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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Processos Criativos Prof. Jheison Holthausen Aula 4 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 CONVERSA INICIAL Depois de termos trabalhado com conceitos mais abrangentes, chegou a hora de aprendermos técnicas mais práticas. Nesta quarta aula você irá aprender um modelo de processo criativo que você pode adotar para si ou usar como base para o seu próprio processo. Também vamos dar várias dicas para sair de um bloqueio criativo. Mas, antes de tudo isso, vamos falar sobre motivação e sobre como equilibrar a sua necessidade de ganhar dinheiro com a sua vontade de fazer coisas bacanas, o que é fundamental para todo o resto. Por último, vamos ensinar mais técnicas para estimular a criatividade: como elaborar mapas conceituais e moodboards. Está preparado? O professor Jheison Holthausen irá explicar mais detalhadamente a organização desta aula. Vamos lá? Acesse o material on-line. CONTEXTUALIZANDO Então você está estudando, lendo livros, vendo filmes e procurando informação. Nesta aula você vai aprender algumas técnicas mais concretas para deixar a criatividade fluir. Além disso, com esta aula você saberá o que fazer quando ela parar de fluir. Bom, comece assistindo à videoaula disponível no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 PESQUISE Motivação O comportamento criativo não é padrão no ser humano (PREDEBON, 2010, p. 130). Sendo assim, vamos fazer uma pequena reflexão sobre o que nos motiva – ou nos desmotiva – a fazer coisas criativas. Talvez estejamos desmotivados porque precisamos de mais segurança para poder tomar decisões, ou porque temos medo de que nossas propostas sejam interpretadas de maneiras erradas, sejam rejeitadas, e talvez nos levem ao desemprego. A motivação é importante para vencermos a inércia e praticarmos a criatividade. Trabalhar motivados faz com que o trabalho flua e talvez nem pareça trabalho. Podemos até ter a sensação de que não estamos trabalhando, e sim nos divertindo. Gostar do que fazemos é um lugar comum na literatura sobre motivação. “Escolha um trabalho que você ama e nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida”, diz uma frase famosa. Porém, nem todo mundo pode se dar ao luxo de só fazer o que gosta. Até no trabalho dos nossos sonhos vamos nos deparar com tarefas e situações chatas que contradizem essa “filosofia”. Então, vamos com calma. Vamos procurar motivação, mas não dessa maneira! Então como podemos fazer para nos sentirmos mais motivados? PREDEBON (2010, p. 132) aponta que a motivação pode ter duas origens: a material e a idealista. E que essas duas formas de motivação precisam ser equilibradas. A motivação material se refere à compensação pelo nosso trabalho, geralmente em troca de dinheiro, mas que também pode ser em troca de experiências ou ensinamentos, como é o caso de um estágio. O dinheiro que CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 cai na nossa conta ou ter esse emprego no currículo são, certamente, motivações. A motivação idealista é a da realização pessoal. Se trata de transformar “nossas tarefas em meios de afirmação e nossos obstáculos em desafios” (PREDEBON, 2010, p. 132). A realização pessoal pode acontecer de várias maneiras, como pela satisfação que temos quando fazemos um trabalho que é aprovado ou elogiado, quando aprendemos técnicas que exigiram esforço e as colocamos em prática ou até quando ajudamos alguém a alcançar seus objetivos. O importante aqui é equilibrar os dois tipos de motivação. Se trabalharmos somente pelo material, pelas consequências do nosso trabalho, corremos o risco de nos desmotivarmos diante de ocasiões como uma demissão ou o fracasso de um empreendimento. Chega uma hora que o salário não parece valer a pena diante de um trabalho que não nos dá nenhuma satisfação. Se nos colocarmos em uma posição completamente idealista, buscando somente a satisfação pessoal, vai chegar uma hora que vai faltar dinheiro, e nosso trabalho vai parecer ter sido em vão. Também podemos ser vítimas de pessoas que se aproveitem de nosso trabalho através dos discursos do tipo “ame o que você faz, faça o que você ama”. Essas situações também podem levar à desmotivação e a desistir do que fazemos. Por isso temos que saber equilibrar as origens da motivação. Se você tem a sorte de gostar do que você faz e ainda ganhar dinheiro com isso, lembre-se que não é porque você gosta do que faz que merece ganhar menos dinheiro. Realização pessoal é importante, mas não paga nossas despesas. Talvez você precise trabalhar em troca de realização pessoal, mas faça isso já pensando que depois virá o trabalho em troca de dinheiro, ou vice-versa. Com base nisso, pense quais atitudes você vai tomar com respeito à sua motivação. Considere que a relação entre o material e o ideal não vai ser CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 equilibrada o tempo todo, e que talvez você precise focar em uma ou em outra até conseguir chegar nesse equilíbrio. Pense também que esse equilíbrio não precisa ser atingido necessariamente durante o trabalho, mas fora dele também. Saber equilibrar, ou se esforçar para alcançar esse equilíbrio é o que vai evitar aquela sensação ruim de querer jogar tudo para o alto. Vamos recapitular o conteúdo deste tema? Assista à videoaula do professor Jheison, que está disponível no material on-line! Processo criativo Que mania a gente tem de dividir tudo em etapas, classificar, organizar, hierarquizar! Nos deixem criar de uma vez, quero ser criativo! Pois é, mas não é assim que funciona quando a gente tem prazos a cumprir. A criatividade não parece ser do tipo de objeto que possa ser dissecado, classificado, estudado. Mas são esses processos que nos ajudam a entender como funciona, e nos ajudam no processo de poder usar nossa criatividade para trabalhar – todo mundo faz isso, mas a gente o faz de outra maneira. Há várias maneiras de separar o processo de criação em etapas, mas vamos ficar aqui com a feita por Catherine Patrick e citada por Menna Barreto (2004, 147–155). Ela dividiu o processo em quatro fases: preparação, incubação, iluminação e verificação. Vamos ver do que se tratam essas etapas? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Preparação A preparação é tudo o que a gente aprendeu nas aulas anteriores. Se preparar aproveitando o repertório de cada um, alimentando esse repertório, correndo atrás de informações necessárias a um trabalho específico – como o exemplo que demos dos parafusos. Temos que definir o problema, de modo que nossos objetivos fiquem claros. O objetivo principal é ter todos os recursos necessários para a criação. Com isso, já podemos ir pensando em algumas associações de ideias e textos ou já começar a criação propriamente dita. DOMINGOS (2003, p. 135) chama esta fase de “empolgação”, já que você deveria estar empolgado para começar a criar, e não preocupado porque não tem informação suficiente sobre o que você precisa criar. Incubação Então você reuniu toda a informação, estabeleceu um problema, leu o briefing e começou a criar. Começou a gerar alternativas, escreveu textos, largou alguns pela metade, reescreveu, fez esboços, procurou imagens de referências para uma ideia de leiaute, gerou mais alternativas, anotou tudo. Aparentemente o problema será resolvido. Ou não. Nenhuma das ideias parece ser adequada, só aparecem lugares comuns, nada da ideia genial. DOMINGOS (2003, p. 137) chama esta fase de “é mais difícil do que eu pensei”, que é quando a empolgação dá lugar ao desespero. Então, calma. Mesmo que o prazo seja curto, deixe tudo de lado por um tempo e vá fazeroutra coisa. Nesse período de descanso é que os “dados do consciente mergulham no inconsciente, no meio de bilhões de dados adquiridos desde quando você estava no útero de sua mãe até um segundo atrás, em busca de informações que correspondam à sua busca” (VIEIRA apud. DOMINGOS, 2003, p. 137). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Nos desligarmos um pouco do problema vai fazer com que retornemos a ele com a mente descansada e talvez encontremos novas qualidades em ideias que achávamos ruins, modifiquemos um caminho que tínhamos começado a seguir ou apareça uma ideia no momento menos esperado, como uma revelação – são esses momentos que fazem parecer que a criatividade é algo inato, mas você já viu o trabalho que dá preparar as condições para que apareça a lâmpada na nossa cabeça, não é? Então vá folhear um livro, dar uma volta, tomar um café. Ou vá dormir e volte no dia seguinte, se você puder se dar a esse luxo. Talvez um mini- brainstorm ajude. Mais adiante vamos falar mais sobre esses momentos de bloqueio, mas, por enquanto, saiba que aumentar a pressão só atrapalha o processo! Iluminação Se estivéssemos dentro de um desenho animado, este seria o momento no qual aparece uma lâmpada acesa na nossa cabeça. Estalamos os dedos e apontamos o indicador para cima. Olhamos para o vazio, ou para nosso colega mais próximo, e talvez o seguremos pelos ombros enquanto gritamos que deu certo. É quando o nosso problema está resolvido – ou achamos que está. Nos livros de publicidade há várias histórias de soluções que apareceram durante um engarrafamento, do publicitário que saiu de uma reunião e voltou 20 minutos depois com a campanha resolvida, da ideia que veio durante as férias, lendo jornal na beira da piscina. O famoso “eureca” do Arquimedes, ou a maçã que caiu na cabeça de Isaac Newton. Então, aproveite a euforia, monte sua ideia e a apresente. Talvez dê certo, talvez não, vamos ver no próximo passo! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Verificação Agora é a hora de ver se a euforia se transforma em resultados. É quando a ideia vai ser posta à prova dos colegas, dos chefes e de nossos próprios critérios: É adequada? Funciona? Soluciona o problema? Vai ser aprovada pelo cliente? É possível que sua ideia não seja tão boa quanto você pensava, assim como é possível que a ideia que você apresentou sem muito entusiasmo, para cumprir o prazo, funcione. De qualquer maneira, se prepare para que não funcione. Considere um treinamento e guarde a ideia para futuras situações. Uma boa dica é não se apegar a uma única ideia. Não deu certo? Volte duas casas e tente novamente. Trabalhe a partir de outro caminho. Comece tudo de novo. Crie seu próprio processo Vamos tomar cuidado ao pensar que estas etapas têm uma divisão rígida! Na verdade, podemos alternar entre elas a qualquer hora, voltar a uma etapa anterior, refazer tudo, nos adiantarmos etc. Não pense algo do tipo “nossa, que informação interessante, pena que já passei da fase da preparação”. Pode acontecer também de você criar etapas dentro dessas etapas, ou que você trabalhe melhor em outra ordem, com seu próprio método. Fique à vontade para considerar estas etapas como um ponto de partida para que você crie seus próprios métodos! Ficou alguma dúvida quando às etapas do processo produtivo? Em todo caso, assista à videoaula, que está disponível no material on-line! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 Bloqueios criativos Você já reuniu toda a informação necessária e agora começa a pensar em soluções. Chamamos esta etapa de “incubação”. Ligamos o cérebro no turbo e começamos a gerar alternativas, a rabiscar, a criar. Ou a tentar criar. Mas, parece que tropeçamos a cada frase escrita. Toda ideia que aparece é imediatamente considerada ruim e descartada. Bate o desespero. Chamamos isso de bloqueio criativo. Não é lá muito legal, mas já que você vai ter que conviver com ele, é melhor que se conheçam desde já. Ele pode aparecer por vários motivos, como o fato de estarmos preocupados com outros problemas, por não julgarmos nossas ideias boas o suficiente, por descartá-las com facilidade, por não termos informação suficiente sobre o que estamos criando e mesmo por ansiedade por um prazo curto, dentre outros motivos. Há muitas dicas de escritores e outros tipos de criativos (não só na publicidade) que se aplicam a qualquer bloqueio. Vamos lá: Mude o ponto de vista: se coloque em outra posição. Finja que você é seu cliente, ou seu chefe, ou quem vai consumir o que você vai anunciar. Esta dica pode ser levada ao pé da letra: se você tiver um produto, um objeto, ou uma foto dele, ponha ele de ponta cabeça, olhe de perto, de longe, por baixo, por cima, de muito longe, de muito perto etc. Pode ser que você repare em algo que estava ali o tempo todo. Imponha restrições, ou foque nelas: como ficaria se o anúncio fosse um all-type, sem imagem nenhuma? Ou se pudéssemos usar apenas um desenho, sem foto nenhuma? Ou se fosse em preto e branco, mesmo que se trate de um anúncio para ser veiculado na Internet? Talvez o que esteja atrapalhando nossa criatividade seja o excesso de opções: invente algumas restrições e veja o que acontece! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Troque os elementos: se você está criando um anúncio para adolescentes, imagine como seria um anúncio para pessoas idosas. Ou troque o produto por outro similar ou mesmo por um bem diferente. Veja as ideias que surgirem e leve-as a sério. Uma delas pode servir para resolver o seu problema original. Combine duas ideias: pegue dois dos começos de ideias que você teve e veja o que acontece se juntar os dois. Vá testando combinações. Talvez a combinação das duas resolva o problema ou talvez fique uma mistura que vai te dar origem a uma nova ideia, melhor que as duas juntas. Visualize: o anúncio ainda não existe, mas visualize você apresentando-o em uma reunião, ou imagine-o na Internet ou em um outdoor. Talvez nesse exercício de visualização você acabe imaginando como o anúncio deveria ser. Escreva sobre o seu problema: não se trata do problema que você tem que resolver, mas do problema que você tem em não conseguir resolver o problema, o que não é a mesma coisa. Coloque em palavras sua angústia, descreva o processo, as informações que você tem, o lugar onde você está trabalhando. Finja que está escrevendo uma carta a alguém. A ideia não é desabafar, mas sim ver os elementos disponíveis por outro ângulo. Faça qualquer outra coisa: às vezes pode ser necessário deixar a tarefa de lado “por algum tempo”. É provável que você não tenha esse prazo todo, mas, mesmo assim, siga o conselho. Descanse por alguns minutos, tome um café, dê uma volta. Se tiver outras tarefas para fazer, como responder E-mails ou alguma outra coisa que não exija muito da nossa criatividade, aproveite essas tarefas para descansar o pensamento divergente. Mude o local de trabalho: vá sentar em outro lugar. Por exemplo, pegue um caderno e um lápis e sente numa praça, ou na cozinha, ou em outra sala, ou em alguma biblioteca etc. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Troque de ferramenta: às vezes a página em branco é mais assustadora no computador. Toda aquela imensidão que ainda fica vazia quando escrevemos três frases em corpo 12. Talvez você se sinta mais à vontade para começar a ter suas ideias no papel, em um caderninho pequeno, por exemplo. Aumente as distrações: procure imagens, navegue por vários sites, comente o seu problema com as pessoas que estiverem on-line e também com as que estiverem presentes – tudo isso enquanto ouve música. Pode funcionar. Diminua as distrações: feche as conversas na Internet e no celular.Minimize todas as janelas. Ou simplesmente feche o computador. Relaxe um pouco e volte a criar! Force a barra: esta dica é oposta às anteriores. Em vez de tentar relaxar, fique nervoso. Pegue o que você já tem e faça algo. Se pressione, se force. Mas, procure não abusar desta dica: tente, e se não der certo logo, desista. As dicas que você acabou de conhecer também podem ser aproveitadas mesmo que você não esteja desesperado! Finalizemos os estudos deste tema assistindo à videoaula do professor Jheison, que está disponível no material on-line! Visualizar a criatividade: mapas conceituais e post-its É importante pensar visualmente desde o começo do processo de criação. Neste tema, vamos mostrar alguns métodos para visualizar rapidamente nosso problema, o que vai nos ajudar a resolvê-lo. A ideia de trabalhar com mapas conceituais, moodboards e afins é “ligar dois ou mais CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 pontos, que representam dimensões ou dados, a fim de proporcionar uma percepção imediata dos relacionamentos” (MASSARETO; MASSARETO, 2004, p. 36). Essas técnicas podem ser usadas de maneira individual ou em equipe. Neste último caso, desapegue das suas ideias de organização porque é justamente a manipulação dos diferentes elementos que pode ajudar no processo criativo. Um mapa conceitual ou uma moodboard não é um produto final que precisa ficar apresentável, pelo contrário. Então, a ideia é mexer, recortar, mudar, trocar de lugar, rabiscar, reescrever, riscar, esboçar, rasurar, colar, bagunçar, organizar, bagunçar de novo etc. Considere o que estamos mostrando aqui como pontos de partida. Você vai acabar desenvolvendo variações destas técnicas, então fique à vontade para modificá-las a seu gosto. Outra coisa importante: não use estas técnicas como mera decoração. Não adianta nada ter uma parede cheia de post-its ou um quadro branco todo rabiscado só para parecer criativo! Mapas conceituais Os mapas conceituais são usados para organizar as ideias de um brainstorming ou para reunir conceitos e descrever um problema de maneira visual. Os mapas conceituais podem ser feitos digitalmente ou, preferencialmente, à mão. Use folhas de papel grandes, canetas de várias cores, réguas, adesivos, fitas adesivas coloridas etc. Eles também podem ser feitos em quadros brancos (nesse caso, use somente canetas apropriadas, para não os estragar). As notas autoadesivas, mais conhecidas como post-its, podem ajudar muito nesses processos. Aproveite que o adesivo pode ser colado e CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 descolado várias vezes para usá-lo em seus mapas conceituais e/ou moodboards. Geralmente eles estão disponíveis em várias cores, o que permite usar uma cor para criar diferentes categorias ou representar coisas diferentes. Organize as ideias de alguma maneira. Talvez seja interessante fazer uma grande tabela e dividir a folha em duas colunas para escrever prós e contras, fazer um organograma para ideias que impliquem em alguma hierarquia, fazer um esquema que comece no centro da folha e vá se espalhando pelo resto da página ou simplesmente escrever palavras que representem conceitos ou ideias para depois uni-las com setas e bolhas. Não se preocupe com a aparência: o importante é organizar as ideias para ver como elas se relacionam. Não tenha medo de riscar ou de fazer desenhos. Além disso, essas técnicas também podem ser úteis para fazer anotações em aulas, palestras ou reuniões! Vamos recapitular o conteúdo deste tema? Assista à videoaula do professor Jheison, que está disponível no material on-line! Visualizar a criatividade: moodboards Moodboards são colagens de imagens, textos e fotografias. Elas servem tanto para apresentar ideias como servem de fonte de inspiração. A ideia é juntar num lugar só as referências para o trabalho. Elas são usadas, por exemplo, por designers gráficos e fotógrafos para se orientarem na elaboração de seus trabalhos. Nesse caso, uma moodboard pode reunir exemplos de vários trabalhos dentro do estilo desejado, diferentes tipos de ilustração e fotografias, paletas de cores, projetos similares já CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 realizados, entre outras coisas. Também podemos usá-las para compilar as referências e ideias durante a criação. Podemos colocar palavras, recortes de revistas, fotografias, desenhos à mão ou qualquer outra coisa que pareça ter a ver com o assunto no qual estamos trabalhando. Nesse caso, é importante fazê-las o quanto antes, afinal, de nada adianta termos uma moodboard se já resolvemos o problema. Primeiro, colete as imagens e textos. Inclua fotos que você tirou (aliás, faça disso um hábito, é uma maneira ótima de coletar informação que pode ser útil depois). Inclua também recortes de revistas – compre umas revistas velhas no sebo e tenha elas à mão. Inclua elementos que você tenha guardado (já demos a dica para você fazer isso, lembra?). Esboços também podem ser interessantes, assim como palavras-chave etc. Depois, vá colando ou espetando as imagens. De preferência siga alguma lógica. Junte as imagens parecidas, ou agrupe por conceitos. Isso é recomendado, mas não é obrigatório. Alguma boa ideia pode surgir da combinação de duas imagens que não deveriam estar juntas. Outro método é usar uma imagem principal no meio e ir organizando as outras imagens ao redor dela. É melhor usar um suporte no qual as imagens possam ser reorganizadas facilmente, como um isopor, cortiça, ou superfície magnética, para espetar as imagens com alfinetes, tachinhas ou ímãs. Uma moodboard também pode ser digital, mas em algumas ocasiões é mais interessante sair do computador e fazer algo que possa ser visto o dia todo, que esteja ali como fonte de inspiração. Uma moodboard no computador exige que olhemos para ela como quem procura uma solução escondida, e isso pode não funcionar. Além disso, o ato de recortar e brincar com as imagens é um momento que nossa criatividade pode fluir de uma outra maneira, descansando um pouco do computador. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Dependendo da cultura da agência, uma moodboard também pode ser apresentada para o cliente, abrindo um pouco o processo de criação. De qualquer maneira, antes de desmontá-la, tire uma foto. Pode ser interessante como registro do processo de criação, para uso interno ou até para incluir no portfólio. Vamos recapitular o conteúdo deste tema? Assista à videoaula do professor Jheison, que está disponível no material on-line! TROCANDO IDEIAS Na palestra “Como frustrações podem inspirar a criatividade” (pesquise a respeito), o economista inglês Tim Harford conta a história do álbum “The Köln Concert”, do pianista de jazz Keith Jarrett. Devido a um mal-entendido, disponibilizaram um piano velho e gasto para o concerto. Jarrett, exausto de uma viagem longa e por problemas na coluna, queria cancelar o concerto, mas a organizadora, Vera Brandes, então com apenas 17 anos, o convenceu do contrário. Jarrett contornou as limitações do instrumento, e a gravação se tornou o disco de piano e o disco de jazz mais vendido da história. Harford também fala das técnicas para estimular a criatividade que o produtor Brian Eno usa com músicos como os das bandas U2 e Coldplay e que também usava com David Bowie. Depois de assistir à palestra ou ler a transcrição, discuta com seus colegas no fórum disponível no AVA: Com qual ou quais das dicas para bloqueios criativos apresentadas você relacionaria a atitude do pianista diante do piano inadequado? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 Qual a relação entre o que Harford chama de “lista de coisas que você poderia tentar seficasse emperrado”, e as dicas para evitar bloqueios criativos? Por que você acha que ele diz que isso não funciona? NA PRÁTICA Escolha um produto qualquer que tiver na sua casa. Um produto de limpeza, um alimento, qualquer coisa. Faça uma mini-moodboard com imagens relacionadas. Inclua imagens do objeto, fotografias, anúncios etc.; organize as imagens de várias maneiras. Faça um mapa conceitual do produto com as características e o que mais você pensar a partir dele (use seu pensamento divergente). Se for fazer no computador, sugiro uma ferramenta on-line como a Go Moodboard, por exemplo. Pesquise mais sobre essa ferramenta! Com base nas informações que você levantou, comece a criar um anúncio para o produto. Pode ser um anúncio impresso, uma ideia para um filme ou um spot de rádio. Retorne às dicas do que fazer em caso de bloqueio criativo (mesmo que você não esteja em um bloqueio) e use-as para pensar diferentes abordagens para o anúncio! Feita a mini-moodboard, retorne às etapas do processo criativo e veja se você passou por todas elas ou se considerou que alguma delas não foi necessária neste exercício. Lembre-se de que seu anúncio também precisa passar pela etapa da verificação! http://www.gomoodboard.com/ CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Se você fez os outros anúncios, este deve ser o terceiro anúncio (sem contar os das outras disciplinas). Parabéns, você está começando a montar a sua própria pasta com anúncios, ou seja, seu portfólio. Guarde ele, pode ser útil! E assista a mais uma videoaula, na qual o professor irá falar sobre um case! Acesse o material on-line! SÍNTESE Nossa quarta aula está chegando ao fim. Com ela, aprendemos que o trabalho criativo pode não ser aquela maravilha que imaginávamos. A desmotivação pode aparecer, podemos ter alguns bloqueios, nos sentirmos incapazes, com vontade de largar tudo. A ideia principal desta aula é pensar na criatividade enquanto trabalho, em como dominar ela e de que maneiras conseguir que ela funcione quando precisamos. Estudar o processo criativo e saber técnicas para vencer bloqueios e para as ideias se multiplicarem faz parte dessa concepção da criatividade como ofício. Vamos recapitular os conteúdos que discutimos nesta aula? Assista à videoaula, disponível no material on-line, para relembrar! Referências BARRETO, E. Abóboras ao vento: tudo o que a gente sabia sobre propaganda, mas está esquecendo. Joinville: Clube de autores, 2015. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 BARRETO, R. M. Criatividade em propaganda. 13. Edição São Paulo: Summus, 2004. DOMINGOS, C. Criação sem pistolão: segredos para você se tornar um grande criativo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. MASSARETO, D.; MASSARETO, H. Potencializando sua criatividade. São Paulo: DVS, 2004. PREDEBON, J. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente… 7. Edição. São Paulo: Atlas, 2010.
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