dessa forma, no caso dos metais alcalinos terrosos, quando reagidos com o íon hidróxido, que é um íon pequeno, a solubilidade aumenta à medida que se desce no grupo, já que a diferença entre os raios dos íons aumenta. Quando reagidos com íons sulfato, que são íons grandes, o comportamento é inverso ao apresentado pelos hidróxidos, com a solubilidade aumentando à medida que se sobe no grupo dos metais alcalinos terrosos. Energias de hidratação • As energias de hidratação dos elementos do grupo 2 são de 4 a 5 vezes maiores que as dos correspondentes do grupo 1. • Menor tamanho e menor carga que os metais alcalinos Equação de Born-Landé: Energias de hidratação • As energias de hidratação dos elementos do grupo 2 são tão grandes que compostos cristalinos possuem moléculas de “água de cristalização” • NaCl e KCl são anidros (não contém água); • MgCl2, CaCl2, SrCl2 e BaCl2 são hidratados: • MgCl2∙ 6H2O • CaCl2∙ 6H2O • SrCl2∙ 6H2O • BaCl2∙ 2H2O Solubilidade e energia reticular A solubilidade da maioria dos sais diminui com o aumento do número atômico. A solubilidade depende da energia reticular do sólido e da energia de hidratação dos íons. As energias reticulares dos compostos acima (kJ mol-1) são muito maiores que a dos correspondentes compostos do grupo 1, devido ao aumento da carga. A energia reticular diminui com o aumento do metal. Solubilidade e energia reticular A energia de hidratação também diminui a medida que os íons metálicos se tornam maiores: Para uma substância ser solúvel a energia de hidratação deve ser maior que a energia reticular; • Um decréscimo da energia reticular favorece a solubilidade • Um decréscimo da energia de hidratação desfavorece a solubilidade Solubilidade e energia reticular • Um decréscimo da energia reticular favorece a solubilidade; • Um decréscimo da energia de hidratação desfavorece a solubilidade; • O efeito global depende de qual dos dois apresenta uma variação relativa maior: • Na maioria das vezes a energia de hidratação decresce mais rapidamente que a energia reticular – a solubilidade diminui com o aumento do tamanho do metal, de cima para baixo no grupo 2; • No caso de fluoretos e hidróxidos de metais alcalinos terrosos a energia reticular diminui mais rapidamente que a energia de hidratação – a solubilidade aumenta de cima para baixo no grupo 2. Água de Barita e Água de Cal Ca(OH)2 e Ba(OH)2 Utilizados na determinação de CO2 e CO3 2- Solução de Carbonato Solução água de barita ou água de cal Ca(OH)2 + CO2 → CaCO3 (s) + H2O(l) Ba(OH)2 + CO2 → BaCO3 + H2O(l) Dureza da Água • Água rica em íons de cálcio e/ou magnésio; Dificulta a formação de espumas ao se utilizar sabões. Reage com moléculas do surfactante, formando precipitados. Pode trazer problemas tanto à saúde como em processos industriais. Dureza da Água Uma água que contém mais de 500 mg de sais calcários por litro, não mata a sede, dificulta a digestão e não pode ser utilizada para alguns fins domésticos, como a lavagem de roupa e o cozimento de legumes. Tais águas, denominadas salobras, pesadas ou duras, recebem mais particularmente o nome de selenitosas, quando possuem sulfato de cálcio (CaSO4) em grande quantidade. Estas águas, podem ser melhoradas, adicionando-se carbonato de potássio (K2CO3), pois, da dupla decomposição entre este sal e o sulfato de cálcio, resultam em carbonato de cálcio, que se deposita e pode ser separado, e sulfato de potássio (K2SO4), que faz com que a água sirva para muitosusos como domésticos como industriais: Dureza da Água CaSO4 + K2CO3 → CaCO3(s) + K2SO4 A água dura não produz espuma com o sabão, porque os sais reagem com o sabão dando um precipitado insolúvel. Os sais mais frequentes nas águas duras são os de cálcio e magnésio: 2 C15H31COONa + Ca(HCO3)2(s) → (C15H31COO)2Ca(s) + 2 NaHCO3(aq) PALMITATO DE SÓDIO BICARBONATO DE CÁLCIO PALMITATO DE CÁLCIO BICARBONATO DE SÓDIO SABÃO (ÁGUA-DURA) (INSOLÚVEL) Os inconvenientes das águas duras são várias, dentre eles podemos citar: as incrustações nas caldeiras que pode provocar uma explosão, uma distribuição heterogênea do calor que pode provocar o fenômeno de calefação, um maior consumo de sabão nas lavagens e na formação de uma crosta branca no fundo das panelas. Por que ocorre o aumento da concentração de Ca2+ e/ou Mg 2+ na água? Dureza da Água Depósitos subterrâneos de calcário (CaCO3) e dolomita (MgCO3 . CaCO3) Agua dura = concentração de Mg2+ e Ca2+ ≥ 150 mg/L Quando há um aumento da concentração de CO2 na água, o meio torna-se ácido, possibilitando a solubilização dos carbonatos. Carbonatos de metais alcalinos terrosos são poucos solúveis em água CO2 (g) + H2O (l) → H2CO3 (aq) H2CO3 (aq) → H + (aq) + HCO3 - (aq) Dureza da Água Regiões mais críticas quanto a presença de água dura Nordeste Centro-Oeste EUA Europa Dureza da água depende da composição dos solos. Dureza da Água Problemas relacionados à dureza da água Saúde Precipitação de compostos de Ca2+ e Mg2+ (oxalatos, carbonatos, fosfatos, etc.) Formação de cálculos renais Água potável Ministério da saúde – 500 mg/L Recomendável – 50 mg/L Efeito laxativo (Mg2+ ); Água com sabor salobro, não elimina a sede. Dureza da Água Problemas relacionados à dureza da água Abastecimento doméstico Eficiência de limpeza de detergentes Aumento do consumo de detergentes Abastecimento industrial Precipitação de carbonatos em tubulações, causando entupimento, o que tem como consequência o aumento da manutenção, diminuição da eficiência de produção, podendo até mesmo causar acidentes (explosões). Dureza da Água Tratamento – Abrandamento (há dois tipos de tratamento) 1. Precipitação Química – Adição Na2CO3 Precipitação na forma de carbonatos ou hidróxidos Carbonato de sódio sofre hidrólise em meio aquoso 2Na+ (aq) CO3 2-(aq) + 2 H2O (l) = 2 Na + (aq) + 2 OH- (aq) + H2O (l) + CO2(g) Ca 2+ (aq) + CO3 2- (aq) → CaCO3 (s) Mg 2+ (aq) + 2 OH –(aq) →Mg(OH)2 (s) pH deve estar alto para que ocorra a precipitação Em meio ácido, ocorre a dissolução dos carbonatosÉ necessário corrigir o pH do fluído após a remoção do precipitado 2. Troca catiônica – Utilização de uma resina catiônica R-(SO3Na)2 + Ca 2+ → R-(SO3)2Ca + 2 Na + R-(SO3Na)2 + Mg 2+ → R-(SO3)2Mg + 2 Na + Dureza da Água Tratamento – Abrandamento (há dois tipos de tratamento) Substitui os íons Ca2+ e/ou Mg2+ por Na+, que forma compostos solúveis em água e não prejudiciais aos seres humanos. Regeneração da coluna de troca iônica / quando ocorre a saturação Adição de uma solução de NaCl R-(SO3)2Ca + 2 Na + → R-(SO3Na)2 + Ca 2+ R-(SO3)2Mg + 2 Na + → R-(SO3Na)2 + Mg 2+ Dureza da Água Tratamento – Adição de fosfatos em detergentes Fosfatos complexam os íons Mg2+ e Ca2+, evitando que os mesmos precipitem com a molécula surfatante. Em alguns países essa ação já é proibida. Problemas ambientais Carga negativa Zeólitas são mais recomendadas Ba- Toxicidade Ba2+ é tóxico para o organismo humano em baixa concentrações, podendo levar à morte (substitui o Ca) Caso Real: Contaminação em contraste radiológico/Caso CELOBAR BaSO4 – Utilizado em contraste radiológico BaSO4 contaminado com BaCO3 Produção de Sulfato de Bário BaCO3(s) + H2SO4 (aq)→ BaSO4(s) + H2O (l) + CO2 (g) Se não for utilizado excesso de ácido sulfúrico, permanecerão resíduos de carbonato de bário Por que BaCO3 é tóxico para o organismo e BaSO4 não é? Se o contraste radiológico for ingerido, será direcionado ao estômago. - Que substância química há no estômago? - Qual o pH do estômago? Apenas carbonatos se dissolvem em meio ácido. A solubilização dos sulfatos não acontecem. Por quê? É necessário estudar o equilíbrio de solubilidade destes compostos BaSO4(s) = Ba 2+ (aq) + SO4 2- (aq) Kps= 1,0 x 10 -10 BaCO3(s) = Ba 2+ (aq) + CO3 2- (aq) Kps= 8,1 x 10 -9 Ba- Toxicidade
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