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CONFISSÃO DO ACUSADO - Processo Penal

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Prévia do material em texto

*Brenda Alves 
CONFISSÃO DO ACUSADO 
 
CONCEITO 
➢ Tipo de prova em que o acusado admite a responsabilidade pela 
infração penal imputada, do fato ou dos fatos típicos, ilícitos ou 
culpáveis. 
 
➢ A confissão pode ser conceituada como a aceitação por parte do 
acusado da imputação da infração penal, perante a autoridade 
judiciária ou policial. 
 
➢ Em síntese, confissão é a admissão feita por aquele a quem é 
atribuída a prática da infração penal da veracidade da imputação. 
 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 
➢ Autoacusação: Confessar é se auto acusar. 
 
➢ O acusado se defende dos FATOS e não de qualificação jurídica ou 
outras coisas. 
 
➢ Confessar possui 2 dimensões/aspectos: 
 
o Objetivo: em relação ao fato ou fatos imputados. Porque 
recai sobre fatos contrários ao interesse de quem confessa. 
 
o Subjetivo: em relação a autoria ou coautoria do crime. 
Porque provém do próprio acusado, e não de terceiro. 
 
➢ Testemunho qualificado: a confissão também é conhecida como 
testemunho duplamente qualificado. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DA CONFISSÃO 
 
➢ Pessoalidade/ato personalíssimo: não pode ser realizada pelo 
advogado ou por representante do acusado. Somente o acusado 
*Brenda Alves 
pode confessar a prática do fato delituoso, sendo inviável que 
outorgue poderes a seu advogado para fazê-lo. 
 
➢ Judicialidade: deve ser realizada na frente do juiz; perante a 
autoridade judiciária; dirigida a autoridade. 
 
Obs.: A confissão, embora judicial, pode ser realizada de forma 
extraprocessual. No entanto, caso seja feita dessa forma, deve ser 
reduzida a termo nos autos do processo. 
 
➢ Divisibilidade/ato divisível: O juiz pode entender que uma parte é 
verdadeira e a outra não é; O acusado pode confessar a prática de 
um fato delituoso e negar o cometimento de outro, como também 
pode confessar todos os fatos delituosos que lhe são atribuídos, 
razão pela qual se diz que a confissão é um ato divisível. 
 
Obs.: uma confissão cuja divisão não possua lógica alguma com os fatos 
já apurados no processo não pode ser aceita pelo magistrado. 
 
➢ Retratável/ato retratável: O réu pode se desdizer, voltar atrás; É 
perfeitamente possível que o acusado, após confessar o fato 
delituoso, resolva se retratar. Ou seja, o réu tem o direito de mudar 
de ideia e voltar atrás em sua confissão. 
 
Obs.: entretanto, é importante observar que a retratação do réu sobre 
sua confissão obriga o magistrado a determinar a realização de novo 
interrogatório. 
 
Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre 
convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto 
 
➢ Voluntária/ato livre e espontâneo: Livre de qualquer pressão que 
não parta do próprio acusado, ou de qualquer pressão não 
admitida em direito, exemplo: ameaçar, coação. 
 
o Não pode ter nada de ilícito pressionando para que ele venha 
confessar; 
 
o Não pode haver qualquer forma de constrangimento físico 
e/ou moral para que o acusado confesse a prática do fato 
*Brenda Alves 
delituoso. Aliás, de acordo com o art. 1º, inciso I, da Lei nº 
9.455/97, constitui crime de tortura constranger alguém com 
emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, 
declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. 
 
➢ Informal: não possui forma exata prevista em lei. 
 
➢ Consonância com o conjunto probatório: quer dizer que nesse caso 
a confissão não pode ser destoante dos demais elementos de 
prova. 
o Exemplo: art. 158 e art. 200. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DA CONFISSÃO 
 
As duas principais classificações são feitas de acordo com os sujeitos 
ou abrangência subjetiva, ou seja, leva em consideração as pessoas 
abrangidas por essa confissão. 
 
➢ A confissão quanto a abrangência subjetiva, pode ser: 
o Confissão Individual: é aquela em que o acusado trás 
exclusivamente para si o reconhecimento da pratica do fato 
ou dos fatos criminosos. Não significa que tem 1 réu no 
processo, nessa confissão ele apenas atribui para si a pratica 
do fato criminoso; É quando a confissão imputa 
exclusivamente a um acusado a pratica do fato criminoso. 
Pode ter pluralidade de réus, só que quem cometeu o crime 
foi aquele réu. 
 
o Confissão Delatória: é aquela em que a pessoa que está 
confessando além de assumir a pratica do crime, ela 
também aponta coautores e participes; Também conhecida 
como chamamento de corréu ou delação premiada, ocorre 
quando o acusado confessa a prática do fato delituoso e 
delata coautores e partícipes. 
 
➢ A confissão quanto a autoridade, pode ser: 
o Judicial: é aquela feita no foro perante a autoridade 
judiciária; É aquela feita perante a autoridade judiciária, na 
presença do defensor do acusado. Se produzida diante de 
*Brenda Alves 
autoridade judicial competente será a confissão judicial 
própria; se produzida perante autoridade incompetente, será 
judicial imprópria. 
 
o Extrajudicial: é aquela que pode ser feita em qualquer outro 
local, inclusive não precisa ser necessariamente na esfera 
policial. Embora seja geralmente feita na esfera policial, pode 
ser feita em meios de comunicação em massa por exemplo; 
É aquela feita fora do processo penal, geralmente perante a 
autoridade policial, sem a observância do contraditório e da 
ampla defesa. Produzida que é na fase investigatória, sem a 
presença dialética das partes, conclui-se que uma confissão 
extrajudicial não pode, de per si, fundamentar um decreto 
condenatório, sob pena, aliás, de violação ao preceito do art. 
155, caput, do CPP. Em duas situações, todavia, a 
jurisprudência tem admitido a valoração da confissão 
extrajudicial: a) no plenário do júri, em virtude do sistema da 
íntima convicção do juiz, que vigora em relação à decisão dos 
jurados; b) quando a confissão extrajudicial é feita na 
presença de defensor. 
 
➢ A confissão quanto a forma, pode ser: 
o Expressa ou explícita: aquele que o réu afirma com todas as 
letras acerca de sua autoria na pratica do fato criminoso; 
Feita de maneira evidente, ou seja, quando o acusado 
confessa a prática do fato delituoso sem dubiedades. 
 
o Tácita ou implícita: Não existe confissão TÁCITA. Toda 
confissão deve ser realizada de forma expressa pelo 
acusado. 
 
➢ A confissão quanto aos efeitos, pode ser: 
o Simples: é aquela na qual o réu apenas confirma os fatos 
apresentados pela acusação. 
 
o Complexa: é aquela na qual o réu confirma vários fatos 
delitivos que também são objetos das apurações. 
 
o Qualificada: é aquela na qual o réu confessa os fatos 
apresentados pela acusação, mas adiciona circunstâncias 
que excluem sua responsabilidade penal. Exemplo: o réu que 
*Brenda Alves 
admite ter praticado um homicídio, mas alega, ao confessar, 
que estava em legítima defesa. 
 
 
EFEITOS DA CONFISSÃO 
 
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá 
constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. 
 
Este artigo é polêmico, pois a doutrina considera absurda a 
possibilidade da utilização do silêncio do acusado de qualquer maneira, 
inclusive na formação do 
convencimento do juiz (o silêncio do acusado não pode ser interpretado 
em seu prejuízo). 
Nesse sentido, é pacífico o entendimento de que a última parte do 
artigo não foi recepcionada pela ordem jurídica vigente, e um examinador 
experiente não irá elaborar questões utilizando esse tema. 
 
 
DELAÇÃO ou COLABORAÇÃO PREMIADA 
 
➢ Delatar: é sinônimo de denunciar (não no sentido formal do direito), 
ou seja, informar a ocorrência de um fato criminoso. 
 
➢ Notitia Criminis: é trazer o conhecimento para a autoridade 
competente a ocorrência de um crime. 
 
o De cognição espontânea: é aquela em que a autoridade 
toma conhecimento na sua pratica do dia a dia; 
 
o De cognição coercitiva: decorre em flagrante delito, a 
autoridade vai tomar conhecimento emvirtude de um 
flagrante delito. 
Notitia criminis inqualificada é o que denomina de denúncia 
anônima. 
 
➢ Delação é considerada notitia criminis de delação por alguns 
autores, quando um dos coautores ou participes ele da ciência ou 
de novos crimes ou de novos coautores ou participes desse crime. 
 
*Brenda Alves 
➢ A doutrina majoritária (Aury Lopes,Nucci,Renatinho e Nestor 
Távora) citam que os delatores tem como natureza jurídica de 
testemunha impropria. Porque o acusado/delator reúne para si 2 
figuras: por um lado ele é acusado, pois assume pra si a 
responsabilidade penal; por outro lado ele assume pra si 
características de testemunha em relação aos outros que ele 
denúncia. Ou seja, não se tem um acusado propriamente dito, e 
nem uma testemunha propriamente dito. 
 
➢ Como sendo uma testemunha imprópria, ele tem 2 características 
importante na prática: se ele é uma testemunha imprópria, ele não 
é uma testemunha, e não presta juramento, portanto, não responde 
por falso testemunho; e por também não ser somente acusado, ele 
também não poderá ser processado por crime de denunciação 
caluniosa do art. 339 do CP, porque também traz pra si a 
responsabilidade penal. 
 
 
BENEFÍCIOS LEGAIS DA DELAÇÃO 
 
➢ Delação premiada na prática se traduz em você se utilizar do seu 
conhecimento dentro da estrutura da empreitada criminosa para 
que você possa elucidar todo o crime ajudando pôs a justiça. 
 
➢ O que a justiça faz? Se você confessar, você tem o benefício da 
atenuante, art. 165 CP. 
 
➢ Mas a delação não é somente uma confissão, ela é mais ampla e 
mais benéfica do que a confissão, porque enquanto na confissão 
ordenaria do art. 165, reduzindo de 1/8 a 1/6; na delação premiada 
traz possibilidades de reduzir de 1 a 2 terços ou até mesmo 
substituir a pena, dependendo do caso. 
➢ Enquanto a confissão normal é uma atenuante; quando é admitida 
a delação é uma causa especial de diminuição de pena. 
 
➢ Portanto, os benefícios são: redução de pena (um a dois terços), 
concessão de regime inicial mais benéfico, substituição de privativa 
de liberdade por restritiva de direitos e perdão judicial. 
 
 
*Brenda Alves 
PROCEDIMENTO 
 
➢ Lei das organizações criminosas (melhor ilustra) 
 
➢ Acompanhado de seu advogado, entra em contato com a 
autoridade policial (delegado de polícia) ou MP. Nesse caso, os 
termos do acordo serão entre o acusado devidamente 
acompanhado de advogado por intermédio da autoridade policial 
ou diretamente do acusado com o MP. 
 
➢ O delator fala depois das testemunhas, pois o último momento é 
reservado para o interrogatório do(s) acusado/acusados. 
 
➢ Os réus delatados que foram objeto de delação premiada. 
 
➢ O juiz não pode adentrar nos termos da delação. 
 
➢ Portanto, o procedimento seria: proposta (acusado, autoridade 
policial ou MP); análise da proposta (ineditismo probatório); 
celebração e homologação (aspectos de formalidade).

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