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PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS E DE ARQUIVOS

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item importante na preservação 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3 
2 CONCEITOS INICIAIS ..................................................................................... 4 
2.1 Preservação .............................................................................................. 5 
2.2 Conservação e Conservação Preventiva .................................................. 6 
2.3 Restauração ............................................................................................ 17 
3 PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DIGITAIS ........................................... 18 
4 TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO .................................. 21 
5 ALGUNS TIPOS DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS ................................ 23 
5.1 Fatores ambientais .................................................................................. 24 
5.2 Agentes biológicos .................................................................................. 27 
6 HIGIENIZAÇÃO ............................................................................................. 31 
7 PROBLEMAS NO MANUSEIO ...................................................................... 35 
7.1 A conservação do papel .......................................................................... 35 
7.2 Fatores de degradação do papel ............................................................. 36 
8 TRANSPORTE DO ACERVO ........................................................................ 38 
8.1 Quanto ao manuseio ............................................................................... 39 
8.2 Quanto ao acondicionamento .................................................................. 39 
8.3 A escolha do veículo para o transporte ................................................... 40 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 41 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao 
da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno 
se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, 
para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno 
faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço 
virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser 
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe 
convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida 
e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
4 
 
2 CONCEITOS INICIAIS 
Na opnião de Merlo; Konrad (2015), o registro da história e da memória humana 
se dá, atualmente e em grande parte, por meio dos documentos gerados pelas atividades 
desenvolvidas por determinada organização, pessoa ou família. Esses registros, postos 
de maneira orgânica, passam a ser rica fonte de informação. Porém, para que constituam 
uma pesquisa histórica, é preciso que estejam acessíveis, a qualquer tempo, aos 
interessados, sejam pesquisadores ou a sociedade em geral. 
Antes do advento da escrita, o homem já registrava suas rotinas com desenhos e 
símbolos. De acordo com Richter, Garcia e Penna (2004, p. 25, apud MERLO; KONRAD, 
2015), o desenvolvimento dos suportes da escrita se deu da seguinte forma: “pedra, 
tabletes de argila, tabuinhas de madeira, papiro, pergaminho, até o papel e documentos 
digitais”. Por mais que a evolução desses suportes tenha tornado um a um de seus 
antecessores obsoletos, é inegável observar que, teoricamente, o conteúdo informacional 
permanece e continua a ser fonte de informação. 
Assim, desde que o homem passou a registrar suas atividades e pensamentos, 
aos poucos foi imprescindível adotar uma forma de armazenamento, o que deu origem 
aos arquivos. A palavra arquivo não tem sua origem definida; podendo ter nascido na 
Antiga Grécia como arché e, posteriormente, evoluiu para archeion, que significa “local 
de guarda e depósito de documentos” (PAES, 2007, p. 19, apud MERLO; KONRAD, 
2015). 
O arquivo nada mais é que um conjunto documental gerado por uma instituição 
pública ou privada no decorrer de suas funções (ARQUIVO NACIONAL, 2005, apud 
MERLO; KONRAD, 2015). 
Paes (2007) acredita que o termo arquivo teria a origem latina, da palavra 
archivum. 
O documento ou, ainda, a informação registrada, sempre foi o instrumento de 
base do registro das ações de todas as administrações, ao longo de sua produção 
e utilização, pelas mais diversas sociedades e civilizações, épocas e regimes. 
Entretanto, basta reconhecer que os documentos serviram e servem tanto para 
a comprovação dos direitos e para o exercício do poder, como para o registro da 
memória (INDOLFO, 2007, p. 29, apud MERLO; KONRAD, 2015). 
 
5 
 
Sendo assim, o documento que foi produzido como resultado de certa atividade 
dentro de seu organismo produtor faz parte de um conjunto de mesma proveniência, o 
que o torna um documento de arquivo. 
2.1 Preservação 
Um livro carrega em si mesmo as marcas da sua produção, servindo como 
documento representativo dos processos utilizados na época para a transmissão de 
informações. É através destes acervos que resgatamos nossas histórias dispersas em 
fragmentos. No entanto, as informações contidas em acervos históricos que são de 
grande importância para a memória científica podem desaparecer ou perder seu valor 
por uso inadequado, falta de preservação e segurança. Considerando que na atualidade 
as bibliotecas são a soma de suas coleções, que podem ser de natureza e formas 
distintas, elas preservam a riqueza e a variedade de valores culturais, científicos, 
históricos e econômicos de uma sociedade (PINHEIRO, 2009ª, apud ARRUDA, 2016). 
Conway nos ensina que preservação é: 
(...) uma palavra que envolve inúmeras políticas e opções de ação, incluindo 
tratamentos de conservação. Preservação é a aquisição, organização e 
distribuição de recursos a fim de que venham a impedir posterior deterioração ou 
renovar a possibilidade de utilização de um seleto grupo de materiais (CONWAY, 
2001, p. 14, apud MALTA, 2014). 
Preservação, portanto, trata de ações abrangentes no âmbito institucional, isto é, 
ações de gestão — planejamento, captação e alocação de recursos financeiros, humanos 
e tecnológicos. Hollós (2010, apud MALTA, 2014) complementa esse conceito afirmando 
que o termo preservação passa a conter um significado ainda mais amplo, sendo 
reconhecido como uma disciplina de arquivo com caráter multidisciplinar. 
Adicionalmente, a preservação exige a criação das instituições de memória, nas 
quais os registros da memória podem ser guardados e organizados de forma racional, 
não como vestígios documentais isolados, mas como conjuntos documentais capazes de 
“permitir captar a intencionalidade e o simbolismo do corpo social ao registrar seu 
passado” (VON SIMSON, 2000, p.4, apud MALTA, 2014). As instituições de memória são 
 
6 
 
as bibliotecas, os museus, os arquivos e demais instituições que desenvolvem atividades 
baseadas nos registros do passado, representados pelos acervos históricos. 
Sendo assim, preservar é primordial na vida dos documentos, neste aspecto, a 
preservação como sendo um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, 
política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a integridade dos 
materiais (CASSARES, 2000, p. 1, apud SANTOS, 2017). 
2.2 Conservação e Conservação Preventiva 
Como caracteriza Malta (2014),a Conservação e Conservação Preventiva são 
dois termos que andam juntos, mas não são a mesma coisa. As ações de conservação 
se dirigem diretamente ao objeto, nele interferindo, mas sem alterar o estado físico ou 
estético. 
Podemos entender, assim, que a conservação é uma ação que visa interromper 
um processo de degradação, sendo dirigida a cada unidade que compõe a coleção. 
Por exemplo, se imaginarmos que os livros de uma biblioteca se encontram muito 
empoeirados e que a poeira, em razão dos seus componentes físicos e químicos, irá 
acelerar o processo de degradação do papel, torna-se necessário o planejamento e a 
execução de uma ação de conservação que consistirá, basicamente, na higienização de 
cada livro da coleção. 
Na realidade, as ações de conservação precisam ser vistas como atividades 
inerentes e rotineiras dos serviços de bibliotecas, arquivos e museus, 
considerando que são a garantia para a manutenção e a longevidade dos 
acervos, no intuito de promover a gestão e a proteção do conhecimento nas 
instituições. E para garantir que essas atividades tenham continuidade, o 
desenvolvimento de uma política de preservação, por meio de um conjunto de 
diretrizes e normas se faz necessária (DIAS; PIRES, 2003, apud ARRUDA, 
2016). 
Para Mársico (2000), a meta principal da Conservação Preventiva é o estudo e o 
controle das principais fontes de degradação do papel. Constitui-se, na realidade, em 
uma série de medidas preventivas contra a ação dessas fontes de degradação, com a 
finalidade de evitar o alastramento e a disseminação de seus efeitos danosos. Em linhas 
gerais, os principais agentes de destruição de acervos podem ser divididos em três 
 
7 
 
categorias: fatores internos de degradação; fatores externos ou ambientais de 
degradação; ação do homem sobre o acervo. 
Identificar, dirimir ou mesmo anular as causas da degradação dos materiais, 
portanto, são os objetivos principais da Conservação Preventiva como afirma Malta 
(2014). 
2.2.1.1 Plano de Conservação Preventiva (PCP) 
Na perspectiva de Malta (2014) a concepção, coordenação e execução de um 
conjunto de estratégias sistemáticas organizadas no tempo e no espaço, desenvolvidas 
por uma equipe interdisciplinar com o consenso da comunidade, a fim de preservar, 
resguardar e difundir a memória coletiva no presente e projetá-la para o futuro para 
reforçar a sua identidade cultural e elevar a qualidade de vida. 
A Conservação Preventiva abarca procedimentos relacionados à adequação das 
condições ambientais, físico-químicas, sob as quais uma coleção se encontra. 
Parte das relações que envolvem o macro ambiente, o ambiente médio e o 
microambiente do entorno do acervo. (SOUZA, 2008, p. 9, apud MACHADO, 
2015). 
Na opinião de Malta (2014), o Plano de Conservação Preventiva é um conjunto de 
atividades que visa: 
a) identificar as causas da degradação dos materiais que constituem os objetos do 
acervo, no caso das bibliotecas, principalmente o papel, mas também uma série 
de outros materiais; 
b) projetar e implantar soluções para eliminar estas causas, quando isso é 
possível, ou dirimi-las, diminuindo seu impacto; e 
c) monitorar e manter os diversos sistemas de proteção ao acervo. 
O alcance de seus objetivos pode estar resumido numa ideia: antecipar-se aos 
problemas para que possamos combater suas causas de forma efetiva. 
A seguir, veremos alguns desses programas: 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É um conjunto de programas como esse que compõe o PCP. A elaboração e 
execução de cada um deles de forma adequada, harmoniosa e articulada é um 
pressuposto para o sucesso do Plano. Claro que os programas acima relacionados se 
referem a uma situação hipotética. Ao tratarmos de instituições reais, a relação de 
programas poderá se alterar conforme as características de cada instituição (MALTA, 
2014). 
2.2.1.2 Etapas para Elaboração do PCP 
Como descrito por Malta (2014), na elaboração de um PCP temos que considerar 
alguns pressupostos. Pressupostos são fatos considerados como antecedentes 
necessários de outros, ou seja, um pressuposto é uma condição para que algo aconteça 
como nós esperamos ou planejamos. 
Para o nosso Plano, consideramos como necessários os seguintes aspectos 
antecedentes: 
a) O Plano deve ser visto como uma ação global que buscará intervir em todos os 
aspectos que dizem respeito à conservação do acervo; 
Fonte: Quadro adaptado (MALTA, 2014) 
 
 
 
9 
 
b) O Plano é composto por ações permanentes e sistemáticas e não devem sofrer 
processos de descontinuidade; 
c) Todos os elementos que compõem o Plano são importantes; 
d) Para alcançar êxito, o Plano exige o compromisso e o envolvimento de todos 
que compõem a equipe da instituição; 
e) Para a formulação e execução do Plano, a equipe deverá ser multidisciplinar, 
envolvendo profissionais especializados em conservação, arquitetos, engenheiros, 
profissionais de segurança física e patrimonial e tantos quantos forem necessários, dadas 
às características específicas de cada acervo ou instituição. 
Com esses pressupostos, é possível agora começarmos a conhecer as etapas e 
os elementos de PCP (MALTA, 2014). 
 
Etapa 1 – Dossiê 
Para prolongar a vida útil ou impedir a deterioração de livros e documentos, é 
necessário que o acervo siga um programa de preservação e conservação, a fim 
de manter a integridade física de seus volumes. Se isto for realizado, diminuirá a 
necessidade de se empregar métodos de recuperação. Se, por outro lado, o 
acervo já estiver comprometido, então os dois métodos deverão ser utilizados. 
(CORADI, 2008, p. 355, apud BARBOSA, 2015). 
Entendendo que só se preserva o que se ama e só se ama o que se conhece 
(COUTO, 2009, apud MALTA, 2014), a primeira etapa que a equipe deve realizar é um 
levantamento minucioso e completo de tudo o que diz respeito ao acervo, isto é, devemos 
conhecer da forma mais completa possível, as coleções e suas condições de guarda e 
uso. A reunião organizada destas informações em documento é o que denominamos 
dossiê. 
Antes de tudo, precisamos conhecer a instituição em que se trabalha também do 
ponto de vista legal, seus estatutos, regimento, legislação a que está subordinada, 
estrutura organizacional, fontes de recursos financeiros e todos os aspectos que possam 
ser facilitadores, ou limitadores, para a elaboração e execução do PCP. Com isso, 
poderemos dar início ao processo de levantamentos e pesquisa sobre o acervo 
propriamente dito e suas condições, começando pelos locais onde é guardado. 
 
10 
 
CONHECER O EDIFÍCIO - O edifício onde se guarda o acervo é sua primeira e 
principal proteção. Malta (2014) afirma que nós devemos caracterizá-lo, ou seja, 
descrevê-lo pormenorizadamente, nos seguintes aspectos (e em tantos outros quanto 
suas características específicas assim o exigirem): 
 Localização e entorno - O lugar em que o edifício está localizado pode ser 
preponderante para a sua conservação e para a conservação dos objetos 
nele guardados. Deve-se observar se o edifício está próximo a fontes de 
agentes causadores de degradação como rios, lagos, mar, florestas, em 
razão da umidade, da temperatura e da salinidade; fábricas e tráfego 
intenso, em razão de trepidações e da poluição; áreas da cidade 
degradadas econômica e socialmente, em razão da segurança. 
 Clima local - O clima pode se constituir em vetor agressor dos materiais que 
constituem o acervo. Levantar informações quanto à temperatura e 
umidade relativa, ventos, precipitação pluviométrica média e máxima. 
 Estado de conservação do edifício - Sendo o edifício a primeira 
barreira/defesa do acervo ao meio ambiente e às agressões, o seu estado 
de conservação pode evitar acidentes pela forma como os objetos ficam 
estocados ou expostos. O levantamento do estado de conservação deve 
identificar os pontos vulneráveis do edifício: portas e janelas, coberta, 
instalações elétricas e hidráulicas,etc. 
 Instalações e equipamentos - As instalações elétricas e hidráulicas devem 
merecer especial atenção, pois são instrumentos necessários em 
momentos emergenciais, mas podem ser a origem de problemas quando 
não recebem manutenção sistemática – como a ocorrência de curtos-
circuitos e vazamentos, por exemplo. 
 Equipamentos de climatização e de segurança também devem ser 
analisados, tanto no que diz respeito ao seu estado de conservação e 
operação, quanto à adequação, quantificação e localização. 
 Devemos nos valer dos meios técnicos disponíveis (planilhas, fichas, 
plantas e desenhos técnicos, fotografias) para investigar e registrar os 
aspectos e as características do edifício: dimensões, materiais construtivos, 
 
11 
 
instalações especiais, fluxo de visitantes e funcionários, percurso dos 
automóveis de serviço, além dos problemas e fragilidades que possam 
existir. 
Todas aquelas medidas ou ações que tenham como objetivo a salvaguarda do 
patrimônio cultural tangível, assegurando sua acessibilidade às gerações atuais 
e futuras. A conservação compreende a conservação preventiva, a conservação 
curativa e a restauração. Todas essas medidas e ações deverão respeitar o 
significado e as propriedades físicas do bem cultural em questão. (ABRACOR, 
2010, p. 2, apud MACHADO, 2015) 
CONHECER O MOBILIÁRIO E OS EQUIPAMENTOS – Segundo Malta (2014), 
outro aspecto a ser observado é a forma como são arquivadas as coleções, pois sabemos 
que a maneira de guardar os objetos é determinante para sua conservação. 
 Os móveis — estantes, armários, mapotecas — destinados à guarda de 
acervo devem ser minuciosamente quantificados, descritos e qualificados 
no nosso dossiê. 
 Os equipamentos de monitoramento e controle ambiental — 
desumidificador, termo higrômetro — devem ser levantados e descritos. O 
ideal é que se construa um mapa indicando localização, tipo, quantidade, 
condição de funcionamento dos equipamentos para cada sala de guarda de 
acervo. 
CONHECER O ACERVO – Malta (2014) , caracteriza o acervo como outro ponto 
fundamental para a formulação do PCP. Um aspecto básico neste caso é o tratamento 
técnico. Chamamos tratamento técnico ao sistema de registro do acervo que a instituição 
possui. Pode ser desde um simples livro de tombo a um sofisticado banco de dados 
informatizado de consulta remota. O importante é que a instituição possa saber quantos, 
quais são e onde estão os objetos que compõem suas coleções, conhecer seu histórico, 
como elas foram iniciadas, de que forma vieram para a biblioteca, os proprietários 
anteriores, dentre outras informações. 
O conhecimento do histórico pode contribuir para a identificação de um aspecto 
importante que é a atribuição de valor ao acervo. É muito comum encontrarmos em 
bibliotecas coleções de obras raras que devem ser tratadas como casos especiais no 
conjunto do acervo. É importante observar que, quando nos referimos a valor, não o 
 
12 
 
estamos fazendo do restrito ponto de vista monetário, mas, sobretudo, de valores 
simbólicos que não são facilmente traduzidos por dinheiro. 
Materiais que constituem o acervo: Outra caracterização necessária diz respeito 
aos materiais constitutivos do acervo. No caso das bibliotecas, esse material será, em 
sua grande maioria, o papel. Mas as bibliotecas possuem outros acervos especiais como 
discos de som e imagem, fotografias, objetos de naturezas diversas em plástico, couro, 
madeira e outros. Cada tipo de objeto deve ser descrito em seus aspectos físicos o mais 
detalhadamente possível. Também na caracterização desses aspectos físicos, o registro 
do estado de conservação do acervo é de fundamental importância (MALTA, 2014). 
CONHECER AS EQUIPES DE TRABALHO - Para Malta (2014), a formulação do 
PCP é essencial sabermos com quem vamos contar. Quais as categorias e competências 
existentes nas equipes que poderão contribuir na elaboração do plano. Uma biblioteca, 
geralmente, conta com diversas categorias de carreiras, reunindo profissionais de 
diversas naturezas e que poderíamos agrupar, apenas para efeito de classificação, em 
três grupos: 
 Pessoal de apoio e da logística, isto é, as pessoas que cuidam da limpeza, 
da segurança e do transporte ou traslado de equipamentos e materiais; 
 Pessoal técnico, que são os bibliotecários e conservadores que trabalham 
de maneira direta com o acervo e com o público; 
 Pessoal administrativo, ou seja, as pessoas que tratam dos aspectos 
burocráticos e organizacionais da biblioteca. 
Conforme Malta (2014), nosso entendimento é de que o fator humano — a 
qualificação e o envolvimento da equipe com a instituição e com sua missão — é 
determinante para o sucesso de qualquer iniciativa e mais ainda quando diz respeito à 
conservação preventiva. Podemos afirmar que todas as pessoas que trabalham na 
instituição têm igual importância para o êxito do PCP. 
Cabe também lembrar que uma política de preservação só terá sucesso se for 
bem administrada, conforme coloca Edmondson (2002, p.19, apud BARBOSA, 2015) “[...] 
A boa „administração‟ - é uma condição prévia indispensável para a preservação”. 
Também é necessário caracterizar o público usuário. Registrar a quantidade de 
pessoas que frequentam a instituição, a média diária, dia e horário de maior fluxo, origem, 
 
13 
 
escolaridade, interesse dos usuários, etc. Um terceiro tipo de frequentador que deve ser 
observado são os prestadores de serviço. 
Essas pessoas normalmente não serão atendidas pelas equipes de funcionários 
da biblioteca, podendo ser ou não funcionários públicos de outras instituições, de 
instituições de apoio ou de empresas privadas contratadas para realizar alguma tarefa 
(MALTA, 2014). 
 
Etapa 2 – Diagnóstico 
 
De acordo com Malta (2014), o dossiê deve ser o mais possível detalhado, 
permitindo aos gestores e técnicos formar uma ideia exata das condições de guarda e 
conservação do acervo, das fragilidades e dos problemas que podem vir a acontecer. Ou 
seja, permitindo formular um diagnóstico. Nesta etapa, a equipe deve analisar cada um 
dos elementos levantados, buscando identificar em cada um os problemas e os riscos 
que representam para o acervo e, por outro lado, suas potencialidades e possíveis 
soluções ou diminuição destes fatores de riscos. 
Pereira (2011, p. 24, apud SANTOS, 2017) afirma que que “os documentos são 
uma forma de expressão da memória, então os arquivos são os detentores da 
memória individual e coletiva, servindo de suporte para a constituição da história 
das instituições e da identidade de um determinado povo”. 
Malta (2014) conceitua que cada instituição, obviamente, identificará riscos 
inerentes às suas características, mas, de uma maneira geral, podem relacionar e 
comentar as ocorrências mais comuns em cada um dos aspectos estudados: 
DIAGNÓSTICO DO EDIFÍCIO - Já dissemos anteriormente que o edifício é o 
primeiro e o principal elemento de proteção ao acervo. Fatores decorrentes de uma má 
construção — ou de uma reforma mal feita, quando se trata de edifícios reaproveitados 
— ou de uma manutenção ineficiente podem acarretar problemas que fazem com que o 
próprio edifício se torne um fator de agressão ao acervo. 
Aspectos construtivos, como a coberta, as fundações, alvenarias, portas e janelas 
devem ser criteriosamente observados e analisados e os problemas encontrados devem 
ser objeto de estudos que resultem em propostas de solução. 
 
14 
 
Aspectos de localização dos diversos setores no edifício também devem ser 
analisados, buscando encontrar o melhor lugar para cada atividade, com especial ênfase 
para as áreas de guarda das coleções, quando se tem em mente a conservação 
preventiva dos acervos. Uma sala de guarda pode ou não estar voltada para o mar ou 
localizada no lado poente do edifício, por exemplo, e esses fatores acarretarão, em maior 
ou menor grau, níveis de agressão difíceis de serem controlados. 
As instalações e osequipamentos devem ser também estudados com base nos 
levantamentos feitos durante a fase do dossiê, de modo a identificar carências, 
impropriedades e necessidades (MALTA, 2014). 
DIAGNÓSTICO DO ACERVO 
Observar a organização do acervo nas salas de guarda, o mobiliário e a forma 
como e onde estão acondicionados, analisando se proporcionam a visualização de todos 
os conjuntos de maneira fácil, com circulação suficiente para permitir a passagem dos 
objetos de maiores dimensões. Ainda com respeito à organização, observar os critérios 
de agrupamento de modo a que objetos de categorias semelhantes possam permanecer 
próximos. 
Na opinião de Malta (2014) quanto à localização do mobiliário, estudar se as 
estantes, armários e outros tipos estão distribuídos corretamente, se estão próximos a 
janelas ou aparelhos de ar-condicionado, que podem se tornar fontes de calor e de 
umidade e de risco de acidentes. 
Analisar se o mobiliário disponível é suficiente e adequado a cada tipologia e 
quantidade do acervo e se os objetos estão colocados de maneira correta, proporcionado 
um arquivamento estável e seguro. Um exemplo clássico de riscos provenientes desse 
tipo de problema é a colocação de uma quantidade de livros acima do que comporta uma 
prateleira, forçando a um manuseio incorreto durante o qual, fatalmente, danos ocorrerão. 
DIAGNÓSTICO DO FATOR HUMANO - Aspectos como a movimentação e fluxo 
de pessoas — funcionários, visitantes e usuário, prestadores de serviço — também são 
importantes de serem analisados. Observar se os usuários e visitantes têm ou não 
acesso às áreas de guarda do acervo. Como é feito o acesso às obras para consulta, se 
há controle de fluxo, se os equipamentos estão adequadamente colocados. 
 
15 
 
Quantos aos funcionários, analisar se são em número suficiente, se as atividades 
técnicas são realizadas por pessoal qualificado e treinado, se as diversas áreas de 
conhecimento — no campo técnico, administrativo e de apoio — estão atendidas de 
forma equilibrada e eficiente (MALTA, 2014). 
 
Etapa 3 – Execução 
 
a) Ações Preparatórias 
Concluída a etapa do diagnóstico, entendemos que possuímos todas as 
informações necessárias para o conhecimento dos fatores que cercam o problema da 
conservação do acervo: a caracterização e a análise dos aspectos que o constitui 
fisicamente; de que forma o uso e a presença humana o influencia; de que maneira as 
fragilidades, problemas e riscos podem ser resolvidos ou equacionados. 
Nesta etapa são definidas as intervenções e prioridades relacionadas a duas áreas 
anteriormente estudadas: o edifício, suas instalações, equipamentos e mobiliário e o fator 
humano, as equipes de funcionários e os usuários. 
 
b) Ações preparatórias para o EDIFÍCIO 
Elaborar e executar os projetos de reparos, reformas físicas e de instalações, 
adequando-os aos objetivos do Plano; 
Adquirir e instalar equipamentos e mobiliário; 
Elaborar, registrar e executar uma rotina de manutenção dos elementos do 
edifício — coberta, esquadrias, revestimentos, pisos, instalações hidrossanitárias, 
instalações de climatização e segurança — indicando frequência e periodicidade 
(MALTA, 2014). 
 
c) Ações preparatórias para o FATOR HUMANO 
Malta (2014) exemplifica, da análise dos dados referentes ao fluxo de pessoas na 
biblioteca, resultará uma série de normas e procedimentos que visam à preservação do 
acervo e à proteção das pessoas. 
 
16 
 
 Normas de segurança que previnam a instituição contra negligências e 
crimes de vandalismo e roubo. Alguns exemplos: controle de acesso de 
pessoas à instituição, particularmente às áreas de guarda; vistorias 
periódicas aos acessos e seus bloqueios (portas, portões, janelas). 
 Normas preventivas contra acidentes envolvendo equipamentos e 
instalações elétricas e hidráulicas; normas preventivas contra acidentes 
naturais, como enchentes e tempestades. Entre estas, podemos elencar: a 
manutenção periódica dos elementos construtivos de defesa do edifício, o 
treinamento constante de equipes, a definição de objetos a ser resgatada, 
a definição de rotas de fuga, dentre outros. 
 Normas e procedimentos a serem adotados em casos de emergência, a 
exemplo da indicação de telefones a serem contatados, como os dos 
bombeiros e da polícia ou dos responsáveis pela instituição. 
As normas têm que ser periodicamente atualizadas e testadas de modo a termos 
certeza de sua eficácia e efetividade. Deve-se, ainda, realizar treinamentos regulares 
com equipes que trabalham direta ou indiretamente com o acervo, pois a rápida ação 
num momento emergencial pode determinar um grau menor ou maior do dano que o 
acervo venha a sofrer. 
Ainda conforme Malta (2014), a amplitude do tema indica que a criação de normas 
para cada instituição deve ser antecedida de todos os estudos – o que deixamos claro 
neste texto – e que a equipe deve contar com pessoas especializadas. Neste núcleo 
contemplamos apenas breves orientações. 
Ainda sobre os fatores humanos no contexto de um PCP, queremos repetir que o 
sucesso, ou fracasso do plano, depende muito do envolvimento das equipes com a sua 
elaboração, implantação e acompanhamento. Assim, nunca devemos nos esquecer da 
necessidade de treinamento e capacitação dos funcionários — não só daqueles 
diretamente envolvidos com o acervo — para que suas ações sejam pautadas pelos 
conceitos e princípios da conservação preventiva. 
Cada um dos itens aqui vistos pode e deve gerar uma série de iniciativas, ações e 
projetos específicos que, embora tratados de forma individual, devem se harmonizar no 
seu conjunto desde a elaboração até a execução ou instalação. Em outras palavras, os 
 
17 
 
projetos de reforma arquitetônica devem considerar, entre inúmeros aspectos, as 
necessidades de controle de público; os projetos de climatização devem tratar não 
apenas do conforto das pessoas, mas levar em consideração os parâmetros de 
conservação; os projetos de iluminação não devem se deter apenas aos aspectos 
estéticos ou funcionais; as normas devem se adequar aos fatores limitadores que muitas 
vezes o edifício impõe e assim por diante (MALTA, 2014). 
2.3 Restauração 
A restauração no que dizem Cunha e Cavalcante (2008, p. 323, apud SANTOS, 
2017) é a “aplicação de técnicas para reparar documentos danificados, com a intenção 
de contribuir para a sua preservação”. Apesar de que a restauração também tem o seu 
papel importante na vida dos documentos no acervo. 
Segundo Zúñiga (2002, p. 73, apud SANTOS, 2017) o termo 
conservação/restauração como “o exame do documento, seu tratamento e a 
documentação desse tratamento”. 
Conforme, no que relatam Luccas e Seripierri (1995, p. 9, apud SANTOS, 2017), 
“oferece subsídios para que o documento permaneça em condições físicas de 
utilização, levando-se em conta o controle climático, condições construtivas, 
limpeza, reparos”. 
Outro ponto importante da restauração que é um ato de recomposição do 
documento deteriorado que devolve a sua integridade física para ser utilizado novamente 
por qualquer tipo de usuário. 
Nesse sentido, entra em cena o papel do arquivista pondo suas atividades na 
prática como, conservador - restaurador utilizando os materiais apropriados de proteção 
a sua saúde com o uso de avental, máscara, luvas e óculos protetores, em busca da 
sobrevivência física e material sendo o responsável pela permanência do documento 
armazenado mediante a sua conservação, preservação e restauração. 
Cesare Brandi define o conceito de restauração como sendo “qualquer intervenção 
voltada a dar novamente eficiência a um produto da atividade humana” (BRANDI, 2004, 
p.26, apud MALTA, 2014). É uma conceituação interessante, pois remete à 
 
18 
 
funcionalidade do objeto a ser restaurado. Uma intervenção de restauro de um livro, por 
exemplo, deve objetivar, sobretudo, que ele possa ser novamente fonte de informação e 
de conhecimento, sua função original.Outros aspectos a serem considerados quando analisamos o planejamento de 
uma intervenção de restauro: 
a) que os processos de restauração fatalmente modificam o objeto tratado e, se 
não forem adequadamente executados, podem provocar danos maiores do que o 
problema que se quer combater; 
b) que uma ação de restauração sempre representa longos prazos e altos valores, 
pois requer profissionais, equipamentos e materiais especializados; e 
c) que a restauração intervém apenas nos efeitos, não tratando as causas da 
degradação, pois, as causas muitas vezes são externas ao objeto (MALTA, 2014). 
3 PRESERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DIGITAIS 
 
Fonte: biblioo.cartacapital.com.br 
No dizer de Arellano (2004), a preservação é um dos grandes desafios do século 
XXI. Durante os últimos anos do século XX, apenas as bibliotecas, os arquivos e os 
 
19 
 
centros e institutos de pesquisa e organismos governamentais criavam conteúdo digital 
relevante. 
Atualmente muitas coleções digitais importantes estão sendo construídas fora das 
bibliotecas por diferentes organizações, ou sendo publicadas diretamente na Internet. 
Com o aumento da produção de informação em formato digital, tem sido questionada 
cada vez mais a importância de se ter garantida a sua disponibilização e preservação por 
longos períodos de tempo. Essa preocupação envolve tanto os produtores dos dados 
quanto os órgãos detentores dessa informação. No início, as práticas relacionadas com 
a preservação digital estavam baseadas na idéia de garantir a longevidade dos arquivos, 
mas essa preocupação agora está centralizada na ausência de conhecimento sobre as 
estratégias de preservação digital e o que isso poderá significar na necessidade de 
garantir a longevidade dos arquivos digitais. 
Ainda conforme Arellano (2004), o desafio é muito mais um problema social e 
institucional do que um problema técnico, porque, principalmente para a preservação 
digital, depende-se de instituições que passam por mudanças de direção, missão, 
administração e fontes de financiamento. Muitos materiais publicados digitalmente são 
produto de serviços de informação disponibilizados por organizações que adotam alguma 
infra-estrutura tecnológica. Essas instituições levam em consideração aspectos legais e 
culturais que afetam a oferta desses serviços orientados a atender as necessidades de 
determinados usuários. Mas muitas vezes essa preocupação não é a mesma que têm os 
produtores das novas tecnologias. 
Para Sant’Anna (2001, apud ARELLANO, 2004), é responsabilidade dos arquivos 
adotar medidas preventivas e corretivas objetivando minimizar a ação do tempo sobre o 
suporte físico da informação, assegurando sua disponibilidade. A perspectiva arquivística 
da preservação parte da compreensão dos limites e significados dos documentos 
(autenticidade, capacidade probatória, integridade das informações, contexto de 
produção, manutenção etc.), dando ênfase às tarefas que as organizações e instituições 
arquivísticas que criam e são responsáveis pela guarda permanente desses documentos 
devem observar para lidar com objetos digitais autênticos. 
Na área da ciência da informação, o uso da tecnologia digital que toma o lugar 
dos tradicionais meios de preservação, como a microfilmagem, trouxe consigo a 
 
20 
 
preocupação com as normas para o uso das técnicas digitais e sua prontidão na 
tarefa da preservação a longo prazo (Chepesuik, 1997, apud ARELLANO, 2004). 
Os sistemas de bibliotecas digitais atuais envolvem um grande esforço de 
gerenciamento de coleções digitais que vai além das tarefas tradicionais das bibliotecas 
(aquisição, seleção, classificação, arquivamento etc.), na construção da 
interoperabilidade de acervos digitais (arquiteturas, metadados, formatos padrão), que é 
possível por meio de sistemas relacionados e desenvolvidos para propósitos e 
comunidades específicas (Arms, 2000, apud ARELLANO, 2004). 
As bibliotecas digitais são meios mais dinâmicos para preservação digital do que 
as bibliotecas tradicionais, no sentido da sua adaptação às freqüentes mudanças 
tecnológicas (Lesk, 1997, apud ARELLANO, 2004). Para outros autores, os centros de 
preservação estão sendo considerados os lugares adequados para se testar e formular 
as metodologias e políticas a serem adotadas pelos provedores de informação científica. 
Na preservação de documentos digitais, assim com na dos documentos em papel, 
é necessária a adoção de ferramentas que protejam e garantam a sua manutenção. 
A preservação digital compreende os mecanismos que permitem o 
armazenamento em repositórios de dados digitais que garantiriam a perenidade dos seus 
conteúdos. As condições básicas à preservação digital seriam, então, a adoção desses 
métodos e tecnologias que integrariam a preservação física, lógica e intelectual dos 
objetos digitais. 
Segundo Borbinha e Correia (2001, apud ARELLANO, 2004), a preservação digital 
representa um novo agrupamento da perspectiva que se tinha dos requisitos associados 
com as atividades tradicionais nessa área. 
No caso dos materiais impressos, a preservação lógica é pouco relevante, por 
estar garantida no formato específico em que foram publicados (periódico, revista, livro 
etc.). Na publicação digital, a preservação lógica está associada à necessidade de 
garantir a conversão dos formatos originais que tem se convertido em obsoletos ou de 
custosa manutenção. 
Pesquisadores em várias partes do mundo estão desenvolvendo modelos do que 
seria a infraestrutura para a preservação a longo prazo de informação em formato 
digital. Muitas das iniciativas propostas pelos grandes centros de pesquisa 
continuam sendo utópicas, mas proporcionam uma base para a discussão sobre 
 
21 
 
a implantação de soluções futuras ao problema (Granger, 2002, apud 
ARELLANO, 2004). 
Os principais métodos recomendados para a preservação dos objetos digitais 
podem ser agrupados em dois tipos: os estruturais e os operacionais. Os estruturais 
tratam dos investimentos iniciais por parte das instituições que estão se preparando para 
implementar algum processo de preservação e que adotam ou adaptam um dos modelos 
de metade dos existentes ou seu próprio esquema. As atividades operacionais são as 
medidas concretas aplicadas aos objetos digitais. 
As estratégias operacionais que englobariam os novos requisitos de preservação 
seriam a migração de suporte e o refrescamento do meio (preservação física), a 
conversão dos formatos, a emulação (preservação lógica) e a preservação do conteúdo 
(intelectual). 
4 TÉCNICAS DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO 
 
Fonte: gefrontteruems.br 
Como caracteriza Cassares (2000), os documentos que sofrem algum tipo de dano 
apresentam um processo de deterioração que progressivamente vai levá-los a um estado 
de perda total. Para evitar esse desfecho, interrompe-se o processo através de 
 
22 
 
intervenções que levam à estabilização do documento. Estabilizar um documento é, 
portanto, interromper um processo que esteja deteriorando o suporte e/ou seus 
agregados, através de procedimentos mínimos de intervenção. Por exemplo: estabilizar 
por higienização significa que uma limpeza mecânica corrige o processo de deterioração. 
Para Coradi e Steindel (2008), este item tem como objetivo destacar informações 
necessárias para a preservação e conservação do acervo, possibilitando, que uma 
instituição recorra ao processo de recuperação, que geralmente é caro e exaustivo, tanto 
para a equipe quanto para os volumes. 
Inicialmente faz-se necessário compreender os conceitos: preservação e 
conservação de acervos. A conservação consiste em métodos técnico-científicos 
capazes de desacelerar o processo de deterioração instalado em suportes de 
informação. 
Já a preservação consiste em uma política, ou de acordo com Milevski (1997, p. 
14, apud CORADI; STEINDEL, 2008): 
[...] inúmeras políticas e opções de ação, incluindo tratamentos de conservação. 
Preservaçãoé a aquisição, organização e distribuição de recursos a fim de que 
venham a impedir posterior deterioração ou renovar a possibilidade de utilização 
de um seleto grupo de materiais [...]. 
Nesta esteira para prolongar a vida útil ou impedir a deterioração de livros e 
documentos, é necessário que o acervo siga um programa de preservação e 
conservação, a fim de manter a integridade física de seus volumes. Se isto for realizado, 
diminuirá a necessidade de se empregar métodos de recuperação. Se, por outro lado, o 
acervo já estiver comprometido, então os dois métodos deverão ser utilizados. A primeira 
etapa do programa de conservação é a higienização do acervo. 
Assim como as pessoas, também os livros têm um ciclo de vida útil, que abrange 
o período desde sua criação até o momento em que, devido ao seu estado, não podem 
mais ser utilizados. Para prolongar a vida útil de um livro é necessário adotar certos 
procedimentos e técnicas de preservação e conservação. A preservação e a 
conservação são um conjunto de práticas que previnem e evitam que o livro seja 
danificado pela ação do tempo e outras circunstâncias. Apesar de alguns danos serem 
 
23 
 
irreversíveis, se bem empregadas, as técnicas de preservação e conservação 
minimizarão as agressões sofridas pelo livro. 
Na opinião de Coradi e Steindel (2008), estas técnicas envolvem a higienização 
do acervo, a conscientização por parte dos usuários, a limpeza do local onde os livros se 
encontram, o manuseio correto das obras e em especial a prevenção, ou conservação 
preventiva. 
O objetivo da conservação preventiva é desenvolver ações de prevenção contra 
possíveis danos aos livros, além de conscientizar quanto ao correto manuseio e 
utilização destes. O programa de preservação e conservação destaca a 
importância de “conservar para não restaurar”, poupando o acervo de 
intervenções custosas e exaustivas. (CORADI, 2008, p. 356, apud BARBOSA, 
2015). 
Schellenberg (2004, p. 353, apud SANTOS, 2017) o arquivista é responsável por 
formular normas e métodos relativos ao uso de documentos – suportes da informação 
arquivística, levando em conta os aspectos de preservação dos mesmos. Assim, com 
essa afirmação o arquivista com treinamento das técnicas se torna “o conservador” que 
avalia o estado em que o documento se encontra para sua recuperação. 
5 ALGUNS TIPOS DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS 
De acordo com Cassares (2000), conhecendo-se a natureza dos materiais 
componentes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores aos quais estão 
expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e traçar políticas de 
conservação para minimizá-los. Os acervos de bibliotecas e arquivos são em geral 
constituídos de livros, mapas, fotografias, obras de arte, revistas, manuscritos etc. que 
utilizam, em grande parte, o papel como suporte da informação, além de tintas das mais 
diversas composições. 
O papel, por mais variada que possa ser sua composição, é formado basicamente 
por fibras de celulose provenientes de diferentes origens. Cabe-nos, portanto, encontrar 
soluções que permitam oferecer o melhor conforto e estabilidade ao suporte da maioria 
dos documentos, que é o papel. A degradação da celulose ocorre quando agentes 
nocivos atacam as ligações celulósicas, rompendo-as ou fazendo com que se agreguem 
 
24 
 
a elas novos componentes que, uma vez instalados na molécula, desencadeiam reações 
químicas que levam ao rompimento das cadeias celulósicas. A acidez e a oxidação são 
os maiores processos de deterioração química da celulose. Também há os agentes 
físicos de deterioração, responsáveis pelos danos mecânicos dos documentos 
(CASSARES, 2000). 
Cada vez mais ameaçado de destruição, não somente por causas tradicionais de 
deterioração, mas também pela evolução da vida social e econômica que agrava 
o estado do patrimônio com fenômenos de alteração e destruição ainda mais 
terríveis. E que assim seria indispensável adotar novas disposições 
convencionais que estabeleçam um sistema eficaz de proteção coletiva do 
patrimônio cultural e natural de valor excepcional, organizado de maneira 
permanente e segundo métodos científicos e modernos. ” (FERNANDEZ, 2013, 
p.34-35, apud MACHADO, 2015). 
Ainda conforme Cassares (2000), os mais frequentes são os insetos, os roedores 
e o próprio homem. Resumindo, podemos dizer que consideramos agentes de 
deterioração dos acervos de bibliotecas e arquivos aqueles que levam os documentos a 
um estado de instabilidade física ou química, com comprometimento de sua integridade 
e existência. Embora, com muita frequência, não possamos eliminar totalmente as 
causas do processo de deterioração dos documentos, com certeza podemos diminuir 
consideravelmente seu ritmo, através de cuidados com o ambiente, o manuseio, as 
intervenções e a higiene, entre outros. 
5.1 Fatores ambientais 
Os agentes ambientais são exatamente aqueles que existem no ambiente físico 
do acervo: Temperatura, Umidade Relativa do Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar. 
Num levantamento cuidadoso das condições de conservação dos documentos de um 
acervo, é possível identificar facilmente as consequências desses fatores, quando não 
controlados dentro de uma margem de valores aceitável. Todos fazem parte do ambiente 
e atuam em conjunto (CESSARES, 2000). 
 
25 
 
5.1.1.1 Temperatura e umidade relativa 
Para Cessares (2000), o calor e a umidade contribuem significativamente para a 
destruição dos documentos, principalmente quando em suporte-papel. O desequilíbrio de 
um interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera a deterioração. A velocidade de muitas 
reações químicas, inclusive as de deterioração, é dobrada a cada aumento de 10°C. A 
umidade relativa alta proporciona as condições necessárias para desencadear intensas 
reações químicas nos materiais. Evidências de temperatura e umidade relativa altas são 
detectadas com a presença de colônias de fungos nos documentos, sejam estes em 
papel, couro, tecido ou outros materiais. Umidade relativa do ar e temperatura muito baixa 
transparecem em documentos distorcidos e ressecados. 
As flutuações de temperatura e umidade relativa do ar são muito mais nocivas do 
que os índices superiores aos considerados ideais, desde que estáveis e constantes. 
Todos os materiais encontrados nos acervos são higroscópicos, isto é, absorvem e 
liberam umidade muito facilmente e, portanto, se expandem e se contraem com as 
variações de temperatura e umidade relativa do ar. Essas variações dimensionais 
aceleram o processo de deterioração e provocam danos visíveis aos documentos, 
ocasionando o craquelamento de tintas, ondulações nos papéis e nos materiais de 
revestimento de livros, danos nas emulsões de fotos etc. O mais recomendado é manter 
a temperatura o mais próximo possível de 20°C e a umidade relativa de 45% a 50%, 
evitando-se de todas as formas as oscilações de 3°C de temperatura e 10% de umidade 
relativa. O monitoramento, que nos dá as diretrizes para qualquer projeto de mudança, é 
feito através do termo higrômetro (aparelho medidor da umidade e temperatura 
simultaneamente). A circulação do ar ambiente representa um fator bastante importante 
para amenizar os efeitos da temperatura e umidade relativa elevadas (CASSARES, 
2000). 
Inundações e infiltrações são ocorrências causadas por acidentes naturais ou 
decorrentes de problemas de infraestrutura que envolve a manutenção predial: 
telhado; sistemas hidráulicos e encanamentos; paredes, piso, portas e janelas, 
que geram goteiras e infiltrações. (SOUZA; FRONER; 2008, p.16, apud 
MACHADO, 2015). 
 
26 
 
5.1.1.2 Radiação da luz 
Como caracteriza Cassares (2000), toda fonte de luz, seja ela natural ou artificial, 
emite radiação nociva aos materiais de acervos, provocando consideráveis danos através 
da oxidação. 
O papel se torna frágil, quebradiço, amarelecido, escurecido. As tintas desbotam 
ou mudam de cor, alterando a legibilidade dosdocumentos textuais, dos iconográficos e 
das encadernações. 
O componente da luz que mais merece atenção é a radiação ultravioleta (UV). 
Qualquer exposição à luz, mesmo que por pouco tempo, é nociva e o dano é cumulativo 
e irreversível. A luz pode ser de origem natural (sol) e artificial, proveniente de lâmpadas 
incandescentes (tungstênio) e fluorescentes (vapor de mercúrio). Deve-se evitar a luz 
natural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes geradoras de UV. A intensidade da 
luz é medida através de um aparelho denominado luxímetro ou fotômetro. 
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção dos acervos: 
 As janelas devem ser protegidas por cortinas ou persianas que bloqueiem 
totalmente o sol; essa medida também ajuda no controle de temperatura, 
minimizando a geração de calor durante o dia. 
 Filtros feitos de filmes especiais também ajudam no controle da radiação 
UV, tanto nos vidros de janelas quanto em lâmpadas fluorescentes (esses 
filmes têm prazo de vida limitado). 
Cuidados especiais devem ser considerados em exposições de curto, médio e 
longo tempo: 
 Não expor um objeto valioso por muito tempo; 
 Manter o nível de luz o mais baixo possível; 
 Não colocar lâmpadas dentro de vitrines; 
 Proteger objetos com filtros especiais; 
 Certificar-se de que as vitrines sejam feitas de materiais que não danifiquem 
os documentos (CASSARES, 2000). 
 
27 
 
5.1.1.3 Qualidade do ar 
Para Cassares (2000), o controle da qualidade do ar é essencial num programa 
de conservação de acervos. Os poluentes contribuem pesadamente para a deterioração 
de materiais de bibliotecas e arquivos. Há dois tipos de poluentes – os gases e as 
partículas sólidas – que podem ter duas origens: os que vêm do ambiente externo e os 
gerados no próprio ambiente. 
Os poluentes externos são principalmente o dióxido de enxofre (SO2), óxidos de 
nitrogênio (NO e NO2) e o Ozônio (O3). São gases que provocam reações químicas, com 
formação de ácidos que causam danos sérios e irreversíveis aos materiais. O papel fica 
quebradiço e descolorido; o couro perde a pele e deteriora. 
As partículas sólidas, além de carregarem gases poluentes, agem como abrasivos 
e desfiguram os documentos. Agentes poluentes podem ter origem no próprio ambiente 
do acervo, como no caso de aplicação de vernizes, madeiras, adesivos, tintas etc, que 
podem liberar gases prejudiciais à conservação de todos os materiais. 
5.2 Agentes biológicos 
Conforme Cassares (2000) em sua obra, os agentes biológicos de deterioração de 
acervos são, entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os roedores e os fungos, 
cuja presença depende quase que exclusivamente das condições ambientais reinantes 
nas dependências onde se encontram os documentos. Para que atuem sobre os 
documentos e proliferem, necessitam de conforto ambiental e alimentação. O conforto 
ambiental para praticamente todos os seres vivos está basicamente na temperatura e 
umidade relativa elevadas, pouca circulação de ar, falta de higiene etc. 
A busca de soluções para os problemas de preservação está cada vez mais 
baseada, por um lado, em conhecimentos tecnológicos e científicos e, por outro, 
em ações gerenciais voltadas para o desenvolvimento de políticas de 
preservação dos acervos como um todo (BOJANOSKI,1999, p. 39, apud 
SANTOS, 2017). 
 
28 
 
5.2.1.1 Fungos 
Ainda segundo Cassares (2000), os fungos representam um grupo grande de 
organismos. São conhecidos mais de 100.000 tipos que atuam em diferentes ambientes, 
atacando diversos substratos. No caso dos acervos de bibliotecas e arquivos, são mais 
comuns aqueles que vivem dos nutrientes encontrados nos documentos. Os fungos são 
organismos que se reproduzem através de esporos e de forma muito intensa e rápida 
dentro de determinadas condições. Como qualquer outro ser vivo, necessitam de 
alimento e umidade para sobreviver e proliferar. O alimento provém dos papéis, amidos 
(colas), couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator indispensável para o 
metabolismo dos nutrientes e para sua proliferação. Essa umidade é encontrada na 
atmosfera local, nos materiais atacados e na própria colônia de fungos. Além da umidade 
e nutrientes, outras condições contribuem para o crescimento das colônias: temperatura 
elevada, falta de circulação de ar e falta de higiene. Os fungos, além de atacarem o 
substrato, fragilizando o suporte, causam manchas de coloração diversas e intensas de 
difícil remoção. A proliferação se dá através dos esporos que, em circunstâncias 
propícias, se reproduzem de forma abundante e rápida. Se as condições, entretanto, 
forem adversas, esses esporos se tornam “dormentes”. 
Cassares (2000) conceitua que a dormência ocorre quando as condições 
ambientais se tornam desfavoráveis, como, por exemplo, a umidade relativa do ar com 
índices baixos. Quando dormentes, os esporos ficam inativos e, portanto, não se 
reproduzem nem atacam os documentos. Esse estado, porém, é reversível; se as 
condições forem ideais, os esporos revivem e voltam a crescer e agir, mesmo que tenham 
sido submetidos a congelamento ou secagem. Os esporos ativos ou dormentes estão 
presentes em todos os lugares, em todas as salas, em cada peça do acervo e em todas 
as pessoas, mas não é tão difícil controlá-los. 
As medidas a serem adotadas para manter os acervos sob controle de infestação 
de fungos são: 
 Estabelecer política de controle ambiental, principalmente temperatura, 
umidade relativa e ar circulante, mantendo os índices o mais próximo 
possível do ideal e evitando oscilações acentuadas; 
 
29 
 
 Praticar a higienização tanto do local quanto dos documentos, com 
metodologia e técnicas adequadas; 
 Instruir o usuário e os funcionários com relação ao manuseio dos 
documentos e regras de higiene do local; 
 Manter vigilância constante dos documentos contra acidentes com água, 
secando-os imediatamente caso ocorram. 
5.2.1.2 Roedores 
A presença de roedores em recintos de bibliotecas e arquivos ocorre pelos 
mesmos motivos citados acima. Tentar obstruir as possíveis entradas para os ambientes 
dos acervos é um começo. As iscas são válidas, mas para que surtam efeito devem ser 
definidas por especialistas em zoonose. O produto deve ser eficiente, desde que não 
provoque a morte dos roedores no recinto. A profilaxia se faz nos mesmos moldes citados 
acima: temperatura e umidade relativa controladas, além de higiene periódica 
(CASSARES, 2000). 
5.2.1.3 Ataques de insetos 
Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto revestimentos. A variedade 
também é grande. O ataque tem características bem próprias, revelando-se 
principalmente por perdas de superfície e manchas de excrementos. As baratas se 
reproduzem no próprio local e se tornam infestação muito rapidamente, caso não sejam 
combatidas. São atraídas pelos mesmos fatores já mencionados: temperatura e umidade 
elevadas, resíduos de alimentos, falta de higiene no ambiente e no acervo. Existem iscas 
para combater as baratas, mas, uma vez instalada a infestação, devemos buscar a 
orientação de profissionais. 
Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos imensos em acervos, 
principalmente em livros. A sua presença se dá principalmente por falta de programa de 
higienização das coleções e do ambiente e ocorre muitas vezes por contato com material 
 
30 
 
contaminado, cujo ingresso no acervo não foi objeto de controle. Exigem vigilância 
constante, devido ao tipo de ataque que exercem. Os sintomas desse ataque são claros 
e inconfundíveis. Para combatê-lo se torna necessário conhecer sua natureza e 
comportamento. As brocas têm um ciclo de vida em 4 fases: ovos – larva – pupa – adulta. 
A fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto se reproduz por acasalamento, que 
ocorre no próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o papel e seus derivados, 
como também a madeira do mobiliário, portas, pisos e todos osmateriais à base de 
celulose (CASSARES, 2000). 
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os materiais para chegar à fase 
adulta. Na fase adulta, acasala e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se repete. As 
brocas precisam encontrar condições especiais que, como todos os outros agentes 
biológicos, são temperatura e umidade relativa elevadas, falta de ar circulante e falta de 
higienização periódica no local e no acervo. 
Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não só para as coleções como 
para o prédio em si. Vivem em sociedades muito bem organizadas, reproduzem-se em 
ninhos e a ação é devastadora onde quer que ataquem. Na grande maioria das vezes, 
sua presença só é detectada depois de terem causado grandes danos. Os cupins 
percorrem áreas internas de alvenaria, tubulações, conduítes de instalações elétricas, 
rodapés, batentes de portas e janelas etc., muitas vezes fora do alcance dos nossos 
olhos. Chegam aos acervos em ataques massivos, através de estantes coladas às 
paredes, caixas de interruptores de luz, assoalhos etc. Os ninhos não precisam 
obrigatoriamente estar dentro dos edifícios das bibliotecas e arquivos. Podem estar a 
muitos metros de distância, inclusive na base de árvores ou outros prédios. Com muita 
frequência, quando os cupins atacam o acervo, já estão instalados em todo o prédio. Da 
mesma forma que os outros agentes citados anteriormente, os cupins se instalam em 
ambientes com índices de temperatura e umidade relativa elevados, ausência de boa 
circulação de ar, falta de higienização e pouco manuseio dos documentos. No caso de 
ataque de cupim, não há como solucionar o problema sozinho. O ideal é buscar auxílio 
com um profissional especializado na área de conservação de acervos para cuidar dos 
documentos atacados e outro profissional capacitado para cuidar do extermínio dos 
cupins que estão na parte física do prédio (CASSARES, 2000). 
 
31 
 
Deter a ação da degradação da documentação histórica sem o comprometimento 
causado pela utilização de produtos tóxicos, submetendo o material do acervo a 
um ambiente profilático à contaminação controlando as condições de 
armazenamento, manuseio, uso e assepsia de modo a preservar o acervo 
bibliográfico com menos impacto ambiental além de aumentar a permanência dos 
documentos originais (GUIMARÂES, 2007, p. 36, apud SANTOS, 2017). 
Cassares (2000) afirma que o tratamento recomendado para o extermínio dos 
cupins ou para prevenção contra novos ataques é feito mediante barreiras químicas 
adequadamente projetadas. 
6 HIGIENIZAÇÃO 
 
Fonte: fab.mil.br 
A atividade de higienização é de suma importância na rotina de uma unidade de 
informação. Muitos problemas de deterioração dos livros seriam resolvidos se 
observássemos e cumpríssemos uma frequência de higienização (MALTA, 2014). 
Segundo Spinelli (2010), as pessoas que irão executar os tratamentos de 
higienização, geralmente chamadas de ‘agentes de higienização’ devem passar por um 
treinamento específico quanto aos cuidados ao manusear os documentos, principalmente 
 
32 
 
os mais frágeis que precisam de maiores cuidados e atenção, para que não ocorram 
riscos de novos danos, como também ter conhecimentos razoáveis para a identificação 
dos agentes nocivos, o que irá agilizar e facilitar a limpeza. Por fim é aconselhável que 
os agentes de higienização estejam conscientes do valor dos documentos em tratamento. 
A poeira é um agente de deterioração comprometedor ao material bibliográfico. 
Durante a higienização esta poeira, bem como outros objetos danosos aos livros, deve 
ser retirada através de técnicas apropriadas, em intervalos regulares. Devido ao estado 
frágil e delicado de alguns livros, é preciso que haja bom senso a fim de decidir se esses 
documentos podem ou não ser higienizados. 
Antes da limpeza, alguns fatores precisam ser avaliados, como a condição física 
dos livros, a quantidade, que tipos de impurezas serão eliminadas e a natureza deste 
material, ou seja, se têm valor monetário, histórico, informativo, artístico ou ainda se é 
uma obra rara. Uma vez que se trata de um processo minucioso e demorado, é preciso 
definir o alcance da higienização, se abrangerá uma ou mais coleções ou todo um acervo. 
Em relação a este cuidado, Paletta; Yamashita; Penilha (2004, p. 22, apud CORADI; 
STEINDEL, 2008), chamam atenção para sua importância: 
Uma vez que a limpeza pode ocasionar danos aos livros, deve ensinar-se, aos 
funcionários, técnicas de manuseio além de conscientizá-los da importância 
dessa tarefa que, por ser tão demorada, é frequentemente esquecida ou adiada; 
ela deve ser executada de forma cuidadosa exemplar por exemplar. 
Por se tratar de um trabalho delicado, executar a higienização num acervo exige 
uma série de medidas preventivas, a começar pelos equipamentos de proteção individual 
e os materiais de limpeza. 
É necessário que o ambiente em que os livros serão higienizados seja fora do local 
onde eles estão armazenados. Recomenda-se que haja uma sala especialmente para 
este fim, do contrário o processo será contraproducente. 
São algumas formas de higienizar os livros e os documentos de acordo com 
Spinelli (2010): 
 Com o auxílio de um aspirador de pó (semi industrial) para limpeza da obra 
como um todo, principalmente os cortes laterais e superior ou cabeça do 
livro, local onde se deposita toda a poeira em suspensão que existe dentro 
 
33 
 
de uma área de guarda de acervo. Aconselha-se a colocação de um tipo de 
pano (ou voile), que fará o papel de filtro no bocal do tubo do aspirador, 
antes da colocação da escova, para evitar a entrada de partículas de papel 
no equipamento. 
 Com o auxílio do equipamento mesa de higienização e um pincel de pelos 
macios para a execução do processo de varredura de todas as folhas e 
capas de um documento. O agente de higienização deve estar protegido 
com óculos protetor, máscara contra poeiras, luvas (de preferência de 
helanca branca) , avental ou jaleco feito do material chamado tyvek. 
 Com o auxílio de uma espátula de metal, para a retirada de clips, grampos 
e demais corpos estranhos aderidos aos documentos. 
 Com a utilização de pó de borracha, resultante da ação de ralar borracha 
plástica branca em um ralador de aço inox. Esta ação será, efetivamente 
mais usada nos documentos impressos, tais como: gravuras impressas, 
partituras musicais, mapas e impressos em geral. Esta ação deve ser 
executada com o máximo de cuidado e sobre mesas de grande formato. 
Coloca-se um mata-borrão e sobre este o documento a ser limpo, depois 
um punhado do pó de borracha sobre o documento e, com movimentos 
leves e circulares, partindo do centro para as bordas, executa-se a limpeza 
com o auxílio de uma boneca (espécie de chumaço feito com algodão e 
gaze). Este procedimento pode ser repetido tantas vezes quantas forem 
necessárias até a limpeza total do documento. Ao final este pó de borracha 
deve ser bem retirado do documento com o auxílio de um pincel de pelos 
macios. 
 As prateleiras de metal, as mapotecas e todos os demais tipos de móveis 
de metal destinados ao armazenamento de documentos devem ser limpos 
com o auxílio de um pano limpo e com álcool (gel ou líquido). Deve-se evitar 
o uso de água como agente para estas limpezas, com o objetivo de não 
aumentar a umidade no ambiente. 
 
34 
 
 O piso das áreas de guarda de acervos devem ser limpos com produtos 
biodegradáveis não agressivos aos documentos e as pessoas que 
trabalham na área (SPINELLI, 2010). 
Coradi e Steindel (2008), afirma que a limpeza mais detalhada é destinada a livros 
que estão sendo higienizados pela primeira vez. Em caso de manutenção, apenas os 
cortes, as cinco primeiras e as cinco últimas páginas têm necessidade de limpeza, pois 
estão mais sujeitas à contaminação. O próximo passo é colocar o livro de pé, abrindo-o 
ao meio e batendo suavemente na lombada com o cabo do pincel, pois desta forma,os 
resíduos, insetos e sujidades cairão sobre o papel e a entretela, possibilitando a 
identificação de algum tipo de infestação. Depois que as páginas forem higienizadas, a 
obra deverá passar pela oxigenação, folheando o documento várias vezes e 
proporcionando a aeração. 
Quanto à limpeza da capa do livro, esta dependerá do material utilizado no 
revestimento. Se a capa for de tecido, passa-se sobre ela a escova tipo bigode. No caso 
de a capa ser feita de papel, muito comum a brochuras, uma bucha de pano preenchida 
com pó de borracha deverá ser passada no papel com movimentos suaves e circulares. 
Para retirar os resíduos de sujeira e de borracha que ficarem na capa, passa-se um pincel 
macio. Em capas plastificadas, usa-se apenas um pano seco e macio, e se houver muita 
sujeira, recomenda-se o uso de um pano úmido e bem torcido, com sabonete neutro. Se 
o material da capa for de couro, usa-se um pincel ou também um pano seco e macio em 
sua superfície e em suas extremidades. 
Após a limpeza, os volumes poderão ser recolocados nas estantes. O mesmo 
cuidado precisa ser estendido também ao espaço físico onde está armazenado o acervo. 
Um acervo bibliográfico por si próprio requer cuidados especiais. Um acervo de 
obras raras, por sua vez, exige ainda mais atenção e cuidado no seu tratamento. O 
processo de preservação de livros raros envolve a higienização, a manutenção e a 
conservação preventiva destes, a fim de proporcionar qualidade ao acervo, muitas vezes 
devastado pelo tempo ou outras circunstâncias (CORADI; STEINDEL, 2008). 
 
35 
 
7 PROBLEMAS NO MANUSEIO 
É necessário que haja um programa de conscientização, que leve as pessoas a 
entenderem a natureza e as limitações dos acervos documentais, fazendo-os 
compreenderem a importância de sua preservação, a fim de que o público leitor 
os trate e os use com maior cuidado e carinho (SOARES, 2003, p. 19, apud 
CORADI; STEINDEL, 2008). 
Além disto, também é necessário haver um mínimo de vigilância e controle sobre 
o acervo. 
Tais cuidados e precauções servem para preservar e zelar pelo patrimônio 
documental e, embora possam ser eficazes, cabe à instituição, uma vez tendo 
conhecimento das principais ameaças ao acervo, adotar alguns métodos e técnicas de 
preservação de livros e documentos. 
O manuseio inadequado dos documentos é um fator de degradação muito 
frequente em qualquer tipo de acervo. O manuseio abrange todas as ações de tocar no 
documento, sejam elas durante a higienização pelos funcionários da instituição, na 
remoção das estantes ou arquivos para uso do pesquisador, nas foto-reproduções, na 
pesquisa pelo usuário etc. O suporte-papel tem uma resistência determinada pelo seu 
estado de conservação (CASSARES, 2000). 
7.1 A conservação do papel 
Conforme exposto, o principal componente do papel é a celulose, um composto 
orgânico que pode ser extraída de diversas fontes. Segundo Cessares e Tanaka (2008, 
p. 39, apud AREDES, 2014), “a razão de haver papéis que se deterioram mais 
rapidamente do que outros residem, principalmente, na qualidade da fibra de celulose 
utilizada na fabricação e do processo de obtenção do papel”. 
Os papeis fabricados até fins do século XVIII eram feitos de fibras de celulose 
nobres, longas e resistentes, como o algodão e o linho, através de processos artesanais 
de manufaturas, isentos de aditivos químicos (BECK, 1983, apud AREDES, 2014). 
 
36 
 
Nesse aspecto, "a nobreza da celulose está relacionada com a sua quantidade 
percentual em massa. A planta que mais possui celulose é o algodoeiro, com 98% em 
massa" (LUCCAS; SERIPIERRI, 1995, p. 28, apud AREDES, 2014). 
Com o advento da revolução Industrial, a procura por papel aumentou, obrigando 
a indústria a buscar uma nova fonte de celulose que fosse ao mesmo tempo abundante 
e barata. A opção encontrada foi a madeira – eucalipto e pinos – principalmente. Assim, 
já na segunda metade do século XIX, a celulose de madeira era a principal matéria-prima 
utilizada na fabricação do papel. 
Todavia, foi a partir dessa época também que começou a produção de papeis 
modernos de baixa qualidade, comprometidos pela queda na qualidade da celulose e 
pelo processo de fabricação que utilizava aditivos químicos tanto para a extração da 
celulose da madeira como para o acabamento exigido pelo mercado consumidor. 
No entanto, desde o começo da produção do papel moderno, já havia, mesmo que 
de forma incipiente, uma preocupação em melhorar o seu processo de fabricação, mas 
mesmo assim nada se comparava em qualidade ao papel fabricado com celulose nobre. 
Assim, a tarefa de preservar documentos em suporte papel, antigos (trapos) ou 
novos, encontra grandes dificuldades, em função, principalmente, do desconhecimento 
dos materiais que foram empregados na sua fabricação, de seu comportamento e da 
forma como foram manuseados e tratados (AREDES, 2014). 
7.2 Fatores de degradação do papel 
Quando se fala em preservação de papel propriamente dito, a principal 
preocupação quanto à sua durabilidade está na instalação do processo de acidificação 
na sua cadeia de celulose. Nesse sentido, Luccas e Seripierri (1995, p. 13, apud 
AREDES, 2014) comentam que “seja qual for a causa do dano, este sempre recairá sobre 
a celulose, com rompimento das cadeias de polímeros e das pontes de hidrogênio”. 
Quando isso ocorre, o papel torna-se escuro (amarelado), frágil e quebradiço. Porém, 
esse processo de degradação ácida se instala mais facilmente no papel moderno devido 
aos ingredientes já existentes oriundos do seu processo de fabricação. 
 
37 
 
Dessa forma, para melhor compreensão dos agentes de destruição do papel, 
costuma-se apresenta-los em dois grupos, de acordo com a origem do agente 
deteriorante: internos (intrínsecos) ou externos (extrínsecos). 
É Importante citar que os fatores intrínsecos estão ligados diretamente aos 
elementos de composição do papel, tais como: tipo de fibra vegetal, tipo de encolagem, 
resíduos químicos não eliminados e partículas metálicas. 
A encolagem é o processo sofrido pelo papel após sua fabricação, quando lhe é 
aplicada uma substância que tem como finalidade fixar a tinta de escrever e de 
impressão. O uso desta cola evita que a tinta se espalhe sobre o papel, fixando-
a sem borrões no papel impermeável (ARQUIVO NACIONAL, 2005, apud 
AREDES, 2014) 
Nessa seara, Beck (1985, p. 11) assevera que “os agentes internos abrangem os 
elementos nocivos provenientes da própria matéria-prima e dos métodos de produção, 
que determinam muitas vezes reações físico-químicas agressivas”. 
No caso dos papeis mais antigos, esse problema praticamente inexiste, pois os 
papeis feitos de trapos são muito resistentes, contém celulose quase pura e sua 
conservação, por isso, torna-se excelente. 
Já os fatores extrínsecos estão ligados a agentes físicos e biológicos, tais como: 
radiação ultravioleta, temperatura, umidade, poluentes atmosféricos, microrganismos, 
insetos e roedores. 
 
38 
 
8 TRANSPORTE DO ACERVO 
 
Fonte: medium.com 
O transporte é um item importante na preservação. É necessário que durante a 
transferência do acervo até o destino final, sejam cumpridos os seguintes procedimentos, 
quanto aos métodos de manuseio, acondicionamento, transporte, processos de 
carregamento e descarregamento dos documentos. Essas orientações darão suporte ao 
controle de situações de risco, que envolve o transporte de documentos desde o local de 
guarda até o local de tratamento (SPINELLI; et al, 2011). 
De acordo com Nascimento (2001), para diminuir a probabilidade de queda dos 
livros durante o transporte, não se deve formar pilhas muito altas. Os livros de valor 
especial não devem ser empilhados. Os carrinhos utilizados devem ser de fácil manuseio 
e devem ter bandejas largas com cercaduras protetoras e para-choques nos cantos. 
Deve-se evitar fazer pilhas altas de livros no carrinho, como também deixá-los ultrapassar 
as margens da bandeja.O centro de gravidade do carrinho cheio deve ser baixo, para 
ajudar a estabilizá-lo. 
 
39 
 
8.1 Quanto ao manuseio 
A fase do manuseio corresponde ao carregamento e descarregamento das caixas 
contendo os documentos, que podem ser feitos manualmente ou com o auxílio de 
equipamentos do tipo carrinhos, empilhadeiras ou similares. 
As embalagens de má qualidade igualmente aceleram a deterioração dos 
materiais, quando o objetivo seria protegê-los. O manuseio inadequado também tem seu 
custo: se o manuseio normal produz, inevitavelmente, alguns danos, o manuseio 
descuidado rapidamente conduz a problemas sérios e irreparáveis. 
8.2 Quanto ao acondicionamento 
Ainda conforme Spinelli; et al (2011) caracteriza que o acervo textual deve estar 
acondicionado em caixas-arquivo. Recomenda-se que os encadernados com 
revestimentos frágeis, como couro e pergaminho, devem ser embalados item a item com 
papel GLASSINE, e que sejam guardados em caixas para transporte, evitando que 
fiquem expostos ao impacto do translado. 
O propósito do acondicionamento é o de guardar, proteger e facilitar o manuseio 
do material que compõe um acervo ou uma reserva técnica. Pelo fato de cada instituição 
possuir uma política financeira, uma proposta de tratamento, além de objetos de 
materiais, tamanhos e dimensões díspares que devem ser preservados, não há uma 
receita pronta para o acondicionamento perfeito, cada caso deve ser analisado 
isoladamente, para se alcançar o objetivo de proteger o material. 
O acondicionamento (...) cuja função é proteger as obras preservando a 
integridade física, química e estética dos documentos. Para retardar sua 
deterioração, as obras em papel devem ser guardadas em ambientes isentos de 
sujeira e de gases poluentes e com níveis controlados de luz, temperatura e 
umidade relativa do ar. A embalagem e o material utilizados devem ser 
escolhidos de acordo com a obra (ou coleção), seu estado de conservação, o 
lugar da guarda e o tipo de utilização (OLIVEIRA, 2008, P. 62, apud 
NASCIMENTO, 2013). 
Dessa forma, pensar, antecipadamente, em acondicionamento é ser um 
profissional precavido em relação a possíveis fatores que possam acelerar o processo 
 
40 
 
de degradação dos documentos, objetos ou das obras que devem ser preservados 
(BRITO, 2010). 
8.3 A escolha do veículo para o transporte 
Na visão de Spinelli; et al (2011), o meio de transporte deve estar adaptado para 
atender as especificidades de cada acervo a ser transportado e a sua localização. 
Usualmente o transporte é feito por carros de pequeno porte e até caminhões-baú. 
Geralmente carros de pequeno porte são empregados apenas para o translado de 
pequenos acervos, cujo trajeto se situa dentro do perímetro urbano onde o arquivo esta 
localizado. Já os caminhões-baú são utilizados para o transporte de grandes acervos 
e/ou vindo de outras cidades ou estados. 
No transporte de longa distância existe o problema das vibrações produzidas pelo 
caminhão, as rodovias nacionais apresentam buracos, ondulações e portanto a 
embalagem a ser utilizada no transporte, deverá considerar esses fatores de risco. Para 
minimizar o risco devem apresentar uma estrutura interna que permita prender com 
segurança as caixas dentro do veículo. Outra ação importante é uma avaliação detalhada 
do interior do meio de veículo a ser utilizado que permita constatar se há contaminação 
biológica ou não. Havendo, será necessário a descontaminação. 
 
 
41 
 
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
AREDES, Diego Rodrigues. A evolução do papel e suas formas de conservação. Rio 
Grande do Sul, p. 47, fev. 2014. 
ARELLANO, Miguel Angel. Preservação de documentos digitais. Goiás, v. 33, n. 2, p. 15-
27, ago. 2004. 
ARRUDA, Rosângela Galon. Quem preserva tem! Perspectivas em Ciência da 
Informação, [S. l.], v. 21, n. 2, p. 3-13, jun. 2016. 
BARBOSA, Dayse de França. Um olhar sobre a preservação e conservação do acervo 
da biblioteca pública estadual Juarez da Gama Batista na cidade de João 
pessoa. Pernambuco, p. 54, jan. 2015. 
BRITO, Fernanda. Confecção de embalagens para acondicionamento de 
documentos. São Paulo, p. 52, ago. 2010. 
CASSARES, Norma Cianflone. Como fazer conservação preventiva em arquivos e 
bibliotecas. São Paulo, p. 80, 2000. 
CORADI, Joana Paula; STEINDEL, Gisela Eggert. Técnicas básicas de conservação e 
preservação de acervos bibliográficos. Santa Catarina, v. 13, n. 2, p. 347-363, dez. 2008. 
MACHADO, Bruna Pereira. A importância do diagnóstico de conservação para nortear as 
ações de preservação em arquivos, bibliotecas e museus. Goiás, p. 57, jul. 2015. 
MALTA, Albertina Otávia Lacerda. Preservação, conservação, restauração e 
recuperação física do acervo. Pernambuco, p. 79, dez. 2014. 
MÁRSICO, Maria Aparecida de Vries. Noções básicas de conservação de livros e 
documentos. Rio de Janeiro, v. 4, n. 35, 2000. 
MERLO, Franciele; KONRAD, Glaucia Vieira Ramos. Documento, história e memória: 
Importância da Preservação do Patrimônio Documental para o Acesso à 
Informação. Paraná, v. 20, n. 1, p. 26-42, abr. 2014. 
 
42 
 
NASCIMENTO, Elizabeth Larkin. Armazenagem e manuseio. Rio de Janeiro, n. 2, p. 51, 
2001. 
NASCIMENTO, Francineide Batista. Estudo sobre a preservação documental do arquivo. 
Rio Grande do Sul, p. 65, 2013. 
SANTOS, GEORGE ALBERTO DOS. A conservação e preservação de documentos na 
prática arquivística. Paraíba, p. 35, out. 2017. 
SPINELLI, Jayme. Recomendações para a higienização de acervos bibliográficos & 
documentais. [S. l.], p. 7, 2010. 
SPINELLI, Jayme; et al. Manual Técnico de Preservação e Conservação. [S. l.], p. 23, 
2011.

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